A Nova Pecuária Leiteira - Produção Mundial de Leite em 2018: Análises e Comparações

Abstract

A NOVA PECUÁRIA LEITEIRA – PRODUÇÃO MUNDIAL DE LEITE EM 2018 NEW DAIRY LIVESTOCK - WORLD PRODUCTION OF MILK IN 2018 Produção mundial de Leite em 2018: análise sobre o crescente aumento da produção e da produtividade No mundo foram produzidos aproximadamente 843 milhões de toneladas de leite, isso corresponde à 843 bilhões de litros de leite produzidos em 2018, e comparado ao ano de 2017 que a produção foi de 812 bilhões de litros a variação média percentual foi de 2,2% crescente (FAO, 2019), em 2015 foram produzidos 656 bilhões de litros, entre 2015 e 2019, a produção mundial leiteira aumentou em 28,5% aproximadamente, e isso deve-se à implementação de tecnologias, manejos nutricionais, sanitários e outras técnicas que fazem a produção leiteira ser cada vez mais promíscua todos os anos mesmo com variações e quedas produtivas em determinados países como o próprio Brasil. Vale salientar, também, que o crescimento médio anual é variável mediante alguns países produtores, todavia, essa variação média anual é crescente e gira em torno de 3 à 4% nos últimos 5 anos de dados obtidos (FAO, 2018). Os gráficos abaixo, tratam da produção leiteira mundial no ano de 2017 e 2018 por continentes; observe com atenção os dados obtidos pela FAO e atente às conclusões que se seguem: Os dados obtidos e expressos supra são da FAO dos Estados Unidos, ele nos mostra uma ascendente produção leiteira dos continentes e a participação de ambos nesse mercado promissor. A Ásia, em 2017, foi responsável por mais de 40% da produção mundial de leite, foram mais de 320 bilhões de litros produzidos e um aumento percentual de 1,9% comparado ao ano de 2016; esse aumento aconteceu mesmo com o segundo declínio seguido da China na produção leiteira. Os países da União Europeia estão em segundo lugar com uma produção de mais de 224 bilhões de litros produzidos em 2017, um aumento percentual de 1,3% comparado ao ano de 2016, e com participação de quase 28% de toda produção global; todo esse aumento da produção e da produtividade europeia deve-se ao incremento de novas tecnologias aplicadas ao manejo das vacas, incluindo a atenção dobrada à sanidade e ao bem-estar dos animais. A América do Norte veio em terceiro lugar na produção e na participação mundial. Com uma participação de 13% e uma produção de 106 bilhões de litros em 2017, o continente conseguiu um acréscimo de 1,7% comparado ao ano de 2016. Os EUA é o responsável por esse grande acréscimo; produzindo em 2017 90% de todo total produzido e detendo um rebanho promissor de 9,3 milhões de cabeças leiteiras. A América do Sul, ao qual o Brasil está localizado, deteve a quarta colocação na participação e na produção mundial, participando com quase 8% de toda a produção mundial e produzindo 62 bilhões de litros de leite em 2017, uma acréscimo de 2,7% comparado ao ano de 2016. Os maiores produtores do continente foram o Brasil que dos 62 bilhões produziu mais de 50%, em torno de 35 bilhões de litros, mesmo com declínio relativo, o país ainda é um dos maiores produtores mundiais; o Peru e a Colômbia. A Argentina também é uma grande produtora, todavia, passou por uma crise leiteira, sendo o mesmo “marginalizado”, isto é, impróprio para o consumo. A África produziu em média 46 bilhões de litros de leite em 2017, ficando em quinto lugar na participação mundial, com quase 6% de toda produção global, não havendo variação positiva ou negativa significativa comparado com 2016. O continente oceânico (Oceania) produziu em torno de 31 bilhões de litros em 2017, um declínio de 2,9% comparado ao ano de 2016; participando de 3,8 da produção global. Esse declínio provém da Nova Zelândia, basicamente, que deteve um défice de 1,1% em sua produção, que chegou a 21,3 bilhões de litros; porém, o país continua sendo o maior produtor de leite do continente. A América Central produziu no ano de 2017, aproximadamente 18 bilhões de litros, participando de 2,2% da produção global; deteve um aumento de 1,1% comparado ao ano de 2016. Os dados supra, foram obtidos pela FAO que é a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Com ele, podemos concluir que a cada ano que se passa, o mercado leiteiro têm variações positivas e negativas, todavia as negativas subjazem as positivas e, sendo assim, cada ano a produção e a produtividade nos países e nos continentes ascendem em proporções significativas; e esse aumento demonstra uma junção de fatores entre eles a implementação de novas tecnologias, a atenção com a sanidade e o bem-estar das vacas e do manejo nutricional e geral das fazendas e propriedades leiteiras espalhadas pelo mundo. A partir de toda essa análise supracitada, podemos apresentar o panorama do leite mundial em 2018, obtido através da FAO, e analisar as ascensões e possíveis declínios dos continentes e enfatizar os países que obtiveram pontos positivos ou negativos nessa participação leiteira de 2018. Observe os gráficos 3 e 4 abaixo e, posteriormente, e atente às análises: Em 2018, a produção leiteira mundial foi de 843 bilhões de litros, um aumento de 2,2% comparado ao ano de 2017. O gráfico 3 apresenta os continentes e a participação de ambos na produção leiteira mundial. O gráfico 4 apresenta os continentes e a produção de ambos expressas em bilhões de litros. Com esses dados, atualizados pelo autor em questão, apresentam mais uma vez um crescente mercado que gera empregos e emprega tecnologia de ponta para aumentar a produtividade dos animais e, consequentemente, a produção anual das fazendas e propriedades leiteiras. O continente asiático, em 2018, produziu 347 bilhões de litros de leite, a ascensão de 4% comparado ao ano de 2017. Ainda continua detendo a maior participação na produção mundial, passando de 40,3% em 2017 para quase 41% em 2018. A ênfase aos países produtores serão à Índia e ao Paquistão. A Índia teve um aumento de 5,6% de sua produção comparada ao ano de 2017; toda essa expansão é proveniente de uma equipe de veterinários, criadores, zootecnistas e outros especialistas que empregam mão-de-obra qualificada, tecnologias contemporâneas para obtenção do leite, manejo, sanidade, bem-estar às vacas, genética de qualidade e manejo nutricional concentrado na alta produção e produtividade dos animais. O Paquistão, mesmo com dificuldades nos processos de coleta do leite e em demais processos, obteve um acréscimo de 3% de sua produção em 2018 comparada a produção de 2017. A China, por sua vez, obteve o terceiro declínio em 4 anos, o declínio da produção em 2018 foi de 1,1% comparado ao ano de 2017; juntos, a China perdeu 15% de sua produção em apenas 5 anos. Note que o mercado produtor do leite tem suas variáveis extremas e difíceis de compreender, pois, à medida em que um país como o Paquistão tem toda uma dificuldade de obtenção do leite, nos processos de exportação e de industrialização do mesmo, consegue alavancar sua produção em 3% em um único ano; um país como a China, que é ainda um dos grandes produtores leiteiros, consegue uma perda inaceitável em sua produção de incríveis 15% em menos de 5 anos; daí a importância e a necessidade de uma equipe que consiga conciliar todos os fatores supracitados como emprego de mão-de-obra qualificada para manejar os animais e elencar a produção. Os países da União Europeia conseguiram uma participação de 27,1% na produção mundial de 2018, obtendo uma produção de 230 bilhões de litros no ano em questão, um acréscimo de 0,8% comparado ao ano de 2017. A ênfase é a Rússia que conseguiu um acréscimo de 1,1% comparado ao ano de 2017 e uma produção de 32 bilhões de litros em 2018. A junção da produção da Rússia e demais países europeus supriram o declínio da Ucrânia que passou por uma crise entre a desvalorização dos produtos agrícolas e a baixa no preço do leite. A América do Norte produziu, em 2018, 109 bilhões de litros de leite tendo uma participação mundial de 13% em toda produção global e com um acréscimo de 1,1% comparado ao ano de 2017. Os Estados Unidos continua sendo o maior produtor do continente, sendo responsável por mais de 90% de toda essa produção, produzindo no ano em questão, 98,6 bilhões de litros. Vale ressaltar que os EUA, com suas altas tecnologias e o emprego de alta genética nos animais, conseguiu aumentar a produtividade das vacas por ano, passando de 10.525 kg/ano/vaca em 2017 para 10.632kg/ano/vaca em 2018. A América do Sul foi responsável por 7,7% da produção mundial, produzindo 65 bilhões de litros, um aumento de 1,6% comparado ao ano de 2017. O Brasil, por sua vez, reduziu seu aumento, passando de 1% em 2017 para 0,8% em 2018, um aumento no ano comparado à produção de 2017 mas um declínio comparado ao aumento percentual de 2017. O continente africano aumentou sua produção em 1,1% comparada ao ano de 2017, chegando à 46,6 bilhões de litros produzidos em 2018; obtendo uma participação de 5,5% na produção global. A Oceania, depois de passar por dois anos de declínios seguidos na produção leiteira, conseguiu um acréscimo de 1% comparado ao ano de 2017. Produzindo 31,5 bilhões de litros em 2018, a maior responsável por esse aumento foi a Nova Zelândia, responsável pelos declínios, a mesma expandiu sua produção em 4,4%, todavia, o aumento do continente não foi maior por causa do declínio australiano que foi de 3,8% comparado ao ano de 2017. A participação global da Oceania foi de 3,7% em 2018. A América Central produziu 18,2 bilhões de litros em 2018, comparado com a produção de 2017 o aumento foi de 1,1%. O México é o maior produtor da região e aumentou sua produção em 1,6% no ano de 2018. A região ainda participou com 2,2% na produção mundial sem alterações comparadas ao ano de 2017. Os dados supra, obtidos pela FAO, traduzidos e atualizados pelo autor em questão, demonstram que o mercado do leite continua sendo promissor e empregador de milhares e milhões de empregos por todo o planeta. Como citado anteriormente, a junção de profissionais, potencial genético dos animais, sanidade, medicina preventiva, medidas profiláticas, bem-estar dos animais entre outros fatores tiveram impacto direto na alta produção e produtividade dos animais e na lucratividade dos países produtores que industrializam o leite ou mantém um mercado exportador do mesmo ou do leite in natura. Os países desenvolvidos responsáveis por 2/3 (dois terços) da produção mundial, isto é, produtores de 570 bilhões de litros, apresentam taxa de crescimento variável conforme as implicações nas propriedades e no mercado, porém essa taxa de variação de crescimento gira em torno de 0,5 à 1% ao ano e produtividade média entre 6.000-7000 litros/vaca/ano. Esses países, principalmente os europeus e os EUA, contam com elevados subsídios, que vêm apresentando tendência declinante nos últimos anos conforme apontam especialistas (FAO, 2019). Nos países subdesenvolvidos, em desenvolvimento, a produção em 2018 foi de 270 bilhões de litros e a taxa de crescimento é de 3-5% ao ano muito superior aos países já desenvolvidos. A produtividade, de 1500-2500 litros/vaca/ano, também vem se elevando nos países em desenvolvimento, em média 3-4% ao ano, contribuindo com major volume para a oferta mundial de leite. Observe a tabela construída a partir dos dados da FAO da produção mundial de países desenvolvidos e subdesenvolvidos de 2007 a 2018: Tabela 1: Produção mundial de leite em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, 2007-2018. FONTE: FAO. Os dados da tabela atribuem ao avanço da produção de leite, bem como a análise sobre a crescente produção leiteira dos países em desenvolvimento. Especialistas apontam que a crescente produção dos países subdesenvolvidos e a implementação de técnicas mais especializadas e qualificadas terá uma consequência, essa será a equidade da produção com os países desenvolvidos e, futuramente, a produção leiteira dos países subdesenvolvidos ultrapassará a produção dos países já desenvolvidos. Nos países desenvolvidos, a produção leiteira passou de 334 bilhões para 504 bilhões de litros, ou seja, um aumento de 50% em média, já nos países subdesenvolvidos o aumento passou de 227 bilhões em 2007 para 336 bilhões de litros em 2018, um acréscimo de 48% na produção. Esses dados nos mostram que o aumento da produção nos países desenvolvidos já é alcançado na mesma escala pelos países em desenvolvimento; sendo assim, ambos estão empregando técnicas para facilitar a obtenção do leite e para ascender a produtividade de cada vaca leiteira de sua região. O aumento do volume de leite produzido nos países em desenvolvimento deve-se principalmente ao crescimento da Índia (5,6%) e Paquistão (3%) na Ásia, do Quênia na África e do Brasil (0,8%) na América do Sul. Os países considerados desenvolvidos apresentaram um crescimento grande e pouco superior aos subdesenvolvidos, e os maiores responsáveis por esse crescimento nos últimos anos foram a Rússia com 32 bilhões de litros, os EUA com quase 100 bilhões de litros produzidos ou 1/5 da produção dos países desenvolvidos, a Alemanha com acréscimo em sua produção, bem como a França, a Inglaterra e o aumento de 4,4% da Nova Zelândia. A redução da produção de leite em alguns países da União Europeia como a Ucrânia e da China na Ásia pode ser parcialmente atribuída às reformas políticas que culminaram em diminuição gradativa de subsídios a desvalorização de produtos agrícolas e, consequentemente a baixa no preço do leite, e também por serem países com menor competitividade em custo de produção. Além disso, os países europeus estão entre os que apresentam maiores níveis de produtividade média do rebanho, indicando alto grau de incorporação de tecnologia e dificuldade de expansão da produção. A Rússia foi um país que mais contribuiu negativamente para a redução da participação europeia, com quedas de dois bilhões de litros em 5 anos como aconteceu entre 2002-2007, porém, a mesma está investindo potencialmente em seu rebanho e em mão-de-obra qualificada para transformar seu rebanho em altos potenciais genéticos para a produção leiteira e é o que visa aos dias de hoje quanto a participação do pais na produção leiteira atual. Sobre essa queda da produção russa, com o fim da URSS, o setor lácteo na Rússia passou por um processo de reorganização e competição capitalista primordialmente com os EUA. Todas as ineficiências anteriormente mascaradas pelo regime comunista apareceram, exigindo do setor privado melhorias de qualidade, investimento em máquinas, equipamentos e qualificação de mão-de-obra. O reflexo imediato foi a redução significativa do rebanho e queda da produção de leite. O mesmo movimento ocorreu na Ucrânia, que também contribuiu para a perda da participação europeia na oferta global desde os anos 2000 até os dias atuais. A produção de leite ocorre em todos os países do mundo, porém a heterogeneidade do processo produtivo e volume de produção entre os diferentes países é marcante. Na tabela 2, observam-se os dez principais países produtores de leite em 2017. Tabela 2: Dez principais países produtores de leite em 2017. FONTE: Farmnews. A produção mundial em 2017 foi de 812 bilhões de litros e esses países corresponderam a 45% do volume mundial, quase a metade de toda produção. O Brasil, em 2017, ocupou a quarta colocação, com uma produção aproximada de 34,3 bilhões de litros anuais, que reapresentou 4,5% da produção total no mundo; em 2018 essa produção foi de mais de 36 bilhões de litros e uma queda na participação mundial, passando para 4,25%. Como conclusão, são infinitas as mudanças geográficas da produção de leite no mundo, o que ocasiona grandes diferenças nos sistemas produtivos e no volume produzido nos diversos países; consequentemente essas transformações causam mudanças na oferta do produto e o surgimento de países produtores de leite com maior competitividade, possibilidades de incorporação de tecnologia e estratégias definidas de inserção no mercado internacional.

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Emanuel Isaque Cordeiro da Silva
Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE

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2019-10-24

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