Abstract
O presente artigo investiga a filosofia de Butler no que concerne os problemas da performance e abandono das noções essencialistas e cientificizantes de gênero e sexualidade, especialmente a partir de dois referenciais teóricos lá presentes: Nietzsche e Lévi-Strauss. Partir-se-á, então, das contribuições nietzschianas para se pensar a crise da metafísica (mais pontualmente com a noção de Verdade) e da discussão estruturalista lévi-straussiana, situando os mecanismos de análise do mito para a dissolução da essência do sujeito. Para a mediação de ambos os autores, Foucault aparecerá como o fio condutor do texto e dobradiça de articulação que abrirá caminho para uma leitura mais aprofundada de Gender Trouble (1996). Buscar-se-á, então, o deslocamento da inscrição da identidade como essência para a sexualidade enquanto tecnologia de poder e narrativa, marcando as aproximações e estranhamentos metodológicos e epistemológicos entre os autores supracitados.