Formulação de Ração Para Caprinos

Abstract

Formulação de Ração para Caprinos APRESENTAÇÃO O material Formulação de Ração para Caprinos, assim como a edição para ovinos, visa servir de alicerce para demonstrar as exigências nutricionais atualizadas dos caprinos, além das equações que servem para determinar a exigência do animal em uma determinada situação. Além disso, demonstra a avaliação bromatológica dos principais alimentos utilizados para a alimentação do rebanho no Brasil, esses valores da composição nutricional servem de base, assim como as exigências para as técnicas matemáticas empregadas na formulação manual de dietas. A abordagem desse material é a apresentação das exigências nutricionais dos caprinos mediante as bases científicas como o NRC (2007); e, através de equações de predileções, apresentar as exigências nutricionais sob as condições brasileiras, principalmente sob condições em que deverão ser incrementados uma dada porcentagem das exigências, por exemplo para os caprinos em atividade intensa e/ou moderada no semiárido nordestino. Posteriormente, apresentar exemplos práticos de formulação de dietas mediante as técnicas matemáticas empregadas para tal. Será abordada situações reais onde um profissional pode se deparar no cotidiano de propriedades caprinocultoras. O texto também é dividido em três capítulos com as exigências nutricionais, composição dos principais alimentos e a formulação prática de dietas que visem suprir as necessidades dos animais de forma clara e objetiva, com a finalidade de servir de ferramenta para que os produtores rurais, técnicos, zootecnistas, nutricionistas etc. possam conseguir elaborar dietas para fornecer uma ração de boa qualidade física e nutricional. SUMÁRIO EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DOS CAPRINOS 1 Equações de predição do consumo de matéria seca (CMS) 2 Algumas exigências para caprinos 4 Tabelas de requerimentos nutricionais dos caprinos 6 Concentrações de nutrientes necessárias em rações de caprinos (% da MS) 12 Energia metabolizável para caprinos 15 Relação volumoso:concentrado (v:c) para caprinos 17 ALIMENTOS PARA CAPRINOS 19 FORMULAÇÃO DE RAÇÃO PARA CAPRINOS 34 RAÇÕES PRONTAS PARA CAPRINOS 78 CONCLUSÕES 86 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 87 EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DOS CAPRINOS Para formular dieta para os caprinos, devemos seguir os mesmos passos tal qual para as demais espécies de interesse zootécnico. Os passos a serem seguidos para a elaboração de rações são: Após a caracterização do rebanho a ser alimentado, devemos buscar as equações de predileção para estimar as exigências nutricionais do lote servindo de alicerce para que a ração final obtenha as mesmas quantidades de nutrientes tal qual os animais requerem, por exemplo, um caprino reprodutor da raça Boer de 50 kg de PV sob condições de trabalho moderado, onde devemos incluir 50% da exigência da mantença, exige cerca de 795 g de NDT/ kg de MS ingerida, então após estabelecer os alimentos disponíveis e a composição bromatológica dos mesmos, o resultado final do balanceamento deverá ser igual a exigência de NDT do animal, podendo haver pouco excesso ou pouco défice. Como citado em outros trabalhos, as exigências dos animais variam em função do peso, idade, estado fisiológico etc. e que, para a elaboração de dietas, os nutrientes mais comumente trabalhados são a proteína bruta (PB), as necessidades energéticas podendo-se utilizar os nutrientes digestíveis totais (NDT), energia metabolizável (EM), energia digestível (ED) ou energia líquida (EL), as necessidades minerais dando ênfase aos de maior importância que são cálcio e fósforo e, raramente, as necessidades vitamínicas. Existem diferentes fontes teóricas e científicas que dispõem de tabelas de requerimentos nutricionais da espécie caprina de acordo com diferentes fatores, sendo eles os de peso vivo; ganho ou perda de peso; estado produtivo ou improdutivo de carne ou leite; animal em início, meio ou fim da gestação com um ou dois fetos; fêmeas paridas em lactação com uma ou duas crias ao pé etc. Também, segundo o NRC para caprinos (1981) e o para pequenos ruminantes (2007), os fatores de atividade leve, moderada ou intensa são levados em consideração. Apresentarei aqui algumas equações para predizer as exigências líquidas e as principais tabelas de requerimentos nutricionais dos caprinos expressas com base na necessidade do animal ou em percentual da ração, que servirão de base teórica para a formulação prática de rações para animais em diferentes situações. Equações de predição do consumo de matéria seca (CMS) É comum, na literatura acerca da criação e, principalmente, sobre a nutrição de caprinos observar que os especialistas trabalham com porcentagens de fornecimento de ingestão ou consumo de matéria seca (IMS ou CMS) para os animais de acordo com três fatores, um leva em consideração a origem do animal, outro o estado fisiológico e outro a categoria do animal. Para aclarar melhor vejamos a tabela 1 sobre as porcentagens de matéria seca em função do peso vivo para os caprinos. Tabela 1: Porcentagens ideais de consumo de matéria seca de acordo com o peso vivo de caprinos em diferentes etapas e origens Tipo de animal CMS em % do PV Cabras de origem temperada 5 a 6 Cabras de origem tropical 4 a 5 Mantença 3 Cabras gestantes 2,2 a 2,8 Cabras em lactação 3 a 5 Cabritos em crescimento 2,5 a 3 Fonte: Adaptações de BORGES & GONÇALVES, 2011 e SILVA & VALLE, 2018. No entanto, existem diferentes fórmulas para estimas as exigências de consumo de matéria seca dos caprinos, uma, apesar de não completa, é estabelecida pelo INRA, outras apresentadas pelo AFRC estimam para caprinos em mantença e lactação. Outras formas simplificadas indicam um consumo em porcentagem de acordo com o estado fisiológico ou origem. A equação de ingestão de matéria seca (IMS) determinada pelo INRA (1988) leva em consideração a produção de leite (se houver), o ganho diário de peso (se houver) e a porcentagem de volumoso fornecida ao caprino. IMS (g/dia) = (423,2 x kg leite/dia) + 27,8 x kg0,75 + (440 x kg de GPD) + (6,75 x %de volumoso) Para um exemplo prático utilizando a fórmula proposta, suponhamos um caprino macho adulto (descartar a produção de leite = 0) com 50 kg PV, com ganho de peso diário de 100 g e recebendo uma dieta baseada em 80% de volumoso de boa qualidade, a IMS será: IMS (g/dia) = 27,8 x 50 kg0,75 + (440 x 0,1) + (6,75 x 80) = 1974 g MS/dia = 3,5% PV Outro exemplo prático utilizando a fórmula proposta pelo INRA, suponhamos uma cabra da raça Saanen com 60 kg de PV e produzindo 5 litros de leite/dia com 3,5% de gordura, com ganho de peso diário de 30 g e recebendo apenas concentrado, logo descartamos a parte volumosa então, a IMS será: IMS (g/dia) = (423,2 x 5) + (27,8 x 60 kg0,75) + (440 x 0,03) = 2730 g MS/dia = 4,54% PV Agora, a mesma cabra recebe suplementação volumosa à base de 40%, então: IMS (g/dia) = (423,2 x 5) + (27,8 x 60 kg0,75) + (440 x 0,03) + (6,75 x 40) = 3000 g MS/dia = 5% PV Outra forma de estimar a ingestão de matéria seca em gramas por dia é a proposta pelo AFRC (1993) que leva em consideração dois fatores, o peso vivo e a produção leiteira (com 3,5% de gordura), se houver, para cabras leiteiras prenhes e em lactação: CMS (kg/animal/dia) = 0,062 x PV0,75 + 0,305 x PL Para utilizar essa fórmula, suponhamos uma cabra da raça Saanen, de 50 kg de PV, produzindo 5 kg de leite com 3,5% de gordura. Qual deverá ser seu consumo em matéria seca? CMS = 0,062 x 500,75 + 0,305 x 5 = 2,69 kg de MS/dia ou 5,38% do PV em MS Para caprinos adultos em mantença, o AFRC sugere a fórmula: CMS (kg/animal/dia) = 0,522 + 0,0135 x PV Utilizando essa fórmula, qual deverá ser o CMS de um caprino da raça Alpina em mantença, que possui peso vivo de 45 kg? CMS = 0,522 + 0,0135 x 45 = 1,13 kg de MS/dia ou 2,5% do PV em MS Algumas exigências para caprinos Energia metabolizável (EM): 101,38 kcal/kg de PV0,75 para mantença, ou 2,0 a 2,4 Mcal/kg de MS 7,25 kcal/g de ganho de peso para animais em crescimento 1,25 Mcal/kg de leite com 4% de gordura para cabras em lactação Proteína bruta (PB): 32 g PB/Mcal de Energia digestível (ED) (EM = ED x 0,82) 4,15 g de PB/kg de PV0,75 para animais em mantença 0,284 g de PB/g de ganho para animais em crescimento 7,76 g de PB/kg de PV0,75 para cabras gestantes 96,9 g PB/kg de leite com 4% de gordura para cabras em lactação Minerais: Os principais minerais usados na formulação de ração para ruminantes são Ca e P, logo a estimativa de suas exigências são imprescindíveis, uma vez que a mistura elaborada pode apresentar deficiência de um ou ambos os minerais. O NRC (2007) propõe as seguintes equações para o cálculo dos requerimentos de Ca e P, em diferentes categorias: 1. Mantença: Cálcio (g) = ((0,623 x CMS) + 0,228)/0,45 Fósforo (g) = (0,081 + (0,88 x CMS))/0,65 Onde: CMS = consumo de matéria seca em kg/dia. 2. Crescimento: Cálcio (g) = (11 x GPD)/0,45 Fósforo (g) = (6,50 x GPD)/0,65 Onde: GPD = ganho de peso diário em kg. 3. Produção de leite: Cálcio (g) = (1,40 x L)/0,45 Fósforo (g) = (1,00 x L)/0,65 Onde: L = produção de leite em kg. É importante ressaltar que os requerimentos para cabras em lactação devem ser somados com os de mantença; dessa forma, como exemplo prático, uma cabra com 50 kg de PV que produz 3 kg de leite/dia requer cerca de 11,5 g de Ca (9,3 g de mantença + 2,2 g de produção). 4. Gestação: Cálcio (g) = (0,23 x NC x PMnasc.)/0,45 Fósforo (g) = (0,132 x NC x PMnasc.)/0,65 Onde: NC = número de crias e PMnasc. = peso médio esperado da cria ou crias ao nascimento. Resumidamente, o NRC (2007) apresenta algumas indicações: 2 a 3 g de cálcio/kg de leite produzido ou 0,114 a 0,163% de Ca da MS 1,4 a 2,1 g de fósforo/kg de leite produzido ou 0,084 a 0,122% de P da MS Sal (NaCl): 0,5% da MS diariamente Potássio (K): 0,8% da MS diariamente Enxofre (S): 0,16% da MS diariamente Magnésio (Mg): 0,2% da MS diariamente Tabelas de requerimentos nutricionais dos caprinos Resumidamente, a composição do concentrado dos caprinos, de acordo com a categoria, e as quantidades a serem fornecidas/animal/dia é a seguinte: Tabela 2: Composição do concentrado e quantidades fornecidas Fonte: CODEVASF, 2011. Agora, vamos dividir os requerimentos dos caprinos de acordo com situações, conforme os dados obtidos por NRC (2007), NUNES (1998) e RIBEIRO (1997): Tabela 3: Caprinos em mantença PV (kg) CMS (kg/animal¹) CMS (% PV) PB (g) PB (%) EM (Mcal) NDT² (g) NDT (%) Ca (g) P (g) 10 0,28 2,8 25 9 0,57 160 57 1 1 20 0,49 2,4 40 8,2 0,96 270 55 1 1 30 0,66 2,2 50 7,6 1,30 360 55 2 1,5 40 0,82 2,0 65 8 1,60 450 55 2 1,5 50 0,97 1,9 80 8,2 1,90 530 55 3,5 2,5 60 1,11 1,8 90 8 2,20 610 55 3,5 2,5 70 1,25 1,8 95 7,6 2,50 680 55 4 3 80 1,40 1,7 105 7,5 2,70 750 54 4 3 90 1,50 1,65 120 8 3,00 820 55 4 3 100 1,62 1,6 130 8 3,20 900 56 5 3,5 1 – para converter matéria seca em matéria natural, dividir o valor em MS pela porcentagem de MS do ingrediente. Por exemplo, em uma ração encontrou-se 100 g MS de milho, sabendo-se que a % de MS do milho é 90%, então: 100/0,9 = 112 g de milho com base na matéria natural. 2 – 1 kg de NDT equivale a 4,4 Mcal de energia digestível (ED) e 1 Mcal de ED = 0,82 Mcal de EM. Tabela 4: Mantença e baixa atividade (incremento de 25% dos valores de mantença da tabela 3) – manejo extensivo, pastagem tropical e gestação inicial PV (kg) CMS (kg/cab./dia) PB (g) EM (Mcal) NDT (g) Ca (g) P (g) 10 0,3 30 0,71 200 1 0,7 20 0,5 50 1,20 335 2 1,4 30 0,67 60 1,62 452 2 1,4 40 0,84 80 2,02 560 3 2,1 50 0,99 90 2,38 662 4 2,8 60 1,14 105 2,73 760 4 2,8 70 1,28 120 3,07 852 5 3,5 80 1,41 130 3,39 942 5 3,5 90 1,54 145 3,70 1030 6 4,2 100 1,67 155 4,01 1114 6 4,2 Por exemplo, um animal com 40 kg de PV em mantença e submetido a baixa atividade, deverá receber PB na base de: Mantença: 65 g/dia + (65 x 25%) = 80 g/dia de PB Tabela 5: Mantença e média atividade (incremento de 50% dos valores de mantença da tabela 3) – terreno semiárido, pastagens levemente acidentadas (em encosta) e gestação inicial PV (kg) CMS (kg/cab./dia) PB (g) EM (Mcal) NDT (g) Ca (g) P (g) 10 0,36 33 0,86 239 1 0,7 20 0,60 55 1,44 400 2 1,4 30 0,81 74 1,95 543 3 2,1 40 1,01 93 2,42 672 4 2,8 50 1,19 110 2,86 795 4 2,8 60 1,37 126 3,28 912 5 3,5 70 1,53 141 3,68 1023 6 4,2 80 1,69 156 4,06 1131 6 4,2 90 1,85 170 4,44 1236 7 4,9 100 2,01 184 4,82 1336 7 4,9 Por exemplo, um animal com 50 kg de PV em mantença e vivendo sob condições de média atividade (clima semiárido como algumas regiões de Pernambuco), deverá receber NDT na base de: Mantença: 530 g/dia + (530 x 50%) = 795 g/dia de NDT Tabela 6: Mantença e alta atividade (incremento de 75% dos valores de mantença da tabela 3) – terreno árido, vegetação escassa, pastagens montanhosas e gestação inicial PV (kg) CMS (kg/cab./dia) PB (g) EM (Mcal) NDT (g) Ca (g) P (g) 10 0,42 38 1,00 278 2 1,4 20 0,70 64 1,68 467 2 1,4 30 0,95 87 2,78 634 3 2,1 40 1,18 108 3,46 784 4 2,8 50 1,39 128 4,10 928 5 3,5 60 1,60 146 4,69 1064 6 4,2 70 1,79 165 5,27 1194 6 4,2 80 1,98 182 5,81 1320 7 4,9 90 2,16 198 6,35 1442 8 5,6 100 2,34 215 6,88 1559 8 5,6 Por exemplo, um animal com 30 kg de PV em mantença, sob condições de clima árido e alta atividade, deverá receber NDT na base de: Mantença: 360 g/dia + (360 x 75%) = 630 g/dia ou 634 g como está na tabela 6 Tabela 7: Exigência para 100 g de ganho de peso diário PV (kg) CMS (kg/animal) PB (g) EM (Mcal) NDT (g) Ca (g) P (g) 10 0,1 29 0,42 116 1,32 0,73 20 0,2 29 0,57 159 1,43 0,71 30 0,3 28 0,72 199 1,49 0,7 40 0,4 27 0,88 245 1,54 0,69 50 0,4 26 1,03 286 1,58 0,68 60 0,5 25 1,19 331 1,61 0,67 70 0,5 24 1,36 379 1,64 0,67 Tabela 8: Exigências para gestação de cabras em diferentes períodos PV (kg) Período CMS (kg/cab./dia) PB (g) EM (Mcal) NDT (g) Ca (g) P (g) 40 Início 1,07 77 2,45 680 3 2 4º mês 1,07 159 2,94 816 5 2,5 5º mês 0,97 215 4,10 1141 7 3 50 Início 1,20 91 2,84 789 3,5 2,5 4º mês 1,20 173 3,35 932 6 3,1 5º mês 1,09 235 4,56 1268 8,5 3,7 60 Início 1,33 105 3,19 887 4 3 4º mês 1,33 187 3,70 1027 7 3,8 5º mês 1,21 253 4,90 1363 10 4,5 70 Início 1,47 118 3,51 975 4,5 3,5 4º mês 1,47 200 4,01 1114 8 4,4 5º mês 1,34 273 5,23 1454 11,5 5,3 80 Início 1,60 130 3,84 1068 5 4 4º mês 1,60 212 4,25 1458 9 5 5º mês 1,46 293 5,41 1504 13 6 Tabela 9: Requerimentos adicionais para a produção de 1 kg de leite segundo a % de gordura. Incluem-se os requisitos para aleitamento de filhote único, gêmeos ou trigêmeos no respectivo nível de produção leiteira Gordura (%) PB (g) EM (Mcal) NDT (g) Ca (g) P (g) 2,5 60 1,20 330 2 1,5 3,0 65 1,21 335 2 1,5 3,5 70 1,23 340 2 1,5 4,0 75 1,25 345 3,5 2,5 4,5 80 1,26 350 3,5 2,5 5,0 85 1,28 355 3,5 2,5 5,5 90 1,29 360 4 3 6,0 95 1,31 365 4 3 Tabela 10: Requerimentos por kg de leite com 3,5% de gordura – cabras alpinas PB (g) EM (Mcal) NDT (g) Ca (g) P (g) 70 1,22 345 4 2 Tabela 11: Requerimentos por kg de leite com 4,7% de gordura – cabras anglo-nubianas PB (g) EM (Mcal) NDT (g) Ca (g) P (g) 80 1,50 415 6 4 Tabela 12: Requerimentos para cada 0,1% de variação no teor de gordura do leite PB (g) EM (Mcal) NDT (g) Ca (g) P (g) 10 0,30 80 0,5 0,5 Tabela 13: Requerimentos adicionais para gestação tardia CMS (kg/cab./dia) PB (g) PB (%) EM (Mcal) NDT (g) NDT (%) Ca (g) P (g) 0,71 80 11 1,42 395 56 2 1,5 Tabela 14: Requerimentos adicionais para ganho de peso diário (GPD) de 50 g CMS (kg/cab./dia) PB (g) PB (%) EM (Mcal) NDT (g) NDT (%) Ca (g) P (g) 0,18 15 8,5 0,36 100 55,5 1 1 Tabela 15: Requerimentos adicionais para ganho de peso diário (GPD) de 100 g CMS (kg/cab./dia) PB (g) PB (%) EM (Mcal) NDT (g) NDT (%) Ca (g) P (g) 0,36 30 8,5 0,88 200 55,5 1 1 Tabela 16: Requerimentos adicionais para ganho de peso diário (GPD) de 150 g CMS (kg/cab./dia) PB (g) PB (%) EM (Mcal) NDT (g) NDT (%) Ca (g) P (g) 0,54 45 8,5 1,32 300 55,5 2 1,5 Seguindo o mesmo raciocínio da tabela 2 da CODEVASF, a tabela 17 apresenta valores de proteína bruta e quantidade de MS para caprinos de corte e leite em diferentes estágios produtivos. Tabela 17: Exigências de PB e quantidade de MS de caprinos em diferentes estágios Etapa produtiva PB % Quantidade/cab./dia Caprinos de corte Pré-desmame 18 110 – 150 g Pós-desmame 16 230 – 340 g Crescimento/engorda 14 450 g Flushing 14 – 16 450 g – 1,4 kg Gestação (2º e 3º mês) 14 – 16 230 – 450 g Gestação (último mês) 14 – 16 340 – 910 g Lactação (1 cria) 14 – 16 340 – 570 g Lactação (2 crias) 14 – 16 910 g Fêmeas de reposição 16 230 – 450 g Machos adultos 14 < 230 g Caprinos leiteiros Pré-desmame (2-4 meses) 18 Ad libitum Crescimento (4º mês até 6-8 semanas antes do parto) 14 – 16 450 – 680 g Fêmeas secas 14 – 16 450 – 910 g Fêmeas lactantes 14 – 16 330 g/kg de leite Machos adultos 14 – 16 450 – 910 g Fonte: adaptação de PARDO RINCÓN, 2007. pp. 567-568. Concentrações de nutrientes necessárias em rações de caprinos (% da MS) De forma geral, as rações para os caprinos seguem os mesmos padrões das dietas elaboradas e fornecidas para os ovinos. No entanto, sabendo-se que as exigências de ambas as espécies são diferentes, é necessário compreendermos que mesmo uma ração servindo para os ovinos e caprinos, esta pode não fornecer as quantidades desejadas pelos caprinos, ou ainda, a ração poderá conter excesso de nutrientes para este animal e acarretar problemas metabólicos e de eficiência alimentar, além das perdas econômicas uma vez que será adquirida e fornecida uma ração que não irá alcançar seu objetivo. Dito isto, através da literatura acerca da produção, nutrição e alimentação de caprinos de corte e leiteiros, a tabela 18 apresenta os níveis recomendados de rações para os caprinos de acordo com a categoria e estado fisiológico do animal, levando-se em consideração os requerimentos das tabelas 2 a 16 e os níveis de nutrientes de acordo com as grandes fábricas de ração recomendam e formulam as dietas. Tabela 18: Concentrações de nutrientes para rações de caprinos com base na % da MS Mantença CMS 1,5-3% PV - PB 10% - NDT 55% - EM (Mcal/kg) 2,0 - Ca 0,35% MS – P 0,25% MS Mantença CMS 1,8-2,4% PV – PB 7% - NDT 53% - Ca 0,3-0,8% MS – P 0,25-0,40% MS Gestação precoce CMS 2,4-3,0% PV – PB 9-10% - NDT 53% - Ca 0,3-0,9% MS – P 0,2-0,4% MS Gestação tardia CMS 2,4-3,0% PV – PB 13-14% - NDT 53% - Ca 0,3-0,9% MS – P 0,2-0,4% MS Lactação CMS 2,8-4,6% PV – PB 12-17% - NDT 53-66% - Ca 0,3-0,8% MS – P 0,25-0,45% MS Caprinos leiteiros castrados ganhando 100-150 g/diaa CMS 3,3-3,8% PV – PB 12% - NDT 67% - Ca 0,3-0,4% MS – P 0,3-0,35% MS Caprinos de corte castrados ganhando 100-150 g/diaa CMS 3,0-3,4% PV – PB 15-17% - NDT 67% - Ca 0,4% MS – P 0,3% MS Caprinos leiteiros inteiros ganhando 100-150 g/diaa CMS 3,2-3,7% PV – PB 10-15% - NDT 67-86% - Ca 0,4% MS – P 0,3% MS Caprinos de corte inteiros ganhando 100-150 g/diaa CMS 3,3-3,7% PV – PB 15% - NDT 67% - Ca 0,4% MS – P 0,3% MS Cabras gestantes CMS 2,2-2,8% PV – PB 20-24% - NDT 55-65% - Suplemento mineral 3% Cabras em lactação CMS 3,0-5,0% PV – PB 16-24% - NDT 65% - Ca 0,75 g/kg – P 0,3 Creep-feeding para cabritos CMS Ad libtum – PB 12-18% - NDT 80% Caprinos em crescimento CMS 2,5-3,0% PV – PB 14% - NDT 55-70% - Relação Ca:P 2:1 Machos adultos CMS 2,5-3,5% PV – PB 14-16% - NDT 60% - Relação Ca:P 2:1 Reprodutores em serviço CMS 2,5-3,0% PV – PB 10% - NDT 65% Confinamento de caprinos PB 14% - NDT 65% - Ca 0,8 % – P 0,4% Fonte: adaptação de BORGES & GONÇALVES, 2011 e NRC, 2007. A tabela 19 apresenta os valores de energia metabolizável (EM) em MJ/dia e a concentração proteica para formular rações para caprinos. Para transformar MJ em Mcal, saiba que 1 MJ equivale a 0,24 Mcal. Note que as concentrações de energia, proteína e/ou NDT, aportados nas tabelas aqui presentes variam em função das equações de predição ao qual são calculados os requerimentos. Tabela 19: Valores simples para formular rações para ovinos e caprinos em diferentes cenários de produção Estágio produtivo EM (MJ/dia) PB (%) Mantença EMm = 0,12 x PV + 1,5 6 – 8 Rápido crescimento EMm x 2 14 – 16 Gestação (3-4 meses) 1 feto EMm + 3 8 – 10 2 fetos EMm + 4 Gestação (último mês) 1 feto EMm + 4 8 – 10 2 fetos EMm + 8 Lactação (1º mês) 1 cria EMm + 8 12 – 14 2 crias EMm + 12 Fonte: DA SILVA, 2021. Por exemplo, utilizando a tabela 19, calcular a EM requerida em Mcal/dia para cabra Saanen de 60 kg de PV em mantença e depois para a mesma cabra em lactação com 1 cria: Mantença: 0,12 x 60 + 1,5 = 8,7 MJ para Mcal: 8,7 x 0,24 = 2,09 Mcal/dia Lactação: 8,7 + 8 = 16,7 MJ para Mcal: 4 Mcal/dia Note que os valores de produção devem ser adicionados aos de mantença. As exigências minerais dos caprinos, segundo autores, e o nível máximo tolerável na dieta são apresentadas na tabela 20. Tabela 20: Exigências minerais de caprinos MACROMINERAIS CHURCH (2002) (% MS) HART (2011) (% MS) NRC (2005) Nível máximo (% MS) Ca 0,2 – 0,8 0,3 – 0,8 1,5 P 0,2 – 0,4 0,25 – 0,4 0,6 Mg 0,1 – 0,2 0,18 – 0,4 0,6 K 0,5 – 0,8 0,8 – 2,0 2 S 0,15 – 0,25 0,2 – 0,32 0,3 – 0,5 Na 0,09 – 0,18 0,2 4 Cl 0,09 – 0,18 0,2 MICROMINERAIS CHURCH (2002) mg/kg MS HART (2011) mg/kg MS NRC (2005) Nível máximo (mg/kg MS) Co 0,1 – 0,2 0,1 – 10 25 Cu 7 – 11 10 – 80 15 Fe 30 – 50 50 – 1000 500 I 0,1 – 0,8 0,5 – 50 50 Mn 20 – 40 0,1 – 3 2000 Mo 0,5 0,1 – 3 5 Se 0,1 – 0,2 0,1 – 3 5 Zn 20 – 33 40 – 500 300 Energia metabolizável para caprinos A energia metabolizável é a parte da energia bruta que não aparece em fezes, urinas e nos gases produtos da fermentação (principalmente metano). É determinada pela subtração das perdas de energia na urina e gases combustíveis da energia digestível (ED) consumida. É um pouco mais precisa que a ED em termos de estimativa da energia disponível, porém mais caro para determiná-la. Compara-se com a energia proveniente do NDT menos a energia dos gases da fermentação. Determinamos através da fórmula: EM = EB (energia bruta) – (energia perdida em fezes + energia perdida em gases da fermentação + energia perdida na urina) Em muitos cálculos da formulação de dietas para animais de produção é utilizada a energia metabolizável no lugar do NDT. Logo, apresentamos as exigências de energia metabolizável dos caprinos em função do peso e da categoria fisiológica do animal. 1. Mantença (EMm): Pré-desmame (nascimento aos 3 meses de idade): Fêmeas e machos castrados 0,107 Mcal/kg PV0,75 Machos inteiros 0,125 Mcal/kg PV0,75 Crescimento (do desmame aos 18 meses de idade): Fêmeas e machos castrados 0,128 Mcal/kg PV0,75 Machos inteiros 0,149 Mcal/kg PV0,75 Adultos (> 18 meses de idade): Fêmeas e machos castrados 0,120 Mcal/kg PV0,75 Machos inteiros 0,138 Mcal/kg PV0,75 2. Ganho de peso (EMg): Pré-desmame 0,00320 Mcal/kg PV0,75 Crescimento 0,00552 Mcal/kg PV0,75 Adultos 0,00681 Mcal/kg PV0,75 3. Produção de leite (EMl): EMl (Mcal/dia) = (kg de leite x 1,179943) x ((1,4694 + (0,4025 x %gordura))/3,079) 4. Gestação (EMgest): EMgest (Mcal/dia) = (- 15,467 - (1,1439 x PMnasc) + (0,26316 x D) - (0,0021667 x NC) – (0,0010963 x D2) + (0,011772 x PMnasc x D) - (0,98352 x PMnasc x NC) + (0,011735 x PMnasc x D x NC)) x 0,239 Onde: PMnasc = peso médio esperado da cria ou crias ao nascimento em kg; D = dias de gestação e NC = número de crias. As exigências nutricionais dos caprinos servem de alicerce para a elaboração de uma dieta, uma vez que, diante os cálculos, é necessário estimar uma quantidade x de um dado alimento para suprir uma exigência final seja proteica, energética ou qualquer outra. Essas tabelas de exigências dos caprinos servem de base após a caracterização do lote para que deve ser elaborada uma mistura. Por exemplo, um lote de caprinos com 30 kg de peso vivo em mantença, quais são as exigências de cada animal? Basta consultar a tabela 3 deste manual para depois ser levantado os alimentos e a composição destes e começar a elaborar a dieta. Relação volumoso:concentrado (v:c) para caprinos Além do balanceamento dos nutrientes necessários, a relação v:c da dieta depende, basicamente, da qualidade do volumoso e da ração concentrada. Se o volumoso possuir boa qualidade, consequentemente seu valor nutricional será melhor e, para caprinos em mantença por exemplo, pode ser empregado em 100% da ração; por sua vez, se o volumoso possuir péssima qualidade nutricional será necessária a adição de concentrado na dieta diária do animal, não esquecendo de que essa ração concentrada deverá atender os requisitos do animal, logo a ração deverá ser de boa qualidade e balanceada. Além da qualidade do volumoso e/ou concentrado, a relação v:c depende também do objetivo final de criação, isto é, se é necessário engordar os animais em menos tempo para abate, ou em pastagem etc., portanto, também depende da necessidade de ganho de peso diário para os animais, uma vez que a finalidade é um GPD maior é utilizada uma relação concentrada maior que a volumosa. Segundo estudos, a relação volumoso:concentrado influencia diretamente em padrões como consumo de matéria seca, presença de fibras, digestibilidade da matéria seca e nutrientes e atividades de mastigação e ruminação. Segundo esses estudos, uma relação mais próxima de 50:50 aumenta o teor de fibra, aumenta a ingestão de MS e aumenta a digestibilidade da MS, mas diminui a da fibra, e diminuem as atividades físicas da mastigação e o processo de ruminação. O NRC, 2007 sugere as proporções de v:c para caprinos as mesmas dos ovinos, que são divididas em diferentes situações. Exemplos de proporções de volumoso e concentrado na dieta de caprinos PV Kg VOLUMOSO % CONCENTRADO % Mantença 70 100 0 Cabras secas 70 100 0 Últimas 4 semanas de gestação 70 85 15 Últimas 4-6 semanas de lactação 1 cria 70 85 15 Últimas 4 semanas de gestação 70 65 35 Primeiras 6-8 semanas de lactação com 1 cria 70 65 35 Últimas 4-6 semanas de lactação com 2 crias 70 65 35 Primeiras 6-8 semanas de lactação com 2 crias 70 65 35 Cabras secas – primeiras 15 semanas de gestação 55 85 15 Cabras – últimas 4 semanas de gestação 55 70 30 Cabras – últimas 4 semanas de gestação 55 60 40 Cabras – primeiras 6-8 semanas de lactação com 1 cria 55 60 40 Cabras – primeiras 6-8 semanas de lactação com 2 crias 55 50 50 Cabras de reposição 30 65 35 40 65 35 50-70 85 15 Machos para reposição 40 70 30 60 70 30 80-100 70 30 Engorda 30 40 60 40 25 75 50 20 80 Cabritos recém-desmamados até adultos 10 10 90 20 15 85 30 15 85 40-60 15 85 Fonte: DA SILVA, 2021. ALIMENTOS PARA CAPRINOS De forma geral, sabemos que os alimentos dividem-se em dois grupos os alimentos volumosos e os concentrados. Os volumosos são aqueles que possuem carga nutritiva menor e que o animal deve consumir em maior quantidade para suprir suas exigências nutricionais, o teor de proteína desses alimentos é variável, mas, na maior parte, não ultrapassa os 20%; por sua vez, a quantidade de fibra é grande já que esse grupo engloba as forragens, pastagens, fenos, palhas, silagens, raízes, tubérculos etc. Dentro da classificação de alimentos volumosos, ainda encontramos os volumosos “proteicos” que são representados pelas forrageiras leguminosas e algumas gramíneas. Os concentrados, por sua vez, são aqueles com alta carga nutricional e que o animal, mesmo consumindo poucas quantidades (em torno de 1 kg), supre todas suas exigências nutricionais; estes são divididos em alimentos que fornecem mais energia do que proteína (energéticos) como o milho, e nos que fornecem mais proteína que energia (proteicos) como o farelo de soja. Existem uma série de alimentos que podem ser utilizados na alimentação dos caprinos. Existem ainda, os alimentos provenientes da caatinga com alto potencial para a alimentação dos caprinos; a composição proteica desses alimentos e a parte comestível que pode ser fornecida aos caprinos é apresentada na tabela 21. Como a maioria dos caprinos são criados em regiões onde há escassez alimentar e baixas oportunidades de fornecimento de ração concentrada, há os alimentos não usuais que possuem enorme capacidade para manter os animais ou para que continuem produzindo em períodos de seca, por exemplo. Na região semiárida do Brasil, os alimentos não-convencionais mais comumente utilizados são cactáceas como coroa de frade, mandacaru e a palma; e outros como algaroba, faveira, moringa, umbu, maniçoba, leucena, aveloz etc. Uma das melhores alternativas alimentares em épocas de escassez é a produção e o fornecimento de fenos de gramíneas locais, silagem de sorgo e girassol. Tabela 21: Forragens nativas do nordeste brasileiro usadas como alimento Fonte: CODEVASF, 2011. A composição bromatológica dos ingredientes utilizados na alimentação dos caprinos, que é indispensável para a elaboração de dietas que supram os requisitos é apresentada na tabela 22. Tabela 22: Composição bromatológica dos alimentos utilizados na alimentação de caprinos Alimento MS% PB% EE% EM (Mcal/kg) NDT% Ca% P% Concentrados energéticos Algaroba farelo integral 85 8,6 0,54 - - 0,31 0,14 Arroz farelo desengordurado 88,2 16,8 1,66 2,1 24,9 0,09 1,8 Arroz farelo desfinitizado 90,8 18 1,65 - - 0,31 2,04 Arroz farelo integral 88,9 13,4 16,4 3,3 87,5 0,11 1,73 Arroz farelo parboilizado 91,2 16,2 24,25 - - - 0,09 Arroz grão c/casca 89,1 8,2 3,9 2,0 56,1 0,09 0,08 Continuação MS% PB% EE% EM (Mcal/kg) NDT% Ca% P% Arroz grão s/casca 86,2 8,5 1,2 - - 0,04 0,16 Aveia grão 90,4 14,6 3,8 3,2 83,3 0,13 0,35 Batata 29,1 3,1 0,3 3,1 84,6 0,33 0,08 Batata doce - 6 0,6 - - 0,05 0,11 Beterraba 14 2 0,4 - - 0,18 0,12 Cacau farelo 88,8 15,9 4,5 2,4 64,5 0,74 0,5 Centeio grão 88,4 18,1 1,9 - - 0,68 0,42 Cevada grão 89,9 12,4 1,5 2,8 76,8 0,05 0,37 Dendê torta 91 15,4 9,3 3,1 82,3 0,2 0,75 Faveira vagem 77,3 11,2 1,25 - 72,5 - - Mandioca raspa 87,7 2,8 0,5 3,0 82,2 0,21 0,07 Milheto grão 88,1 12,1 3,2 - - - - Milho grão/fubá 88 9 4 3,3 87,7 0,03 0,26 MDPS 87,9 7,1 3,15 2,8 75,9 0,04 0,22 Milho espiga silagem 55,2 8,1 3,7 3,2 85,9 0,05 0,27 Milho gérmen farelo 89,9 11 22,9 3,9 103,8 0,03 0,42 Milho grão reidratado silagem 65,8 9,3 4,7 3,75 99,6 - - Milho silagem grão úmido 66,7 9,2 4,6 3,3 88,2 0,03 0,25 Polpa cítrica 88,4 6,9 3,1 2,9 78,3 1,8 0,13 Soja casca 90,1 12,6 2,2 2,7 72,5 0,52 0,16 Sorgo grão 88 9,3 2,9 3,1 84,4 0,07 0,29 Sorgo grão reidratado silagem 65,3 9,15 3,4 3,0 79,9 - - Trigo farelo 87,6 16,7 3,6 2,95 77,3 0,17 1,01 Trigo grão 89,1 14,2 1,45 - - - - Concentrados proteicos Algodão caroço 90,6 23,1 19,2 3,45 88,2 0,27 0,75 Algodão farelo 28 89,8 28 2,0 2,8 68,1 0,26 0,77 Algodão farelo 38 89,7 38 1,5 2,7 65,6 0,24 0,97 Algodão farelo 42 90,5 42 1,6 3,0 69,8 0,22 0,96 Algodão torta 90,4 29,6 9,5 3,0 75,6 0,28 0,58 Continuação MS% PB% EE% EM (Mcal/kg) NDT% Ca% P% Amendoim farelo 89,4 56 1,3 3,9 89,5 0,18 0,62 Amiréia 90,6 200 5,0 - 22 0,12 0,08 Babaçu farelo 90 20,6 1,6 2,75 71,9 0,13 0,36 Babaçu torta 90,8 19,3 8,0 3,0 78 0,15 0,69 Crambe farelo 89,1 35,9 1,2 3,1 73,9 0,29 0,47 Canola farelo 89,4 40,1 2,5 3,5 83,4 0,62 0,82 Colza farelo 91,2 40 5,2 - - 0,65 1,34 Colza grão 93,3 23,6 43,7 - - 0,24 0,81 Farinha de ostras 95,7 33,7 - - - 36,2 5,3 Fava grão 87,1 22,2 0,9 2,6 - 0,12 0,53 Feijão moído 89,6 24,2 1,5 3,2 80,8 0,54 0,43 Guandu grão 88,5 21,1 0,8 2,5 - 0,1 0,32 Guandu grão tostado 89,3 20,3 0,8 2,5 - 0,1 0,31 Girassol farelo 90,2 31,4 1,9 2,9 71,1 0,3 0,9 Linhaça integral 90 21 34 - - 0,25 0,5 Linhaça torta - 32 3,5 - 75 0,4 0,8 Linhaça farelo 92 34 1,0 - - 0,6 0,6 Mamona farelo 89,6 38 2,7 2,95 70,9 0,7 0,77 Mamona farelo detoxificado 89,2 38,1 1,5 2,9 69,3 1,46 0,65 Mamona torta 89,2 31,8 7,0 3,3 81,6 0,72 0,84 Mamona torta detoxificada 86,3 34 5,5 3,0 73,9 2,14 0,8 Milho glúten 60 90,6 60 2,8 3,8 83,9 0,05 0,44 Milho glúten farelo 21 88,8 21 2,8 3,0 76,7 0,16 0,7 Nabo forrageiro torta 91,9 37,3 18,1 3,7 91,2 0,36 1,71 Milho (DDGS) 91,2 31,8 8,2 - 89 0,05 0,86 Resíduo de cervejaria 22,3 25,6 6,3 3,6 92,2 0,33 0,78 Milho – (DDG) 87,5 23,6 12,7 3,4 86,2 0,05 0,32 Milho (WDG) 31,8 32 6,7 - 93 0,05 0,35 Soja farelo 87 45 2,0 3,4 73 0,3 0,61 Soja farelo extrusado 96,7 41 10,6 3,7 89,7 0,07 0,57 Soja grão 92,8 37 18,8 4,1 87 0,25 0,58 Continuação MS% PB% EE% EM (Mcal/kg) NDT% Ca% P% Soja grão tostado 91,7 39,1 21 3,9 94,2 0,25 0,49 Ureia 97,9 280 - - - - - Coprodutos e/ou subprodutos Arroz palha 89 4,4 - - - - - Abacaxi desidratado 87,1 8,8 1,5 2,1 58,8 0,41 0,18 Acerola subproduto 84,2 11,7 2,4 1,85 51,2 0,41 0,18 Aveia palha 88,8 4,6 2,3 - - - - Batata doce folha - 26,8 - - - - - Batata doce rama 17,4 11,5 2,3 2,4 66,8 1,44 0,32 Cana-de-açúcar bagaço 91 2,0 0,69 1,7 46,6 0,21 0,07 Café casca 84,8 10,1 1,6 1,8 49,7 0,33 0,13 Capim elefante colmo 22 5,8 - 2,0 55,9 - - Caju subproduto suco 88,7 13,9 3,1 - 47,2 0,43 0,1 Maça bagaço 9,9 9,8 - - - - - Mandioca casca 88,6 4,5 1,15 2,7 74,5 0,48 0,06 Maracujá subproduto 85,8 11,9 2,4 1,85 50,8 0,53 0,13 Trigo palha 90 3,9 - - - - - Uva bagaço 35,2 15,9 - - - - - Forragens secas Alfafa feno 85,8 18,7 2,0 2,1 66,4 1,17 0,33 Alfafa feno peletizado 90 25 - - - - - Aveia feno 90 10 2,3 2,0 54 0,4 0,27 Aveia preta feno 87,7 9,9 1,75 - - - - Azevém feno 93 13,5 1,4 - - - - Brachiaria B. feno 88 4,2 1,2 1,9 54 0,33 0,11 Brachiaria D. feno 89 7 1,35 1,9 54,5 0,27 0,14 Cevada feno 90 9 2,1 2,1 57 0,3 0,28 Coast-cross feno 87 10,5 1,75 1,9 53 0,27 0,38 Capim elefante feno 87,3 6 1,8 1,8 52 0,24 0,18 Capim gordura feno 90,7 4,5 2,2 1,5 45 - - Continuação MS% PB% EE% EM (Mcal/kg) NDT% Ca% P% Capim jaraguá feno 90 6,5 - - 53 0,47 0,12 Capim tifton 85 feno 88 9,9 1,45 2,2 57,7 0,33 0,27 Jureminha feno 88 15,9 2,0 1,9 51,7 - - Maniçoba feno 86 12 4,2 2,1 56,2 - - Trevo feno 89 16 2,2 2,1 57 1,73 0,24 Trigo feno 90 9 2,0 2,1 57 0,21 0,22 Triticale feno 90 10 - 2,0 56 0,3 0,26 Silagens (pré-secado) Alfafa silagem 30 18 3,0 2,0 55 1,4 0,29 Arroz silagem planta 37 8,5 - - - - - Aveia preta silagem 23,4 11 2,9 - - - - Aveia silagem 35 12 3,2 2,2 60 0,34 0,3 Azevém silagem 22,4 10,6 1,9 - - - - Cana-de-açúcar silagem 25,7 3,5 1,7 1,9 54,8 0,3 0,05 Cana silagem 0-0,5% CAO 28,9 2,8 1,1 2,2 62 - - Cana silagem 0,5% ureia 28,6 10 - - - - - Cana silagem 1% ureia 31 15 - - - - - Cana silagem 1,5% ureia 29 18 - - - - - Capim-colonião silagem 32 6,6 2,6 1,5 47,3 - - Capim-colonião silagem 2% melaço 26 2,3 1,2 1,5 54 - - Capim elefante silagem 27,5 5,5 2,2 1,7 50 0,31 0,2 Capim elefante silagem 1,5% melaço 23,7 1,5 0,9 0,25 13,3 - - Capim elefante silagem 3% melaço 19,2 1,1 0,8 0,2 11 - - Capim elefante silagem 4% melaço 18,8 1,1 0,7 0,2 10,3 - - Capim elefante silagem 7,5% melaço 19,3 1 0,7 - 11 - - Capim jaraguá silagem 32,2 1,4 0,9 - 15,4 - - Capim mombaça silagem 24,4 7,4 1,7 1,7 49,4 0,44 0,12 Cevada silagem 30 18 3,0 2,0 55 1,4 0,29 Estilosantes silagem 29,3 11,8 1,8 1,8 49 - - Continuação MS% PB% EE% EM (Mcal/kg) NDT% Ca% P% Girassol silagem 24,7 9,6 12,4 2,0 56,1 1,02 0,24 Mandioca silagem raiz 40,4 1,2 0,2 1,4 - 0,09 0,04 Milho silagem 31,1 7,2 2,9 2,3 63,8 0,28 0,19 Milheto silagem 19 15 3,8 2,3 62,7 - - Milho silagem sem espiga 21,3 6,4 1,4 1,9 53,6 - - Soja silagem 25,8 17,8 9,5 2,3 60 - - Sorgo silagem 32 9 2,7 2,1 59 0,48 0,21 Sorgo forrageiro silagem 28,1 6,3 3,4 2,3 63,9 0,14 0,14 Sorgo silagem com tanino 27,6 7,1 2,1 2,2 61,7 - - Sorgo silagem sem tanino 28 7,4 2,2 2,2 61 - - Triticale silagem 26,3 14 1,4 2,1 58 0,66 0,4 Trigo silagem 33 12 3,2 2,1 59 0,4 0,28 Forragens verdes Amendoim forrageiro 22,8 18,4 1,9 2,1 54,5 2,1 0,22 Cana-de-açúcar 28,9 2,8 1,5 2,3 64,5 0,24 0,08 Capim-angola 92 4,2 - - 42,6 0,1 0,19 Capim braquiária brizantha 34 6,9 2,0 1,8 52 0,31 0,11 Capim bb (46-60 dias) 20,8 9,5 4,0 2,0 55,7 0,71 0,47 Capim bb (61-90 dias) 24,9 6,5 4,0 2,1 58 0,46 0,38 Capim bb (91-120 dias) 27,7 4,8 1,2 1,9 54 0,58 0,17 Capim braquiária marandu 33,2 7,7 2,0 1,8 51,5 0,28 0,09 Capim bm (61-90 dias) 37,8 5,5 1,8 1,8 53 0,08 0,05 Capim braq. marandu outono 31 11,8 1,4 2,0 55 - - Capim bm primavera 27 11,3 2,0 2,1 58,7 - - Capim bm verão 29 12,3 1,8 2,0 54 - - Capim bb MG4 23 9,2 1,9 1,9 52,6 - - Capim bb MG4 (61-90 dias) 29 6,4 1,5 1,9 53 - - Capim bb piatã (61-90 dias) 34 4,7 1,7 1,9 55,8 - - Capim bb xaraés 23 9,3 1,5 2,0 56 0,6 0,09 Capim braquiária decumbens 28,5 6,7 1,8 1,8 51,5 0,4 0,1 Capim bd (61-90 dias) 27,8 7,2 2,1 1,7 49,3 0,3 0,19 Continuação MS% PB% EE% EM (Mcal/kg) NDT% Ca% P% Capim bb (91-120 dias) 30 5,7 2,1 1,9 55,2 0,3 0,2 Capim bd (121-150 dias) 43,7 5,1 2,1 2,0 56,7 0,72 0,28 Capim braquiária humidícola 28 7,4 2,5 1,9 54,8 0,38 0,12 Capim buffel (61-90 dias) 34,6 7,8 1,8 1,8 52,3 - - Capim coast cross 32,6 12,2 2,5 - 65,4 0,46 0,16 Capim colonião outono 29,4 14,7 1,3 - - - - Capim colonião primavera 23,4 14,6 1,6 - - - - Capim colonião verão 26,7 16,5 2,6 - - - - Capim elefante 21,7 7 2,3 1,7 50 0,36 0,23 Capim elefante pastejo 24,5 3,3 0,8 0,3 15,7 - - Capim gordura 28 6,9 1,3 2,1 58 0,24 0,07 Capim gordura pastejo 24,8 1,7 0,8 - 8,5 - - Capim jaraguá 29,7 2,7 0,8 - 16,3 - - Capim massai (61-90 dias) 29,5 8 2,1 1,8 51,6 - - Capim mombaça 27 11 1,7 1,9 53 0,74 0,19 Capim mombaça (61-90 dias) 26,8 8,3 1,4 1,8 52 - 0,11 Capim setária (61-90 dias) 21,7 9 1,4 1,9 53,7 - - Capim sudão 19 12,9 2,9 2,0 55 - - Capim tanzânia 23,4 9,5 2,4 1,8 51 0,59 0,14 Capim tanzânia (61-90 dias) 31 5,6 1,7 1,8 53 - - Capim tifton 68 23 13,4 2,9 - - - 0,08 Capim tifton 85 27 12,9 2,0 1,4 39,5 0,54 0,5 Capim-de-rhodes 89 9,6 3,2 - 56,6 - - Crotalária 88,6 15,9 2,7 - 48,9 - - Cunhã 29 16,6 5,1 2,6 69,5 - 0,18 Galáxia 90 13,8 3,6 - 53,5 - - Gliricídia 22 17 5,4 2,2 59 - - Leucena 32 21,2 3,9 2,7 69 0,86 0,18 Maniçoba 24,8 19,4 7,1 2,5 65,3 - 0,18 Milheto 20 12,2 3,1 2,2 60 0,72 0,26 Mororó 47,4 11,3 3,8 2,3 62 - - Continuação MS% PB% EE% EM (Mcal/kg) NDT% Ca% P% Palma miúda 11,3 4,1 2,6 2,3 64,2 3,84 0,22 Sabiá 43,6 12 4,3 2,3 62,2 - - Sorgo forrageiro 24 6,9 3,0 1,8 51,6 0,13 0,13 Forragens verdes e cultivadas Alfafa 25 22 2,7 - 65 1,64 0,23 Aveia branca 90 15 - - - - - Aveia preta 21 8 1,6 2,2 61,5 0,31 0,25 Aveia + Azevém (cultivada) 19 19 4,8 - - - - Azevém 15 15 3,6 - 68 0,43 0,28 Azevém pré-florescimento 17,5 15 1,7 2,4 66,6 0,42 0,3 Azevém início floresc. 22,4 12 1,5 2,3 63 0,45 0,27 Cana-de-açúcar caule 26 2,9 3,2 - - - - Cana-de-açúcar caule+folhas 24 7 3,0 2,3 63,5 0,23 0,21 Centeio 25 13 1,5 2,2 60 0,26 0,29 Cornichão 21 18 2,0 2,3 63 0,92 0,27 Festuca 24 8,5 1,8 2,3 64 0,32 0,3 Trevo branco 16 19 2,1 2,4 64 1,1 0,37 Amendoim branco 36,6 16,8 2,4 2,4 67 1,23 0,18 Braquiarão - 9 1,7 2,3 57 0,3 0,17 Capim colonião (20-60 dias) - 11-5 - - 61-47 0,45¹ 0,24² Capim pangola 35 7,5 - - 55 - - Guandu (40->90 dias) - 21-13 - - - - - Fontes alternativas (Nordeste) Coroa de frade 11 8 3,5 2,5 - 2,06 0,17 Facheiro 10,5 7,5 2,4 2,5 - 5,03 0,12 Mandacaru 14,5 3,5 1,8 2,5 - 3,06 0,07 Palma gigante 12 5 1,9 2,5 - 2,35 0,13 Xique-xique 13 6 1,3 1,7 48,3 3,12 0,07 Cana-de-açúcar caldo 23 0,3 - 2,0 - 0,01 0,02 Cana-de-açúcar levedura 89 35 1,9 2,0 - 0,48 0,73 Continuação MS% PB% EE% EM (Mcal/kg) NDT% Ca% P% Coco farelo 91 24 9,0 3,0 - 0,29 0,51 Capim buffel feno 87 4,5 1,2 1,2 - 0,21 0,06 Capim tifton feno 91 8,5 1,6 1,75 53 0,49 0,14 Cunhã feno 90,5 18 2,7 3,0 - 0,43 0,18 Erva-sal feno 89 9 1,6 - - 0,77 0,04 Feijão bravo feno 80 11,5 3,3 3,0 51 - - Flor de seda feno 75 14 6 1,9 - 2,6 0,22 Guandu feno - 14 2,7 - - - 0,11 Leucena feno 91 21 3,2 2,8 55 1,18 0,29 Mata-pasto feno 89 9,5 - - - 1,75 0,12 Sorgo forrageiro feno 90,8 4,2 - 2,0 - 0,4 0,22 Canafístula 40,8 12,9 4,6 2,0 54 - - Capim elefante roxo 20 8,5 3,5 - - 0,42 0,41 Géria 88 16 1,0 - - 1,17 0,21 Feijão dos arrozais 24 17 5,0 2,7 69 2,6 0,04 Glicirídia casca - 13 0,9 - - 2,06 0,18 Glicirídia caule - 5,6 0,4 - - 0,44 0,07 Glicirídia folha - 22,7 2,0 - - 2,44 0,18 Guandu parte aérea 35 19 5,0 - - 0,89 0,12 Jurema preta 35 12 9,0 - - 0,67 0,25 Leucena caule 49,4 7,5 2,1 - - 0,56 0,69 Leucena folha 35,5 24 2,2 - - 2,18 0,2 Mandioca folha 45 22 5,5 2,5 - 0,91 0,23 Siratro 25 16 2,7 - - 1,02 0,16 Umbuzeiro folha 15 15 8,6 - - 1,29 0,22 Mandioca parte aérea silagem 12,3 18 3,6 2,0 53 1,21 0,14 Caju castanha 97,5 21,9 40,1 5,5 128,9 - - Caju castanha farelo amêndoa 95 23,5 47 3,5 - 0,6 0,25 Caju farelo pseudofruto 89,5 14,8 6,0 - 75 0,06 0,04 Coco amêndoa farelo 96 25 21,7 2,7 - 0,31 0,26 Goiaba subproduto 55 8 4,7 - 35,7 0,15 0,36 Continuação MS% PB% EE% EM (Mcal/kg) NDT% Ca% P% Mandioca bagaço 87,6 2 0,6 - 65 0,14 1,8 Maracujá subproduto 92 11 0,7 1,8 52 0,42 0,22 Melão subproduto 92 14 2,1 0,95 37 0,56 0,8 Milho palha 92,3 5,1 0,4 2,5 54 0,15 0,13 Fontes de minerais Calcário 100% MS – 38% Ca e 1% Mg Calcário calcítico 100% MS – 33,6% Ca Calcário dolomítico 92% MS – 20,3% Ca e 9,6% Mg Cloreto de potássio 100% MS – 39,6% K Flor de enxofre 100% MS – 96% S Fosfato bicálcico 100% MS – 23% Ca – 18% P – 1% Mg – 0,08% K e 0,13% Na Fosfato tricálcico 99,6% MS – 40,2% Ca e 16% P Iodato de potássio 100% MS – 59,3% I Óxido de magnésio 98% MS – 0,58% Ca – 53,8% Mg e 0,03% Na Sal comum 99% MS – 39,5% Na – 2,7% Mn e 9,9% Zn – 1,3% Cu Selenito de sódio 100% MS – 45,6% Se Sulfato de cobalto 100% MS – 20% Co Sulfato de cobre 100% MS – 25,4% Cu Sulfato de manganês 100% MS – 32,5% Mn Sulfato de zinco 100% MS – 35% Zn Fontes proteicas de origem animal³ Proibidos na alimentação de ruminantes dada a IN MAPA – 8/2004 Art. 1º Fonte: DA SILVA, 2021. Na formulação de ração para os animais de produção, é importante levar em consideração que dos mais variados alimentos citados supra, e de tantos outros usados na alimentação e que não são usuais, existem perigos dado os fatores antinutricionais presentes nestes. Por exemplo, os taninos presentes no sorgo, as aflatoxinas presentes no farelo de amendoim, a sojina presente no farelo de soja, o efeito laxativo do farelo de trigo etc. Logo, quando se deseja formular uma dieta, é necessário obedecer às recomendações e nível de uso do ingrediente em quantidade ou porcentagem na ração. A tabela 23 mostra os níveis recomendados dos principais ingredientes para rações de caprinos. Tabela 23: Níveis recomendados de ingredientes para rações de caprinos Ingrediente Quantidade Milho 70% ou mais (depende) Farelo de soja Sem restrição de uso Grão de sorgo Substitui 100% do milho Farelo de trigo 10 – 40% Farelo de arroz Até 20% Farelo de arroz desengordurado 10 – 30% Farelo de amendoim 100 – 400 g/cab./dia Farelo de algodão Até 40% (não recomendável para reprodutores) Casca de amendoim 5% Aveia 70% Centeio moído 40% Polpa seca de cevada 40% Farelo de linhaça 15% Fubá de milho 50% Proteinoso de milho 25% Glúten de milho 10 – 25% Sabugo de milho desintegrado 5% Caroço de algodão 25% Farelo de girassol 30% Ureia 2% Casca de algodão 40% Casca de arroz 15% Torta de girassol Até 30% Torta de colza Até 20% Torta de linhaça Até 20% Torta de mamona 5 – 10% Torta de gergelim Até 30% Raiz fresca mandioca 1 – 2% do PV Polpa cítrica Até 30% Melaço de cana 150 – 230 g/cab./dia Melaço de cana em pó Até 5% Farelo de coco Até 30% Feijão Até 15% Gergelim Até 30% Girassol 20 – 30% Ureia 50 g/100 kg PV Bananeira Até 20% Farelo de cacau Até 30% Farelo de café Até 20% Bagaço de cana Até 30% Cana-de-açúcar picada fresca 1 – 2 kg/cab./dia Centeio 40 – 40% Cevada 40 – 60% Semente de girassol 400 – 500 g/cab./dia Torta de girassol 200 – 300 g/cab./dia Farelo integral de mandioca Até 50% Farelinho de trigo 150 g/cab./dia Grão de trigo Até 50% Fonte: DA SILVA, 2021; NUNES, 1998 e TEIXEIRA, 1998. Além dos alimentos convencionais ou não acima citados, existem os alimentos chamados de subprodutos que possuem alto potencial nutricional para a alimentação animal. A tabela 24 apresenta a composição de subprodutos da agricultura com alto potencial para serem utilizados na formulação de ração como ingrediente e/ou suplemento. Tabela 24: Composição de subprodutos e alimentos não usuais para rações de caprinos Alimento MS (%) PB (%) NDT (%) EE (%) FB (%) Ca (%) P (%) Abacate, farelo desengordurado 91 20,3 50 1,2 19,3 - - Abacate, casca 24 6,9 90 34,9 24,5 0,11 0,18 Continuação MS (%) PB (%) NDT (%) EE (%) FB (%) Ca (%) P (%) Abacate, semente 41 4,9 90 3,8 5,9 0,04 0,20 Abacaxi 14,7 2,7 80,1 1,4 2,7 0,14 0,07 Abacaxi, bagaço 87 4,6 68 1,5 20,9 0,27 0,13 Abacaxi, coroa 16 10 42,8 3,1 23,1 - - Abacaxi, cortado verde 18 7,8 56 2,2 27 0,28 0,08 Arroz, casca 92 3,3 12 0,8 42,9 0,10 0,08 Banana, polpa fruto 24 4,5 84 0,8 2,1 0,03 0,11 Batata, farelo tubérculo 89 8,4 90 0,4 7,3 0,16 0,25 Batata, tubérculo fresco 23 9,5 81 0,4 2,4 0,04 0,24 Batata, silagem tubérculo 25 7,6 82 0,4 4 0,04 0,23 Batata-doce, planta 20 19,5 49,4 2,5 14,5 - - Batata-doce, tubérculo 31 5 80 1,3 6 0,09 0,13 Batata-doce, farelo tubérculo 90 5,4 80 1 3,7 0,17 0,16 Beterraba-forrageira 13,8 11,3 79,2 0,6 7,5 0,22 0,22 Cenoura 12 9,9 84 1,4 9,1 0,4 0,35 Cenoura, planta 16 13,1 74 3,8 18,1 1,94 0,19 Cenoura, polpa 14 6,4 62,8 7,8 18,6 - - Cevada, palha 91 4,3 49 1,9 42 0,3 0,07 Laranja, silagem do bagaço 11,3 8,8 65 2,2 17,7 - - Limão, bagaço 93 6,9 77 1,5 15,9 - - Ervilha, feno da planta 88 13,6 58 2,5 30,2 1,39 0,28 Ervilha, silagem da rama 25 13,1 57 3,3 29,8 1,31 0,24 Ervilha, farelo da vagem 90 19,7 84 1,6 26,3 - - Feijão, palha 90 6,8 51 1,5 44,5 1,85 0,14 Feijão, farelo da palha 92,1 7,7 44,1 1,5 39,6 - - Gergelim, torta da semente 94,7 38 88,8 26 4 - - Maça, bagaço 89 4,9 69 5,1 17 0,13 0,12 Maça, silagem do bagaço 21,4 7,8 74 6,3 20,6 0,1 0,1 Maça, fruto 17 2,8 70 2,2 7,3 0,06 0,06 Melão 4,1 11,5 70,7 3,3 23 - - Melão, torta 6,1 11,5 74,6 3,3 23 - - Continuação MS (%) PB (%) NDT (%) EE (%) FB (%) Ca (%) P (%) Pera 17,3 - 86,7 - - - - Pera, bagaço 91,5 6,1 70,6 2,1 23,8 2,38 0,12 Pêssego 10 8,7 80 3,7 10,3 - - Repolho 9,5 25,3 85,3 4,2 15,8 0,64 0,35 Repolho, folhas 14,8 14,4 66,7 2,5 14,3 0,63 0,21 Romã, bagaço 26 8,4 68,4 4,9 16,6 - - Soja, palha 88 5,2 44 1,4 44 1,59 0,06 Tomate, bagaço 92 23,5 58 10,3 26,4 0,43 0,60 Tomate, silagem do bagaço 29,5 19,2 63,9 14,6 44,9 0,5 0,47 Tomate, fruto 6 16,4 69 5 9,1 0,16 0,49 Uva, bagaço 91 13 33 7,9 31,9 0,61 0,06 Uva, farelo 90 30,2 - - - - - Fonte: NUNES, 1998. FORMULAÇÃO DE RAÇÃO PARA CAPRINOS A formulação de dietas para caprinos de corte ou leiteiros é análoga ao esquema de formulação para os demais ruminantes. Sempre é necessário categorizar os animais para determinar situações como peso vivo do animal, estado fisiológico, isto é, se está produzindo ou não, idade etc.; posteriormente, faz-se necessário a busca pelas exigências nutricionais dos animais mediante a literatura, seja através das publicações do NRC, AFRC ou CSIRO, caso o lote possua peso diferente das tabelas, por exemplo média de 27 kg de PV, basta utilizar as equações de predição para determinar as exigências de MS, PB, NDT ou EM, Ca e P; encontrada as exigências dos caprinos é necessário a avaliação de quais são os ingredientes disponíveis na propriedade e sua composição nutricional para ser utilizado de métodos matemáticos ou programações de computador para balancear as quantidades de cada um para que possam suprir a exigência do animal. Aqui, apresentarei situações de formulação práticas, que o profissional poderá se deparar no cotidiano profissional, dos quais os animais serão alimentados com o uso do creep-feeding; e animais em mantença, confinados para o ganho de peso, sob pastejo, gestantes e, por fim, em lactação. Para a determinação das exigências dos animais utilizarei os valores aqui descritos que foram compilados do NRC, 2007 e NUNES, 1998 descritos nas tabelas do capítulo 1. Para os alimentos serão usados os valores aqui presentes e compilados de diversos autores e descritos na tabela 20 do capítulo 2. A abordagem matemática utilizada para formular as dietas serão explicadas pelos métodos de formulação do quadrado de Pearson simples, que balanceia apenas um nutriente, ou duplo, que balanceia mais de um nutriente; pelo método algébrico com duas equações e dois ingredientes, ou três equações e três ou mais ingredientes, do qual esse método é capaz de sempre balancear dois ou três nutrientes, sendo os usados a PB e NDT. Os cálculos serão explicados de forma didática visando a facilidade para todos. EXEMPLO 1: formular dieta para uso em creep-feeding, para lote de cabritos com média de 10 kg PV e CMS à vontade. A ração deverá conter 20% PB e 80% de NDT. Os alimentos disponíveis são fubá de milho, raspa de mandioca e farelo de soja. Deixar 2% para suplemento mineral e sal. Determine o aporte mineral da dieta final. 1º passo: determinação da composição dos alimentos: Ingrediente MS % PB % NDT % Ca % P % Fubá de milho 91 10 86 0,02 0,29 Raspa de mandioca 88 3 69 0,15 0,80 Farelo de soja 89 47 81 0,25 0,65 2º passo: montar o sistema com 3 equações e 3 incógnitas onde x é milho, y raspa de mandioca e z farelo de soja: Equação MS: x + y + z = 98 Equação PB: 0,1x + 0,03y + 0,47z = 20 Equação NDT: 0,86x + 0,69y + 0,81z = 80 3º passo: resolvendo o sistema, vamos obter: x +y +z = 98 0,1x +0,03y +0,47z = 20 0,86x +0,69y +0,81z = 80 x +y +z = 98 0,1x +0,03y +0,47z = 20 0,432y -3,232z = -92 (-8,6 foi adicionada a linha 3) x +y +z = 98 -0,07y +0,37z = 10,2 0,432y -3,232z = -92 ( -0,1 foi adicionada a linha 2) x +y +z = 98 -0,07y +0,37z = 10,2 -0,949z = -29,051 (6,171 foi adicionada a linha 3) x + y +z = 98 y -5,286z = -145,714 -0,949z = -29,051 (a 2ª linha foi dividida -0,07) x +y +z = 98 y -5,286z = -145,714 z = 30,627 (a 3ª linha foi dividida -0,949) 3ª linha: z = 30,6 2ª linha: y -5,286z = -145,714 Use as variáveis já calculadas: y -5,286⋅30,627 = -145,714 Resolva y: y = 16,2 1ª linha: x +y +z = 98 Use as variáveis já calculadas: x +⋅16,169 +⋅30,627 = 98 Resolva x: x = 51,2 4º passo: verificação da ração: Ingrediente MS kg PB kg NDT kg Ca g P g Fubá de milho 51,2 5,1 44 10,2 148,5 Raspa de mandioca 16,2 0,5 11,2 24,3 129,6 Farelo de soja 30,6 14,4 24,8 76,5 198,9 TOTAL 98 20 80 111 477 Exigência 98 20 80 - - DÉFICE - - - - - 5º passo: a relação Ca:P é de 0,23:1, como para ruminantes o ideal é entre 1:1 e 2:1, é necessário a adição de uma fonte de Ca para aumentar a quantidade do mesmo na ração e aumentar a relação. Usando 2 kg (ER de 2%) de calcário, teremos: 1 kg calc. ---------- 0,38 kg Ca 2 kg calc. ---------- x kg Ca X = 0,76 kg de Ca. O total de Ca na ração será 871 g. E a relação agora será de 1,8:1, ideal. 6º passo: composição final da ração para creep-feeding para cabritos: Ingrediente MS kg MN kg % final MN PB kg NDT kg Ca g P g Fubá de milho 51,2 56,3 50,6 5,1 44 10,2 148,5 Raspa de mandioca 16,2 18,4 16,6 0,5 11,2 24,3 129,6 Farelo de soja 30,6 34,4 31 14,4 24,8 76,5 198,9 Calcário 2 2 1,8 - - 760 - TOTAL 100 111,1 100 20 80 871 477 Exigência 100 - 100 20 80 - - DÉFICE - - - - - - - 7º passo: segundo o NRC, o CMS de um cabrito com essas características é de 0,3 kg/dia. Então a ração deverá ser composta por: Ingrediente CMS g MS g MN g PB g NDT g Fubá de milho 300 153,6 168,8 15,4 132,1 Raspa de mandioca 48,6 55,2 1,5 33,5 Farelo de soja 91,8 103,1 43,2 74,4 Calcário 6 6 - - TOTAL 300 300 333,1 60 240 As 60 g da PB equivalem aos 20% e os 240 g de NDT equivalem a 80%. Por fim, para uma boa ração de uso em creep-feeding para cabritos com 10 kg PV, são necessários 170 g de milho moído, 60 g de raspa de mandioca, 110 g de farelo de soja e 6 g de calcário. EXEMPLO 2: você foi convidado para trabalhar em uma fazenda que produz leite de cabras da raça Saanen, a média da produção leiteira é de 5 kg/dia com um teor de 3,5% de gordura. Forneça ração volumosa em até 20% da MS total. Os alimentos disponíveis para a ração volumosa são silagem de milho e feno de braquiária; para a mistura concentrada são milho moído, ureia e farelo de soja. Dados o CMS é de 3 kg/dia e o peso médio do lote de 50 kg. 1º passo: determinação das exigências nutricionais da cabra: Exigência CMS kg PB kg NDT kg Ca g P g (1) Mantença 3,0 0,075 0,530 3 2,1 Prod./kg 0,068 0,342 4 1,5 (2) Prod./kg x 5 0,340 1,71 20 7,5 (1 + 2) TOTAL 3,0 0,415 2,24 23 9,6 TOTAL % 100 13,8 74,7 0,77 0,32 2º passo: composição dos alimentos disponíveis: Ingrediente MS % PB % NDT % Ca % P % Silagem de milho 27 8 65 0,52 0,16 Feno de braquiária 89 8 60 0,23 0,10 Milho moído 90 9 86 0,02 0,29 Ureia 100 280 - - - Farelo de soja 90 45 84 0,29 0,65 3º passo: como 600 g (20% CMS) deverá ser aportada pela ração volumosa, vamos fornecer 300 g MS de ambos os volumosos. Teremos, então: Volumosos MS kg PB kg NDT kg Ca g P g Silagem 0,3 0,024 0,195 1,6 0,5 Feno 0,3 0,024 0,180 0,7 0,3 TOTAL 0,6 0,048 0,375 2,3 0,8 Exigência 3,0 0,415 2,24 23 9,6 DÉFICE 2,4 0,367 1,865 20,7 8,8 4º passo: a ração concentrada deverá conter 0,367 kg de PB e 1,865 kg de NDT. Vamos fornecer uma quantidade fixa de 50 g de ureia, então: 50 x 280/100 = 140 g PB Calculando o novo défice da PB: 0,367 – 0,140 = 0,227 5º passo: montamos o sistema de duas equações e duas incógnitas para determinar a quantidade de x milho moído e y farelo de soja necessárias para suprir 0,227 kg PB e 1,865 kg de NDT. Lembrando que o défice de MS é de 2,4, ou seja, o total final de x + y não deverá ser superior. Equação PB: 0,09x + 0,45y = 0,227 Equação NDT: 0,86x + 0,84y = 1,865 Respondendo direto, já que aprendemos o método de resolução anteriormente: 0,86x + 0,84y = 1,865 0,86x + 4,30y = 2,17 0 - 3,46y = 0,305 y = 0,305/3,46 y = 0,088 kg de farelo de soja, ou 90 g. Substituindo y na equação PB: 0,09x + 0,45(0,09) = 0,227 0,09x + 0,0405 = 0,227 0,09x = 0,227 – 0,0405 0,09x = 0,1865 x = 2,07 kg de milho moído, ou 2,1 kg. 6º passo: verificação da ração concentrada: Ingrediente MS kg PB kg NDT kg Ca g P g Milho 2,1 0,189 1,8 0,42 6,1 Ureia 0,05 0,140 - - - Farelo de soja 0,09 0,040 0,07 0,26 0,6 TOTAL 2,24 0,369 1,87 0,68 6,7 Exigência 2,4 0,367 1,865 20,7 8,8 DÉFICE 0,16 - - 20 2,1 7º passo: ajuste mineral para suprir o défice de 2,1 g de P com fosfato bicálcico e 20 g de Ca com calcário. Fazendo as relações, análogas a anteriores, e sabendo-se que o FB contém 18% de P e 23% de Ca e o calcário possui 38% de Ca, encontramos: Para P: 11,7 ou 12 g de fosfato bicálcico contendo 2,1 g de P e 2,8 g de Ca Para Ca: 45,5 g de calcário contendo 17,2 g de Ca 8º passo: composição final da dieta: Volumosos MS kg MN kg % final PB kg NDT kg Ca g P g Silagem de milho 0,3 1,1 27,6 0,024 0,195 1,6 0,5 Feno de braquiária 0,3 0,34 8,5 0,024 0,180 0,7 0,3 Concentrados Milho moído 2,1 2,33 58,6 0,189 1,8 0,42 6,1 Ureia 0,05 0,05 1,3 0,140 - - - Farelo de soja 0,09 0,1 2,5 0,040 0,07 0,26 0,6 Calcário 0,046 0,046 1,2 - - 17,4 - Fosfato bicálcico 0,012 0,012 0,3 - - 2,7 2,1 TOTAL 2,9 3,98 100 0,417 2,24 23,1 9,9 Exigência 3,0 - 100 0,415 2,24 23 9,6 DÉFICE - - - - - - Por fim, uma ração para cabras Saanen com 50 kg PV e produzindo 5 kg leite/dia com 3,5% de gordura, são necessários 600 g de mistura volumosa à base de 50% de silagem de milho e 50% de feno de braquiária e 2,6 kg de ração concentrada à base de 2,4 kg de milho, 100 g de farelo de soja, 50 g de ureia e 50 g para calcário e fosfato bicálcico. O CMS de cada cabra com essa ração será de 2,9 kg/dia, ou seja, dentro dos limites de 3 kg/dia, segundo o NRC, 2007. A relação Ca:P é 2,3:1, sendo uma relação aceitável, já que ruminantes suportam uma relação até 3:1. EXEMPLO 3: formule uma dieta para animais em mantença situados na região semiárida de Pernambuco. Os animais possuem peso médio de 40 kg e estão em condições de atividade média, ou seja, 50% a mais dos requisitos de mantença segundo o NRC, 2007. Os alimentos disponíveis são capim tifton verde e fubá de milho. Dados o CMS é de 1,1 kg/dia. 1º passo: determinação das exigências nutricionais do animal: Exigência MS kg PB kg NDT kg Ca g P g Mantença 1,1 0,064 0,448 3 2 X50% 0,032 0,224 2 1,5 TOTAL 1,1 0,096 0,672 5 3,5 TOTAL % 100 8,8 61,1 0,45 0,32 2º passo: composição dos alimentos disponíveis: Ingrediente MS % PB % NDT % Ca % P % Capim tifton 27 13 40 0,54 0,50 Fubá de milho 90 9 85 0,02 0,29 3º passo: montando o sistema de equações onde x milho e y capim terão que fornecer 0,096 kg de PB e 0,672 kg de NDT: Equação PB: 0,09x + 0,13y = 0,096 Equação NDT: 0,85x + 0,40y = 0,672 Resolvendo o sistema direto, temos: 0,85x + 0,40y = 0,672 0,85x + 1,223y = 0,907 0 + 0,823y = 0,235 y = 0,235/0,823 y = 0,286 kg de capim tifton, ou 290 g. Substituindo y na equação PB: 0,09x + 0,40(0,286) = 0,096 0,09x + 0,037 = 0,096 0,09x = 0,096 – 0,037 0,09x = 0,059 x = 0,656 kg de milho moído, ou 660 g. 4º passo: verificação da ração: Ingrediente MS kg PB kg NDT kg Ca g P g Milho 0,656 0,059 0,558 0,1 1,9 Capim tifton 0,286 0,037 0,114 1,5 1,4 TOTAL 0,942 0,096 0,672 1,6 3,3 Exigência 1,1 0,096 0,672 5 3,5 DÉFICE 0,158 - - 3,4 0,2 5º passo: adição de fosfato bicálcico e calcário ao milho para suprir o défice de P e Ca: Para P: 1,2 g de fosfato bicálcico fornecerá 0,2 g de P e 0,28 g de Ca. Para Ca: 8,2 g de calcário fornecerá 3,1 g de Ca. 6º passo: verificação final da dieta: Ingrediente MS g MN g % final PB g NDT g Ca g P g Capim tifton 286 1060 58,9 37 114 1,5 1,4 Fubá de milho 656 729 40,6 59 558 0,1 1,9 Calcário 8,2 8,2 0,45 - - 3,12 - Fosfato bicálcico 1,2 1,2 0,05 - - 0,28 0,2 TOTAL 951,4 1798,4 100 96 672 5 3,5 Exigência 1100 - 100 96 672 5 3,5 DÉFICE - - - - - - - Por fim, para mantença de lote de caprinos no semiárido com atividade média e 40 kg de PV, são necessários, para fins práticos, 1,1 kg de capim tifton, 730 g de milho misturado com 9 g de calcário e 1,5 g de fosfato bicálcico. A MS da ração satisfaz completamente as exigências de CMS do animal e sobre espaço de 0,149 kg de MS que o animal poderá ingerir com outras fontes de alimentos para um possível início de ganho de peso. A relação Ca:P da mistura é de 1,4:1. EXEMPLO 4: um pequeno produtor de caprinos de Belo Jardim-PE deseja manter seu lote de animais no período da seca, onde a vegetação é escassa e o clima semiárido. Os alimentos disponíveis na propriedade são algarobeira e sementes de guandu. O lote de animais possui média de 40 kg PV. O CMS é de 1,1 kg/dia. 1º passo: exigências nutricionais do animal: Segundo o NRC, 1981 para uma seca e um clima tipicamente semiárido como o de Belo Jardim, são necessários acréscimos de 75% das exigências de mantença, ou seja, é necessário adicionar 75% a mais do valor de mantença para obter as exigências finais. Logo: Exigência MS kg PB kg NDT kg Ca g P g Mantença 1,1 0,063 0,448 3 2 X75% 0,047 0,336 3 2 TOTAL 1,1 0,110 0,784 6 4 TOTAL % 100 10 71,3 0,55 0,36 2º passo: composição dos alimentos disponíveis: Ingrediente MS % PB % NDT % Ca % P % Algaroba 89 9 70 0,4 0,15 Guandu 89 23 80 0,15 0,45 3º passo: montando o sistema e respondendo direto vamos obter: Equação PB: 0,09x + 0,23y = 0,110 Equação NDT: 0,70x + 0,80y = 0,784 Resolvendo o sistema direto, temos: 0,70x + 0,80y = 0,784 0,70x + 1,789y = 0,856 0 - 0,989y = -0,072 y = -0,072/-0,989 y = 0,073 kg de sementes de guandu, ou 80 g. Substituindo y na equação PB: 0,09x + 0,23(0,08) = 0,110 0,09x + 0,0184 = 0,110 0,09x = 0,110 – 0,0184 0,09x = 0,0916 x = 1,02 kg de algaroba, ou 1,1 kg. 4º passo: verificação da ração: Ingrediente MS kg PB kg NDT kg Ca g P g Algaroba 1,02 0,092 0,715 4,1 1,5 Guandu 0,08 0,018 0,65 0,1 0,4 TOTAL 1,1 0,110 0,780 4,2 1,9 Exigência 1,1 0,110 0,784 6 4 DÉFICE - - - 1,8 2,1 5º passo: ajuste mineral para suprir Ca e P: Para P: 12 g de fosfato bicálcico tem 2,1 g de P e 2,7 g de Ca 6º passo: composição final da dieta: Ingrediente MS g MN g % final PB g NDT g Ca g P g Algaroba 1020 1146 91,8 92 715 4,1 1,5 Guandu 80 90 7,2 18 65 0,1 0,4 Fosfato bicálcico 12 12 1,0 - - 2,7 2,1 TOTAL 1112 1248 100 110 780 6,9 4 Exigência 1100 - 100 110 784 6 4 DÉFICE - - - - - - - Por fim, para manter um lote de caprinos na seca com média de 40 kg PV, é necessário o fornecimento de, para fins práticos, 1200 g de algaroba, 100 g de sementes de guandu e 12 g de fosfato bicálcico. O CMS da dieta é ideal e a relação Ca:P é de 1,7:1. EXEMPLO 5: formular dieta para caprinos reprodutores. Os alimentos disponíveis são palma miúda, triticale e farelo de algodão. O peso médio do reprodutor é de 70 kg e o CMS de 1,26 kg/dia. Por fim, calcular o aporte mineral da dieta. Será fornecido 1 kg de palma in natura/cabeça. 1º passo: exigências para caprino reprodutor com 70 kg PV: Exigência CMS kg PB g NDT g Ca g P g TOTAL 1,26 203 695 5 3 TOTAL % 100 16 55,1 0,4 0,24 2º passo: composição dos alimentos disponíveis: Ingrediente MS % PB % NDT % Ca % P % Palma 9 4 70 2 0,31 Triticale 87 14 85 0,04 0,32 Farelo de algodão 90 33 70 0,2 0,8 3º passo: fornecimento fixo de 1 kg de palma: Volumoso MS g PB g NDT g Ca g P g Palma 90 3,6 63 1,8 0,3 Exigência 1260 203 695 5 3 DÉFICE 1170 199,4 632 3,2 2,7 4º passo: calcular mistura de x triticale e y farelo de algodão que atenda a demanda de 0,1994 kg de PB e 0,632 kg de NDT. Montando a equação e resolvendo direto teremos: Equação PB: 0,14x 0,33y = 0,1994 Equação NDT: 0,85x + 0,70y = 0,632 Fator de multiplicação: 6,071 (0,85/0,14) Equação NDT: 0,85x + 0,70y = 0,632 Equação 3: 0,85x + 2,00y = 1,211 0 - 1,30y = 0,579 y = 0,445 kg de farelo de algodão Substituindo na equação PB: 0,14x + 0,33 x 0,445 = 0,1994 0,14x + 0,1469 = 0,1994 0,14x = 0,1994 – 0,1469 0,14x = 0,0525 x = 0,375 kg de triticale 5º passo: verificação da ração: Ingrediente MS g PB g NDT g Ca g P g Triticale 375 52,5 319 0,15 1,2 Farelo de algodão 445 146,9 312 0,9 3,6 TOTAL 820 199,4 631 1,05 4,8 Exigência 1170 199,4 632 3,2 2,7 DÉFICE - - - 2,15 - 6º passo: ajuste mineral com calcário para suprir o défice de 2,15 g de Ca: 5,7 ou 6 g de calcário tem 2,3 g de Ca 7º passo: composição final da dieta: Ingrediente MS g MN g % final PB g NDT g Ca g P g Palma 90 1000 51,8 3,6 63 1,8 0,3 Triticale 375 431 22,3 52,5 319 0,15 1,2 Farelo de algodão 445 494,5 25,6 149,9 312 0,90 3,6 Calcário 6 6 0,3 - - 2,3 - TOTAL 916 1931,5 100 203 695 5 3 Exigência 1260 - 100 203 694 5,15 5,1 DÉFICE 344 - - - - - - O CMS é inferior do que o recomendado, no entanto, as exigências foram supridas pelos alimentos. São necessários 1 kg de palma e uma mistura concentrada de 430 g de triticale, 500 g de farelo de algodão e 6 g de calcário/cabeça/dia. A relação Ca:P é de 1:1. EXEMPLO 6: formular dieta para caprinos reprodutores que necessitam de 16% de PB e 60% de NDT. Os alimentos disponíveis são milho, silagem de capim-elefante e farelo de soja. Deixar 2% de ER para suplement

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Emanuel Isaque Cordeiro da Silva
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