Unlike other classical arguments for the existence of God, Pascal’s Wager provides a pragmatic rationale for theistic belief. Its most popular version says that it is rationally mandatory to choose a way of life that seeks to cultivate belief in God because this is the option of maximum expected utility. Despite its initial attractiveness, this long-standing argument has been subject to various criticisms by many philosophers. What is less discussed, however, is the rationality of this choice in situations where the (...) decision-makers are confronted with greater uncertainty. In this paper, I examine the imprecise version of Pascal’s Wager: those scenarios where an agent’s credence that God exists is imprecise or vague rather than precise. After introducing some technical background on imprecise probabilities, I apply five different principles for decision-making to two cases of state uncertainty. In the final part of the paper, I argue that it is not rationally permitted to include zero as the lower probability of God’s existence. Although the conditions for what makes an act uniquely optimal vary significantly across those principles, I also show how the option of wagering for God can defeat any mixed strategy under two distinct interpretations of salvation. (shrink)
INTRODUÇÃO A maioria dos alimentos que os bovinos de corte e leite consomem são os alimentos volumosos (forragens, gramíneas ou leguminosas) que é um alimento que possui teor de fibra detergente neutra (FDN) ≥ 25% da matéria seca (MS), ou teor de fibra ≥ 18% da MS. Por possuir grande quantidade de fibra em sua composição é um alimento que possui menor concentração de proteínas, carboidratos não estruturais (CNE) e lipídios. Para que um animal possa manter-se com alimentação volumosa, é (...) necessário a ingestão de grande quantidade desse material. Quando os bovinos recebem apenas forragens, não conseguem ingerir o suficiente para obter a energia, proteínas, minerais e vitaminas necessárias para converter os nutrientes em produtos (carne, leite etc.). Assim, faz-se necessário a inclusão de uma fonte alimentar concentrada em nutrientes na dieta dos bovinos. O alimento concentrado é aquele que contém menor teor de FDN < 25% ou teor de fibra bruta (FB) < 18%. Logo, pelo baixo teor de fibras é um alimento rico em energia e/ou proteínas. Divide-se em concentrados proteicos, os que possuem um teor de proteína bruta (PB) > 20% da MS e em concentrados energéticos, os que possuem < 20% de PB da MS. Para suprir todas as necessidades de mantença, crescimento, reprodução e produção, os bovinos devem receber alimentos suficientes e que forneçam a quantidade necessária dos nutrientes exigidos pelos animais em função da aptidão, estado fisiológico, categoria etc. Nutrientes fornecidos pela dieta (kg/dia) = necessidades dos bovinos (kg/dia) A formulação de rações consiste em combinar, nas quantidades necessárias, os alimentos que serão oferecidos para suprir as necessidades diárias do animal. Uma ração balanceada é aquela que fornece ao animal as proporções e quantidades corretas de todos os nutrientes necessários por um período de 24 horas. Às vezes, o criador possui controle total sobre os tipos e proporções de vários alimentos que compõem a ração. É o caso dos animais em sistema de confinamento, onde se conhece todo e qualquer alimento que o animal ingere e sua respectiva exigência, o que torna a formulação fácil. No entanto, balancear a ração, às vezes, é uma tarefa difícil. Normalmente, os animais em pastejo podem escolher não apenas a quantidade de pasto que consomem, mas também a sua composição. Os animais podem selecionar várias partes da planta e rejeitar outras. Para elaborar um programa alimentar, utilizando os métodos de formulação e balanceamento de rações é necessário, inicialmente, da explanação de alguns conceitos-chave da nutrição e, sem dúvidas, do entendimento e conhecimento das exigências nutricionais dos animais em função da idade, da raça, do estado fisiológico etc., além da composição bromatológica dos alimentos disponíveis para os animais. Sendo assim, a finalidade desse trabalho, em suma, é a explanação de conceitos-chave da nutrição, bem como da elaboração de tabelas dos requerimentos nutricionais diários dos animais, além da elaboração, alicerçado pela literatura disponível, da composição bromatológica dos alimentos, em especial do conteúdo proteico e energético dos mesmos. Por fim, conhecendo a composição dos alimentos e as exigências dos animais de acordo com a categoria, é realizado o balanço para saber, finalmente, se os alimentos suprem os requisitos dos animais e, se não atender os requerimentos, seja necessária uma adição suplementar para suprir todos os requerimentos para que os animais possam se manter e produzir, sempre visando uma elaboração alimentar econômica e viável tanto para os grandes pecuaristas quanto aos pequenos criadores. 1. GENERALIDADES 1.1 Balanceamento de rações Consiste na preparação de alimentos suficientemente nutritivos que cumpram com os requerimentos proteicos, energéticos, vitamínicos e minerais dos animais. Sendo assim, nos deparamos com alguns questionamentos, dentre eles a importância do balanceamento. Quando uma ração não está equilibrada há um excesso e/ou deficiência de determinados nutrientes. Alguns desequilíbrios possuem consequências drásticas e se não forem corrigidos podem causar até a morte do animal (por exemplo, um desequilíbrio de Ca próximo ao parto pode causar a febre do leite e morte do animal se não for tratado imediatamente). Alguns sintomas observados no animal podem auxiliar na identificação dos desequilíbrios, principalmente sintomas relacionados à carência de vitaminas e minerais. No entanto, outros desequilíbrios são difíceis de identificar, uma vez que resultam de algum grau de perda de desempenho. Os bovinos não têm um desempenho tão bom quanto seu potencial genético permitiria quando há algum desequilíbrio na ração. Os desequilíbrios tendem a afetar os animais com alto potencial genético. Nem todos os desequilíbrios alimentares possuem consequências devastadoras, mas todo desequilíbrio nutricional é economicamente inaceitável, uma vez que produz uma perda de produção e perda de nutrientes que poderiam ser utilizados efetivamente pelos animais para suas funções básicas. 1.2 Consumo de MS Matéria seca é a razão do alimento desprovido de umidade. Por exemplo, quando corta-se o capim e expõe-se o mesmo ao sol, irá murchar e logo sua cor mudará de verde para um café ou amarelo escuro em consequência da maior perda de água presente na composição. Quanto mais exposta ao calor mais seca a forragem ficará e esse conteúdo é o que se denomina de matéria seca. Por exemplo, quando o grão de milho perde toda água contida nele sua matéria seca é de 88%, aproximadamente. Cada pasto possui uma porcentagem diferente de umidade e varia em função da idade. Logo, podemos concluir que pastagens jovens possuem mais suculência (maior quantidade de água) e os pastos mais velhos possuem menor suculência, fazendo com que os bovinos prefiram ingerir os pastos mais jovens por possuírem melhor palatabilidade e degustação ao animal. A B Em A podemos observar um pasto velho com uma característica mais seca, ou seja, com uma menor quantidade de água. Por outo lado, em B podemos observar um pasto mais jovem, com maior porcentagem de água em sua composição. Agora, vamos conhecer o consumo de MS pelos bovinos. Na teoria, e recomendável, para cada 100 kg de peso vivo (PV), o bovino deve consumir o equivalente de MS entre 1,8 e 3,5 kg, ou seja, é o mesmo que dizer de 1,8 a 3,5% do PV. Esses valores nos indicam que um animal jovem consome menor matéria seca e vice-versa, e animais adultos consomem maior quantidade de MS. O consumo de MS varia em função do peso do animal, do estado fisiológico e da porcentagem de digestibilidade do alimento, por exemplo, bovinos de até 600 kg podem consumir até 10,5 kg/dia de MS sob um pasto com digestibilidade de 80%. Como regra geral, para saber com que ponto de escala se considera 1,8 e 3,5% usa-se: Para: Vaca em produção leiteira = 3,2% (vaca com 500 kg, 3,2% equivale a 16 kg de MS/dia) Vaca adulta e grande = 3,3 ou 3,4% Novilhas (os) com 300 kg = 2,8% (2,8% de 300 kg equivale a 8,4 kg de MS/dia) Exemplos: Uma bezerra pesa 120 kg. Qual a quantidade de MS que ela deverá consumir? 120 kg bezerra ----------- 100% (correspondente) X kg de MS ------------- 2,7%¹ ¹ - a maioria das pastagens possuem essa porcentagem de MS Pelos cálculos vamos obter: "X=" "120 x 2,7" /"100" "= 3,24 kg de MS" Sendo assim, a bezerra deverá consumir 3,24 kg de MS/dia. Temos uma umidade média de 80% o que indica que o restante é de material seco. 3,24 kg ------------- 20% correspondente X -------------- 80% umidade "X=" "3,24 x 80" /"20" "= 12,96 kg de água" Agora água + material seco: 3,24 kg de MS + 12,96 kg de água = 16,2 kg de forragem verde para a bezerra de 120 kg de PV. As forragens nunca se encontram em forma de material seco e sim de material verde, indicando-nos a presença de água entre 65 e 85% de sua composição. Mas, como conhecer com exatidão a umidade ou a presença de água de um produto? Para se conhecer com exatidão o teor de umidade de um determinado alimento, pode-se seguir os seguintes passos: 1. Separar 1 kg de forragem 2. Pôr no sol ou em um forno para desidratar até que esteja seco o bastante como para moer 3. Pesar e o peso que diminuiu será o conteúdo de água que continha Exemplo: 1000 g de forragem verde ---------- 100% 200 g de forragem seca ---------- X% X = "200 x 100" /"1000" "= 20%" Logo, a matéria seca é 20% e o conteúdo de água é de 100% - 20% = 80%. O esquema abaixo representa a secagem anterior, seja por sol ou em forno. 1.3 Necessidades de água Resumidamente, a água é necessária para o metabolismo, para a produção (leite e carne) e para as necessidades ambientais. A água é o nutriente que as vacas de leite requerem em maior quantidade. A água é um nutriente primordial na manutenção da produção leiteira e cárnea dos bovinos. A produção de leite, por exemplo, reduzirá no mesmo dia em que a água não estiver disponível para as vacas. Muitas vezes, a água é considerada aparte dos outros nutrientes como as proteínas, no entanto, é um nutriente de suma importância para a produção pecuária; pode-se administrar poucas quantidades de alimentos aos animais, mas se faltar água em excesso os animais padecem rapidamente. Os alimentos possuem quantidades variáveis de água (umidade) em sua composição, uma gramínea verde inteira no solo pode conter de 80 a 85% de água e, portanto, conter apenas de 15 a 20% de MS. Em contrapartida, o teor de água da maioria dos alimentos concentrados é de 10%, ou seja, 90% é de MS. Embora a quantidade de água na dieta possa variar consideravelmente, normalmente é pouco significativo, já que os animais devem regular o consumo de água por conta própria, ou seja, o acesso à água de boa qualidade deverá ser de livre escolha dos animais. Entretanto, quando grandes quantidades de alimentos úmidos forem oferecidas (como polpa de beterraba ou grãos de cevada) a ingestão de energia, proteínas, minerais e vitaminas encontradas na MS da ração pode ser reduzida. Para administrar água para os bovinos deve ter em conta que: A quantidade de água para a manutenção do metabolismo está descrita na tabela 1. Tabela 1: água utilizada no metabolismo Para cada kg de MS rústica 2,5 litros Para cada kg de MS suculenta 2 litros Para cada litro de leite 4 litros Para cada kg de carne 1 litro Os principais fatores que limitam a ingestão de água são: A ingestão de MS Produção de leite A temperatura ambiente Ingestão de sódio Na Como citado supra, a temperatura é um dos fatores que influenciam na ingestão de água. Logo, sob clima quente, os animais estabulados devem receber +15% de água dos valores mencionados, os animais sob pastejo devem receber +20%. Sob clima frio, os animais estabulados devem ingerir +10% e os sob pastejo +15%. De forma geral, uma vaca em lactação deverá ingerir de 3,5 a 5,5 litros de água por kg de MS. Por exemplo, uma vaca que produz 10 kg de leite e come 12 kg de MS consumirá 12 x 4,5 = 54 kg ou litros de água/dia. Para bovinos de corte, por exemplo, considerando um animal de dois anos em condições de manejo adequado, o consumo deverá ser de 45 litros/animal/dia ou de 8 a 9 litros/100 kg de PV. 2. REQUERIMENTOS NUTRICIONAIS DOS BOVINOS Antes de explanar os requerimentos nutricionais dos bovinos em produção, faz-se necessário a explanação de alguns conceitos importantes: 2.1 Proteína e energia A proteína é o componente mais importante para o tecido animal e se encontra em concentração no tecido muscular. É essencial para o crescimento e a quantidade requerida vai diminuindo à medida que o animal se desenvolve. O corpo necessita de proteínas para a manutenção e renovação dos tecidos. Também é requerida para a realização de funções produtivas tais como a gestação e a lactação. As rações para os bovinos deverão conter a seguinte concentração de proteína: Tabela 2: porcentagem de proteína em rações para bovinos Etapa produtiva % de proteína na ração Bezerros (as) até os 4 meses 18 – 19% Bezerros (as) em crescimento 4-12 meses 17 – 18% Novilhos (as) em engorda 12-20 meses 14 – 17% Novilhas gestantes (+ de 16 meses) 19 – 20% Vacas gestantes 20% Vacas em produção leiteira 16 – 17% Reprodutores (adultos) 14 – 15% Fonte: adaptação de TEIXEIRA, 1997 e BERCHIELLI et al., 2006. A energia é o componente que o animal necessita para a realização de algumas funções, tais como a movimentação, metabolismo, temperatura corporal, respiração, produção, reprodução, crescimento e muitas outras. O valor energético pode ser expressado de duas formas, em nutrientes digestíveis totais (NDT), mais conhecido no Brasil e em unidades de amido (UA). O NDT é o sistema que calcula a energia total (proteína digestível, fibra crua digestível, extrato não-nitrogenado digestível e gordura digestível), mas levando em consideração as perdas de energia pela digestão do alimento no animal. É notório que os alimentos ricos em fibra crua necessitarão de um maior trabalho digestivo, logo, o gasto energético será maior. Por sua vez, a medida de energia líquida é conhecida como unidades de amido. 2.1.1 Fontes de energia e proteína na ração Os carboidratos fibrosos (CF), presentes nos volumosos, têm baixo teor de energia, mas são necessários para manter a ruminação, a produção de saliva e o pH ruminal para a atividade bacteriana normal. Os carboidratos não fibrosos (CFN) também são nutrientes importantes porque são fontes importantes de energia. Portanto, uma boa porção deve conter os dois. No entanto, a proporção ideal de cada tipo de carboidrato mudará dependendo do nível de produção. Com o aumento da produção de leite, a vaca necessita de mais energia e, portanto, mais concentrada na ração. As fontes de energia e proteína são críticas na formulação de uma boa mistura A porção da proteína bruta na ração que está na forma de nitrogênio não proteico (NNP) é a principal fonte de nitrogênio para o crescimento bacteriano. A deficiência de NNP pode reduzir o crescimento de bactérias e o fornecimento de aminoácidos bacterianos à vaca. O excesso de NNP na ração não é apenas um desperdício, porque não é utilizado pelas bactérias, mas também pode ser tóxico e é necessária energia para desintoxicá-lo e eliminá-lo na urina. Uma porção da proteína bruta na ração também pode ser necessária na forma de proteína resistente à degradação microbiana no rúmen. Vacas de alta produção requerem proteínas resistentes à degradação por bactérias para fornecer aminoácidos adicionais (além daqueles que podem fornecer proteína bacteriana) para absorção no intestino delgado. Assim, em boa parte, tanto a quantidade de proteína quanto a natureza da proteína devem ser cuidadosamente controladas. 2.2 Requerimentos nutricionais dos bovinos de corte. 3. COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS PARA OS BOVINOS Os alimentos usados na alimentação de bovinos, como de demais espécies de interesse zootécnico, são classificados de acordo com o teor de fibra bruta e de outros nutrientes. Sendo assim, podemos dizer que basicamente são classificados em: 1) Alimentos volumosos: possuem baixo teor energético em sua composição, decorrente do alto teor em fibra ou em água. Possuem menos de 60% de NDT e/ou mais de 18% de fibra bruta (FB) na MS e englobam as forrageiras secas e grosseiras (fenos e palhas), pastagens cultivadas, pastos nativos, forrageiras verdes e silagens. São os de menor custo na propriedade. Para os bovinos os mais utilizados estão as pastagens naturais ou cultivadas (braquiárias e panicuns), capineiras (capim-elefante), silagens (capim, milho, sorgo etc.), cana-de-açúcar e o bagaço de cana hidrolisado. Entre os menos utilizados estão o milheto, feno de gramíneas, silagem de girassol, palhadas de culturas etc. 2) Alimentos concentrados: em função do baixo teor de FB (< 18%), são alimentos com alto teor energético, com mais de 60% de NDT e podem ser divididos em: a) Concentrados energéticos: aqueles com menos de 20% de PB em sua composição, 25% de FDN (fibra em detergente neutro) e em torno de 18% de FB. São exemplos de alimentos concentrados energéticos o milho, sorgo, trigo, aveia, cevada, frutas, nozes e algumas raízes (mandioca, batata etc.). b) Concentrados proteicos: alimentos com mais de 20% de PB, 50% de FDN e 60% de NDT. Como exemplo temos os farelos de soja, de amendoim, de girassol, de algodão, glúten de milho e alguns subprodutos de origem animal como a farinha de peixe, de sangue, de carne e ossos etc. Ainda assim, existem os suplementos minerais e vitamínicos e os aditivos que entram em pequenas quantidades nas rações e são antibióticos, corantes, probióticos, antioxidantes etc. Dentro da nutrição e da alimentação animal, podem ocorrer variações nas composições bromatológicas dos alimentos em função de alguns fatores, tais como as cultivares (variedades) como a planta de sorgo que apresenta variedades com e sem tanino, o armazenamento como as misturas minerais expostas ao sol podem sofrer alterações pelas reações químicas, as condições do solo, teor de água e condições de processamento. Por fim, para a formulação de dietas equilibradas, deve-se fazer uma análise, sempre que possível e viável, dos alimentos que serão utilizados no balanceamento. Sendo assim, as dietas se apresentarão o mais próximo possível das necessidades dos animais e refletirão em desempenhos satisfatórios. A tabela 14, trata da composição de alguns alimentos comumente usados na alimentação dos bovinos de corte e leite e que servirá de base para a posterior formulação de dietas para os mesmos. Após a análise bromatológica dos principais valores dos alimentos para a formulação de rações, faz-se necessário o conhecimento das quantidades dos ingredientes na dieta dos bovinos. Para tanto, a tabela 15 traz os principais alimentos e a quantidade recomendável de cada um sobre a dieta e/ou a ração total dos animais. Tabela 15: níveis recomendados dos principais ingredientes para rações de bovinos INGREDIENTE NÍVEL DE USO Milho grãos Até 70% Farelo de soja 30 a 40% Sorgo grãos Substituto 100% do milho Farelo de trigo 10 a 40% Farelo arroz desengordurado 10 a 30% Farelo amendoim 30 a 40% Farelo de algodão 30 a 40% Torta de girassol 30 a 40% Torta de colza Até 20% Torta de linhaça 5 a 10% Torta de mamona 5 a 10% Torta de gergelim 30 a 40% Farinha de peixe Até 10% Farinha de sangue 1,5 kg Polpa cítrica 20% Caroço de algodão 25% Farinha de penas 0,5 kg Farinha carne e ossos 1,5 kg Farelo de arroz 15% Soja grãos 25% Farelo de girassol 30% Gorduras 5% Resíduos de padaria 20% Grãos de destilaria 60% Grãos de cervejaria 30% Melaços 20% Subprodutos do trigo 30% Feijão 25% Glúten de milho 10% Ureia 1% Casca de algodão 40% Casca de arroz 15% Cama de galinha 15% Fontes: TEIXEIRA, A. S., 1997 e TEIXEIRA, J. C., 1997. 4. SELEÇÃO ECONÔMICA DE INGREDIENTES PARA RAÇÕES Uma das preocupações dos técnicos em nutrição animal é a minimização do custo das fórmulas de rações. Existem alguns métodos utilizados para minimizar os custos, dentre eles o método com auxílio do computador para cálculo de fórmulas e o método do valor nutricional parcial, isto é, o método onde os alimentos são selecionados de acordo com seus custos por kg em relação a outros ingredientes básicos da ração. 4.1 Uso do computador Através de programas específicos, os computadores selecionam os ingredientes com relação ao custo, construindo e fornecendo a ração mais barata dentro da finalidade de minimização do custo. Para que seja evitado que a ração escolhida pelo computador (mais barata), seja a pior dentro do aspecto nutricional, deve-se tomar as seguintes medidas: Estabelecer um controle de limite máximo para os ingredientes selecionados de forma econômica, para evitar que os mesmos ultrapassem os limites recomendados pelas técnicas nutricionais. Estabelecer nesse controle um limite mínimo para os ingredientes, que não foram selecionados, mas que a pesquisa aconselha serem incluídos à ração. Mesmo essas medidas sendo tomadas, a resposta final provém dos animais através de provas biológicas, como a conversão alimentar, custo para produzir 1 kg de carne etc. 4.2 Valor nutricional parcial Esse método é baseado em alguns critérios, dos quais: Existência de dois ingredientes padrões como o milho e a soja, que servirão de base na determinação do custo de 1 kg de proteína e de 1 Mcal de energia metabolizável, de energia digestível, de energia líquida (energia produtiva) ou 1 kg de nutrientes digestíveis totais (NDT). No nosso caso, como constituem a base de 60 a 80% das rações, os ingredientes aconselháveis para servirem de padrões são o milho, o farelo de soja ou o farelo de algodão. Este método também parte da premissa de que, quando se compra 1 kg de milho por um dado preço Vm, na verdade está se comprando 93 g de proteína e 3,52 Mcal de ED. Quando se compra 1 kg de farelo de soja por um preço Vs, está se comprando 450 g de proteína e 3,21 Mcal de ED. Alicerçados por esses dados e no fato de que proteína e energia não possuem cotação comercial, pode-se determinar os valores relativos de 1 kg de proteína (a) e de 1 Mcal de ED (b) através das equações: Equação do milho: 0,093 + 3,52 a = Vm Equação da soja: 0,450 + 3,21 b = Vs Para que se obtenha o valor nutricional parcial, multiplica-se a composição de proteína do ingrediente a ser selecionado de forma econômica pelo custo relativo de 1 kg de proteína, procedendo-se da mesma forma para a energia e somando-se os dois é obtido o valor nutricional parcial que era esperado. Pode-se incluir, também, o valor da composição mineral e vitamínica do ingrediente cotado a preço comercial desses nutrientes. Pode-se, portanto, calcular o valor nutritivo parcial levando-se em consideração mais nutrientes, como os minerais, como é o caso do Ca e P. Para tanto, deve-se tomar, como padrões, para calcular o custo de 1 kg de Ca e de 1 kg de P, isto é, o calcário calcítico e o fosfato bicálcico, respectivamente. 4.3 Relação valor nutricional parcial/preço comercial Através da divisão do valor nutritivo parcial encontrado nos cálculos pelo preço comercial do ingrediente é obtida a relação (R) valor nutritivo parcial/preço comercial de ingredientes. Alicerçados por essa premissa, podemos obter as seguintes conclusões: R = 0 o ingrediente incluído na fórmula, não reduz e nem aumenta os custos; R > 1 o ingrediente incluído na fórmula reduz o custo da ração. Ela será maior quanto maior for a relação; R < 1 a inclusão do ingrediente à fórmula aumenta o custo e será maior quanto menor for o valor da relação. 4.4 Seleção econômica do farelo de trigo Vamos selecionar o farelo de trigo que possui 16% de PB e 2,77 Mcal de ED e custa R$ 1,80 (dados de jan. 2021). O farelo de soja custa R$ 2,85 o kg e contém 45% de PB e 3,21% Mcal de ED. O milho, por sua vez, custa R$ 0,71 o kg e contém 9,3% de PB e cerca de 3,52 Mcal de ED. Para calcular o custo relativo de 1 kg de PB e de 1 Mcal de ED, usa-se os dados do milho e do farelo de soja, montando-se o seguinte sistema de equação: Equação do milho: 0,093x + 3,52y = 0,71 Equação do farelo de soja: 0,450x + 3,21y = 2,85 Resolvendo esse sistema, obtemos: x = R$ 6,00/kg de proteína y = R$ 0,04/Mcal de ED Para calcular o valor nutritivo parcial do farelo de trigo, juntamos os dados do FT com os resultados obtidos da resolução supra, assim obtemos: Valor nutritivo parcial = 0,16 x 6,00 + 2,77 x 0,04 = 1,06 Cálculo da relação valor nutritivo parcial e preço comercial, obtemos: R = "1,06" /"1,80" = 0,59 Com base no valor da relação supra 0,59, podemos dizer que em cada real pago pelo farelo de trigo será pago 0,59 centavos de real em valor nutritivo parcial em relação ao milho e ao farelo de soja tomados como padrões. Portanto, quando se incluir o farelo de trigo na ração ocorrerá o aumento do custo da mesma. Também, no caso do valor nutritivo parcial, são realizadas as mesmas restrições de controle para o uso de computadores, com o objetivo de que a ração mais econômica não seja a pior com relação a disponibilidade e carga nutricional. 5. MÉTODOS DE FORMULAÇÃO DE RAÇÕES Para a formulação de dietas para os bovinos, é necessário o conhecimento de alguns conceitos para a tomada de decisões quanto a dieta dos animais. Um dos passos-chave para a tomada de decisões é o conhecimento dos alimentos que irão compor a mistura de concentrados. A quantidade de proteína é o primeiro nutriente a ser calculado e computado, visando a determinação do nível de proteína desejável na mistura dos concentrados (tabela 2). As regras de manuseio descritas a seguir podem auxiliar na tomada de decisões para formulação de rações. Quando as vacas leiteiras recebem um alimento com elevado teor proteico, tal como as farinhas de origem animal, os farelos como o de soja, girassol etc. ou as pastagens consorciadas, os concentrados deverão ter 10% de proteína digestível (PD) ou 13% de PB; Para a suplementação da mistura diária dos alimentos, tais como o feno de alfafa e silagem de milho, os concentrados deverão conter ao redor de 12% de PD ou, aproximadamente, 16% de PB; Com uma dieta com baixo teor proteico, como baseada em silagem de milho e feno de aveia, os concentrados a serem fornecidos deverão conter, aproximadamente, de 13,5 a 16% de PD, ou seja, de 18 a 21% de PB. Os alimentos disponíveis nem sempre se encaixam nessas três regras citadas. Por exemplo, a proporção do feno de alfafa para a silagem de milho poderá variar muito afetando a necessidade de proteína exigida à adequada suplementação, através dos concentrados. Existem outros fatores que podem influenciar na tomada de decisões. A checagem das entradas e saídas ou consumo-produção pode fornecer meios de ajuste a essas variações. O fornecimento de proteínas em excesso não é prejudicial à saúde do animal, mas também não é aconselhável, dado que os suplementos proteicos são mais caros que os mais pobres em proteínas. Sendo assim, evitar o excesso de consumo de nutrientes torna-se um problema fundamentalmente econômico. Se a diferença de preços entre o suplemento proteico e um alimento energético for pequena, a importância do problema desaparece. 5.1 Procedimentos para o balanceamento de rações a) caracterização dos animais Caracterizar bem os animais a serem alimentados, em termos de categoria, idade, peso vivo, produção estimada (ganho de peso, produção de leite, teor de gordura do leite) etc. b) obtenção das exigências nutricionais Verificar os requerimentos nutricionais dos animais no que tange a energia, proteína bruta, cálcio, fósforo, aminoácidos etc., de acordo com a caracterização do animal, mencionado no item a). c) levantamento e quantificação dos alimentos disponíveis Levantar e quantificar os alimentos que estão disponíveis para o programa alimentar. Nesse momento, faz-se necessário mencionar o preço dos alimentos por kg. d) levantamento da composição bromatológica Relacionar a composição química dos alimentos a serem utilizados. Considerar na relação os nutrientes de maior interesse ou aqueles levantados nas exigências nutricionais. e) Balanceamento da ração Balancear os nutrientes levantados nas tabelas usando qualquer dos métodos descritos no item 5.2. f) ajuste final Ajustar a ração e outros nutrientes, se houver interesse, e verificar se todas as exigências foram atendidas e não haja excessos e se a combinação de alimentos é mais econômica, mediante o custo da ração por kg ou custo da ração por animal por dia. g) programa de alimentação Elaborar um programa para uso dos alimentos ou da ração incluindo as recomendações práticas. 5.2 Métodos usados no balanceamento O balanceamento de rações é a preparação equilibrada de uma porção alimentar onde se misturam vários produtos com o objetivo de suprir a necessidade nutricional dos animais. Existem muitos métodos para o balanceamento de rações, no entanto, vamos discorrer sobre os principais. A finalidade deste tópico é a abordagem dos vários métodos, e seus tratamentos matemáticos, usados no preparo de fórmulas de ração. Vamos preconizar apenas a metodologia matemática do cálculo, sem preocupar-se com a viabilidade das rações calculadas, que constituirão apenas sob exemplos hipotéticos. Todavia, outros exemplos já resolvidos serão dados conforme a viabilidade econômica e nutricional da ração para os bovinos. Após a compreensão e entendimento dos métodos aplicados e explicados nesse trabalho, será tratado a formulação de rações específicas e práticas para a alimentação racional dos bovinos. 5.2.1 Método da tentativa Aqui nenhum esquema é utilizado. O cálculo é feito através de tentativa, aumentando ou diminuindo as quantidades dos alimentos, até que as exigências do animal sejam atendidas. Dentro desse método temos a tentativa e erro e tentativa e técnica da substituição. A técnica das tentativas é trabalhosa e exige alguma experiência do formulador. 1. Como exemplo, será balanceada uma ração para uma vaca leiteira com uma exigência de 1,1 kg de PB e 6,41 NDT. Os alimentos disponíveis e sua composição bromatológica são: Alimentos Nutrientes MS (%) PB (%) NDT (%) Capim Napier 25 1,6 12 Fubá de Milho 88 9,3 80 Farelo de Algodão 90 30,0 63 Farelo de Trigo 89 15,0 63 Baseando-se nas exigências da vaca e na composição dos alimentos disponíveis, calculamos a ração por tentativa, ajustando as quantidades de alimentos até que as exigências sejam supridas. Desse modo, obtemos a dieta balanceada: Alimentos Kg MS (kg) PB (kg) NDT (kg) Capim Napier 25 6,25 0,4 3,0 Fubá de Milho 2,7 2,38 0,25 2,16 Farelo de Algodão 1,0 0,9 0,3 0,63 Farelo de Trigo 1,0 0,89 0,15 0,63 TOTAL 29,7 10,42 1,1 6,42 EXIGÊNCIAS 10,0 1,1 6,41 Transformando as quantidades dos alimentos concentrados para uma mistura percentual, obtemos: Alimentos Consumo/vaca/dia (kg) % Fubá de Milho 2,7 57,4 Farelo de Algodão 1,0 21,3 Farelo de Trigo 1,0 21,3 TOTAL 4,7 100 2. Em uma segunda tentativa, vamos determinar uma ração de 100 kg para um lote de vacas com uma exigência de 18% de PB, os alimentos disponíveis são o milho com 9% de PB e Farinha de Peixe com 53% de PB. (9% de PB = 90 g PB/kg). 1ª tentativa: usando 50% de milho + 50% de farinha de peixe, obtemos: PB da mistura: (90 x 0,5) + (530 x 0,5) = 310 g/kg A mistura acima possui muito mais proteína do que o desejado (180 g/kg). Faz-se necessário o aumento da incorporação do milho (matéria-prima menos proteica) e a diminuição da incorporação da farinha de peixe (matéria-prima mais proteica). Em uma segunda tentativa, obtemos: 2ª tentativa: 90% de milho + 10% de farinha de peixe PB da mistura: (90 x 0,9) + (530 x 0,1) = 134 g/kg A mistura possui menos proteína que o desejado, sendo assim, é necessário aumentar a incorporação da farinha de peixe (mais proteica) e diminuir a de milho (menos proteico), logo obtemos: 3ª tentativa: 79,5% de milho + 20,5% de farinha de peixe, teremos: PB da mistura: (90 x 0,795) + (530 x 0,205) = 180,2 g/kg Por fim, em 100 kg de ração com 18% de PB a mistura deverá ser composta por 79,5% de milho e 20,5% de farinha de peixe. 3. Empregando a técnica da tentativa e substituição para o exemplo supra, vamos obter: Deseja-se encontrar as porcentagens em que milho (9% PB) e farinha de peixe (53% PB) devem ser misturados de forma a obter uma mistura de 100 kg com 18% de PB. (Como sabemos 1% de PB equivale a 10 g PB/kg). 1ª tentativa: 50% milho + 50% farinha de peixe PB da mistura: (90 x 0,5) + (530 x 0,5) = 310 g/kg A mistura possui 310 g de PB/kg, sendo o teor desejado de 180 g, ou seja, teremos que diminuir o teor proteico em 130 g (310 – 180). Para diminuir o teor proteico da mistura é necessário diminuir a % de farinha de peixe e aumentar a % de milho. A % que se retira a farinha de peixe é igual a % de aumento do milho. Desse modo, obtemos o cálculo do fator de substituição: A farinha de peixe possui 530 g PB/kg O milho possui 90 g PB/kg A diferença do teor proteico entre a farinha de peixe e o milho (fator de substituição) = 440 g PB. Dessa forma, partiremos para o cálculo da quantidade a ser substituída, dada por: A substituição de 100% (FP → M) ---------- 440 g PB X ---------- 130 g PB Pelo princípio da regra de três, obtemos: 100 x 130 = 1300/440, então X = 29,5%. Temos que diminuir 29,5% da farinha de peixe e aumentar 29,5% o milho. Cálculo da nova fórmula: Milho = 50 + 29,5 = 79,5% Farinha de peixe = 50 – 29,5 = 20,5% Por fim, a mistura deverá ser composta por 79,5% de milho e 20,5% de farinha de peixe. 4. Deseja-se calcular 100 kg de ração utilizando o farelo de trigo, farinha de carne, fubá de milho e farelo de soja, observando as seguintes condições: PB deve ser igual a 17,89% e EM igual a 2.900 Kcal/kg. A recomendação é usar o farelo de trigo até 20% da ração total; farinha de carne até 10% da ração total; farelo de soja até 40% da ração total; sal 0,8% e pré-mistura de vitaminas e minerais 0,2%. A composição bromatológica dos alimentos mencionados é disposta na tabela: Alimentos PB (%) EM (Kcal/kg) Farelo de trigo 16 1.526 Farinha de carne 50 1.835 Fubá de milho 9 3.416 Farelo de soja 45 2.283 A fórmula para a energia metabolizável é: "EM" ("kcal/kg" )"=" "Quantidade do ingrediente x EM kcal/kg" /"100" " " 1ª tentativa: observando as recomendações citadas, fixa-se as quantidades de farelo de trigo, farinha de carne, fubá de milho e farelo de soja de modo a equilibrar a PB e EM da ração. Assim, tomamos 63 kg de fubá de milho, logo a quantidade do farelo de soja será: Fubá de milho + farelo de soja = 84 kg Farelo de soja = 84 – 63 = 21 kg Composição da ração em 1ª tentativa Alimentos Quantidade (kg) PB (kg) EM (kcal/kg) Farelo de trigo 10 1,6 152,6 Farinha de carne 5 2,5 91,75 Fubá de milho 63 5,67 2152,08 Farelo de soja 21 9,45 479,43 Sal 0,8 Vitaminas e minerais 0,2 TOTAL 100 19,22 2875,86 EXIGÊNCIAS 100 17,89 2900 DÉFICE 24,14 Como houve um défice de 24,14 kcal/kg de energia metabolizável, aumentamos a quantidade de fubá de milho para 66 kg e diminuímos a quantidade de farelo de soja para 18 kg. Sendo assim, faz-se uma nova tentativa com a finalidade do equilíbrio da PB e EM da ração. Composição final da ração Alimentos Quantidade (kg) PB (kg) EM (kcal/kg) Farelo de trigo 10 1,6 152,6 Farinha de carne 5 2,5 91,75 Fubá de milho 66 5,94 2254,56 Farelo de soja 18 8,1 410,94 Sal 0,8 Vitaminas e minerais 0,2 TOTAL 100 18,14 2909,85 EXIGÊNCIAS 100 17,89 2900 Por fim, a ração calculada apresenta 18,14% de PB e 2909,85 kcal/kg de EM o que satisfaz plenamente as exigências nutricionais de proteína e energia metabolizável desejadas. Formulação na prática I: Pelo método da tentativa, descrito supra, formular uma mistura para uma vaca de 450 kg de PV, com uma produção de 15 kg de leite/dia com 4,0% de gordura. 1º passo: Estabelecer as exigências: Para um animal com essas características as exigências estabelecidas são: Exigências de uma vaca de 450 kg de PV em energia, PB, Ca e P Discriminação NDT (kg) PB (g) Ca (g) P (g) Mantença 3,44 403 17 14 Lactação 4,89 1305 40 27 TOTAL 8,33 1708 57 41 2º passo: Alimentos disponíveis e sua composição Os alimentos disponíveis são silagem de milho, capim elefante napier, milho triturado, farelo de soja, farelo de trigo e pedra calcária em pó. É necessário estabelecer a composição bromatológica dos alimentos disponíveis, colocando as porcentagens de NDT, PB, Ca e P. Composição bromatológica dos alimentos disponíveis Alimentos NDT (%) PB (%) Ca (%) P (%) Silagem de milho 18,1 2,2 0,1 0,06 Capim elefante N. 13,4 1,2 0,12 0,07 Milho triturado 80 9,3 0,02 0,33 Farelo de soja 73 45 0,32 0,67 Farelo de trigo 63 16 0,14 1,24 Pedra calcária em pó - - 38 - 3º passo: Ração de volumosos diários A proporção entre volumosos e concentrados depende de alguns fatores entre os quais está a qualidade e a disponibilidade das forragens, o custo dos concentrados, o preço do leite etc. Na prática, recomenda-se as seguintes normas de fornecimento: Limites de alimentos volumosos diários sobre o PV do animal Alimentos Limite aconselhável sobre PV (%) Feno de boa qualidade 2 a 3 Silagem 4 a 6 Raízes e tubérculos 2 a 3 Capim tenro 6 a 8 A associação entre dois ou mais destes volumosos seria feito pelo critério da proporcionalidade. Quando as vacas dispõem de bom pasto, admite-se que os requerimentos de mantença e produção de até 5 kg de leite/dia, sejam supridos por meio do pastoreio. Todavia, faz-se necessário enfatizar que a qualidade das pastagens é variável conforme diversos fatores, sendo os principais a adubação, clima e idade da planta. Para esse cálculo, suponhamos a seguinte ração de volumosos: Silagem de milho ---------- 18 kg Capim elefante ------------- 9 kg 4º passo: Dedução da composição bromatológica dos alimentos volumosos Nutrientes contidos em 18 kg de silagem de milho e 9 kg de capim elefante, exigências totais e défice ou excesso Discriminação NDT (kg) PB (kg) Ca (g) P (g) 18 kg de silagem 3,26 0,396 18 10 9 kg de capim elefante 1,206 0,108 10 6 Total (1) 4,466 0,504 28 16 Exigências totais (2) 8,33 1,708 57 41 Défice (1-2) - 3,864 - 1,204 - 29 - 25 5º passo: Formular a ração dos alimentos concentrados corretivos do défice Como ocorre défice de proteína, torna-se necessária uma dosagem bastante alta de farelo de soja (matéria-prima com maior teor proteico). Quantidade de nutrientes fornecidos por 39 kg de milho triturado, 35 kg de farelo de soja, 25 kg de farelo de trigo e 1 kg de pedra calcária Discriminação NDT (kg) PB (kg) Ca (g) P (g) 39 kg de milho triturado 31,2 3,63 7,8 128,7 35 kg de farelo de soja 25,55 15,75 112 234,5 25 kg de farelo de trigo 15,75 4,0 35 310 1 kg de pedra calcária - - 380 - TOTAL 72,5 23,38 534,8 679,2 Agora, é necessário verificar a quantidade diária que deve ser fornecida. Para tal, é verificado primeiro a quantidade necessária para completar as exigências em energia (NDT). Na fórmula obtém-se através de uma regra de três, a quantidade de mistura que fornece 3,864 kg de NDT: 100 kg de mistura fornece 72,5 kg de NDT X kg fornecerão 3,864 kg que é o défice da ração volumosa, então: 100 ---------- 72,5 X ---------- 3,864 X = 100 x 3,864/72,5 X = 5,33 kg Resta verificar se os 5,33 kg de mistura cobrem o défice de proteína que é de -1,204. Novamente, aplicamos a regra: 100 ---------- 23,38 5,33 --------- X X = 5,33 x 23,38/100 X = 1,246, portanto, satisfaz plenamente o défice da dieta de volumosos fornecida. Deficiência em NDT, PB, Ca e P que são atendidas com 5,3 kg da mistura Discriminação NDT (kg) PB (kg) Ca (g) P (g) Deficiências 3,864 1,204 29 25 5,3 kg de mistura 3,864 1,246 29 36 Diferença 0 0,042 0 +11 Ração completa para a produção de 15 litros de leite/dia/vaca Dieta Ração (kg) Silagem de milho 18 Capim elefante 9 Mistura de concentrados 5,3 Essa mistura satisfaz plenamente os requisitos. O pequeno excesso de proteína seria usado pelo organismo como fonte energética, caso houvesse uma mistura de concentrados. Os níveis de Ca e P mostram-se dentro dos limites aceitáveis. O sal iodado poderá ser fornecido separado e à vontade, ou ser incorporado à ração dos concentrados na base de 0,5%. Formulação na prática II: Deseja-se formular 100 kg de ração balanceada com 14% de PB para novilhos em etapa final de engorda. Depois de formulada e equilibrada faz-se necessário calcular a quantidade necessária para cada animal segundo o PV. Planejamento inicial Alimentos PB (%) % disponível na fazenda Pasto 10 50 Cevada 10 45 Farinha semente de algodão 41 5 1º passo: Calcular a proteína total dos alimentos disponíveis. A – Pasto: 50 kg ---------- 100% do produto disponível X ----------- 10% de proteína X = 50 x 10/100 X = 5 kg de proteína no pasto B – Cevada: 45 ---------- 100% X ---------- 10% X = 45 x 10/100 X = 4,5 kg de proteína C – Farinha de semente de algodão: 5 ---------- 100% X ---------- 41% X = 5 x 41/100 X = 2,05 kg de proteína Somando-se a quantidade total de proteína disponível nos alimentos obtemos: 5 + 4,5 + 2,05 = 11,55 kg de proteína em 100 kg de mistura Isso significa que a mistura possui 11,55% de PB em sua composição. A % desejada é de 14% e a mistura possui 11,55%, ou seja, há um défice de 2,45%. Logo, faz-se necessário a incorporação de um alimento rico em PB, nesse caso, aumentar a quantidade de FSA e diminuir a de cevada. A % de PB da FSA é de 41% e a de cevada é de 10%, logo há uma diferença de 31%, que denominamos de fator de substituição e o transformamos em 0,31. Logo, temos o valor de substituição (0,31) e a quantidade de proteína a ser adicionada, então faz-se necessário a divisão da proteína faltante pelo valor de substituição: 2,45/0,31 = 7,9 A porcentagem a ser substituída é de 7,9%, aproximando para 8%. Logo, devemos diminuir 8% a incorporação da cevada e aumentar 8% a quantidade de FSA. Vejamos o planejamento: Revisando a fórmula inicial e incluindo os novos valores, obtemos: Alimentos Quantidade (kg) Nova quantidade (kg) Proteínas (%) Proteínas aportadas (%) Pasto 50 50 10 5,0 Cevada 45 – 8 = 37 10 3,7 FSA 5 + 8 = 13 41 5,33 TOTAL 100 100 - 14,03 Logo, achamos a porcentagem de proteína desejada na mistura que é de 14%, o que satisfaz plenamente as exigências dos novilhos em engorda a pasto com a suplementação concentrada de cevada e FSA no cocho. Conclui-se, então, que para balancear uma ração de 100 kg com 14% de PB para novilhos em engorda é necessário 50 kg de forragem com 10% de PB, 37 kg de cevada com 10% de PB e 13 kg de farinha de semente de algodão com 41% de PB. 5.2.2 Método do quadrado de Pearson É a técnica mais utilizada para cálculo de rações em função de sua simplicidade. A ração é calculada levando-se em consideração o valor relativo ou percentual de um dado nutriente, que é a proteína. Esse método estabelece as proporções entre dois alimentos, ou entre duas misturas de alimentos, de forma a obter um valor real para a proteína em relação ao teor proteico dos dois alimentos misturados. Para esse método é necessário o conhecimento prévio de alguns conceitos, tais como: Usar de preferência um alimento proteico e outro energético; O teor de proteína escolhido para a mistura deve estar compreendido entre o teor proteico dos alimentos escolhidos; Os dados à esquerda e no centro do quadrado devem estar expressos em porcentagem ou na mesma unidade para a facilitação do cálculo. Se desejarmos, por exemplo, fazer 78 kg de mistura com 14% de PB, para usarmos esse método temos que transformar os 14 kg de PB para % e o resultado será 18% (14 x 100/78); Os dados à esquerda referem-se aos alimentos e ao teor proteico dos mesmos, o dado no centro refere-se ao teor de proteína final da ração, ou seja, ao objetivo do cálculo, os dados à direita se referem as partes em que cada alimento irá compor a ração; A diferença efetuada diagonalmente deverá ser expressa em valor absoluto, isto é, subtraindo o menor valor do maior. Para elucidar melhor esse método vamos calcular exemplos. Cálculo de ração com dois alimentos 1. Deseja-se uma mistura com 18% de PB utilizando-se o fubá de milho 9% de PB e farelo de soja 45% de PB. Para solucionarmos o problema devemos realizar o seguinte: 1º desenhar um quadrado e colocar no seu centro a % de proteína desejada na mistura que é -/- 18%. 2º colocar em cada ângulo do lado esquerdo do quadrado, a % de proteína de cada alimento que irá compor a mistura. Nesse caso, será 9% de PB para o fubá de milho (FM) e 45% de PB para o farelo de soja (FS). FM 9% FS 45% 3º fazer a diferença entre os números, diagonalmente, colocando os resultados nos ângulos do lado direito, em valor real e absoluto, isto é, subtrair os maiores valores dos menores. Assim obtemos a subtração entre 45 – 18 = 27 e 18 – 9 = 9. Dessa forma: FM 9% 27 partes de FM FS 45% 9 partes de FS 4º os resultados são expressos em partes de cada alimento que temos que incluir para compor uma mistura com 18% de PB. Logo, temos que juntar as partes, ou seja, 27 partes do FS e 9 partes do FM, totalizando 36 partes totais. 5º as quantidades de cada alimento devem ser expressas em % do total. Sendo assim, se para 36 partes de mistura tem-se que incluir 27 partes de FM, então, para 100 partes teremos 75 de FM (27 x 100/36). O restante será de FS, ou seja, 25 partes (100 – 75). Pelo princípio da regra de três obtemos esses resultados. Para 100 partes ou 100 kg de mistura, teremos: 36 partes de mistura ---------- 27 partes de FM 100 partes de mistura ---------- X partes X = 100 x 27/36 X = 75 partes ou 75% de FM que, para 100 kg de mistura, corresponde a 75 kg. O restante corresponde ao FS, onde temos: 100 partes de mistura – 75 partes de FM = 25 partes ou 25% de FS que, para 100 kg de mistura, -/- corresponde a 25 kg. -/- Resumindo os resultados em um quadro, teremos: Alimento Kg PB (kg) Cálculo para achar a PB (kg) Fubá de Milho 75 6,75 Se 9% é 100 em x é 75, logo 9 x 75/100 = 6,75 Farelo de soja 25 11,25 Se 45% é 100 em x é 25, logo 45 x 25/100 = 11,25 TOTAL 100 18,0 A quantidade de FM e FS na mistura satisfaz plenamente os requisitos de 18% de PB na mistura. 2. Usando o exercício 2 do item 5.2.1 – Determinar a % em que o milho 9% PB e farinha de peixe 53% PB devem ser misturados de forma a obter uma ração de 100 kg com 18% de PB. M 9% 35 partes de M FP 53% 9 partes de FP Somando as partes de milho e farinha de peixe, obtemos: 35 + 9 = 44 partes totais. Agora calculamos a incorporação dos alimentos, mediante uma regra de três simples: A - Farinha de peixe: 100% da mistura ---------- 44 partes X -------------------- 9 partes X = 100 x 9/44 X = 20,5% de FP ou 20,5 kg. B - Milho: 100% da mistura ---------- 44 partes X -------------------- 35 partes X = 100 x 35/44 X = 79,5% ou kg de milho Ou, de outra forma: 100% – 20,5% da FP = 79,5% ou kg de milho. Verificando os resultados, vamos transformar as % PB de milho e farinha de peixe em g/kg, dessa forma vamos obter 9% PB milho é igual a 90 g PB/kg e 53% PB da farinha de peixe é igual a 530 g PB/kg, obtemos: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRIGUETTO, J. M. et al. Nutrição Animal–Alimentação Animal Aplicada. São Paulo: Nobel, 3ª edição, v. 2, 1988. ARAÚJO, L. F.; ZANETTI, M. A. (Eds.). Nutrição Animal. 1ª ed. Barueri: Manole, 2019. BERCHIELLI, Telma Teresinha; PIREZ, Alexandre Vaz; OLIVEIRA, Simone Gisele de. Nutrição de ruminantes. FUNEP,, 2006. CAMPOS, J. Tabelas para o cálculo de rações. Universidade Federal de Viçosa, 1972. CHEEKE, Peter R. Applied animal nutrition: feeds and feeding. Pearson Prentice Hall;, 2005. GOES, Rafael Henrique de Tonissi et al. Alimentos e alimentação animal. UFGD: Coleção Cadernos Acadêmicos, 2013. GONÇALVES, J. N. Manual do produtor de leite. Viçosa, MG: Aprenda Fácil, 2012. GONÇALVES, L. C.; BORGES, Iran; FERREIRA, Pedro Dias Sales. Alimentação de gado de leite. Belo Horizonte: FEPMVZ, 2009. GONÇALVES, Lúcio Carlos et al. Alimentos para gado de leite. Belo Horizonte: FEPMVZ, 2009. HYND, Philip. Animal Nutrition: From Theory to Practice. CSIRO PUBLISHING, 2019. ISLABAO, Narciso; RUTZ, F. Manual de cálculo de rações. Pelotense, sd, 1978. KRUG, E. E.; FAVRETTO, D.; CAMARGO, S. R. Alimentação do gado leiteiro. Porto Alegre: Cooperativa Central Gaúcha de Leite Ltda, 1985. LANA, R. de P. Sistema Viçosa de formulação de rações. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2007. NATIONAL RESEARCH COUNCIL et al. Nutrient requirements of dairy cattle: 2001. National Academies Press, 2001. NATIONAL ACADEMIES OF SCIENCES, ENGINEERING, AND MEDICINE et al. Nutrient requirements of beef cattle. 2016. NEIVA, Rogério Santoro. Produção de bovinos leiteiros. Lavras: UFLA, 1998. NEVES, André Luis Alves et al. Tabelas nordestinas de composição de alimentos para bovinos leiteiros. Brasília, DF: Embrapa, 2014., 2014. PEIXOTO, A. M.; MOURA, J. C.; FARIA V. P. Curso de alimentação de bovinos. Piracicaba, SP. FEALQ, 1992. POND, Wilson G. et al. Basic animal nutrition and feeding. John Wiley & Sons, 2004. SALMAN, A. K.; OSMARI, E. K.; DOS SANTOS, M. G. R. Manual prático para formulação de ração para vacas leiteiras. Embrapa Rondônia-Documentos (INFOTECA-E), 2011. SILVESTRE, J. R. A.; VILELA, H. Métodos de balanceamento de rações. EMATER-MG, 1984. TEIXEIRA, A. S. Alimentos e alimentação dos animais. Vol. I, v. 5, 1997. TEIXEIRA, J. C.; TEIXEIRA, LFAC. Alimentação de bovinos leiteiros. FAEPE, Lavras, 1997. VALADARES FILHO, S. de C. et al. Tabelas brasileiras de composição de alimentos para bovinos. UFV, 2006. VALADARES FILHO, S. de C. et al. Tabelas de composição de alimentos e exigências nutricionais para bovinos no Brasil. SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, v. 2, p. 291-358, 2001. (shrink)
Livro com 230 páginas de referência para a Formulação de Dietas e Fabricação de Rações para bovinos de corte, bovinos leiteiros, bubalinos, caprinos e ovinos. A visualização é parcial. Referências Bibliográficas: ANDRIGUETTO, J. M. et al. Nutrição Animal–Alimentação Animal Aplicada. São Paulo: Nobel, 3ª edição, v. 2, 1988. ARAÚJO, L. F.; ZANETTI, M. A. (Eds.). Nutrição Animal. 1ª ed. Barueri: Manole, 2019. BELLUZO, C. E. C. et al. Curso de atualização em ovinocultura. Araçatuba: UNESP, 2001. BORGES, Iran; GONÇALVES, Lúcio Carlos. (...) Manual prático de caprino e ovinocultura. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2002. CAMPOS, J. Tabelas para o cálculo de rações. Universidade Federal de Viçosa, 1972. Métodos de Formulação e Balanceamento de Rações para Bovinos. GONÇALVES, J. N. Manual do produtor de leite. Viçosa, MG: Aprenda Fácil, 2012. GONÇALVES, L. C.; BORGES, Iran; FERREIRA, Pedro Dias Sales. Alimentação de gado de leite. Belo Horizonte: FEPMVZ, 2009. GONÇALVES, Lúcio Carlos et al. Alimentos para gado de leite. Belo Horizonte: FEPMVZ, 2009. HYND, Philip. Animal Nutrition: From Theory to Practice. CSIRO PUBLISHING, 2019. ISLABAO, Narciso; RUTZ, F. Manual de cálculo de rações. Pelotense, sd, 1978. KESSLER, J. Mineral nutrition of goats. Goat nutrition, v. 46, p. 104-119, 1991. LANA, R. de P. Sistema Viçosa de formulação de rações. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2007. NASCIMENTO, Cristo; CARVALHO, Luiz Octavio Moura. Criação de búfalos: alimentação, manejo, melhoramento e instalações. Brasília: EMBRAPA-SPI, 1993. NATIONAL RESEARCH COUNCIL et al. Nutrient requirements of dairy cattle: 2001. National Academies Press, 2001. National Research Council. NRC. 2007. Nutrient requirements of small ruminants: sheep, goats, cervids, and new world camelids. National Academy of Science, Washintgton, DC 347p. NATIONAL ACADEMIES OF SCIENCES, ENGINEERING, AND MEDICINE et al. Nutrient requirements of beef cattle. 2016. NEIVA, Rogério Santoro. Produção de bovinos leiteiros. Lavras: UFLA, 1998. NEVES, André Luis Alves et al. Tabelas nordestinas de composição de alimentos para bovinos leiteiros. Brasília, DF: Embrapa, 2014., 2014. PAUL, Shyam Sunder; LAL, Dalip. Nutrient requirements of buffaloes. Azadpur, Dellhi: Satish Serial Publishing House, 2010. POND, Wilson G. et al. Basic animal nutrition and feeding. John Wiley & Sons, 2004. RIBEIRO, SD de A. Caprinocultura: criação racional de caprinos. São Paulo: Nobel, v. 35, 1997. SALGADO, EMILIANO ARAUJO. Tabelas regionais de composição de alimentos para gado de leite no estado do Rio Grande do Sul. 2018. SALMAN, A. K.; OSMARI, E. K.; DOS SANTOS, M. G. R. Manual prático para formulação de ração para vacas leiteiras. Embrapa Rondônia-Documentos (INFOTECA-E), 2011. SUSIN, I.; BATISTA, A. M.; SIQUEIRA, E. R. Exigências nutricionais de ovinos e estratégias de alimentação. Nutrição de ovinos. Jaboticabal: FUNEP, p. 119-141, 1996. TEIXEIRA, A. S. Alimentos e alimentação dos animais. Vol. I, v. 5, 1997. TEIXEIRA, J. C.; TEIXEIRA, LFAC. Alimentação de bovinos leiteiros. FAEPE, Lavras, 1997. VALADARES FILHO, S. de C. et al. CQBAL 3.0. Tabelas Brasileiras de Composição de Alimentos para Bovinos. Disponível em: www. ufv. br/cqbal. Acesso em, v. 19, n. 03, 2015. (shrink)
The “film as philosophy” (FAP) hypothesis turned into a field if its own right during the 2000s, after S. Mulhall’s On Film (2001). In this work, Mulhall defended that some films philosophize for themselves. This caused controversy. Around the same time of On Film’s release, B. Russell published the article “The philosophical limits of film” (2000). This article had one of the first attacks against FAP, posing some main objections based on metaphilosophical grounds, which were called the “generality” and the (...) “explicitness” objections. These objections made by Russell and by M. Smith are based on the idea that film and philosophy are too different in their purposes or ways of presentation, ideas that are grounded in implicit or explicit conceptions of philosophy. In this chapter, these will be analyzed, as well as some other metaphilosophically grounded objections, as a line of reasoning connecting to attempts of responding to them will be drawn. After doing so, it will be concluded that their metaphilosophical grounds are implausible, and, thus, they are not definite objections against FAP. (shrink)
In this paper I argue that the search for explainable models and interpretable decisions in AI must be reformulated in terms of the broader project of offering a pragmatic and naturalistic account of understanding in AI. Intuitively, the purpose of providing an explanation of a model or a decision is to make it understandable to its stakeholders. But without a previous grasp of what it means to say that an agent understands a model or a decision, the explanatory strategies will (...) lack a well-defined goal. Aside from providing a clearer objective for XAI, focusing on understanding also allows us to relax the factivity condition on explanation, which is impossible to fulfill in many machine learning models, and to focus instead on the pragmatic conditions that determine the best fit between a model and the methods and devices deployed to understand it. After an examination of the different types of understanding discussed in the philosophical and psychological literature, I conclude that interpretative or approximation models not only provide the best way to achieve the objectual understanding of a machine learning model, but are also a necessary condition to achieve post hoc interpretability. This conclusion is partly based on the shortcomings of the purely functionalist approach to post hoc interpretability that seems to be predominant in most recent literature. (shrink)
[Stephen Yablo] The usual charge against Carnap's internal/external distinction is one of 'guilt by association with analytic/synthetic'. But it can be freed of this association, to become the distinction between statements made within make-believe games and those made outside them-or, rather, a special case of it with some claim to be called the metaphorical/literal distinction. Not even Quine considers figurative speech committal, so this turns the tables somewhat. To determine our ontological commitments, we have to ferret out all traces of (...) nonliterality in our assertions; if there is no sensible project of doing that, there is no sensible project of Quinean ontology. /// [Andre Gallois] I discuss Steve Yablo's defence of Carnap's distinction between internal and external questions. In the first section I set out what I take that distinction, as Carnap draws it, to be, and spell out a central motivation Carnap has for invoking it. In the second section I endorse, and augment, Yablo's response to Quine's arguments against Carnap. In the third section I say why Carnap's application of the distinction between internal and external questions runs into trouble. In the fourth section I spell out what I take to be Yablo's version of Carnap. In the last I say why that version is especially vulnerable to the objection raised in the second. (shrink)
Tradução para o português do livro "Le Scepticisme Philosophique", Paris: Bordas, 1972, de André Verdan. Título da edição brasileira: O Ceticismo Filosófico. Florianópolis: Editora da UFSC, 1998, 135 páginas. ISBN: 8532801390 / ISBN-13: 9788532801395.
Many word forms in natural language are polysemous, but only some of them allow for co-predication, that is, they allow for simultaneous predications selecting for two different meanings or senses of a nominal in a sentence. In this paper, we try to explain (i) why some groups of senses allow co-predication and others do not, and (ii) how we interpret co-predicative sentences. The paper focuses on those groups of senses that allow co-predication in an especially robust and stable way. We (...) argue, using these cases, but focusing particularly on the multiply polysemous word ‘school’, that the senses involved in co-predication form especially robust activation packages, which allow hearers and readers to access all the different senses in interpretation. (shrink)
The present paper argues that the Venezuelan-Chilean philosopher Andrés Bello constitutes an important but heretofore neglected prefiguration of Richard Rorty. I argue for this thesis by articulating first an Inter-American philosophical narrative (based on previous work by Alex Stehn and Carlos Sanchez) that enables me to highlight certain common characteristics in philosophical projects that flourished across the Americas. Having done this, I show that Rorty’s anti-representationalism and anti-foundationalism are prefigured in Bello’s most important philosophical treatise, Filosofía del Entendimiento, to the (...) extent that Bello recognizes the problems posed by the ocular metaphors that are systematically used by Early modern philosophers such as Descartes or Locke, and suggests their elimination and replacement by other metaphors. Finally, I conclude that, if my arguments are correct, the intellectual geography of neo-pragmatism needs to be expanded beyond traditional geographies such as Europe and the US. (shrink)
The recent publication of André Bazin's Écrits complets, an enormous two-volume edition of 3000 pages which increases ten-fold Bazin's available corpus, provides opportunities for renewed reflection on, and possibly for substantial revisions of, this key figure in film theory. On the basis of several essays, I propose a drastic rereading of Bazin's most explicitly philosophical notion of “ontology.” This all too familiar notion, long settled into a rather dust-laden couple nonetheless retains its fascination. Rather than attempting to provide a systematic (...) reworking of this couple along well established lines, particularly those defined by realism and indexicality, this article proposes to shift the notion of ontology in Bazin from its determination as actual existence toward a more radical concept of ontology based on the notion of mimesis, particularly as articulated, in a Heideggerian mode, by Philippe Lacoue-Labarthe. This more properly ontological concept, also paradoxically and radically improper, is shown to be at work already in Bazin's texts, and it allows us to see that far from simplistically naturalizing photographic technology, Bazin does the contrary: he technicizes nature. If Bazin says that the photograph is a flower or a snowflake, he also implies that, like photographs, these are likewise a kind of technical artifact, an auto-mimetic reproduction of nature. Bazin likewise refers to film as a kind of skin falling away from the body of History, an accumulating pellicule in which nature and history disturbingly merge. This shifted perspective on Bazin's thinking is extended further in reference to Georges Didi-Huberman on the highly mimetic creatures known as phasmids, insects that mimic their environement. I extend this into the dynamic notion of eternal return, an implicit dimension of Bazin's thinking, clarified here in reference to Giorgio Agamben and the “immemorial image” which, like Bazin's “Death Every Afternoon,” presents an eminently repeatable deathly image, an animated corpse-world that can be likened to hell. (shrink)
John McDowell and Bill Brewer famously defend the view that one can only have empirical beliefs if one’s perceptual experiences serve as reasons for such beliefs, where reasons are understood in terms of subject’s reasons. In this paper I show, first, that it is a consequence of the adoption of such a requirement for one to have empirical beliefs that children as old as 3 years of age have to considered as not having genuine empirical beliefs at all. But we (...) have strong reasons to think that 3-year-old children have empirical beliefs, or so I argue. If this is the case, McDowell and Brewer’s requirement for one to have empirical beliefs faces a strong challenge. After showing this, I propose an alternative requirement for one to have empirical beliefs, and argue that it should be favoured over McDowell and Brewer’s requirement. (shrink)
El testimonio es nuestra mayor fuente de creencias. La gran mayoría de nuestras creencias han sido adquiridas a partir de las palabras de otros y no a través de la observación directa del mundo. Una de las peculiaridades de la mayor parte de las creencias testimoniales es que son aceptadas sin ninguna deliberación consciente. Mientras el testimonio sea consistente con nuestras creencias y la fuente sea confiable, la reacción más corriente es la aceptación automática de la información (Thagard 2004, 2005). (...) Nuestra confianza en el testimonio de los demás es un requisito no sólo para la construcción colectiva del conocimiento (Hardwig 1985, 1991), sino también para la interacción social en general. Sin embargo existen contextos en los que la aceptación apresurada de un testimonio falso puede tener consecuencias nefastas. En contextos científicos, legales, políticos y financieros, entre otros, se toman decisiones importantes y se implementan políticas cruciales a partir de las afirmaciones de otros. En estos contextos la aceptación de un testimonio debe ser el resultado de un proceso de decisión basado en criterios objetivos de justificación. Sin embargo, existen dos objeciones al intento de justificar la aceptación de un testimonio (Coady 1973, 1992). La primera es que cualquier justificación será irremediablemente circular puesto que la inmensa mayoría de testimonios obtienen su justificación, al menos en parte, de evidencia de tipo testimonial. La segunda es que nuestras inferencias acerca de la confiabilidad de ciertos tipos de testimonio nunca tendrán un apoyo inductivo lo suficientemente fuerte debido a que los casos en los que un tipo de testimonio puede ser verificado directamente en la experiencia nunca serán lo suficientemente numerosos. En este ensayo presento una solución al problema de cómo decidir racionalmente si un testimonio puede ser aceptado como evidencia probatoria en una investigación. Mi propuesta, que está basada en la teoría de revisión de creencias desarrollada por Levi (1984, 1991), muestra que la aceptación justificada de un testimonio está basada en exactamente los mismos mecanismos de adquisición de creencias que operan en el caso de evidencias no testimoniales; al mismo tiempo, la propuesta da cuenta de las particularidades que se presentan en el proceso de evaluación de una evidencia testimonial. Mi tesis es que la decisión de aceptar un testimonio es un proceso que se cumple en dos etapas. En la primera se busca una justificación pare el testimonio buscando todos los hechos que aumenten la probabilidad de que el testimonio sea verdadero, es decir, de que el testigo o declarante esté reportando verídicamente un hecho. La aceptación de estos hechos y de su relación probabilística positiva con respecto al testimonio está basada en la búsqueda de un equilibrio entre su credibilidad y su valor informativo. En la segunda etapa, se determina si la justificación obtenida en la primera es suficiente para la aceptación del testimonio, de nuevo buscando encontrar un equilibrio entre su credibilidad y la utilidad de la información que contiene en promover los intereses y metas cognitivas del investigador. (shrink)
El uso de sistemas de machine learning en los procesos de selección laboral ha sido de gran utilidad para agilizarlos y volverlos más eficientes, pero al mismo tiempo ha generado problemas en términos de equidad, confiabilidad y transparencia. En este artículo comenzamos explicando los diferentes usos de la Inteligencia Artificial en los procesos de selección laboral en Estados Unidos. Presentamos los sesgos sexuales y raciales que han sido detectados en algunos de ellos y explicamos los obstáculos jurídicos y prácticos para (...) su detección y análisis. Un posible remedio jurídico a la discriminación algorítmica es el régimen de impacto diferencial sistémico utilizado en Estados Unidos. Usamos algunas características de este régimen para señalar los vacíos jurídicos frente a la discriminación en el acceso al empleo en el ámbito del derecho laboral colombiano, y ofrecemos algunas características generales que podría tener un régimen de esa naturaleza. (shrink)
Abstract In The Descent of Man (1879), Charles Darwin proposed a speculative evolutionary explanation of extended benevolence—a human sympathetic capacity that extends to all nations, races, and even to all sentient beings. This essay draws on twenty-first century social science to show that Darwin’s explanation is correct in its broad outlines. Extended benevolence is manifested in institutions such as legal human rights and democracy, in behaviors such as social movements for human rights and the protection of nonhuman animals, and in (...) normative attitudes such as emancipative values and a commitment to promote the rights or welfare of animals. These phenomena can be substantially explained by cultural evolutionary forces that trace back to three components of what Darwin called the human “moral sense”: (1) sympathy, (2) our disposition to follow community rules or norms, and (3) our capacity to make normative judgments. Extended benevolence likely emerged with “workarounds,” including political ideologies, that established an inclusive sympathetic concern for sentient life. It likely became as widespread as it is now due to recently arisen socio-economic conditions that have created more opportunities for people to have contact with and take the perspective of a broader cross-section of humanity, as well as other species. (shrink)
Durante los últimos años, el problema de cómo justificar aquellas creencias que se originan en testimonios ha ocupado un lugar central en la epistemología. Sin embargo, muy pocas de esas reflexiones son conocidas en el derecho probatorio. En el presente ensayo analizo la prueba testimonial a la luz de estas reflexiones con el fin de poner de manifiesto los supuestos epistemológicos de algunos principios procesales. En concreto, analizo la legislación colombiana y la estadounidense en el marco de la disputa entre (...) el reduccionismo y el antirreduccionismo en la filosofía del testimonio. Al final sugiero una nueva aproximación epistemológica que replantea los términos de la disputa y que tiene implicaciones importantes para la valoración de la prueba testimonial en los procesos judiciales. (shrink)
El trabajo insiste en la necesidad de flexibilizar el concepto general de experiencia, acudiendo a una "razón ampliada" . La idea de creación, por su parte, acentuando la diferencia en la continuidad, muestra que, junto a la dificultad, se da también una peculiar posibilidad de la experiencia religiosa, y posibilita su verificabilidad en una lógica concreta, atenta a su dación específica. Eso transforma el concepto de revelación, que se hace "ofrecimiento mayéutico" y abre la posibilidad del dialogo, tanto con la (...) cultura como de las religiones entre sí. (shrink)
¿Existe alguna diferencia filosóficamente significativa entre una explicación científica y las explicaciones que se ofrecen en el curso de la vida diaria? Dado que la mayor parte de las discusiones en la filosofía de la ciencia se refieren al primer tipo de explicaciones, debemos considerar si existe un concepto específico que corresponda al término “explicación científica”, y que sea discontinuo de su contraparte cotidiana. El ensayo tiene cuatro secciones. En cada una de ellas considero diferentes criterios que podrían ser utilizados (...) para establecer una distinción de clase entre las explicaciones científicas y las cotidianas. En la primera sección exploro la posibilidad de establecer un criterio puramente sociológico: el estatus científico de una explicación dependería del estatus institucional de las personas que dan origen a la explicación. El segundo criterio estudiado fue propuesto por Hempel: las explicaciones científicas deben hacer uso explícito de leyes naturales, y la ausencia de leyes invalida cualquier intento de ofrecer una explicación científica. Un tercer criterio se basa en la naturaleza del explanandum. Algunos filósofos han defendido la idea de que la única diferencia filosóficamente significativa entre las explicaciones científicas y las no científicas reside en el tipo de explanandum del que se ocupa cada una de ellas. En la vida diaria explicamos eventos individuales, mientras que en la ciencia se pretende explicar regularidades. Finalmente, examino el criterio propuesto por Wesley Salmon según el cual la diferencia entre los dos tipos de explicación está determinada por el tipo de comprensión que proporciona cada uno de ellos. Al final concluyo que ninguno de estos criterios es adecuado y que la aparente diferencia entre los dos tipos de explicaciones es una diferencia de grado y no de clase. Las explicaciones científicas ciertamente tienen un mayor grado de precisión, detalle y complejidad que sus contrapartes en la vida cotidiana. Normalmente involucran el uso de las matemáticas y de lenguajes altamente regimentados. Pero a pesar de estas diferencias, concluyo que los elementos que hacen que algo sea una explicación son esencialmente los mismos en ambos casos. (shrink)
Esta breve introducción a la filosofía de la ciencia parte del hecho de que tanto la investigación científica como el razonamiento probatorio judicial tienen un carácter inductivo. En esa medida, comparten características esenciales que permiten que el derecho se nutra de muchas de las reflexiones de la filosofía de la ciencia. El capítulo se concentra en cuatro temas principales: los criterios de demarcación entre el conocimiento científico y la pseudociencia; el carácter derrotable de las conclusiones de la ciencia y el (...) derecho; la estructura corroborativa de la relación entre la evidencia y las hipótesis científicas y judiciales; y las teorías de la explicación tanto en el ámbito científico como en el judicial. (shrink)
The aim of this paper is to study a set of three issues related to the understanding of partial justice and partial injustice as character dispositions, namely the distinctive circumstance of action, the emotion involved therein and the pleasure or pain following it. Those points are treated in a relatively obscure way by Aristotle, especially in comparison with their treatment in the expositions of other character virtues in the Nicomachean Ethics. Building on the expression ‘capacity towards the other’ (δύναμις ἐν (...) τῷ πρὸς ἕτερον), the paper highlights the interpersonal nature of the circumstances of just and unjust actions, and points how such nature is directly related to notions such as ‘profit’ (κέρδος) or ‘getting more’(πλεονεκτεῖν) as well as to the unusual conception of excess, defect and intermediacy in Nicomachean Ethics Book V. The interpersonal nature of just and unjust actions works also as the starting-point for the interpretation both of the pleasure briefly mentioned in 1130b4 as characterizing the greedy person and of the emotion involved in acting justly or greedy, which is mentioned in an extremely elliptical way in 1130b1-2: the paper argues, on the one hand, that the pleasure felt in acting justly or unjustly concerns not only the goods that are the object of just or unjust interactions, but also the way such interactions affect the people involved; on the other hand, it argues that the emotion actuated in just or unjust interactions relates to the agent’s concern or lack of concern with the good of those people. (shrink)
Con el fin de examinar los aspectos exclusivamente morales del suicidio asistido y la eutanasia activa voluntaria, el análisis debe ser llevado a cabo independientemente de la función social de los agentes involucrados, de la opinión de los familiares del paciente terminal y del público en general, y de las consecuencias legales de dichas acciones. En consecuencia, en el presente ensayo se analiza un imaginario caso neutral, aislado del contexto natural de la eutanasia y el suicidio asistido. Utilizando un principio (...) moral—llamado PMS en el ensayo—cuya aplicabilidad depende de la apreciación subjetiva que de él hagan la persona que desea morir y el agente que asiste en su muerte, en el ensayo se concluye que en ciertos casos es posible justificar la obligación moral de asistir en un suicidio o de llevar a cabo una eutanasia activa voluntaria. (shrink)
Los sesgos cognitivos afectan negativamente la toma de decisiones en todas las esferas de la vida, incluyendo las decisiones de los jueces. La imposibilidad de eliminarlos por completo de la práctica del derecho, o incluso de controlar sus efectos, contrasta con el anhelo de que las decisiones judiciales sean el resultado exclusivo de un razonamiento lógico-jurídico correcto. Frente el efecto sistemático, recalcitrante y porfiado de los sesgos cognitivos, una posible estrategia para disminuir su efecto es enfocarse, no en modificar el (...) comportamiento de los agentes judiciales, sino en moldear su entorno para que los sesgos tengan menos oportunidades de aparecer. En particular, es más provechoso concentrar los esfuerzos en identificar aquellas reglas procesales que faciliten o limiten el efecto de los sesgos. En este ensayo propongo un diálogo fructífero entre el derecho y la psicología que puede llevar a mejorar la calidad de los sistemas judiciales. La propuesta está basada en la creación de guías de práctica judicial que puedan servir de base para la creación de protocolos procesales que limiten en la medida de lo razonable sus efectos negativos y conduzcan a mejores decisiones judiciales. (shrink)
Varios teóricos del derecho han propuesto el uso de umbrales o estándares de prueba más flexibles y más finamente discriminados. En la medicina es común utilizar estándares que poseen estas características en los procedimientos diagnósticos y en los exámenes médicos. Esta ponencia ofrece un marco probabilístico para establecer estándares de prueba múltiples en cualquier disciplina. La tesis principal es que la evidencia es un concepto umbral con respecto a la probabilidad. Múltiples umbrales pueden ser establecidos en un marco de intervalos (...) de probabilidad para la hipótesis que está siendo puesta a prueba, los cuales reflejan los diferentes grados de apoyo que la evidencia le provee a la hipótesis. Examinando los mecanismos utilizados para establecer los umbrales en medicina, sugiero una manera para establecer umbrales múltiples de prueba en derecho de una manera no arbitraria. (shrink)
Over the past fifteen years there has been a considerable amount of debate concerning what theoretical population dynamic models tell us about the nature of natural selection and drift. On the causal interpretation, these models describe the causes of population change. On the statistical interpretation, the models of population dynamics models specify statistical parameters that explain, predict, and quantify changes in population structure, without identifying the causes of those changes. Selection and drift are part of a statistical description of population (...) change; they are not discrete, apportionable causes. Our objective here is to provide a definitive statement of the statistical position, so as to allay some confusions in the current literature. We outline four commitments that are central to statisticalism. They are: 1. Natural Selection is a higher order effect; 2. Trait fitness is primitive; 3. Modern Synthesis (MS)-models are substrate neutral; 4. MS-selection and drift are model-relative. (shrink)
O presente artigo recupera as noções de guerra de raças e de biopoder nas lições ministradas por Michel Foucault no Collège de France intituladas Il faut défendre la Société (1976), para refletir sobre a relação entre neoliberalismo e violência política. Nesse sentido, interessa-me examinar como o pensamento de Foucault formulou o problema do biopoder vinculado ao da violência de raça para analisar nossa atual política (neo)liberal em termos de paradigmas raciais e coloniais.
This paper presents a new reconstruction of Wittgenstein’s famous (and controversial) rule-following arguments. Two are the novel features offered by our reconstruction. In the first place, we propose a shift of the central focus of the discussion, from the general semantics and the philosophy of mind to the philosophy of mathematics and the rejection of the notion of a function. The second new feature is positive: we argue that Wittgenstein offers us a new alternative notion of a rule (to replace (...) the rejected functions), a notion reminiscent of Category Theory’s notion of a morphism. (shrink)
>e paper studies the discussion about human good in Eudemian Ethics I.7. It is particularly concerned with the existence, in the text, of two characteristics of the human good: its peculiarity, on the one hand, which consists not only in the quali- (cation ‘human’ (anthropinon), but also in the assignment of this good to the domain of action (the activity that distinguishes humans from other beings), and, on the other hand, the fact that it belongs to a spectrum containing the (...) goods of other beings, like god and the remaining living beings. Divinity works as the standard for the distinction between eudaimonic goods – belonging to beings whose nature implies participation in the divine (humans, for example) – and non-eudaimonic goods that belong to those beings deprived of such participation. Resorting to other passages from the Eudemian Ethics, as well as other texts from the corpus, the paper defends that the two characteristics of the human good presented in EE I.7 foreshadow an important di?erence between the two Aristotelian treatises on eudaimonia: whereas the Nicomachean Ethics emphasizes contemplation as the activity through which humans participate in the divine, the Eudemian Ethics stresses virtuous actions as a human activity related to the divine. (shrink)
The use of machine learning algorithms has become ubiquitous in hiring decisions. Recent studies have shown that many of these algorithms generate unlawful discriminatory effects in every step of the process. The training phase of the machine learning models used in these decisions has been identified as the main source of bias. For a long time, discrimination cases have been analyzed under the banner of disparate treatment and disparate impact, but these concepts have been shown to be ineffective in the (...) context of AI. This paper examines the possibility of studying algorithmic discrimination from the perspective of negligence law. Negligent selection and validation of datasets and classifiers is a salient cause of improper training in machine learning. It is a breach of an employer’s duty to protect others, a failure of its exercise of due care in the manner of choosing employees. Adopting negligence to algorithmic discrimination requires a reformulation of what is foreseeable and reasonable within the context of black box algorithms, and a shift in the burden of proof to the employer, who must present evidence of its efforts to avoid bias. (shrink)
This paper explores the relationship between a prominent version of the relational view of memory and recent work on forms of unsuccessful remembering or memory errors. I argue that unsuccessful remembering poses an important challenge for the relational view. Unsuccessful remembering can be divided into two kinds: misremembering and confabulating. I discuss each of these cases in light of a recent relational account, according to which remembering is characterized by an experiential relation to past events, and I argue that experiential (...) relations do not adequately distinguish between remembering and unsuccessful remembering. This is because there are, on the one hand, cases of remembering that do not instantiate the relevant experiential relations, and, on the other hand, cases of confabulation and misremembering that do instantiate the relevant experiential relations. I conclude by suggesting that any successful relationalist attempt to explain remembering needs to come to grips with unsuccessful remembering. (shrink)
Testimony about the future dangerousness of a person has become a central staple of many judicial processes. In settings such as bail, sentencing, and parole decisions, in rulings about the civil confinement of the mentally ill, and in custody decisions in a context of domestic violence, the assessment of a person’s propensity towards physical or sexual violence is regarded as a deciding factor. These assessments can be based on two forms of expert testimony: actuarial or clinical. The purpose of this (...) paper is to examine the scientific and epistemological basis of both methods of prediction or risk assessment. My analysis will reveal that this kind of expert testimony is scientifically baseless. The problems I will discuss will generate a dilemma for factfinders: on the one hand, given the weak predictive abilities of the branches of science involved, they should not admit expert clinical or actuarial testimony as evidence; on the other hand, there is a very strong tradition and a vast jurisprudence that supports the continued use of this kind of expert testimony. It is a clear case of the not so uncommon conflict between science and legal tradition. (shrink)
Rules 405(a) and 608(a) of the Federal Rules of Evidence allow the use of testimony about a witness’s reputation to support or undermine his or her credibility in trial. This paper analyzes the evidential weight of such testimony from the point of view of social epistemology and the theory of social networks. Together they provide the necessary elements to analyze how reputation is understood in this case, and to assess the epistemic foundation of a reputational attribution. The result of the (...) analysis will be that reputational testimony is extremely weak from an epistemological point of view, and that in many cases there are more reliable substitutes that achieve a similar purpose. The obvious fix, in my view, is to eliminate the use of reputation testimony to support or undermine the credibility, honesty, chastity or peacefulness of a witness. (shrink)
Aunque el derecho probatorio y el derecho procesal se han dedicado desde siempre al estudio de los problemas relacionados con las pruebas y el establecimiento de los hechos en los procesos judiciales, el énfasis ha estado siempre en el aspecto formal, doctrinal y procedimental en detrimento de los fundamentos filosóficos y teóricos. Durante los últimos años ha habido un intento sostenido de explorar estos fundamentos combinando no sólo las herramientas tradicionales proporcionadas por la lógica, la gramática y la retórica, sino (...) también los avances hechos en ciencias como la estadística y la probabilidad, la medicina y la psicología forenses, la psicología de la percepción, la epistemología y la filosofía de la ciencia. El presente libro reúne las contribuciones de destacados juristas y filósofos latinoamericanos a esta nueva perspectiva interdisciplinaria, conocida como epistemología jurídica. El libro está dividido en tres grandes temas: la primera parte explora los problemas epistemológicos del conocimiento de los hechos en los procesos judiciales; la segunda se enfoca en el problema de los estándares de prueba; y la sección final discute el testimonio de los expertos. En su conjunto el libro ofrece un panorama tanto de los problemas centrales de la epistemología jurídica, como del estado del arte de la disciplina. (shrink)
Moore’s Paradox is a test case for any formal theory of belief. In Knowledge and Belief, Hintikka developed a multimodal logic for statements that express sentences containing the epistemic notions of knowledge and belief. His account purports to offer an explanation of the paradox. In this paper I argue that Hintikka’s interpretation of one of the doxastic operators is philosophically problematic and leads to an unnecessarily strong logical system. I offer a weaker alternative that captures in a more accurate way (...) our logical intuitions about the notion of belief without sacrificing the possibility of providing an explanation for problematic cases such as Moore’s Paradox. (shrink)
This paper offers a new interpretation for Wittgenstein`s treatment of mathematical identities. As it is widely known, Wittgenstein`s mature philosophy of mathematics includes a general rejection of abstract objects. On the other hand, the traditional interpretation of mathematical identities involves precisely the idea of a single abstract object – usually a number –named by both sides of an equation.
El artículo expone el papel del otro y de lo otro en la hermenéutica de Gadamer a la luz de la idea de diálogo. Para comprender se requiere reconocer lo otro en su carácter de tú, asumir que no se tiene distancia frente a él y estar abierto a acoger lo dicho por él como una posible verdad. La compresión posee una estructura dialéctica que implica la cancelación de las propias expectativas y el acceso a un saber más abarcante. Aunque (...) la comprensión es histórica, en ella se muestra cada vez un aspecto de la cosa misma, que resulta de la interacción del yo y el tú en el curso de la conversación hermenéutica y que constituye una verdad común con caracteres análogos a los del saber de tipo práctico. [The paper exposes the role of the other in Gadamer’s hermeneutics in the light of the idea of dialogue. Understanding requires the recognition of the other as a thou, the acceptance of the lack of distance from him and the openness to embrace what is said by him as a possible truth. Understanding has a dialectical structure which implies the cancellation of one’s own expectations and the access to a more comprehensive knowledge. Even though every understanding is historical, it discloses an aspect of the thing itself, which results from the interaction of the I and the thou during the process of hermeneutical conversation and constitutes a common truth with analogous characteristics to practical reason.] . (shrink)
This paper offers an overview of various alternative formulations for Analysis, the theory of Integral and Differential Calculus, and its diverging conceptions of the topological structure of the continuum. We pay particularly attention to Smooth Analysis, a proposal created by William Lawvere and Anders Kock based on Grothendieck’s work on a categorical algebraic geometry. The role of Heyting’s logic, common to all these alternatives is emphasized.
Cet article poursuit un double but : d’une part, situer dans le parcours philosophique de Wittgenstein une partie de l’histoire du « problème du champ visuel », thème clé de sa période intermédiaire ; d’autre part, mettre en lumière sa critique de l’idée d’un champ visuel (et celle de l’idée d’un objet interne). Nous croyons que ses arguments sont nouveaux, pénétrants, et ainsi leur intérêt dépasse les limites d’un exposé purement exégétique.
This paper offers a reconstruction of Wittgenstein's discussion on inductive proofs. A "algebraic version" of these indirect proofs is offered and contrasted with the usual ones in which an infinite sequence of modus pones is projected.
A common objection to probabilistic theories of causation is that there are prima facie causes that lower the probability of their effects. Among the many replies to this objection, little attention has been given to Mellor's (1995) indirect strategy to deny that probability-lowering factors are bona fide causes. According to Mellor, such factors do not satisfy the evidential, explanatory, and instrumental connotations of causation. The paper argues that the evidential connotation only entails an epistemically relativized form of causal attribution, not (...) causation itself, and that there are clear cases of explanation and instrumental reasoning that must appeal to negatively relevant factors. In the end, it suggests a more liberal interpretation of causation that restores its connotations. Una objeción común a las teorías probabilísticas de la causalidad es que aparentemente existen causas que disminuyen la probabilidad de sus efectos. Entre las muchas respuestas a esta objeción, se le ha dado poca atención a la estrategia indirecta de D. H. Mellor (1995) para negar que un factor que disminuya la probabilidad de un efecto sea una causa legítima. Según Mellor, tales factores no satisfacen las connotaciones evidenciales, explicativas e instrumentales de la causalidad. El artículo argumenta que la connotación evidencial sólo implica una forma epistémicamente relativizada de atribución causal y no la causalidad misma, y que hay casos claros de explicación y razonamiento instrumental que deben apelar a factores negativamente relevantes. Se sugiere una interpretación más liberal de la causalidad que reinstaura sus connotaciones. (shrink)
The fact that names refer to individuals is a basic assumption of referentialist theories of proper names, but the notion of individual is systematically taken for granted in those theories. The present paper follows that basic assumption, but proposes to analyze the notion of individual prior to the development of any semantic theory of proper names. It will be argued that a particular perdurantist conception of individual should be adopted, which distinguishes the notions of individual occurrence, and individual simpliciter. A (...) new theory of proper names (called the cluster-occurrence theory) is presented, according to which names refer to individual occurrences, and the intension associated with a name is an individual simpliciter. The merits of the new theory are then assessed in confrontation with its standard rival accounts. (shrink)
Introduction to synthisophy: roots, mission, description, conclusion and application. Synthisophy - the integration of knowledge derived from the study of history into present culture. Roots: Synthesis/History/Sophy. Synthesis: the integration of separate entities into a unified whole. History: what has happened in the past. Sophy: Greek root: wisdom; a system embracing knowledge and truth. Thesis 1: Our evolutionarily selected cognitive biases, confirmation biases, argumentative theory state of mind and our tribal and warrior ethos have caused our political polarization. Thesis 2: Realigion (...) - an understanding of the real world based on scientific fact and truth, but believing in the existence of God to explain the unknowable with aspects of existing religion, faith of one's own, or accepting the unknowable as God. Thesis 3: Looking at Bloom’s taxonomy, only the human brain can create new and original ideas. Thesis 4: Perhaps politics on the alt-Right and illiberal-Left has become their religion. (shrink)
Wittgenstein’s philosophy of mathematics involves two highly controversial theses: the idea that mathematical propositions are not about (abstract) objects and the idea that no mathematical conjecture is ever answered as such, because the advent of the proof always determines a semantical shift of the meanings of the terms involved in the conjecture. The present article offers a reconstruction of Wittgenstein’s arguments supporting these theses within a very restricted setting: Archimedes’ discovery of an algorithm for calculating the number Pi.
El desarrollo de las artes visuales durante el siglo XX desdibujó la frontera entre aquellos objetos y artefactos que llamamos obras de arte, y aquéllos que no son merecedores de ese título. Arthur Danto ha propuesto una teoría estética a la luz de la cual sería posible volver a definir los límites del arte. En este ensayo examino dos de los aspectos más problemáticos de la teoría: la importancia excesiva que Danto le otorga al concepto de mímesis y su concepción (...) teleológica de la historia del arte. Si atenuamos el papel de estos dos elementos, la teoría pierde gran parte de su poder explicativo. En las últimas dos secciones del ensayo arguyo que el mundo del arte al que Danto atribuye un papel central en el problema de la demarcación debe él mismo ser considerado un subproducto de las condiciones que determinan la naturaleza del arte en general. (shrink)
El análisis de los conceptos de espacio y tiempo es generalmente considerado uno de los aspectos menos satisfactorios de la obra de Hume. Kemp Smith ha demostrado que en esta sección del Tratado Hume estaba respondiendo a los argumentos que Pierre Bayle había utilizado para probar que el razonamiento humano siempre termina refutándose a sí mismo. En este ensayo expongo las falacias en los argumentos de Bayle, las cuales están basadas en una comprensión inadecuada del concepto de extensión. Hume no (...) logró detectar dichas falacias y repitió los mismos errores de Bayle, lo cual explica la absurda doctrina del espacio que defiende en el Tratado. (shrink)
Create an account to enable off-campus access through your institution's proxy server.
Monitor this page
Be alerted of all new items appearing on this page. Choose how you want to monitor it:
Email
RSS feed
About us
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.