HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA: O DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA I -/- A SOCIOLOGIA NOS ESTADOS UNIDOS -/- -/- HISTORY OF SOCIOLOGY: THE DEVELOPMENT OF SOCIOLOGY I -/- SOCIOLOGY IN UNITED STATES -/- -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – IFPE-BJ, CAP-UFPE e UFRPE. E-mails: [email protected] e [email protected] WhatsApp: (82)9.8143-8399. -/- -/- PREMISSA -/- A Sociologia nos Estados Unidos desenvolveu-se no contexto de dois grandes eventos que marcaram profundamente a história do país. -/- O primeiro foi a Guerra de Secessão (também conhecida como (...) Guerra Civil Americana), que ocorreu entre 1861 e 1865 e gerou ressentimentos e atritos entre a população do sul e a do norte dos Estados Unidos. -/- Em contrapartida, houve a urbanização das terras do oeste e das áreas centrais do país, o que contribuiu para o crescimento da economia e a expansão industrial. No norte, graças ao esforço de guerra, houve um grande crescimento, principalmente na metalurgia, no transporte ferroviário, na indústria de armamentos e na indústria naval. O comércio também se expandiu de maneira exponencial em todo o território estadunidense. -/- O padrão de cultura dos Estados Unidos passou a ser o ideal nortista de “trabalho duro, educação e liberdade econômica a todos”. Houve ainda um grande desenvolvimento de escolas e instituições de ensino superior. -/- O segundo grande evento que marcou a história estadunidense foi a chegada em massa de estrangeiros. Entre 1860 e 1900, os Estados Unidos passaram de país agrícola, com população em torno de 4 milhões, para país industrial, com uma das maiores economias do mundo e com 75 milhões de habitantes. -/- O incremento populacional e a industrialização redundaram em um processo de urbanização sem precedentes que continuou até a década de 1930. Para se ter uma ideia, em 1860 viviam em Chicago 102 260 pessoas; em 1900, a população da cidade passou a 1 698 575 e, em 1930, a 3 375 329. Em virtude desses fatores, consolidaram-se nos Estados Unidos uma burguesia industrial, comercial e financeira significativa, uma classe trabalhadora majoritariamente formada por imigrantes e uma classe média em ascensão. -/- As principais cidades passaram a ser um espaço de conflito e alvo de preocupações. Temas como imigração, aculturação, conflitos étnicos, comportamentos desviantes e políticas públicas foram importantes na Sociologia desenvolvida inicialmente no país. -/- Entre os principais fundadores da Sociologia nos Estados Unidos estão William Graham Sumner (1840 -1910), Lester Frank Ward (1841-1913), Albion Woodbury Small (1854-1926), Franklin Henry Giddings (1855-1931), Thorstein Bunde Veblen (1857-1929), William Isaac Thomas (1863-1947), Robert Ezra Park (1864-1944), Charles Horton Cooley (1864-1929) e George Herbert Mead (1863-1931). -/- A herança cultural desses fundadores é muito diversa: foram influenciados principalmente pela tradição religiosa protestante disseminada em quase todo o território, pelo liberalismo econômico clássico conservador, do tipo laissez-faire, pelo evolucionismo do inglês Charles Darwin (1809-1882) e pelo darwinismo social de Herbert Spencer (1820-1903). Acrescente-se a esse cadinho de concepções de mundo e ciência o pragmatismo do filósofo e psicólogo William James (1842-1910) e do filósofo Charles Pierce (1839-1914). -/- Essa herança permite compreender as duas grandes características da Sociologia nos Estados Unidos: -/- • multiplicidade de temas, problemas e propostas e diversidade teórica e metodológica; -/- • desenvolvimento desse campo do conhecimento em universidades, nas quais as atividades eram financiadas pelo Estado e pelo setor privado (Fundação Rockefeller, comitês e associações normalmente religiosas). -/- Por causa dessa segunda característica, optei por analisar o desenvolvimento da Sociologia nos Estados Unidos em três importantes universidades estadunidenses: a de Chicago, Harvard e Columbia. -/- 1. A Universidade de Chicago -/- A Universidade de Chicago foi fundada em 1890 pelo magnata do petróleo John D. Rockefeller e recebeu os primeiros alunos em 1892. Nela foi criado o primeiro departamento de Sociologia dos Estados Unidos, sob a direção de Albion Woodbury Small. -/- No início de seus trabalhos sociológicos, a Universidade de Chicago deu primazia à pesquisa empírica, procurando conhecer, por meio da observação direta, a dinâmica das relações sociais. Desenvolveu uma forte tendência pragmática e microssociológica, que viria a ser conhecida como a Escola de Chicago. A maior preocupação dos integrantes dessa Escola foi com os problemas das grandes cidades dos Estados Unidos, como a marginalidade social, o alcoolismo, as drogas, a segregação racial e a delinquência, estabelecendo uma relação entre a pesquisa sociológica e a intervenção dos organismos públicos na sociedade. -/- Os sociólogos de Chicago também se dedicaram ao que chamaram de ecologia humana, em oposição à ecologia animal e vegetal. -/- Em 1895, Albion Woodbury Small fundou o American Journal of Sociology e, em 1907, participou ativamente da fundação da Sociedade Americana de Sociologia. Ele publicou, com Georges Vincent, em 1894, talvez o primeiro manual de Sociologia para estudantes, intitulado Introdução ao estudo da sociedade. Tendo estudado na Alemanha, Small foi o principal divulgador do pensamento de Georg Simmel nos Estados Unidos. -/- Entre os integrantes da Escola de Chicago mais conhecidos no Brasil, podemos citar William I. Thomas (1863-1947) e Florian Znaniecki (1882-1958), cuja principal obra foi O camponês polonês na Europa e na América, editada em 1918. -/- Destacam-se ainda Robert E. Park (1864-1944) e Ernest W. Burgess (1886-1966), que escreveram, entre outras obras, Introdução à ciência da Sociologia, em 1921. -/- Os dois, com Roderick Mackenzie, escreveram o clássico A cidade, em 1925. Outro membro de destaque foi Louis Wirth (1897-1952), autor de O gueto, escrito em 1928, e de um artigo que se tornou famoso, “Urbanismo como modo de vida”, publicado em 1938, no American Journal of Sociology. -/- A Escola de Chicago congregou, ainda, sociólogos e antropólogos com ligação com a Psicologia Social, que desenvolveram uma abordagem sociológica das relações sociais conhecida como interacionismo simbólico. A principal figura dessa vertente foi George Herbert Mead (1863-1932), que trabalhou em diversas áreas, sobretudo como psicólogo social e como professor de várias gerações de antropólogos e sociólogos. Seus escritos foram sistematizados por seus alunos e publicados com o nome Mind, self and society (A mente, o eu e a sociedade), em 1934. -/- Além da tradição intelectual dos Estados Unidos, os integrantes da Escola de Chicago receberam a influência de Jean-Gabriel de Tarde, Émile Durkheim e Georg Simmel. Seus continuadores foram Herbert Blumer (1900-1987) e Everett C. Hughes (1897-1983). -/- 1.1 Erving Goffman (1922-1982) -/- O representante da Sociologia desenvolvida na Universidade de Chicago mais influente no Brasil é Erving Goffman, que nasceu em Manville, Alberta, no Canadá, em 1922, e faleceu nos Estados Unidos em 1982. Obteve o grau de bacharel pela Universidade de Toronto, em 1945, e concluiu mestrado (1949) e doutorado (1953) na Universidade de Chicago, onde estudou Sociologia e Antropologia Social. Em 1958, tornou-se professor da Universidade da Califórnia e, em 1968, ingressou na Universidade da Pensilvânia, onde foi professor de Antropologia e Sociologia. -/- Entre 1981 e 1982, Goffman foi presidente da Sociedade Americana de Sociologia e realizou pesquisas na linha da Sociologia interpretativa e cultural, iniciada por Max Weber, desenvolvendo a ideia de que o mundo é um teatro e cada um, individualmente ou em grupo, interpreta papéis de acordo com as circunstâncias em que se encontra. Essas circunstâncias são marcadas por rituais e posições distintivas em relação a outros indivíduos ou grupos. Para ele, é possível distinguir indivíduos, grupos e classes com base, por exemplo, em aspectos como as formas de vestir ou de se apresentar publicamente. -/- O sociólogo considera a interação social como um processo fundamental de identificação e de diferenciação dos indivíduos e grupos, analisando-a no cotidiano, especialmente em lugares públicos. Goffman estudou com especial atenção o que chamou de “instituições totais”, lugares onde o indivíduo é isolado da sociedade, como prisões e manicômios. -/- De acordo com o sociólogo brasileiro Édison Gastaldo: -/- O trabalho de Goffman trouxe à luz aspectos da vida cotidiana que não se julgavam “sociologicamente relevantes”. Seus insights sobre as interações ordinárias, sobre o deslocamento dos pedestres, sobre a ocupação social dos espaços públicos, sobre a atuação dos vigaristas, mendigos, loucos, espiões, jogadores e de todos aqueles que passam cotidianamente debaixo de nossos narizes sem que prestemos atenção modificaram o pensar sociológico no mundo. Sua descrição etnográfica de um hospital para doentes mentais colaborou decisivamente para deflagrar a luta antimanicomial no mundo inteiro. Vinte e dois anos depois de sua morte, os temas e os conceitos desenvolvidos por Goffman ainda estão em pleno uso e vitalidade (GASTALDO, 2004, p. 9/10). -/- Suas três obras mais conhecidas são: A representação do eu na vida cotidiana (1959), Manicômios, prisões e conventos (1961) e Estigma: notas sobre a manipulação da identidade (1963). -/- 2. A Universidade Harvard -/- A história de Harvard começa em 1636, quando foi fundada, na cidade de Cambridge, no estado de Massachusetts, uma instituição de ensino denominada New College. Em 1639, essa instituição recebeu o nome de Harvard College, em homenagem a John Harvard, seu principal mecenas. -/- A Sociologia desenvolvida na Universidade Harvard é marcada por uma preocupação teórica e tem dois sociólogos como expoentes: Pitirim Alexandrovich Sorokin (1889-1968) e Talcott Edgar Frederick Parsons (1902-1979). Este último influenciou muito o desenvolvimento da Sociologia no mundo e no Brasil. -/- 2.1 Talcott Parsons (1902-1979) -/- Talcott Parsons nasceu no Colorado, nos Estados Unidos. Em 1924, graduou-se em Biologia e Filosofia na Faculdade Amherst. Em 1925, pós-graduou-se em Ciências Sociais na Escola de Economia de Londres, na Inglaterra, e, em seguida, doutorou-se na Universidade de Heidelberg, na Alemanha. -/- Nos Estados Unidos, lecionou Economia e Sociologia na Universidade Harvard durante 45 anos (1927-1973). Em 1944, tornou-se presidente do Departamento de Sociologia, transformando-o, dois anos depois, no Departamento de Relações Sociais, a fim de unir a Sociologia a outras ciências sociais. -/- Assim como Sorokin, Parsons voltou-se para a Sociologia europeia, tendo por base as ideias de Max Weber, Vilfredo Pareto (1848-1923) e Émile Durkheim, além das do economista inglês Alfred Marshall (1842-1924). Fundamentado nesses autores, desenvolveu uma grande obra teórica, que dominaria a Sociologia estadunidense desde então. -/- Parsons é o sociólogo estadunidense mais conhecido no mundo. Em geral, seus críticos entenderam-no como um pensador conservador, preocupado basicamente com o bom ordenamento da sociedade. Seu interesse era determinar a função que os indivíduos desempenhavam na estrutura social. Entendia o indivíduo como expressão dessa estrutura, a qual devia ser mantida e preservada. Caso isso não ocorresse, deviam entrar em ação os mecanismos de controle social (moral, ética, sistema jurídico e penal etc.), como instrumentos preventivos ou corretivos. -/- Seu trabalho exerceu influência em diversos países e ambientes acadêmicos (particularmente nas décadas de 1950 a 1970), até mesmo na então União Soviética, onde, em 1964, ministrou aulas sobre a Sociologia estadunidense a convite da Academia de Ciências da União Soviética (URSS). -/- Suas principais obras foram: A estrutura da ação social (1937), O sistema social (1951), Economia e sociedade (1956, com N. Smelser), Estrutura e processo nas sociedades modernas (1960), Sociedades: perspectivas evolucionárias e comparativas (1966), Teoria sociológica e sociedade moderna (1968), Política e estrutura social (1969), Sistemas sociais e a evolução da teoria da ação (1977) e Teoria da ação e a condição humana (1978). -/- 3. A Universidade Columbia -/- A King’s College foi fundada em 1754, em Nova York, nos Estados Unidos. Quando as colônias inglesas se declararam independentes da Grã-Bretanha, a instituição passou a se chamar Universidade Columbia. A partir da última década do século XIX, essa universidade se destacaria por uma importante produção no campo da Sociologia, tendo como pioneiro Franklin Giddings (1855-1931), fundador da cadeira de Sociologia. Fortemente marcado pelo evolucionismo e pelo pragmatismo, foi um dos primeiros a usar métodos quantitativos e experi-mentais no estudo dos fenômenos sociais. -/- Dois sociólogos de Columbia merecem destaque, por serem muito conhecidos no Brasil: Robert K. Merton e Charles Wright Mills. -/- 3.1 Robert King Merton (1910-2003) -/- Merton nasceu na Filadélfia e faleceu em Nova York. Graduou-se em Sociologia na Universidade Temple e pós-graduou-se na Universidade Harvard, onde trabalhou com Pitirim Sorokin e Talcott Parsons até a defesa de seu doutorado, em 1936. -/- Em 1941 Merton transferiu-se para a Universidade Columbia, onde permaneceu durante 38 anos, até aposentar-se. Nessa universidade procurou integrar teoria à prática sociológica. Estudou o comportamento desviante e os processos de adaptação social, tendo por base pesquisas qualitativas e quantitativas do exercício profissional em ambiente de solidariedade e de conflito. Com Paul Lazarsfeld (1901-1976), desenvolveu o Departamento de Pesquisa Social Aplicada. -/- O nome de Merton está vinculado à proposta de criação de teorias de alcance médio, segundo a qual os sociólogos seriam mais úteis à sociedade se deixassem de lado as grandes teorias (criticando Parsons) e criassem outras de médio alcance. Essas teorias estariam situadas entre as hipóteses de trabalho rotineiras na pesquisa e as amplas especulações. Mediariam, dessa forma, as abstrações, generalizações e fundamentos empíricos da pesquisa. -/- Merton tinha uma visão humanista da função social da ciência, demonstrando influência clara de Max Weber. Concebia a ciência como um conjunto de conhecimentos compartilhados por todos os membros da sociedade, que deveriam julgar a credibilidade das postulações científicas de acordo com suas expectativas e valores morais. Mas as decisões acerca do fazer científico não caberiam à sociedade, e sim ao próprio cientista, sempre adequando seus valores aos da sociedade. -/- 3.2 Charles Wright Mills (1916-1962) -/- Charles Wright Mills (1916-1962) nasceu em Waco, no Texas, Estados Unidos. Mestre em Artes, Filosofia e Sociologia pela Universidade do Texas, concluiu, em 1942, seu doutorado em Sociologia e Antropologia pela Universidade de Wisconsin. Foi professor de Sociologia nas universidades de Maryland e Columbia, onde passou a lecionar em 1947 e permaneceu até a morte, em 1962. -/- Charles Mills representa uma tendência quase marginal na Sociologia dos Estados Unidos, por apresentar uma visão crítica e militante da sociedade estadunidense e da própria Sociologia. -/- Influenciado por Karl Marx e Max Weber, Mills procurou conciliar o conceito de classe social com o de status, visando esclarecer processos e mecanismos dos conflitos e das mudanças sociais. Por meio de pesquisas, tentou elucidar a complexidade de estruturas de poder, particularmente das elites (em lugar de classes dominantes), e de seu papel na mudança social, fugindo da ideia de revolução como única via para a transformação social. -/- Charles Wright Mills é conhecido principalmente por seu livro A imaginação sociológica, publicado originalmente nos Estados Unidos em 1959. Nele, o autor propõe que os sociólogos, ao exercer a profissão, não deixem a imaginação e a criatividade de lado em favor de uma pretensa objetividade e neutralidade do trabalho científico. Para Mills, os grandes intelectuais da história nunca abriram mão da reflexão e da criatividade e mantiveram uma postura crítica diante da realidade. -/- Atribuindo aos sociólogos a responsabilidade de agentes ativos na sociedade, cabendo-lhes tomar parte nos debates públicos de sua época, Mills defendia a ideia de que a Sociologia deveria ser compreensível para o grande público. Para ele, a ciência social era inseparável da vida pessoal do cientista: a intuição, a imaginação e o comprometimento com o tempo em que se vivia eram fundamentais para compreender cientificamente a sociedade. Suas obras foram publicadas em vários idiomas. Além da citada anteriormente, as mais importantes são: A nova classe média (1951), A elite do poder (1956), Sobre o artesanato intelectual (1959) e Os marxistas (1962). -/- Mills escreveu também artigos em revistas e dois livros que tiveram grande exposição na mídia dos Estados Unidos, por seu caráter polêmico: As causas da Terceira Guerra Mundial (1958), no qual discute a corrida nuclear, e A Revolução em Cuba (1960), em que analisa a fase inicial da Revolução Cubana. -/- Outros sociólogos que defendem uma postura crítica na Sociologia estadunidense, continuadores ou não de Charles Wright Mills, são Irving Louis Horowitz (1929-2012), Martin Nicolaus (1928-) e Alvin Gouldner (1920-1980). -/- REFERENCIAL TEÓRICO -/- BOTTOMORE, T.; et al. Dicionário do pensamento social do século XX. Trad. Eduardo Francisco Alves. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1996. -/- COULON, A. A Escola de Chicago. Trad. Tomás R. Bueno. 1ª ed. Campinas: Papirus, 1995. -/- CUIN, C. H.; GRESLE, F. História da Sociologia. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Ensaio, 1994. -/- DOMINGUES, J. M. A sociologia de Talcott Parsons. 1ª ed. São Paulo: Annablume, 2008. -/- GASTALDO, É. (org.); et al. Erving Goffman, desbravador do cotidiano. 1ª ed. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2004. -/- NOVA, S. V. Introdução à Sociologia. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2004. -/- SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2016. -/- VALLADARES, L. do P. A Escola de Chicago: impacto de uma tradição no Brasil e na França. 1ª ed. Belo Horizonte: UFMG, 2005. -/- VÁRIOS, autores. O livro da sociologia. As grandes ideias de todos os tempos. Trad. Rafael Longo. 1ª ed. São Paulo: Globo, 2015. -/- SBS - Sociedade Brasileira de Sociologia PUCRS - PPG em Ciências Sociais Avenida Ipiranga, 6681 - Partenon CEP: 90619-900 - Porto Alegre, RS [email protected] Emanuel Isaque Cordeiro da Silva ©2019 -/- Estimule a criatividade. Respeite os direitos autorais. (shrink)

HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA: O DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA I -/- A SOCIOLOGIA BRASILEIRA -/- HISTORY OF SOCIOLOGY: THE DEVELOPMENT OF SOCIOLOGY I -/- THE BRAZILIAN SOCIOLOGY -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – IFPE-BJ, CAP-UFPE e UFRPE. E-mails: [email protected] e [email protected] WhatsApp: (82)9.8143-8399. -/- PREMISSA -/- Como na França de Émile Durkheim, os primeiros passos da Sociologia no Brasil, em termos institucionais, ocorreram a partir de iniciativas para a inclusão dessa disciplina no ensino secundário (hoje, ensino médio). A primeira tentativa ocorreu (...) em 1890, logo após a proclamação da República, com a reforma educacional de Benjamin Constant, que defendia o ensino laico em todos os níveis. O ensino secundário tinha por objetivo a formação intelectual dos jovens fora do contexto religioso, então predominante. Mas, sem nunca ter sido de fato incluída nos currículos escolares, a Sociologia foi expurgada pela Reforma Epitácio Pessoa, em 1901. Somente em 1925 a Sociologia retornou ao currículo do ensino secundário por meio da Reforma de Rocha Vaz, que tinha os mesmos objetivos da de Benjamin Constant. Em decorrência dessa reforma, o Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, implantou a Sociologia regularmente no seu currículo. Em 1928, a disciplina foi introduzida nas escolas de vários estados brasileiros, notadamente em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. -/- Desde 1925, podem-se destacar alguns intelectuais que contribuíram para o ensino de Sociologia no ensino secundário, lecionando e escrevendo manuais para esse nível: Fernando de Azevedo (1894-1974), Gilberto Freyre (1900-1987), Carneiro Leão (1887-1966) e Delgado de Carvalho (1884-1980), em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Eles tinham por objetivo preparar intelectualmente os jovens das elites dirigentes, elevando o conhecimento daqueles que chegavam às escolas médias. Esses autores, em sua maioria, foram influenciados pela Sociologia desenvolvida na Europa e nos Estados Unidos. -/- Em 1931, a reforma de Francisco Campos, no governo de Getúlio Vargas, introduziu a Sociologia nos cursos preparatórios ao ensino superior nas faculdades de Direito, Ciências Médicas, Engenharia e Arquitetura, além de mantê-la nos cursos normais (de formação de professores). -/- No final do Estado Novo, em 1942, o governo de Getúlio Vargas, através de seu ministro da Educação, Gustavo Capanema, implantou a Reforma Capanema, que excluiu a Sociologia do ensino secundário brasileiro. Assim, a Sociologia fez parte do currículo do ensino secundário por 18 anos (1925-1942). Ela, contudo, permaneceu como matéria obrigatória do currículo das Escolas Normais, de nível secundário, destinadas à formação de professores do antigo ensino primário (o que corresponderia aos atuais 2º a 5º anos). -/- 1. A SOCIOLOGIA NO ENSINO SUPERIOR: INÍCIO DO SÉCULO XX -/- Nas primeiras décadas do século XX, a Sociologia no ensino superior estava presente de forma embrionária em vários estados brasileiros (Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo) e principalmente nos cursos de Direito. Desenvolveu-se de forma mais consistente, contudo, nos estados que passavam por um processo de industrialização e urbanização crescente desde o final da década de 1910. -/- Essas transformações da estrutura econômica e social repercutiram nas esferas culturais e educacionais, propiciando um crescente interesse pelos estudos científicos da realidade social da época. -/- Em decorrência disso, foram publicados importantes trabalhos que contribuíram para o desenvolvimento das ciências sociais no Brasil. Uma das preocupações dos pensadores daquele período era a busca do entendimento do Brasil por meio de seus componentes históricos, tendo por base as muitas vertentes europeias e estadunidenses das ciências humanas. -/- Esses pensadores defendiam a ideia de que havia uma ligação entre o passado colonial e a configuração social em que viviam. Para eles, esse condicionamento do passado deveria ser superado para que o país saísse do atraso. As preocupações desses pensadores giravam em torno do futuro do Brasil e das possibilidades de mudança social e das resistências a elas. Entre outros, podem ser citados: Francisco José de Oliveira Vianna (1883 -1951), Caio da Silva Prado Júnior (1907-1990), Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), Gilberto Freyre (1900-1987) e Fernando de Azevedo (1894-1974). -/- Pode-se afirmar que foi entre as décadas de 1920 e 1940 que a Sociologia fincou alicerces no Brasil. Nesse período, procuraram-se definir mais claramente as fronteiras entre a Sociologia e as áreas do conhecimento afins, como a Literatura, a História e a Geografia, e institucionalizou-se o curso de Sociologia e/ou Ciências Sociais em faculdades e universidades. Foram fundadas a Escola Livre de Sociologia e Política (ELSP) em São Paulo, em 1933, e as Universidades de São Paulo (USP) e do Distrito Federal (UDF), esta no Rio de Janeiro, respectivamente em 1934 e 1935, nas quais foram instituídos cursos de Ciências Sociais. -/- Vários professores estrangeiros vieram ao Brasil para trabalhar nessas universidades e contribuíram de modo significativo para o desenvolvimento da Sociologia no Brasil. Entre outros, podem ser citados: Donald Pierson (1900-1995), Alfred Radcliffe-Brown (1881-1955), Claude Lévi -Strauss (1908-2009), Georges Gurvitch (1894-1965), Roger Bastide (1898-1974), Charles Morazé (1913-2003) e Paul-Arbousse Bastide (1901-1985). -/- A revista Sociologia, da Escola Livre de Sociologia e Política, foi um exemplo da produção sociológica da época. Criada em 1939 e publicada até 1981, em São Paulo, constituiu um verdadeiro marco de estudo, pesquisa e divulgação das Ciências Sociais no Brasil. -/- 1.1 De 1940 a 1960: disseminação da Sociologia na universidade -/- A partir do final da Segunda Guerra Mundial até meados da década de 1960, disseminaram-se as Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras no Brasil, em universidades ou fora delas, e a Sociologia passou a fazer parte do currículo dos cursos de Ciências Sociais ou a apresentar-se como disciplina obrigatória em outros cursos. -/- Uma nova geração de cientistas sociais passou a ter presença marcante no Brasil. Entre eles, podem ser citados: Florestan Fernandes (1920-1995), Antonio Candido (1918-2017), Maria Isaura Pereira de Queiroz (1918-2018), Juarez Rubens Brandão Lopes (1925-2011), Alberto Guerreiro Ramos (1915-1982), Luiz Aguiar da Costa Pinto (1920-2002) e Hélio Jaguaribe (1923-2018), que influenciaram muitos cientistas sociais em todo o território nacional. -/- Os principais temas de pesquisas, análises e discussões nesse período foram: imigração e colonização, estudos de comunidades, educação, folclore, questão rural e urbana, teoria e método das Ciências Sociais, estratificação e mobilidade sociais e sociologia da arte e da literatura. Cabe um destaque para o tema das relações étnico-raciais envolvendo a questão do negro no Brasil, graças a um projeto de pesquisa financiado pela Unesco. -/- Nesse período, a Sociologia tornou-se disciplina hegemônica no quadro das Ciências Sociais no Brasil, e a primeira a formar uma “escola” ou uma “tradição” em São Paulo, tendo em Florestan Fernandes um dos seus mentores. -/- 1.2 De 1960 a 1980: consolidação da Sociologia no Brasil -/- Mesmo sob a ditadura civil-militar no Brasil, a partir de 1964, a Sociologia começou a se expandir, principalmente nos grandes centros urbanos, e a se relacionar com outros campos das ciências humanas. As discussões sobre o processo de industrialização crescente no país foram o centro das atenções. -/- Um dos temas de discussão era o desenvolvimento, incluindo as teorias da dependência e da modernização. Outros temas de debates e pesquisas da época foram o trabalho industrial e o sindicalismo, a formação da classe trabalhadora, a urbanização crescente e as transformações no campo, os problemas da marginalidade social, a presença do capital estrangeiro e a indústria nacional. A questão educacional também esteve presente, pois de alguma forma os problemas sociais estavam vinculados à precariedade do setor. Foram bastante debatidos, ainda, o autoritarismo, principalmente depois do golpe militar de 1964, e o planejamento, criando-se uma interface com a ciência política. Além disso, destacaram-se, nesse momento, os estudos sobre a América Latina. -/- Em razão desses debates, foram incluídas nas universidades disciplinas como: Sociologia do Desenvolvimento, Sociologia Urbana, Sociologia Rural, Sociologia Industrial e do Trabalho (incluindo a questão sindical), Sociologia do Planejamento, Sociologia da Educação e da Juventude e Sociologia da Arte e Literatura. -/- Muitos foram os estudiosos que, em diferentes áreas do pensamento sociológico, desenvolveram pesquisas nessas décadas. Alguns dos que formaram a segunda geração de sociólogos no Brasil são: Octavio Ianni (1926-2004), Marialice M. Foracchi (1929-1971), Fernando Henrique Cardoso (1931-), Leôncio Martins Rodrigues (1934-), Heleieth Saffioti (1934-2010), Maurício Tragtenberg (1929-1998), Francisco de Oliveira (1933-), Luiz Pereira (1933-1985), Luiz Eduardo W. Wanderley (1935-), José de Souza Martins (1938-), Gabriel Cohn (1938-), Roberto Schwarz (1938-), Elide Rugai Bastos, Luiz Werneck Vianna (1938-) e Simon Schwartzman (1939-). -/- 1.3 Diversificação da Sociologia no Brasil -/- A partir da década de 1980, ampliam-se os cursos de graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado) em Ciências Sociais e, em particular, de Sociologia em todo o território nacional, elevando o nível, em número e em qualidade, das pesquisas e do ensino da área. Os estudos sociológicos passaram a ser mais específicos, ocorrendo uma fragmentação dos temas/objetos, como: violência, gênero e sexualidade, corpo e saúde, religião, cotidiano, comunicação e informação, indústria cultural, representações sociais, consumo, cidadania, direitos humanos, questão ambiental, globalização, ciência e tecnologia, urbanização, juventude, família, trabalho, classes e mobilidade social, questões étnico-raciais, Estado e sociedade civil. -/- Novas gerações de sociólogos se formam nas universidades em quase todos os estados da federação, e há centros de ensino e pesquisa na maioria das universidades, disseminando-se assim a formação de sociólogos, sob diversas influências teóricas. A formação em Sociologia, que havia se estabelecido a partir de São Paulo e Rio de Janeiro, na década de 1930, expandiu-se para todo o território nacional em pouco mais de 50 anos. -/- 1.4 O retorno da Sociologia ao ensino médio -/- Oficialmente extinta do currículo do ensino médio em 1942, a Sociologia voltou a marcar presença em um ou outro estado da federação, de modo intermitente, a partir da década de 1980, com os primeiros ensaios de democratização da sociedade brasileira, conforme diz o sociólogo brasileiro Amaury C. Moraes, na esteira de mudanças na legislação educacional realizadas pelo governo ditatorial pós-1964. A Lei n° 7.044/82 flexibilizou o ensino médio (então 2º grau) e profissionalizante, abrindo espaço para a presença da Sociologia, não em caráter obrigatório, mas por escolha das escolas. Nesse sentido, ela começou a ter uma presença crescente nos currículos escolares. -/- Aqui cabe citar as Orientações Curriculares para o ensino médio, (p. 104-105). -/- Há uma interpretação corrente que (...) deve ser bem avaliada criticamente; ela afirma que a presença ou a ausência da Sociologia no currículo está vinculada a contextos democráticos ou autoritários, respectivamente. No entanto, se se observar bem, pelo menos em dois períodos isso não se confirma, ou se teria de rever o caráter do ensino de Sociologia para entender sua presença ou ausência. Entre 1931 e 1942, especialmente após 1937, a Sociologia está presente e é obrigatória no currículo em um período que abrange um governo que começa com esperanças democratizantes e logo se tinge de autoritarismo, assumindo sua vocação ditatorial mais adiante. Em outro momento, em plena democracia, o sentido do veto do Presidente da República (2001) à inclusão da Sociologia como disciplina obrigatória traz uma certa dificuldade para essa hipótese. O que se entende é que nem sempre a Sociologia teve um caráter crítico e transformador, funcionando muitas vezes como um discurso conservador, integrador e até cívico – como aparece nos primeiros manuais da disciplina. Não se pode esquecer que a Sociologia chegou ao Brasil de mãos dadas com o positivismo. No caso recente, deve-se entender que a ausência da disciplina se prende mais a tensões ou escaramuças pedagógico-administrativas que propriamente a algum conteúdo ideológico mais explícito (BRASIL/MEC, 2006). -/- Paralelamente, algumas associações de sociólogos, em diferentes estados brasileiros – mas principalmente em São Paulo –, iniciaram um movimento pela volta da Sociologia ao ensino médio, almejando a ampliação de espaço de trabalho para os formandos dos cursos de Ciências Sociais. Apesar de não haver a obrigatoriedade da disciplina, os cursos de Ciências Sociais continuavam a formar professores de Sociologia. Em alguns estados brasileiros, ao longo dos anos, foram abertos concursos para professores de Sociologia. -/- Com a Constituição de 1988 e a consequente formulação das constituições estaduais, sociólogos em todo o país passaram a reivindicar a presença da Sociologia no ensino médio. Assim, leis estaduais de alguns estados e as constituições estaduais do Rio de Janeiro e de Minas Gerais tornaram a Sociologia obrigatória no ensino médio. -/- A partir do ano 2000, organizações representativas de sociólogos (sindicatos e associações de sociólogos e de cientistas sociais) de várias tendências, assim como pequenos grupos nas universidades do país, começaram a desenvolver um movimento em defesa da obrigatoriedade do ensino da Sociologia no nível médio, considerando que os conteúdos dessa disciplina contribuíam para melhor formação do jovem estudante. -/- O movimento estendeu-se ao início do século XXI, conquistando o apoio de instituições de ensino, associações científicas, intelectuais, sindicatos e associações de categorias profissionais. Finalmente, pela Lei n° 11.684, de 2 de junho de 2008, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Sociologia retornou oficial e obrigatoriamente ao currículo do ensino médio brasileiro. -/- A título de conclusão, e ainda refletindo sobre a Sociologia e sua contribuição para a formação dos estudantes, é importante destacar o que as Orientações Curriculares para o ensino médio afirmam com muita clareza: -/- A presença da Sociologia no currículo do ensino médio tem provocado muita discussão. Além dessa justificativa que se tornou slogan ou clichê – “formar o cidadão crítico” –, entende-se que haja outras mais objetivas decorrentes da concretude com que a Sociologia pode contribuir para a formação do jovem brasileiro, quer aproximando esse jovem de uma linguagem especial que a Sociologia oferece, quer sistematizando os debates em torno de temas de importância dados pela tradição ou pela contemporaneidade. A Sociologia, como espaço de realização das Ciências Sociais na escola média, pode oferecer ao aluno, além de informações próprias do campo dessas ciências, resultados das pesquisas as mais diversas, que acabam modificando as concepções de mundo, a economia, a sociedade e o outro, isto é, o diferente – de outra cultura, “tribo”, país etc. Traz também modos de pensar (...) ou a reconstrução e desconstrução de modos de pensar. É possível, observando as teorias sociológicas, compreender os elementos da argumentação – lógicos e empíricos – que justificam um modo de ser de uma sociedade, classe, grupo social e mesmo com unidade. Isso em termos sincrônicos ou diacrônicos, de hoje ou de ontem. -/- Um papel central que o pensamento sociológico realiza é a desnaturalização das concepções ou explicações dos fenômenos sociais. Há uma tendência sempre recorrente a se explicarem as relações sociais, as instituições, os modos de vida, as ações humanas, coletivas ou individuais, a estrutura social, a organização política etc. com argumentos naturalizadores. Primeiro, perde -se de vista a historicidade desses fenômenos, isto é, que nem sempre foram assim; segundo, que certas mudanças ou continuidades históricas decorrem de decisões, e essas, de interesses, ou seja, de razões objetivas e humanas, não sendo fruto de tendências naturais (BRASIL/MEC, 2006). -/- REFERENCIAL TEÓRICO -/- BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Orientações curriculares para o ensino médio: ciências humanas e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica, 2006. -/- FILHO, E. D. L. A sociologia no Brasil: história, teorias e desafios. Sociologias , Porto Alegre, n. 14, p. 376-437, dezembro de 2005. -/- MARTINS, C. B.; MICELI, S. (Org.). Sociologia brasileira hoje. São Paulo: ateliê editorial, 2017. -/- SILVA, A. Sociologia em movimento. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2016. -/- -/- SBS - Sociedade Brasileira de Sociologia PUCRS - PPG em Ciências Sociais Avenida Ipiranga, 6681 - Partenon CEP: 90619-900 - Porto Alegre, RS [email protected] -/- Estimule a criatividade, respeite o direito autoral. -/- ©2019 - Emanuel Isaque Cordeiro da Silva. (shrink)

According to a widely held view epistemic justification is a normative notion. According to another widely held assumption, epistemic justification comes in degrees. Given that gradability requires a context-sensitivity that normativity seems to lack, these two assumptions stand in tension. Giving up the assumption of gradability of justification represents a lesser theoretical cost.

Peter Achinstein has argued at length and on many occasions that the view according to which evidential support is defined in terms of probability-raising faces serious counterexamples and, hence, should be abandoned. Proponents of the positive probabilistic relevance view have remained unconvinced. The debate seems to be in a deadlock. This paper is an attempt to move the debate forward and revisit some of the central claims within this debate. My conclusion here will be that while Achinstein may be right (...) that his counterexamples undermine probabilistic relevance views of what it is for e to be evidence that h, there is still room for a defence of a related probabilistic view about an increase in being supported, according to which, if p > p, then h is more supported given e than it is without e. My argument relies crucially on an insight from recent work on the linguistics of gradable adjectives. (shrink)

This paper elaborates a new solution to the lottery paradox, according to which the paradox arises only when we lump together two distinct states of being confident that p under one general label of ‘belief that p’. The two-state conjecture is defended on the basis of some recent work on gradable adjectives. The conjecture is supported by independent considerations from the impossibility of constructing the lottery paradox both for risk-tolerating states such as being afraid, hoping or hypothesizing, and for risk-averse, (...) certainty-like states. The new proposal is compared to views within the increasingly popular debate opposing dualists to reductionists with respect to the relation between belief and degrees of belief. (shrink)

In a recent publication Travis Timmerman has claimed that sometimes it is morally permissible to not prevent something bad from happening, even if it is in one’s power to do so without sacrificing anything nearly as important.1 To defend his point, he has proposed a thought experiment and based his claims on putative common-sense morality intuitions. To aid in the subsequent discussion, Timmerman’s case is reproduced as follows.

In this article I focus on some unduly neglected common-sense considerations supporting the view that one's evidence is the propositions that one knows. I reply to two recent objections to these considerations.

According to the good reasoning view of normative reasons, p is a reason to F, just in case p is a premise of a good pattern of reasoning. This article presents two counterexamples to the most promising version of the good reasoning view.

In this paper, I argue against recent versions of justification norms of action and practical deliberation . I demonstrate that these norms yield unacceptable results in deception cases. However, a further modification of justification norms in the light of these results appears to be ad hoc. Hence, I claim, we should reject justification norms of action and practical deliberation.

According to the knowledge view of evidence notoriously defended by Timothy Williamson (2000), for any subject, her evidence consists of all and only her propositional knowledge (E=K). Many have found (E=K) implausible. However, few have offered arguments against Williamson’s positive case for (E=K). In this paper, I propose an argument against Williamson’s positive case in favour of (E=K). Central to my argument is the possibility of the knowledge of necessary truths. I also draw some more general conclusions concerning theorizing about (...) evidence. (shrink)

A common assumption in contemporary debates about normative reasons is that ‘subjective’ and ‘possessed’ are two names for the same sort of reason. This paper challenges that assumption. Given our cognitive limitations, it is unsurprising that normative reasons that derive from what we know and reasons that we are in a position to use in our deliberation are not always one and the same.

In this paper I examine Williamson’s (2000) claim that all evidence is propositional. I propose to reject this claim. I give two objections to two premises of Williamson’s argument. The first is a critique of Williamson’s claim that we choose between hypotheses on the basis of our evidence. The second objection is that Williamson’s claim that evidence is an explanandum of an hypothesis leads to counter-intuitive consequences and thus is not central to what evidence is, at least on an ordinary (...) understanding. (shrink)

The aim of the present article is to accomplish two things. The first is to show that given some further plausible assumptions, existing challenges to the indispensability of knowledge in causal explanation of action fail. The second is to elaborate an overlooked and distinct argument in favor of the causal efficacy of knowledge. In short, even if knowledge were dispensable in causal explanation of action, it is still indispensable in causal explanation of other mental attitudes and, in particular, some reactive (...) attitudes and factive emotions. Taking into account this sort of causal efficacy in determining which mental states are genuine mental states opens up new perspectives for defending the view that knowledge is the most general factive and genuine mental state. (shrink)

According to recently popular pragmatist views it may be rational for one to believe p when one’s evidence doesn’t favour p over not-p. This may happen according to pragmatists in situations where one can gain something practically important out of believing p. In this paper I argue that given some independently plausible assumptions about the argumentative nature of philosophy and the irrelevance of bribes for good arguments, pragmatism leads to a contradiction.

I maintain that among the main views concerning the central questions of epistemology (in particular, the question of justified belief) are evidentialism, (Pyrrhonian) scepticism and fideism. In this paper, I first present the arguments in favour of a form of evidentialism, according to which no false belief can be epistemically justified on the basis of evidence. Second, I consider the historical emergence of evidentialism during the period of the early Enlightenment. In particular, I explore the disagreement between Pierre Bayle and (...) Jean-Pierre de Crousaz, which demonstrates the emergence of the modern opposition between evidentialism and fideism. (shrink)

According to one line of thought only propositions can be part of one’s evidence, since only propositions can serve the central functions of our ordinary concept of evidence. Ram Neta has challenged this argument. In this paper I respond to Neta’s challenge.

In this paper I discuss the role that knowledge plays with regard to rational action. It has been recently argued that knowledge determines appropriate action. I examine this proposal, consider objections against it, and finally propose a defense of it.

In this paper, I provide a descriptive definition of art that is able to accommodate the existence of bad art, while illuminating the value of good art. This, I argue, is something that existing definitions of art fail to do. I approach this task by providing an account according to which what makes something an artwork is the institutional process by which it is made. I argue that Searle’s account of institutions and institutional facts shows that the existence of all (...) institutions is due to their being perceived by their participants to perform some humanly valuable function. I then identify the functions to which the existence of art institutions is due. I then use these functions to provide a reductive institutional definition of art. Finally, in section seven, I examine the account’s consequences for the value of good art. (shrink)

Overview of the definition of art and its relationship to definitions of the individual art forms, with an eye to clarifying the issues separating dominant institutionalist and skeptical positions from non-skeptical, non-institutional ones. Section 2 indicates some of the key philosophical issues which intersect in discussions of the definition of art, and singles out some important areas of broad agreement and disagreement. Section 3 critically reviews some influential standard versions of institutionalism, and some more recent variations on them. Section 4 (...) discusses some recent reductionist approaches to definitional questions, which advocate a shift of philosophical focus from the macro- to the micro-level —from art to the individual art forms. Section 5 outlines an alternative, non-institutionalist and non-reductionist approach to definitional questions. (shrink)

Heidegger, Art, and Postmodernity offers a radical new interpretation of Heidegger's later philosophy, developing his argument that art can help lead humanity beyond the nihilistic ontotheology of the modern age. Providing pathbreaking readings of Heidegger's 'The Origin of the Work of Art' and his notoriously difficult Contributions to Philosophy, this book explains precisely what postmodernity meant for Heidegger, the greatest philosophical critic of modernity, and what it could still mean for us today. Exploring these issues, Iain D. Thomson examines several (...) postmodern works of art, including music, literature, painting and even comic books, from a post-Heideggerian perspective. Clearly written and accessible, this book will help readers gain a deeper understanding of Heidegger and his relation to postmodern theory, popular culture and art. (shrink)

Many Christian thinkers have embraced the notion “art for art’s sake.” Chesterton did not. To the contrary, he saw such an idea as deeply problematic for a Christian aesthetic. In the following article, I will explore some philosophical aspects of the “art for art’s sake” movement and then explain why Chesterton parted company with it.

This chapter presents the formalist account of the moral status of an artwork as an aesthetically significant and autonomous form, with due emphasis on the Anglo-American art-for-art’s-sake aesthetic, as it developed between 1870 and 1960. The author shows that the formalist art-is-above-morals approach is a substantive moral stance in itself. Formalist aesthetics is usually presented in the literature as evincing a purist indifference to ethics, construing moral properties as external to art, in opposition to the internal pure properties of art’s (...) composition. The chapter demonstrates that this is a misrepresentation of the complex formalist prescriptive idea of the relations between art and ethics. Through its autonomy and imperviousness to external co-opting—which is accomplished by due focus on aesthetic form—art on the formalist account is held to be a paradigm of the liberalist principles of individual freedom and self-fulfillment, thus an inherent means to the good. (shrink)

This paper has three objectives. First, I argue that apprehending an installation artwork is similar to apprehending an artwork for performance: in each case, audiences must recognize a relationship between the performance or display one encounters and the parameters expressed in the underlying work. Second, I consider whether realizations are also artworks in their own right. I argue that, in both installation art and performance, a particular realization is sometimes an artwork in its own right (even as it realizes another (...) work). I offer criteria for determining when this is the case. Application of the criteria yields the verdict that performances are sometimes artworks in their own right, while displays of installation artworks rarely are. This difference, though, is merely contingent on the conventions of the respective art forms. Third, I address ontological concerns about entities that are both abstract and temporal, as many artworks are on my analysis. (shrink)

Art historians and philosophers often talk about the interpretive significance of titles, but few have bothered with their historical origins. This omission has led to the assumption that an artwork's title is its proper name, since names and titles share the essential function of facilitating reference to their bearers. But a closer look at the development of our titling practices shows a significant point of divergence from standard analyses of proper names: the semantic content of a title is often crucial (...) to the identification, individuation, and interpretation of its associated artwork. This paper represents a first step towards an empirically centred study of our titling practices. I argue that, in order to accept titles as proper names, we must first recognize the social, rather than the referential, function of naming. (shrink)

One of the main features that distinguish modern novel from traditional one is the use of new narrative techniques such as monologue, flow of consciousness, leitmotiv and intertextuality. These techniques relate to new approaches that take shape in formal elements such as time, characters and event patterns that make up the modern novel. Which expression technique is used in the work is often related to the form and content of the novel. This research examines the Kevâbîsu Beyrût, which uses modern (...) and post modern expression techniques in the Arab novels of the last century, in the context of the content of the work and reveals the appropriateness of the techniques used for the purpose of the work. The authors of the novel, autobiographical, tried to convey the feelings of a civil war in many ways, and remained in the midst of conflicts. The techniques that came to the forefront in his narration have added aesthetic value to the composition of the narration and it has become one of the famous Arab novels. The introduction part of the work consists of the factors that prepared the ground for the civil war that took place in Lebanon between 1975 and 1990, the first chapter, the work of writer Gâde es-Semman, the third chapter; Kevâbîsu will investigate the relation between the narrative techniques of the novel Beirut and the factors leading to the writing of the work. (shrink)

The theory and culture of the arts has largely focused on the arts of objects, and neglected the arts of action – the “process arts”. In the process arts, artists create artifacts to engender activity in their audience, for the sake of the audience’s aesthetic appreciation of their own activity. This includes appreciating their own deliberations, choices, reactions, and movements. The process arts include games, urban planning, improvised social dance, cooking, and social food rituals. In the traditional object arts, the (...) central aesthetic properties occur in the artistic artifact itself. It is the painting that is beautiful; the novel that is dramatic. In the process arts, the aesthetic properties occur in the activity of the appreciator. It is the game player’s own decisions that are elegant, the rock climber’s own movement that is graceful, and the tango dancers’ rapport that is beautiful. The artifact’s role is to call forth and shape that activity, guiding it along aesthetic lines. I offer a theory of the process arts. Crucially, we must distinguish between the designed artifact and the prescribed focus of aesthetic appreciation. In the object arts, these are one and the same. The designed artifact is the painting, which is also the prescribed focus of appreciation. In the process arts, they are different. The designed artifact is the game, but the appreciator is prescribed to appreciate their own activity in playing the game. Next, I address the complex question of who the artist really is in a piece of process art — the designer or the active appreciator? Finally, I diagnose the lowly status of the process arts. (shrink)

In two experiments (total N=693) we explored whether people are willing to consider paintings made by AI-driven robots as art, and robots as artists. Across the two experiments, we manipulated three factors: (i) agent type (AI-driven robot v. human agent), (ii) behavior type (intentional creation of a painting v. accidental creation), and (iii) object type (abstract v. representational painting). We found that people judge robot paintings and human painting as art to roughly the same extent. However, people are much less (...) willing to consider robots as artists than humans, which is partially explained by the fact that they are less disposed to attribute artistic intentions to robots. (shrink)

Abstract: There is a long tradition of trying to analyze art either by providing a definition (essentialism) or by tracing its contours as an indefinable, open concept (anti-essentialism). Both art essentialists and art anti-essentialists share an implicit assumption of art concept monism. This article argues that this assumption is a mistake. Species concept pluralism—a well-explored position in philosophy of biology—provides a model for art concept pluralism. The article explores the conditions under which concept pluralism is appropriate, and argues that they (...) obtain for art. Art concept pluralism allows us to recognize that different art concepts are useful for different purposes, and what has been feuding definitions can be seen as characterizations of specific art concepts. (shrink)

Art is a creative phenomenon which changes constantly, not just insofar as it is being created continually, but also in the very meaning of ‘art.’ Finding a suitable definition of art is no easy task and it has been the subject of much inquiry throughout artistic expression. This paper suggests a crucial distinction between ‘art forms’ and ‘forms of art’ is necessary in order to better understand art. The latter of these corresponds to that which we would typically call art (...) such as painting, singing, etc. The former corresponds to the form out of which these take shape, movement, speech, etc. With this distinction set out, it becomes clearer that art and the aesthetic is rooted in the properties of the ‘thing’ such as the color, shape, and the texture, rather than the product of creation itself. Thus, the future of art will bring a new aesthetic in which these properties become recognized as art and as such there will be an aesthetic of everyday life. (shrink)

Most recent discussions of reasons in art criticism focus on reasons that justify beliefs about the value of artworks. Reviving a long-neglected suggestion from Paul Ziff, I argue that we should focus instead on art-critical reasons that justify actions—namely, particular ways of engaging with artworks. I argue that a focus on practical rather than theoretical reasons yields an understanding of criticism that better fits with our intuitions about the value of reading art criticism, and which makes room for a nuanced (...) distinction between criticism that aims at universality and criticism that is resolutely personal. (shrink)

An object being non-art appears only trivially informative. Some non-art objects, however, could be saliently 'almost' art, and therefore objects for which being non-art is non-trivially informative. I call these kinds of non-art objects 'failed-art' objects—non-art objects aetiologically similar to art-objects, diverging only in virtue of some relevant failure. I take failed-art to be the right sort of thing, to result from the right sort of action, and to have the right sort of history required to be art, but to (...) be non-art by having failure where being art requires success. I assume that for something to be art that thing must be the product of intention-directed action. I then offer an account of attempts that captures the success conditions governing the relationship between intention-directed actions and their products. From this, I claim that to be failed-art is to be the product of a failed art-attempt, i.e., to be non-art as the result of the particular way in which that art-attempt failed. An art-attempt I take to be an attempt with success conditions, that, if satisfied, entail the satisfaction of the conditions for being art—whatever those may be. To be art, then, is to be the product of a successful art-attempt. As such, any art theory incompatible with my account of failed-art is an art theory for which the notions of success and failure do not matter, and therefore an art theory for which being art needn't be substantively intention-dependent. So, any theory of art unable to accommodate my account of failed-art is _ipso facto_ false. (shrink)

A standard art-ontological position is to construe repeatable artworks as abstract objects that admit multiple concrete instances. Since photographic artworks are putatively repeatable, the ontology of photographic art is by default modelled after standard repeatable-work ontology. I argue, however, that the construal of photographic artworks as abstracta mistakenly ignores photography’s printmaking genealogy, specifically its ontological inheritance. More precisely, I claim that the products of printmaking media (prints) minimally must be construed in a manner consistent with basic print ontology, the most (...) plausible model of which looks decidedly nominalist (what I call the relevant similarity model) and that as such, photographic artworks must be likewise construed, not as abstracta but as individual and distinct concreta. That is, the correct ontological account of photographic art must be one according to which photographic artworks are individual and distinct concrete artworks. In the end, I show that the ontology of photographic art resists the standard repeatable-work model because the putative repeatability of photographic artworks is upon closer inspection nothing more than the relevant similarity relation between individual and distinct photographic prints. (shrink)

The ontology of visual artworks might be thought comparable to the ontology of other sorts of artifacts: a work of painting seems to be materially constituted by a particular canvas with paint on it, just as a spoon is constituted by a particular piece of metal. But recent developments have complicated the situation, requiring a new account of the ontology of contemporary art. These developments also shed light on the ontology of works from earlier historical eras. This article discusses Artworks (...) as Events, Artworks as Abstract Entities, and Artworks and Norms. (shrink)

Dans cette entrée, après une introduction qui servira de cadre à notre discussion (section 1.), nous allons présenter et analyser des définitions du concept « Art ». Nous discuterons brièvement les définitions classiques les plus influentes puis nous nous concentrerons sur les principales définitions contemporaines. -/- Nous verrons pourquoi les définitions classiques sont aujourd’hui considérées comme insatisfaisantes (2.a.), et comment les philosophes, à partir de la seconde moitié du XXème siècle ont tenté de pallier leurs défauts. Dans les grandes lignes, (...) le problème principal soulevé à l’encontre des théories classiques est qu’elles cherchent toutes l’essence de l’art dans un trait caractéristique qui serait reconnaissable dans les œuvres elles-mêmes. Les théories contemporaines répondent à ce problème principalement de quatre façons, comme on le verra dans les sections 2.b à 2.d. Les théories sceptiques (2.b.) défendent qu’il est dès lors impossible de définir l’art – qu’on peut au mieux en donner certains caractères typiques, des airs de famille. Les théories relationnalistes (2.c.) défendent que ce qui fait qu’une chose est de l’art est à trouver en dehors de celle-ci, notamment dans les relations qu’elle entretient avec son contexte de création ou de présentation. Les théories néo-classiques (2.d.) continuent à chercher l’essence de l’art dans un trait caractéristique reconnaissable dans les œuvres elles-mêmes tout en prenant en compte les réactions sceptiques ou relationnalistes. Enfin, la théorie du ‘renvoi de la balle’ (2.e.) défend que l’on ne peut pas définir l’art mais seulement des sous-catégories comme la musique, la sculpture, les installations, les performances, etc. -/- Nous présenterons les avantages et les inconvénients principaux des théories contemporaines. Nous verrons qu’aucune n’est dénuée de problèmes, expliquant pourquoi il n’existe pas de consensus sur une définition de l’art aujourd’hui. Nous verrons également que – à l’exception d’un certain scepticisme qui jette, semble-t-il, trop vite l’éponge – chacune de ces théories amène, par son originalité, à une compréhension nouvelle et plus profonde de cette notion extrêmement complexe qu’est le concept « Art ». (shrink)

I consider the field of aesthetics to be at its most productive and engaging when adopting a broadly philosophically informative approach to its core issues (e.g., shaping and testing putative art theoretic commitments against the relevant standard models employed in philosophy of language, metaphysics, and philosophy of mind) and to be at its most impotent and bewildering when cultivating a philosophically insular character (e.g., selecting interpretative, ontological, or conceptual models solely for fit with pre-fixed art theoretic commitments). For example, when (...) philosophical aesthetics tends toward insularity, we shouldn’t be surprised to find standard art-ontological categories incongruous with those standardly employed in contemporary metaphysics. Of course, when contemporary metaphysics tends to ignore aesthetic and art theoretic concerns, perhaps we likewise shouldn’t be surprised to find the climate of contemporary metaphysics inhospitable for a theory of art. While this may seem to suggest at least a prima facie tension between our basic art theoretic commitments considered from within philosophical aesthetics and our standard ontological commitments considered from without, I think any perceived tension or antagonism largely due to metaphysicians and aestheticians (at least implicitly) assuming there to be but two available methodological positions with respect to the relationship between contemporary metaphysics and philosophical aesthetics (in the relevant overlap areas). I call these two opposing views the Deference View and the Independence View. I argue that either view looks to lead to what I call the Paradox of Standards. (shrink)

Art-science, as its name suggests, combines art with science. The idea of combining art and science raises the question whether the outcome, art-scientific works, can succeed against a standard properly belonging to them. In other words: can there be such a thing as an art-scientific work, or do such works merely belong to either art or science while superficially seeming to belong to the other sphere as well? Surprisingly perhaps, these concerns overlap with a chief point of contention as regards (...) Adorno’s mature thinking, in particular his Aesthetic Theory ([1970] 2002): whether or not it is coherent to believe that knowledge can have an aesthetic form. This essay is motivated by the thought that Adorno’s reflections are useful for understanding contemporary art as well, and the burgeoning paradigm of art-science represents a welcome occasion to ask the reverse question: can art become theoretical? The first aim of this essay is, accordingly, to consider how Adorno’s negative dialectic of philosophy and art might illuminate the field of art-science, how its works might express sui generis truths. In turn, an examination of how the aestheticisation theme in Adorno might be appropriated for the business of art-science critique, might tell us something about the relationship between artistic content and philosophical interpretation, beauty and truth, in Adorno. (shrink)

In our life with science, we trust experts; we form judgements by inference from past evidence. We conduct ourselves very differently in the aesthetic domain. We avoid deferring to aesthetic experts. We form our judgements through direct perception of particulars rather than through inference. Why the difference? I suggest that we avoid aesthetic testimony and aesthetic inference, not because they’re unusable, but because we have adopted social norms to avoid them. Aesthetic appreciation turns out to be something like a game. (...) We have laid down certain rules and restrictions in order to shape a kind of activity we cherish. And aesthetic properties turn out to be a kind of social construct. Much like the goal of a game, they are constituted in part by our obedience to certain rules. The norms of aesthetic life are different from those of science because our purposes are different. We engage in science to get the right answers; we engage in aesthetic appreciation to be absorbed in the activity of the sensuous perception of particulars. Our aesthetic practices are a constructed shelter from science; they restore to us a small domain where we may once again engage in our own sensuous perception of particulars. (shrink)

This insight to art came from chess composition concentrating art in a very dense form. To identify and mathematically assess the uniqueness is the key applicable to other areas eg. computer programming. Maximization of uniqueness is minimization of entropy that coincides as well as goes beyond Information Theory (Shannon, 1948). The reusage of logic as a universal principle to minimize entropy, requires simplified architecture and abstraction. Any structures (e.g. plugins) duplicating or dividing functionality increase entropy and so unreliability (eg. British (...) Airways IT system). The ideas here were verified by my chess compositions, art works and complex information system as an author of each co uk, and were presented at conferences in Santorini, Adelaide, Geneva, Daejon and virtually. (shrink)

In this chapter I explore what painful art can tell us about the nature and importance of human welfare. My goal is not so much to defend a new solution to the paradox of tragedy, as it is to explore the implications of the kinds of solutions that I find attractive. Both nonhedonic compensatory theories and constitutive theories explain why people seek out painful art, but they have troublesome implications. On some narrow theories of well-being, they imply that painful art (...) is bad for us. Accordingly, we may rightly wonder if it rational for people to watch melodramas or to listen to love songs. One might think that we should generally avoid unpleasant works of art. This implication flirts with absurdity. I show how it can be avoided by making a distinction between well-being and worth. (shrink)

One of the many notable virtues of Igor Douven's The Art of Abduction is that it is open access. Since a well-written chapter-by-chapter overview of the book is.

Early 20th century debates over the possibility of ‘metaphysics’ are grounded in a set of questions and answers whose central themes are already delineated in Kant’s critical philosophy. Wittgenstein and Carnap are sympathetic to Kant’s dismissal of transcendent metaphysics, but skeptical that there could be any substantive account of the fundamental conditions of our meaning-making. By contrast, Heidegger follows Fichte and the early German Romantics in seeing answers to the problems raised by metacritique not in science, but in the non-discursive (...) forms of understanding and expression exemplified in art. This Romantic turn to art is not taken arbitrarily; it is motivated by methodological considerations that emerge within Kant’s own critical system. I take up the Kantian considerations which lead to an understanding of art as a window into the fundamental conditions of meaning-making before turning to Heidegger’s development of this line of thought. Next, I examine Carnap and Wittgenstein’s skepticism concerning the meaning of Heidegger’s philosophical terminology, focusing on what is perhaps the most problematic case: Heidegger’s talk of ‘the nothing’. I argue that this skepticism is overblown. Heidegger’s talk of the nothing is meaningful in the way that talk about figure and ground is meaningful: it serves as an ostensive indication of intersubjectively accessible structural features of our encounters with things. I conclude by drawing out the existential ramifications of the decision to speak or be silent, drawing on Audre Lorde to illustrate the place of art in making it possible for us to lead authentic lives. (shrink)

It is intuitively plausible that art and imagination are intimately connected. This chapter explores attempts to explain that connection. We focus on three areas in which art and imagination might be linked: production, ontology, and appreciation. We examine views which treat imagination as a fundamental human faculty, and aim for comprehensive accounts of art and artistic practice: for example, those of Kant and Collingwood. We also discuss philosophers who argue that a specific kind of imagining may explain some particular element (...) of the artistic domain: for example, Walton's ideas about representational art, and Kivy’s about reading. (shrink)

Art is saturated with cultural significance. Considering the full spectrum of ways in which art is colored by cultural associations raises a variety of difficult and fascinating philosophical questions. This curriculum guide focuses in particular on questions that arise when we consider art as a form of cultural heritage. Organized into four modules, readings explore core questions about art and ethics, aesthetic value, museum practice, and art practice. They are designed to be suitable for use in an introduction to philosophy (...) of art, as well as in more topically focused courses, particularly on topics concerning the ethics and politics of art. (shrink)

Why do people seemingly want to be scared by movies and feel pity for fictional characters when they avoid situations in real life that arouse these same negative emotions? Although the domain of relevant artworks encompasses far more than just tragedy, the general problem is typically called the paradox of tragedy. The paradox boils down to a simple question: If people avoid pain then why do people want to experience art that is painful? I discuss six popular solutions to the (...) paradox: conversion, control, compensatory, meta-response, catharsis, and rich experience theories. (shrink)

This chapter explores the importance of writing by early nineteenth-century women for post-structuralist accounts of philosophy of art in German Idealism and Romanticism. Work by Romantic writers Karoline von Günderrode and Bettina Brentano-von Arnim is related to post-structuralist analyses of the sublime, the fragment, the work of art, and the artist/genius.

An artwork in one culture and form, say European classical music, cannot be evaluated in the context of another, say Hindustani music. While a person educated in the traditions of European music can rationally evaluate and discuss her response to a string quartet by Beethoven, her response to music in a foreign culture is merely subjective. She might "like" the latter, but her response is merely subjective. In this paper, I discuss the role of artforms: why response can be "objectively" (...) discussed within artforms, but is nonetheless subjective across them. My discussion falls into two parts. First, I offer a psychological account of aesthetic response to art: cultural learning stabilizes this response across individuals who are educated in an artform. Second, I offer a cultural-evolutionary account of the diversity of artforms, adapting Darwin's Principle of the Divergence of Character to explain the multiplicity of art forms. (shrink)

Jerrold Levinson conveniently summarizes the main argument of his essay "Erotic Art and Pornographic Pictures" in the following way:Erotic art consists of images centrally aimed at a certain sort of reception R1.Pornography consists of images centrally aimed at a certain sort of reception R2.R1 essentially involves attention to form/vehicle/medium/manner, and so entails treating images as in part opaque.R2 essentially excludes attention to form/vehicle/medium/manner, and so entails treating images as wholly transparent.R1 and R2 are incompatible.Hence, nothing can be both erotic art (...) and pornography; or at the least, nothing can be coherently projected as both erotic art and pornography.1I have argued elsewhere .. (shrink)

Attempting art: an essay on intention-dependenceIt is a truism among philosophers that art is intention-dependent—that is to say, art-making is an activity that depends in some way on the maker's intentions. Not much thought has been given to just what this entails, however. For instance, most philosophers of art assume that intention-dependence entails concept-dependence—i.e. possessing a concept of art is necessary for art-making, so that what prospective artists must intend is to make art. And yet, a mounting body of anthropological (...) and art-historical evidence and philosophical argument suggests that not only is such a criterion unsatisfied by most of the art-historical canon, but it also rests on a false premise: concepts of 'art' are not shared between cultures, nor even in the same culture across time. My dissertation aims to rectify this error by first exploring what our commitment to art's intention-dependence actually entails, and then showing that, properly understood, intention-dependence sets a number of important constraints on theories of art with respect to explanatory desiderata such as the success- and failure-conditions of art-attempts, the cross-cultural identification of art, and the reference of 'art' and art-kind terms. I begin by situating art's intention-dependence in the philosophical literature on intentional action, arguing that, properly conceived, intention-dependence is a weak criterion which can be satisfied either directly or indirectly. It therefore does not necessarily entail concept-dependence. I then use this distinction to motivate a new treatment of the success- and failure-conditions for art-attempts, arguing that the extant model's emphasis on compliance with 'the manner intended' is far too restrictive to capture actual artistic practices. I go on to show that Ruth Millikan's model of linguistic conventions supplies an independently plausible explanation of art's concept-independent origins in terms of the development of a system of indirectly intention-dependent conventions called an 'artworld'. I argue that this account of artworld development supplies us with the tools we need to distinguish art-kinds from other artifactual kinds. Finally, I turn my attention to methodological issues, arguing that even though 'art' is a social kind with its roots in arbitrary and historically-contingent networks of conventions, the philosophy of art is not merely an exercise in bare conceptual analysis. In fact, there is now a great deal of evidence to show that the ways we think about 'art' are inconsistent, incomplete, imperialistic, and largely unprincipled. Yet I argue that this does not mean that the artworld data have no bearing on theories of art. Instead, I argue that our best reflective understanding of our artworld practices sets the constraints on the reference of 'art' and art-kind terms. I argue that we have no privileged epistemic access to the ontology of social kinds; our only privilege lies in our ability to determine the proper subject of our inquiries. (shrink)

Short overview of the From Small Beginnings Project and its relevance for resisting eugenics in contemporary society.