On the basis of a revision of the real dynamics of Greek poiesis and autopoiesis as evolutionary processes of meaning and knowledge-of-the-World evaluative-construction, Cognitive Poetics proposes key philological, ontological and cultural adjustments to improve our understanding of thought, conceptual activity, and the origins and social nature of language. It searches for an integrated theory of social problems in general Cognitive Science: from Linguistics or Psychology, through Anthropology, Neurophilosophy or Literary Studies, to Neurobiology or Artificial Life Sciences. From an essential turn (...) to the real thing, cognition as (social) action, it provides new unforeseen accounts of the complex dynamics of human essentially creative understanding studying and analyzing all form of texts as active fossils as mentils (Guerra 2009). (shrink)
TUCÍDIDES: GUERRA DO PELOPONESO E A BUSCA DA OBJETIVIDADE1 TUCÍDIDES: PELOPONNESE WAR AND THE SEARCH OF OBJECTIVITY Emanuel Isaque Cordeiro da Silva2 IFPE - Belo Jardim 1 CONTEXTO HISTÓRICO: GUERRA DE PELOPONESO Os gregos liderados por Atenas e Esparta venceram os persas na batalha naval, em Salamina (480 a.C.), e terrestre, em Plateia (479 a.C.), expulsando-os definitivamente da sua terra. Nos anos seguintes, Atenas consolidou seu poder sobre outras cidades, especialmente nas ilhas do Mar Jônico, formando a Confederação (...) de Delos. Ressentindo-se com a ascensão da rival, Esparta começou a bloquear o desenvolvimento do império ateniense. Temístocles,3 que assumiu papel preponderante nas guerras persas, começou a alertar a seus compatriotas das intenções da grande cidade do Peloponeso. Não obstante, foi derrubada por uma oligarquia, sendo exilado em seguida. Surgiu, então, uma nova liderança do partido democrático, Péricles, que, em 441 a.C., assumiu o governo de Atenas. 4 TUCÍDIDES nasceu, por volta de 465 a 460 a.C., em data incerta, em Halinute, 5 próximo de Atenas, descendente de rica família ateniense, sendo filho de Oberós. Sofreu muito com a grave epidemia de 430 a 427 a.C., na qual faleceu Péricles, mas a ela sobreviveu. Em 424 a.C., era comandante naval das tropas ateniense na Trácia, estacionada na ilha de Samos, mas não conseguiu impedir que o comandante espartano Brasidas ocupasse Anfípolis, cidade de grande importância para o fornecimento de trigo para Atenas, razão pela 6 qual foi exilado no mesmo ano.7 Depois de vinte anos, com o fim da guerra de Peloponeso, pôde retornar do ostracismo, falecendo em 400 a.C., sem ter terminado a sua obra História da Guerra do Peloponeso. Foi educado e influenciado pelas personalidades mais ilustres de Atenas, como Péricles e pelos sofistas, tendo ainda convivido com Eurípedes. Existia narração de encontro seu, ainda adolescente, com HERÔDOTOS, historiador da guerra com os persas e já 8 conhecido em sua época. Este lia trechos de sua História, por ocasião de concurso literário, durante a realização de Jogos Olímpicos, tendo TUCÍDIDES chegado às lágrimas, ao ouvir as narrativas, demonstrando seu pendor para a história.9 O autor escolheu como tema de sua obra a Guerra do Peloponeso, por ele considerada a mais importante até então, como expunha no início de sua obra: “1. O ateniense Tucídides escreveu a história da guerra entre os peloponesos e os atenienses, começando desde os primeiros sinais, na expectativa de que ela seria grande e mais importante que todas as anteriores, pois viu que ambas as partes estavam preparadas em todos os sentidos; além disto, observava os demais helenos aderindo a um lado ou ao outro, uns imediatamente, os restantes pensando em fazê-lo. Com efeito, tratava-se do maior movimento jamais realizado pelos helenos, estendendo-se também a alguns povos bárbaros, bem dizer à maior parte da humanidade”. 10 As relações entre Atenas e Esparta continuaram tensas, principalmente depois que aquela, ignorando essa, levantou uma nova e extensa muralha em sua volta, com a desculpa de precisar de defesa contra os persas. A Confederação de Delos, ao longo dos anos, serviu apenas para fortalecer seu poder marítimo e embelezar a cidade, que tinha sido destruída pelos persas. As cidades-estados que integravam a Confederação como aliadas passaram logo à condição de súditas, perdendo a liberdade. O estopim para a guerra foi a ajuda que os atenienses deram a Córcira, contra sua metrópole, Corinto, aliada dos espartanos, em 431 a.C. No começo, com a força de Atenas, na frota marítima, e de sua rival, com suas falanges, houve apenas incursões periódicas. Contudo, a grande peste de 429 a.C., que levou Péricles, bem como as desastrosas campanhas contra Siracura, na Sicília, em 415 a.C., cidade dória, que fornecia trigo para Esparta, enfraqueceu os atenienses. Logo seus aliados começaram a se revoltar e os espartanos levaram a guerra para a Ática, fazendo com que Atenas capitulasse em 404 a.C., sendo destruída suas muralhas e sua frota naval. O esforço de guerra foi tão grande que todo o mundo grego se enfraqueceu, permitindo que a Macedônia dominasse toda a Grécia, em 338 a.C. A única obra de TUCÍDIDES foi marcada pela objetividade e busca da verdade, evitando as fábulas e as lendas. A História da Guerra do Peloponeso compunha-se de cinco partes: a primeira, o Livro I, tratava da importância dessa guerra e do método histórico do autor; a segunda, os Livros II, III, IV e parte do V, versava sobre a chamada Guerra dos Dez Anos; a terceira, fim do Livro V, descrevia a paz precária; a quarta, Livros VI e VII, cobria a guerra na Sicília; e a quinta, Livro VIII, tratava da chamada Guerra de Decêleia e da operação na Ásia Menor. Faleceu antes de terminar sua obra, deixando-a inacabada, em 400 a.C. Não podia deixar de haver comparações entre as obras de TUCÍDIDES e HERÔDOTOS, pois enquanto este escreveu sobre amplo tema envolvendo várias regiões, povos e época, aquele restringiu seu assunto à Guerra de Peloponeso. O método de 11 TUCÍDIDES foi mais neutro e racional, sendo considerado mais objetivo do que o do outro, pois escrevia apenas com base no conhecimento pessoal ou em informações cuidadosamente verificadas. A exatidão e a objetividade levaram-no a ser considerado um dos maiores historiadores da Antiguidade e, até hoje, admirado pela precisão e pesquisa empreendida. 2 TUCÍDIDES E O MÉTODO: A BUSCA DA OBJETIVIDADE A obra de TUCÍDIDES tem fundamentação teórica no racionalismo de Anaxágora e 12 na visão crítica dos sofistas. Estava voltado para o rigor de exatidão, tanto nos fatos históricos, como na apreciação dos homens e nas descrições do espaço geográfico. Existia em sua obra um método, voltado para a aferição da verdade e a imparcialidade de julgamento, excluindo os mitos e as lendas. O autor procurou, inicialmente, separar seu método do utilizado por HERÔDOTOS ao denunciar que “20 [...] Os homens, na verdade, aceitam uns dos outros relatos de segunda mão dos eventos passados, negligenciando pô-los à prova ainda que tais eventos se relacionem com sua própria terra. [...] A tal ponto chegou a aversão de certos homens pela pesquisa meticulosa da verdade e tão grande é a predisposição para valer-se apenas do que está ao alcance da mão”.14 TUCÍDIDES procurou elaborar sua análise das ações históricas, como a movimentação de tropas e os combates, as matérias relativas à opinião pública, as discussões dos dirigentes sobre a estratégia adequada ou o confronto entre as delegações diplomáticas. Procurou, então, explicar a complexidade da situação política e a dificuldade de se escolher a opção adequada. Para ele, o conflito era permanente entre as soluções adequadas aos problemas apresentados, com base na influência sofista. O método utilizado significava exprimir a complexidade da situação e a dificuldade de escolha, dentro de um mesmo contexto. A discussão contraditória entre os oponentes representava as opções extremadas das soluções de problemas.15 Para Jackeline de Romilly, o método utilizado foi o da antiloquia, que consistia em opor discursos. Essa autora indicava que a metodologia de TUCÍDIDES estava perfeitamente exemplificada, nos dois discursos pronunciados em Camerina, por Heróncrates e pelo ateniense Eufemos, no Livro VI (§§ 75 a 87). Usava a prática jurídica, pois entre os gregos havia o hábito de sempre se ouvir duas teorias adversas, apresentadas como o maior vigor possível, de modo que da relação entre os dois discursos pudesse sair a verdade.16 Coube a TUCÍDIDES, ainda, a paternidade da investigação do passado, em um trabalho quase de arqueologia, ainda que ele não se tivesse preocupado em fazer escavações. Não obstante, trouxe para a história novas provas e informações. O autor afirmava, então, que: “22. [...] O empenho em apurar os fatos se constitui numa tarefa laboriosa, pois as testemunhas oculares de vários eventos nem sempre faziam os mesmos relatos a respeito das mesmas coisas, mas variavam de acordo com suas simpatias por um lado ou pelo outro, ou de acordo com sua memória. Pode acontecer que a ausência do fabuloso em minha narrativa pareça menos agradável ao ouvido, mas quem quer que deseje ter uma ideia clara tanto dos eventos ocorridos quanto daqueles que algum dia voltarão a ocorrer em circunstâncias idênticas ou semelhante em consequência de seu conteúdo humano, julgará minha história útil e isto me bastará. Na verdade, ela foi feita para ser patrimônio sempre útil, e não uma composição a ser ouvida no momento da competição por algum prêmio”. 17 A obra de TUCÍDIDES tinha seus problemas, pois às vezes era lenta e cansativa, sem a graça e a criatividade de HERÔDOTOS, mas a objetividade obtida representava um marco na análise histórica e política da humanidade. Precedera em dois mil anos a própria criação da ciência, podendo dizer que sua pesquisa tinha rigor científico e busca da verdade. Por outro lado, várias de suas antilogias foram criadas pelo autor, a partir de informações orais, com o uso da contradição, mas sem chegar exatamente a uma síntese, apenas informando as posições contrárias, sem qualquer opção pessoal. Notas: 1 In. COSTA, N. N. Ciência Política. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012. p. 68-74. 2 Tecnólogo em agropecuária pelo Instituto Federal de Pernambuco campus Belo Jardim. Normalista pela Escola Frei Cassiano Comacchio. Pesquisador assíduo de assuntos com cunho filosófico, com ênfase em política. 3 “Temístocles, general e político ateniense (Atenas, c. 525 – Magnésia do Menandro, c. 460 a.C.). Chefe do partido democrático, havia aconselhado osateniensesa voltarem todasas suasatividades paraaexpansão marítima, encontrado neste ponto a oposição de Aristides, chefe do partido aristocrático. Tendo obtido a condenação deste ao ostracismo, Temístocles fez construir o porto de Pireu e equipou excelente frota. Ao ser invadidaa Grécia por Xerxes, obrigou os persas a aceitar um combate naval, antes que o exército grego se retirasse para o Peloponeso, daí resultando a vitória de Salamina (480). Apesar da oposição de Esparta, rival de Atenas, Temístocles fez reconstruir as muralhas de Atenas, fortificou a parte de Pireu e de Muníquia. Contado, em decorrência das intrigas de Esparta, foiacusado de peculato e condenado ao ostracismo (471)” (KOOGAN/HOUAISS. Enciclopédia e Dicionário Ilustrado, op. cit., p. 1558). 4 Vide nota 7 do capítulo II, Herôdotos. 5 “Tucídides em gr. Thoukidídes, historiador grego (Atenas c. 465 – 395 a.C.). Eleito estratego em 424 a.C., foi encarregado da defesa do litoral da Trácia durante a Guerra do Peloponeso. Derrotado, viu-se forçado a partir para o exílio e só regressou à sua pátria por volta de 404 a.C. No exílio começou aescrever (431 a.C.) suas Histórias da Guerra do Peloponeso, que não chegou a terminar e que é uma profundareflexão políticasobrea natureza do poder indo em busca das causas profundas dosacontecimentos. O desenvolvimento do conflito éaí narrado em estilo simples e direto, por vezes entremeados de trechos de grande força emotiva, como o discurso de Péricles sobre atenienses mortos na guerra. Além de ter sido o compilador de um relato concreto dos acontecimentos. Túcides é considerado o primeiro historiador a adotar uma postura críticaem relação aeles” (Grande Enciclopédia Larousse Cultural, op. cit., vol. 23, p. 5734). 6 “104. [...] E mandaram um mensageiro ao outro comandante para o território fronteiro à Trácia; ele era Tucídides filho de Oloros, o autor desta História, na época estacionado em Tasos, ilha situada a aproximadamente meio-dia de viagem por mar de Anfípolis e colônia de Paros, e lhe pediam para socorrê-los. Recebendo a mensagem, ele partiu imediatamente com sete naus que se encontravam lá, pois queriam chegar o mais depressa possível, principalmente para socorrer Anfípolis antes dela render-se, ou, se isto não fosse possível para ocupar Êion. 105. Nesse ínterim Brasidas, temendo a vinda dos de Tasos, e tendo ouvido dizer que Tucídides, um detentor dos direitos de exploração das minas de ouro naquela parte da Trácia, exercendo por isso grande influência sobre os homens mais importantes do continente, apressou-se em capturar a cidade” (TUCÍDIDES. A Guerra do Peloponeso. 3ª ed. Brasília: Universidade de Brasília, 1987, pp. 228-9). 7 “26. [...] Vivi a guerra inteira, tendo umaidade que me permitiaformar meu próprio juízo, e segui-aatentamente, de modo a obter informações precisas. Atingiu-me também uma condenação ao exílio que me manteve longe de minha terra por vinte anos após meu período de comando em Anfípolis e, diante de minhafamiliaridade com asatividades de ambos os lados, especialmente aquelas do Peloponeso em consequência de meu banimento, graças ao meu ócio pude acompanhar melhor o curso dos acontecimentos” (TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso, op. cit., p. 255). 8 Vide nota 12 do capítulo II, Herôdotos. 9 KURY, Mário Gama (Introdução. In: TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso, op. cit., p. 13) cita com referência dos fatos a obra de Marcelino, que escreveu a Vida de Tucídides, na época do imperador bizantino Justiniano. 10 TUCÍDIDES. A Guerra do Peloponeso, op. cit., p. 19. 11 “Tucídides começou do ponto em que Herôdotos deixou a narração – o termo de Guerra Persa. [...] Herôdotos escrevia com o fito de entreter o leitor culto; Tucídides escreve visando fornecer informaçõesaos futuros historiadores e orientar com a experiência do passado aos futuros estadistas. Herôdotos narra em estilo solto e fluente, inspirado talvez pelo modo dos poemas de Homero; Tucídides, como alguém que tinha ouvido filósofos, oradores e dramaturgos, escreve em estilo frequentemente complicado e obscuro. [...] Herôdotos abrangia os mais remotos lugares, e as mais variadas épocas; Tucídides força a sua história numa severa moldura cronológica de estações e anos sacrificando a continuidade da narrativa. Herôdotos escrevia mais à luz das personalidades do que dos processos, sentindo que estes se operam através daqueles; Tucídides, [...] inclina-se mais para o relato impessoal e para a consideração das causas, desenvolvimentos e resultado. Herôdotos descrevia acontecimentos remotos, a ele narrados, na maioria das vezes, de segunda e terceira mão; Tucídides com frequênciase exprime baseado na própriatestemunha, no de quem informa ou em documentos originais, em vários trechos reproduz os documentos citados” (DURANT, Will. A História da Civilização. nossa herança clássica, op. cit., vol. II, p. 341). 12 Vide nota 8 do capítulo II, Herôdotos. 13 “Os primeiros desses novos humanistas, os Sofistas, salientaram-se no tempo da grande eclosão do individualismo que se referem às Guerras Persas e da difusão da democracia por todo o mundo grego e os sofistas consideravam perda de tempo a busca de uma vaga e fugitiva verdade a respeito do universo. Achavam muito melhor estudar o problema, bem mais prático, do homem e da sociedade. Como mestres, sua finalidade ideal era preparar jovens para assumirem sua responsabilidade de cidadão” (SAVELLE, Max (coord.), História da Civilização Mundial: as primeiras culturas humanas, op. cit., vol. I, p. 203). 14 TUCÍDIDES. História de Guerra do Peloponeso, op. cit., p. 27. 15 CHÂTELLET, François. Tucídides: a guerra do peloponeso. In: CHÂTELLET, François, DUHAMEL, Olivier, e PISIER, Evelyne. Dicionário de Obras Políticas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993, p. 1.221. 16 “Os Gregos sempre viram no princípio daantilogiaa própria condição dasabedoriae da compreensão. A antilogiaé a deliberação” (ROMILLY, Jackeline de. História e Razão em Tucídides. Brasília: Universidade de Brasília, 1998, p. 143). 17 TUCÍDIDES. História da Guerra de Peloponeso, Livro Primeiro, op. cit., p. 28. (shrink)
O objetivo deste artigo é discutir aspectos do ensino de Filosofia na educação básica à luz do conceito de ação firmado no capítulo V de ACondição Humana de Hannah Arendt, identificado na revelação do agente através do discurso e da ação. Sugerimos a reflexão do conceito de ação como consciência motivadora para o ensino de Filosofia, investindo em políticas educacionais que consideram a diversidade como um elemento favorável para a construção do conhecimento entre professores e alunos. Estamos aqui em um (...) movimento adverso às práticas tecnicistas que investem em experiências estéreis, fadadas ao mecanicismo das relações. Pois acreditamos que ensinar Filosofia além de ser um constante convite à reflexão é também um estímulo à liberdade humana que pode ser impulsionada pela engenhosidade de práticas docentes mais estimulantes. Com base em atividades vivenciadas durante as aulas de filosofia na educação básica, apresentamos aqui algumas reflexões a favor da pluralidade no espaço semipúblico favorecendo perspectivas do ensino da filosofia ao filosofar na sala de aula.PALAVRAS-CHAVE:Arendt; Ação; Educação; Filosofia. -/- FROM TEACHING PHILOSOPHY TOPHILOSOPHIZE: REFLETIONS ABOUT THE CONCEPT OF ACTION IN HANNAH ARENDTABSTRACT -/- The aim of this article is to discuss aspects of the teaching of philosophy in basic education in light of the concept of action set forth in chapter V of Human Condition of Hannah Arendt, identified in the revelation of the agent through discourse and action. We suggest the reflection of the concept of action as motivating consciousness for the philosophy teaching investing in educational policies that consider diversity as a favorable element for the construction of knowledge between teachers and students. We’re here in an adverse movement to the technicist practices, that invest in sterile experiments, fated to the mechanism of relations. For we believe that Philosophy Teaching besides being one constant invite to reflection is also a stimulus to human freedom tha can be can be driven by the resourcefulness of more stimulating teaching practices. Based on activities experienced during philosophy classes in basic education, we present some reflections in favor of plurality in semi public space favoring perspectives of philosophy teaching from philosophizing in the classroom. (shrink)
The proposition that “promises ought to be kept is one of the most important normative ideas or value judgements in our daily lives. But what about “illegal promises”? That is to say, what about promises that are, legally or morally speaking, malum in se or inherently wrongful, such as voluntary exchanges that are inherently immoral or wrongful, like bribes, blackmail, murder, etc.? In short, what moral obligations, if any, do such promises impose? Although many of the greatest thinkers in Western (...) civilization have offered a wide variety of theories to explain the source of promissory obligations, it turns out there is a blind spot in this centuries-old conversation, for few theorists have given the problem of illegal or immoral promises any sustained thought. Nevertheless, illegal or immoral promises should be of theoretical interest to us because such promises may help us delimit the outer boundaries of promissory obligations. (shrink)
Este artigo tem como objeto de estudo a atividade teatral na cidade de Caruaru-PE. É resultado de uma pesquisa de campo realizada durante o período de 05 de novembro de 2013 até 05 de novembro de 2014. A metodologia utilizada se constituiu da abordagem qualitativa tendo como recursos entrevistas com artistas e representantes dos grupos de teatro (história oral), investigação documental e bibliografia complementar. A fim de coligir dados que possam estimular pesquisas relacionadas ao tema, haja vista o significativo fluxo (...) de produção teatral desta região como também a escassez de pesquisas sobre o produto cênico-teatral produzido no Agreste de Pernambuco, Brasil. -/- Palavras-chave: Caruaru; Arte; Teatro; Cultura; História. -/- ABSTRACT -/- This article has as object of study the theatrical activity in the city of Caruaru-PE. It is the result of a field research occurred during the period of 11-05-2013 until 11-05-2014. The methodology used is qualitative with interviews resources with artists and representatives of theater groups (oral history), research documentary and complementary bibliography. It has the interresse to collect dice that can stimulate related research, watching the significant theatrical production this region as well as the dearth of research on the scenic-theatrical product produced in the arid zone (Agreste) of Pernambuco, Brazil. (shrink)
What lessons can legal scholars learn from the life and work of W. D. "Bill" Hamilton, a lifelong student of nature? From my small corner of the legal Academia, three aspects of Bill Hamilton’s work in evolutionary biology stand out in particular: (i) Hamilton’s simple and beautiful model of social behavior in terms of costs and benefits; (ii) his fruitful collaboration with the political theorist Robert Axelrod and their unexpected yet elegant solution of the Prisoner’s Dilemma, an important game or (...) puzzle that had defied solution until Hamilton and Axelrod came along; and (iii) Hamilton’s conception of science generally -- and in particular his view of the process of scientific justification -- as a form of trial advocacy. In this review of Ullica Segerstråle’s recently-published biography of Bill Hamilton, the author briefly recounts and reviews each one of these important contributions. (shrink)
A review of Maria Luisa Ardizzone's Reading as the Angels Read: Speculation and Politics in Dante’s Banquet. Toronto: University of Toronto Press, 2016. xii 1 454 pp. $95.
Temporality and Spatiality have been extensively addressed in philosophy, and their disturbances have been extensively studied in psychopathology (e.g. Wyllie 2005). Mental health patients: (1) describe pathological experiences of Time and Space (Gallagher and Varela 2003); (2) show disturbed timing (Tysk 1984); (3) experience psychopathological phenomena that could be the cause of changes in temporality and spatiality. These topics will be discussed in the case of mood disorders, in particular euphoric and dysphoric mania episodes. Any phenomenological study in mood disorders (...) is delicate as affective disorders are in themselves phenomenologically diverse, because they have obscure meaning, multitude of criteria and inconsistent reference norms. Also, psychoanalytical, colloquial and cognitive psychologies keep instilling comprehensive and epistemological structures onto both mood and time/space notions. Nevertheless, bridging philosophical phenomenology and epistemology on time and temporality with mood psychopathology and taxonomy constitutes an on-going project. Theories by Heidegger, Husserl and Merleau-Ponty as well as by Minkowsky, Binswanger, Fuchs, Parnas, and Sass could help to describe this relation deepened into many other Twentieth-Century philosophical papers. A similar account of space and spatiality will be brought about. We will reason about the concept that they provide evidence to address current conceptualization of “bipolar” disorder and the hierarchical grouping of dysphoric and euphoria mania. (shrink)
Many historically-influential philosophers had profoundly wrong moral views or behaved very badly. Aristotle thought women were “deformed men” and that some people were slaves “by nature.” Descartes had disturbing views about non-human animals. Hume and Kant were racists. Hegel disparaged Africans. Nietzsche despised sick people. Mill condoned colonialism. Fanon was homophobic. Frege was anti-Semitic; Heidegger was a Nazi. Schopenhauer was sexist. Rousseau abandoned his children. Wittgenstein beat his young students. Unfortunately, these examples are just a start. -/- These philosophers are (...) famous for their intellectual accomplishments, yet they display serious moral or intellectual flaws in their beliefs or actions. At least, some of their views were false, ultimately unjustified and, perhaps, harmful. -/- How should we respond to brilliant-but-flawed philosophers from the past? Here we explore the issues, asking questions and offering few answers. Any insights gained here might be applicable to contemporary imperfect philosophers, scholars in other fields, and people in general. (shrink)
A primeira coisa que nós devemos manter na mente é que ao dizer que China diz isto ou China faz aquele, nós não estamos falando do povo chinês, mas dos sociopatas que controlam de CCP (partido comunista chinês, isto é, os sete assassinos seriais sociopata Senile (SSSSK) do Comitê ereto do CCP ou dos 25 membros do Politburo. Eu assisti recentemente alguns programas típicos esquerdistas de notícias falsas (praticamente o único tipo pode encontrar na mídia, ou seja, quase tudo agora-ou (...) seja, Yahoo, CNN, o New York Times, etc.) em vouTube, um por vice que mencionou que 1000 economistas (e 15 vencedores do Prêmio Nobel) enviou uma carta a Trump dizendo-lhe que a guerra comercial foi um erro, e outro que entrevistou um economista acadêmico que disse que o movimento de Trump foi uma provocação para começar a guerra mundial 3. Eles estão certos sobre a ruptura do comércio global, mas não têm compreensão do grande quadro, que é que os sete sociopatas têm total dominação do mundo, com a eliminação da liberdade em todos os lugares, como seu objetivo, e que há apenas duas maneiras de pará-los-um embargo comercial total que devasta a economia chinesa e conduz seus militares para forçar para fora as eleições do CCP e da preensão, ou o WW3, que pode ser limitado (braços convencionais com talvez alguns armas nucleares) ou total (tudo as bombas nucleares de uma só vez). Claro como o dia, mas todos esses acadêmicos "brilhantes" não conseguem vê-lo. Se os sociopatas não forem removidos agora, em tão pouco quanto 15 anos será tarde demais, e seus descendentes lentamente mas inexoravelmente estarão sujeitos ao mesmo destino que o Chinês —vigilância total com sequestro, tortura e assassinato de quaisquer dissidentes. (shrink)
L'America e il mondo sono in procinto di collassare a causa di una crescita eccessiva della popolazione, la maggior parte per il secolo scorso e ora tutto a causa di persone del terzo mondo. Il consumo di risorse e l'aggiunta di uno o due miliardi in più di 2100 crolleranno la civiltà industriale e porterà alla fame, alle malattie, alla violenza e alla guerra su scala impressionante. Miliardi moriranno e la guerra nucleare è tutt'altro che certa. In America (...) questo è stato enormemente accelerato dalla massiccia immigrazione e dalla riproduzione degli immigrati, unite ad abusi resi possibili dalla democrazia. La natura umana depravata trasforma inesorabilmente il sogno della democrazia e della diversità in un incubo di criminalità e povertà. La causa principale del collasso è l'incapacità della nostra psicologia innata di adattarsi al mondo moderno, che porta le persone a trattare le persone non correlate come se avessero interessi comuni. Questo, oltre all'ignoranza della biologia e della psicologia di base, porta alle illusioni di ingegneria sociale dei parzialmente istruiti che controllano le società democratiche. Pochi capiscono che se aiuti una persona che fai del male a qualcun altro, non c'è pranzo gratuito e ogni singolo oggetto che qualcuno consuma distrugge la terra in modo irreparabile. Di conseguenza, le politiche sociali ovunque sono insostenibili e una dopo l'altra tutte le società senza rigorosi controlli sull'egoismo crolleranno nell'anarchia o nella dittatura. Senza cambiamenti drammatici e immediati, non c'è speranza di prevenire il crollo dell'America, o di qualsiasi paese che segua un sistema democratico. Da qui il mio saggio "Suicide by Democracy". È anche ormai chiaro che i sette sociopatici che governano la Cina stanno vincendo la terza guerra mondiale, e quindi il mio saggio conclusivo su di loro. L'unica minaccia più grande è l'Intelligenza Artificiale che commento brevemente. La chiave di tutto ciò che ci riguarda è la biologia, ed è l'ignarietà che porta milioni di persone intelligenti istruite come Obama, Chomsky,Clinton, il Partito Democratico e il Papa a sposare ideali utopici suicidi che portano inesorabilmente direttamente all'Inferno sulla Terra. Come W ha notato, è ciò che è sempre davanti ai nostri occhi che è il più difficile da vedere. Viviamo nel mondo del sistema linguistico deliberativo cosciente 2, ma è inconscio, automatico sistema riflessivo 1 che governa. Questa è la fonte della cecità universale descritta da The Phenomenological Illusion (TPI) di Searle, Pinker's Blank Slate and Tooby and Cosmides' Standard Social Science Model. Il primo gruppo di articoli cerca di dare un'idea di come ci comportiamo che è ragionevolmente privo di illusioni teoriche. Nei prossimi tre gruppi commento tre delle principali illusioni che impediscono un mondo sostenibile: tecnologia, religione e politica (gruppi cooperativi). La gente crede che la società possa essere salvata da loro, quindi fornisco alcuni suggerimenti nel resto del libro sul perché questo è improbabile attraverso brevi articoli e recensioni di libri recenti di scrittori ben noti. Un'altra sezione descrive l'illusione religiosa – che c'è qualche super potere che ci salverà. La sezione successiva descrive le illusioni digitali, che confondono i giochi linguistici del System 2 con gli automatismi del Sistema uno, e quindi non possono distinguere le macchine biologiche (cioè le persone) da altri tipi di macchine (cioè i computer). Altri illusioni digitali sono che saremo salvati dal male puro (egoismo) del Sistema 1 da computer/AI/robotica/nanotecnologia/ingegneria genetica creata dal System 2. Il principale Nessun pranzo libero ci dice che ci saranno conseguenze gravi e forse fatali. L'ultima sezione descrive The One Big Happy Family Delusion, cioè che siamo selezionati per la cooperazione con tutti, e che gli ideali euforici di Democrazia, Diversità e Uguaglianza ci condurranno all'utopia, se ne gestiamo le cose correttamente (la possibilità della politica). Ancora una volta, il No Free Lunch Principle dovrebbe avvertirci che non può essere vero, e vediamo nel corso della storia e in tutto il mondo contemporaneo, che senza controlli rigorosi,egoismo e stupidità guadagnano il sopravvento e presto distruggono qualsiasi nazione che abbracci queste illusioni. Inoltre, la mente scimmia sconti ripida il futuro, e così collaboriamo nel vendere il patrimonio del nostro discendente per comfort temporanei, esacerbando notevolmente i problemi. (shrink)
La prima cosa che dobbiamo tenere a mente è che quando diciamo che la Cina dice questo o la Cina lo fa, non stiamo parlando del popolo cinese, ma dei Sociopatici che controllano il Partito Comunista Cinese CCP, cioè i Sette Killer Seriali Senile (SSSSK) del Comitato permanente del PCC o dei 25 membri del Politburo ecc. I piani del CCP per la terza guerra mondiale e il dominio totale sono strutturati abbastanza chiaramente nelle pubblicazioni e nei discorsi govt (...) cinesi e questo è il "sogno di Cina" di Xi Jinping. È un sogno solo per la piccola minoranza (forse da poche decine a poche centinaia) che governa la Cina e un incubo per tutti gli altri (tra cui 1,4 miliardi di cinesi). I 10 miliardi di dollari all'anno che si stima spendano in propaganda in tutto il mondo permette loro o i loro burattini di possedere o controllare giornali, riviste, canali televisivi e radiofonici e di inserire notizie false nella maggior parte dei principali media ovunque decine o centinaia di migliaia di volte ogni giorno. They hanno un esercito (forse milioni di persone) che oltre alla censura totale e immediata di tutti i media all'interno della Cina, troll tutti i media del mondo, mettendo più propaganda e annegando legittimo commento (l'esercito 50 centesimi). Oltre a spogliarerd il terzo mondo di risorse, una spinta importante della multi-trilionaria Belt and Road Initiative sta costruendo basi militari in tutto il mondo. Stanno costringendo il mondo libero in una massiccia corsa agli armamenti ad alta tecnologia che fa sembrare la guerra fredda con l'Unione Sovietica un picnic. Anche se la SSSSK, e il resto dell'esercito mondiale, stanno spendendo enormi somme su hardware avanzato, è altamente probabile che WW3 (o gli impegni più piccoli che portano ad esso) sarà software dominato. Non è fuori questione che la SSSSK, con probabilmente più hacker (programmatori) che lavorano per loro allora tutto il resto del mondo combinato, vincerà WW3 con minimo conflitto fisico, solo paralizzando i loro nemici tramite la rete. Niente satelliti, niente telefoni, niente comunicazioni, niente transazioni finanziarie, niente rete elettrica, niente internet, niente armi avanzate, niente veicoli, treni, navi o aerei. Ci sono solo due percorsi principali per rimuovere il PCC, liberare 1,4 miliardi di prigionieri cinesi e porre fine alla marcia folle per la terza guerra mondiale. Quello pacifico è quello di lanciare una guerra commerciale a tutto campo per devastare l'economia cinese fino a quando i militari si stancano e si avvia il PCC. Un'alternativa alla chiusura dell'economia cinese è una guerra limitata, come uno sciopero mirato di conlsi 50 droni termobarici sul 20congresso del PCC, quando tutti i membri migliori sono in un unico posto, ma che non avrà luogo fino al 2022 in modo da poter colpire la riunione plenaria annuale. I cinesi sarebbero stati informati, come è avvenuto l'attacco, che devono deporre le armi e prepararsi a tenere un'elezione democratica o essere inglobito nell'età della pietra. L'altra alternativa è un attacco nucleare a tutto campo. Il confronto militare è inevitabile, visto l'attuale corso del PCC. Accadrà probabilmente sulle isole del Mar Cinese Meridionale o Taiwan entro pochi decenni, ma man mano che stabiliscono basi militari in tutto il mondo potrebbe accadere ovunque (vedi il libro Tigre accovacciata ecc.). I futuri conflitti avranno aspetti hardkill e softkill con gli obiettivi dichiarati del PCC per enfatizzare la guerra informatica hackerando e paralizzando i sistemi di controllo di tutte le comunicazioni militari e industriali, attrezzature, centrali elettriche, satelliti, internet, banche e qualsiasi dispositivo o veicolo collegato alla rete. La SSSSK sta lentamente schierando una serie mondiale di sub o droni di superficie e subacquei con equipaggio e autonomi in grado di lanciare armi convenzionali o nucleari che possono rimanere domeggiati in attesa di un segnale dalla Cina o addirittura alla ricerca della firma di navi o aerei statunitensi. Mentre distruggevano i nostri satelliti, eliminando così la comunicazione tra gli Stati Uniti e le nostre forze in tutto il mondo, useranno i loro, insieme ai droni per colpire e distruggere le nostre forze navali attualmente superiori. Naturalmente, tutto questo è sempre più fatto automaticamente dall'IA. Di gran lunga il più grande alleato del PCC è il partito democratico degli Stati Uniti. La scelta è quella di fermare il PCC ora o guardare come estendere la prigione cinese su tutto il mondo. Naturalmente, la sorveglianza universale e la digitalizzazione delle nostre vite è inevitabile ovunque. Chi non la pensa così è profondamente fuori contatto. Naturalmente, è l'optinebbie che si aspettano che i sociopatici cinesi a governare il mondo, mentre i pessimisti (che si vedono come realisti) si aspettano AI (Intelligenza Artificiale, o come lo chiamo it Imbecility artificiale o Unalien follia) a prendere il sopravvento, forse non appena 2030. Coloro che sono interessati a ulteriori dettagli sul percorso folle della società moderna possono consultare le mie altre opere come Suicide by Democracy-an Obituary for America and the World 4th Edition 2020 e Suicidal Utopian Delusions in the 21st Century: Philosophy, Human Nature and the Collapse of Civilization 5th ed (2020) . (shrink)
Lo primero que debemos tener en cuenta es que cuando decimos que China dice esto o China hace eso, no estamos hablando del pueblo chino, sino de los sociópatas que controlan el PCC -- Partido Comunista Chino, es decir, los Siete Asesinos En Serie Seniláticos (SSSSK) de th e Comité Permanente del PCC o de los 25 miembros del Politburó, etc. -/- Los planes del PCC para la Tercera Guerra Mundial y la dominación total están muy claro en las (...) publicaciones y discursos del gobierno chino y este es el "sueño de China" de Xi Jinping. Es un sueño sólo para la pequeña minoría (tal vez unas pocas docenas a unos pocos cientos) que gobiernan China y una pesadilla para todos los demás (incluyendo 1.400 millones de chinos). Los 10 mil millones de dólares anuales les permiten a ellos o a sus marionetas poseer o controlar periódicos, revistas, canales de televisión y radio y colocar noticias falsas en la mayoría de los principales medios de comunicación de todo el día. Además, tienen un ejército (tal vez millones de personas) que troll todos los medios de comunicación colocando más propaganda y ahogando comentarios legítimos (el ejército de 50 centavos). -/- Además de despojar al tercer mundo de recursos, un gran impulso de la Iniciativa de Cinturón y Carretera sin peaje es la construcción de bases militares en todo el mundo. Están forzando al mundo libre a una carrera armamentista masiva de alta tecnología que hace que la guerra fría con la Unión Soviética parezca un picnic. -/- Aunque el SSSSK, y el resto de los militares del mundo, están gastando enormes sumas en hardware avanzado, es muy probable que WW3 (o los compromisos más pequeños que conducen a él) esté dominado por software. No está fuera de cuestión que el SSSSK, con probablemente más hackers (codificadores) trabajando para ellos entonces todo el resto del mundo combinado, ganará futuras guerras con un conflicto físico mínimo, sólo por paralizar a sus enemigos a través de la red. Sin satélites, sin teléfonos, sin comunicaciones, sin transacciones financieras, sin red eléctrica, sin internet, sin armas avanzadas, sin vehículos, trenes, barcos o aviones. -/- Sólo hay dos caminos principales para eliminar el PCC, liberar a 1.400 millones de prisioneros chinos y poner fin a la marcha lunática a la Segunda Guerra Mundial. La pacífica es lanzar una guerra comercial total para devastar la economía china hasta que los militares se cansen y arranquen el PCC. -/- Una alternativa al cierre de la economía de China es una guerra limitada, como una huelga dirigida por decir 50 drones termobáricos en el 20o Congreso del PCC, cuando todos los miembros principales están en un solo lugar, pero eso no tendrá lugar hasta 2022 por lo que uno podría ir a la sesión plenaria anual. Se informaría a los chinos, como ocurrió el ataque, de que debían deponer las armas y prepararse para celebrar una elección democrática o ser arrojados a la edad de piedra. La otra alternativa es un ataque nuclear total. La confrontación militar es inevitable dado el curso actual del PCC. Es probable que suceda sobre las islas en el Mar de China Meridional o Taiwán dentro de unas pocas décadas, pero a medida que establecen bases militares en todo el mundo podría suceder en cualquier lugar (ver Tigre Agachado, etc.). Los conflictos futuros tendrán aspectos difíciles y blandos con los objetivos declarados del PCC para enfatizar la ciberguerra mediante la piratería y paralización de los sistemas de control de todas las comunicaciones militares e industriales, equipos, centrales eléctricas, satélites, Internet, bancos, y cualquier dispositivo o vehículo conectado a la red. Las SS están lanzando lentamente una gama mundial de submarinos de superficie y submarinas tripulados y autónomos o drones capaces de lanzar armas convencionales o nucleares que pueden estar latentes a la espera de una señal de China o incluso buscando la firma de buques o aviones estadounidenses. Mientras destruyen nuestros satélites, eliminando así la comunicación entre los EE.UU. y nuestras fuerzas en todo el mundo, utilizarán los suyos, junto con los drones para atacar y destruir nuestras fuerzas navales actualmente superiores. Por supuesto, todo esto se hace cada vez más automáticamente por la IA. -/- Con mucho, el mayor aliado del PCC es el Partido Demócrata de los Estados Unidos. La opción es detener al PCC ahora o observar cómo extienden la prisión china por todo el mundo. -/- Por supuesto, la vigilancia universal y la digitalización de nuestras vidas es inevitable en todas partes. Cualquiera que no lo crea está profundamente fuera de contacto. -/- Por supuesto, son los optomistas los que esperan que los sociópatas chinos gobiernen el mundo, mientras que los pesimistas (que se ven a sí mismos como realistas) esperan que la sociopatía de IA (o como yo la llamo, es decir, la estupidez artificial o la sociósima artificial) tomen el control, tal vez para 2030 Los interesados en más detalles sobre el camino lunático de la sociedad moderna pueden consultar mis otras obras como Suicidio por democracia y obituario para América y el mundo 2019 y Delirios Utópicos Suicidas en el Siglo 21 -La filosofía, la naturaleza humana y el colapso de la civilización : Artículos y reseñas 2006-2019 5ª edicion (2019) -/- . (shrink)
Artificial intelligence (AI) is increasingly expected to disrupt the ordinary functioning of society. From how we fight wars or govern society, to how we work and play, and from how we create to how we teach and learn, there is almost no field of human activity which is believed to be entirely immune from the impact of this emerging technology. This poses a multifaceted problem when it comes to designing and understanding regulatory responses to AI. This article aims to: (i) (...) defend the need for a novel conceptual model for understanding the systemic legal disruption caused by new technologies such as AI; (ii) to situate this model in relation to preceding debates about the interaction of regulation with new technologies (particularly the ‘cyberlaw’ and ‘robolaw’ debates); and (iii) to set out a detailed model for understanding the legal disruption precipitated by AI, examining both pathways stemming from new affordances that can give rise to a regulatory ‘disruptive moment’, as well as the Legal Development, Displacement or Destruction that can ensue. The article proposes that this model of legal disruption can be broadly generalisable to understanding the legal effects and challenges of other emerging technologies. (shrink)
El Foro Global de Bioética en Investigación (GFBR por sus siglas en inglés) se reunió el 3 y 4 de noviembre en Buenos Aires, Argentina, con el objetivo de discutir la ética de la investigación con mujeres embarazadas. El GFBR es una plataforma mundial que congrega a actores clave con el objetivo de promover la investigación realizada de manera ética, fortalecer la ética de la investigación en salud, particularmente en países de ingresos bajos y medios, y promover colaboración entre países (...) del norte y del sur.a Los participantes en el GFBR provenientes de Latinoamérica incluyeron a eticistas, investigadores, miembros de comités de ética y representantes de autoridades sanitarias provenientes de Argentina, Brasil, Chile, Colombia, Ecuador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Panamá, Perú, Nicaragua y la República Dominicana. Una legítima preocupación por la protección de las mujeres embarazadas y sus embriones o fetos ha llevado a la mayoría de los países de la Región de las Américas a limitar la realización de estudios con mujeres embarazadas exclusivamente a aquellos estudios específicos sobre el embarazo, y a requerir la exclusión sistemática de las mujeres embarazadas o de las mujeres que quedan embarazadas en el curso del estudio. Ciertamente, a lo largo de la historia de la ética de la investigación, se ha creído erróneamente que proteger a una población es sinónimo de excluirla de los estudios. Se sabe ahora que proceder así implica exponer a riesgos mucho mayores a la población que se busca proteger. El embarazo implica cambios fisiológicos sustantivos e impacta profundamente la manera como el cuerpo metaboliza los medicamentos. Sin embargo, por evitar hacer investigación con mujeres embarazadas, no se ha producido la evidencia científica necesaria para tomar decisiones sobre tratamientos e intervenciones preventivas con dosis eficaces y seguras para ellas y sus embriones o fetos. A manera de ilustración, en el 2001 había en los Estados Unidos apenas más de una docena de medicamentos aprobados para uso en el embarazo (1) y en el 2011 la Food and Drug Administration (FDA) aprobó por primera vez en 15 años un medicamento para su uso en el embarazo (2). Como consecuencia de no haber producido la evidencia necesaria, se pone en riesgo la salud de las mujeres embarazadas cada vez que se les da atención médica. Las mujeres embarazadas se enferman y las mujeres enfermas se embarazan, y no se sabe si los medicamentos que se les da son eficaces o siquiera seguros para ellas y sus embriones o fetos. (shrink)
The first thing we must keep in mind is that when saying that China says this or China does that, we are not speaking of the Chinese people, but of the Sociopaths who control the CCP -- Chinese Communist Party, i.e., the Seven Senile Sociopathic Serial Killers (SSSSK) of the Standing Committee of the CCP or the 25 members of the Politburo etc.. -/- The CCP’s plans for WW3 and total domination are laid out quite clearly in Chinese govt publications (...) and speeches and this is Xi Jinping’s “China Dream”. It is a dream only for the tiny minority (perhaps a few dozen to a few hundred) who rule China and a nightmare for everyone else (including 1.4 billion Chinese). The 10 billion dollars yearly enables them or their puppets to own or control newspapers, magazines, TV and radio channels and place fake news in most major media everywhere every day. In addition, they have an army (maybe millions of people) who troll all the media placing more propaganda and drowning out legitimate commentary (the 50 cent army). -/- In addition to stripping the 3rd world of resources, a major thrust of the multi-trillion dollar Belt and Road Initiative is building military bases worldwide. They are forcing the free world into a massive high-tech arms race that makes the cold war with the Soviet Union look like a picnic. -/- Though the SSSSK, and the rest of the world’s military, are spending huge sums on advanced hardware, it is highly likely that WW3 (or the smaller engagements leading up to it) will be software dominated. It is not out of the question that the SSSSK, with probably more hackers (coders) working for them then all the rest of the world combined, will win future wars with minimal physical conflict, just by paralyzing their enemies via the net. No satellites, no phones, no communications, no financial transactions, no power grid, no internet, no advanced weapons, no vehicles, trains, ships or planes. -/- There are only two main paths to removing the CCP, freeing 1.4 billion Chinese prisoners, and ending the lunatic march to WW3. The peaceful one is to launch an all-out trade war to devastate the Chinese economy until the military gets fed up and boots out the CCP. -/- An alternative to shutting down China’s economy is a limited war, such as a targeted strike by say 50 thermobaric drones on the 20th Congress of the CCP, when all the top members are in one place, but that won’t take place until 2022 so one could hit the annual plenary meeting. The Chinese would be informed, as the attack happened, that they must lay down their arms and prepare to hold a democratic election or be nuked into the stone age. The other alternative is an all-out nuclear attack. Military confrontation is unavoidable given the CCP’s present course. It will likely happen over the islands in the South China Sea or Taiwan within a few decades, but as they establish military bases worldwide it could happen anywhere (see Crouching Tiger etc.). Future conflicts will have hardkill and softkill aspects with the stated objectives of the CCP to emphasize cyberwar by hacking and paralyzing control systems of all military and industrial communications, equipment, power plants, satellites, internet, banks, and any device or vehicle connected to the net. The SS are slowly fielding a worldwide array of manned and autonomous surface and underwater subs or drones capable of launching conventional or nuclear weapons that may lie dormant awaiting a signal from China or even looking for the signature of US ships or planes. While destroying our satellites, thus eliminating communication between the USA and our forces worldwide, they will use theirs, in conjunction with drones to target and destroy our currently superior naval forces. Of course, all of this is increasingly done automatically by AI. -/- By far the biggest ally of the CCP is the Democratic party of the USA. The choice is to stop the CCP now or watch as they extend the Chinese prison over the whole world. -/- Of course, universal surveillance and digitizing of our lives is inevitable everywhere. Anyone who does not think so is profoundly out of touch. -/- Of course it is the optomists who expect the Chinese sociopaths to rule the world while the pessimists (who view themselves as realists) expect AI sociopathy (or AS as I call it – i.e., Artificial Stupidity or Artificial Sociopathy) to take over, perhaps by 2030 Those interested in further details on the lunatic path of modern society may consult my other works such as Suicide by Democracy-an Obituary for America and the World 3rd Edition 2019 and Suicidal Utopian Delusions in the 21st Century: Philosophy, Human Nature and the Collapse of Civilization 5th ed (2019) -/- . (shrink)
El primer grupo de artículos intenta dar una idea de cómo nos comportamos que está razonablemente libre de delirios teóricos. En los siguientes tres grupos, comento tres de las principales ilusiones que impiden un mundo sostenible: la tecnología, la religión y la política (grupos cooperativos). La gente cree que la sociedad puede ser salvada por ellos, por lo que ofrezco algunas sugerencias en el resto del libro en cuanto a por qué esto es poco probable a través de artículos cortos (...) y reseñas de libros recientes de escritores conocidos. -/- América y el mundo están en proceso de colapso debido al crecimiento excesivo de la población, la mayor parte durante el último siglo y ahora todo debido a las personas del tercer mundo. El consumo de recursos y la adición de 4 mil millones más de ca. 2100 colapsará la civilización industrial y provocará el hambre, la enfermedad, la violencia y la guerra en una escala asombrosa. Miles de millones morirán y la guerra nuclear es casi segura. En Estados Unidos esto se está acelerando enormemente por la inmigración masiva y la reproducción de los inmigrantes, combinada con los abusos que la democracia ha hecho posibles. La naturaleza humana depravada convierte inexorablemente el sueño de democracia y diversidad en una pesadilla del crimen y la pobreza. La causa fundamental del colapso es la incapacidad de nuestra psicología innata para adaptarse al mundo moderno, lo que lleva a las personas a tratar a las personas no relacionadas como si tuvieran intereses comunes. Esto, más la ignorancia de la biología básica y la psicología, lleva a los delirios de ingeniería social de los educados parcialmente que controlan las sociedades democráticas. Pocos entienden que si ayudas a una persona, le haces daño a otra persona, no hay almuerzo gratis y cada artículo que alguien consume destruye la tierra sin posibilidad de reparación. En consecuencia, las políticas sociales en todas partes son insostenibles y una por una todas las sociedades sin controles estrictos sobre el egoísmo colapsarán en anarquía o dictadura. Sin cambios dramáticos e inmediatos, no hay esperanza de prevenir el colapso de Estados Unidos o cualquier país que siga un sistema democrático. De ahí mi ensayo final "El Suicidio por la Democracia". -/- . (shrink)
A predisposição genética para ajudar nossos parentes próximos ("altruísmo"), que era vital para sobreviver em nossos ancestrais nas planícies da África dezenas de milhares a dezenas de milhões de anos atrás, é um defeito fatal em um mundo superlotado onde nossos vizinhos não estão mais intimamente relacionados e estão envolvidos em uma luta de vida e morte pela sobrevivência. Eu me referi a isso como "A Única Grande Ilusão De Família Feliz" e é central para as ilusões utópicas suicidas da (...) esquerda política, que surgem devido à abundância temporária de recursos e paz relativa possibilitada pelo impiedoso estupro da terra. Visões políticas liberais que faziam sentido no passado estão trazendo o colapso das sociedades democráticas modernas e talvez da própria civilização. Embora isso seja óbvio para qualquer criança brilhante de 10 anos com acesso à rede ou mesmo tv via satélite, é totalmente opaco ao liberal/democrático/neomarxista/neofascista/terceiro supremacista mundial/20,30,40 algo googloides e iPhoners, que em breve assumirão e destruirão a prosperidade e a paz na América e no Reino Unido, e depois no mundo, ambos diretamente, e deixando-o aberto à destruição pelos Cartéis mexicanos, jihadistas islâmicos e muito acima e além de tudo, os Sete Sociopatas que governam a China. A América e o mundo estão em processo de colapso devido ao crescimento excessivo da população, a maioria no século passado, e agora tudo isso, devido ao povo do 3º mundo. O consumo de recursos e a adição de mais 2 bilhões de ca. 2100 desonram a civilização industrial e provocarão fome, doenças, violência e guerra em escala impressionante. A Terra perde pelo menos 1% de seu solo a cada ano, então, à medida que se aproxima de 2100, a maior parte de sua capacidade de cultivo de alimentos desaparecerá. Bilhões morrerão e a guerra nuclear é quase certa. Na América, isso está sendo extremamente acelerado pela imigração maciça e reprodução de imigrantes, combinado com abusos possibilitados pela democracia. A natureza humana depravada inexoravelmente transforma o sonho da democracia e da diversidade em um pesadelo de crime e pobreza. Euentendo a biologia básica e a psicologia leva aos delírios da engenharia social dos parcialmente educados que controlam as sociedades democráticas. Poucos entendem que se você ajuda uma pessoa que você machuca outra pessoa — não há almoço grátis e cada item que alguém consome destrói a terra além do reparo. Consequentemente, as políticas sociais em todos os lugares são insustentáveis e uma por uma todas as sociedades sem controles rigorosos sobre o egoísmo entrarão em colapso em anarquia ou ditadura. Os fatos mais básicos, quase nunca mencionados, são que não há recursos suficientes na América ou no mundo para tirar uma porcentagem significativa dos pobres da pobreza e mantê-los lá. A tentativa de fazer isso está faliu a América e destruindo o mundo. A capacidade da Terra de produzir alimentos diminui diariamente, assim como nossa qualidade genética. E agora, como sempre, de longe, o maior inimigo dos pobres é outros pobres e não os ricos. Sem mudanças dramáticas e imediatas, não há esperança para evitar o colapso da América, ou qualquer país que siga um sistema democrático. (shrink)
La predisposición genética a ayudar a nuestros parientes cercanos ("altruismo"), que era vital para la supervivencia en nuestros antepasados en las llanuras de Africa de cenas de miles a decenas de millones de años atrás, es un defecto fatal en un mundo superpoblado donde nuestros vecinos ya no están estrechamente relacionados y están involucrados en una lucha de vida o muerte por la supervivencia. Me he referido a esto como "El gran delirio de la familia feliz" y es fundamental para (...) los delirios utópicos suicidas de la izquierda política, que surgen debido a la abundancia temporal de recursos y la relativa paz que es posible gracias a la despiadada violación de la tierra. Los puntos de vista políticos liberales que tenían sentido en el pasado están provocando el colapso de las sociedades democráticas modernas y tal vez de la civilización misma. Aunque esto es obvio para cualquier niño brillante de diez años con acceso a la red o incluso televisión por satélite, es totalmente opaco para el liberal/democrático/neomarxista/neofascista/ supremacistas del tercer mundo/20,30,40 algo googloides y iPhoners, que pronto asumirá y destruirá la prosperidad y la paz en Estados Unidos y el Reino Unido, y luego el mundo, tanto directamente, como dejándolo abierto a la destrucción por parte de los Cárteles mexicanos, yihadistas islámicos y mucho más allá, los Siete Sóciopatas que gobiernan China. -/- Estados Unidos y el mundo están en proceso de colapso por el crecimiento excesivo de la población, la mayor parte del siglo pasado, y ahora todo, debido a la gente del tercer mundo. El consumo de recursos y la adición de 2.000 millones más alrededor de 2100 colapsarán la civilización industrial y provocarán hambre, enfermedades, violencia y guerra a una escala asombrosa. La tierra pierde al menos el 1% de su suelo superior cada año, por lo que a medida que se acerca a 2100, la mayor parte de su capacidad de cultivo de alimentos desaparecerá. Miles de millones morirán y la guerra nuclear es muy segura. En Estados Unidos, esto está siendo enormemente acelerado por la inmigración masiva y la reproducción de inmigrantes, combinado con los abusos que hacen posible la democracia. La depravada naturaleza humana convierte inexorablemente el sueño de la democracia y la diversidad en una pesadilla del crimen y la pobreza. La ignorancia de la biología básica y la psicología conduce a los delirios de ingeniería social de los parcialmente educados que controlan las sociedades democráticas. Pocos entienden que si ayudas a una persona, dañas a otra persona, no hay almuerzo gratis y cada artículo que alguien consume destruye la tierra más allá de la reparación. En consecuencia, las políticas sociales en todas partes son insostenibles y una a una todas las sociedades sin estrictos controles sobre el egoísmo se derrumbarán en anarquía o dictadura. Los hechos más básicos, casi nunca mencionados, son que no hay suficientes recursos en Estados Unidos o en el mundo para sacar a un porcentaje significativo de los pobres de la pobreza y mantenerlos allí. El intento de hacer esto es la bancarrota de Estados Unidos y la destrucción del mundo. La capacidad de la tierra para producir alimentos disminuye diariamente, al igual que nuestra calidad genética. Y ahora, como siempre, el mayor enemigo de los pobres es otro pobre y no los ricos. Sin cambios dramáticos e inmediatos, no hay esperanza de evitar el colapso de Estados Unidos, o cualquier país que siga un sistema democrático . (shrink)
Estados Unidos y el mundo están en proceso de colapso por el crecimiento excesivo de la población, la mayor parte del siglo pasado, y ahora todo, debido a la gente del tercer mundo. El consumo de recursos y la adición de 4.000 millones más alrededor de 2100 colapsarán la civilización industrial y provocarán hambre, enfermedades, violencia y guerra a una escala asombrosa. La tierra pierde al menos el 1% de su suelo superior cada año, por lo que a medida (...) que se acerca a 2100, la mayor parte de su capacidad de cultivo de alimentos desaparecerá. Miles de millones morirán y la guerra nuclear es muy segura. En Estados Unidos, esto está siendo enormemente acelerado por la inmigración masiva y la reproducción de inmigrantes, combinado con los abusos que hacen posible la democracia. La depravada naturaleza humana convierte inexorablemente el sueño de la democracia y la diversidad en una pesadilla del crimen y la pobreza. China seguirá abrumando a Estados Unidos y al mundo, mientras mantenga la dictadura que limita el egoísmo. La causa fundamental del colapso es la incapacidad de nuestra psicología innata para adaptarse al mundo moderno, lo que lleva a las personas a tratar a personas no relacionadas como si tuvieran intereses comunes. La idea de los derechos humanos es una fantasía maligna promovida por los izquecenas para alejar la atención de la destrucción despiadada de la tierra por la maternidad del tercer mundo sin restricciones. Esto, además de la ignorancia de la biología básica y la psicología, conduce a los delirios de ingeniería social de los parcialmente educados que controlan las sociedades democráticas. Pocos entienden que si ayudas a una persona, dañas a otra persona, no hay almuerzo gratis y cada artículo que alguien consume destruye la tierra más allá de la reparación. En consecuencia, las políticas sociales en todas partes son insostenibles y una a una todas las sociedades sin estrictos controles sobre el egoísmo se derrumbarán en anarquía o dictadura. Los hechos más básicos, casi nunca mencionados, son que no hay suficientes recursos en Estados Unidos o en el mundo para sacar a un porcentaje significativo de los pobres de la pobreza y mantenerlos allí. El intento de hacer esto es la bancarrota de Estados Unidos y la destrucción del mundo. La capacidad de la tierra para producir alimentos disminuye diariamente, al igual que nuestra calidad genética. Y ahora, como siempre, el mayor enemigo de los pobres es otro pobre y no los ricos. Sin cambios dramáticos e inmediatos, no hay esperanza de impedir el colapso de Estados Unidos, ni de ningún país que siga un sistema democrático. (shrink)
El primer grupo de artículos intenta dar una idea de cómo nos comportamos que está razonablemente libre de delirios teóricos. En los siguientes tres grupos, comento tres de las principales ilusiones que impiden un mundo sostenible: la tecnología, la religión y la política (grupos cooperativos). La gente cree que la sociedad puede ser salvada por ellos, por lo que ofrezco algunas sugerencias en el resto del libro en cuanto a por qué esto es poco probable a través de artículos cortos (...) y reseñas de libros recientes de escritores conocidos. -/- América y el mundo están en proceso de colapso debido al crecimiento excesivo de la población, la mayor parte durante el último siglo y ahora todo debido a las personas del tercer mundo. El consumo de recursos y la adición de 4 mil millones más de ca. 2100 colapsará la civilización industrial y provocará el hambre, la enfermedad, la violencia y la guerra en una escala asombrosa. Miles de millones morirán y la guerra nuclear es casi segura. En Estados Unidos esto se está acelerando enormemente por la inmigración masiva y la reproducción de los inmigrantes, combinada con los abusos que la democracia ha hecho posibles. La naturaleza humana depravada convierte inexorablemente el sueño de democracia y diversidad en una pesadilla del crimen y la pobreza. La causa fundamental del colapso es la incapacidad de nuestra psicología innata para adaptarse al mundo moderno, lo que lleva a las personas a tratar a las personas no relacionadas como si tuvieran intereses comunes. Esto, más la ignorancia de la biología básica y la psicología, lleva a los delirios de ingeniería social de los educados parcialmente que controlan las sociedades democráticas. Pocos entienden que si ayudas a una persona, le haces daño a otra persona, no hay almuerzo gratis y cada artículo que alguien consume destruye la tierra sin posibilidad de reparación. En consecuencia, las políticas sociales en todas partes son insostenibles y una por una todas las sociedades sin controles estrictos sobre el egoísmo colapsarán en anarquía o dictadura. Sin cambios dramáticos e inmediatos, no hay esperanza de prevenir el colapso de Estados Unidos o cualquier país que siga un sistema democrático. De ahí mi ensayo final "El suicidio por la democracia". (shrink)
Uma vez que os problemas filosóficos são o resultado de nossa psicologia inata, ou como Wittgenstein disse, devido à falta de perspicuidade da linguagem, eles correm ao longo do discurso e comportamento humano, por isso há necessidade infinita de análise filosófica, não apenas no 'humano ciências' de filosofia, sociologia, antropologia, ciência política, psicologia, história, literatura, religião, etc., mas nas "ciências duras" da física, matemática e biologia. É universal misturar as questões do jogo de linguagem com as reais científicas sobre quais (...) são os fatos empíricos. O cientismo está sempre presente e Wittgenstein, indiscutivelmente o maior psicólogo intuitivo de todos os tempos, o colocou diante de nós há muito tempo, começando com os Blue and Brown Books no início dos anos 1930. A linguagem é programada em nossos genes e está envolvida em quase todo o nosso comportamento social. Filosofia no sentido rigoroso (ou seja, filosofia acadêmica), é como Wittgenstein nos mostrou, o estudo da forma como a linguagem é usada (jogos linguísticos) e eu a considero como a psicologia descritiva do pensamento de maior ordem (ou seja, praticamente tudo envolvendo linguagem que muitas vezes é chamado de Sistema 2 ou pensamento lento). No entanto, como espero ter mostrado em meus escritos ao longo da última década, comportamento não linguístico ou Sistema 1 ou pensamento rápido também é descrito com linguagem e isso leva a uma confusão sem fim que eu tentei esclarecer aqui e que é resumida nas tabelas que eu apresento. É minha afirmação que a tabela da intencionalidade (racionalidade, mente, pensamento, linguagem, personalidade etc.) que apresenta proeminentemente aqui descreve mais ou menos precisamente, ou pelo menos serve como um heuristica para, como pensamos e nos comportamos, e por isso engloba não meramente filosofia e psicologia, mas tudo o resto (história, literatura, matemática, política etc.). Note especialmente que a intencionalidade e a racionalidade como eu (juntamente com Searle, Wittgenstein e outros) a vêem, inclui tanto ações ou reflexos automatizados inconscientes do Sistema 1. Eu forneço uma pesquisa crítica de algumas das principais descobertas de dois dos mais eminentes alunos de comportamento dos tempos modernos, Ludwig Wittgenstein e John Searle, sobre a estrutura lógica da intencionalidade (mente, linguagem, comportamento), tomando como meu ponto de partida A descoberta fundamental de Wittgenstein – de que todos os problemas verdadeiramente "filosóficos" são os mesmos — confusões sobre como usar a linguagem em um contexto específico, e assim todas as soluções são as mesmas — olhando como a linguagem pode ser usada no contexto em questão para que sua verdade condições (Condições de Satisfação ou COS) são claras. O problema básico é que se pode dizer qualquer coisa, mas não se pode significar (COS claro pelo Estado) qualquer expressão arbitrária e significado só é possível em um contexto muito específico. Analiso vários escritos por e sobre eles da perspectiva moderna dos dois sistemas de pensamento (popularizados como "pensando rápido, pensando devagar"), empregando uma nova tabela de intencionalidade e nova nomenclatura de sistemas duplos. Eu mostro que este é um heurístico poderoso para descrever o comportamento com críticas dos escritos de uma grande variedade de cientistas comportamentais (ou seja, todos). O primeiro grupo de artigos tenta dar alguma visão de como nos comportamos que é razoavelmente livre de ilusões teóricas, como mostrado por revisões de livros de autores líderes em filosofia e psicologia, que, como notei, podem ser vistos como a mesma disciplina em muitas situações. Na próxima seção eu comento sobre confusões muito básicas onde se poderia menos esperar - em ciências e matemática. Em seguida, recorro a confusões onde a maioria das pessoas as espera — na religião (ou seja, em grupos cooperativos formados para facilitar a reprodução). Finalmente, eu forneço alguns pontos de vista sobre áreas onde todas as questões se unem — economia e política. A chave para tudo sobre nós é a biologia, e é alheio a ela que leva milhões de pessoas inteligentes como Obama, Chomsky, Clinton e o Papa para defender ideais utópicos suicidas que inexoravelmente levam direto para o Inferno na Terra. Como Wittgenstein observou, é o que está sempre diante de nossos olhos que é o mais difícil de ver. Vivemos no mundo do Consciente Sistema Linguístico Deliberativo 2, mas é inconsciente, sistema reflexivo automático 1 que governa. Esta é a fonte do cegueira universal descrita por The Phenomenological Illusion (TPI), de Searle, Pinker's Blank Slate e Tooby and Cosmides's Standard Social Science Model. A América e o mundo estão em processo de colapso devido ao crescimento excessivo da população. A causa principal do colapso é a incapacidade de nossa psicologia inata de se adaptar ao mundo moderno. Isso, além da ignorância da biologia básica e da psicologia, leva aos delírios da engenharia social dos parcialmente educados que controlam as sociedades democráticas. Daí meu ensaio "Suicídio pela Democracia". Também está claro que os sete sociopatas que governam a China estão ganhando a 3ª Guerra Mundial, e assim o meu ensaio final sobre eles. A única ameaça maior é a Inteligência Artificial que eu comento brevemente no último parágrafo. (shrink)
Estados Unidos y el mundo están en el proceso de colapso de un crecimiento excesivo de la población, la mayoría de ella para el siglo pasado, y ahora todo ello, debido a la 3ª gente del mundo. El consumo de recursos y la adición de 4 mil millones más CA. 2100 colapsarán la civilización industrial y traerán hambre, enfermedad, violencia y guerra a una escala asombrosa. La tierra pierde al menos el 1% de su suelo vegetal cada año, por (...) lo que se acerca a 2100, la mayor parte de su capacidad de cultivo de alimentos se habrá ido. Miles de millones morirán y la guerra nuclear es segura. En Estados Unidos, esto está siendo enormemente acelerado por la inmigración masiva y la reproducción de inmigrantes, combinada con los abusos hechos posible por la democracia. La naturaleza humana depravada convierte inexorablemente el sueño de la democracia y la diversidad en una pesadilla de delincuencia y pobreza. China seguirá abrumar a América y al mundo, siempre y cuando mantenga la dictadura que limita el egoísmo. La causa raíz del colapso es la incapacidad de nuestra psicología innata para adaptarse al mundo moderno, lo que lleva a las personas a tratar a las personas no relacionadas como si tuvieran intereses comunes. La idea de los derechos humanos es una fantasía malvada promovida por los izquierdistas para atraer la atención de la destrucción despiadada de la tierra por una maternidad sin restricciones del tercer mundo. Esto, además de la ignorancia de la biología básica y la psicología, conduce a los delirios de ingeniería social de los parcialmente educados que controlan las sociedades democráticas. Pocos entienden que si usted ayuda a una persona a lastimar a alguien más, no hay almuerzo gratis y cada artículo que alguien consume destruye la tierra más allá de la reparación. En consecuencia, las políticas sociales en todas partes son insostenibles y, una por una, todas las sociedades sin estrictos controles sobre el egoísmo se derrumbarán en la anarquía o la dictadura. Los hechos más básicos, casi nunca mencionados, son que no hay suficientes recursos en Estados Unidos o en el mundo para levantar un porcentaje significativo de los pobres de la pobreza y mantenerlos allí. El intento de hacer esto es la quiebra de Estados Unidos y la destrucción del mundo. La capacidad de la tierra para producir alimentos disminuye diariamente, al igual que nuestra calidad genética. Y ahora, como siempre, de lejos el mayor enemigo de los pobres es el de otros pobres y no los ricos. Sin cambios dramáticos e inmediatos, no hay esperanzas de evitar el colapso de América, o cualquier país que siga un sistema democrático. (shrink)
L'America e il mondo sono in procinto di collassare a causa dell'eccessiva crescita demografica, la maggior parte per il secolo scorso, e ora tutto questo, a causa della gente del terzo mondo. Il consumo di risorse e l'aggiunta di altri 4 miliardi di ca. 2100 crolleranno la civiltà industriale e porterà alla fame, alle malattie, alla violenza e alla guerra su scala impressionante. La terra perde almeno l'1% del suo suolo superiore ogni anno, così come si avvicina a 2100, (...) la maggior parte della sua capacità di coltivazione alimentare sarà andato. Miliardi moriranno e la guerra nucleare è tutt'altro che certa. In America, questo è stato enormemente accelerato dalla massiccia immigrazione e dalla riproduzione degli immigrati, unite agli abusi resi possibili dalla democrazia. La natura umana depravata trasforma inesorabilmente il sogno della democrazia e della diversità in un incubo di criminalità e povertà. La Cina continuerà a travolgere l'America e il mondo, finché manterrà la dittatura che limita l'egoismo. La causa principale del collasso è l'incapacità della nostra psicologia innata di adattarsi al mondo moderno, che porta le persone a trattare le persone non correlate come se avessero interessi comuni. L'idea dei diritti umani è una fantasia malvagia promossa dalla sinistra per distogliere l'attenzione dalla spietata distruzione della terra da parte della sfrenata maternità del terzo mondo. Questo, oltre all'ignoranza della biologia e della psicologia di base, porta alle illusioni di ingegneria sociale dei parzialmente istruiti che controllano le società democratiche. Pochi capiscono che se aiuti una persona che fai del male a qualcun altro, non c'è pranzo gratuito e ogni singolo oggetto che qualcuno consuma distrugge la terra in modo irreparabile. Di conseguenza, le politiche sociali ovunque sono insostenibili e una dopo l'altra tutte le società senza rigorosi controlli sull'egoismo crolleranno nell'anarchia o nella dittatura. I fatti più basilari, quasi mai menzionati, sono che non ci sono abbastanza risorse in America o nel mondo per sollevare una percentuale significativa dei poveri dalla povertà e tenerli lì. Il tentativo di farlo sta mandando in bancarotta l'America e distruggendo il mondo. La capacità della terra di produrre cibo diminuisce ogni giorno, così come la nostra qualità genetica. E ora, come sempre, di gran lunga il più grande nemico dei poveri sono gli altri poveri e non i ricchi. Senza cambiamenti drammatici e immediati, non c'è speranza di prevenire il crollo dell'America, o di qualsiasi paese che segua un sistema democratico. (shrink)
Estados Unidos y el mundo están en el proceso de colapso de un crecimiento excesivo de la población, la mayoría de ella para el siglo pasado, y ahora todo ello, debido a la 3ª gente del mundo. El consumo de recursos y la adición de 4 mil millones más CA. 2100 colapsarán la civilización industrial y traerán hambre, enfermedad, violencia y guerra a una escala asombrosa. La tierra pierde al menos el 1% de su suelo vegetal cada año, por (...) lo que se acerca a 2100, la mayor parte de su capacidad de cultivo de alimentos se habrá ido. Miles de millones morirán y la guerra nuclear es segura. En Estados Unidos, esto está siendo enormemente acelerado por la inmigración masiva y la reproducción de inmigrantes, combinada con los abusos hechos posible por la democracia. La naturaleza humana depravada convierte inexorablemente el sueño de la democracia y la diversidad en una pesadilla de delincuencia y pobreza. China seguirá abrumar a América y al mundo, siempre y cuando mantenga la dictadura que limita el egoísmo. La causa raíz del colapso es la incapacidad de nuestra psicología innata para adaptarse al mundo moderno, lo que lleva a las personas a tratar a las personas no relacionadas como si tuvieran intereses comunes. La idea de los derechos humanos es una fantasía malvada promovida por los izquierdistas para atraer la atención de la destrucción despiadada de la tierra por una maternidad sin restricciones del tercer mundo. Esto, además de la ignorancia de la biología básica y la psicología, conduce a los delirios de ingeniería social de los parcialmente educados que controlan las sociedades democráticas. Pocos entienden que si usted ayuda a una persona a lastimar a alguien más, no hay almuerzo gratis y cada artículo que alguien consume destruye la tierra más allá de la reparación. En consecuencia, las políticas sociales en todas partes son insostenibles y, una por una, todas las sociedades sin estrictos controles sobre el egoísmo se derrumbarán en la anarquía o la dictadura. Los hechos más básicos, casi nunca mencionados, son que no hay suficientes recursos en Estados Unidos o en el mundo para levantar un porcentaje significativo de los pobres de la pobreza y mantenerlos allí. El intento de hacer esto es la quiebra de Estados Unidos y la destrucción del mundo. La capacidad de la tierra para producir alimentos disminuye diariamente, al igual que nuestra calidad genética. Y ahora, como siempre, de lejos el mayor enemigo de los pobres es el de otros pobres y no los ricos. Sin cambios dramáticos e inmediatos, no hay esperanzas de evitar el colapso de América, o cualquier país que siga un sistema democrático. (shrink)
Estados Unidos y el mundo están en el proceso de colapso de un crecimiento excesivo de la población, la mayoría de ella para el siglo pasado, y ahora todo ello, debido a la gente del 3ª mundo. El consumo de recursos y la adición de 4 mil millones más ca. 2100 colapsarán la civilización industrial y traerán hambre, enfermedad, violencia y guerra a una escala asombrosa. La tierra pierde al menos el 1% de su suelo vegetal cada año, por (...) lo que se acerca a 2100, la mayor parte de su capacidad de cultivo de alimentos se habrá ido. Miles de millones morirán y la guerra nuclear es segura. En Estados Unidos, esto está siendo enormemente acelerado por la inmigración masiva y la reproducción de inmigrantes, combinada con los abusos hechos posible por la democracia. La naturaleza humana depravada convierte inexorablemente el sueño de la democracia y la diversidad en una pesadilla de delincuencia y pobreza. China seguirá abrumar a América y al mundo, siempre y cuando mantenga la dictadura que limita el egoísmo. La causa raíz del colapso es la incapacidad de nuestra psicología innata para adaptarse al mundo moderno, lo que lleva a las personas a tratar a las personas no relacionadas como si tuvieran intereses comunes. La idea de los derechos humanos es una fantasía malvada promovida por los izquierdistas para atraer la atención de la destrucción despiadada de la tierra por una maternidad sin restricciones del tercer mundo. Esto, además de la ignorancia de la biología básica y la psicología, conduce a los delirios de ingeniería social de los parcialmente educados que controlan las sociedades democráticas. Pocos entienden que si usted ayuda a una persona a lastimar a alguien más, no hay almuerzo gratis y cada artículo que alguien consume destruye la tierra más allá de la reparación. En consecuencia, las políticas sociales en todas partes son insostenibles y, una por una, todas las sociedades sin estrictos controles sobre el egoísmo se derrumbarán en la anarquía o la dictadura. Los hechos más básicos, casi nunca mencionados, son que no hay suficientes recursos en Estados Unidos o en el mundo para levantar un porcentaje significativo de los pobres de la pobreza y mantenerlos allí. El intento de hacer esto es la quiebra de Estados Unidos y la destrucción del mundo. La capacidad de la tierra para producir alimentos disminuye diariamente, al igual que nuestra calidad genética. Y ahora, como siempre, de lejos el mayor enemigo de los pobres es el de otros pobres y no los ricos. Sin cambios dramáticos e inmediatos, no hay esperanzas de evitar el colapso de América, o cualquier país que siga un sistema democrático. (shrink)
Political theorists have long criticized policies that deny voting rights to convicted felons. However, some have recently turned to democratic theory to defend this practice, arguing that democratic self-determination justifies, or even requires, disenfranchising felons. I review these new arguments, acknowledge their force against existing criticism, and then offer a new critique of disenfranchisement that engages them on their own terms. Using democratic theory’s “all-subjected principle,” I argue that liberal democracies undermine their own legitimacy when they deny the vote to (...) felons and prisoners. I then show how this argument overcomes obstacles that cause problems for other critiques of disenfranchisement. (shrink)
Estados Unidos y el mundo están en el proceso de colapso de un crecimiento excesivo de la población, la mayoría de ella para el siglo pasado, y ahora todo ello, debido a la 3ª gente del mundo. El consumo de recursos y la adición de 4 mil millones más CA. 2100 colapsarán la civilización industrial y traerán hambre, enfermedad, violencia y guerra a una escala asombrosa. La tierra pierde al menos el 1% de su suelo vegetal cada año, por (...) lo que se acerca a 2100, la mayor parte de su capacidad de cultivo de alimentos se habrá ido. Miles de millones morirán y la guerra nuclear es segura. En Estados Unidos, esto está siendo enormemente acelerado por la inmigración masiva y la reproducción de inmigrantes, combinada con los abusos hechos posible por la democracia. La naturaleza humana depravada convierte inexorablemente el sueño de la democracia y la diversidad en una pesadilla de delincuencia y pobreza. China seguirá abrumar a América y al mundo, siempre y cuando mantenga la dictadura que limita el egoísmo. La causa raíz del colapso es la incapacidad de nuestra psicología innata para adaptarse al mundo moderno, lo que lleva a las personas a tratar a las personas no relacionadas como si tuvieran intereses comunes. La idea de los derechos humanos es una fantasía malvada promovida por los izquierdistas para atraer la atención de la destrucción despiadada de la tierra por una maternidad sin restricciones del tercer mundo. Esto, además de la ignorancia de la biología básica y la psicología, conduce a los delirios de ingeniería social de los parcialmente educados que controlan las sociedades democráticas. Pocos entienden que si usted ayuda a una persona a lastimar a alguien más, no hay almuerzo gratis y cada artículo que alguien consume destruye la tierra más allá de la reparación. En consecuencia, las políticas sociales en todas partes son insostenibles y, una por una, todas las sociedades sin estrictos controles sobre el egoísmo se derrumbarán en la anarquía o la dictadura. Los hechos más básicos, casi nunca mencionados, son que no hay suficientes recursos en Estados Unidos o en el mundo para levantar un porcentaje significativo de los pobres de la pobreza y mantenerlos allí. El intento de hacer esto es la quiebra de Estados Unidos y la destrucción del mundo. La capacidad de la tierra para producir alimentos disminuye diariamente, al igual que nuestra calidad genética. Y ahora, como siempre, de lejos el mayor enemigo de los pobres es el de otros pobres y no los ricos. Sin cambios dramáticos e inmediatos, no hay esperanzas de evitar el colapso de América, o cualquier país que siga un sistema democrático. (shrink)
La categoría de análisis intratextual, que es desarrollada por José Enrique Martínez Fernández, basada en el hallazgo de elementos afines en la producción artística de un solo autor, suscita percatarse de tópicos consuetudinarios entre La guerra del fin del mundo (1981), La señorita de Tacna (1981), Kathie y el hipopótamo (1983), Historia de Mayta (1984), ¿Quién mató a Palomino Molero? (1986), La Chunga (1986), El hablador (1987), Elogio de la madrastra (1988) y Lituma en los Andes (1993) con la (...) primera novela escrita por Mario Vargas Llosa, La ciudad y los perros (1963), la cual se tomará como referente y objeto principal de estudio. Para que la investigación resulte pertinente, se reconocieron talantes supeditados al desempeño frecuente de la violencia en la trama de esta narración, como las transformaciones de los personajes, intentos fallidos de actuar en la realidad, sus cosmovisiones, los impedimentos por interactuar con eficacia, las jerarquías impuestas o las formas de representación. (shrink)
En el presente artículo me aproximo a la relación que guarda el marxismo y la democracia con la idea de justicia que sostuvo el filósofo hispano-mexicano Adolfo Sánchez Vázquez. Para ello me serviré de algunas de sus principales obras pero sobre todo de sus escritos menores, porque en ellos se vislumbra de mejor manera la concepción de justicia del filósofo y se evidencia la estrecha relación de ésta con presupuestos marxistas y socialistas. Para llevar a cabo esta labor será también (...) importante considerar su vida así como situarlo en su contexto, es decir, tener en cuenta desde su experiencia en la guerra civil española hasta su exilio y vida en el México de la segunda mitad del siglo XX. // In this article I approach the issue of the relationship between marxism, democracy, and the idea of justice held by the Hispanic-Mexican philosopher Adolfo Sánchez Vázquez. For doing this, I will take into account some of his main works, but even more I will consider his minor works because they glimpse in a better way his conception of justice, and show the close relationship between such conception and the Marxist and socialist tenets. To do this it will be also important to consider both Sánchez Vázquez’s life and his context, that is, take into consideration since his experience in the Spanish Civil war to his exile in Mexico in the second half of the 20th century. (shrink)
Si no me falla la memoria, fue el dibujante Álvaro Barrios quien afirmó que el trabajo del artista contemporáneo colombiano se desarrolla según una agenda de trabajo. Si miramos algunos fenómenos del arte último en Colombia, podemos señalar que su agenda está determinada por el intento de comprensión de los procesos de la violencia en el país, a partir de una amplia gama de aproximaciones al concepto de memoria que ha tenido resonancia en las disciplinas humanísticas, las investigaciones académicas, el (...) uso político del concepto por parte de la legislación estatal, y una gran diversidad de eventos artísticos. Desde el ámbito del arte, exposiciones como Destierro y reparación (2008), Tapices de Mampuján (2010), La guerra que no hemos visto (2009) o La piel de la memoria (2011), han discutido sobre la violencia en Colombia desde la aproximación a los procesos de comprensión de la memoria y nuestro pasado reciente. Así, la imbricación de violencia y memoria se manifiesta en la visión del pasado y en los efectos que este puede desplegar sobre el presente, en tanto se ha considerado, incluso, a la memoria como una instancia de reconciliación social. (shrink)
Resumen: Tomado en serio, el empirismo parece abocar a la negación de los derechos humanos; al menos entendidos como expresión de la naturaleza humana. Bajo esta óptica, K. Olivecrona rechaza explícitamente todo Derecho natural, por considerarlo una noción metafísica. En cambio, cuando describe el Derecho positivo, se encuentra con que éste parece asegurar un determinado orden de valores. Olivecrona, además de describir este dato, en diversos escritos asume dichos valores e incluso los defiende. Esta última postura no es muy coherente (...) con una metodología que niega el conocimiento moral. Seguramente por ello, con el paso del tiempo, Olivecrona va abandonando la defensa de dichos valores e, incluso, marginando su interés por constatarlos empíricamente. El Derecho queda reducido a mera fuerza organizada y monopolizada por el Estado. Pero esta renuncia escamotea otro hecho empírico: la opción general y radical a partir de la segunda Guerra mundial de los modernos sistemas constitucionales por separar ley y derechos, constituyendo a los más básicos como fundamento del orden político y jurídico. A la vista de este fenómeno, pensamos que no sólo es posible explicarlo, sino que incluso se puede justificar, en la medida en que la institucionalización de estos derechos fundamentales no es sólo moralmente debida, sino, de un modo más específico, jurídicamente debida. -/- Abstract: Seriously taken, empiricism seems to lead to the denial of human rights; at least if they are understood as the expression of human nature. In this optic, K. Olivecrona explicitly rejects any natural law, for being a metaphysical notion. However, when he describes positive law, he finds that it apparently assures a specific set of values. Olivecrona, besides describing this datum, accepts and defends these values in various writings. This last choice is not very coherent with a methodology which denies moral understanding. Probably this is the reason why he gradually abandons the defence of those values and progressively drops his interest in validate them empirically. Law is reduced to a mere organized force monopolized by the State. But this renunciation overlooks another empirical fact: after the Second World War modern constitutional systems have generally and radically opted to separate Law and rights and moreover some of these have been set up as the basis of the political and legal order. In view of this phenomenon, we strongly believe that it is possible to explain it, but even to justify it, considering that the institutionalization of these fundamental rights is based on a specific demand of justice. (shrink)
RESUMEN -/- En este ensayo propongo una interpretación de la relación entre la ciencia y el Ideal Ascético en La Genealogía de la Moral, que busca explicar la enigmática alianza entre ambos que Nietzsche establece al final del tercer tratado de la mencionada obra. Según Nietzsche, contrario a lo que se cree, la ciencia moderna no es realmente un antagonista del Ideal Ascético sino más bien su forma más reciente y más noble. Argüiré que, para Nietzsche, el Ideal Ascético ha (...) sido hasta el momento la única respuesta que el ser humano ha dado a su forma especial de existencia, que consiste en encontrarse en la situación de ser el único animal capacitado para la independencia y la soberanía. El Ideal Ascético expresa una huida de la responsabilidad y la carga (el sufrimiento) que esa capacidad para la soberanía comporta. Así pues, la ciencia, como expresión última de dicho ideal, representa al igual que éste una evasión de la independencia y una declaración de guerra contra la libertad de la voluntad, es decir, contra la autonomía. (shrink)
America and the world are in the process of collapse from excessive population growth, most of it for the last century, and now all of it, due to 3rd world people. Consumption of resources and the addition of 4 billion more ca. 2100 will collapse industrial civilization and bring about starvation, disease, violence and war on a staggering scale. The earth loses at least 1% of its topsoil every year, so as it nears 2100, most of its food growing capacity (...) will be gone. Billions will die and nuclear war is all but certain. In America, this is being hugely accelerated by massive immigration and immigrant reproduction, combined with abuses made possible by democracy. Depraved human nature inexorably turns the dream of democracy and diversity into a nightmare of crime and poverty. China will continue to overwhelm America and the world, as long as it maintains the dictatorship which limits selfishness. The root cause of collapse is the inability of our innate psychology to adapt to the modern world, which leads people to treat unrelated persons as though they had common interests. The idea of human rights is an evil fantasy promoted by leftists to draw attention away from the merciless destruction of the earth by unrestrained 3rd world motherhood. This, plus ignorance of basic biology and psychology, leads to the social engineering delusions of the partially educated who control democratic societies. Few understand that if you help one person you harm someone else—there is no free lunch and every single item anyone consumes destroys the earth beyond repair. Consequently, social policies everywhere are unsustainable and one by one all societies without stringent controls on selfishness will collapse into anarchy or dictatorship. The most basic facts, almost never mentioned, are that there are not enough resources in America or the world to lift a significant percentage of the poor out of poverty and keep them there. The attempt to do this is bankrupting America and destroying the world. The earth’s capacity to produce food decreases daily, as does our genetic quality. And now, as always, by far the greatest enemy of the poor is other poor and not the rich. Without dramatic and immediate changes, there is no hope for preventing the collapse of America, or any country that follows a democratic system. (shrink)
Para Foucault las relaciones de dominación son el camino de acceso al análisis del poder. Cabe la pregunta si la relación de poder es lucha, enfrentamiento, guerra, siendo ésta última el motor de las instituciones y el orden en la visión foucaultiana de la realidad. Para responderla aparecen nociones como la del mal radical de Hanna Arendt o la de libertad de Leonardo Polo. Aún cuando se trata de posiciones filosóficas distintas todas ellas vislumbran que lo auténticamente radical en (...) el ser humano es la libertad. (shrink)
Berlín.Facundo Bey - 2019 - Discusiones Filosóficas 20 (34):187-190.details
El presente texto de Maurice Blanchot (1907-2003) apareció por primera vez en una traducción al italiano de Guido Neri bajo el título “II nome Berlino” [El nombre Berlín], publicado en 1964 en la revista literaria dirigida por Elio Vittorini e Italo Calvino Il menabó 7, año 6, pp. 121-25. El texto original en francés se extravió y, con la autorización del propio Blanchot, Hélène Jelen y Jean-Luc Nancy tradujeron la versión italiana al francés para publicarla en 1983 como “Le Nom (...) de Berlin” en una edición bilingüe. Desde entonces, la versión francesa ha sido reimpresa múltiples veces: en Cafe 3 (1983), 43-6; Berlin, collection Libération, 4 (1989); y Po&sie 52 (1990), 6-8. El texto fue finalmente republicado con su nombre original en francés, es decir, “Berlin” para la publicación de la traducción cuatrilingüe francés, inglés, ruso y alemán) aparecida en 1994 en MLN, Vol. 109, No. 3, German Issue (Apr.), The Johns Hopkins University Press, pp. 345-355. Se ha decidido traducir este texto también en lengua hispana por su innegable actualidad y peculiar claridad. En él no se trata exclusivamente sobre la realidad política, económica y lingüística de Berlín (o de Alemania) durante la Guerra Fría. Las reflexiones de Blanchot permanecen tan vigentes como el fenómeno que aquí decide enfrentar en sus múltiples aspectos: los fundamentos mismos de la política y el Estado en la modernidad. Para esta primera traducción al castellano del texto se ha tomado como referencia la versión de Jelen y Nancy antes mencionada. (shrink)
El presente texto de Maurice Blanchot (1907-2003) apareció por primera vez en una traducción al italiano de Guido Neri bajo el título “II nome Berlino” [El nombre Berlín], publicado en 1964 en la revista literaria dirigida por Elio Vittorini e Italo Calvino Il menabó 7, año 6, pp. 121-25. El texto original en francés se extravió y, con la autorización del propio Blanchot, Hélène Jelen y Jean-Luc Nancy tradujeron la versión italiana al francés para publicarla en 1983 como “Le Nom (...) de Berlin” en una edición bilingüe. Desde entonces, la versión francesa ha sido reimpresa múltiples veces: en Cafe 3 (1983), 43-6; Berlin, collection Libération, 4 (1989); y Po&sie 52 (1990), 6-8. El texto fue finalmente republicado con su nombre original en francés, es decir, “Berlin” para la publicación de la traducción cuatrilingüe francés, inglés, ruso y alemán) aparecida en 1994 en MLN, Vol. 109, No. 3, German Issue (Apr.), The Johns Hopkins University Press, pp. 345-355. Se ha decidido traducir este texto también en lengua hispana por su innegable actualidad y peculiar claridad. En él no se trata exclusivamente sobre la realidad política, económica y lingüística de Berlín (o de Alemania) durante la Guerra Fría. Las reflexiones de Blanchot permanecen tan vigentes como el fenómeno que aquí decide enfrentar en sus múltiples aspectos: los fundamentos mismos de la política y el Estado en la modernidad. Para esta primera traducción al castellano del texto se ha tomado como referencia la versión de Jelen y Nancy antes mencionada. (shrink)
Sumário: 1. O conceito de revolução, Amélia de Jesus Oliveira; 2. Mudanças de concepção de mundo, Artur Bezzi Günther; 3. Habilidade e causalidade: uma proposta confiabilista para casos típicos de conhecimento, Breno Ricardo Guimarães Santos; 4. El realismo interno de Putnam y sus implicaciones en la filosofía de la ciencia y para el realismo científico, Marcos Antonio da Silva; 5.O papel da observação na atividade científica segundo Peirce, Max Rogério Vicentini; 6.Fact and Value entanglement: a collapse of objective reality?, Oswaldo (...) Melo Souza Filho; 7.Realismo interno e o paradoxo de Putnam, Renato Mendes Rocha; 8.Uma informação, dois formatos, dois destinos, Cícero Antônio Cavalcante Barroso; 9.O Mentiroso e as intuições acerca da noção de verdade na perspectiva de Saul Kripke, Ederson Safra Melo; 10.A conceptual difficulty with some definitions of behavior, Filipe Lazzeri; 11.A faceta epistêmica do problema da referência, Saulo Moraes de Assis; 12.Princípios metafísicos do método newtoniano, Bruno Camilo de Oliveira; 13.A resposta aristotélica para a aporia do regresso ao infinito nas demonstrações, Daniel Lourenço; 14.O uso da doutrina da ponderação aplicado ao principialismo, Cinthia Berwanger Pereira; 15.A fenomenologia da vida interior em Hannah Arendt, Elizabete Olinda Guerra; 16.Por que achar que o direito é formado por ordens é um fracasso?, ria Alice da Silva; 17 Por que ainda há poucas mulheres na filosofia? Uma versão modificada do modelo das “vozes diferentes”, Tânia A. Kuhnen; 18.Algumas considerações sobre Substância, Forma e Matéria na Metafísica de Aristóteles, Gabriel Geller Xavier. (shrink)
Em 1795, a maneira sarcástica com a qual Kant inaugura um de seus textos mais influentes referindo-se ao letreiro de uma pousada holandesa sobre o qual está pintado um cemitério cujo lema é a “paz perpétua”, diz muito sobre a situação permanente de guerra em que se encontrava não só os países europeus daquele tempo, mas também, de um modo geral, os povos na história da humanidade. Com o objetivo de colocar um fim definitivo em todas as guerras, Kant (...) propõe os fundamentos de uma teoria integral do direito público tripartida nos âmbitos do 1) direito do Estado, 2) do direito das gentes e 3) do direito cosmopolita. Exige-se, na primeira esfera, a instituição da constituição republicana, o que deve tornar os Estados sistemas políticos representativos. Em relação à segunda esfera, os Estados republicanos devem se reunir em uma liga livre de povos contrária à guerra E, na última, os seres humanos devem ser reconhecidos como cidadãos do mundo, o que lhes garante um direito à hospitalidade. Não é de se surpreender, levando em conta estas inovações, que o opúsculo kantiano “À paz Perpétua” tenha se tornado tão rapidamente popular e que a sua influência tenha se estendido para o contexto jurídico-político do século XX, materializando-se no aparecimento de organizações internacionais como a Liga das Nações (1919) e a Organização das Nações Unidas (1945). (shrink)
HERÔDOTOS iniciou o estudo histórico, pois antes dele só havia logógrafos, ou seja, escritores gregos em prosa, que se limitavam a transcrever dados e a repetir os mitos e as lendas locais. A história, com esse autor, passou a ter um significado de pesquisa e estudo, contrapondo-se ao momento anterior, sem compromisso com a veracidade e a investigação. A vida pessoal do autor, fazendo inúmeras e interessantes viagens, permitiu-lhe escrever com um caráter novo, baseado no conhecimento efetivo. Houve, porém, muito (...) em sua obra História de generalidades, de lendas e do impossível.3 Não obstante, existia cuidado em relação às suas descrições, separando as informações transcritas das que ele vira, bem como do que ele apenas ouvira de testemunhas oculares e dos simples relatos. A forma atual da obra, dividida em nove livros, por sua vez subdivididos em capítulos, veio desde a época helenística, sendo esta divisão bastante aleatória e desorganizada. Depois da morte de Cambises (séc. VI a.C.), segundo rei persa, os sete nobres tomaram o 4 poder dos magos e passaram a discutir que melhor forma de governo deveria haver na Pérsia. Esta discussão, narrada por HERÔDOTOS, em História, foi o início da tipologia de formas de governo. O fato descrito era imaginário, tendo sido o autor o primeiro a formular esse tipo de discussão, antes das grandes sistematizações platônicas e aristotélicas. O pensamento de HERÔDOTOS foi expresso por meio de três interlocutores. O primeiro era Otanes, que defendia a democracia e criticava as outras formas. Depois, vinha Megábizos, que propunha a oligarquia e destratava as outras soluções e, por fim, Dario que defeque defendia a monarquia.5 Em relação à democracia, encontrava-se dito que: 80. Otanes, apoiou a entrega do governo para o povo persa, pois, para ele o governo não deveria caber a um único homem, isto é, um único homem não deverei se encarregar de governar algo que é de todos, uma vez que suas decisões não poderiam agradar a massa, nem mesmo serem boas para todos. Ele ainda explicita a insolência e a extremidade das decisões de Cambises, bem como a do mago no governo persa. Para ele, não haveria um equilíbrio no governo do homem único, uma vez que no poder esse homem pode fazer apenas o que lhe apraz, sem prestar conta de seus atos. Otanes ainda afirma que, quando um homem recebe toda e máxima autoridade, poderá ser o mais virtuoso entre os homens, porém esse poder o levará a abandonar seu modo normal de pensar. Com essa autoridade, o desejo de gozar dos bens gera a insolência, e a natureza fez os homens invejosos desde os primórdios. Essas duas causas citadas, geram a gênese de toda a maldade humana; pois, o orgulho e a inveja os fará cometer desvairados crimes. Um tirano, segundo ele, tendo tudo em suas mãos, deveria desconhecer a inveja, todavia, a sua natureza faz com que suas decisões sejam em desfavor para com os seus concidadãos: esse tirano, tem inveja da condição de vida dos homens de bem, e se compraz com os piores de todos os homens, e ninguém melhor que ele poderá acolher todas as calúnias. Segundo ele, ainda, esse tirano é o mais inconsequente de todos os homens; se alguém, por um acaso, se mostra comedido em seus louvores, ele fica transtornado por não ser adulado de forma servil, em contrapartida, se é adulado servilmente fica transtornado por estar lidando com um adulador. Depois de tudo isso, Otanes ainda explicita os maiores de seus defeitos que é a subversão dos costumes ancestrais, a violência contra as mulheres e a condenação de pessoas a morte sem antes julgá-las, apenas para o seu bel-prazer. Em dissídio a tudo isso, o governo do povo traz consigo a igualdade perante a lei, e ainda, que nenhuma das injustiças cometidas por um governante único é cometida nele. Além disso, todas as funções governamentais são atribuídas através de sorteio, e os detentores responderão pelos seus atos no exercício das mesmas, e que todas as decisões são submetidas ao martelo da assembleia popular. Otanes termina sua fala fortalecendo a ideia de fim do governo de um homem só e o elevamento do povo no poder, pois tudo está na maioria.6 Já por conta da aristocracia, também chamada de oligarquia, constava que: 81. Após Otanes opinar, foi a vez de Megábizos, que propôs a instituição de uma oligarquia. Em sua fala, defendeu a necessidade de extinção do governo de um único homem tal qual apresentou Otanes anteriormente, todavia, discordou do mesmo quando vos exorta a entrega do poder na mão do povo, afastando-se da melhor opinião. Segundo Megábizos, nada o era mais insensato e insolente quanto uma multidão indolente. Para ele, salvar-se da insolência de um tirano era essencial e viável, mas a trocar pela insolência de uma multidão era algo inviável e completamente inadmissível. O tirano faz tudo sabendo o que faz, ao passo que o povo nem isso sabe; e não saberia de nenhuma forma sem antes aprendera com outros, nem sabe ver as coisas por si mesmo, não distinguindo aquilo que é melhor para ele, não se tem perspectiva sobre algo, lançando-se de cabeça baixa aos assuntos do governo e demais outros, avançando cegamente, como um rio na enchente? Para ele, tal forma de poder deveria ser pensado para aqueles que querem o mal dos persas, e deveria ser escolhido um grupo dos melhores e mais virtuosos homens entregando-lhes o poder, e ainda afirma que eles mesmos poderiam fazer parte desse grupo. Termina dizendo que é algo natural esperar dos melhores homens as melhores decisões.7 Por fim, encontrava-se formulada a concepção de monarquia, do seguinte modo: 82. Após as opiniões dos regimes democrático e oligárquico, em terceiro e último lugar foi emitida a voz de Dario que explanou a monarquia como melhor forma de governo para a Pérsia. Segundo ele, as palavras proclamadas anteriormente por Megábizos a respeito do regime popular foram bem ditas, porém deficientes quanto ao alicerce da explicação da oligarquia. Ainda exalta que, teoricamente, os três regimes apresentados eram completos e o melhor possível; o regime popular era excelente, bem como a oligarquia e o governo de um único homem; mas para ele o governo de um único homem era de longe o melhor. Nada parece mais preferível no governo de um único homem, se este é o melhor entre todos; sendo sua circunspecção semelhante a si mesmo, ele governará irrepreensivelmente o povo, e ninguém melhor para guardar os planos para derrotar os inimigos do que esse homem. Ao passo que numa oligarquia o fato de várias pessoas desejarem pôr o seus respectivos talentos em função do bem público gera constantes e profundas divergências entre os mesmos; como cada um desses indivíduos quer fazer valer a sua palavra ante aos demais, o resultado disso é a inimizade exacerbada, e a inimizade gera consigo dissensões e que as dissensões geram consigo derramamento de sangue, e desse derramamento de sangue é gerado o governo de um único homem; logo, isso provoca que o regime de um homem único no poder é o melhor para todos. Por outro lado, entregando o governo e o poder ao povo é impossível evitar a eclosão da incompetência, e para ele, quando há incompetência na esfera pública, os homens maus são levados à divisão pela inimizade, esses homens divididos, posteriormente se unem numa amizade solidária, para num futuro prejudicar a sociedade, pois as pessoas capazes de prejudicar a comunidade entram em conluio para prejudicá-la juntas. Essa situação se alastra até o aparecimento de alguém como sustentáculo do povo para pôr fim de uma vez por todas às incompetência; então, esse herói do povo conquista a admiração de todos, e essa admiração emerge como um governante único; aqui se evidencia também a superioridade e a essência do governo de um único homem, sendo este o melhor. No auge de sua fala, Dario conclui alicerçando a ideia do poder de um único homem explorando, agora a ideia de libertação do povo. Em sua fala ele pergunta de onde nos veio a nossa liberdade e a quem devemos? Do governo popular, da oligarquia ou do governo de um único homem? E sustenta ainda a ideia de que, libertos graças a um único homem, devem preservar o governo de um único; além disso, não deveriam abolir as instituições deixadas pelos antepassados, uma vez que elas funcionam bem; isso não seria melhor.8 O estilo utilizado foi o de que cada personagem defendia uma das formas de governo e atacara as outras duas, de modo que a cada elogio à monarquia, aristocracia ou democracia, existiam duas críticas. O resultado da contenda foi que, depois de ouvidas as três opiniões, 9 cinco dos sete conjurados opinaram pela monarquia, que foi a forma de governo escolhida. Deve-se observar que Dario, além de indicar a forma de governo vencedora, ainda foi escolhido como o novo monarca, mediante a utilização de um ardil que preparou e que lhe possibilitou ser o grande rei persa. Não obstante, depois de várias vitórias, foi derrotado 10 pelos gregos, na batalha de Maratona, em 490 a.C., guerra esta que se constituiu no verdadeiro objeto da História. HERÔDOTOS foi autor marcante, que deu veracidade à história, ainda que também houvesse muito de lenda em sua obra. Além de ter base filosófica sofista, o texto do autor iniciou a discussão fundamental sobre as formas de governo, que acabou dominando a teoria política posterior. Ainda que seu pensamento tivesse as devidas características dos pensamentos platônico e aristotélico, demonstrou o cuidado na pesquisa e no estilo literário fluído e agradável. (shrink)
O Primeiro Império Persa (550-330 a.C.) representava a maior e a mais populosa organização política até então erguida. A crise e a dissensão provocada pelo militarismo agressivo dos assírios permitiram que esse Império pudesse dominar a Ásia Central. A ocupação de toda Anatólia fez com que os gregos habitantes do litoral fossem submetidos aos persas, quebrando-lhes a autonomia política. Não obstante, não se submeteram facilmente revoltando-se sob a liderança de Mileto e pedindo aos outros gregos que os ajudasse. Logo, em (...) 499 a.C., o Imperador Dario (m. Egito, 486 a.C.) dominou a revolta. Concluiu, então, que 2 deveria invadir a própria Grécia continental, por meio da Trácia. As cidades gregas foram sendo conquistadas pelos persas uma a uma, mas, na planície de Maratona, em 490 a.C., os atenienses surpreenderam e derrotaram os adversários, praticamente sozinhos. -/- O filho de Dario, Xerxes (c. 519 – Persépolis, 465 a.C.), dez anos depois da famosa batalha, 3 começou um novo ataque, invadindo a Grécia. Os espartanos concordaram em enviar um exército para manter o desfiladeiro de Termópilas, enquanto a frota ateniense enfrentava os persas no mar. Liderado pelo Rei Leônidas (m. Termópolis, 480 a.C.), trezentos filhos de Esparta enfrentaram uma multidão e só foram derrotados pelo ardil de um traidor. Vencido o obstáculo, o grande rei persa marchou para Atenas, tomando-a e saqueando-a. Não obstante, na batalha naval de Salamina, em 480 a.C., a força naval dos atenienses conseguiu indiscutível vitória, o que forçou os invasores a recuarem da Grécia Continental. HERÔDOTOS4 nasceu em Halicarnasso, cidade grega da Ásia Menor, em 484-479 a.C., em uma família envolvida com a política, por conta da qual foi exilado com a idade de trinta e dois anos. Daí, deu início às várias viagens, que lhe serviram de pano de fundo para sua obra História. Foi, primeiro, para a Fenícia e, dela para o Egito, onde chegou até a ilha de 5 Elefantina, pelo rio Nilo. Depois seguiu para Cirene, na Líbia. Em seguida, foi até Susa, no coração do Império Persa. Rumou ao Norte, para as cidades gregas do Mar Negro. De suas viagens, pesquisas e diálogos, ele criou sua fascinante obra História, que também recebera a influência da obra de Hecateu e outras anteriores. Em 447 a.C., fixou residência em Atenas, 6 onde lia publicamente trechos de seus livros. De tal modo agradou aos atenienses, elevando seus homens na guerra contra os persas, que lhe recompensaram com doze talentos, uma soma hoje que daria para comprar um bom modelo da Mercedes Benz.7 HERÔDOTOS, durante o seu período em Atenas, conviveu com Péricles (495-415 a.C.), 8 por quem demonstrou admiração em História, Anaxágora (500-428 a.C.), grande filósofo 9 pré-socrático, e SÓFOCLES (496/4-406 a.C.). Durante 464 e 496 a.C., foram enviados 10 colonos atenienses à Itália, para fundar uma nova cidade, Túria, na costa do Golfo de Tarento, no local onde existia Síboris, destruída por sua vizinha Crotara. Ele se juntou aos colonos e tornou-se cidadão local, que teve a constituição elaborada por Protágoras de Ábdera,11 resultando na existência de ideias com influência sofista. HERÔDOTOS viveu em Túria, 12 por vinte anos, e lá morreu, em 420 a.C. (shrink)
Há uma vinculação direta entre democracia, cidadania e direitos humanos. Uma sociedade será mais democrática à medida que os direitos de cidadania se ampliarem para uma quantidade maior de seus membros. Nesse sentido, qual é o critério utilizado para definir o grau de expansão da cidadania em uma sociedade? • Cidadania Com base na trajetória histórica inglesa, o sociólogo T. H. Marshall2 estabeleceu uma divisão dos direitos de cidadania em três estágios. O primeiro ocorre com a conquista dos direitos civis (...) (garantia das liberdades individuais, como a possibilidade de pensar e de se expressar de maneira autônoma), da garantia de ir e vir e do acesso à propriedade privada. A conquista desses direitos foi influenciada pelas ideias iluministas e resultou da luta contra o absolutismo monárquico do Antigo Regime. Esse processo teve como resultado maior o advento da isonomia, ou seja, da igualdade jurídica. O direito de ser tratado com equidade é um exemplo de direito civil. Na imagem, passeata de famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que vivem na ocupação Zumbi dos Palmares, em São Gonçalo (RJ, 2014), em comemoração ao dia da consciência Negra. O segundo estágio refere-se aos direitos políticos, entendidos como a possibilidade de participação da sociedade civil nas diversas relações de poder presentes em uma sociedade, em especial a possibilidade de escolher representantes ou de se candidatar a qualquer tipo de cargo, assim como de se manifestar em relação a possíveis transformações a serem realizadas. Os direitos políticos têm relação direta com a organização política dos trabalhadores no final do século XIX. Ao buscar melhores condições de trabalho, eles se utilizaram de mecanismos da democracia – por exemplo, a organização de partidos e sindicatos – como modo de fazer valer seus direitos. Por fim, o terceiro estágio corresponde aos direitos sociais vistos como essenciais para a construção de uma vida digna, tendo por base padrões de bem- estar socialmente estabelecidos, como educação, saúde, lazer e moradia. Esses direitos surgem em decorrência das reivindicações de diversos grupos pela melhora da qualidade de vida. É o momento em que cidadãos lutam por melhorias no sistema educacional e de saúde pública, pela criação de áreas de lazer, pela seguridade social etc. O direito de organização política é um exemplo de direito político. Na imagem, manifestação de estudantes em frente ao Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, contra as mudanças no sistema educacional do país. Santiago (Chile, 2014). Por ter sido construída tendo como referência o modelo inglês, a tipologia cronológica de Marshall recebeu críticas ao ser aplicada como modelo universal. Ao longo desse percurso, muitas constituições, como a estadunidense (1787) e a francesa (1791), preconizaram o respeito aos direitos individuais e coletivos, o que hoje é incorporado pelas instituições de diversos países. Podemos destacar outras iniciativas que tinham o mesmo objetivo, como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). O direito à moradia é um exemplo de direito social no Brasil. No entanto, ele não é garantido para a maioria da população. Na imagem, protesto de integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), contra a reintegração de posse, em São Paulo (SP, 2014). E o que define hoje um cidadão? De acordo com Marshall, cidadão é aquele que exerce seus direitos civis, políticos e sociais de maneira efetiva. Percebe-se que o conceito de cidadania está em permanente construção, pois a humanidade se encontra sempre em luta por mais direitos, maior liberdade e melhores garantias individuais e coletivas. Ser cidadão, portanto, significa ter consciência de ser sujeito de direitos – direito à vida, ao voto, à saúde, enfim, direitos civis, políticos e sociais. A ideia de direitos humanos têm como contrapartida a de deveres, uma vez que os direitos de um indivíduo são condicionados ao cumprimento de seus deveres. O Estado, por sua vez, tem o dever de garantir os direitos humanos, protegendo-os contra violações (embora, em muitos casos, ele próprio as cometa, desrespeitando a Constituição). No Brasil, a extensão dos direitos de cidadania é bastante restrita. Apenas uma parcela da população tem acesso aos direitos básicos. Diversos grupos têm seus direitos violados constantemente. Exemplos disso são os casos de violência contra a mulher, que muitas vezes são ignorados ou minimizados pela sociedade e pelo Estado. A violência contra a mulher é um exemplo de violação dos direitos e da negação de cidadania. Na imagem, cartaz de campanha, veiculada em 2014, que mostra que muitas mulheres sofrem com essa violência ao redor do mundo. • Direitos Humanos A ideia de direitos humanos como algo extensivo a todos os indivíduos surgiu após a Segunda Guerra Mundial, diante das barbaridades e efeitos destrutivos produzidos pelo conflito. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada em 10 de dezembro de 1948 pela ONU, criada em 1945 com o objetivo de proporcionar o diálogo e impedir conflitos entre os países por questões políticas, econômicas ou culturais. A Declaração teve por base os direitos essenciais à vida e à liberdade e o reconhecimento da pluralidade como meio de combater ações disdiscriminatória. Uma série de tratados internacionais de direitos humanos e outros instrumentos adotados desde 1945 expandiram o corpo do direito internacional sobre os direitos humanos. Eles incluem a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio (1948), a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965), a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (1979), a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006), entre outras. Os direitos humanos são valores que visam ao respeito mútuo em detrimento dos privilégios restritos a determinados grupos, por isso não devem ser pensados como benefícios particulares ou privilégios de grupos elitizados. Como sabemos, a simples declaração de um direito não faz necessariamente que ele seja implementado na prática, mas abre espaço para sua reivindicação. Uma das características básicas dos direitos humanos é o fato de estabelecerem que a injustiça e a desigualdade são intoleráveis. É preciso perceber que os indivíduos não são apenas beneficiários no processo histórico de afirmação dos direitos humanos, mas também autores responsáveis pela construção e pela reivindicação da expansão e da garantia desses direitos. Todas as conquistas relacionadas aos direitos humanos são resultado de processos históricos, das mobilizações e de demandas da população. A prática de esportes e o lazer são direitos essenciais para a formação adequada da juventude. Entretanto, falhas na atuação do Estado nem sempre permitem que os jovens tenham acesso a esses direitos. Na imagem, crianças jogam futebol à beira- mar na Praia Redonda em Icapuí (CE, 2014). Assim, as lutas por igualdade e liberdade ampliaram os direitos políticos e abriram espaços de reivindicação para a criação dos direitos sociais, dos direitos das chamadas “minorias” – mulheres, idosos, negros, homossexuais, jovens, crianças, indígenas – e do direito à segurança planetária, simbolizado pelas lutas ecológicas e contra as armas nucleares. Já as lutas populares por participação política ampliaram os direitos civis: direito de opor-se à tirania, à censura, à tortura; direito de fiscalizar o Estado por meio de associações, sindicatos ou partidos políticos; direito à informação sobre as decisões governamentais. A divisão entre direitos civis, políticos e sociais não deve nos levar a perder de vista uma característica intrínseca aos direitos humanos: sua indivisibilidade. Isso equivale a dizer que os direitos não podem ser exercidos de maneira parcial. Todas as pessoas devem gozar do conjunto total de direitos e de cada um na sua totalidade. De acordo com a Declaração e Programa de Viena, de 1993, todos os direitos humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados. Portanto, devem ser tratados de modo global, justo e equitativo. Embora as características específicas de local, contexto e cultura precisem ser levadas em consideração, é dever do Estado promover e proteger todos os direitos humanos de maneira integral, independentemente de qual seja seu sistema político, econômico e cultural. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MARSHALL, T. H. Cidadania, classe social e status. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1967. SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2016. -/- . (shrink)
SOCIOLOGIA DO TRABALHO: O CONCEITO DO TRABALHO DA ANTIGUIDADE AO SÉCULO XVI -/- SOCIOLOGY OF WORK: THE CONCEPT OF WORK OF ANTIQUITY FROM TO THE XVI CENTURY -/- RESUMO -/- Ao longo da história da humanidade, o trabalho figurou-se em distintas posições na sociedade. Na Grécia antiga era um assunto pouco, ou quase nada, discutido entre os cidadãos. Pensadores renomados de tal época, como Platão e Aristóteles, deixaram a discussão do trabalho para um último plano. Após várias transformações sociais entre (...) diferentes eras e povos, o trabalho foi ganhando espaço nos debates entre os povos, como os caldeus, hebreus e romanos. O trabalho conferiu-se no escopo da discussão social. Na Idade Média, com Agostinho, Santo Aquino e outros o labor foi concebido como algo benéfico e divino. O que se via como algo “escravo” ao povo, transformou-se em necessidade e benevolência divina. -/- Palavras-chave: Conceito; Trabalho; História; Definição. -/- ABSTRACT -/- Throughout the history of mankind, work has figured itself in different positions in society. In ancient Greece it was a little matter, or almost nothing, discussed among the citizens. Renowned thinkers of such a time, like Plato and Aristotle, left the discussion of the work for a last plan. After several social transformations between different eras and peoples, work was gaining space in the debates among peoples, such as the Chaldeans, Hebrews and Romans. The work has taken place within the scope of social discussion. In the Middle Ages, with Augustine, Saint Aquinas and others the work was conceived as something beneficial and divine. What was seen as something “slave” to the people, became need and divine benevolence. -/- Keywords: Concept; Work; History; Definition. -/- BASES TEMÁTICAS DESSE TRABALHO -/- ➢ O trabalho é um conceito construído socialmente; -/- ➢ A modernidade trouxe consigo mudanças significativas quanto à valorização do trabalho; -/- ➢ A origem dos mercados de trabalho, juntamente com o surgimento do capitalismo, minimizou o trabalho como um mero emprego assalariado; -/- ➢ O trabalho, no entanto, apresenta múltiplas manifestações nas nossas sociedades. -/- 1. A VISÃO GREGA DE TRABALHO -/- Comecemos pelos gregos, uma civilização excitante que, durante muitos séculos antes de Cristo, já começava a elaborar riquíssimas reflexões sobre vários aspectos da vida humana. No entanto, surpreende aqueles de nós que já ler os primeiros filósofos gregos, como entre tantas análises rigorosas e “diálogos”, um elemento tão central na vida social dos povos, como o trabalho havia tido escassa repercussão. A explicação só faz sentido, justamente, ao analisar a valorização que esses grandes pensadores tinham acerca do nosso objeto de estudo que é o trabalho. Embora, como supracitado, os gregos não tivessem uma visão unânime sobre o trabalho, não é menos certo assinalar que para esta civilização o trabalho foi considerado um fato altamente desvalorizado. O trabalho, para eles, dado a sua vinculação com a dimensão de constrangimento e necessidades, limitava a liberdade dos indivíduos, condição indispensável para integrar o mundo da “pólis” na qualidade de cidadão. O homem livre realizava atividades absolutamente desinteressadas: a atividade intelectual (que não era considerada trabalho) fazia parte do ócio e da contemplação. O trabalho, reservado apenas aos escravos, como bem sinala Hopenhayn (1955), significava uma mera função produtiva. Portanto, o escravo passou a ser unicamente uma força de trabalho. Como tal, ele não tem personalidade e pertence ao seu mestre, como uma coisa entre muitas. Como objeto de propriedade, escapa ao pensamento antropológico que domina a filosofia sofista e socrática, porque para o cidadão grego falar de escravo não implica um sujeito pensante, senão uma coisa ou, no máximo, a força. Também escapa ao pensamento platônico, porque, como uma coisa, parece totalmente desvalorizado na construção idealista-dualista da realidade (HOPENHAYN, 1988. p. 23 – Tradução própria). -/- Três termos fundamentais que devemos recordar da tradição grega: -/- 1 – Ponos: penalidade, fadiga; -/- 2 – Banausia: trabalho mecânico, e -/- 3 – Ergon: realização. -/- Vejamos como essa noção de trabalho é construída como algo servil (ponos), ao qual uma visão positiva de lazer e contemplação foram contrastadas como uma atividade puramente humana e libertadora. As raízes do supracitado são encontradas no valor eticamente supremo da autarquia socrática. Segundo essa noção alcunhada por Sócrates (469-399 a.C.), todo aquele que trabalha está submetido tanto à matéria como aos homens para quem trabalha. Nessa medida, sua vida carece de autonomia e, portanto, de valor moral. Naturalmente, não só os escravos, mas também qualquer trabalhador dedicado a todos os tipos de tarefas manuais, foram desprezados por um pensamento helênico indubitavelmente aristocrático. Para Platão (427-347 a.C.), de origem aristocrática, descendente do último rei de Atenas e discípulo de Sócrates, a autarquia continua a ser perpetrada como um valor ético supremo e, em consonância com os interesses da aristocracia fundiária, afirmava que somente a agricultura evocava autêntica autonomia. Dessa forma, o pensamento platônico restringiu a participação política a escravos, comerciantes e artesãos. Todos eles têm em comum a dependência das condições materiais em que produzem e trocam mercadorias. O plano político estará intimamente relacionado ao econômico-trabalhista: somente quem é capaz de governar a si mesmo (e como sabemos, acontece com aqueles que não trabalham ou possuem terras), pode governar os outros. Somente a liberação total da prática mundana do trabalho abre as possibilidades de dedicar-se, como fez Platão, à contemplação (σχολή), à filosofia e às ciências, e por meio disso saber distinguir o bem do mal, o justo do injusto, o verdadeiro do falso. Quem poderia dedicar-se a tais “tarefas nobres”? Evidentemente, aqueles que não precisam fazer parte da população trabalhadora, isto é, a aristocracia. Esse sistema de governo aristocrático foi defendido, obviamente, por Platão. Em sua “A República” sinala que o governo perfeito é o aristocrático, e que a este se sucedem a timocracia (governo dos guerreiros), a oligarquia (dos ricos) e a democracia (“governo daqueles que amam o prazer, a mudança e a liberdade), que perece por seus excessos nas mãos de alguns homem audaz que se coloca à frente do povo para defender a democracia e “do tronco desses protetores do povo nasce o tirano”, dando origem à tirania.(2) Em seu diálogo “Político” podemos ler: Aqueles que possuem a si mesmos através da compra, e aqueles que podem ser chamados sem nenhuma discussão de escravos, não participam da arte real [...] E todos aqueles que são livres, se dedicam espontaneamente a atividades servis como as supracitadas, transportando e trocando produtos da agricultura e de outras artes; que nos mercados, indo de cidade em cidade por mar e terra, trocando dinheiro por outras coisas ou por dinheiro, o que chamamos de banqueiros, comerciantes, marinheiros e revendedores, poderão, por acaso, reivindicar para eles algo da ciência política? [...], mas também aqueles que estão dispostos a prestar serviços a todos por salários ou por subsídios, nunca os encontramos participantes na arte de governar [...] Como os chamaremos? Como você acabou de dizer agora: servidores, mas não governantes dos estados (PLATÃO, 1983. pp. 237-8 – adaptado). Esse estado ideal que Platão projetou em seus ensinamentos estava longe, a propósito, da democracia ateniense defendida por Péricles. De certa forma, Platão só confiava em uma elite no poder constituída por uns poucos (oligarquia) que não deveriam se render às tarefas servis da produção e circulação das riquezas. Para ele, as crianças aristocráticas deveriam ser selecionadas desde a infância, recebendo uma educação suficiente tanto em filosofia quanto nas “artes da guerra”. Aos trinta anos, eles já seriam capazes de passar por um exame donde seriam selecionados os “filósofos-reis” encarregados do governo. De fato, no entanto, suas concepções de governo nunca poderiam ser executadas com pureza; ou pela chamada “contrarrevolução aristocrática”, ou pela invasão estrangeira subsequente. Essa visão do trabalho que estamos a analisar, como bem sinala Henri Arvon (1914- 1992), conduz a uma sociedade basicamente conservadora e estancada no produtivo. (3) A ideia de liberdade, ócio e contemplação como valores superiores, propõe um desprezo pelo trabalho que, como vimos, é uma atividade puramente transformadora. Há aqueles que, mediante tal contestação, arriscam fundamentar que grande parte do subdesenvolvimento tecnológico na Grécia derive justamente a essa cultura tão peculiar em relação ao trabalho. Caso contrário, se houvesse escravos, por que avançar em conhecimentos que facilitaram o trabalho? Não nos surpreende, nesse sentido, que uma civilização capaz de criar conhecimentos espetaculares em áreas particularmente complexas como a geometria (Euclides), por outro lado, não soubesse (ou não gostaria) de avançar em conhecimentos técnicos aplicáveis ao campo econômico-trabalhista. Já vimos como a cidadania era o escopo da de alguns aristocratas da civilização helênica. Hannah Arendt (1906-1975) sinalava que os gregos distinguiam entre os escravos, os inimigos vencidos (dmôes ou douloi) que estavam encarregados do trabalho doméstico, e os demiourgoi, homens livres para se deslocarem do domínio privado para o público. Somente depois do século V, sinala Arendt, a pólis começou a classificar as ocupações de acordo com os esforços que eles exigiam. Nisso, Aristóteles (384-322 a.C.) teve que desempenhar um papel preponderante que colocou aqueles cujo “corpo está mais deformado” na faixa mais baixa. Ele não admitiria, portanto, aos estrangeiros (os escravos), nem tampouco aos banausoi, antes dos demiourgoi, trabalhadores e artesãos que deviam resignar-se ao mundo dos “oikos”. Estes, não só estavam submetidos à necessidade como eram incapazes de ser livres, mas também incapazes de governar a parte “animal” do seu ser (República, 590). Serão eles, não obstante, aqueles que permitem o florescimento da chamada democracia helênica, pois, quem senão os trabalhadores (escravos ou artesãos) poderia manter com seu esforço o ócio e a contemplação dos “homens livres”, cidadãos do mundo? Como foi supracitado, será Aristóteles quem delimitará ainda mais os direitos de cidadania. Sua cidade ideal, como em Platão, diferenciaria os governantes dos governados. O primeiro, constituído pela classe militar, estadistas, magistrados e sacerdócio. O segundo, pelos agricultores, artesãos e os camponeses. Com os comerciantes há uma certa ambivalência: embora ele considerava uma ocupação antinatural, estava disposto a admiti-los até certo ponto em sua cidade ideal, cuja base seguiria sendo a escravidão. Em sua Política, ele explana: A cidade mais perfeita não fará do trabalhador manual (artesão) um cidadão. Caso o admitir como tal, a definição de virtude cívica [...] não alcança todos os cidadãos, nem apenas os homens livres, mas só os que estão isentos de trabalhos indispensáveis à sobrevivência. Destes, os que estão a serviço de um só indivíduo, são escravos; os que servem a comunidade, são trabalhadores manuais (artesãos) ou trabalhadores não qualificados (ARISTÓTELES, 1998. p. 203). Tampouco compreenderá os agricultores como reivindicava Platão: “Tampouco deverão ser agricultores os futuros cidadãos, pois para a formação de sua virtude e para a atividade política, o ócio é necessário”. Essa prolifera discussão ocorreu em uma civilização onde começaram a surgir as primeiras mudanças produtivas derivadas do crescimento econômico feito do descobrimento do ferro, e sua posterior divisão do trabalho, onde florescem os grupos de comerciantes e a aristocracia proprietária de terras começa a dominar. Os pensadores da época, mais aliados a estes últimos, contrariavam os princípios da acumulação comercial. Em sua Política, Aristóteles aconselha os cidadãos a absterem-se de qualquer profissão mecânica e de toda especulação mercantil. O primeiro, porque limita intelectualmente, e o segundo, porque degrada o ético. Somente o ócio (scholé), para esses pensadores, permite a virtuosidade e a capacidade de julgar. A Koinonia politiké (comunidade dos homens livres) era típica daqueles que não precisavam de trabalho, relegando a população trabalhadora ao mero âmbito da reprodução material (chrematistiké), o que só era possível em um contexto de alta divisão do trabalho onde um grupo minoritário (oligarquia) vivia à custa do trabalho da maioria (muitos deles escravos). O termo “ócio” provém de “scholé”, entendido entre os gregos como tempo para si mesmo, para a contemplação (sjolé) e, portanto, para a formação (scholé = escola). Desse ponto de vista, o ócio para os gregos é um fim em si mesmo. Entre os romanos, no entanto, adquire outra conotação. Em latim octium, designa o campo contraposto ao neo-octium (negócio), ou seja, é o tempo de descanso que permite dedicar-se ao negócio. Tal visão sobre o trabalho e o ócio, respectivamente, não foi, no entanto, como supracitado no início, unanimemente desenvolvida em toda a história da civilização helênica. Os textos de Homero(4) (séculos IX e VIII a.C.) são mais reservados a respeito, mas acima de tudo, na Grécia antiga encontramos autores como Hesíodo (século VIII), que postulavam outras teses. Para o autor de “Os trabalhos e os dias”, o trabalho se constituía em um justo e necessário castigo que Zeus impôs aos homens pelo pecado de Prometeu. Note a similitude com a crença bíblica que veremos adiante. Hesíodo explana: Lembre-se sempre do meu conselho e trabalhe [...] os deuses e os homens se indignam com quem ocioso vive, semelhante em caráter aos zangões sem ferrão, que consomem o esforço das abelhas [...] O trabalho não é nenhuma desonra; desonra é não trabalhar (HESÍODO, 2012. p. 93 e 95). Também entre alguns sofistas (aqueles que vendiam sua sabedoria a quem gostaria de comprá-la), como Protágoras (século V a.C.), “o primeiro e o maior deles”(5), coloca o estudo e a arte (técnica) na mesma faixa, e Antifonte (século V a.C.) disse: “[...] e as honras e preços, e toda a espécie de encorajamento que Deus incumbiu aos homens, devem necessariamente resultar de fadiga e suor”. Como conviveu a cultura grega com essas noções tão diferentes? Tenho a ideia, juntamente com Hopenhayn, que o desprezo dos pensadores gregos pelo manual foi causado pela violência dos guerreiros e dos aristocratas de plantão, que impuseram aos seja derrotados o jugo. Do trabalho árduo e difícil. Porque a aristocracia queria trabalhar nessas condições? A própria divisão do trabalho em si possibilitou o crescimento da civilização helênica, estava gerando diferentes classes com visões distintas sobre o trabalho. Por outro lado, surgiram os camponeses pobres, os derrotados e aqueles que tinham que viver do trabalho artesanal. Essas pessoas, na maioria das vezes isoladas do mundo da “polis”, gerariam suas próprias leituras dos acontecimentos, seus próprios espaços para o desenvolvimento cultural, inclusive sua própria religião, distante daquela imposta pela visão aristocrática, olímpica, contemplativa e estética dos “homens livres”. -/- 2. A VISÃO DOS CALDEUS ACERCA DO TRABALHO -/- A leitura de outros povos e civilizações sobre este tema tem sido diferente. Entre os caldeus, por exemplo, a visão pejorativa analisada entre os gregos não é registrada. Nas escrituras sagradas da religião de Zaratustra (o Avesta), lemos: “É um santo aquele que constrói uma casa, na qual mantém o fogo, o gado, sua mulher, seus filhos, os bons párias. Aquele que faz a terra produzir trigo, que cultiva os frutos do campo, cultiva corretamente a pureza” (HOPENHAYN, 1988. p. 35). Para os caldeus, como se pode observar, o trabalho implica, de uma posição diametralmente oposta à helênica, uma contribuição na ordem econômica, mas também na espiritual. Trabalhar não é só “cultivar o trigo” (dimensão das necessidades fisiológicas), mas também “cultivar a pureza”, dimensão esta, relacionada com a satisfação das necessidades espirituais. Por que apreciamos uma diferença tão acentuada entre essas culturas? Provavelmente, os diferentes graus de desenvolvimento dos povos levaram a isso. Enquanto entre os gregos primava uma divisão do trabalho, onde alguns tinham o status de “homens livres” dedicados à contemplação e ao ócio, outros não tinham escolha a não ser trabalhar, em uma situação de domínio em relação às naturezas daqueles que o empregaram. Esse não foi o caso dos caldeus, que possuía um escasso dividido trabalho, em que a todos se correspondia uma atividade laboriosa. -/- 3. A VISÃO DOS HEBREUS SOBRE O TRABALHO -/- No meio do caminho entre os caldeus e os gregos, encontramos a avaliação do trabalho feita pelos hebreus, dessa vez, tingindo de ambivalências. Tal como ponderava Hesíodo entre os gregos, para os hebreus, o trabalho se constituía de um mal necessário; em um meio para expiar os pecados; dessa vez não de Prometeu, mas de Adão e Eva. Vamos ver, no entanto, alguns aspectos mais complexos. A primeira coisa a se notar da perspectiva hebraica (compartilhada com o cristianismo) é o que se resulta da leitura do livro de Gênesis, aquela história poética e cheia de imagens para elucidar facilmente a origem da criação. Lá se estabelece a ideia de um deus criador-trabalhador: “No princípio Deus criou o céu e a terra [...] No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou [...] de toda a obra que realizara na criação”.(7) Esse Deus como primeira causa (São Tomás de Aquino (1225-1274)) denota laboriosidade seu correspondente descanso, um binômio que será fundamental para compreender a evolução do direito do trabalho e do direito ao descanso semanal contemporâneo. Digamos, em segundo lugar, que o Senhor Deus providenciou o trabalho no Éden: “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo”.(8) Portanto, não é certa a ideia de que o trabalho é o resultado do pecado: ao contrário, é um trabalho árduo aquele que deriva do pecado segundo a tradição hebraico-cristã. Antes, na ausência do pecado, havia uma espécie de bom trabalho. Foi o pecado original, que levou Deus a condenar Adão e Eva, e por isso a toda a humanidade, a “ganhar o pão com o suor da sua testa”. “Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado”. (9) O Talmude diz: “Se o homem não encontra seu alimento como animais e pássaros, precisa ganhá-los, isso se deve ao pecado”. Essa sentença, de caráter histórico, promove a ideia de trabalho como meio para expiar o pecado original, mas também como meio para produzir; isto é, legitimando a mudança inerente a todo trabalho e, portanto, legitimando também aquela vontade transformadora que caracterizou desde sempre os povos hebreus.(10) Agora, ao contrário dos caldeus, para os hebreus da antiguidade, o trabalho nunca teve um fim ético em si mesmo, mas foi constituído apenas como um meio. Essa visão esteve sempre presente, e caracteriza muito claramente a concepção que muitos integrantes de nossas sociedades contemporâneas possuem sobre o trabalho, além da religião de cada um. -/- 4. OS ROMANOS E O TRABALHO -/- Os romanos, por sua vez, deram uma importante contribuição para o desenvolvimento do conceito de trabalho. Se bem que, a grosso modo, não houvesse grandes diferenças com o pensamento dos gregos, com quem eles tinham em comum, além disso, uma maior divisão do trabalho fruto do desenvolvimento econômico e o uso massivo de mão de obra escrava(11); a maior contribuição do ponto de vista de sua originalidade histórica estava presente na tradição jurídica que inauguraria o Império Romano. O maior impacto por meios jurídicos e não filosóficos é explicado pelo fato de que os romanos, ao contrário dos gregos, não conseguiram “inspirar” a produção de grandes pensadores sociais. Com efeito, para os romanos, como o escravo não era considerado uma pessoa, o viam-no desprovido de personalidade jurídica. Isso conduziu a negação da relação de trabalho entre a pessoa encarregada de um trabalho manual (escravo) e seu dono. Tal relação correspondia, acima de tudo, ao direito de propriedade que os juristas romanos haviam garantido quase sem limites para seus cidadãos. O problema, como aponta Hopenhayn, surgiu quando o proprietário não ocupa seu escravo, mas aluga-o para terceiros. Surge assim a figura do arrendamento de serviços, que deriva do arrendamento das coisas. Porém, como na realidade o que se alugava era a força de trabalho, a qualidade jurídica desloca-se para a atividade realizada pelo escravo. Dessa forma, a atividade do trabalhador, primeiro do escravo, posteriormente do homem livre, começa a ser tratada como uma coisa, e se converte em antecedente do arrendamento de serviços do Direito Civil moderno. Ademais, na tradição romana, o trabalho manual estava desprestigiado. Cícero (106-43 a.C.) em De Officiis, estabeleceu com fria claridade “ipsa merces est auctoramentum servitius”(12) (todo trabalho assalariado é trabalho escravo). A vida era difícil para esses trabalhadores: nos territórios sob domínio romano, Augusto (63-14 a.C.) tinha imposto um tributo à todos os homens que exerciam algum tipo de trabalho manual, além do imposto à residência, às valas e outros mais particulares como o imposto para a detenção de porcos. Certamente, aqueles que levaram a pior parte no tempo da Roma Imperial foram os escravos (servi) sob domínio e propriedade de seus donos (domini). Me seus tempos de auge, a demanda de escravos em Roma era de 500.000 ao ano. Se compararmos com os 60.000 escravos negros trazidos a América nos anos de maior tráfico, teremos uma ideia mais ou menos exata da magnitude desse triste fenômeno. -/- 5. O CRISTIANISMO E O TRABALHO -/- As mensagens do cristianismo primitivo, são inseridas logo, nesse tempo histórico, onde Roma se tornava o centro das maiores mobilizações de rebeldia da antiguidade. Isaías, nesse sentido, proclamaria que o Messias viria: “[...] a pregar boas novas aos abatidos, a vendar aos quebrantados de coração, a publicar liberdade aos cativos, e aos presos a abertura do cárcere”.(13) Jesus, efetivamente, incluiu em sua missão, mensagens de libertação aos pobres e oprimidos. Porém, ao contrário do supracitado, como bem sinala Eric Roll (1907-2005), dos antigos profetas hebreus, não o faria saudando as comunidades tribais com seu espírito de grupo; mas animado por uma mensagem mais universal e permanente, proclamando uma mudança mais completa e integral na conduta do homem em sociedade, onde os valores de justiça e amor se colocariam em um primeiro plano. Evidentemente, a mensagem do cristianismo primitivo, e mais concretamente de Cristo, distava muito dos filósofos gregos. Deixemos que Roll explique: Temos visto que as doutrinas econômicas de Platão e, em certa medida, de Aristóteles, nasciam da aversão aristocrática ao desenvolvimento do comercialismo e da democracia. Seus ataques contra os males que acarreta o afã de acumular as riquezas são reacionárias: olham para trás, e o de Cristo olha para frente, pois exige uma mudança total, mas relações humanas. Aqueles sonhavam com um estado ideal destinado a proporcionar a “boa vida” para os cidadãos livres unicamente e cujas fronteiras eram as da cidade-estado daquele tempo; Cristo pretendeu falar por todos e para todos os homens. Platão e Aristóteles haviam justificado a escravidão; os ensinamentos de Cristo sobre a fraternidade entre todos os homens e o amor universal eram incompatíveis com a ideia da escravidão, apesar das opiniões expostas depois por São Tomás de Aquino. Os filósofos gregos, interessados somente pelos cidadãos, sustentaram opiniões muito rígidas sobre a diferente dignidade das classes de trabalho, e consideravam as ocupações servis, com exceção da agricultura, como próprias apenas para os escravos. Cristo, ao dirigir-se aos trabalhadores de seu tempo, proclamou pela primeira vez a dignidade de todas as classes de trabalho, assim materiais como espirituais (1942. p. 42 – Tradução própria). Não pode escapar desse estudo, o fato de que o próprio Jesus Cristo herdou o ofício de carpinteiro de seu “Pai” José; e que escolheu seus discípulos entre os pescadores e artesãos da região. Essa visão primitiva do cristianismo, no entanto, deve ser analisada no quadro das escrituras sagradas do Antigo Testamento que compartilha com a cultura (e obviamente a religião) hebraica. Nesse sentido, o trabalho não deixa de ser um meio, descartando-se como um fim em si mesmo. Mas, agora atribuindo-lhe um novo valor, sempre em tento um meio para um fim virtuoso: o trabalho será fundamental para permitir a satisfação das necessidades de cada um, mas também seus frutos, deverão ser inseridos em uma dimensão comunitária, onde o “próximo” necessitado esperará a contribuição fraterna e solidária do cristão. O trabalho, nessa perspectiva, não só possibilita o “tomar”, mas também o “dar”. Em relação a dupla perspectiva, é onde podemos entender a crítica do cristianismo a acumulação da riqueza. Como aponta o evangelista Mateus, “acumular o tesouro no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não perfuram nem roubam. Onde está o seu tesouro está seu coração”. (14) Com São Paulo se incorpora um novo componente valioso: a obrigatoriedade moral do trabalho. Em sua carta aos Tessalonicenses dita claramente “ao que não trabalha que não coma”. Diz São Paulo: Vocês sabem em que forma têm que nos imitar: nós trabalhamos enquanto estivemos entre vocês, não pedimos a ninguém um pão que não teríamos ganhado, senão que, de noite e dia, trabalhamos duramente até nos cansarmos, para não ser carga para nenhum de vocês [...] Além disso, quando estávamos com vocês lhes demos está regra: se alguém não quiser trabalhar, não coma. Mas agora ouvimos que há entre vocês alguns que vivem sem nenhuma disciplina e não fazem nada, muito ocupados em meter-se em tudo. A estes lhes mandamos e lhes rogamos, por Cristo Jesus, nosso Senhor, que trabalhem tranquilos para ganhar a vida (II Tes. 3:10). Essa frase, entendida somente no contexto de uma sociedade donde não existia um conceito de desemprego tal como entendemos atualmente, é curiosamente reproduzida pelo modelo soviético em pleno século XX. Com efeito, a Constituição da União Soviética estabeleceu em seu Artigo 12: “O trabalho é, na Rússia, uma questão de dever e de honra para todo cidadão fisicamente capaz. Essa obrigação é baseada no princípio: “quem não trabalha não come”. (15)(16) Para São Paulo, o trabalho deve ser o meio para ganhar a vida. Ele quis ser exemplo e enquanto pregava continuava trabalhando, presumivelmente como tecelão de tendas. A obrigatoriedade moral se aplica na medida em que a pessoa está em condições de o fazer. Para os incapacitados a fazê-lo (idosos, crianças, deficientes, doentes, acidentados etc.) existia a obrigatoriedade do socorro segundo a máxima do amor (ágape) ao próximo. Essas sentenças morais têm hoje em dia uma importante quota de explicação para com as contemporâneas políticas sociais. -/- 6. O TRABALHO NA IDADE MÉDIA -/- A Idade Média, período que ocupa desde o crepúsculo do Império Romano do Ocidente no século V pelos bárbaros, até o século XV, com a queda de Constantinopla, evidentemente mostra um conjunto importante de escolas e pensadores que marcaram pautas importantes para discernir o valor do trabalho nas diferentes culturas. A organização econômica mais visível nestes mil anos, onde operou o trabalho, consistia em extensões grandes de latifúndios errados do Império Romano (o sistema econômico denominado feudalismo), onde (mediante a falta de escravos) recorreu-se à mão de obra camponesa para o trabalho. O sistema, implicava o arrendamento de parte dessas terras a ex-escravos ou homens livres, em troca de uma renda em dinheiro e espécies, além do cultivo das próprias terras senhoriais. Por certo, a figura do servo não distava muito da do escravo se tivermos em conta as condições de funcionamento do contrato de trabalho. O comércio também teve seu lugar no sistema feudal, o mesmo adquiriu grande importância em certas regiões ou lugares, à exemplo de Constantinopla. A atividade econômica seguia seu rumo na história, e depois dos séculos IX e X, o crescimento das forças produtivas deu lugar a uma maior acumulação por parte de componentes e artesãos e, por certo, a uma maior apropriação de excedentes por parte do Senhor feudal. Essa situação foi ativante para a construção dos primeiros Burgos ou cidades, onde o comércio e a indústria artesanal teriam um marco mais adequado para o seu desenvolvimento. Essa é a etapa do nascimento dos primeiros grêmios corporativos (17). Então para o século XII, a estrutura feudal começa a desmoronar porque a produção de determinados bens começa a ser mais eficiente em cidades e não no feudo. O dinheiro, então, passou a ganhar maior peso que a terra, o que obriga os senhores feudais a aumentar seus rendimentos. Isso leva a um empobrecimento lógico dos camponeses, o que não dura muito, porque na primeira metade do século XIV, a maior parte dos servos alcança sua liberdade. Por sua vez, nessa apertada síntese da história econômica da Idade Média, devemos assinalar que pelo século XIV, e depois das Cruzadas e o posterior desenvolvimento do comércio internacional entre os impérios arábico e bizantino, inaugura-se uma etapa pré-capitalista que durará três séculos. É lá que se levanta mais energética a voz de alguns homens da Igreja contra a tendência à exaltação da riqueza já começava a avivar-se na Europa. São Tomás de Aquino, nesse sentido, não considerará ao comércio pré-capitalista bom ou natural. No entanto, ele o julgava inevitável uma vez que era o meio ao qual o comerciante tinha que manter a sua família. Dessa forma, os lucros do comércio não era outra coisa senão o fruto do trabalho. Se tratava, então, de colocar o acento na justiça da mudança efetuada, para o qual Aquino recorre a Aristóteles, cuja análise sobre o valor de mudança é figurado no seu estudo da Justiça. Muitos padres da Igreja, desde então, pretenderam formular um conceito de “preço justo”. Nesse sentido, o Cristianismo apresenta uma evolução do seu pensamento sobre o comércio que partia de uma visão absolutamente contrária ao começo da Idade Média (Santo Agostinho (354-430), São Jerônimo (347-420) etc.), a outra mais transacionável, que acompanhou, sobretudo, o pensamento de Aquino. Algo similar ocorreu com outro dos “preceitos” da Igreja em matéria econômica: a usura. Esta era considerada pela igreja como a melhor forma de obter lucro. O mesmo evangelista Lucas (século I d.C.) foi categórico ao rejeitar essa linha de operações. A lei hebraica também fez isso, e podemos encontrar no livro do Êxodo (22,25) tal proibição a respeito. Mais atrás no tempo, há antecedentes de condenação à usura entre os hindus (Rigveda, cerca de 1500 a.C.) e budistas (século VI d.C.), além do Islã mais próximo do nosso tempo (século VI d.C.). Ao princípio da Idade Média, como testemunha Roll, a proibição somente alcançava a Igreja, já que o escasso desenvolvimento mercantil não merecia outra coisa. No final da Idade Média, no entanto, que a situação é outra; e a prática secular foi orientada no sentido de promover o empréstimo de dinheiro cobrando por isso um juro. Alarmada ante esses fatos, a Igreja condena mais uma vez a usura no Terceiro Concílio de Latrão de 1179. No mesmo escreveu e ensinou São Tomé (século I d.C.) e outros discípulos da Igreja. No entanto, as práticas econômicas foram minando a autoridade eclesial e está terminou, através de sucessivas etapas, por aceitar, em certas condições e sob certas circunstâncias, a cobrança de juros sobre a concessão de um empréstimo. Em tal sentido, um dos autores mais representativos só início da Idade Média foi Santo Agostinho. Foi este um dos pilares, em seu tempo, das noções “anticapitalistas” que foram seguidas e complementadas por homens do tamanho de São João (347-407), São Ambrósio (340-397), São Clemente (150-215), São Cipriano (200-258) entre outros. (18) Santo Agostinho valoriza o trabalho recordando em tal sentido a São Paulo, a que cita com muita frequência em seus textos. Segundo o Bispo de Hipona, todo trabalho manual é bom pelas razões dadas pelo cristianismo primitivo. Concilia, além disso, seu dualismo platônico, ao sustentar que enquanto o homem trabalha tem a alma livre, de modo que é perfeitamente compatível pensar em Deus ao mesmo tempo em que se trabalha. Essa particular sintonia entre o trabalho e a oração foi perfeitamente posta a prova pelos monges beneditinos, cujo lema “Ora Et Labora” (orar e trabalhar) é paradigmático. “Trabalha e não desesperes” dizia seu fundador, São Bento de Núrsia (480-547), de seus monastérios distribuídos em um primeiro momento a Subiaco, no início do século VI. Também corresponde a São Bento uma sentença que perdura até o dia de hoje no imaginário moral sobre o trabalho: “Otiositas inimica est animae” (a ociosidade é inimiga da alma), tal qual diz uma expressão popular castelhana: “el ocio es la madre de todos los vicios” (o ócio é a mãe de todos os vícios). Tomás de Aquino, alguns séculos depois, continua a reflexão sobre o trabalho e estabelece uma hierarquia de profissões, onde localiza o trabalho agrícola e artesanal acima do comercial. Uma quota de originalidade na história do pensamento sobre o trabalho consistiu em considerá-lo como uma obrigação somente se necessário para subsistir; ou dito de outra maneira: quem não tem necessidade de trabalhar não tem que fazê-lo. Isso sim, à falta de trabalho, devia dedicar-se à oração e contemplação divina, atividades por certo mais elevadas para o autor da Suma Teológica. Logo, considerará que Deus é a causa primária, a que tudo deve a sua existência; por derivação, o homem é causa segunda, procurando atreves do trabalho “criar” em suas dimensões humanas. “Entre todas as formas com que a criatura humana tenta realizar a semelhança divina, não há outra de relevo mais destacado que a de trabalhar, isto é, ser em o mundo causa novos efeitos”, disse o Santo. (19) Aquino, além disso, utilizando categorias platônicas, hierarquiza o trabalho, considerando o intelectual acima do manual. Chama “artes servis” a estes últimos, enquanto que o trabalho intelectual corresponde ao conjunto das “artes liberais”, dignas de maior remuneração ao fazer uso da inteligência. Esta distinção própria da Escolástica, dá lugar à divisão clássica entre as 7 artes liberais: o Trívium (gramática, retórica e dialética) e quadrivium (astronomia, geometria, aritmética e música). Outras contribuições de São Aquino têm a ver com sua posição diante do trabalho agrícola ao qual o considera como o melhor meio para assegurar a subsistência de um povo; a maior importância dada à vida contemplativa sobre a ativa, embora considerando a primeira como “laboriosa”; sua posição sobre a escravidão, que não considerava como natural, no entanto, entendê-la “útil”(20); e sua interpretação sobre o contrato de trabalho: neste, o operário não vende a si mesmo, nem seu corpo, nem sua inteligência, nem sequer sua faculdade de trabalho. Isso significa que o Direito Natural proíbe considerar o trabalho como um objeto de mudança. Propõe, em vez disso, considerar o contrato como um arrendamento de serviço. Em termos gerais, a valorização que sobre o trabalho se realiza na Idade Média, rebaixando ao trabalho manual em relação a outras tarefas, fica explícita na divisão tripartida que recorre, entre outros, Adalberão Bispo de Laon (947-1030): “Triplex Dei ergo domus est quae Creditor uma nunca oran, alii pugnat, Aliique laborant” (ternária é a casa do Senhor e não uma: aqui sobre a terra uns oram, outros lutam e outros trabalham). Não gostaria de deixar passar por alto, finalmente, entre os movimentos originados na Idade Média, a contribuição que sobre o tema do trabalho teve a ordem franciscana. Essa, contra o que muitos podem crer, é uma ordem não mendicante no sentido estrito, mas sim trabalhadora e de pobreza. São Francisco de Assis (1181/82-1226), no final do século XII, marcaria como ninguém dentro do cristianismo, uma vida ascética baseada no trabalho e na pobreza. Inclui, além disso, um elemento pela primeira vez descoberto na cultura europeia: o sentido da alegria que acompanha o trabalho. “Essa condição de 'suor de sua testa' com 'a alegria de seu coração' outorga ao trabalho uma condição diferenciada”. Avançando então na história da humanidade, entramos na época moderna, caracterizada por cinco grandes eventos: -/- 1. A decadência do poder moral da Igreja e o enfraquecimento de seu poder econômico frente ao da crescente burguesia; -/- 2. O renascimento intelectual e artístico; -/- 3. As viagens paras as índias e a descoberta da América; -/- 4. A formação e a constituição dos Estados-nação; -/- 5. As reformas religiosas de Lutero (1483-1546) e Calvino (1509-1564). -/- Nesse contexto, os séculos XV e XVI mostraram como o mercantilismo ia avançando apesar dos esforços de alguns pensadores da Igreja que eventualmente perderam o pulso diante do desenrolar dos acontecimentos. Sucessivas encíclicas papais terminaram por legitimar o interesse nos empréstimos e, por meio desta, levou-se a maior acumulação de riquezas por parte dos banqueiros. Esse foi o meio ideal para o desenvolvimento da atividade do mercador, para quem, o trabalho passou a ser considerado um meio para obter sucesso. Ao dinamizar-se a atividade econômica e mercantil, a visão humanista do trabalho começa a perder valor, realçando-se ao mesmo como um simples meio para fins de enriquecimento. Talvez a exceção a essa noção estendida entre os novos atores tenha sido a proporcionada pelo humanismo renascentista. Para Campanella (1568-1639), por exemplo, sua “Cidade solar”, não existe o divórcio entre trabalho manual e intelectual, isso quando o segundo começa a ser supervalorizado por sua ação no plano das invenções e das novas técnicas.(22) Na mesma linha se situa Thomas More (1478-1535), o autor de “Utopia”, outra reação do cristianismo às projeções que estava adquirindo o cada vez mais influente mercantilismo. Embora o trabalho não seja considerado como um mau, pelo contrário, apresenta características humanizadoras, é sugestivo comprovar como em Utopia a jornada do trabalho não supera as seis horas diárias e na Cidade solar não se devia trabalhar mais que quatro horas. Indubitavelmente, essas versões de sociedades ideais terminariam por impactar sobre maneira a constituição das Missões Jesuítas na América do Sul; e as Franciscanas na Baixa Califórnia. É o Renascimento, o lugar propício, além disso, para renovar o conceito da virtuosidade, agora traduzida na figura do empresário ou financista audacioso e empreendedor. Essa linha foi reforçada logo por Calvino, para quem os negócios são um bom serviço a Deus, e a riqueza não é mais que um fruto de uma vida dedicada ao trabalho desde uma perspectiva ética que analisarei com Weber mais tarde, mas que confere ao trabalho a particularidade de ser um caminho para o sucesso. Esse puritanismo impulsionou sobremaneira a versão do “homo economicus” que mais tarde, em pleno auge do capitalismo pós-industrial, ao qual, segundo Daniel Bell (1919-2011), fora substituído pelos valores hedonistas. -/- REFERENCIAL TEÓRICO AGOSTINHO. Cidade de Deus: contra os pagãos. Trad. O. P. Leme. 2ª ed. Bragança Paulista: Editora Universitária, 2008. (Col. Pensamento humano). _____________. O livre-arbítrio. Trad. N. A. Oliveira. 1ª ed. São Paulo: Paulus, 1995. AQUINO, T. de. Suma Teológica. 2ª ed. 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Se vivemos juntos apenas porque temos direitos e para termos mais direitos, então não temos nenhum motivo para imaginar uma salvação comum: a salvação não está no comum, mas no próprio. Por oposição ao Direito (em inglês, Law) que, impondo-se a todos de cima para baixo, normatiza objetivamente as relações entre cidadãos, há agora o império crescente dos direitos subjetivos (em inglês, rights) reivindicações particulares que tentam impor-se a todos de baixo para cima. Esses direitos costumam ser descritos como sendo (...) de dois tipos ou duas gerações. De um lado, há, ou houve em um primeiro momento depois da Revolução Francesa, o reconhecimento dos direitos-liberdades (direitos de fazer alguma coisa: ir e vir, associar-se, reunir-se, manifestar opiniões, praticar uma religião etc.); de outro lado, há, ou houve em um segundo momento depois da Segunda Guerra Mundial, os direitos sociais, os chamados direitos-créditos, os direitos ao beneficio de certa prestação da parte de um poder público (direitos a alguma coisa: educação, saúde, trabalho etc.). Eles se fundamentam em dois sentidos opostos da ideia de direitos. Os direitos-liberdades definem um território de igual independência de todos e cada um com relação às ingerências do poder público; os direitos-créditos definem um horizonte de expectativa de todos e cada um com relação às ações desse mesmo poder público. De um lado, impedem o Estado de agir em certas esferas de ação dos indivíduos; de outro, obrigam o Estado a agir em certas esferas a favor dos indivíduos. No entanto, do ponto de vista da perda do ideal de uma salvação comum, estes e aqueles vão no mesmo sentido. Tornamo-nos duplamente liberais. Liberais porque apreciamos viver em uma sociedade de liberdade igual, assegurando por direitos negativos a esfera de autonomia de cada um de nós. Liberais porque, gostando ou não, vivemos em uma sociedade de mercado e esperamos ações do Estado que corrijam os efeitos das desigualdades econômica e social gerados por esse sistema. Queremos um Estado que nos faça menos desiguais e ao mesmo tempo garanta nossa independência dele e dos outros. A demanda preocupada de menos injustiça substituiu mais uma vez a vontade do Bem. Em todos os lugares do mundo onde essas duas condições da autonomia individual (liberdades fundamentais e prestações sociais) não são satisfeitas, os povos aspiram a elas. Em muitos casos, a Cidade ideal desses povos é semelhante à nossa pobre Cidade real, que, no entanto, não nos satisfaz. Não tentamos mais nos realizar por e na comunidade política e não aspiramos mais a nos fundir nela. O que esperamos do Estado é que nos permita viver sem ele. É pelo fato de não acreditarmos mais no político que nossos sonhos tomam a forma lúcida e prosaica de demanda sem fim de novos direitos individuais. E pelo fato de não acreditarmos mais na Cidade justa, na Cidade e na Justiça, que multiplicamos os focos de reivindicação. Queremos não só mais direitos de (fazer) e mais direitos a (serviços), como queremos esses direitos a outros seres além de nós. Assim, há dois movimentos paralelos: de um lado, uma multiplicação de tipos de direitos (liberdades, mas sobretudo créditos); de outro, uma proliferação de detentores de direitos; em última instância, todo grupo de interesses real ou supostamente real é considerado um detentor de direitos. Em vez de ser outro nome para a igualdade de todos — o que eram originalmente —, os direitos se tornaram sinônimo de interesses particulares. Contra as desigualdades entre homens e mulheres, reivindicamos paradoxalmente os "direitos das mulheres"; contra os maus-tratos e a carência de educação, apelamos aos "direitos da criança"; contra as discriminações, defendemos os "direitos dos homossexuais"; contra a medicina invasiva, exigimos respeito aos "direitos dos doentes"; contra as falhas dos transportes públicos, reivindicamos o reconhecimento dos "direitos dos usuários" etc. O "direito ao trabalho" é invocado tanto pelo desempregado que exige do poder público que lhe dê emprego quanto pelo não grevista que exige acesso ao seu posto de trabalho, contrapondo-se aos piquetes. Exigimos do Estado que reconheça o direito dos fumantes de fumar e o dos não fumantes de não ser expostos à fumaça, o dos não crentes de blasfemar e o dos crentes de não ser ofendidos; queremos que o Estado conceda aos solteiros o direito aos filhos, e às crianças, o direito "a um papai e a uma mamãe". E, finalmente, onde antes se impunham deveres morais ou normas jurídicas, hoje surgem inesperados beneficiários putativos de novos direitos: as culturas autóctones, os animais, os robôs, a Natureza, a biosfera, a Terra- mãe etc. — de tal forma a palavra "direito" se tornou mobilizadora e coligadora de energias em torno de uma causa, graças à sua extraordinária ambiguidade (Vantagem? Habilitação? Permissão? Privilégio? Não ingerência? Poder? Reivindicação? Imunidade?). Tudo isso, no fundo, é prazeroso e marca a vitória (para nossa infelicidade, geograficamente parcial e socialmente frágil) da autonomia individual sobre a onipotência dos Estados, as sociedades fechadas, as culturas fusionais ou os integrismos religiosos. Mas incita muito pouco a utopia e, menos ainda, a revolução. Cópia de: FRANCIS WOLFF. Três Utopias Contemporâneas. São Paulo: Unesp, 2018. (shrink)
-/- OS NOVOS CAMINHOS OPOSTOS DA UTOPIA: O HOMEM ENTRE DEUS E ANIMAL -/- THE NEW OPPOSITE WAYS OF UTOPIA: THE MAN BETWEEN GOD AND ANIMAL -/- Por: Emanuel Isaque Cordeiro da Silva -/- Na Antiguidade, em particular em Aristóteles, os homens eram definidos por duas grandes oposições. Acima deles, havia os deuses; abaixo deles, havia os animais. O que os homens tinham em comum com um opunha-os ao outro; e o que os distinguia de um ligava-os ao outro. Os (...) homens tinham em comum com os deuses o fato de serem racionais — o que os opunha aos animais, que não podem argumentar ou raciocinar. Mas os homens tinham em comum com os animais o fato de serem viventes mortais — o que os opunha aos deuses, que são viventes imortais. Havia, portanto, três tipos de viventes (zôa) ou, por assim dizer, três "faunas": os viventes imortais racionais, os viventes mortais irracionais e o homem, entre seus dois "Outros": nem irracional como os animais nem imortal como os deuses. Isso garantia a natureza humana. O homem está no centro do mundo, não no sentido de que é a espécie superior, mas no sentido de que sua natureza, por mais imperfeita que seja, está encerrada, e como que a meio caminho, entre duas outras naturezas perfeitas: o animal e o deus. Sabíamos o que tínhamos de fazer, pois sabíamos o que somos. Mas porque sabíamos que não somos nem animais nem deuses, sabíamos também o que não podíamos fazer. Querer subir ao céu dos deuses era pecar por húbris, pela "desmedida" daquele que quer ultrapassar seus limites naturais. Inversamente, tender a descer ao nível dos animais, abandonar sua faculdade racional, era cair na vergonhosa bestialidade. Hoje, porque não sabemos mais quem somos, nós, seres humanos, ora nos identificamos com os animais (liberais), ora com os deuses (libertarianos). Essas são as duas utopias de nossa Modernidade. Não utopias de quem imagina viver em outro lugar, mas utopias de quem imagina ser outro. Não podemos mais pensar o que somos: seres humanos. Perdemos as duas referências que nos definiam: nossos limites superior e inferior. Como os outros animais, somos fruto da evolução natural e o que nos diferencia deles não é nem uma diferença absoluta nem uma oposição de natureza. Hoje sabemos que existe consciência na maioria dos animais superiores; que há modos de comunicação em muitas espécies sociais e de inteligência nos primatas; e que há modos de transmissão de conhecimentos culturais em certas espécies de chimpanzés etc. Por outro lado, não acreditamos mais que o Céu seja habitado por deuses imortais. Para boa parte da Modernidade, o Céu é vazio: é o que chamamos de secularização do mundo; e para outra parte da Modernidade, para a qual Deus ainda é mestre absoluto, Ele é tão inconcebivelmente grande, tão elevado e tão distante de nós que não podemos mais nos definir em relação a Ele. Portanto, não há nenhuma distinção que nos separe dos animais, mas ao mesmo tempo há uma distância infinita que nos separa do além. Surgem então as duas grandes utopias que hoje se contrapõem no horizonte humano. De um lado, a utopia pós-humanista é herdeira do ideal libertário do gozo; ela sonha como um novo "eu", mais poderoso do que jamais foi, e triunfante sobre sua própria animalidade e mortalidade. De outro lado, a utopia animalista é herdeira das grandes esperanças de libertação coletiva do século XX; ela sonha com um novo "nós", uma nova comunidade além da política, a comunidade de todos os animais sensíveis. Sonhamos para o homem um futuro divino ou um destino animal. Haveria lugar para uma utopia humanista entre essas duas utopias anti-humanistas? Ainda é possível sonhar para a humanidade um destino à sua medida? É muito tarde para uma nova utopia política ou ainda não é hora para uma utopia humanista, para a revolução cosmopolítica? Seria possível deduzir a priori esses três ideais a partir de uma única certeza: nós nos tornamos indivíduos. Mas como seriam os programas revolucionários na era dos direitos subjetivos? Livrar-nos do Mal. Nós quem? Talvez você e eu. Ou os habitantes de uma nova Cidade pós-política. O primeiro tipo de programa seria o de uma utopia libertariana: o Mal seria tudo que obstrui e limita a ação, o pensamento e a vida individuais: a doença, a velhice, a morte, em resumo: a animalidade. O direito seria o privilégio de viver melhor, viver mais, viver sempre. Eu tenho esse direito! Quem seríamos nós? Seríamos apenas, e para sempre, eus. Nossa ética seria na primeira pessoa: ser eu plenamente. Pós-humanismo. Quanto ao segundo tipo de programa, das duas uma. Ou os habitantes da nova Cidade seriam de um gênero novo ou então a própria Cidade é que seria de um gênero novo. No primeiro caso, os indivíduos não seriam mais humanos, pois a Cidade seria estendida a todos os seres sensíveis. O Mal seria o sofrimento ou a dominação. A Cidade ideal, a Calípolis de Platão, seria uma Zoópolis. Todos os seres sensíveis seriam detentores dos mesmos direitos, isto é, de imunidades. Quem seríamos nós? Seríamos animais sensíveis aos animais sensíveis. Nossa ética seria na segunda pessoa: compaixão, culpa. Animalismo. No segundo caso, os indivíduos seriam humanos, pois a Cidade seria estendida a todos os homens. O Mal seria a guerra ou a condição de estrangeiro. A Cidade boa, a Calípolis de Platão, seria uma Cosmópolis. Todos os seres humanos seriam detentores dos mesmos direitos, isto é, de liberdades iguais. Quem seríamos nós? Seríamos a humanidade. Nossa ética seria na terceira pessoa: justiça. Cosmopolitismo. -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – Agropecuarista, Autodidata, Escritor, Estudante, Pesquisador e Professor. Acadêmico do curso de Zootecnia na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). WhatsApp: (82) 9.8143-8399. (shrink)
Ciência Política: Introdução à Sófocles*1 -/- Science Politics: Introduction to Sophocles -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva*2 -/- Sófocles (496/4-406 a.C.) -/- 1 CONTEXTO HISTÓRICO: TEATRO E POLÍTICA -/- Na Grécia antiga, o teatro fazia parte das celebrações religiosas, especialmente nos rituais e representações dos festivais em homenagem ao deus Dionísio. A tragédia nasceu de tais circunstâncias, culminando seu apogeu no século V a.C., com as peças de Ésquilo*3 (525-456a.C.), SÓFOCLES*4 (496/4-406 a.C.) e Eurípedes*5 (480-406 a.C.). Pode-se dizer que, contrário (...) ao que ocorre normalmente, a arte não se deixou preceder pela filosofia, pois os poetas eram filósofos, pensando com sua própria mente e constituindo-se na vanguarda intelectual do seu tempo. -/- SÓFOCLES, em 468 a.C., ganhou do já consagrado Ésquilo, seu primeiro prêmio de tragédia, quando tinha vinte e sete anos. Ele nasceu em Colono, nas imediações de Atenas, filho de fabricante de espadas, que, com as guerras da Pérsia e do Peloponeso, aumentou seus serviços consideravelmente, enriquecendo a família. Não obstante, os demais atenienses empobreceram miseravelmente. SÓFOCLES era considerado bonito, inclusive sua estátua, que o representa na velhice, indica-lhe como um vigoroso homem. Era muito habilidoso em tudo o que fazia, tanto nas tragédias, como nas guerras e nos esportes. -/- Foi contemporâneo e amigo de Péricles*6 (495-429 a.C.), grande líder de Atenas, que lhe 6 ajudou a ocupar altos cargos, como o de tesoureiro e general, em 443 a.C. Em 440 a.C., encontrava-se entre os generais e comandantes das forças atenienses contra Pomos. Foi, ainda, membro do Comitê de Segurança Pública, votando a favor da Constituição oligárquica, em 411 a.C. Exerceu, também, funções de sacerdote. Era um homem alegre e amante dos prazeres, emanando encanto e simpatia, que lhes faziam perdoar os erros, envolvido com rapazes e cortesãs, inclusive teve um filho da célebre hetera Têoris.*7 Foi também contemporâneo de Eurípedes, ainda que nascido bem antes deste, mas ambos morreram no mesmo ano, em 406 a.C. -/- SÓFOCLES escreveu cento e treze peças, das quais só nos chegaram sete, nesta ordem de procedência, Ajax (c. 445 a.C.) As Traquínias (c. 445 a.C.), Antígona (c. 442), Édipo Rei (c. 425), Electra (c. 415), Filoteuto (409) e Édipo em Colono (401). Ganhou o primeiro prêmio de teatro, por dezenove vezes, tendo vinte e sete anos na primeira, e oitenta e cinco, na última. Governou o teatro ateniense por mais de trinta anos, da mesma maneira que seu amigo Péricles governava Atenas. -/- Escreveu uma trilogia não intencional, com as tragédias Édipo Rei (425 a.C.), Édipo em Colono (401 a.C.) e Antígona (442 a.C.). A primeira foi o mais famoso dos dramas gregos, tendo uma abertura impressionante, com a população diante do palácio real de Tebas. Havia uma peste que assolava a cidade, e isso os oráculos identificaram como decorrência de um grande crime. A clássica narrativa tratava de um filho, Édipo, que inadvertidamente matara o pai, Laio, e se casara com a mãe, Jocasta, com a qual teve quatro filhos: Antígona, Polinice, Etéocles e Ismênia. Quando tudo fora descoberto, Jocasta se enforcara e Édipo, enlouquecido, arrancara os próprios olhos e abandonara Tebas, partindo para o exílio em companhia apenas de Antígona. Já em Édipo em Colonos, este estava envelhecido a mendigar em Colono, perto de Atenas, apoiado apenas pela filha. -/- Antígona foi a última peça da trilogia, ainda que tenha sido a primeira a ser escrita. Ao tomar conhecimento de que seus irmãos Polinice e Etéocles estavam em guerra pelo trono de Tebas, regressou apressada para tentar apaziguá-los. Não obstante, eles lutaram até a morte. Creonte aliado de Etéocles, tomou o reino e puniu a rebeldia de Polinice, proibindo que fosse sepultado. Antígona, evocando a crença de que o espírito de um morto só se livrava das torturas da morte depois do corpo ser enterrado, violou o decreto de Creonte e sepultou seu irmão Polinice. Houve, então, o conflito entre as leis dos homens com as leis dos deuses, optando ela por esta, como esperavam as pessoas dignas de se comportarem. Antígona foi condenada pelo tio a ser enterrada viva, colocada em uma catacumba. Seu noivo, Hêmam, filho de Creonte, que desaparecera quando ela desobedecera o decreto real, voltou e encontrou sua prometida morta, suicidando-se em seguida.*8 O drama era denso em todos os seus elementos, mas se elevava quando discutia o comportamento que o cidadão devia ter frente às leis opressivas. -/- 2 DESOBEDIÊNCIA CIVIL: RECUSA DE ANTÍGONA -/- Antígona e sua irmã Ismênia representavam, respectivamente, os símbolos de resistência à tirania e de obediência à razão, colocando a lei de Creonte frente à lei da justiça. Diante do édito que impedia Antígona de sepultar Polinice, considerava a existência do direito natural de enterrá-lo, sendo este o seu drama político. Devia obedecer às leis da polis ou da consciência e dos princípios religiosos? Este drama é representado pelo magnífico texto de SÓFOCLES, quando Creonte perguntou se Antígona tripudiava sobre suas leis. Antígona lhe respondeu que: -/- “Essas leis não foram promulgadas por Zeus, nem mesmo a Justiça, que convive com os deuses do inferno, foi a que estabeleceu tais princípios para os homens. Ele ainda afirmou que os anúncios das leis de Creonte não tinham o poder que eles imaginavam que o tinha, e que um simples mortal pudesse suplantar os preceitos, não escritos e imutáveis dos deuses. Antígona ainda afirma que tais preceitos não foram de hora, como também não fora de ontem, mas que sempre vigoraram no mundo sensível, e que ninguém sabia ao certo de sua existência. Antígona afronta Creonte dizendo que por causa das leis do mesmo, não queria ser ela castigada perante os deuses por ter, de alguma forma, medo da ira e afronta de um reles mortal. Ainda diz que sua morte é algo inevitável, uma vez que é a única certeza dos homens, e que ela há de vir em um tempo, pois isso não se pode ignorar, todavia se sua morte não a tivesse sido anunciada antes, e que com isso morrera antes do tempo, o tomaria como vantagem, uma vez que, submetido as mais variadas intempéries da vida, como não iria considerar sua morte um benefício? E com isso, essa dor de nada vale no tocante de seu destino. Antígona continua dizendo que em nada o afeta ao ver o cadáver do filho morto de sua mãe na condição de insepulto, uma vez que isso não lhe causa dor . O mesmo conclui dizendo que se achara que ele cometera um ato de loucura após a proclamação de sua resposta, talvez o achasse louco aquele que viera a condená-lo.”*9 -/- O conflito entre a lei positiva, enunciava o drama grego, e a lei natural, significava que esta identificava-se com a Justiça dos deuses, que era superior à lei da terra.*10 Para Antígona, aquela deveria sempre prevalecer, mas a sua morte representou o triunfo, mesmo que trágico, da lei da polis.*11 SÓFOCLES foi quem primeiro falou do direito de resistência, inclusive com a possibilidade de se sofrer uma grave sanção, como ocorreu com Antígona, e ainda assim sabendo suportar a dor.*12 A teoria não logrou desenvolvimento na Grécia antiga, nem na teoria política antiga. Deixou, porém, uma indagação que só no século XVIII começou a ser respondida, pela forma clássica do direito de resistência. -/- NOTAS: *1: In. COSTA, N. N. Ciência Política. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012. p. 61-67. *2: Tecnólogo em agropecuária pelo Instituto Federal de Pernambuco campus Belo Jardim. Normalista pela Escola Frei Cassiano Comacchio. Pesquisador assíduo de assuntos de cunho filosófico, com ênfase em política. *3: “Ésquilo, poeta grego (Elêusis, c. 525 – Gela, Sicília, 456 a.C.). Suas obras, As Suplicantes (c. 490), Os Persas (472), Os Sete contra Tebas (467), Prometeu Acorrentado (depois de 467) e a trilogia da Oréstia(Agamênom, Os Coéforos, As Eumênides) (458), fazem dele o verdadeiro criador da tragédia grega” (KOOGAN/HOUAISS. Enciclopédia e Dicionário Ilustrado, op. cit., p. 622). *4: “Sofócles, o poeta trágico grego (Colono, perto de Atenas, entre 496 e 494 a.C., Atenas 406 a.C.). Amigo de Péricles e Heródoto, cidadão completo, obteve, durante sua carreira excepcional, mais de 20 vitórias em concursos dramáticos. De sua obra, apenas sete tragédias, entre as mais de uma centena, e um drama satírico, do qual só restam longos fragmentos, Os Cães de Caça, chegaram até nós: Ajax (c. 445 a.C.), Trachiniani (c. 445?), Antígona(442), Édipo rei (c. 425), Electra (c. 415), Filotecto (409), Édipo em Colono (401). Deu à tragédia sua configuração definitiva: elevando de 12 para 15 o número de integrantes do coro,acrescentou um terceiro ator e substituiu atrilogia unida pela trilogia livre, onde cada drama forma um todo. Em Sófocles, a ação da tragédia é levada a termo pela vontade e pelas paixões do herói, indivíduo excepcional que, em luta contra um destino que o oprime, continua livre” (Grande Enciclopédia Larousse Cultural, op. cit., vol. 22, p. 5.441). *5: “Eurípedes, poeta trágico grego (Salamina, 480 – Macedônia, 406,a.C.), cujas obras mais célebres são: Alcestes (438), Medeia (431), Hipólito (428), Andrômaca (c. 426), Hécuba (c. 424), Íon (c. 418), Ifigênia em Áulida, As Bacantes. Eurípedes introduziu várias inovações na tragédia: ênfase na análise psicológica, preocupações científica e filosóficas, coros independentes da ação, introdução de personagens do povo” (KOOGAN/HOUAISS. Enciclopédia e Dicionário Ilustrado, op. cit., p. 642). *6: Vide nota 7 do capítulo II, Herôdotos. *7: “Más-línguas afirmam que Sófocles consumou sua velhice com a hetera Têoris, tendo um filho. Seu filho legítimo Iófas, talvez temendo que o poeta legasse ao filho de Têoris, levantou contra ele uma ação judicial,acusando-o de servil e incapaz da administração dos bens, Sófocles, para provar sua lucidez, fez perante os juízes a leitura de certos trechos da peça que na ocasião estava escrevendo, e que se julgou ser Édipo em Colono, ao término da leitura, os juízes não só o absolveram como o acompanharam até sua casa” (DURANT, Will. História da Civilização Mundial: nossa herança clássica, op. cit., vol. II, p. 314). *8: SÓFOCLES. Antígona. Brasília: Universidade de Brasília, 1997, p. 45. *9: Idem, op. cit., pp. 41-2. *10: “Aquela (Antígona), porém, prefere ficar com as ordens mais altas dos deuses, inacessíveis à maldade humana” (MACHADO PAUPÉRIO, A. O Direito Político de Resistência. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1978, p. 38). *11: “Antígona, entretanto, rebelou-se contra o edital de Creonte, considerando o sepultamento um dever mais forte que as leis dos homens, principalmente em se tratando de parentes, e cumpriu, embora sumariamente, os ritos fúnebres de Polinice” (KURY, Mário da Gama. Dicionário de Mitologia Grega e Romana. Rio de Janeiro: Jorge Sales, 1990, p. 35). *12: “No século V a.C., os grandes trágicos gregos, Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, empregavam os mitos antigos para explorar os mais profundos temas da condição humana” (TARNAS, Richard. A Epopeia do Pensamento Ocidental: para compreender as ideias que molduram nossa visão de mundo. 2ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000, p. 33). -/- . (shrink)
Em meados do século XVI, surgiu a ideia de autonomia do indivíduo, que deu origem ao individualismo e ao liberalismo político. A concepção de democracia que se desenvolveu com base nesses princípios assumiu um perfil bastante diferente daquele utilizado na Grécia antiga. Se antes a democracia estava diretamente ligada à ideia de igualdade, em sua nova versão passou a ser relacionar primordialmente com a ideia de liberdade. Em decorrência dos ideais desenvolvidos naquele momento histórico, o principal dilema político fundamentava-se na (...) limitação de poder do soberano (que às vezes se confundia com o próprio Estado) e na ampliação das liberdades individuais, como o direito a dispor da propriedade material e a defender-se judicialmente. Até hoje, grande parte do debate político tem como tema a defesa dos ideias liberais ou a crítica a eles. Na perspectiva do filósofo inglês Thomas Hobbes, a constituição e o funcionamento de uma sociedade pressupõem que os indivíduos cedam, por transferência, seus direitos naturais (mantendo somente o direito de conservarem sua vida) ao soberano. O autor entendia que os seres humanos, em estado de natureza (isto é, compartilhando do direito a tudo o que existe, em razão de não haver limitação legal), tendem a agir pela força e pela violência para conseguir o que desejam, o que acabaria provocando uma guerra contínua entre todos. Para Hobbes, a justificativa para o poder absoluto dos reis residia na compreensão de que os homens em estado de natureza se encontrariam em constante conflito. Na foto, palácio na Arábia Saudita, em 2012, uma das poucas monarquias absolutas da atualidade. Por isso, para disciplinarem a si mesmos e garantirem o bem-estar físico e material, seria necessário que os indivíduos firmassem um contrato social regulado por uma autoridade soberana. Hobbes manifestou preferência pela monarquia absolutista, pois acreditava que as assembleias e os Parlamentos estimulam os conflitos graças às disputas entre diferentes facções e partidos. O poder absoluto defendido por Hobbes se justificava pela transferência dos direitos dos indivíduos ao soberano. É um nome desse contrato social que o poder deve ser exercido, e não para a realização da vontade pessoal do soberano. Por conta dessa perspectiva, Hobbes não pode ser considerado defensor da democracia. Entretanto, seu pensamento é importante, pois serve de parâmetro para as reflexões sobre a organização do poder construídas posteriormente. No século XVII, John Locke, também filósofo inglês, propôs uma reflexão bem diferente das de Hobbes. Para ele, o poder soberano deve permanecer nas mãos dos cidadãos, que são os melhores juízes dos próprios interesses. Cabe ao governante retribuir a delegação de poderes ao garantir as prerrogativas individuais: segurança jurídica e propriedade privada. Assim, o contrato social teve como função garantir os direitos naturais para todos. Esse pensamento é uma das bases do liberalismo político. Entretanto, deve ser ressaltado que sua implantação não permitiu a construção da igualdade propagada por Locke, mas foi uma das estruturas de consolidação do poder da burguesia. As ideias de Locke são uma das referências para o desenvolvimento da democracia representativa. Na imagem, vemos o palácio de Westminster, em Londres, onde estão situadas as casas do Parlamento e ocorrem as principais decisões políticas do Reino Unido. Para Locke, o princípio da maioria é fundamental para o funcionamento das instituições políticas democráticas, assim como as leis, que devem valer para todos. Por isso, segundo o filósofo, a elaboração das leis precisa estar a cargo de representantes escolhidos pelo povo, que exerceriam o papel de legisladores no interesse da maioria: o regime político proposto por Locke é, portanto, uma democracia representativa. O escritor e filósofo político suíço Jean-Jacques Rousseau se preocupou com o problema da legitimidade da ordem política. Para ele, a desigualdade ocasionada pelo advento da propriedade privada é a causa de todos os sentimentos de ruins do ser humano. No contrato social, é preciso definir a questão da igualdade e do comprometimento de todos com o bem comum. Se a vontade individual é particular, a do cidadão, que vive em sociedade e tem consciência disso, deve ser coletiva e voltada para o bem comum. A participação política é, portanto, ato de deliberação pública que organiza a vontade geral, ou seja, traduz os elementos comuns a todas as vontades individuais. Esse seria, portanto, o núcleo do conceito de democracia. Em seu livro Do Contrato Social2 , Rousseau afirma que a democracia só pode existir se for diretamente exercida pelos cidadãos, sem representação política, pois a vontade geral não poderia ser representada, apenas exercida diretamente. Para Rousseau, a democracia direta é o único sistema legítimo de autoridade e de ato político.3 Em O espírito das leis, o filósofo e político Montesquieu, afirmou que igualdade na democracia é algo muito difícil de garantir plenamente. Partindo do princípio de que é necessário um controle externo para que os sistemas políticos funcionem bem, esse pensador defende a criação de regras que estabeleçam limites aos detentores do poder a fim de manter a liberdade dos indivíduos. Por isso, propôs a divisão da esfera administrativa em três poderes ou funções independentes entre si: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. De maneira resumida, cabem ao poder Legislativo as funções de fiscalizar o poder Executivo, votar leis de interesse público nas instâncias relativas (municipal, estadual e federal) e, em situações específicas, julgar autoridades como o presidente da República ou os próprios membros do Parlamento. O Executivo é o poder do Estado que, nos moldes da Constituição de um país, tem por atribuição governar a nação e administrar os interesses públicos, colocando em prática políticas públicas e leis, e garantindo o acesso aos direitos. Por fim, o poder Judiciário é exercido pelos juízes, que têm a capacidade e a prerrogativa de julgar com base nas regras constitucionais e nas leis criadas pelo poder legislativo. Para Montesquieu, a democracia não pode prescindir da divisão entre os poderes. Na imagem, foto da Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), 2013. A democracia, na perspectiva de Montesquieu, seria garantida pelo equilíbrio entre os três poderes, assegurando assim maior liberdade aos indivíduos. A liberdade, porém, só existiria com moderação, o que equivaleria a fazer tudo o que as leis permitissem (pois, se um cidadão pudesse fazer tudo o que as leis proibissem, não teria mais liberdade, por que todos poderiam fazer o mesmo). Karl Marx e Friedrich Engels acreditavam que um governo democrático seria inviável numa sociedade capitalista, pois a regulação democrática da vida não poderia se realizar com as limitações impostas pelas relações capitalistas de produção. Seria necessário, portanto, mudar as bases da sociedade para criar possibilidade de uma política democrática. Para entender a posição desses autores com relação à democracia, é necessário entender como eles percebem a função do Estado na sociedade capitalista. Para Marx e Engels, os princípios que protegem a liberdade dos indivíduos e defendem o direito à propriedade tratam as pessoas como iguais apenas formalmente. O movimento em favor do sufrágio universal e de igualdade política é reconhecido por Marx como um passo importante, mas, segundo esse autor, seu potencial emancipador está limitado pelas desigualdades de classe. Desse modo, as democracias liberais seriam cerceadas pelo capital privado, que restringiria sistematicamente as opções políticas. De acordo com esse olhar, a liberdade nas democracias capitalistas é, portanto, puramente formal, pois a desigualdade de classe prevalece. Nas palavras de Marx: “Na democracia liberal, o capital governa”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1974. (Coleção Os Pensadores). LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. São Paulo: Martin Claret, 2002. MARX, K. O capital: crítica a economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1974. (Coleção Os Pensadores). MARX, K.; ENGELS, F. O manifesto do partido comunista. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. ROUSSEAU, J. J. O contrato social e outros escritos. São Paulo: Cultrix, 1971. SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2016. (shrink)
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