Network analysis as a tool for ecological interactions studies has been widely used since last decade. However, there are few studies on the factors that shape network patterns in communities. In this sense, we compared the topological properties of the interaction network between flower-visiting social wasps and plants in two distinct phytophysiognomies in a Brazilian savanna (Riparian Forest and Rocky Grassland). Results showed that the landscapes differed in species richness and composition, and also the interaction networks between wasps and plants (...) had different patterns. The network was more complex in the Riparian Forest, with a larger number of species and individuals and a greater amount of connections between them. The network specialization degree was more generalist in the Riparian Forest than in the Rocky Grassland. This result was corroborated by means of the nestedness index. In both networks was found asymmetry, with a large number of wasps per plant species. In general aspects, most wasps had low niche amplitude, visiting from one to three plant species. Our results suggest that differences in structural complexity of the environment directly influence the structure of the interaction network between flower-visiting social wasps and plants. (shrink)
SOCIOLOGIA DO TRABALHO: O CONCEITO DO TRABALHO DA ANTIGUIDADE AO SÉCULO XVI -/- SOCIOLOGY OF WORK: THE CONCEPT OF WORK OF ANTIQUITY FROM TO THE XVI CENTURY -/- RESUMO -/- Ao longo da história da humanidade, o trabalho figurou-se em distintas posições na sociedade. Na Grécia antiga era um assunto pouco, ou quase nada, discutido entre os cidadãos. Pensadores renomados de tal época, como Platão e Aristóteles, deixaram a discussão do trabalho para um último plano. Após várias transformações sociais entre (...) diferentes eras e povos, o trabalho foi ganhando espaço nos debates entre os povos, como os caldeus, hebreus e romanos. O trabalho conferiu-se no escopo da discussão social. Na Idade Média, com Agostinho, Santo Aquino e outros o labor foi concebido como algo benéfico e divino. O que se via como algo “escravo” ao povo, transformou-se em necessidade e benevolência divina. -/- Palavras-chave: Conceito; Trabalho; História; Definição. -/- ABSTRACT -/- Throughout the history of mankind, work has figured itself in different positions in society. In ancient Greece it was a little matter, or almost nothing, discussed among the citizens. Renowned thinkers of such a time, like Plato and Aristotle, left the discussion of the work for a last plan. After several social transformations between different eras and peoples, work was gaining space in the debates among peoples, such as the Chaldeans, Hebrews and Romans. The work has taken place within the scope of social discussion. In the Middle Ages, with Augustine, Saint Aquinas and others the work was conceived as something beneficial and divine. What was seen as something “slave” to the people, became need and divine benevolence. -/- Keywords: Concept; Work; History; Definition. -/- BASES TEMÁTICAS DESSE TRABALHO -/- ➢ O trabalho é um conceito construído socialmente; -/- ➢ A modernidade trouxe consigo mudanças significativas quanto à valorização do trabalho; -/- ➢ A origem dos mercados de trabalho, juntamente com o surgimento do capitalismo, minimizou o trabalho como um mero emprego assalariado; -/- ➢ O trabalho, no entanto, apresenta múltiplas manifestações nas nossas sociedades. -/- 1. A VISÃO GREGA DE TRABALHO -/- Comecemos pelos gregos, uma civilização excitante que, durante muitos séculos antes de Cristo, já começava a elaborar riquíssimas reflexões sobre vários aspectos da vida humana. No entanto, surpreende aqueles de nós que já ler os primeiros filósofos gregos, como entre tantas análises rigorosas e “diálogos”, um elemento tão central na vida social dos povos, como o trabalho havia tido escassa repercussão. A explicação só faz sentido, justamente, ao analisar a valorização que esses grandes pensadores tinham acerca do nosso objeto de estudo que é o trabalho. Embora, como supracitado, os gregos não tivessem uma visão unânime sobre o trabalho, não é menos certo assinalar que para esta civilização o trabalho foi considerado um fato altamente desvalorizado. O trabalho, para eles, dado a sua vinculação com a dimensão de constrangimento e necessidades, limitava a liberdade dos indivíduos, condição indispensável para integrar o mundo da “pólis” na qualidade de cidadão. O homem livre realizava atividades absolutamente desinteressadas: a atividade intelectual (que não era considerada trabalho) fazia parte do ócio e da contemplação. O trabalho, reservado apenas aos escravos, como bem sinala Hopenhayn (1955), significava uma mera função produtiva. Portanto, o escravo passou a ser unicamente uma força de trabalho. Como tal, ele não tem personalidade e pertence ao seu mestre, como uma coisa entre muitas. Como objeto de propriedade, escapa ao pensamento antropológico que domina a filosofia sofista e socrática, porque para o cidadão grego falar de escravo não implica um sujeito pensante, senão uma coisa ou, no máximo, a força. Também escapa ao pensamento platônico, porque, como uma coisa, parece totalmente desvalorizado na construção idealista-dualista da realidade (HOPENHAYN, 1988. p. 23 – Tradução própria). -/- Três termos fundamentais que devemos recordar da tradição grega: -/- 1 – Ponos: penalidade, fadiga; -/- 2 – Banausia: trabalho mecânico, e -/- 3 – Ergon: realização. -/- Vejamos como essa noção de trabalho é construída como algo servil (ponos), ao qual uma visão positiva de lazer e contemplação foram contrastadas como uma atividade puramente humana e libertadora. As raízes do supracitado são encontradas no valor eticamente supremo da autarquia socrática. Segundo essa noção alcunhada por Sócrates (469-399 a.C.), todo aquele que trabalha está submetido tanto à matéria como aos homens para quem trabalha. Nessa medida, sua vida carece de autonomia e, portanto, de valor moral. Naturalmente, não só os escravos, mas também qualquer trabalhador dedicado a todos os tipos de tarefas manuais, foram desprezados por um pensamento helênico indubitavelmente aristocrático. Para Platão (427-347 a.C.), de origem aristocrática, descendente do último rei de Atenas e discípulo de Sócrates, a autarquia continua a ser perpetrada como um valor ético supremo e, em consonância com os interesses da aristocracia fundiária, afirmava que somente a agricultura evocava autêntica autonomia. Dessa forma, o pensamento platônico restringiu a participação política a escravos, comerciantes e artesãos. Todos eles têm em comum a dependência das condições materiais em que produzem e trocam mercadorias. O plano político estará intimamente relacionado ao econômico-trabalhista: somente quem é capaz de governar a si mesmo (e como sabemos, acontece com aqueles que não trabalham ou possuem terras), pode governar os outros. Somente a liberação total da prática mundana do trabalho abre as possibilidades de dedicar-se, como fez Platão, à contemplação (σχολή), à filosofia e às ciências, e por meio disso saber distinguir o bem do mal, o justo do injusto, o verdadeiro do falso. Quem poderia dedicar-se a tais “tarefas nobres”? Evidentemente, aqueles que não precisam fazer parte da população trabalhadora, isto é, a aristocracia. Esse sistema de governo aristocrático foi defendido, obviamente, por Platão. Em sua “A República” sinala que o governo perfeito é o aristocrático, e que a este se sucedem a timocracia (governo dos guerreiros), a oligarquia (dos ricos) e a democracia (“governo daqueles que amam o prazer, a mudança e a liberdade), que perece por seus excessos nas mãos de alguns homem audaz que se coloca à frente do povo para defender a democracia e “do tronco desses protetores do povo nasce o tirano”, dando origem à tirania.(2) Em seu diálogo “Político” podemos ler: Aqueles que possuem a si mesmos através da compra, e aqueles que podem ser chamados sem nenhuma discussão de escravos, não participam da arte real [...] E todos aqueles que são livres, se dedicam espontaneamente a atividades servis como as supracitadas, transportando e trocando produtos da agricultura e de outras artes; que nos mercados, indo de cidade em cidade por mar e terra, trocando dinheiro por outras coisas ou por dinheiro, o que chamamos de banqueiros, comerciantes, marinheiros e revendedores, poderão, por acaso, reivindicar para eles algo da ciência política? [...], mas também aqueles que estão dispostos a prestar serviços a todos por salários ou por subsídios, nunca os encontramos participantes na arte de governar [...] Como os chamaremos? Como você acabou de dizer agora: servidores, mas não governantes dos estados (PLATÃO, 1983. pp. 237-8 – adaptado). Esse estado ideal que Platão projetou em seus ensinamentos estava longe, a propósito, da democracia ateniense defendida por Péricles. De certa forma, Platão só confiava em uma elite no poder constituída por uns poucos (oligarquia) que não deveriam se render às tarefas servis da produção e circulação das riquezas. Para ele, as crianças aristocráticas deveriam ser selecionadas desde a infância, recebendo uma educação suficiente tanto em filosofia quanto nas “artes da guerra”. Aos trinta anos, eles já seriam capazes de passar por um exame donde seriam selecionados os “filósofos-reis” encarregados do governo. De fato, no entanto, suas concepções de governo nunca poderiam ser executadas com pureza; ou pela chamada “contrarrevolução aristocrática”, ou pela invasão estrangeira subsequente. Essa visão do trabalho que estamos a analisar, como bem sinala Henri Arvon (1914- 1992), conduz a uma sociedade basicamente conservadora e estancada no produtivo. (3) A ideia de liberdade, ócio e contemplação como valores superiores, propõe um desprezo pelo trabalho que, como vimos, é uma atividade puramente transformadora. Há aqueles que, mediante tal contestação, arriscam fundamentar que grande parte do subdesenvolvimento tecnológico na Grécia derive justamente a essa cultura tão peculiar em relação ao trabalho. Caso contrário, se houvesse escravos, por que avançar em conhecimentos que facilitaram o trabalho? Não nos surpreende, nesse sentido, que uma civilização capaz de criar conhecimentos espetaculares em áreas particularmente complexas como a geometria (Euclides), por outro lado, não soubesse (ou não gostaria) de avançar em conhecimentos técnicos aplicáveis ao campo econômico-trabalhista. Já vimos como a cidadania era o escopo da de alguns aristocratas da civilização helênica. Hannah Arendt (1906-1975) sinalava que os gregos distinguiam entre os escravos, os inimigos vencidos (dmôes ou douloi) que estavam encarregados do trabalho doméstico, e os demiourgoi, homens livres para se deslocarem do domínio privado para o público. Somente depois do século V, sinala Arendt, a pólis começou a classificar as ocupações de acordo com os esforços que eles exigiam. Nisso, Aristóteles (384-322 a.C.) teve que desempenhar um papel preponderante que colocou aqueles cujo “corpo está mais deformado” na faixa mais baixa. Ele não admitiria, portanto, aos estrangeiros (os escravos), nem tampouco aos banausoi, antes dos demiourgoi, trabalhadores e artesãos que deviam resignar-se ao mundo dos “oikos”. Estes, não só estavam submetidos à necessidade como eram incapazes de ser livres, mas também incapazes de governar a parte “animal” do seu ser (República, 590). Serão eles, não obstante, aqueles que permitem o florescimento da chamada democracia helênica, pois, quem senão os trabalhadores (escravos ou artesãos) poderia manter com seu esforço o ócio e a contemplação dos “homens livres”, cidadãos do mundo? Como foi supracitado, será Aristóteles quem delimitará ainda mais os direitos de cidadania. Sua cidade ideal, como em Platão, diferenciaria os governantes dos governados. O primeiro, constituído pela classe militar, estadistas, magistrados e sacerdócio. O segundo, pelos agricultores, artesãos e os camponeses. Com os comerciantes há uma certa ambivalência: embora ele considerava uma ocupação antinatural, estava disposto a admiti-los até certo ponto em sua cidade ideal, cuja base seguiria sendo a escravidão. Em sua Política, ele explana: A cidade mais perfeita não fará do trabalhador manual (artesão) um cidadão. Caso o admitir como tal, a definição de virtude cívica [...] não alcança todos os cidadãos, nem apenas os homens livres, mas só os que estão isentos de trabalhos indispensáveis à sobrevivência. Destes, os que estão a serviço de um só indivíduo, são escravos; os que servem a comunidade, são trabalhadores manuais (artesãos) ou trabalhadores não qualificados (ARISTÓTELES, 1998. p. 203). Tampouco compreenderá os agricultores como reivindicava Platão: “Tampouco deverão ser agricultores os futuros cidadãos, pois para a formação de sua virtude e para a atividade política, o ócio é necessário”. Essa prolifera discussão ocorreu em uma civilização onde começaram a surgir as primeiras mudanças produtivas derivadas do crescimento econômico feito do descobrimento do ferro, e sua posterior divisão do trabalho, onde florescem os grupos de comerciantes e a aristocracia proprietária de terras começa a dominar. Os pensadores da época, mais aliados a estes últimos, contrariavam os princípios da acumulação comercial. Em sua Política, Aristóteles aconselha os cidadãos a absterem-se de qualquer profissão mecânica e de toda especulação mercantil. O primeiro, porque limita intelectualmente, e o segundo, porque degrada o ético. Somente o ócio (scholé), para esses pensadores, permite a virtuosidade e a capacidade de julgar. A Koinonia politiké (comunidade dos homens livres) era típica daqueles que não precisavam de trabalho, relegando a população trabalhadora ao mero âmbito da reprodução material (chrematistiké), o que só era possível em um contexto de alta divisão do trabalho onde um grupo minoritário (oligarquia) vivia à custa do trabalho da maioria (muitos deles escravos). O termo “ócio” provém de “scholé”, entendido entre os gregos como tempo para si mesmo, para a contemplação (sjolé) e, portanto, para a formação (scholé = escola). Desse ponto de vista, o ócio para os gregos é um fim em si mesmo. Entre os romanos, no entanto, adquire outra conotação. Em latim octium, designa o campo contraposto ao neo-octium (negócio), ou seja, é o tempo de descanso que permite dedicar-se ao negócio. Tal visão sobre o trabalho e o ócio, respectivamente, não foi, no entanto, como supracitado no início, unanimemente desenvolvida em toda a história da civilização helênica. Os textos de Homero(4) (séculos IX e VIII a.C.) são mais reservados a respeito, mas acima de tudo, na Grécia antiga encontramos autores como Hesíodo (século VIII), que postulavam outras teses. Para o autor de “Os trabalhos e os dias”, o trabalho se constituía em um justo e necessário castigo que Zeus impôs aos homens pelo pecado de Prometeu. Note a similitude com a crença bíblica que veremos adiante. Hesíodo explana: Lembre-se sempre do meu conselho e trabalhe [...] os deuses e os homens se indignam com quem ocioso vive, semelhante em caráter aos zangões sem ferrão, que consomem o esforço das abelhas [...] O trabalho não é nenhuma desonra; desonra é não trabalhar (HESÍODO, 2012. p. 93 e 95). Também entre alguns sofistas (aqueles que vendiam sua sabedoria a quem gostaria de comprá-la), como Protágoras (século V a.C.), “o primeiro e o maior deles”(5), coloca o estudo e a arte (técnica) na mesma faixa, e Antifonte (século V a.C.) disse: “[...] e as honras e preços, e toda a espécie de encorajamento que Deus incumbiu aos homens, devem necessariamente resultar de fadiga e suor”. Como conviveu a cultura grega com essas noções tão diferentes? Tenho a ideia, juntamente com Hopenhayn, que o desprezo dos pensadores gregos pelo manual foi causado pela violência dos guerreiros e dos aristocratas de plantão, que impuseram aos seja derrotados o jugo. Do trabalho árduo e difícil. Porque a aristocracia queria trabalhar nessas condições? A própria divisão do trabalho em si possibilitou o crescimento da civilização helênica, estava gerando diferentes classes com visões distintas sobre o trabalho. Por outro lado, surgiram os camponeses pobres, os derrotados e aqueles que tinham que viver do trabalho artesanal. Essas pessoas, na maioria das vezes isoladas do mundo da “polis”, gerariam suas próprias leituras dos acontecimentos, seus próprios espaços para o desenvolvimento cultural, inclusive sua própria religião, distante daquela imposta pela visão aristocrática, olímpica, contemplativa e estética dos “homens livres”. -/- 2. A VISÃO DOS CALDEUS ACERCA DO TRABALHO -/- A leitura de outros povos e civilizações sobre este tema tem sido diferente. Entre os caldeus, por exemplo, a visão pejorativa analisada entre os gregos não é registrada. Nas escrituras sagradas da religião de Zaratustra (o Avesta), lemos: “É um santo aquele que constrói uma casa, na qual mantém o fogo, o gado, sua mulher, seus filhos, os bons párias. Aquele que faz a terra produzir trigo, que cultiva os frutos do campo, cultiva corretamente a pureza” (HOPENHAYN, 1988. p. 35). Para os caldeus, como se pode observar, o trabalho implica, de uma posição diametralmente oposta à helênica, uma contribuição na ordem econômica, mas também na espiritual. Trabalhar não é só “cultivar o trigo” (dimensão das necessidades fisiológicas), mas também “cultivar a pureza”, dimensão esta, relacionada com a satisfação das necessidades espirituais. Por que apreciamos uma diferença tão acentuada entre essas culturas? Provavelmente, os diferentes graus de desenvolvimento dos povos levaram a isso. Enquanto entre os gregos primava uma divisão do trabalho, onde alguns tinham o status de “homens livres” dedicados à contemplação e ao ócio, outros não tinham escolha a não ser trabalhar, em uma situação de domínio em relação às naturezas daqueles que o empregaram. Esse não foi o caso dos caldeus, que possuía um escasso dividido trabalho, em que a todos se correspondia uma atividade laboriosa. -/- 3. A VISÃO DOS HEBREUS SOBRE O TRABALHO -/- No meio do caminho entre os caldeus e os gregos, encontramos a avaliação do trabalho feita pelos hebreus, dessa vez, tingindo de ambivalências. Tal como ponderava Hesíodo entre os gregos, para os hebreus, o trabalho se constituía de um mal necessário; em um meio para expiar os pecados; dessa vez não de Prometeu, mas de Adão e Eva. Vamos ver, no entanto, alguns aspectos mais complexos. A primeira coisa a se notar da perspectiva hebraica (compartilhada com o cristianismo) é o que se resulta da leitura do livro de Gênesis, aquela história poética e cheia de imagens para elucidar facilmente a origem da criação. Lá se estabelece a ideia de um deus criador-trabalhador: “No princípio Deus criou o céu e a terra [...] No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou [...] de toda a obra que realizara na criação”.(7) Esse Deus como primeira causa (São Tomás de Aquino (1225-1274)) denota laboriosidade seu correspondente descanso, um binômio que será fundamental para compreender a evolução do direito do trabalho e do direito ao descanso semanal contemporâneo. Digamos, em segundo lugar, que o Senhor Deus providenciou o trabalho no Éden: “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo”.(8) Portanto, não é certa a ideia de que o trabalho é o resultado do pecado: ao contrário, é um trabalho árduo aquele que deriva do pecado segundo a tradição hebraico-cristã. Antes, na ausência do pecado, havia uma espécie de bom trabalho. Foi o pecado original, que levou Deus a condenar Adão e Eva, e por isso a toda a humanidade, a “ganhar o pão com o suor da sua testa”. “Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado”. (9) O Talmude diz: “Se o homem não encontra seu alimento como animais e pássaros, precisa ganhá-los, isso se deve ao pecado”. Essa sentença, de caráter histórico, promove a ideia de trabalho como meio para expiar o pecado original, mas também como meio para produzir; isto é, legitimando a mudança inerente a todo trabalho e, portanto, legitimando também aquela vontade transformadora que caracterizou desde sempre os povos hebreus.(10) Agora, ao contrário dos caldeus, para os hebreus da antiguidade, o trabalho nunca teve um fim ético em si mesmo, mas foi constituído apenas como um meio. Essa visão esteve sempre presente, e caracteriza muito claramente a concepção que muitos integrantes de nossas sociedades contemporâneas possuem sobre o trabalho, além da religião de cada um. -/- 4. OS ROMANOS E O TRABALHO -/- Os romanos, por sua vez, deram uma importante contribuição para o desenvolvimento do conceito de trabalho. Se bem que, a grosso modo, não houvesse grandes diferenças com o pensamento dos gregos, com quem eles tinham em comum, além disso, uma maior divisão do trabalho fruto do desenvolvimento econômico e o uso massivo de mão de obra escrava(11); a maior contribuição do ponto de vista de sua originalidade histórica estava presente na tradição jurídica que inauguraria o Império Romano. O maior impacto por meios jurídicos e não filosóficos é explicado pelo fato de que os romanos, ao contrário dos gregos, não conseguiram “inspirar” a produção de grandes pensadores sociais. Com efeito, para os romanos, como o escravo não era considerado uma pessoa, o viam-no desprovido de personalidade jurídica. Isso conduziu a negação da relação de trabalho entre a pessoa encarregada de um trabalho manual (escravo) e seu dono. Tal relação correspondia, acima de tudo, ao direito de propriedade que os juristas romanos haviam garantido quase sem limites para seus cidadãos. O problema, como aponta Hopenhayn, surgiu quando o proprietário não ocupa seu escravo, mas aluga-o para terceiros. Surge assim a figura do arrendamento de serviços, que deriva do arrendamento das coisas. Porém, como na realidade o que se alugava era a força de trabalho, a qualidade jurídica desloca-se para a atividade realizada pelo escravo. Dessa forma, a atividade do trabalhador, primeiro do escravo, posteriormente do homem livre, começa a ser tratada como uma coisa, e se converte em antecedente do arrendamento de serviços do Direito Civil moderno. Ademais, na tradição romana, o trabalho manual estava desprestigiado. Cícero (106-43 a.C.) em De Officiis, estabeleceu com fria claridade “ipsa merces est auctoramentum servitius”(12) (todo trabalho assalariado é trabalho escravo). A vida era difícil para esses trabalhadores: nos territórios sob domínio romano, Augusto (63-14 a.C.) tinha imposto um tributo à todos os homens que exerciam algum tipo de trabalho manual, além do imposto à residência, às valas e outros mais particulares como o imposto para a detenção de porcos. Certamente, aqueles que levaram a pior parte no tempo da Roma Imperial foram os escravos (servi) sob domínio e propriedade de seus donos (domini). Me seus tempos de auge, a demanda de escravos em Roma era de 500.000 ao ano. Se compararmos com os 60.000 escravos negros trazidos a América nos anos de maior tráfico, teremos uma ideia mais ou menos exata da magnitude desse triste fenômeno. -/- 5. O CRISTIANISMO E O TRABALHO -/- As mensagens do cristianismo primitivo, são inseridas logo, nesse tempo histórico, onde Roma se tornava o centro das maiores mobilizações de rebeldia da antiguidade. Isaías, nesse sentido, proclamaria que o Messias viria: “[...] a pregar boas novas aos abatidos, a vendar aos quebrantados de coração, a publicar liberdade aos cativos, e aos presos a abertura do cárcere”.(13) Jesus, efetivamente, incluiu em sua missão, mensagens de libertação aos pobres e oprimidos. Porém, ao contrário do supracitado, como bem sinala Eric Roll (1907-2005), dos antigos profetas hebreus, não o faria saudando as comunidades tribais com seu espírito de grupo; mas animado por uma mensagem mais universal e permanente, proclamando uma mudança mais completa e integral na conduta do homem em sociedade, onde os valores de justiça e amor se colocariam em um primeiro plano. Evidentemente, a mensagem do cristianismo primitivo, e mais concretamente de Cristo, distava muito dos filósofos gregos. Deixemos que Roll explique: Temos visto que as doutrinas econômicas de Platão e, em certa medida, de Aristóteles, nasciam da aversão aristocrática ao desenvolvimento do comercialismo e da democracia. Seus ataques contra os males que acarreta o afã de acumular as riquezas são reacionárias: olham para trás, e o de Cristo olha para frente, pois exige uma mudança total, mas relações humanas. Aqueles sonhavam com um estado ideal destinado a proporcionar a “boa vida” para os cidadãos livres unicamente e cujas fronteiras eram as da cidade-estado daquele tempo; Cristo pretendeu falar por todos e para todos os homens. Platão e Aristóteles haviam justificado a escravidão; os ensinamentos de Cristo sobre a fraternidade entre todos os homens e o amor universal eram incompatíveis com a ideia da escravidão, apesar das opiniões expostas depois por São Tomás de Aquino. Os filósofos gregos, interessados somente pelos cidadãos, sustentaram opiniões muito rígidas sobre a diferente dignidade das classes de trabalho, e consideravam as ocupações servis, com exceção da agricultura, como próprias apenas para os escravos. Cristo, ao dirigir-se aos trabalhadores de seu tempo, proclamou pela primeira vez a dignidade de todas as classes de trabalho, assim materiais como espirituais (1942. p. 42 – Tradução própria). Não pode escapar desse estudo, o fato de que o próprio Jesus Cristo herdou o ofício de carpinteiro de seu “Pai” José; e que escolheu seus discípulos entre os pescadores e artesãos da região. Essa visão primitiva do cristianismo, no entanto, deve ser analisada no quadro das escrituras sagradas do Antigo Testamento que compartilha com a cultura (e obviamente a religião) hebraica. Nesse sentido, o trabalho não deixa de ser um meio, descartando-se como um fim em si mesmo. Mas, agora atribuindo-lhe um novo valor, sempre em tento um meio para um fim virtuoso: o trabalho será fundamental para permitir a satisfação das necessidades de cada um, mas também seus frutos, deverão ser inseridos em uma dimensão comunitária, onde o “próximo” necessitado esperará a contribuição fraterna e solidária do cristão. O trabalho, nessa perspectiva, não só possibilita o “tomar”, mas também o “dar”. Em relação a dupla perspectiva, é onde podemos entender a crítica do cristianismo a acumulação da riqueza. Como aponta o evangelista Mateus, “acumular o tesouro no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não perfuram nem roubam. Onde está o seu tesouro está seu coração”. (14) Com São Paulo se incorpora um novo componente valioso: a obrigatoriedade moral do trabalho. Em sua carta aos Tessalonicenses dita claramente “ao que não trabalha que não coma”. Diz São Paulo: Vocês sabem em que forma têm que nos imitar: nós trabalhamos enquanto estivemos entre vocês, não pedimos a ninguém um pão que não teríamos ganhado, senão que, de noite e dia, trabalhamos duramente até nos cansarmos, para não ser carga para nenhum de vocês [...] Além disso, quando estávamos com vocês lhes demos está regra: se alguém não quiser trabalhar, não coma. Mas agora ouvimos que há entre vocês alguns que vivem sem nenhuma disciplina e não fazem nada, muito ocupados em meter-se em tudo. A estes lhes mandamos e lhes rogamos, por Cristo Jesus, nosso Senhor, que trabalhem tranquilos para ganhar a vida (II Tes. 3:10). Essa frase, entendida somente no contexto de uma sociedade donde não existia um conceito de desemprego tal como entendemos atualmente, é curiosamente reproduzida pelo modelo soviético em pleno século XX. Com efeito, a Constituição da União Soviética estabeleceu em seu Artigo 12: “O trabalho é, na Rússia, uma questão de dever e de honra para todo cidadão fisicamente capaz. Essa obrigação é baseada no princípio: “quem não trabalha não come”. (15)(16) Para São Paulo, o trabalho deve ser o meio para ganhar a vida. Ele quis ser exemplo e enquanto pregava continuava trabalhando, presumivelmente como tecelão de tendas. A obrigatoriedade moral se aplica na medida em que a pessoa está em condições de o fazer. Para os incapacitados a fazê-lo (idosos, crianças, deficientes, doentes, acidentados etc.) existia a obrigatoriedade do socorro segundo a máxima do amor (ágape) ao próximo. Essas sentenças morais têm hoje em dia uma importante quota de explicação para com as contemporâneas políticas sociais. -/- 6. O TRABALHO NA IDADE MÉDIA -/- A Idade Média, período que ocupa desde o crepúsculo do Império Romano do Ocidente no século V pelos bárbaros, até o século XV, com a queda de Constantinopla, evidentemente mostra um conjunto importante de escolas e pensadores que marcaram pautas importantes para discernir o valor do trabalho nas diferentes culturas. A organização econômica mais visível nestes mil anos, onde operou o trabalho, consistia em extensões grandes de latifúndios errados do Império Romano (o sistema econômico denominado feudalismo), onde (mediante a falta de escravos) recorreu-se à mão de obra camponesa para o trabalho. O sistema, implicava o arrendamento de parte dessas terras a ex-escravos ou homens livres, em troca de uma renda em dinheiro e espécies, além do cultivo das próprias terras senhoriais. Por certo, a figura do servo não distava muito da do escravo se tivermos em conta as condições de funcionamento do contrato de trabalho. O comércio também teve seu lugar no sistema feudal, o mesmo adquiriu grande importância em certas regiões ou lugares, à exemplo de Constantinopla. A atividade econômica seguia seu rumo na história, e depois dos séculos IX e X, o crescimento das forças produtivas deu lugar a uma maior acumulação por parte de componentes e artesãos e, por certo, a uma maior apropriação de excedentes por parte do Senhor feudal. Essa situação foi ativante para a construção dos primeiros Burgos ou cidades, onde o comércio e a indústria artesanal teriam um marco mais adequado para o seu desenvolvimento. Essa é a etapa do nascimento dos primeiros grêmios corporativos (17). Então para o século XII, a estrutura feudal começa a desmoronar porque a produção de determinados bens começa a ser mais eficiente em cidades e não no feudo. O dinheiro, então, passou a ganhar maior peso que a terra, o que obriga os senhores feudais a aumentar seus rendimentos. Isso leva a um empobrecimento lógico dos camponeses, o que não dura muito, porque na primeira metade do século XIV, a maior parte dos servos alcança sua liberdade. Por sua vez, nessa apertada síntese da história econômica da Idade Média, devemos assinalar que pelo século XIV, e depois das Cruzadas e o posterior desenvolvimento do comércio internacional entre os impérios arábico e bizantino, inaugura-se uma etapa pré-capitalista que durará três séculos. É lá que se levanta mais energética a voz de alguns homens da Igreja contra a tendência à exaltação da riqueza já começava a avivar-se na Europa. São Tomás de Aquino, nesse sentido, não considerará ao comércio pré-capitalista bom ou natural. No entanto, ele o julgava inevitável uma vez que era o meio ao qual o comerciante tinha que manter a sua família. Dessa forma, os lucros do comércio não era outra coisa senão o fruto do trabalho. Se tratava, então, de colocar o acento na justiça da mudança efetuada, para o qual Aquino recorre a Aristóteles, cuja análise sobre o valor de mudança é figurado no seu estudo da Justiça. Muitos padres da Igreja, desde então, pretenderam formular um conceito de “preço justo”. Nesse sentido, o Cristianismo apresenta uma evolução do seu pensamento sobre o comércio que partia de uma visão absolutamente contrária ao começo da Idade Média (Santo Agostinho (354-430), São Jerônimo (347-420) etc.), a outra mais transacionável, que acompanhou, sobretudo, o pensamento de Aquino. Algo similar ocorreu com outro dos “preceitos” da Igreja em matéria econômica: a usura. Esta era considerada pela igreja como a melhor forma de obter lucro. O mesmo evangelista Lucas (século I d.C.) foi categórico ao rejeitar essa linha de operações. A lei hebraica também fez isso, e podemos encontrar no livro do Êxodo (22,25) tal proibição a respeito. Mais atrás no tempo, há antecedentes de condenação à usura entre os hindus (Rigveda, cerca de 1500 a.C.) e budistas (século VI d.C.), além do Islã mais próximo do nosso tempo (século VI d.C.). Ao princípio da Idade Média, como testemunha Roll, a proibição somente alcançava a Igreja, já que o escasso desenvolvimento mercantil não merecia outra coisa. No final da Idade Média, no entanto, que a situação é outra; e a prática secular foi orientada no sentido de promover o empréstimo de dinheiro cobrando por isso um juro. Alarmada ante esses fatos, a Igreja condena mais uma vez a usura no Terceiro Concílio de Latrão de 1179. No mesmo escreveu e ensinou São Tomé (século I d.C.) e outros discípulos da Igreja. No entanto, as práticas econômicas foram minando a autoridade eclesial e está terminou, através de sucessivas etapas, por aceitar, em certas condições e sob certas circunstâncias, a cobrança de juros sobre a concessão de um empréstimo. Em tal sentido, um dos autores mais representativos só início da Idade Média foi Santo Agostinho. Foi este um dos pilares, em seu tempo, das noções “anticapitalistas” que foram seguidas e complementadas por homens do tamanho de São João (347-407), São Ambrósio (340-397), São Clemente (150-215), São Cipriano (200-258) entre outros. (18) Santo Agostinho valoriza o trabalho recordando em tal sentido a São Paulo, a que cita com muita frequência em seus textos. Segundo o Bispo de Hipona, todo trabalho manual é bom pelas razões dadas pelo cristianismo primitivo. Concilia, além disso, seu dualismo platônico, ao sustentar que enquanto o homem trabalha tem a alma livre, de modo que é perfeitamente compatível pensar em Deus ao mesmo tempo em que se trabalha. Essa particular sintonia entre o trabalho e a oração foi perfeitamente posta a prova pelos monges beneditinos, cujo lema “Ora Et Labora” (orar e trabalhar) é paradigmático. “Trabalha e não desesperes” dizia seu fundador, São Bento de Núrsia (480-547), de seus monastérios distribuídos em um primeiro momento a Subiaco, no início do século VI. Também corresponde a São Bento uma sentença que perdura até o dia de hoje no imaginário moral sobre o trabalho: “Otiositas inimica est animae” (a ociosidade é inimiga da alma), tal qual diz uma expressão popular castelhana: “el ocio es la madre de todos los vicios” (o ócio é a mãe de todos os vícios). Tomás de Aquino, alguns séculos depois, continua a reflexão sobre o trabalho e estabelece uma hierarquia de profissões, onde localiza o trabalho agrícola e artesanal acima do comercial. Uma quota de originalidade na história do pensamento sobre o trabalho consistiu em considerá-lo como uma obrigação somente se necessário para subsistir; ou dito de outra maneira: quem não tem necessidade de trabalhar não tem que fazê-lo. Isso sim, à falta de trabalho, devia dedicar-se à oração e contemplação divina, atividades por certo mais elevadas para o autor da Suma Teológica. Logo, considerará que Deus é a causa primária, a que tudo deve a sua existência; por derivação, o homem é causa segunda, procurando atreves do trabalho “criar” em suas dimensões humanas. “Entre todas as formas com que a criatura humana tenta realizar a semelhança divina, não há outra de relevo mais destacado que a de trabalhar, isto é, ser em o mundo causa novos efeitos”, disse o Santo. (19) Aquino, além disso, utilizando categorias platônicas, hierarquiza o trabalho, considerando o intelectual acima do manual. Chama “artes servis” a estes últimos, enquanto que o trabalho intelectual corresponde ao conjunto das “artes liberais”, dignas de maior remuneração ao fazer uso da inteligência. Esta distinção própria da Escolástica, dá lugar à divisão clássica entre as 7 artes liberais: o Trívium (gramática, retórica e dialética) e quadrivium (astronomia, geometria, aritmética e música). Outras contribuições de São Aquino têm a ver com sua posição diante do trabalho agrícola ao qual o considera como o melhor meio para assegurar a subsistência de um povo; a maior importância dada à vida contemplativa sobre a ativa, embora considerando a primeira como “laboriosa”; sua posição sobre a escravidão, que não considerava como natural, no entanto, entendê-la “útil”(20); e sua interpretação sobre o contrato de trabalho: neste, o operário não vende a si mesmo, nem seu corpo, nem sua inteligência, nem sequer sua faculdade de trabalho. Isso significa que o Direito Natural proíbe considerar o trabalho como um objeto de mudança. Propõe, em vez disso, considerar o contrato como um arrendamento de serviço. Em termos gerais, a valorização que sobre o trabalho se realiza na Idade Média, rebaixando ao trabalho manual em relação a outras tarefas, fica explícita na divisão tripartida que recorre, entre outros, Adalberão Bispo de Laon (947-1030): “Triplex Dei ergo domus est quae Creditor uma nunca oran, alii pugnat, Aliique laborant” (ternária é a casa do Senhor e não uma: aqui sobre a terra uns oram, outros lutam e outros trabalham). Não gostaria de deixar passar por alto, finalmente, entre os movimentos originados na Idade Média, a contribuição que sobre o tema do trabalho teve a ordem franciscana. Essa, contra o que muitos podem crer, é uma ordem não mendicante no sentido estrito, mas sim trabalhadora e de pobreza. São Francisco de Assis (1181/82-1226), no final do século XII, marcaria como ninguém dentro do cristianismo, uma vida ascética baseada no trabalho e na pobreza. Inclui, além disso, um elemento pela primeira vez descoberto na cultura europeia: o sentido da alegria que acompanha o trabalho. “Essa condição de 'suor de sua testa' com 'a alegria de seu coração' outorga ao trabalho uma condição diferenciada”. Avançando então na história da humanidade, entramos na época moderna, caracterizada por cinco grandes eventos: -/- 1. A decadência do poder moral da Igreja e o enfraquecimento de seu poder econômico frente ao da crescente burguesia; -/- 2. O renascimento intelectual e artístico; -/- 3. As viagens paras as índias e a descoberta da América; -/- 4. A formação e a constituição dos Estados-nação; -/- 5. As reformas religiosas de Lutero (1483-1546) e Calvino (1509-1564). -/- Nesse contexto, os séculos XV e XVI mostraram como o mercantilismo ia avançando apesar dos esforços de alguns pensadores da Igreja que eventualmente perderam o pulso diante do desenrolar dos acontecimentos. Sucessivas encíclicas papais terminaram por legitimar o interesse nos empréstimos e, por meio desta, levou-se a maior acumulação de riquezas por parte dos banqueiros. Esse foi o meio ideal para o desenvolvimento da atividade do mercador, para quem, o trabalho passou a ser considerado um meio para obter sucesso. Ao dinamizar-se a atividade econômica e mercantil, a visão humanista do trabalho começa a perder valor, realçando-se ao mesmo como um simples meio para fins de enriquecimento. Talvez a exceção a essa noção estendida entre os novos atores tenha sido a proporcionada pelo humanismo renascentista. Para Campanella (1568-1639), por exemplo, sua “Cidade solar”, não existe o divórcio entre trabalho manual e intelectual, isso quando o segundo começa a ser supervalorizado por sua ação no plano das invenções e das novas técnicas.(22) Na mesma linha se situa Thomas More (1478-1535), o autor de “Utopia”, outra reação do cristianismo às projeções que estava adquirindo o cada vez mais influente mercantilismo. Embora o trabalho não seja considerado como um mau, pelo contrário, apresenta características humanizadoras, é sugestivo comprovar como em Utopia a jornada do trabalho não supera as seis horas diárias e na Cidade solar não se devia trabalhar mais que quatro horas. Indubitavelmente, essas versões de sociedades ideais terminariam por impactar sobre maneira a constituição das Missões Jesuítas na América do Sul; e as Franciscanas na Baixa Califórnia. É o Renascimento, o lugar propício, além disso, para renovar o conceito da virtuosidade, agora traduzida na figura do empresário ou financista audacioso e empreendedor. Essa linha foi reforçada logo por Calvino, para quem os negócios são um bom serviço a Deus, e a riqueza não é mais que um fruto de uma vida dedicada ao trabalho desde uma perspectiva ética que analisarei com Weber mais tarde, mas que confere ao trabalho a particularidade de ser um caminho para o sucesso. Esse puritanismo impulsionou sobremaneira a versão do “homo economicus” que mais tarde, em pleno auge do capitalismo pós-industrial, ao qual, segundo Daniel Bell (1919-2011), fora substituído pelos valores hedonistas. -/- REFERENCIAL TEÓRICO AGOSTINHO. Cidade de Deus: contra os pagãos. Trad. O. P. Leme. 2ª ed. Bragança Paulista: Editora Universitária, 2008. (Col. Pensamento humano). _____________. O livre-arbítrio. Trad. N. A. Oliveira. 1ª ed. São Paulo: Paulus, 1995. AQUINO, T. de. Suma Teológica. 2ª ed. São Paulo: Loyola, 2001. ARENDT, H. A condição humana. Trad. Roberto Raposo. Posfácio de Celso Lafer. 10ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007. ARISTÓTELES. Política. Trad. A. C. Amaral e Carlos Gomes. 1ª ed. Lisboa: Vega, 1998. ARVON, H. A filosofia do trabalho. Trad. João Carlos Cunha. 1ª ed. Lisboa: Socicultur, 1961. AUGUSTI, J. C. W. Corpus Librorum symbolicorum. 1ª ed. Elberfeldi, 1827. BAVA, A. C. Introdução a sociologia do trabalho. 1ª ed. São Paulo: Ática, 1990. BÍBLIA SAGRADA. Trad. J. F. Almeida. Rio de Janeiro: King Cross, 2008. BOMENY, H. et al. Tempos modernos, tempos de sociologia. 2ª ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2013. CAMUS, A. O mito de Sísifo. In: FALABRETTI, E.; OLIVEIRA, J. Filosofia: o livro das perguntas. 1ª ed. Curitiba: IESDE, 2011. ELDERS, L. J. O Pensamento de Santo Tomás de Aquino sobre o Trabalho. Trad. D. N. Pêcego. Aquinat, n° 9, (2009), 2-12. ISBN 1808-5733. FOSSIER, R. O trabalho na Idade Média. Trad. Marcelo Barreiro. 1ª ed. Petrópolis: Vozes, 2019. FRIEDMANN, G.; NAVILLE, P. Tratado de Sociologia do Trabalho. 1ª ed. São Paulo: Cultrix, 1973. HERZOG, J. S. Historia del pensamiento económico-social: de la antigüedad al siglo XVI. 4ª ed. México: FCE, 1939. HOPENHAYN, M. El Trabajo, itinerario de um concepto. 1ª ed. Santiago: PET, 1988. _________________. Repensar el trabajo – Historia, profusión y perspectivas de un concepto. 1ª ed. Buenos Aires: Norma, 2001. LUDWIG, E. Stalin. 1ª ed. Rio de Janeiro: Calvino, 1943. MACHADO, I. J. de R.; AMORIM, H. J. D.; BARROS, C. R. de. Sociologia hoje. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2013. MERCURE, D.; SPURK, J. (Orgs.). O Trabalho na história do pensamento Ocidental. Petrópolis: Vozes, 2005. NOGUERA, J. A. El concepto de trabajo y la teoría social crítica. Barcelona: Papers, 2002. O'CONNOR, D. J. Historia crítica de la filosofía occidental. Tomo I – La filosofía en la antigüidad. 1ª ed. Buenos Aires: Paidós, 1967. OLIVEIRA, P. S. de. Introdução a sociologia. 24ª ed. São Paulo: Ática, 2001. PLATÃO. A República. 2ª ed. São Paulo: Martin Claret, 2000. (Col. A obra-prima de cada autor). _______. Político. Trad. J. C. de Souza, J. Paleikat e J. C. Costa. 2ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Col. Os Pensadores). ROLL, E. Historia de las doctrinas económicas. 1ª ed. México: FCE, 1942. SIMÓN, Y. R. Work, society and culture. 1ª ed. Nova Iorque: Fordham University Press, 1971. SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2016. THE ZONDERVAN CORPORATION (Ed.). A História – a bíblia contada como uma só história do começo ao fim. Trad. Fabiano Morais. 1ª ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. (shrink)
The high failure rate of new small enterprises in Angola calls to attention the fact that they are not equipped enough to meet the challenges of sustainable economic growth, equitable distribution of wealth and job creation. The worrying impact on the Angolan landscape, as a consequence, has had economists scrambling for solutions in recent years. Moving from on the assumption that the current business climate has been a contributing factor, this paper attempts to examine the role of external environmental factors (...) in the context of Angola. Adopting a quantitative approach, the questionnaire was utilized as the primary data collection tool with snowballing as the sampling technique. The Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) software delivered a result to the quantitative data that indicate a severe lack of economic support and availability of fundamental business resources such as raw material, skilled people and finance, and rigid policy-making regulations. The doomed-to-fail death knell to the Angolan small business comes in the form of a high level of corruption and theft in the country. (shrink)
It is well established that a number of factors contribute disproportionately to the failure of Micro and Small Enterprises (MSEs) in most economies. This paper examined the contribution of managerial and financial factors to the failure of MSEs in the context of Angola. The paper adopted a positivist theoretical perspective, by utilizing the questionnaire as the primary data collection instrument within the quantitative research technique. Data was collectedfrom108 small business owners and managers with business failure experiences, approached through snowballing sampling (...) technique. The data was analysed with the aid of the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) program. The results ascertain that, insufficient knowledge in the domain of business systems, insufficient skills in the domain of financial accounting and negligence to plan and control business resources, by the small business owners and managers were among the factors that contributed to small enterprise failure in Angola. This reports the lack of institutions actively promoting entrepreneurship for knowledge and skills development and the absence of successful entrepreneurial role models, business mentors or coaches for entrepreneurial capacity building. (shrink)
The intellectual history of Humanity is part of a vast genealogy that stems from disputes between those advocating the excellence of ancient times and those arguing the superiority of the present. Thus, since antiquity we find the persistent recurrence of a Quarrel of the Ancients and the Moderns, virulence that stresses the human and social experience, either praised, either rebuked in its development process. This paper discusses the process of development of the Quarrel of the Ancients and the Moderns as (...) a matrix from which it is possible to perceive, in sparse and seemingly random historical positions, a way that guide us to the path, full of crossings and intersections, of modern experience. Its aim is to define some cardinal points of the Quarrel’s own development that help us to better understand how the idea of “modernity” has evolved. (shrink)
Before the 2007–2008 global financial crisis, the vast majority of social scientists were not paying much attention to the politics of central banking, despite the fact that, since their creation, central banks have been pivotal institutions between private financial institutions and public authorities (Singleton, 2010). During the past decades, central banks acquired considerable independence from public officials under the Central Bank Independence (CBI) template (McNamara, 2002). Governments justified their decisions to delegate monetary competences by relying on a narrow conception of (...) monetary policy, in which central bankers should only seek to control inflation and ignore the implications of their policies on other economic issues such as financial stability or wealth inequalities (Issing et al., 2001; Marcussen, 2009). Heterodox economists and critical political economists opposed this view by declaring that monetary policy is fundamentally political as it deals with complicated policy trade-offs, which generates winners and losers (Epstein & Gintis, 1995; Forder, 2005). However, until 2007, their concerns were very marginal and remained at the fringes of the political debate. The vast majority of policy-makers, economists, and central bankers themselves agreed on the fact that the CBI template was the optimal institutional arrangement between fiscal and monetary authorities. (shrink)
Protopolybia sedula is a social swarming wasp, widely spread throughout many countries in the Americas, including most of Brazil. Despite its distribution, studies of its behavioral ecology are scarce. This study aimed to describe its foraging activity and relation to climatic variables in the city of Juiz de Fora in southeastern Brazil. Three colonies were under observation between 07:00 and 18:00 during April 2012, January 2013, and March 2013. Every 30 minutes, the number of foragers leaving and returning to the (...) colony was registered along with air temperature and relative humidity. Activity began around 07:30¸ increased between 10:30 and 14:30, and ended around 18:30. A mean of 52.7 exits and 54 returns were measured every 30 minutes. The daily mean values were 1,107 ± 510.6 exits and 1,135 ± 854.8 returns. Only one colony showed a significant correlation between forager exits and temperature (rs = 0.8055; P < 0.0001) and between exits and relative humidity (rs = -0.7441; P = 0.0001). This paper shows that climatic variables are likely to have little control on the foraging rhythm of P. sedula when compared to other species, suggesting the interaction of other external and internal factors as stimuli of species foraging behavior. (shrink)
If we maintain that free will requires the absence of determinism, Then can we claim to be free without any wants? if we had no wants at all, What sense would there to be talk about free will? the difference between free will and the absence of free will is not that between indeterminism and determinism. Free choice presupposes determinism in that in order to make a choice an individual must have some motive or reason for so doing. The difference (...) is found within determinism, Among the different kinds of motives that can influence an individual to make a choice. Furthermore, If I already possess the motive to change or eliminate undesirable motives then I increase my opportunity to realize more desires and thus increase freedom of choice, Even though my motive to change or eliminate undesirable motives is already predetermined. (shrink)
This article examines Jacques Derrida’s work of self-reflection on his own teaching practice by using as a guiding thread the problematics of reproduction in the seminars of the 1970s. The first part of the article examines the sequence of seminars taught by Derrida at École normale supérieure from 1971 to 1977 to show how the concept of reproduction is deconstructed by Derrida across several seminars. Derrida systematically demonstrates, across several themes and fields (sociology and economy, biology and sexuality, art, technique, (...) ontology, and so on), that the critical recourse to the concept of reproduction (for instance, in its Marxist form) risks being complicit in the reproductive system it criticizes. The deconstructive motif of débordement is introduced to problematize this onto-logic of re-production. The second part of the article analyzes more specifically the unpublished seminar “GREPH, le concept de l’idéologie chez les idéologues français” (1974–75), in which Derrida examines the seminar function, his role as a teacher, and his own situation within the French educational system. In particular, Derrida offers a deconstructive critique of the reproductive effects of teaching, and of the institution of philosophy inasmuch as it functions as a reproductive machine. This work of deconstruction is done in the seminar notably through readings of Marx, Engels, and Althusser, with special attention to the concepts of ideology, reproduction, and sexual difference. (shrink)
In bioethics, the first decade of the twenty-first century was characterized by the emergence of interest in the ethical, legal, and social aspects of neuroscience research. At the same time an ongoing extension of the topics and phenomena addressed by neuroscientists was observed alongside its rise as one of the leading disciplines in the biomedical science. One of these phenomena addressed by neuroscientists and moral psychologists was the neural processes involved in moral decision-making. Today both strands of research are often (...) addressed under the label of neuroethics. To understand this development we recalled literature from 1995 to 2012 stored in the Mainz Neuroethics Database (i) to investigate the quantitative development of scientific publications in neuroethics; (ii) to explore changes in the topics of neuroethics research within the defined time interval; (iii) to illustrate the interdependence of different research topics within the neuroethics literature; (iv) to show the development of the distribution of neuroethics research on peer-reviewed journals; and (v) to display the academic background and affiliations of neuroethics Researchers ... (shrink)
Cet essai présente une description de plusieurs travaux inédits de Jacques Derrida au sujet de Marx et d'Althusser datant des années 1960 et 1970. Au-delà du travail philologique, il s'agit aussi d'une étude théorique de notions telles que 'idéologie', 'fétichisme', 'reproduction', 'division du travail', 'différence sexuelle', 'domination', 'économie politique', 'matérialisme dialectique', ou 'production culturelle' — tout autant à travers les textes marxistes que dans les lectures déconstructives qu'en propose alors Derrida. Durant les années 1970, dans le cadre de son séminaire, (...) Derrida s'efforce de penser une autre économie politique, au-delà de l'économie du propre qu'il identifie aussi bien chez les économistes classiques que chez leurs critiques marxistes. Ces lectures détaillées et combattives de textes marxistes restent aujourd'hui inédites. Leur prise en compte contribue à redéfinir l'image de Derrida et de la déconstruction, en témoignant de ses discussions très avancées de Marx, d'Althusser, et de la pensée marxiste — et ce dès la fin des années 1960 et le début des années 1970, plus de 20 ans avant la publication de Spectres de Marx (1993). -/- Une version plus courte de cet article fut traduite en espagnol par Ramiro Parodi, et publiée en 2019 dans le numéro 7 de la revue Demarcaciones — numéro consacré au 25ème anniversaire de la publication de Spectres de Marx. (shrink)
In the philosophical literature, self-deception is mainly approached through the analysis of paradoxes. Yet, it is agreed that self-deception is motivated by protection from distress. In this paper, we argue, with the help of findings from cognitive neuroscience and psychology, that self-deception is a type of affective coping. First, we criticize the main solutions to the paradoxes of self-deception. We then present a new approach to self-deception. Self-deception, we argue, involves three appraisals of the distressing evidence: (a) appraisal of the (...) strength of evidence as uncertain, (b) low coping potential and (c) negative anticipation along the lines of Damasio’s somatic marker hypothesis. At the same time, desire impacts the treatment of flattering evidence via dopamine. Our main proposal is that self-deception involves emotional mechanisms provoking a preference for immediate reward despite possible long-term negative repercussions. In the last part, we use this emotional model to revisit the philosophical paradoxes. (shrink)
Rawls’s contractualist approach to justice is well known for its adoption of ideal theory. This approach starts by setting out the political goal or ideal and leaves it to non-ideal or partial compliance theory to map out how to get there. However, Rawls’s use of ideal theory has been criticized by Sen from the right and by Mouffe from the left. We critically address these concerns in the context of developing a Rawlsian approach to climate justice. While the importance of (...) non-ideal theory for climate justice is increasingly being understood, its strategic and institutional importance for a Rawlsian approach needs further elaboration. We focus on the role of the Kantian conception of the reasonable and rational powers of persons in Rawls’s work and show how this helps us to develop a partial compliance theory that focuses on the importance of institutions and strategic political action for achieving climate justice. (shrink)
Este ensayo presenta una descripción de los escritos inéditos de Jacques Derrida sobre Marx y Louis Althusser en la década de 1970, y un estudio de conceptos como ideología, diferencia sexual, reproducción, violencia, dominación o hegemonía en perspectiva deconstructiva. Se trata de pensar en una otra economía, más allá de la economía del cuerpo propio. El artículo fue publicado en el Volumen 7 de la Revista Demarcaciones, "a 25 años de Espectros de Marx.".
This article interrogates a certain philosophical scene – one which constitutes itself through the position of what Jacques Derrida calls “the ethical instance of violence.” This scene supposes a certain “style” of writing or doing philosophy, and perhaps even a certain philosophical “genre” or “subgenre”: the philosophical discourse on violence. In the course of the essay, I analyze this quasi-juridical scene through readings of Aristotle, Walter Benjamin, Giorgio Agamben, Judith Butler, Slavoj Žižek, Werner Hamacher, Rodolphe Gasché, and Martin Hägglund among (...) others. The scene, built on texts on texts on violence, demands a logic of purity; it is wary of contaminations and equivocations. And yet it thrives on them. In analyzing the implications of text, writing, and trace for the philosophical discourse on violence, I follow Derrida “just to see” what could make the scene tremble. (shrink)
This paper analyzes the proposal that central banks should issue digital currencies (CBDC) to provide a public alternative to private digital accounts and cryptocurrencies. We build on some The promises and perils of central bank digital currencies recent themes in political economy research to give a broader and more balanced perspective than the existing literature, highlighting both the promises and perils of CBDC. We argue that, on the one hand, the present state of the private financial sector is problematic and (...) regulators should seek to tackle the issues of financial power, financial instability and lack of adequate monetary policy options. On the other hand, implementing CBDC comes with risks of its own, such as that of creating a “Frankenstein scenario” where too much power is given to unelected technocrats. Our tentative conclusion is therefore that CBDC should be seen as a second-best option, while the primary focus of policy makers should be on the possibility of financial re-regulation. (shrink)
This text was prompted by a forum discussing the legacy of Jacques Derrida’s Specters of Marx, twenty-five years after its publication. In this short essay, I explore the book’s influence on the fields of Marxism, post-Marxism, and beyond. With the problematic of heritage and legacy in mind, I raise the questions of sexual difference and dissemination as that which comes to interrupt the genealogical logic of inheritance understood as filiation and reproduction. I show that Derrida’s book, besides questioning reception and (...) influence, yet remains to be read, especially in light of ongoing archival research on Derrida’s numerous engagements with Marx and Marxist thought in a series of unpublished seminars from the 1970s. This is done more specifically through a reading of an unpublished seminar from 1974-1975, dealing with the Marxian concepts of ideology and division of labor – which Derrida interrogates more particularly in relation to sex, sexuality, and sexual differences. This text was published in the section "Ambivalent Promises—Reproductions of the Subject: A Forum on Jacques Derrida’s Specters of Marx after 25 Years, Part IV", Contexto Internacional, 42 (1), pp. 125-148. (shrink)
It has recently been argued that a person’s moral judgments (about both their own and others’ actions) are constrained by the nature and extent of their relevant ignorance and, thus, that such judgments are determined in the first instance by the person’s epistemic circumstances. It has been argued, in other words, that the epistemic is logically prior to other normative (e.g., ethical, prudential, pecuniary) considerations in human decision-making, that these other normative considerations figure in decision-making only after (logically and temporally) (...) relevant ignorance has constrained the decision-maker’s menu of options. If this is right, then a person’s moral judgments in some set of circumstances should vary with their knowledge and ignorance of these circumstances. In this study, we test the hypothesis of the logical priority of the epistemic. We describe two experiments in which subjects’ knowledge and ignorance of relevant consequences were manipulated. In the second experiment, we also compared the effect of ignorance on moral judgments with that of personal force, a factor previously shown to influence moral judgments. We found broad empirical support for the armchair arguments that epistemic considerations are logically prior to normative considerations. (shrink)
Esta investigación tiene como objetivo la reconstrucción del concepto de terror en la primera década del siglo XX. La delimitación temporal se debe a que en ese lapso se publicó un compendio de relatos de tópico terrorífico, intitulado Cuentos malévolos (1904), del escritor peruano Clemente Palma. Para lograr la configuración semántica del término aludido, se recurre a la documentación de fuentes periodísticas de ese entorno (como El Comercio, La Prensa, Variedades, entre otros), para respaldar la percepción asumida del mismo. (...) A través de la confrontación de estos discursos, es notoria la influencia que recibe el autor por parte de las temáticas derivadas, como la asociación del terror con la criminalidad o el oscurantismo que se desenvuelven por personas desequilibradas. Igualmente, la ideología y la filosofía que se extraen se vinculan con el ateísmo y todo lo que critica y cuestiona los dogmas de la religión judeocristiana. (shrink)
O artigo apresenta uma análise das formas literárias de Mt 20,20-28, que narra o pedido da mãe dos filhos de Zebedeu e a resposta de Jesus a respeito do servir. Será aplicado o referencial teórico proposto por Klaus Berger, em As formas literárias do Novo Testamento. Com a aplicação da análise formal a perícope é classificada com um gênero abrangente que contém características de texto simbulêutico, epidíctico e dicânico. Mediante um diagrama são identificados os subgêneros, que são categorias menores em (...) níveis diferentes e que aparecem combinados na perícope. A teoria comunicativa dos gêneros prioriza a relação autor/leitor e releva a importância do ambiente vital como sustentava a tese clássica dos gêneros literários de M. Dibelius e R. Bultmann. Assim os sinais e formas usados no texto produzem o efeito nos ouvintes/leitores. Eles permanecem no modelo dos dominadores do mundo ou vão aderir ao modelo de Jesus? Vão reproduzir a racionalidade da dominação ou a do serviço? A argumentação classificada como simbulêutica em Mt 20,26 visa modificar os pressupostos usados pelos ouvintes para julgar e tomar decisões. O critério não será o poder dominação, mas o serviço, o que resulta em relações igualitárias na comunidade de Mateus. Quem quiser tornar-se grande, deve ser servidor, não o primeiro, mas o último. (shrink)
The idea that Derrida kept silent on Marx before the publication of Spectres de Marx, in 1993, has become a commonplace in Derrida studies and in the history of Marxism and French 20th century political thought. This idea has often been accompanied by a certain representation of the relationship between deconstruction and dialectical materialism, and fed the legend of deconstruction’s «apoliticism» – at least before what some have called Derrida’s «ethicopolitical turn», usually dated in the early 1990s. Against this narrative, (...) this essay analyzes Derrida’s notorious «silence on Marx» before Specters of Marx from the perspective of the archives. Archival research transforms the narrative: Derrida’s «silence on Marx» was only «relative». Beyond the scene of publications, archives reveal another scene: multiple engagements with Marx and Marxist thought, marked and remarked in many archival documents – more particularly in a series of early seminar notes from the 1960s and 1970s. How does this archival scene transform our interpretation of Derrida’s «silence»? (shrink)
Afin d’examiner la forme et la fonction « cours » dans le corpus de Derrida, je propose une lecture du séminaire inédit « GREPH. Le concept de l’idéologie chez les idéologues français ». Ce séminaire fut mené dans le cadre des engagements politico-institutionnels du GREPH. Il constitue donc un point d’entrée privilégié pour saisir le rapport complexe que Derrida entretient avec l’enseignement, et plus généralement avec l’institution philosophique. Au cours de ce séminaire, Derrida s’intéresse au « corps enseignant » en (...) tant qu’il fonctionne comme « machine reproductrice » au sein de l’organisation économique générale de la société. Courant deux lièvres à la fois, Derrida mêle une réflexion généalogique sur l’histoire de l’enseignement philosophique en France et en Europe à une analyse théorique de concepts marxistes et sociologiques tels que « capital », « reproduction », ou « appareil idéologique ». À travers des lectures déconstructrices et transformatrices de Marx et d’Althusser, Derrida s’efforce de penser une autre économie — une économie du texte débordant la logique reproductrice qu’il identifie aussi bien chez les économistes classiques que chez leurs critiques marxistes. (shrink)
In this article, I engage with Derrida’s deconstructive reading of theories of performativity in order to analyse Max Weber’s sovereignty–legitimacy paradigm. First, I highlight an essential articulation between legitimacy and sovereign ipseity (understood, beyond the sole example of State sovereignty, as the autopositioned power-to-be-oneself). Second, I identify a more originary force of legitimation, which remains foreign to the order of performative ipseity because it is the condition for both its position and its deconstruction. This suggests an essential fallibility of the (...) performative, which implies a ‘mystical’ legitimacy and a paradoxical, divisible and self-differential representation of sovereignty. The structural differentiality of legitimacy and sovereignty signifies an irreducible coloniality of law and language, but also suggests the possibility of an unconditional resistance located in the radical interpretability of the law, beyond determined representations of powers, dominations, sovereignties or resistances. This reflection is triggered by a reading of Cynthia Weber’s theory of ‘performative states’, describing sovereignty under the form of an impossible ontology, which leads me to elaborate the notion of legitimation-to-come as a non-ontological ‘concept’: this notion of unconditional legitimacy, beyond sovereignty, binds beliefs and phantasms to the unpresentable force of the event. Pursuing the efforts of scholars such as Rob Walker and Cynthia Weber, I sketch the implications of this archi-performative legitimacy regarding the methodological protocols of International Relations and sociology, in view of elucidating the persistent ontological presuppositions of these disciplines. (shrink)
In this paper, I engage with the motif of “the pluriverse” such as it has increasingly been used in the past few years in several strands of critical humanities pertaining to the so-called “ontological turn”: science and technology studies (Bruno Latour, Isabelle Stengers), critical geography and political ontology (Mario Blaser), cultural anthropology (Marisol de la Cadena, Arturo Escobar, Eduardo Viveiros de Castro), decolonial thought (Walter Mignolo), or posthuman feminism (Donna Haraway). These various iterations of the figure of the pluriverse constitute (...) a loose network of textual traces, a supposedly new scene for ‘humanities’, organized around what is understood as a pluralistic ontology. In political terms, the discourse of the pluriverse presents itself as a strategic response to the violence of universalism. It advocates for a multiversal ethics, a pluriversal cosmopolitics based on interspecies and multi-natural kinships, and more aware of the multiplicity of worlds and world-making practices that make up the post-globalization scene. Based on readings of Bruno Latour, Eduardo Viveiros de Castro, Arturo Escobar and Marisol de la Cadena among others, I argue that the notion of pluriversality remains self-contradictory and self-defeating as long as it relies on an ontological representation of world/worlds in the form of copresence. Drawing on Derrida’s deconstruction of the concept of world (cosmos, mundus) in his late writings, I propose to think an exorbitant plurality, before the pluriverse and before being. Beyond ontological pluralism, Derrida’s “infinity of untranslatable worlds” also signifies an irreducible interruption, the end of the world, of any “world-in-common”, thus raising the stakes for the ethical demand towards the other. (shrink)
In its hegemonic definition, biopolitical governmentality is characterised by a seemingly infinite capacity of expansion, susceptible to colonise the landscape and timescape of the living present in the name of capitalistic productivity. The main trait of biopower is its normative, legal and political plasticity, allowing it to reappropriate critiques and resistances by appealing to bioethical efficacy and biological accuracy. Under these circumstances, how can we invent rebellious forms-of-life and alternative temporalities escaping biopolitical normativity? In this essay, I interrogate the theoretical (...) presuppositions of biopolitical rationality. I provide a deconstruction of the conceptual and temporal structures upholding the notion of biopolitics, in view of laying the ground for new forms of resistance. The articulation between life and power has a long philosophical history, which has been largely ignored by social theorists and political thinkers using biopolitics as an interpretative model. I re-inscribe this model within the tradition of critical materialism, by articulating Foucault’s ‘critical ontology’ to recent philosophical works on biological plasticity (Malabou). In these discourses, the logic of biopower depends on a representation of life – ‘the living’ – as living present. Biopower finds itself anchored in the authority of the present, that is to say, of being-as-presence (ontology); it sustains presentist definitions of life and materiality, be it under the form of a ‘plastic’ ontology. By drawing on Derrida’s notions of ‘spectrality’ and ‘life-death’ and Francesco Vitale’s work on ‘biodeconstruction’, I deconstruct these discourses on life and materiality and attempt to dissociate them from their ontological grounding, in order to suggest new paths of resistance to biopower. In particular, I follow the tracks of “the monster” in the work of Foucault, Derrida and Malabou. Foucault tells us that the monster is a singular figure, parasitic and subversive, beckoning a life beyond life, at once organic and non-organic, located at the limit between the normal and the exceptional, and exceeding the scope of biopolitical normativity in both theoretical and practical terms. It exists at the intersection of what Foucault names “the symbolics of blood” and “the analytics of sex”. As such, it materialises a self-transformative dimension of the living which remains, I argue, inadequate to Malabou’s representation of plasticity. The monstrous is a self-deconstructive motif calling for another biopolitical rationality, before or beyond ontological reductions or reconstructions. (shrink)
Dans cet essai, j'analyse les présuppositions du récit dudit « retour du religieux », du point de vue de la psychanalyse (Freud) et de la déconstruction (Derrida). Après avoir mis à jour l'eurocentrisme et le colonialisme inhérents aux concepts de « magie », « animisme », « religion » et « croyance » chez Freud (avec une attention particulière portée à Totem et tabou), j’offre une lecture déconstructrice des discours politiques contemporains sur le sécularisme, la foi et le savoir.
This essay examines Étienne Balibar's readings of Jacques Derrida and deconstruction. The text is framed as a review of two books by Balibar: 'Equaliberty' and 'Violence and Civility'. After describing the context of those readings, I propose a broader reflection on the ambiguous relationship between 'post-Marxism' and 'deconstruction', focusing on concepts such as 'violence', 'cruelty', 'sovereignty' and 'property'. I also raise methodological questions related to the 'use' of deconstructive notions in political theory debates.
This article is devoted to the analysis of the passion of self-love. The first part aims to retrace some of the main landmark cases within the history of modern philosophy (Descartes, Hobbes and the Jansenists), highlighting how the distinction between self-preservation and pride becomes the main explanatory model of human agency. We find a meaningful case of such an anthropology in Mandeville’s categories of self-love and self-liking. We consider the theory of self-liking the attempt to establish a fully-fledged ‘philosophy of (...) vainness’. The second part deals with the contemporary use of self-love. We stress how it can be considered not only as the proper theoretical background for the current debate on recognition. It is also an anti-dualistic analytic tool which contests any Manichean understanding of power. We conclude with an interpretation of Primo Levi’s testimony which ideally stands for an extreme confirmation of modern theories on self-love. (shrink)
Responding to the provocative phrase ‘The Age of Grammatology’, I propose to question the notion of ‘age’, and to interrogate the powers or forces, the dynameis or dynasties attached to the interpretative model of historical periodisation. How may we think the undeniable actuality of the event beyond the sempiternal history of ages, and beyond the traditional, onto-teleological chain of power, possibility, force or dynamis that undergirds such history?
Le respect de la vie privée et de l’intimité est un droit reconnu aux usagers des services de santé et des services sociaux par différents codes d’éthique, par la Charte des droits et libertés de la personne du Québec et par la Loi sur les services de santé et les services sociaux. Pour autant, la signification que prend ce droit demeure incertaine. Il n’y a pas une signification, mais bien des significations. S’appuyant sur un important travail d’observation dans deux comités (...) d’éthique clinique situés dans des établissements de santé et de services sociaux, les auteurs présentent et analysent ici un certain nombre de situations litigieuses dans lesquelles une interprétation du droit à la vie privée et à l’intimité a été faite. Au terme de l’exercice, il ressort entre autres que, selon les situations analysées, les discussions qui se font dans les CÉC conduisent à des modalités différentes (« déplacement et hiérarchisation », « opposition et évitement », « ouverture et compromis », « élargissement et remise en question ») qui ont pour effet de changer le regard porté sur l’usager et plus spécifiquement de faire comprendre son point de vue. En outre, si le droit à la vie privée et à l’intimité contribue à modifier l’interprétation que l’on se fait d’une situation ou des usagers, il est lui-même objet d’interprétation. C’est la diversité de sens qu’il peut prendre qui lui préserve son pouvoir d’interroger. (shrink)
This thought piece dealing with the Covid-19 ‘crisis’ was written – in the form of a diary that runs from February to July 2020 – for a special issue of Derrida Today entitled ‘Fire, Flood, Pestilence and Protest’, edited by Nicole Anderson, and published in November 2020. The piece deals with matters of biopolitics, telecommunication, death and mourning through Derrida and Agamben, and interrogates the eventness of what is called an ‘event’.
This essay explores how contemporary works of critical theory and deconstruction can challenge preconceptions of the body and embodiments and interrogate their limits, particularly in relation to intertwined foldings of desire, gender, race and sexuality. It aims to suggest that Jacques Derrida’s acute concern for the question of translation might help challenge and re-configure the conventional dichotomy between understandings of the body either as physical/material or as socio-culturally constructed. The authors then analyse the questions of translation and untranslatability in relation (...) to interculturality, and explore their implications for thinking the corporeal and the material. (shrink)
This article pursues the exploration of how contemporary works of deconstruction can challenge preconceptions of the body and embodiments and interrogate their limits, particularly in relation to intertwined foldings of desire, gender, race and sexuality. Through readings of Jacques Derrida and Sarah Kofman, the authors show that deconstruction allows for an understanding of the body or bodies that goes beyond the present body — indexed as human, male, white, able, living body — thus opening up towards the thinking of bodies (...) and corporealities exceeding the limitations of Christian transsubstantiation and of the Eucharist. The deconstructive body is not one of communion; it is one of (self-)interruption, différance and non-presence. It is the other's body — or the body as otherly. The authors then analyse the ethical-political implications of this thinking of another body, one inassimilable by Western metaphysics, and marked by incalculable sexual differences, animality, undecidable life-death, machinicity, monstrosity, and so on. (shrink)
Para este artículo, asumo las ediciones publicadas de Cuentos malévolos, compendio de relatos con un abordaje crítico de los valores y las ideologías tradicionales del Perú a inicios del siglo xx, con el fin de construir un panorama de su exégesis literaria y analizar la inclusión autoral de una variante novedosa del terror, distinguida por el desarrollo de elementos decadentes del romanticismo. Para la comprensión de esta cosmovisión inusitada regida por la maldad, será indispensable adoptar el tratamiento del amor y (...) su percepción autónoma como ejes de sus narraciones. (shrink)
The punishment of social misconduct is a powerful mechanism for stabilizing high levels of cooperation among unrelated individuals. It is regularly assumed that humans have a universal disposition to punish social norm violators, which is sometimes labelled “universal structure of human morality” or “pure aversion to social betrayal”. Here we present evidence that, contrary to this hypothesis, the propensity to punish a moral norm violator varies among participants with different career trajectories. In anonymous real-life conditions, future teachers punished a talented (...) but immoral young violinist: they voted against her in an important music competition when they had been informed of her previous blatant misconduct toward fellow violin students. In contrast, future police officers and high school students did not punish. This variation among socio-professional categories indicates that the punishment of norm violators is not entirely explained by an aversion to social betrayal. We suggest that context specificity plays an important role in normative behaviour; people seem inclined to enforce social norms only in situations that are familiar, relevant for their social category, and possibly strategically advantageous. (shrink)
This study considers Newman’s sermon—“On the Nature of the Future Promise”—which he preached on 4 September 1825 at St. Clement’s Church, Oxford—likely with his mother and sisters present in the congregation; in addition to treating Newman’s style of preaching and Evangelical theology, this sermon’s theological and pastoral dimensions are also examined.
As they make their way through Louis Althusser’s and Jacques Derrida’s texts, readers will cross innumerable curtains – ‘the words and things’, as Derrida says, as many fabrics of traces. These curtains open onto a multiplicity of scenes and mises en scène, performances, roles, rituals, actors, plays – thus unfolding the space of a certain theatricality. This essay traces Althusser’s and Derrida’s respective deployments of the theatrical motif. In his theoretical writings, Althusser’s theatrical dispositive aims to designate the practical and (...) material dimension of the scenes of ideology, materially enacted through roleplays, performances, acts, or discourses. At the horizon: a scientific discourse on ideology or, later, a strategic intervention in the class struggle. This scientific and/or strategic orientation echoes Althusser’s definition of materialism: ‘no more storytelling’. But Derrida’s ‘closure of representation’ reminds us that there’s no presence – even the most ‘material’ – no ‘truth’ or ‘correctness’ – in theoretical or strategic terms – without effects of re-presentation, differential repetition, narrative reconstruction: theatricality and materiality suppose a force of resistance, a secret heterogeneity, curtain foldings. Hence the irreducible necessity of reading, storytelling, transformative interpretation. What are the implications for thinking inheritance and debt – for example, the one binding Althusser and Derrida, and us to them? (shrink)
Eugene Afonasin highlights the wealth of information on Pythagoras and his tradition preserved in Clement of Alexandria’s Stromateis and presents them against the background of Later Platonic philosophy. He rst outlines what Clement knew about the Pythagoreans, and then what he made of the Pythagorean ideal and how he reinterpreted it for his own purposes. Clement clearly occupies an intermediate position between the Neopythagorean biographical tradition, rmly based on Nicomachus, and that more or less vague and difuse literary situation (...) which preceded the later developments, and in this respect is a very good source, worth studying for its own sake and as supplementary material which can help to understand the great Pythagorean synthesis attempted by Iamblichus. Developing their variants of the “exhortation to philosophy” (protreptikoi logoi), these men were much concerned with the educational value of the Pythagorean way of life rather than biographical circumstances, designed to place the ancient sage in the proper cultural context. (shrink)
A obra que aqui analisamos, denominada postumamente de Lições sobre a Filosofia da História (Vorlesungen über die Philosophie der Geschichte) foi publicada em 1837, seis anos após a morte do autor. Tal obra não foi escrita diretamente pelo filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), isto é, ela não foi apenas publicada postumamente, mas sim surgiu de uma forma “indireta” . Ela foi formada e elaborada através da análise detalhada e da ligação entre os múltiplos registros e as diversas anotações (...) que foram realizadas pelos alunos e pelos ouvintes que participavam dos cursos e das aulas que eram ministradas pelo filósofo.Certamente, também foram utilizados e estudadas as anotações próprias e os manuscritos pessoais de Hegel, principalmente àqueles dos seus últimos anos de vida, quando era membro do corpo docente da Universidade de Berlim e ali lecionava . Em seu título original, ou seja, em alemão – Vorlesungen über die Philosophie der Geschichte – a palavra “Vorlesungen” – que pode ser traduzida como “lições”, “palestras” ou “preleções” – deixa mais claro essa origem da obra, o que não ocorre com a simplificação adotada pela única tradução brasileira, que restringiu o título apenas para Filosofia da História. No primeiro capítulo – denominado de Tipos de abordagens da história e do princípio universal da história filosófica (Die Behandlungsarten der Geschichte) –, e logo no primeiro parágrafo da obra, Hegel esclarece qual é o objeto e qual é a finalidade desta. Nas palavras do filósofo: “O objeto desta preleção é a filosofia da história universal. Não é o nosso propósito extrair da história reflexões gerais,ilustrando-as por meio de exemplos tomados no curso dos acontecimentos, mas apresentar o próprio conteúdo universal” (Hegel, 2008, p. 11). (shrink)
A structural equation modelling approach was used to analyse 32 factors affecting students’ attitudes towards test-taking in secondary schools. Data for the study were obtained from a sample of 1,276 students using the proportionate stratified random sampling technique. The instrument used for data collection was a Rating Scale on Factors Affecting Students’ Attitudes Towards Test-Taking (RSFASATTT). Findings of the study revealed a total of 21 factors that significantly affect students’ attitudes towards test-taking in secondary schools. Out of these significant factors, (...) 14 had a positive effect while 7 factors negatively affected students’ attitudes towards test-taking. However, 11 factors were not significant predictors of students’ attitudes towards test-taking. Based on these findings, it was concluded that students’ attitudes towards test-taking are affected by several factors. These factors are either traceable to the students’ emotions, their family background, or the school environment. Based on this conclusion, recommendations and policy implications were made. (shrink)
BioPortal is a Web portal that provides access to a library of biomedical ontologies and terminologies developed in OWL, RDF(S), OBO format, Protégé frames, and Rich Release Format. BioPortal functionality, driven by a service-oriented architecture, includes the ability to browse, search and visualize ontologies (Figure 1). The Web interface also facilitates community-based participation in the evaluation and evolution of ontology content.
Create an account to enable off-campus access through your institution's proxy server.
Monitor this page
Be alerted of all new items appearing on this page. Choose how you want to monitor it:
Email
RSS feed
About us
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.