Resumo Neste artigo, procura-se analisar os fatores envolvidos na determinação da natureza substancial do organismo vivo, em Aristóteles. Tais fatores seriam, por um lado, a forte unidade e coesão interna composicional e, por outro, o elevado caráter de independência quanto às propriedades essenciais ou formais, relativamente às propriedades dos componentes materiais, por meio dos quais o organismo vivo vem a ser formado, ou com referência aos outros tipos de particularidades de seres. Com esta análise, pretende-se mostrar, ao mesmo tempo, que (...) a unidade do composto orgânico-animado, de um modo geral, é constituída por um complexo arranjo de camadas estratificadas, no qual as camadas ou os tipos de composições materiais apresentam, entre si, um forte grau de interdependência. Tal interdependência entre as partes materiais, que formam uma rede composicional complexa e bem-articulada, faz com que as propriedades essenciais ou formais do todo orgânico se diferenciem sobremaneira das propriedades essenciais dos tipos de componentes que integram esse todo, caracterizando, assim, o caráter substancial da composição orgânica.In this paper, I will try to analyze the factors involved in determining the substantial nature of the living organism in Aristotle. Such factors would be, on the one hand, the strong unity and compositional internal cohesion and, on the other hand, the high character of independence as regards the essential or formal properties, relative to the proper properties of the material components through which the living organism comes to be formed, or relative to other types of particularities of beings. With this analysis, it is intended at the same time to show that, in a general way, the unity of the organic-animate compound is constituted by a complex arrangement of stratified layers, in which the layers or types of material compositions have a strong degree of interdependence among themselves. Such interdependence between the material parts, which form a complex and well-articulated compositional network, makes the essential or formal properties of the organic whole very different from the essential properties of the types of components that make up the whole, thus characterizing the substantial character of organic composition. (shrink)
Com este artigo, pretendo examinar a maneira pela qual ocorreria a necessidade natural, em seus diversos aspectos, nos distintos processos gerativos composicionais em Aristóteles. Em um caso, a necessidade natural se daria de um modo "sem mais", ou de um modo absoluto, por meio da qual se geram os agregados. Em outro, a necessidade natural se realizaria a partir de um princípio anterior regulativo ou determinante, que Aristóteles denomina de necessidade ex hupoteseos, com relação aos processos envolvidos na constituição dos (...) corpos homogêneos inanimados e, dos organismos vivos. No entanto, haveria uma diferença essencial relativamente ao acabamento composicional associado, por um lado, aos corpos homogêneos inanimados e, por outro, aos organismos vivos. Enquanto que o acabamento constituinte das composições homogêneas inanimadas se restringiria apenas ao todo composicional e suas propriedades características, o acabamento dos organismos vivos corresponderia ao todo composicional e as suas propriedades características, bem como este acabamento em vista da realização das atividades orgânico-funcionais, ou vitais. (shrink)
De todos os aspectos do comportamento não-verbal, a face é sem dúvida uma das mais ricas e importantes fontes de informação sobre o estado inter- no do outro. Mas expressões faciais são raramente percebidas de forma isolada. Ao contrário, são tipicamente inseridas em contextos sociais ricos e dinâmicos, que incluem gestos e posturas corporais, conhecimento situacional, etc. Com base nessas observações, podemos nos perguntar se o contexto no qual uma expressão é percebida pode influenciar a percepção de emoções nesta expressão. (...) No caso de uma resposta afirmativa, de que modo se daria essa influência contextual, e quais seriam os seus limites? O propósito desse artigo é explorar algumas possibilidades sobre o papel do contexto na percepção de emoções, desde a teoria das emoções básicas, que defende que categorias discretas de emoções podem ser lidas diretamente da face de forma invariável, a abordagens mais contemporâneas, que atribuem um papel constitutivo para o contexto na percepção de emoções. Embora o debate esteja longe de ser resolvido, as conclusões deste artigo apontam para um novo modo de se pensar sobre fenômenos emocionais, onde a díade de interação torna-se a unidade básica de análise, e onde emoções são concebidas como propriedades emergentes de relações em contextos particulares de interação social. (shrink)
A doutrina do renascimento transmite a ideia de uma perspectiva temporal mais extensa, que abarca múltiplas vidas. Mas a medida em que o buddhismo chega à modernidade, outras interpretações começam a aparecer. Um exemplo é a interpretação psicológica de Ajahn Buddhadāsa, segundo a qual o termo “renascimento" se refere ao surgimento sucessivo da ideia do “eu" a cada instante de consciência. Esta interpretação diminui consideravelmente a extensão da perspectiva temporal ligada ao renascimento. Contra esta interpretação, Thānissaro Bhikkhu argumentou que uma (...) perspectiva temporal mais extensa é necessária para a compreensão de conceitos centrais do buddhismo como kamma ou dukkha. O objetivo principal deste artigo será investigar o papel da temporalidade na compreensão desses conceitos. Aliviando as preocupações de Thānissaro Bhikkhu, irei argumentar que uma perspectiva temporal mais restrita parece ser igualmente capaz de prover os elementos necessários para a compreensão profunda e completa dos principais ensinamentos buddhistas. (shrink)
Neste artigo propomos uma reconceitualização do amor como um modo de engajamento intersubjetivo normativamente guiado pela busca constante do equilíbrio entre a sub- e a sobredeterminação de seu objeto, que se efetiva em relações deconfiança marcadas pelo cuidado com o(a) outro(a). Esta reconceitualização permite que o amor participe da epistemologia como uma virtude intelectual responsabilista, que nos torna membros mais confiáveis de nossas comunidades epistêmicas e nos aproxima de descrições verdadeiras sobre o mundo, ao deixar que diversos pontos de vista (...) sobre esses objetos sejam reconhecidos e valorizados. (shrink)
O objetivo deste artigo é sugerir que os ensinamentos Buddhistas sobreanattā(não-eu) não devem ser entendidos como uma negação categórica do eu, mas fazem parte de uma estratégia soteriológica comumente empregada pelo Buddha, de utilizar algo como ferramenta para o seu próprio fim. Tomando o kamma(ação) como o elemento central que estrutura todos os ensinamentos, podemos pensar na identificação do eu como um tipo de ação. Algumas instâncias desta ação serão hábeis e condutoras à libertação, e outras inábeis e condutoras ao (...) sofrimento. Com isso em mente, este artigo irá analisar algumas ações inábeis do eu e do não-eu em suttasselecionados do Cânone Pali, mostrando como se encaixam na estratégia do Buddha de se utilizar de elementos como ferramentas para o abandono desses próprios elementos. Nessa perspectiva, o eu não é negado em absoluto desde o início do caminho, mas aprende-se a usa-lo de forma hábil como um meio de abandoná-lo. (shrink)
The problem of rational prediction, launched by Wesley Salmon, is without doubt the Achilles heel of the critical method defended by Popper. In this paper, I assess the response given both by Popper and by the popperian Alan Musgrave to this problem. Both responses are inadequate and thus the conclusion of Salmon is reinforced: without appeal to induction, there is no way to make of the practical prediction a rational action. Furthermore, the critical method needs to be vindicated if one (...) pretends that its application is suitable for the preference of a hypothesis. I argue that the nature of this vindication is such that it may be applied also to induction. Thus, to be a popperian is a good reason also to be an inductivist. (shrink)
The first case of comprehensive Jesuit philosophical textbook, the Cursus Conimbricensis stands as a hallmark of the Jesuit way of teaching philosophy during the second half of the Sixteenth century. After having placed the Cursus conimbricensis in the European philosophical scenario, this paper aims to show how Manuel de Gois, as well as the other contributors, felt to be bound to Aristotle, the major authority according to the Ratio studiorum, in dealing with questions and issues.
Demandas por Redistribuição associam-se às ideias de justiça social, emancipação política e econômica. Devedoras da filosofia marxiana desde a década de 1990, dividem o cenário político com reivindicações por Reconhecimento da Identidade, que por sua vez associam-se à ideia de florescimento humano e inspirando-se na filosofia de Hegel. Será possível falarmos de injustiça tanto na dimensão econômica quanto na cultural? Sobre que fundamento filosófico poderíamos compor tais reivindicações em uma única agenda de reivindicação política? Esse trabalho pretende mapear o surgimento (...) do suposto antagonismo aqui mencionado, bem como apresentar a proposta de conciliação das mesmas, defendida pela filósofa Nancy Fraser. Demands for redistribution are related to ideas of social justice, as well as economical and political emancipation. Inheritance of the Marxist philosophy since the 90’s, these claims share political scenario with those for recognition of identity, which are related to the idea of human flowering, inspired in the philosophy of Hegel. Would it be possible to talk about injustice in both, economical and cultural dimensions? Under which philosophical fundamentals would such claims be addressed in the same political agenda? This paper tries to follow the birth and causes of the antagonism of both of the positions mentioned above, as well as to present the proposal of philosopher Nancy Fraser to help understand them. (shrink)
RESUMO: As novas tecnologias revolucionaram tanto as relações humanas quanto as formas de exploração. Com o uso massivo e a dependência das redes sociais, muitas pessoas descobriram fontes de ganhos fnanceiros a partir da exposição da imagem, seja da sua ou de outrem. Nesse cenário, a intimidade de centenas de crianças é exposta por seus pais ou responsáveis em troca de audiência, fama e recursos fnanceiros. Partindo dessa problemática, o presente artigo investiga os impactos do trabalho infantil mediante a exploração (...) da imagem e da intimidade da criança nas plataformas digitais. Por se tratar de uma nova modalidade de produção abundante de artistas mirins, suas consequências têm impactado a atual geração, sobretudo na saúde biopsicossocial. -/- PALAVRAS-CHAVE: Trabalho Infantil. Exposição Virtual. Exploração da Imagem. Redes Sociais. -/- ABSTRACT: New technologies have revolutionized both human relationships and forms of exploitation. With the massive use and dependence on social networks, many people have discovered sources of fnancial gain from the exposure of the image, whether theirs or someone else’s. In this scenario, the intimacy of hundreds of children is exposed by their parents or guardians in exchange for audience, fame and fnancial gain. Based on this problem, this article investigates the impacts of child labor through the exploitation of the image and intimacy of the child on digital platforms. As it is a new modality of abundant production of child artists, its consequences have impacted the current generation, especially in biopsychosocial health. -/- KEYWORDS: Child Labor. Virtual Exposure. Image Exploitation. Social networks. (shrink)
Este é o Capítulo XVI do meu livro A Marcha dos Abismos. A Dupla Tragédia da Utopia, que ainda não pude terminar para publicação. Redigido em 2017, este é um dos inumeráveis escritos e gravações de aulas que provam, para suprema decepção de Ninguéns e ninguemzistas, a insuperável distância crítica que me separa de todo “perenialismo” guénoniano-schuoniano.
In Fact, Fiction and Forecast, Nelson Goodman claims that the problem of justifying induction is not something over and above the problem of describing valid induction. Such claim, besides suggesting his commitment to the collapse of the distinction between the context of description and the context of justification, seems to open the possibility that the new riddle of induction could be addressed empirically. Discoveries about psychological preferences for projecting certain classes of objects could function as a criterion for determining which (...) predicates are after all projectible. In this paper, I argue that Goodman's claim must be construed within his project for constructional definitions, which is methodologically oriented by reflective equilibrium. The description of inductive practice is committed to the articulation of the extension of the class selected by the predicate ‘valid induction’. The mutual adjustment between theoretical considerations and inductive practice involved in the proposal of a definition of ‘valid induction’ must preserve that practice as much as possible, there is no way to get rid of entrenchment. Empirical discoveries about the psychological mechanism that underlies projections may help that adjustment but they cannot substitute the role played by the entrenchment of predicates. (shrink)
Neste ensaio, pretendemos evidenciar o marxismo crítico de Guy Debord a partir de uma revisitação de Maio de 1968. Cinquenta anos depois deste evento, com efeito, impõe‑se a pergunta: «Em que medida a definição situacionista da subjectividade anticapitalista ainda mantém a sua pertinência histórico‑crítica?» Não sendo simples, a resposta equivale, afinal, à avaliação do marxismo debordiano, tendo em vista discriminar, a seu respeito, o que está vivo e o que está morto.
The argument from illusion/hallucination have been proposed many times as supporting the strong conclusion that we are always perceiving directly sense-data. In Sense & Sensibilia, Austin argues that this argument is based on a “mass of seductive (mainly verbal) fallacies”. In this paper, I argue that Austin's argumentative moves to deconstruct the argument from illusion is better understood if they are seen as due to his implicit commitment to some disjunctivist conception of perception. His considerations should be taken as a (...) depth discussion about how to conceive perception. If we conceive the perceptual capacity disjunctively, even the weaker conclusion that we sometimes perceive sense-data does not hold. In response to Austin, Ayer claimed that the strong conclusion of the argument from illusion could be sustained by the method of the possibility of error. I argue that this method alone does not sustain that conclusion and the controversy turns back to the conflict between different conceptions of perception. The argument from illusion is philosophically interesting by putting in evidence the problem of how the perceptual capacity should be articulated and conceived. Although matters of fact are relevant to this question, they alone do not decide it. (shrink)
O propósito deste artigo é aprofundar o debate da narratalogia cognitiva sobre o papel das emoções e afetos na escrita e leitura do texto ficcional. Para tanto, buscamos fundamentos teóricos em teorias recentes da afetividade situada, em particular nos conceitos de andaimes, arranjos e milieus afetivos, a fim de observar como textos codificam afetos para suscitar estados afetivos e emocionais nos leitores. O mérito da interlocução virá da capacidade de fertilizar a compreensão do papel das emoções na construção de textos (...) ficcionais, mediante a análise do seu papel na composição de um texto em particular: o conto “Criançada”, de Anton Tchekhov. Como teorias da afetividade situada reservam um papel de destaque para o ambiente externo na construção da afetividade humana, argumentamos que a aplicação dessas teorias ao nosso objeto permite observar como a construção do espaço, a descrição dos objetos e os afetos dos personagens estão intimamente ligados, alimentando-se reciprocamente e fortalecendo-se em relações de feedback. Essas análises podem permitir que a narratologia cognitiva saliente elementos afetivos dos textos ficcionais até aqui pouco explorados nos estudos literários. (shrink)
My main aim at this paper is to present Lewis Carrol’s Paradox on the justification of logical principles inasmuch as some attempts of solving it. This is important because if there are basic logical principles, it also seems necessary to exist some justification for them. By considering some observations from Ryle, Devitt and Kripke about the theme, we intend to briefly display their theories and their core critics among themselves and, mainly, the critics against adoption theory.
O desempenho das empresas tem sido estudado sob diferentes perspectivas teóricas, que, em geral a utilizam indicadores econômico-financeiros. Essa abordagem sofre constantes críticas por não contemplar aspectos estratégicos, que podem fornecer informações acerca de vantagem competitiva obtida pela empresa. Fatores macroeconômicos também tendem a impactar de maneira indireta os diferentes setores. Além disso, os setores sofrem esses impactos macroeconômicos conforme o nível de exposição deste às oscilações macroeconômicas. Assim este trabalho buscou analisar como as dimensões de desempenho se relacionam com (...) retorno, para cada setor da bolsa de valores. Para a análise, utilizou-se a modelagem de equações estruturais a partir do software Smart-PLS. Foram utilizados dados do Economática para 82 empresas listadas em 6 setores da B3 no período entre 2011 e 2018. Os resultados indicam que diferentes indicadores compõe os construtos para cada setor analisado, indicando que o retorno tem associações diferentes em cada setor. O construto econômico-financeiro apresenta uma relação positiva na explicação dos retornos para os diferentes setores. Já o construto estratégico relacionou-se positivamente apenas no setor de Materiais Básicos. A dimensão macroeconômica apresentou resultados que evidenciam uma relação negativa com os retornos no período analisado. Assim pode-se apontar que o retorno de cada setor é explicado por diferentes informações, sugerindo que o investidor deve observar critérios específicos de cada setor. Os indicadores macroeconômicos foram similares para os setores analisados, contudo o impacto significativo não pode ser verificado para todos os setores, indicando que existem níveis de exposição diferentes para os setores. Ainda, foram evidenciados tanto efeitos diretos quanto indiretos dos indicadores macroeconômicos sobre o retorno. (shrink)
Pese a su uso e importancia, no hay investigaciones semánticas sobre los pseudónimos. Aunque resulta claro que los nombres ficticios son importantes en la definición de la identidad de un artista, no ha habido mayor investigación sobre el rol que desempeñan. Aquí, justamente intento mostrar que son fundamentales en el arte, porque permiten crear la identidad de un personaje, pero ello ocurre principalmente en el mundo social. Dada la escasez de investigaciones sobre los pseudónimos y sobre su conexión con la (...) identidad, este artículo muestra: i) que no pueden ser designadores rígidos kripkeanos; ii) que la identidad que conllevan es puramente artística, y no metafísica. En la primera sección, apoyo parte de la propuesta de Kripke acerca de los designadores rígidos: los nombres propios, como tales designadores, deben analizarse a la luz de los mundos posibles; esto es, en términos de cómo podrían haber resultado las cosas de otra manera. En la segunda sección, examino los antecedentes y las consecuencias de que dichos nombres sean designadores rígidos. En la tercera, en cambio, argumento que los pseudónimos no pueden ser designadores rígidos como los nombres propios. Dicha conclusión es alcanzada a partir de la variación de un experimento mental kripkeano, uno que versa sobre Dios y el esfuerzo de Él para crear objetos. En la sección final muestro que los pseudónimos, en vez de designar rígidamente, crean personajes en el mundo social. Por ello la identidad que conllevan no es interna a los objetos; por el contrario, es un tipo de identidad que solo pertenece al mundo social. (shrink)
O Programa de Filosofia para Crianças de Matthew Lipman e Ann Margaret Sharp tem pouco mais de 40 anos e à sua criação de imediato se sucederam a difusão e a adaptação em diversos contextos geográficos e culturais. Quer isto dizer que a história da Filosofia para Crianças, sobretudo nas últimas décadas, tem consistido numa marcha, mais ou menos vertiginosa, de inovação e renovação. E nem sempre este ritmo de rápida disseminação se tem mostrado compatível com a sedimentação de reflexões (...) apuradas sobre as diferentes dimensões e problemáticas que a prática coloca. A formação dos facilitadores de sessões de Filosofia para Crianças, de acordo com o modelo da comunidade de investigação filosófica de Lipman e Sharp, é uma das dimensões deste projeto pioneiro que aguardam um debate de maior desenvolvimento. A presente reflexão pretende contribuir para essa discussão, apresentando de forma concisa algumas posições que consideramos relevantes para a compreensão do que está em causa. Não temos a pretensão de assumir a forma acabada de um cânone, mas de justificar opções que nos parecem decisivas no presente contexto de implementação da Filosofia para Crianças em Portugal. Esperamos, assim, contribuir para que se possa gerar uma comunidade alargada de diálogo sobre este tópico. (shrink)
Goodman sustentou que o ajuste mútuo entre inferências indutivas particulares e princípios indutivos constitui a única justificação necessária para ambos. Porém, a sua caracterização desse ajuste, posteriormente denominado de “equilíbrio reflexivo”, foi superficial. Isso levantou dúvida sobre a sua adequação. Neste artigo, argumento que o equilíbrio reflexivo, corretamente caracterizado, fornece a única justificação necessária e a melhor que podemos dar para a prática indutiva.
Este ha sido el mundo infantil – imposible y contradictorio – que sentimos habitar en este escrito, en esta escritura. En ese mundo, como ahora, el inicio y el final coinciden. En ese mundo, que Heráclito llamaría aión, es la infancia la que gobierna. Un gobierno infantil. Por lo tanto, es tiempo de callarnos. De estarnos sin tanta luz y sin tantas palabras. Para dormir y soñar. Es tiempo de terminar. O de comenzar. Los y las lectores infantiles (no) tienen (...) la palabra. Nosotros ya (no) la tenemos… (¡hipo!). (shrink)
O objetivo deste artigo é ser uma introdução aos diversos tipos de possibilidades e mostrar o caminho que a discussão sobre a existência de possibilidades não-atuais deve seguir a partir da aceitação do determinismo. E essa discussão é relevante porque sua resposta tem bastante infl uência em nossos pensamentos e lógicas sobre as modalidades da necessidade e da possibilidade. Cumprimos tal objetivo através de um diálogo a respeito das possibilidades. Este formato de texto tem a vantagem de ser mais pedagógico (...) do que os ensaios em terceira pessoa, pois insere o problema fi losófi co das possibilidades em uma situação real particular sem que a generalidade do assunto e dos argumentos seja perdida. (shrink)
Los experimentos mentales son dispositivos epistémicos de la imaginación, o de análisis de problemas filosóficos, que recorren las fronteras de aquella, desde el sillón. Dichas fronteras tocan dilemas perennes de la filosofía: cuestiones de la metafísica, como el tiempo, el espacio y la realidad, el problema de la libertad y el determinismo, la naturaleza de la mente, la identidad personal, los argumentos acerca del significado, las posibilidades, fuentes y condiciones del conocimiento, las relaciones entre discurso y lógica, la ética, cuestiones (...) de la filosofía social y política, y la estética. Muchos problemas de la filosofía han sido abordados mediante experimentos mentales, una herramienta útil de la caja de herramientas del filósofo. No todas las herramientas son populares, no obstante. Los experimentos mentales son, pese a sus defensores, falibles, incluso si son argumentos bien planteados. Justamente, este libro recopila artículos con las principales defensas y ataques a los experimentos mentales, especialmente en términos de su confiabilidad para llegar a conclusiones, o bien de su relevancia en términos de su origen: el sillón de la filosofía. Este ha sido vapuleado por los nuevos aires de la filosofía analítica, que trata al sillón como un viejo artefacto del análisis a priori. De hecho, hay posturas que critican a los experimentos mentales por constituir bombas de intuiciones no confiables. Por supuesto, no hay razón irrefutable para aceptar los experimentos mentales y las filosofías de sillón. Pero ¿hay alguna en la filosofía? El libro no pretende convencer al lector del valor de los experimentos mentales y las filosofías de sillón. Por el contrario, su objetivo es formar una imagen propia de estos dispositivos epistémicos, tanto en relación con sus virtudes y limitaciones. Si ello se logra, habrá valido el esfuerzo llevado a cabo en esta compilación de artículos, los que muestran los límites, desafíos y críticas de la experimentación mental desde el sillón. (shrink)
Este artículo analiza el Test de Turing, uno de los métodos más famosos y controvertidos para evaluar la existencia de vida mental en la Filosofía de la Mente, revelando dos mitos filosóficos comúnmente aceptados y criticando su dogma. En primer lugar, se muestra por qué Turing nunca propuso una definición de inteligencia. En segundo lugar, se refuta que el Test de Turing involucre condiciones necesarias o suficientes para la inteligencia. En tercer lugar, teniendo presente el objetivo y el tipo de (...) evidencia que recopila, se considera si el Test de Turing cuenta como un experimento científico a la luz de la concepción de Fodor. Finalmente, se argumenta que Turing simpatiza con una forma de Conductismo, confundiendo la simulación -un proceso epistémico que, gobernado por la verosimilitud, es eficaz cuando alguien es causado a creer que el computador es inteligente- con la duplicación de la inteligencia en cuanto propiedad, lo que ocurre a nivel ontológico. Tal confusión implica un dogma y explica por qué, a pesar de haber sido propuesto como una solución final a la problemática de si las máquinas programadas piensan, el Test de Turing ha tenido precisamente el efecto contrario en más de cinco décadas, estimulando el debate filosófico en torno a la naturaleza de lo mental.Debunking two commonly held myths and fleshing out its dogma, this article deals with the Turing Test, one of the most famous and controversial methods to assess the existence of mental life in the Philosophy of Mind. Firstly, I show why Turing never gave a definition of intelligence. Secondly, I dispute claims that the Turing Test provides a necessary or sufficient condition of intelligence. Thirdly, in view of its aim and the sort of evidence it offers, I consider whether or not Turing's test can be regarded as a scientific experiment in light of Fodor's theory. Finally, I argue that Turing is committed to a form of behaviourism and, further, confuses simulation -an epistemic process which, being governed by verisimilitude, is successful when someone is caused to believe that the computer is intelligent-with the duplication of intelligence qua property, which takes place at an ontological level. This confusion involves a dogma and explains why, despite being devised as the final solution to the dilemma of whether or not programmed machines think, the Turing Test has precisely had the opposite effect for longer than five decades, stimulating the philosophical discussion on the nature of mind. (shrink)
A primeira tese de Sober é que não podemos agir livremente, a não ser que o Argumento da Causalidade ou o Argumento da Inevitabilidade tenham alguma falha. O Argumento da Causalidade é o seguinte: nossos estados mentais causam movimentos corporais; mas nossos estados mentais são causados por fatores do mundo físico. Nossa personalidade pode ser reconduzida à nossa experiência e à nossa genética. E tanto a experiência quanto a genética foram causados por itens do mundo físico. Assim, o meio ambiente (...) e os genes são os causadores de nossas crenças e desejos. E estes, por sua vez, causam o nosso comportamento. Como, em última instância, não escolhemos nem os nossos genes e nem o meio ambiente no qual adquirimos as nossas experiências, também não escolhemos o nosso comportamento: ele é causado por fatores além do nosso controle; isso nos faz não ser livres. E o Argumento da Inevitabilidade é exposto por Sober assim: se uma ação foi praticada livremente, então deve ter sido possível ao agente agir de outra forma. Mas, dado que as causas de nossas ações são as nossas crenças e desejos, não poderíamos ter agido diferentemente de como elas nos determinam a agir. (shrink)
The foundationalist needs to deal with two fundamental problems: (i) to explain how a justificator grants justification without itself need justification and (ii) to determine the justificator’s epistemic status. Burdzinski (Burdzinski 2007), following Sellars and Bonjour, argues that the perceptive experience could not be a response to the first problem, because if its content was not propositional it would not grant justification and if its content was propositional it would grant justification and would require justification. My proposal is that perceptual (...) experience justifies in virtue of its representational nature. The act of taking the content of a perception by its face value is justified until there is a reason to the contrary, ie, this act is prima facie justified. This forces us to answer the second problem by saying that the basic justificator is not infallible. This falibilist response dislike the skeptic, but it is the best foundationalist answer to epistemic regress. (shrink)
En este artículo examino dos criterios para la existencia de estados mentales, el de Descartes y el de Turing. Mientras que el primero plantea que las máquinas no pueden pensar en principio, el segundo defiende la inteligencia de máquina. Pese a esto, ambos parecen coincidir en que la decisión sobre la presencia de estados mentales es tomada por alguien que juzga internamente la misma. Si bien ello es esperable del racionalismo cartesiano, en el funcionalismo de Turing es sorprendente. En efecto, (...) ningún comentarista de su Juego de la Imitación repara en el hecho de que los interrogadores son una instancia que no parece reemplazable y, además, que dichos interrogadores aplican un criterio internalista para decidir si están frente a una mente o un computador. Tal aproximación internalista a la mente, argumento, representa una dificultad para que una máquina pase el Test de Turing. Por este motivo concluyo que dicho test no solo no reemplaza la pregunta ¿pueden pensar las máquinas?; adicionalmente traslada de modo dramático el foco del debate a la filosofía de la mente. (shrink)
En este trabajo examino cómo el Funcionalismo de Máquina de Turing resulta compatible con una forma de dualismo, lo que aleja a la IA clásica o fuerte del materialismo que la inspiró originalmente en el siglo XIX. Para sostener esta tesis, argumento que efectivamente existe una notable cercanía entre el pensamiento cartesiano y dicho funcionalismo, ya que el primero afirma que es concebible/posible separar mente y cuerpo, mientras que el segundo sostiene que no es estrictamente necesario que los estados mentales (...) se realicen en las propiedades físicas de engranajes y máquinas reales. This article deals with how Turing Machine Functionalism turns out to be compatible with a form of Dualism, which involves that strong AI is not close to the original Materialism that inspired it in the nineteenth century. To support this thesis, I argue that there is a compelling coincidence between Descartes' philosophy and this version of Functionalism, since the former holds that it is conceivable/possible to separate mind and body, while the latter holds that it is not strictly necessary that mental states are realized by the physical properties of real cogs and machines. (shrink)
O objetivo deste livro é propor uma reflexão sobre o ideário de centro, se perguntando se ele seria possível e como. Preferi chamar de “Uma Ideologia de Centro” em vez de “Ideário”, pois o termo “Ideologia” é instigante para um título. Entretanto tenho a noção de que essa palavra é bastante carregada de significados teóricos. No modelo marxista, grosso modo, a ideologia é um conjunto de crenças, construído pela parcela dominante da sociedade, para naturalizar a dominação. Não é nesse sentido (...) que utilizo o termo “ideologia”. Gostaria de um significado mais neutro para ele, tal como um conjunto de crenças, valores e/ou ações que respeita um conjunto de princípios. Nesse sentido, podemos pensar em uma ideologia para a direita política, para a esquerda política e para o centro político. Normalmente dividimos o espectro político de acordo com esses princípios; entretanto outras divisões são possíveis, ou ainda pode ser o caso que nenhuma divisão seja realmente objetiva. Como devemos, então, pensar essa divisão? Quais princípios subjazem as ações de diferentes atores políticos? Numa época de polarização política entre esquerda e direita, faz sentido refletirmos sobre posições mais moderadas? Qual conjunto de crenças, valores e ações poderia constituir moderação no cenário atual? Nosso livro tenta trazer uma reflexão sobre o ideário de centro, apresentando pensadores que refletem sobre a possibilidade de estabelecermos um centro, sobre a relação entre a ciência e o centro, sobre reformas centristas, entre outras coisas. Nossa intenção é que este livro promova uma reflexão inicial estimulante, e não a palavra final sobre as ideias apresentadas. Nesse sentido, este livro é ensaístico e tenta produzir algo original, ainda que incompleto. Nosso livro não têm uma unidade de visão; e acreditamos que isso é um mérito, pois não tenta estabelecer, em definitivo, se há e o que é o centro, mas nos leva a pensar sobre o conceito. A reflexão filosófica tem a característica de nos aprofundar nas questões investigadas. Podemos não chegar numa resposta final, mas nosso conhecimento sobre o problema e sobre as respostas para ele aprimoram nossa capacidade reflexiva. Pode-se acabar não concordando com nada do que aqui foi escrito. Maravilha! Se esse é o caso, o mais importante é saber por que não concordamos e construirmos nossa própria crítica argumentativa. Mas não paremos na crítica; construamos também uma teoria positiva, uma visão de mundo. É a partir do processo de criação, crítica, destruição e reconstrução, que tornamos mais fortes as nossas visões de mundo. Parafraseando a maior celebridade filosófica de todos os tempos, Sócrates: a vida só vale realmente a pena, se refletida. (shrink)
Neste capítulo, Loux apresenta alguns problemas com relação às modalidades e algumas das relações entre elas e o vocabulário dos mundos possíveis, expondo as duas principais posições ontológicas com relação a tais mundos e às modalidades e com relação à natureza das modalidades, a saber, o possibilismo e o actualismo, defendidos respectivamente por Lewis e Plantinga. Essas são teorias inconsistentes entre si, que intentam nos dizer se os mundos possíveis são concretos ou abstratos e se existe algo além do que (...) é actual. (shrink)
A interrogação que preside a este ensaio não busca, à maneira heideggeriana, o impensado esquecimento de um certo desenvolvimento historial, mas há de apenas delimitar o estado da arte da visão cartesiana do mundo. Para o efeito, no entanto, não vai além do horizonte epistêmico da Filosofia da Biologia, porque o seu principal objectivo consiste em diagnosticar a “crise de identidade” da Biologia, cujo sucesso experimental não deve camuflar a sua “depressão epistemológica”. Na verdade, trata‑se de uma disciplina que, entre (...) física e metafísica, ainda não encontrou o seu espaço teórico. Ora, é possível remontar tal dificuldade à raiz filosófica da Modernidade. Assim sendo, impõe‑se uma avaliação da mutação paradigmática que Descartes introduz na ordem do saber, de acordo com a qual a investigação racional passa a ter por destino o domínio da Natureza. (shrink)
Create an account to enable off-campus access through your institution's proxy server.
Monitor this page
Be alerted of all new items appearing on this page. Choose how you want to monitor it:
Email
RSS feed
About us
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.