-/- FILOSOFIA: CRÍTICA À METAFÍSICA -/- PHILOSOPHY: CRITICISM TO METAPHYSICS -/- Por: Emanuel Isaque Cordeiro da Silva - UFRPE Alana Thaís Mayza da Silva - CAP-UFPE RESUMO: A Metafísica (do grego: Μεταφυσική) é uma área inerente à Filosofia, dito isto, é uma esfera que compreende o mundo e os seres humanos sob uma fundamentação suprassensível da realidade, bem como goza de fundamentação ontológica e teológica para explicação dos dilemas do nosso mundo. Logo, não goza da experiência e explicação científica (...) com base na matemática, ciências, observação, análise, etc. e sim da explicação apenas teorética sem a análise empírica. Por fim, filósofos de divergentes escolas e eras da história da filosofia fundamentaram suas críticas quanto a Metafísica; e este breve trabalho tem como objetivo analisar as críticas dos filósofos e trazer uma conclusão clara e objetiva para os leitores, sejam leigos ou não. Palavras-chave: Metafísica. Crítica. Teoria. Suprassensível. Empírico. Experiência. ABSTRACT Metaphysics is an area inherent to philosophy, that is, it is a sphere that comprises the world and human beings under a supersensitive foundation of reality, as well as enjoying ontological and theological foundations for explaining the dilemmas of our world. Therefore, it does not enjoy the scientific experience and explanation based on mathematics, science, observation, analysis, etc., but only the theoretical explanation without empirical analysis. Finally, philosophers from divergent schools and eras in the history of philosophy based their criticism of Metaphysics, and this brief work aims to analyze the criticism of philosophers and bring a clear and objective conclusion to readers, whether lay or not. Keywords: Metaphysics. Criticism. Theory. Supersensitive. Empirical. Experience. INTRODUÇÃO Para uma fundamentação alicerçada na observação, análise e conclusões pragmáticas, é imprescindível aclarar o conceito de Metafísica como esfera inerente da Filosofia, bem como disciplina primordial para o currículo do Filósofo formado nas Universidades globais. Para isso, discorro acerca do conceito de Metafísica desde a alcunha aristotélica de 'Filosofia primeira', passando à análise modernista, em especial à kantiana e seu criticismo (Crítica da Metafísica é a alma desse trabalho), sob análise de autores didáticos e, por fim, sob a elucidação da esfera Metafísica mediante os dicionários de Filosofia de Japiassú e Marcondes, e de Nicola Abbagnano. No conjunto de obras aristotélicas entituladas de Metafísica, Aristóteles buscou elucidar 'o ser enquanto ser', isto é, buscar a objetividade das coisas e do mundo mediante a subjetividade e a realidade suprassensível dessas coisas. Logo, a explicação dos fenômenos que cercavam a Grécia clássica eram explicados além do alicerce das Ciências tradicionais da época (Física, Química, Biologia, etc.). Todavia, para Aristóteles, a Metafísica consiste na 'ciência primeira' no que se refere o fornecimento de um fundamento único para todas as demais ciências, ou seja, dar-lhes o objeto ao qual elas se referem e os princípios dos quais todas elas dependem. Por fim, a Metafísica implica ser uma enciclopédia das ciências um inventário completo e exaustivo de todas as ciências, em suas relações de coordenação e subordinação, nas tarefas e nos limites atribuídos a cada uma, de modo definitivo. Na modernidade, a Metafísica perde a centralidade do mundo da Filosofia, quem é o precursor de tal declínio é Immanuel Kant e seu criticismo. Tal descendência é elucidada e aclarada posteriormente no presente trabalho. A Metafísica moderna ganha uma nova interpretação, sendo alcunhada e levada por analogia à Ontologia, expressada, segundo Kant, como conceito de gnosiologia. Para Kant, Metafísica é a fonte inerente do estudo e explicação das formas alicerçadas na razão, bem como fundamento de toda realidade suprassensível que se deve basear para elucidar e aclarar o mundo moderno. Ainda segundo o filósofo, a Metafísica é a fonte de todos os princípios reais para a explicação da realidade. Sendo ela, por fim um 'sistema filosófico' alicerçado sobre uma perspectiva ontológica, teológica e/ou suprassensível da realidade. No nosso finalismo, a inerência da Metafísica à filosofia transcende a explicação de todo o universo e sua totalidade (matéria e forma como alcunha Aristóteles). Logo, na Filosofia Clássica com Platão e, especialmente em Aristóteles, o Mito passou a ser ciência e essa ciência era determinada de Metafísica. Vale salientar que a alcunha 'Metafísica' foi, primeiramente, usada por Andrônico de Rodes . Por fim, a Metafísica primordial para fundamentar as explicações necessárias para os fenômenos que se decorrera na Grécia antiga, foi perdendo centralidade ao passo da história da filosofia e, na modernidade, com Hume e Kant passa por uma grande crise, discorrida agora no trabalho. -/- DA CRÍTICA À METAFÍSICA Platão criou um sistema metafísico de explicação da realidade e do mundo que influenciou muitos pensadores e religiosos. Boa parte da história da filosofia foi composta de sistemas metafísicos. Mas, se, por um lado, o pensamento metafísico tem uma vida longa e profícua, por outro, é alvo de críticas constantes, principalmente por filósofos modernos e contemporâneos, que questionam a validade das teses metafísicas, seja porque tratam de coisas que não podem ser conhecidas, como alma, Deus e formas inteligíveis, seja porque suas conclusões são consideradas enganosas. ARISTÓTELES E A FILOSOFIA PRIMEIRA As ciências teóricas ou teoréticas são aquelas que produzem um saber universal, válido em qualquer situação, e necessário, isto é, que não pode ser de outro modo. Essas ciências estão voltadas para a contemplação da verdade. O sábio que se dedica a elas encontra um fim em si mesmo, pois o resultado de sua investigação não gera nenhum objeto exterior, como uma construção ou uma escultura, mas beneficia sua própria alma. Elas estão organizadas em Metafísica, Matemática e Física, que inclui a Psicologia ou a ciência da alma. As principais obras teoréticas escritas por Aristóteles são Física, De anima e Metafísica. Filosofia Primeira, que chegou até nós com o nome de Metafísica, também chamada muitas vezes por Aristóteles de Teologia .com a ressalva de que Teologia aqui não tem o sentido que é dado a ela contemporaneamente), é a expressão que designava a mais elevada das ciências teoréticas, diferenciando-se da chamada Filosofia Segunda, ou Física. Aristóteles abre o Livro I da Metafísica com a célebre passagem: Todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecer: uma prova disso é o prazer das sensações, pois, fora até da sua utilidade, elas nos agradam por si mesmas e, mais que todas as outras, as visuais [...l. (ARISTÓTELES, 1969). A busca pelo conhecimento encontra-se na própria natureza humana, desde o nascimento, mesmo que se manifeste em seu grau mais rudimentar. Prova disso é o conhecimento por meio das sensações ou dos sentidos, entre os quais se destaca o da visão. É o chamado conhecimento por empiria ou saber empírico, que não pode ser ensinado porque é adquirido imediata e concretamente quando percebemos as coisas sensíveis. Também há um saber que vem da técnica. O técnico é aquele que tem o conhecimento dos meios para chegar a um fim. Como ensina o historiador da Filosofia, Julián Marias, apesar de o saber técnico ser superior ao saber empírico, ambos são necessários em nossa vida: 1..l Portanto, a tékhne [técnica) é superior à empeiria; mas esta também é necessária, por exemplo, para curar, porque o médico não tem de curar o homem, e sim Sócrates, e o homem apenas de modo mediato. (MARIAS, J. 2015). O conhecimento metafísico é menos necessário em nossa vida cotidiana, mas nenhum outro lhe é superior. A Metafísica é o conhecimento pelas causas e, como vimos, o conhecimento é científico quando ele nos dá os princípios e as causas das coisas. Para Aristóteles, tudo o que existe é efeito de uma causa e ela é a responsável por esse algo ser necessariamente de um jeito e não de outro. De acordo com Aristóteles, conhecer algo é conhecer pela causa. Dessa forma, a explicação de algo ou o seu conhecimento deve sempre dizer por que algo é necessariamente de determinado modo. Sem esse tipo de explicaçào, não pode haver propriamente conhecimento. Daí se constata o caráter rigoroso da explicação científica: ela não apenas sabe que "algo é isto", mas é capaz de explicar por que algo é necessariamente isto. A definição aristotélica de Metafísica Chauí indaga em seu livro Iniciação à Filosofia a questão central do que Aristóteles entende por sua alcunha ou Metafísica. Chauí explana: Embora Aristóteles admita que para cada tipo de Ser e suas essências existe uma ciência teorética própria (física, biologia, psicologia, matemática, astronomia), ele também defende a necessidade de uma ciência geral, mais ampla, mais universal, anterior a todas essas, cujo objeto não seja esse ou aquele tipo de Ser, essa ou aquela modalidade de essência, mas o Ser em geral, a essência em geral. Essa ciência, para Aristóteles, é a Filosofia Primeira ou metafísica, que investiga o que é a essência e aquilo que faz com que haja essências particulares diferenciadas, que estuda o Ser enquanto Ser. (CHAUÍ, 2010). O objeto investigado pela Metafísica também é muito diferente do objeto conhecido pelo saber empírico ou pelo saber técnico. O saber empírico nos faz conhecer as coisas particulares, como Sócrates, o Oráculo de Delfos e a caneta esferográfica; o saber técnico nos faz conhecer as diversas técnicas, como os procedimentos médicos e a engenharia de construir templos. O que o saber metafísico, então, nos permite conhecer? Segundo Aristóteles, a Metafisica estuda o ser enquanto ser. Não considera o ser de modo particular como fazem as demais ciências — por exemplo, ao investigar Sócrates, os procedimentos médicos etc. mas busca o que é universal, o que envolve tanto Sócrates quanto os procedimentos médicos, tanto o Oráculo de Delfos quanto a arte de construir templos. Segundo Aristóteles, a Metafísica trata das causas primeiras, que são as quatro seguintes: • a causa material, que é a matéria de que é feita alguma coisa. Em uma escultura, por exemplo, a causa material pode ser o bronze ou o mármore; • a causa formal, que é a forma ou a essência das coisas. No exemplo da escultura, é a forma ou a aparência que possibilita que a reconheçamos como uma escultura (e não como um poste, por exemplo); • a causa eficiente, que é o agente que produz a coisa. Uma escultura é produzida por um artista; • a causa final, que é a razão ou a finalidade das coisas, A finalidade da escultura é o prazer estético. A Metafísica também se ocupa da substância. A substância responde pelos significados do ser. Mas o que é a substância? Trata-se de uma questão complexa no pensamento aristotélico. Aristóteles recusa-se a entender a substância como sendo a forma platónica. Ela nào é o suprassensível. Seria entao a substância o sensível individual? As coisas são matéria e forma; amatéria é o substrato da coisa (por exemplo, o mármore é a matéria da estátua). Sem sua forma, ela é apenas potencialidade, mas sem a matéria qualquer realidade sensível se desvaneceria. Assim, a matéria pode ser dita substância em sentido impróprio. A forma, por seu turno, é aquilo que determina a matéria, é a sua essência; ela é substancia em sentido próprio. Mas a matéria é também matéria enformada. As coisas sensíveis são, a um só tempo, matéria e forma. E esse composto também pode ser legitimamente chamado de substância. Aristóteles apresenta três gêneros de substâncias: • as substâncias sensíveis, que nascem, morrem e, por isso, passam por todo tipo de mudança; • as substancias sensíveis e incorruptíveis, que não passam por nenhum tipo de mudança, como os planetas e as estrelas; • a substância suprassensível, que é superior às outras duas: o Primeiro Motor Imóvel, o deus aristotélico, causa de todo movimento, mas sendo ele mesmo imóvel. (Ele precisa ser imóvel porque se ele também se movesse precisaria haver uma causa para esse movimento, o que levaria a uma espécie de regressão ao infinito). Assim como o demiurgo de Platão, o deus aristotélico nao é um deus criador. Não criou o Universo nem gerou o movimento dos corpos. Ao contrário, o deus de Aristóteles exerce uma atraçáo sobre o Universo, motivando sua existência, e sobre os corpos, gerando seu movimento, ou seja, atrai tudo para si como objeto de amor. Não é, portanto, causa eficiente do mundo e do movimento do mundo, mas causa final. O deus aristotélico nao cria o mundo do nada por um ato de vontade. Ele nao é causa eficiente do mundo, como indicamos ser o artista causa eficiente de sua escultura. A METAFÍSICA CLÁSSICA OU MODERNA Grandes revoluções no pensamento do século XVII deram estopim à uma grande crise na esfera metafísica. De modo resumido a Metafísica sofreu uma grande transformação e uma nova elaboração, sem a fundamentação embasada no pensamento platônico, aristotélico ou neoplatônico. Sendo assim a nova metafísica é caracterizada por: [...] afirmação da incompatibilidade entre fé e razão, acarretando a separação de ambas, de sorte que a religião e a filosofia possam seguir caminhos próprios, mesmo que a segunda não esteja publicamente autorizada a expor ideias que contradigam as verdades ou dogmas da fé [...] [...] redefinição do conceito de Ser ou substância. Os modernos conservam a definição tradicional da substância como o Ser que existe em si e por si mesmo, que subsiste em si e por si mesmo. Porém, em lugar de considerar que a substância se define por gênero e espécie, havendo tantos tipos de substâncias quantos gêneros e espécies houver, passa-se a definir a substância levando em consideração seus predicados essenciais ou seus atributos essenciais, isto é, aquelas propriedades ou atributos sem os quais uma substância não é o que ela é. Após o supracitado, os cartesianos e Descartes dirão que há somente três substâncias essenciais, divergindo totalmente do pensamento aristotélico, as substâncias cartesianas são a Alma, a matéria dos corpos e Deus. Para empiristas, só se é possível conhecer a substância corpórea, logo não se é possível elaborar uma metafísica, e sim uma geometria ou uma física que se ocupa do estudo dessas matérias corpóreas. Baruch Spinoza (1632-1677) explanou a primordialidade de se elaborar uma definição genérica e universal, comumente aceita por toda a comunidade de filósofos de Aristóteles a modernidade. Podemos reduzir o conceito proposto da seguinte maneira: “substância é aquilo que existe em si e por si e não depende de outros para existir”.Logo, diz Espinosa, que há apenas uma substância no Universo que não depende de outra para existir, tal substância é o próprio Deus ou a natureza. Nessa revolução do pensamento filosófico, em peculiar à metafísica, houve também a redefinição do conceito de causa e causalidade. Em Aristóteles haviam quatro tipos de causas, agora, na modernidade, se propunha apenas dois tipos: a eficiente e a final. Chauí explana que a Causa eficiente é aquela na qual uma ação anterior determina como consequência necessária a produção de um efeito, e que seu alcance é universal na natureza. Causa final é aquela que determina, para os seres pensantes, a escolha da realização ou não realização de uma ação, e que só opera na ação de Deus e nas ações humanas. Houve também, nessa revolução, uma quebra do paradigma metafísico, isto é, a metafísica não se dividia mais entre a teologia, a psicologia racional e a cosmologia racional. Agora, a metafísica ganha um novo rumo, um rumo próprio de estudo embasado em suas próprias fundamentações. Logo, a metafísica se apropria de três e apenas três ideias de substância. A substância infinita, ou o próprio Deus. A substância pensante que é a consciência como faculdade de reflexão e de representação da realidade alicerçada na razão. E, por fim, a substância extensa que é a natureza embasada nos princípios e leis regidas pela matemática e a mecânica. DAVID HUME E A CRISE DA METAFÍSICA O filósofo escocês David Hume (1711-1776) nos ajuda a entender em parte o teor das críticas ao pensamento metafísico. "Se tomarmos em nossas mãos um volume qualquer, de teologia ou metafísica escolástica, por exemplo, façamos a pergunta: contém ele qualquer raciocínio abstrato referente a números e quantidades? Não. Contém qualquer raciocínio experimental referente a questões de fato e de existência? Não. Às chamas com ele, então, pois não pode conter senão sofismas e ilusão." (HUME, 2004) Hume critica a teologia e a metafísica escolástica, que foi a metafísica praticada principalmente nas escolas cristãs durante a Idade Média, porque suas concepções não tratam nem de conceitos matemáticos, que são formais e podem levar a conclusões seguras - por exemplo, "2 + 2 = 4" -, nem de afirmações sobre fatos, que podem ser verificados empiricamente, isto é, pelos órgãos dos sentidos —como "a aceleração de um corpo em queda livre é de 9,8 metros por segundo", Assim, Hume aconselha o leitor a jogar as afirmações metafísicas na fogueira, pois são consideradas ilusões, fantasias ou produto de erros de raciocínio e nada têm a acrescentar ao conhecimento humano. A partir de Hume, a metafísica, tal como existira desde os gregos, tornara-se impossível. O CRITICISMO KANTIANO E O FIM DA METAFÍSICA CLÁSSICA Entre a Dissertação de 1770 e a Crítica da razão pura, mais de dez anos se passaram. Apesar de a obra ser volumosa, a redaçào da Crítica da razão pura não chegou a cinco meses de trabalho. De início, Kant pretendia apenas revisar sua dissertação, mas o trabalho acabou por levá-lo a figurar entre os grandes nomes do pensamento filosófico, como Aristóteles e Descartes. Kant fez um diagnóstico bastante negativo da situação da Filosofia de sua época, em particular da Metafísica, que, embora fosse considerada a Filosofia Primeira, patinava em questões impossíveis de serem resolvidas. Ao mesmo tempo, buscou inserir a Filosofia no rumo seguido pelas Ciências Naturais, pela Lógica e pela Matemática, que já tinham encontrado o caminho da Ciência. Em alguns pontos, o projeto kantiano se aproximou de algumas características do projeto cartesiano. Descartes duvidou de todo o saber conhecido, pois queria encontrar um fundamento seguro que sustentasse a edificação da Filosofia e, mais particularmente, da Ciência. Diferentemente de Descartes, contudo, Kant nào duvidou de todo o conhecimento que havia aprendido. Para ele, bastava estabelecer os limites do conhecimento racional, ou seja, o que a razão podia conhecer e o que era impossível de ser conhecido. No fim do século XVIII, de acordo com a proposta de Wolff, a Metafísica era dividida em duas partes: Metafísica geral e Metafísica especial. A primeira tratava da Ontologia (ciência do ser enquanto ser, como definido por Aristóteles), e a segunda se ocupava do ser humano (Psicologia), do mundo (Cosmologia) e de Deus (Teologia racional), Os principais temas in-vestigados eram a imortalidade da alma, a liberdade a finitude ou infinitude do mundo e a existência de Deus. No entanto, de acordo com Kant, as questões metafísicas clássicas extrapolavam as capacidades de conhecimento do ser humano, pois estavam tão afastadas da experiência que a razão só podia pensá-las, sem conhecê-las realmente. As questões postas pela Metafísica clássica extrapolavam o terreno de qualquer experiência possível e, no entanto, a razão, por sua própria natureza, apresenta questões que não pode evitar, mas que também náo pode responder por não terem nenhuma pedra de toque na experiência. Disso decorre a pergunta fundamental sobre a possibilidade de haver um conhecimento metafísico. Publicada em 1781, a Crítica da razão pura foi uma tentativa de responder a essa pergunta. A obra instituiu um "tribunal da razao" para examinar a própria razão, e não para tomar partido no conflito entre racionalistas, como Descartes e Leibniz, que elaboraram sistemas metafísicos, e empiristas, como Locke e Hume, que basearam o conhecimento unicamente nos sentidos. Criticar a razão é determinar as possibilidades, os limites e o alcance do próprio conhecimento. A transformação foi tao grande para a Filosofia que essa obra nao pôde ser ignorada. A situação da Metafísica No texto a seguir, retirado do célebre prefácio à primeira edição de Crítica da razão pura, podemos ver o diagnóstico de Kant sobre a situaçao da Metafísica no período em que vivia. A razão humana, num determinado dominio dos seus conhecimentos, possui o singular destino de se ver atormentada por questões, que náo pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais também não pode dar resposta por ultrapassarem completamente as suas possibilidades. Não é por culpa sua que cai nessa perplexidade. Parte de princípios, cujo uso é inevitável no decorrer da experiência e, ao mesmo tempo, suficientemente garantido por esta. Ajudada por estes princípios eleva-se cada vez mais alto (como de resto lho consente a natureza) para condições mais remotas. Porém, logo se apercebe de que, desta maneira, a sua tarefa há de ficar sempre inacabada, porque as questões nunca se esgotam; vê-se obrigada, por conseguinte, a refugiar-se em princípios, que ultrapassam todo o uso possível da experiência e, não obstante, estão ao abrigo de qualquer suspeita, pois o senso comum está de acordo com eles. Assim, a razão humana cai em obscuridades e contradições, que a autorizam a concluir dever ter-se apoiado em erros, ocultos algures, sem contudo os poder descobrir. Na verdade, os princípios de que se serve, uma vez que ultrapassam os limites de toda experiência, já não reconhecem nesta qualquer pedra de toque. O teatro destas disputas infindáveis chama-se Metafísica. (KANT, I. 2010). O fim da Metafísica clássica Podemos agora retomar o questionamento sobre os motivos pelos quais a física newtoniana é possível como ciência e entender também por que a metafísica racionalista tradicional não é conhecimento científico, segundo a teoria kantiana. A física trata de regras e leis dos fenômenos, das representações conformadas pela sensibilidade e pelo entendimento, ou seja, refere-se a objetos do conhecimento humano. A metafísica clássica, por sua vez, trata de coisas que não fazem parte da experiência sensível. Deus e a alma, por exemplo, não são apreendidos pela sensibilidade, não são impressões conformadas ou fenômenos e, portanto, não podem ser conhecidos pelo ser humano. Ideias ou conceitos dessa espécie podem ser pensados pela razão, mas é impossível conhecê-los, pois estão além da capacidade humana de conhecimento. Por esse motivo, a física é possível como ciência e a metafísica tradicional não. Com base nisso, Kant provocou uma revolução na teoria do conhecimento, que ele mesmo designou como "virada copernicana na filosofia", Se Copémico mudou a forma de entender o mundo ao defender a ideia de que o Sol está no centro do sistema solar, Kant mudou a forma de o ser humano compreender o mundo e a si próprio ao estabelecer a ideia de que o ser humano, e não os objetos externos, é o centro do conhecimento, O ser humano não é um agente passivo, que só recebe informações, mas atua decisivamente na constituição do conhecimento e do que se compreende como realidade. Os elementos a priori que determinam essa constituição do conhecimento são o escopo da filosofia kantiana, também conhecida como transcendental. Logo, o pensamento kantiano alterou profundamente a Metafísica. A existência de Deus ou a imortalidade da alma, por exemplo, passaram a ser questões que já não podiam ser respondidas. Se percebemos apenas as coisas que ocorrem em um tempo específico (antes, agora, depois), como seremos capazes de perceber algo que está na eternidade (Deus)? Como afirmar que a alma é imortal se não conseguimos percebê-la com os nossos sentidos? O conhecimento a partir de Kant, então, é sempre conhecimento de objetos, isto é, de conteúdos elaborados e modificados pelo sujeito que conhece. O conhecimento passou a se ocupar, assim, de fenómenos, e não mais da própria coisa, como pretendiam os metafísicos clássicos. Com a crítica kantiana, tornou-se impossível conhecer efetivamente os temas da Metafísica clássica e emitir qualquer opinião segura sobre assuntos que não podem ser assentados na experiência. Podemos pensar sobre Deus, podemos querer que nossa a seja imortal, mas jamais teremos a possibilidade de verificar esses assuntos em nossa experiência ou mesmo ter sobre eles verdadeiro conhecimento. Nada nos impede de acreditar em Deus ou na imortalidade da alma, porém não podemos exigir que a Filosofia se pronuncie a respeito desses temas. Na verdade, a crítica kantiana não diz que Deus existe nem que não existe, mas apenas que não é capaz de saben Deus, não obstante sua importância para a Filosofia do próprio Kant, é uma questão de fé. AUGUSTE COMTE E A METAFÍSICA NO SÉCULO XIX O filósofo francês Auguste Comte (1798-1857), considerado o pai do positivismo, fundamenta sua filosofia também em oposição às concepções metafísicas. Em seu entendimento, a busca por princípios gerais ou essências, entidades que estão além do que podemos observar ou perceber pelos órgãos dos sentidos, é algo infrutífero. Comte explana: "[...] não é supérfluo assinalar agora, de modo direto, a preponderância contínua da observação sobre a imaginação, como o principal caráter lógico da sã filosofia moderna, dirigindo nossas pesquisas, não para causas essenciais, mas para leis efetivas, dos diversos fenômenos naturais. Sem ser doravante imediatamente contestado, permanece este princípio fundamental muitas vezes desconhecido nos trabalhos especiais. Embora as diferentes ordens de especulações concedam, sem dúvida, à imaginação uma alta participação, isto é, constan temente empregada para criar ou aperfeiçoar os meios da vinculação entre os fatos constatados, mas o ponto de partida e a sua direçào não lhe poderiam pertencer em nenhum caso. Ainda quando procedemos verdadeiramente a priori, é claro que as considerações gerais que nos guiam foram inicialmente fundadas, quer na ciência correspondente, quer em outra, na simples observação, única fonte de sua realidade e também de sua fecundidade. Ver para prever: tal é o caráter permanente da verdadeira ciência. Tudo prever sem ter nada visto constitui somente uma absurda utopia metafísica, ainda muito seguida." (COMTE, 1978). A observação é considerada a única fonte de realidade. Abandonando a observação e apoiando-se única e exclusivamente na imaginação, como seria característico das especulaçôes metafísicas, o pensamento pode levar não para o conhecimento das coisas, mas para a fantasia. A ciência, então, deve ter como base as coisas que podem ser observadas. Todas as especulações e as teorias científicas, em última instância, devem ter como fundamento a realidade observável. LUDWIG WITTGENSTEIN E A METAFÍSICA CONTEMPORÂNEA O filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein (1889-1951) também se opõe às afirmações metafísicas por considerar que estas tratam de problemas (ou pseudoproblemas) que não podem ser formulados claramente e, portanto, não podem ser respondidos. “O método correto da filosofia seria o seguinte: só dizer o que pode ser dito, ou seja, as proposições das ciências naturais [...] e depois, quando alguém quisesse dizer algo metafísico, mostrar-lhe que nas suas proposições existem sinais aos quais não foi dada uma denotação.” (WITTGENSTEIN, 1995). Quer dizer, as sentenças ou os termos metafísicos se referem a coisas, objetos ou seres enigmáticos ou misteriosos, que não podem ser tratados com clareza, isto é, não se sabe exatamente o que são, o que impossibilitaria a formulação de problemas e soluções reais. "Deus", "alma" ou "vida após a morte", por exemplo, são termos que se referem especificamente a quê? Os "problemas" metafísicos estariam no campo do mistério e não no da investigação racional. Por isso, como afirma Wittgenstein, "acerca daquilo de que se não pode falar, tem que se ficar em silêncio". CONCLUSÃO (ÕES) Ora, a Metafísica na Grécia antiga foi imprescindível para o entendimento dos mais variados dilemas do mundo antigo, sejam perguntas simples, ou complexas. Iniciada como um sistema filosófico platônico, passando a ser filosofia primeira em Aristóteles, a metafísica incorporou elementos teológicos, psicológicos e cosmológicos durante o mundo antigo, e ainda mais durante o período medieval e a hegemônica Igreja Católica. No mundo moderno e embasado pelo “Luz da razão”, a metafísica começa a ser refutada pelos pensadores da época em questão, dentre eles o célebre cético Hume, e o emblemático Kant, além de Descartes e seus cartesianistas. Kant e seu criticismo incorporaram à Metafísica uma nova interpretação, esta que fez a mesma entrar em declínio e sair da centralidade do mundo filosófico. Kant, graças às indagações e refutações de Hume, pôde acordar do célebre “sono dogmático”. O que fez Kant se importa com a Metafísica. Kant trouxe à luz o fim da Metafísica clássica e deu legado ao início da metafísica contemporânea alcunhada de Ontologia. No decorrer da história da filosofia, a Metafísica teve intensa ascenção e vertiginosos declives, sendo seu maior declive o crítico Kant. Por fim, muitos filósofos se apropriaram de ser heterodoxos e enfrentaram de frente o mundo metafísica e a base do catolicismo sobre a realidade. Posta realidade que hoje, com o legado de Kant, da fenomenologia de Husserl, etc., originaram a nova escola filosófica chamada de Ontologia. -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. 5ª. ed. Trad. Ivone Castillo Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2007. ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 5ª. ed. São Paulo: Moderna, 2013. ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. L. Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969. BELO, R. dos S. Filosofia. Vol. Único. 2ª. ed. São Paulo: FTD, 2016. (Coleção Filosofia). BENOIT, L. O. Augusto Comte: fundador da física social. 1ª. ed. São Paulo: Moderna, 2002. CHAUÍ, M. Iniciação à Filosofia. 1ª. ed. São Paulo: Ática, 2010. COMTE, A. Curso de filosofia positiva. In: FERNANDES, F.; FILHO, E. de M. Comte: sociologia. São Paulo: Ática, 1978. (Coleção Grandes Cientistas Sociais). COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos de filosofia. 2ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. FERREIRO, H. Siete ensayos sobre la muerte de la Metafísica: Una introducción al idealismo absoluto a partir de la ontología. 1ª. ed. Porto Alegre: Editora Fi, 2016. FIGUEIREDO, V. de. (Org.); et. al. Filosofia: Temas e Percursos. Vol. Único. 2ª. ed. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2016. FILHO, J. S. Filosofia e filosofias: existência e sentidos. 1ª. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. HUME, D. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os principios da moral. São Paulo: Unesp, 2004. ________. Tratado da natureza humana: uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais. São Paulo: Unesp, 2001. JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, 1989. [Textos filosóficos]. ______. Crítica da razão pura. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Col. Os Pensadores). MARIAS, J. História da filosofia. 2ª. ed. Trad. Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2015. MELANI, R. Diálogo: primeiros estudos em filosofia. Vol. Único. 2ª. ed. São Paulo: Moderna, 2016. OTERO, J. G. Compendio de filosofía: para uso de los jóvenes estudiosos. 1ª. ed. Bogotá: Imprensa de San Bernardo, 1919. SILVA, F. L. e. Descartes, a metafísica da modernidade. 1ª. ed. São Paulo: Moderna, 2006. WITTGENSTEIN, L. Tratado lógico-filosófico. 2ª. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1995. -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – estudante, pesquisador, professor, agropecuarista, altruísta e defensor dos direitos humanos e dos animais. -/- Alana Thaís Mayza da Silva – estudante, potterhead, pesquisadora, projetista, musicista, filantropa, defensora dos direitos humanos e dos animais, LGBT. (shrink)
En el presente trabajo reflexionamos en torno a una serie de textos en los que Michel Foucault se pregunta por estatuto de la crítica. La cuestión nos parece volverse reflexivamente sobre el propio Foucualt y por ello intentaremos evaluar de qué manera, con sus propios recursos conceptuales, se puede determinar el estatuto de su propio discurso. Para ello recorreremos dos caminos: (i) su rechazo de la noción de ideología que lo pone en tensión con algunas de las tradiciones mayores (...) del pensamiento crítico. La cuestión es aquí: ¿cómo es posible la crítica sin la ideología y sin la verdad?; (ii) la recuperación foucaultiana de la actitud crítica (en los textos sobre Kant y la pregunta Was ist Aufklärung?). A partir de allí Foucault recupera la problemática de la modernidad en términos de una “ontología histórica del presente”. Ambos caminos se cruzan, ya que las observaciones sobre una “política de la verdad” (lo otro de la crítica de la ideología comprometida con una verdad aséptica) se refuerzan con las de la cuestión del gobierno en términos de una “inservidumbre voluntaria”. En ambos casos, la práctica de la crítica, que subjetiviza desujetando, plantea la cuestión de la libertad. -/- We analyze Michel Foucault’s question for the status of critique and its reflexive return over Foucault himself: How Foucault’s discourse, qua critique, should be understood? We will drive two paths: (i) the refusal of the notion of ideology, where the question is: How to think of critique without ideology and truth?; (ii) the Foucauldian recovery of the “critical attitude” (in the texts on Kant’s answer to the question Was ist Aufklärung?) and of the problem of modernity, along the lines of a “historical ontology of the present”. There is a crossroad of (i) and (ii), since the remarks on a “politics of truth” (as opposite to an “ideology critique” committed with an aseptic truth) reinforces mutually with the problem of the government, faced along the lines of an art of the “voluntary inservitude”. In both cases, practice of criticism that subjectifies desubjugating, poses the question of liberty. (shrink)
Este trabajo tiene como objetivo examinar cómo el legado kantiano de la razón crítica sigue vigente, pues se sostiene en un imperativo teórico fundado en la autonomía. Tal como argumento, este imperativo «categórico-teórico» se estructura gracias a la primacía de la razón práctica por sobre la razón teórica. El ensayo está estructurado en tres secciones. En la primera discuto brevemente el compromiso con la verdad propio de la ética de Sócrates y Platón, quienes inauguran el racionalismo crítico, según Popper. (...) Luego, en la segunda sección examino la filosofía kantiana y su propuesta, la cual ciertamente influye en el «Tratado contra el Método» de Paul Feyerabend. Finalmente, en la tercera sección, analizo la conexión entre razón crítica y razón teórica. En particular, muestro que la primera gobierna la segunda, y que la autonomía es parte de la naturaleza racional humana. Dicha naturaleza ciertamente explica por qué la razón crítica sigue vigente en la época contemporánea. (shrink)
Pensar es trabajar en transformar el pensamiento, escribía Meschonnic. La crítica es, ante todo, eso: reflexionar precisamente sobre lo que nuestros saberes nos impiden saber. Un gesto que transforma a partir de la interrogación misma. En diálogo con el Profesor Duncan Kennedy, el presente trabajo pretende repensar la relación entre enseñanza, crítica y acción en el campo jurídico, insistiendo en la necesidad de reinscribir la crítica no como develamiento de una “verdad esencial” oculta sino como una praxis (...) que transforme a partir de los propios límites que el orden simbólico instituye. Asimismo el artículo aborda la pregunta por la interpretación judicial sugiriendo la necesidad de desplazar el significante “trabajo jurídico” hacia la órbita de la “acción” en sentido arendtiano. El trabajo o la fabricación a diferencia de la acción se produce en aislamiento. La acción, en cambio, necesita de otros. Es por ello que se ofrece como cambio y sobre todo: ausencia de cálculo. (shrink)
Resumen: El presente artículo busca presentar sumariamente las principales críticas elaboradas por Karl Löwith y Leo Strauss en su recepción del clásico trabajo de Carl Schmitt Der Begriff des Politischen [El concepto de lo político]. Se intentará explorar, en un primer apartado, la acusación löwithiana de “ocasionalismo ateológico”, formulada, aunque bajo pseudónimo, en un texto crítico de 1935 cuyo título original fue luego reemplazado por aquel con el que se lo conoce actualmente: Der okkasionelle Dezisionismus von Carl Schmitt [El decisionismo (...) ocasional de Carl Schmitt]. En la segunda sección, siguiendo principalmente la lectura propuesta de Heinrich Meier, se buscará dar cuenta de la interpretación que aparece en los Anmerkungen zu Carl Schmitt, Der Begriff des Politischen [Comentarios sobre El concepto de lo político de Carl Schmitt], las notas de Leo Strauss, publicadas en 1932, que sugieren entender la afirmación de lo político en la obra de Schmitt como constitutiva de la posterior crítica schmittiana de la filosofía política de Thomas Hobbes. Palabras clave: político, ocasionalismo, decisión, teología política, liberalismo. Abstract: This article seeks to briefly present the main criticisms elaborated by Karl Löwith and Leo Strauss in their reception of the classic work of Carl Schmitt Der Begriff des Politischen [The Concept of the Political]. It will be explored, in a f irst section, the Löwithian accusation of “atheological occasionalism”, offered, although under a pseudonym, in a text of 1935 whose original title was later replaced by that with which it is currently known: Der okkasionelle Dezisionismus von Carl Schmitt [The Occasional Decisionism of Carl Schmitt]. In the second section, following mainly the reading of Heinrich Meier, I will seek to give an account of the interpretation present in the Anmerkungen zu Carl Schmitt, Der Begriff des Politischen [Comments on Carl Schmitt’s Concept of the Political], the critical notes by Leo Strauss, published in 1932, which suggest understanding the assertion of politics in Schmitt’s work as constitutive for the later Schmittian critique of Thomas Hobbes’ political philosophy. Keywords: political, occasionalism, decision, politcal theoology, liberalism. (shrink)
Alcune opere d'arte manifestano (o suggeriscono di assumere) prospettive morali dubbie e, in certi casi, chiaramente deprecabili. Ad esempio, il documentario propagandista Il Trionfo della Volontà di Leni Riefensthal esprime (e cerca di evocare) ammirazione nei confronti di Adolf Hitler. Nonostante ciò, Il Trionfo della Volontà è considerato un capolavoro nel genere dei documentari. Questo e molti altri esempi simili suggeriscono le seguenti domande: É possibile considerare un'opera d'arte un capolavoro artistico e, allo stesso tempo, un esempio di immoralità? La (...) valutazione morale di un'opera d'arte influisce o dovrebbe influire sulla valutazione artistica dell'opera? (shrink)
A Crítica de Hume ao Argumento do Desígnio José Oscar de Almeida Marques Dep. de Filosofia – UNICAMP -/- RESUMO: É comum considerar que o chamado “argumento do desígnio” (o argumento a posteriori para provar a existência de Deus a partir da ordem e funcionalidade do mundo) teria sido refutado ou seriamente abalado por Hume. Mas a natureza e o alcance dessa alegada refutação são problemáticos, pois Hume muitas vezes expressou suas críticas através de seus personagens e evitou assumi-las (...) diretamente enquanto autor. Em vez de supor que Hume procedeu dessa forma apenas para disfarçar suas verdadeiras convicções e evitar um conflito com as autoridades eclesiásticas, proponho que sua posição nesse assunto não é tão categórica como às vezes se supõe, e que os famosos argumentos de Filo nos Diálogos mostram apenas que é possível que a ordem e funcionalidade do mundo tenham surgido sem a intervenção de um desígnio consciente, mas não podem por si sós dar a essa hipótese o mínimo grau de plausibilidade necessário para torná-la digna de uma séria consideração. De fato, antes da revolução explicativa operada por Darwin um século depois, ninguém estava realmente em condições de vislumbrar uma alternativa plausível à atuação de algum tipo de inteligência na geração da ordem e funcionalidade do mundo. ------------ Some Remarks on Hume’s Critique of the Argument from Design José Oscar of Almeida Marques Dep. of Philosophy - UNICAMP -/- ABSTRACT: The so-called “argument from design” (the a posteriori argument to prove the existence of God from the order and functionality of the world) is commonly considered to have been refuted or seriously impaired by Hume. But the nature and scope of this alleged refutation is problematic because Hume often expressed his critics through other characters’ mouth and avoided to assume them directly as author. Contrarily to the supposition that Hume proceeded in this way only to disguise his true convictions and to avoid a confrontation with the ecclesiastical authorities, I propose that his stance on the matter is not, in fact, as clear-cut as it is sometimes supposed, and that Philo’s famous arguments in the Dialogues show only that it is possible for the order and functionality of the world to have arisen without the intervention of an intelligent design, but cannot by themselves lend to this hypothesis the least degree of plausibility needed to make it worthy of serious consideration. In fact, before the explanatory revolution inaugurated by Darwin a century later, nobody was in position to envisage a plausible alternative to the operation of some sort or other of intelligence in the generation of the order and functionality of the world. (shrink)
O artigo analisa a leitura crítica de Hans Kelsen acerca da concepção jurídico-política de Thomas Hobbes, considerando críticas posteriores à própria interpretação de Kelsen. Para tanto, investigou-se primeiramente a posição de Kelsen sobre o jusnaturalismo buscando esclarecer conceitos centrais como os do ser e dever-ser e como o autor os associa a Hobbes. Nesse sentido, observouse a limitação da leitura de Kelsen em relação à filosofia jurídica do autor – uma doutrina jusnaturalista metafísica, tendo na regra de ouro o (...) fundamento natural para o direito positivo. Em contraposição, procurou-se apresentar uma postura crítica, que contesta a posição jusnaturalista atribuída a Hobbes e sustenta a tese de que o autor inglês é um precursor do positivismo jurídico. (shrink)
Defende-se que, em Platão, haveria um ataque ao estilo de arte realista, uma novidade à época. Será apresentada uma definição do que seria esse realismo, apresentando exemplos da arte visual, mas também, brevemente, da poesia. Será destacada a comunhão de áreas filosóficas na crítica platônica, pois não só a estética, como a epistemologia, a ontologia e a ética estão presentes no ideário que define a arte como um simulacro do real. Será abordada a questão da mímēsis e a diferença (...) de perspectiva entre as Leis e os livros III e X da República. (shrink)
For philosophy to criticize the concept of reality requires self-criticism. Throughout history many thinkers that have systematized a critique of both reality and philosophy. In this article we will analyze the Kantian and Hegelian systems by showing the failure in their respective critique to exercise sufficient self-criticism, resulting in unfinished critiques. Going a step further, Tanabe’s proposal was to plunge philosophy into a kind of «absolute disruption» that would drive thought beyond itself by means of an absolute critique in which (...) being and nothingness are seen to interpenetrate each other, thus opening up the possibility of positing absolute nothingness as «a foundation that is not a foundation.». (shrink)
La doctrina del choque (Anstoß), que Fichte desarrolla ante todo en el Fundamento de toda la Doctrina de la Ciencia, pero también en otros escritos de la época de Jena, ha sido desde antaño objeto de crítica tanto por los admiradores como por los detractores de la filosofía fichteana. Existen al menos dos modos específicamente diferentes y aparentemente contrapuestos de comprender su sentido: según una lectura, el choque sería una autoafección del propio Yo; según otra, un residuo realista, en (...) última instancia incompatible con los compromisos idealistas del pensamiento de Fichte. La tensión entre ambos modos de comprender la tesis del choque pueden reeconcontrarse en la confrontación entre las interpretaciones así llamadas epistemológica y ontológica de la tesis de la “cosa en sí” en la filosofía de Kant –tesis con la que de hecho suele asociarse la tesis fichteana del choque. En este contexto, Hegel parecería a primera vista presentarse –por ejemplo, si se considera el escrito de la Diferencia entre los sistemas de filosofía de Fichte y Schelling– como partidario de una interpretación robusta, ontológica, de la tesis del choque; sin embargo, si se analiza el corpus hegeliano en su conjunto la posición de Hegel resulta ser más matizada y próxima a una interpretación por así llamarla epistemológica de dicha tesis. Con todo, aun así la postura de Hegel sobre el sentido de la tesis fichteana del choque en el contexto de una filosofía idealista continúa siendo crítica. (shrink)
A Estética Transcendental é uma peça chave no programa de pesquisa que Kant desenvolveu e nomeou de filosofia transcendental. Ela se anuncia na Dissertação de 1770 e se configura de forma bem explícita na primeira edição da Crítica da razão pura, de 1781. O modo como Kant a concebeu permitiu-lhe separar radicalmente intelecto e sensibilidade, mas seria importante compreender a raiz dessa separação. Nesse texto procuramos mostrar que o opúsculo “Sobre o primeiro fundamento da distinção de direções no espaço”, (...) de 1768, traz características bastante decisivas para a estética proposta no período crítico. Para evidenciar isso, expusemos ideias marcantes do texto sobre as contrapartidas incongruentes e as cotejamos com as reflexões expostas nos itens 3 e 4 relativos à Exposição Metafísica do conceito de espaço e aquelas apresentadas nos itens 4 e 5 relativos à Exposição Metafísica do conceito de tempo. (shrink)
En su Tratado sobre los principios del conocimiento humano, George Berkeley ofrece una serie de argumentos cuyo objetivo es criticar la tesis materialista. Mi propósito en este artículo es reconstruir y analizar en detalle estos argumentos. Dado que la crítica de Berkeley al materialismo es, fundamentalmente, una crítica al materialismo representacionalista de John Locke, empezaré este artículo explicando cuáles son las ideas básicas de la propuesta de Locke.
Essa dissertação é resultado de um projeto maior, intitulado “Sobre a Morte do Homem e a Psicologia, em Michel Foucault”. Esse projeto busca analisar as diversas nuances argumentativas empregadas por Foucault nas críticas às “antropologias”, figuradas em seus livros ditos “arqueológicos”. Para isso, parte-se de uma dupla problematização: a autocrítica feita pelo próprio Foucault a seus escritos dos anos 50, tributários de querelas epistemológicas e de fundação da psicologia e das ciências humanas; e a descrição mesma dessas querelas, tomando como (...) base problemas históricos e epistemológicos da fundação da psicologia (no caso, questões relativas à sua unidade, especificidade e objetividade). Evidenciando a “mudança de nível” ocorrida nas pesquisas foucaultianas entre seus escritos dos anos 50 e 60 (de uma postura contestatória de certas correntes da psicologia e sugestão de alternativas fundacionistas, à denúncia das ciências humanas pelo seu modo de constituição histórica), o presente trabalho busca descrever como um todo a argumentação da primeira arqueologia foucaultiana, priorizando a descrição dos diversos níveis da crítica que História da Loucura empreende ao que se chama nesse livro de “círculo antropológico”. Dois são os enfoques principais da análise do livro: a questão do “sono psicológico”, enunciada por Foucault de passagem, mas que diz respeito ao mesmo tempo à constituição dos conhecimentos modernos e suas relações com outras formas históricas; e a questão da alteridade, realçada pelo próprio Foucault em trabalhos posteriores, cuja radicalização diz respeito não mais a uma crítica à racionalidade moderna, mas a toda racionalidade. (shrink)
The article presents the sources and definitions of the concepts «system» and «lifeworld», emphasizing how the colonization of the lifeworld by the system appears as a pathological process, in the presence of which a critical stance must be maintained. Facing the increase of the systemic complexity, it is necessary to ensure the symbolic reproduction of the lifeworld through communicative action. Although we share with Habermas the meaning of his critique of the colonization, we present some objections to the dichotomous opposition (...) of both spheres, inasmuch as it confers the economical and administrative systems with an ontological status that ultimately safeguards them from any possible critique. (shrink)
Cuentos malévolos (1904), libro de Clemente Palma, revela un tópico constante, basado en lo terrorífico, propio del romanticismo. Asimismo, aquella preferencia del autor se le atribuye a su filiación con Édgar Allan Poe, quien construyó discursos caracterizados por la configuración apocalíptica de personajes, situaciones y ambientes que desecadenaban lo irracional y lo paranormal. Desde la publicación del compendio del escritor peruano, la exégesis literaria se ha manifestado a través de reseñas y prólogos. Sin embargo, en un segundo momento, se han (...) realizado artículos y libros que investigan el contenido desarrollado en esta obra. Este procedimiento de recepción de la hermenéutica es lo que prevalezco en este estudio, considerando que el propósito principal es identificar los lineamientos persistentes que plantea la crítica literaria, con la finalidad de instaurar vertientes temáticas que contribuyan a la comprensión del texto y la generación de investigaciones posteriores, distinguidas por su delimitación y su originalidad. (shrink)
El artículo presenta la obra principal del pensamiento kantiano como una propedéutica de la metafísica, es decir, como una disquisición previa y metódica que procura sentar las bases para la construcción de un sistema metafísico. Por ello, se indica en principio la evolución del concepto de metafísica. Posteriormente, se contextualiza la situación difícil que vivía esta disciplina en la época del filósofo. Luego, se aborda el proyecto de su filosofía trascendental. Por último, se menciona la polémica sobre las interpretaciones más (...) relevantes de la Crítica de la razón pura en el siglo XX. (shrink)
En estas páginas se reúnen tres trabajos elaborados en diferentes fechas, pero estrechamente interrelacionados bajo la intención global de aportar algunos elementos a la evaluación de las opciones metodológicas y epistemológicas en el campo de la investigación en Ciencias Sociales. Esos tres escritos nacen de la preocupación por los riesgos a que se ven expuestos los procesos de producción de conocimientos en el área social, sobre todo si consideramos que, dadas ciertas circunstancias del debate epistemológico actual, casi a diario aparecen (...) ofertas bajo la con?signa del nuevo paradigma o del paradigma emergente. Ante estas ofertas suele ocurrir que unos se muestran entusiasmados y otros incrédulos, pero muy pocos, relativamente, se dedican a evaluarlas. Así, sin evaluar las distintas opciones, la investigación social podría llegar a extremos de li?bertinaje académico, inoperancia y descrédito, incumpliendo de ese modo con el delicado compromiso que tienen los investigadores -tesistas, tuto?res y profesores- con respecto a las necesidades de la sociedad actual. En general, el supuesto inicial más importante aquí es que no pode?mos asumir ciegamente una determinada oferta metodológica y epistemo?lógica, por atractiva que parezca, si previamente no la sometemos a una crítica dura, desinteresada y honesta. Bajo esos términos, tomando en cuenta el predominio y la creciente influencia que han llegado a ejercer las propuestas del «paradigma emergente» sobre noveles investigadores sin que éstos dispongan de un cuerpo amplio de contrargumentaciones y señalamientos divergentes, los trabajos aquí presentados se orientan a deslindar aspectos que parecen significativos para una crítica severa y puntual. Esto es aun más urgente si consideramos que, apartando el caso de muchos investigadores respetables y serios que trabajan bajo la óptica del paradigma emergente, recientemente han pululado las posiciones anárqui?cas y descabelladas que también se declaran bajo esa misma óptica. Y, según parece, es aquí donde late un importante peligro para la investiga?ción social. Esperamos que de los trabajos aquí recogidos puedan también deducirse esas diferencias. (shrink)
Si concebimos el bienestar como condición para que se dé auténtica dignidad en la vida individual y/o colectiva, entre diferentes especies y generaciones de especies, lo cierto es que cabría colegir que la dignidad no tiene una única naturaleza ni, en relación a la que cupiera definir como la más conveniente o necesaria o justa, se instituye conforme a idénticos grados. La (esencia de la) dignidad sería, por consiguiente, relativa. Analicemos esto.
For a long time, popular music has been presented as a field of loisir, devoid of artistic value, social expression of barbaric subcultures and product of a cultural industry aimed at mass distraction. In this perspective, the criticism of Theodor W. Adorno is crucial and, even today, his theses – on the aesthetic inferiority of popular music compared to the “cultivated” music and on the deplorable socio-cultural effects of its diffusion – are still a shared judgment. Even for this reason, (...) they deserve attention. After showing, we will focus on the critics about Adorno’s Theory by the most recent and important scholars. (shrink)
The paper presents a critique of Marcuse’s theory of “false needs”. It aims to clear the theoretical ground necessary to sketch out an immanent critique of the socio-economical dynamics that dictate the exhausting, and oft endless postponement of the satisfaction of a multiplicity of mass needs and desires. The paper focuses its attention on some paradoxes produced by Marcuse’s theory, correlated in particular with the critique of the wellbeing of the masses, and with the manipulative superpower ascribed to ideology. These (...) paradoxes are interpreted as expressions of a radical distance between critic and the social reality and of a paternalistic drift, which can both be overcome by the introduction of a immanent critique. -/- Il contributo presenta una critica della teoria dei “falsi bisogni” di Marcuse. Tale critica è volta a liberare lo spazio teorico necessario per impostare una critica immanente delle dinamiche socio-economiche che impongono un estenuante e spesso infinito differimento della soddisfazione di una molteplicità di desideri e bisogni di massa. Ci si sofferma su alcuni paradossi generati dalla teoria di Marcuse, correlati in particolare alla critica rivolta al benessere raggiunto dalle masse, ed allo strapotere manipolatorio attribuito all’ideologia. Tali paradossi vengono interpretati come espressione di un radicale distacco tra il critico e la realtà sociale, e di una sua deriva paternalistica, che possono essere superati attraverso l’adozione di una critica di tipo immanente. (shrink)
Con base en los varios papeles, 1989-2002, mediante los textos originales, se presenta la crítica, de los matemático-físicos A. Logunov y M. Mestvirishvil, de la “general relatividad” de A. Einstein, paso previo para la elaboración de la teoría relativista de la gravitación de estos autores. Se demuestra concluyentemente que desde las ecuaciones de Einstein-Grossman-Hilbert la gravedad es absurdamente un campo métrico carente de realidad física.
Postmodern thought has focused itself on the critique of modern epistemology that was founded on a clear distinction between the knowing subject and the object of knowledge. For postmodern thought such a distinction is non-existent or dubious at best. Postmodernism has carried to its logical conclusion the postulates of structuralism; therefore, for postmodern thought there is no general intrinsic meaning in a fact of thing, but there are only particular ways for attributing meaning to such facts and things. Hereunder, we (...) attempt to trace the genealogy of postmodern thought on the history and philosophy of science, because science, traditionally regarded as the summit of knowledge and rationality by modern epistemology, has not been immune to the wholesale critique practiced by this new school of philosophical cynicism that we call postmodernism. (shrink)
Neste texto será analisada a crítica de Cícero à retórica dos estoicos. Primeiramente é feita uma exposição da retórica estoica de acordo com os testemunhos que nos chegaram. Em seguida, são mencionadas as críticas de Cícero aos estoicos. Após isso, é argumentado que as críticas ciceronianas ocorrem em função de sua retórica ter um objetivo diferente da retórica estoica. Em vista disso, torna-se relevante perceber que os estoicos tinham motivos para se oporem à crítica de Cícero.
In this article I consider Eugen Fink’s critique of Husserlean approach to language in phenomenology, first of all in the ‘middle’ and ‘late’ periods of Husserlean works since Ideas I. Fink was Husserl’s student and assistant and, also, he was influenced by Heidegger’s ideas. In his works he criticized insufficient attention and unworked position to language in Husserl’s works. He believed that language is very important to the whole theory of phenomenology, that we cannot carry out true phenomenological reduction without (...) clarifying what language is, how it is related to our thinking, is it possible to think without language and is it possible to carry out a complete phenomenological reduction. (shrink)
Se consideră conceptul de inteligență emoțională ca fiind invalid, atât pentru că nu este o formă de inteligență, cât și pentru că este definit atât de larg și incluziv încât nu are un sens inteligibil. Extinderea termenului de „inteligență” distorsionează sensul conceptului. Motivul final ar fi egalitarismul, astfel încât toată lumea să fie considerată egală în inteligență. Iinteligența emoțională nu ar fi, în fapt, o altă formă sau tip de inteligență, ci inteligența (capacitatea de a înțelege abstracțiunile) aplicată unui anumit (...) domeniu, respectiv emoțiile. Percepția inteligenței emoționale ca o calitate morală de drept este greșită, aceasta nefiind decâ un instrument pentru îndeplinirea obiectivelor, putând fi utilizată ca o armă pentru manipularea celorlalți. DOI: 10.13140/RG.2.2.24452.76169. (shrink)
As ciências médicas, biomédicas, humanas e sociais têm avançado de forma frenética nos últimos anos. Com isso, se faz cada vez mais necessário o debate ético que visa contemplar o respeito à dignidade humana, animal e ao meio ambiente. A bioética se dedica a esse debate e se propõe a estendê-lo a setores não acadêmicos, como sociedades de proteção dos animais, dos direitos humanos e até grupos religiosos. Essa diversidade de opiniões não só é interessante, mas necessária, uma vez que (...) os valores praticados em uma sociedade provêm de uma construção social cujos blocos fundamentais têm origem na família e nos diversos grupos sociais nos quais os indivíduos estão inseridos desde o seu nascimento. A proposta deste livro é fomentar esse debate, fornecendo conceitos e visões sobre temas selecionados da pesquisa e da prática médica, biotecnológica e de áreas correlatas. Em um contexto mundial de intolerância política, social, étnica e de gênero, oportunidades de debate também possuem um papel social de auxiliar no desenvolvimento consciente da cidadania e do respeito ao próximo. Sobretudo, o debate nos faz enxergar o outro como parelho, ainda que cada um possua as suas especificidades, opiniões e histórias de vida. (shrink)
The essay aims to offer a critical theory of psychosocial processes of regressive and depressive type. The Author starts by discussing the determining influence attributed to social suffering in the framework of the moral grammar of social struggle outlined by Axel Honneth, then he offers an analysis of the regressive reactions activate by disrespect experiences. The Author discusses some important points of Walter Benjamin’s philosophy of history, in particularly Benjamin’s critique of traditional concept of progress, and the determining role attributed (...) to suffering; points that are translated and moved in the framework of the analysis of regressive processes. Lastly, the Author shows how a critical theory that aims to reactivate the emancipatory potential immanent in the social suffering today frustrated may find an incisive and productive approach in a critical analysis of regressions. -/- Il saggio mira ad offrire una teoria critica dei processi psicosociali di taglio regressivo e depressivo. L’autore muove dalla centralità attribuita alla sofferenza sociale nel quadro della grammatica morale delle lotte sociali delineato da Axel Honneth, concentrandosi poi sulle reazioni di carattere regressivo indotte dalle esperienze di spregio. Segue la ripresa di alcuni punti fondamentali della filosofia della storia di Walter Benjamin, in particolare della sua critica alla concezione tradizionale di progresso, e la sua peculiare valorizzazione della sofferenza; spunti tradotti e traslati nell’ambito dell’analisi dei processi regressivi. Infine, l’autore mostra come una teoria critica che voglia riattivare i potenziali emancipatori immanenti alla sofferenza sociale oggi frustrati possa trovare un approccio incisivo e fecondo in una analisi critica delle regressioni. (shrink)
En el presente artículo (i) se desarrolla una crítica al discurso histórico-filosófico de Kant para explicitar sus condiciones de posibilidad, desde lo cual se erige un modelo hermenéutico que (ii) hace inteligible la historia filosofante de la filosofía presente en Los progresos de la metafísica desde los tiempos de Leibniz y Wolff, mostrando cómo las condiciones operan allí y constituyen una determinada narrativa que da cuenta de las perspectivas desde las cuales se ofrece la historia; después (iii) se realiza (...) la interpretación de la historia desde el modelo con el fin de señalar su sostenibilidad; al final, (iv) se vincula la historia filosófica con la propia filosofía trascendental de Kant, legitimando con ello al modelo y señalando cómo el horizonte del proyecto crítico es esa misma historia. (shrink)
Based on accounts and rewrites, this article intends to think about paths in photography history, their connections between ethics, and use of image and narrative appropriations. Taking the Pará Amazon as a place of reflection, an effort is made to rethink the power relation-ship constituted by a specific point of view in the history of image. This text had the collaboration of Izabelle Louise Anaúa Tremembé, an indigenous student at Federal University of Pará (UFC). In her accounts, she talks about (...) appropriation culture, exotification of sacred objects, and sexualization of female bodies, as well in her speech, she affirms the lack of knowledge when it comes to their rituals and even brought up that indigenous autonomy in making art has always existed. The accounts were articulated on the occasion of the meeting between teachers and photography and cinema producers, in April 2019, Alcantara, Maranhão. (shrink)
RESUMO Neste artigo, discuto o que considero serem os pressupostos ontológicos da crítica de Nietzsche à metafísica no primeiro livro de Humano, demasiado humano e a natureza da relação estabelecida por ele entre filosofia e ciência. Busco definir sua posição como um realismo científico moderado, que considera que as ciências caminham progressivamente em direção a uma concepção puramente dinâmica do real. ABSTRACT In this paper I discuss what I consider to be the ontological assumptions of Nietzsche’s critique of metaphysics (...) in the first book of Human, all too human and the nature of the relation he establishes between philosophy and science. I try to define his position as a moderate scientific realism, as he claims that science progressively moves towards a purely dynamic conception of reality. (shrink)
El artículo analiza hasta que punto puede equipararse la labor del traductor con la de realizar una interpretación de los textos sobre los que trabaja. Utilizaremos para ello instrumental tanto de la tradición de la filosofía hermenéutica (especialmente Hans-Georg Gadamer) como de la inspirada en la obra de Ludwig Wittgenstein. La conclusión intenta mostrar las fuertes diferencias que existen entre traducir e interpretar, y con ello entender mejor qué quiere decir realmente la idea de "universalidad hermenéutica" que funda la citada (...) tradición de filosofía ídem. (shrink)
Tony Lawson, fundador del Grupo de Ontología Social y del Taller Realista de Cambridge, ha propuesto el realismo crítico para reorientar la economía. La transformación del mundo social, que intenta Lawson, surge de la adhesión al realismo crítico, esto es, de trasladar el realismo trascendental de Roy Bhaskar al reino social. Con el propósito de profundizar en las críticas a este movimiento, explicitaremos en qué consiste el realismo crítico, y cuáles son los presupuestos filosóficos de la mainstream según este autor. (...) Plantearemos las críticas en torno a: a) la noción de economía mainstream, b) las posibilidades de una economía fundada en la ontología social, c) el realismo de los modelos económicos y d) las nociones de aislamiento y abstracción. (shrink)
Los autores hacen en este ensayo un análisis crítico del texto original de John Stuart Mill [1861/1863] titulado “El utilitarismo”, en el que el autor inglés busca hacer compatibles dos doctrinas: la doctrina del mayor bien para el mayor número de personas y, la doctrina del ius naturalismo que considera que existe un canon moral a priori que introduce conceptos absolutos como el bien intrínseco o el mal en sí como criterios para la toma de decisiones. En este trabajo, se (...) subraya la influencia que el pragmatismo clásico ejerció, y ejerce, como teoría de pensamiento jurídico y, sobre todo, para la acción y la decisión. El utilitarismo, interpreta al mundo desde diversos enfoques epistemológicos, especialmente desde el derecho, la economía y la política. Los autores concluyen que el utilitarismo queda justificado como precepto válido para la aplicación del derecho positivo, en el que debe juzgarse la acción no por su intencionalidad, sino por sus consecuencias evidentes. (shrink)
Robert Holcot discusses the principle of causality in q. 3 of Determinationes, a text also preserved in q. 53 (ms. Cambridge, Pembroke College, 236) and q. 58 (ms. Oxford, Balliol College, 246) of Quodlibet I. In this text, Holcot maintains that the relation of causality is not evident. He gives two reasons: first, he calls into question the distinction between cause and effect – since the effect is not encompassed in the cause, it cannot necessarily follow from the cause – (...) and second, he invokes the possibility that God has to produce an effect entirely independent of any natural cause. The solution envisaged by Holcot understands the knowledge of causality as a case of probable knowledge (probabiliter). The relation of causality stems from observing the repetition of the relations between two res, so that when a res is present one can expect another to be present. The present article has two appendices: the first contains the version of the text conserved in mss Pembroke and Balliol, the second instead contains the version conserved in the ms. Düsseldorf, Universitäts-und Landesbibliothek, ms. F. 5 and in some early-modern printed editions. (shrink)
Esta historia de la relación entre arte y comunismo a través de los escritos de sus principales exponentes abarca el periodo comprendido entre la Revolución de Octubre y el fin del estalinismo e incluye una amplia selección de escritos teóricos, directivas políticas, manifiestos, etc., muchos de ellos inéditos hasta ahora en castellano. El volumen comienza con ejemplos de la relación entre las vanguardias artísticas y el Partido Comunista; continúa con las diferentes formulaciones de la cultura socialista ante la estabilización del (...) Estado Soviético, la extensión internacional del movimiento comunista y la consolidación comercial e institucional del arte moderno. Termina con escritos elaborados en el contexto de la muerte de Stalin que aún pretenden mantener fidelidad a los postulados anteriores, pero tan deliberadamente vagos, que indican importantes revisiones a la cultura socialista precedente. (shrink)
Este paper busca aportar elementos para el debate de la pérdida de legitimidad del principio de precaución en el derecho colombiano y ante las autoridades públicas. Para demostrar esta premisa, el autor se vale del análisis de la heurística de la disponibilidad y del descuido de la probabilidad, así como del estudio de caso de la tardía aplicación del principio en el Programa de Erradicación de Cultivos de Uso Ilícito mediante aspersión aérea con Glifosato.
ENGLISH: The author investigates whether the model prevalent today of an “humble reason” - based on fallibilism and epistemic humility - is the most appropriate to express the theological truth, even in the light of the debate within the contemporary theism (rational theology). To answer this question it is necessary to examine the epistemological status of “human truth” and the “truth of faith”, in order to develop a common approach to sciences, philosophy and theology. Finally, the author shows how the (...) communitarian dimension and the “choice” (a call for freedom) are inherent to theology understood as “critical faith”, whose peculiarity is to posit itself without nostalgia in the middle between fideism, rationalism and a certain relativism. From the path, finally, it emerges the proposal of a new “cristeologia”. ITALIAN: Il rapporto tra fede e ragione è la questione meta-teologica per eccellenza. L’autore si propone dunque d’indagare se il modello oggi prevalente di “ragione umile” – basato su fallibilismo e umiltà epistemica – sia il più adeguato per esprimere le verità teologiche, anche alla luce del dibattito interno al teismo contemporaneo (teologia razionale). Per rispondere a questa domanda è necessario esaminare lo statuto epistemologico della verità umana e della verità di fede, per poter elaborare un metodo comune alle discipline scientifiche, filosofiche e teologiche, capace di trovare un equilibrio tra fideismo e positivismo teologico. Dopo una breve panoramica storica dei rapporti tra fede e ragione nel pensiero occidentale (con particolare attenzione alla dottrina dei praeambula fidei), l’articolo cercherà di mostrare come, nel paradigma della verità relazionale e del fallibilismo sia necessario integrare il problema delle fonti, dell’autorità, del concetto di ispirazione e della nozione di “rivelazione”, giacché contraddistinguono la teologia rispetto alla filosofia. Si mostrerà infine come la dimensione comunitaria e della scelta (appello alla libertà) siano connaturate alla teologia intesa come fede critica, la cui peculiarità è di collocarsi senza nostalgie nel mezzo tra fideismo, razionalismo e un certo relativismo. Dal percorso emergerà infine la proposta di una nuova "cristeologia". (shrink)
In this article I argue that contemporary critical theory needs the conceptual tools of social ontology in order to make its own ontological commitments explicit and strengthen its interdisciplinary approach. On the other hand, contemporary analytic social ontology needs critical theory in order to be able to focus on the role that social change, power, and historicity play in the constitution of social facts, and to see the shortcomings of an agential and intentionalist approach to social facts. My thesis is (...) strengthened by a historical reconstruction of the presence of two different approaches in the original program of the family of critical theory apparently most hostile to social ontology, (the Frankfurt School), namely Horkheimer’s program of a critical social philosophy which includes a social ontology, and Adorno’s negative attitude towards it, epitomized by the paradoxical notion of “ontology of the false state”. Adorno’s negative attitude was later inherited by Habermas and Honneth, whose work I show to be nevertheless deeply laden with ontological commitments. I then argue that, if one accepts the socio-ontological redefinition of critical theory, then the post-metaphysical paradigm adopted by Habermas should be revised and a certain conception of the linguistic turn in the understanding of social action abandoned. On the side of contemporary social ontology, the impulse coming from critical theory should allow us to distinguish between forms of ‘traditional social ontology’, that simply apply ready-made general metaphysical concepts to social reality, and a ‘critical social ontology’, oriented to socializing ontology and critically transforming metaphysical categories. (shrink)
O artigo investigou o método para uma filosofia intercultural a partir da Ibero-América, de Raul Fornet-Betancourt. Partiu-se especificamente do texto do autor para posteriormente fornecer considerações críticas aos seus posicionamentos. Nesse sentido, analisou-se a originalidade do tema, a filosofia da libertação como modelo de diálogo intercultural, seus pressupostos hermenêuticos e epistemológicos e, por fim, o pensamento ibero-americano como base para uma filosofia intercultural. No final do trabalho apresentou-se seis críticas ao texto estudado – o problema da arrogância e dissimulação filosófica, (...) a adoção tácita de um platonismo e a não originalidade filosófica, o problema da falácia naturalista e do falsificacionismo e, finalmente, a não razoabilidade política das propostas. (shrink)
The essay aims to offer a critical theory of psychosocial processes of regressive and depressive type. The Author starts by discussing the determining influence attributed to social suffering in the framework of the moral grammar of social struggle outlined by Axel Honneth, then he offers an analysis of the regressive reactions activate by disrespect experiences. The Author discusses some important points of Walter Benjamin’s philosophy of history, in particularly Benjamin’s critique of traditional concept of progress, and the determining role attributed (...) to suffering; points that are translated and moved in the framework of the analysis of regressive processes. Lastly, the Author shows how a critical theory that aims to reactivate the emancipatory potential immanent in the social suffering today frustrated may find an incisive and productive approach in a critical analysis of regressions. -/- Il saggio mira ad offrire una teoria critica dei processi psicosociali di taglio regressivo e depressivo. L’autore muove dalla centralità attribuita alla sofferenza sociale nel quadro della grammatica morale delle lotte sociali delineato da Axel Honneth, concentrandosi poi sulle reazioni di carattere regressivo indotte dalle esperienze di spregio. Segue la ripresa di alcuni punti fondamentali della filosofia della storia di Walter Benjamin, in particolare della sua critica alla concezione tradizionale di progresso, e la sua peculiare valorizzazione della sofferenza; spunti tradotti e traslati nell’ambito dell’analisi dei processi regressivi. Infine, l’autore mostra come una teoria critica che voglia riattivare i potenziali emancipatori immanenti alla sofferenza sociale oggi frustrati possa trovare un approccio incisivo e fecondo in una analisi critica delle regressioni. (shrink)
The paper aims to single out and clarify some causal connections between theconcomitant growth of depressive phenomena, not only in the strict clinicalsense, and the establishment of the new capitalist model, which has taken place in Western countries from the early seventies until today. As well as onthe mechanism of labour market flexibility, the essay dwells in particular onthe paradoxical dynamics of the ethical and moral ideals of the newideological configuration. Finally, the paper will also use the category of hegemony (...) to offer some theoretical instruments directed at reactivating theemancipatory potentials frustrated by social suffering of a depressive and regressive nature. Il saggio mira a individuare e delucidare alcuni nessi causali tra il concomitante incremento dei fenomeni depressivi, non solo in senso strettamente clinico, e l’affermazione del nuovo modello capitalistico avvenuto nei paesi occidentali dai primi anni settanta ad oggi. Oltre che sul meccanismo della flessibilità del mercato del lavoro, si insiste in particolare sulle dinamiche paradossali delle istanze etiche e morali della nuova configurazione ideologica. Ricorrendo anche alla categoria di egemonia, vengono da ultimo approntati degli strumenti teorici finalizzati a riattivare i potenziali emancipativi frustrati nella sofferenza sociale di natura depressiva e regressiva. (shrink)
Create an account to enable off-campus access through your institution's proxy server.
Monitor this page
Be alerted of all new items appearing on this page. Choose how you want to monitor it:
Email
RSS feed
About us
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.