La théorie de la perception emprunte, chez Descartes, deux chemins différents. D’un côté, la perception interne se développe selon le paradigme visuel de l’intuitus ; de l’autre, la perception externe est pensée à l’aune d’un modèle discursif. À la présentation s’opposerait donc une signification. Or, contre les commentateurs qui ont fait de Descartes le philosophe ayant ouvert l’ère de la représentation, l’auteur montre que le modèle discursif prime sur le paradigme visuel et que bien que Descartes affirme que les idées (...) sont comme des images et des tableaux, son modèle de la perception est en fait celui de la fable, c’est-à-dire d’un texte. (shrink)

Discutindo acerca das centenas de detecções de planetas extrassolares, que supostamente aconteceram desde 1989 e que ele considera (incorretamente) como instâncias de observações, Peter Kosso disse, justamente, que segundo os parâmetros de Bas van Fraassen esses objetos celestes seriam observáveis. Ora, tais astros poderiam sem dúvida ser observados diretamente (sem a necessidade de instrumentos), nas condições apropriadas. Mas, acrescenta Kosso, “esse tipo de epistemologia externalista, que permite que a justificação se baseie em informação que não temos a disposição (nós não (...) estamos em condição de ver planetas extrassolares a olho nu [atualmente]), não ajuda a decidir quais particulares afirmações científicas garantem a crença” (Kosso 2006, 225, nota 1). Van Fraassen provavelmente incorre em uma petição de princípio não muito diferente daquelas que ele muitas vezes desmascarou em textos de autores realistas, quando apela para o fato de o objeto detectado ser observável, para atribuir o estatuto de ‘observação’ a uma certa detecção. O ponto é, mais uma vez, entender o que vale como observação, particularmente quando isso envolve o uso de algum instrumento. Endossar aquilo que Otávio Bueno chama de ‘padrão internalista’ parece garantir solidez à qualificação de determinadas ações como observações. Uma das principais consequências dessa adoção é que tal critério, não operando nenhuma distinção relevante entre detecções ‘diretas’ e detecções mediadas por instrumentos, permite que a linha que separa observáveis e inobserváveis seja traçada de maneira diferente de como van Fraassen acredita que deveria ser, abarcando, entre os observáveis, mais (tipos de) entidades do que esse parece estar disposto a admitir. (shrink)

La experiencia común presenta los sueños como una sucesión de imágenes. Incluso quienes lo teorizaron vinculan lo onírico con lo visual: soñar es ver algo. No obstante, dado que los sueños están habitados por negatidades que se presentan bajo la forma de la ausencia, de la falta, de la frustración o, de manera más general, del deseo, el autor muestra que la ontología paradójica de éstas obliga a alejarnos del paradigma visual de la representación para pensarlo mediante el modelo discursivo (...) de la significación. Así, lejos de ser una imagen, los sueños son siempre ya un texto. (shrink)

ArgumentTalk of “reason” and “rationality” has been perennial in the philosophy and sciences of the European, Latin tradition since antiquity. But the use of these terms in the early-modern period has left especial marks on the specialties and disciplines that emerged as components of “science” in the modern world. By examining discussions by seventeenth-century philosophers, including natural philosophers such as Descartes, Pascal, and Hobbes, the practical meanings of, specifically, inferential reasoning can be seen as reducing, for most, to intellectual processes (...) deriving from foundations that required intuitional insight that was owing to God. Mechanical reasoning, or artificial intelligence, was a contradiction in terms for such as Pascal, whose views of his own arithmetical machine illustrate the issue well. Hobbes’ analysis of reason, however, replaced the ineffable authority of God with the authority of the civil power, to reveal the social reality of “reason” as nothing other than authorized judgment. (shrink)