The ArgumentA large part of our critical acumen depends on a clear distinction between what is real and what is constructed, what is out there in the nature of things and what is in there in the representation we make of them. Something has been lost however for the sake of this clarity and a heavy price has been paid for this dichotomy between ontological questions on the one hand and the epistemological questions on the other: it has become impossible (...) to understand the simplest features of action. What the critical gesture smashes into pieces is precisely the very possibility of hearing as synonyms the two sentences, “I have fabricated it well, thus it is autonomous.” The paper tries to find a way to avoid the critical gesture and link again together facts and fetishes, producing this rather strange hybrid: factishes. (shrink)

O conceito de fetichismo aparece na obra de dois autores cuja influência sobre ateoria de Theodor W. Adorno é inestimável: Karl Marx e Sigmund Freud. O conceito, porém, tem dois significados muito distintos na obra destes pensadores, e isto impele ao questionamento sobre se o conceito de fetichismo é usado por Adorno na acepção do primeiro ou do segundo. Neste artigo, defendo que Adorno retoma e mescla elementos da concepção marxiana e da freudiana, de modo que seria equívoco reduzir ou (...) equiparar seu uso do termo fetichismo àqueles feitos anteriormente pelos dois teóricos supramencionados. Na verdade, a combinação não resulta em uma espécie de meio termo, mas, pelo contrário, em um terceiro significado, o qual denota, sobretudo, o processo pelo qual algo que seria mero meio se torna, ele mesmo, em um fim. Com esta acepção, tal conceito se mostra de crucial importância em todo aparato crítico do filósofo frankfurtiano, seja na crítica à racionalidade que se satisfaz com a identificação, seja ainda na crítica da produção pela produção. (shrink)