Nossa seleção de verbetes parte do interesse de cada pesquisador e os dispomos de maneira histórico-cronológica e, ao mesmo tempo, temática. O verbete de Melissa Lane, “Filosofia Política Antiga” vai da abrangência da política entre os gregos até a república e o império, às portas da cristianização. A “Filosofia Política Medieval”, de John Kilcullen e Jonathan Robinson, é o tópico que mais demanda espaço na nossa seleção em virtude das disputas intrínsecas ao período, da recepção de Aristóteles pelo medievo e (...) da tensão entre poder Papal e Civil. No verbete “Liberalismo”, de Gerald Gaus, Shane Courtland e David Schmidtz, vemos as fontes fundantes da Filosofia Política da modernidade. As ideias de liberdade negativa e positiva se coadunam com a Ética Liberal e sua influência sobre a abrangência do valor fundamental da liberdade individual diante das políticas públicas. O texto de Ian Carter, “Liberdade Positiva e Liberdade Negativa”, expõe o paradoxo da liberdade em suas concepções valorativas e neutra, muito úteis para compreender os problemas políticos que enfrentamos hoje. Por fim, Bas Van Der Vossen no texto “Libertarianismo” trata das noções tensas entre Estado e indivíduos. A concepção de “liberdade de si”, genuinamente negativa, ganha destaque justificatório. Jackie Scully, no verbete Bioética Feminista, exemplifica o valor da influência dessas correntes no âmago de todos os contemporâneos. Sua escrita homenageia postumamente Anne Donchin com um apanhado histórico da luta de inserção de políticas feministas na pesquisa acadêmica global. No verbete “Democracia”, os professores brasileiros Gustavo Dalaqua e Alberto Ribeiro Barros acrescentaram tópicos importantes ao tema geral, respectivamente: “Construtivismo Representativo vs. Representação Descritiva” e “Democracia Contestatória de Philip Pettit”. O texto de Thomas Christiano perpassa os principais argumentos de justificação política contra e a favor da democracia ocidental, com foco central nas concepções de liberdade e igualdade. Os verbetes dispostos nessa seleção de textos são tendenciosos na medida que expressam o interesse genuíno de cada pesquisador com os assuntos relevantes em suas pesquisas. Em virtude disso, a escolha “adota um lado” em detrimento de outros – mais especificamente: de outro que poderia ser mais “progressista”. Por si só, o livro já nasce reclamando um segundo volume, que será providenciado. Colocamos de lado qualquer exigência de “imparcialidade”, algo que não existe na Filosofia, muito menos na Filosofia Política. Sobressai, nesse aspecto, o caráter reflexivo que o assunto exige e a importância do assunto, sem o qual não teríamos a modernas concepções de representatividade, as teorias da justiça ou mesmo as ciências sociais. Um outro volume, portanto, se faz imperativo, por conta da abrangência da própria SEP e do respeito a seu projeto inicial, genuinamente um plano plural. (shrink)

The principle of providing post-trial access for research participants to successful products of that research is widely accepted and has been enshrined in various declarations and guidelines. While recent ethical guidelines recognise that the responsibility to provide post-trial access extends to sponsors, regulators and government bodies as well as to researchers, it is the researchers who have the direct duty of care to participants. Researchers may thus need to act as advocates for trial participants, especially where government bodies, sponsors, and (...) regulatory bodies have complex interests vested in decisions about whether or not new interventions are made available, how, and to whom. This paper provides an empirical account of post-trial access in the context of HIV prevention research. It describes both access to the successful products of research and the provision antiretroviral drugs for trial participants who acquire HIV. First, we provide evidence that, in the current system, there is considerable variation in the duration and timeliness of access. We then argue that by analysing the difficulties faced by researchers to this point, and their efforts to meet this obligation, much can be learned about how to secure post-trial access in HIV biomedical preventions trials. While researchers alone have a limited obligation, their advocacy on behalf of trial participants may be necessary to call the other parties to account. (shrink)

Little research has explored the possible effects of government institutions in emerging economies on ethical reviews of multinational research. We conducted semi-structured, in-depth telephone interviews with 15 researchers, Research Ethics Committees personnel, and a government agency member involved in multinational HIV Prevention Trials Network research in emerging economies. Ministries of Health or other government agencies often play pivotal roles as facilitators or barriers in the research ethics approval process. Government agency RECs reviewing protocols may face particular challenges, as they can (...) lack resources, be poorly organized, have inconsistent review processes and limited expertise, and use differing definitions of national interests, including upholding national reputation and avoiding potential exploitation and stigma of the country's population. The MOH/governmental review body may be affected by power dynamics and politics in study reviews; may consider issues both related and unrelated to research ethics as understood elsewhere; and may prioritize particular diseases, treatments, or interventions over other topics/types of research. Poor communication and deeply-rooted tensions may exist between sponsor and host countries, impeding optimal interactions and reviews. Investigators must understand and plan for the potential effects of governmental agencies on multinational collaborative research, including preserving adequate time for agency review, and contacting these agencies beforehand to address issues that may arise. Better understanding of these issues can aid and advance appropriate global scientific collaboration. (shrink)