Abstract
Há alguns anos atrás, algumas pessoas acreditavam que a tese de que a
existência não é um predicado, uma tese defendida por autoridades como
Gottlob Frege e Bertrand Russell, era um dos traços distintivos da chamada filosofia analítica. Que uma tal crença é afinal falsa pode ser tomado como mais um sinal da vitalidade e do anti-dogmatismo que caracterizam em geral a tradição analítica; e o mesmo se aplica a quaisquer outras crenças do género, que comprometam esta tradição com teses filosóficas substantivas. O meu propósito neste ensaio é duplo. Por um lado, descrevo o estado actual da questão relativamente ao venerável tópico da existência, caracterizando e examinando as principais teorias disponíveis. Por outro, argumento a favor de um ponto de vista específico sobre o tópico. Esse ponto de vista consiste na conjunção das seguintes três teses: (F) Não há objectos não-existentes; (H*) A existência é um predicado; e (H**) As afirmações de existência não são uniformes quanto à forma lógica, tendo por vezes a forma de quantificações existenciais e por vezes a forma de predicações monádicas de primeira ordem.