Editora Argos, Editora da UFSC: (
2023)
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Abstract
Este livro propõe uma nova maneira de olhar para a filosofia do bispo e filósofo irlandês George Berkeley (1685-1753), mais conhecido pela negação da existência da matéria e pela defesa do idealismo e de teses empiristas. O autor, Costica Bradatan, aborda o pensamento de Berkeley do ponto de vista de suas raízes e influências em vez de como ele passou a ser interpretado posteriormente. Como o título sugere, o livro constitui um retrato alternativo de Berkeley, diferente da imagem predominante formada a partir de uma leitura de tendência analítica, que privilegia as suas obras da juventude, especialmente o Tratado sobre os princípios do conhecimento humano (1710) e os Três diálogos entre Hylas e Philonous (1713). Este outro retrato de Berkeley procura mostrar um filósofo que leu e escreveu livros sobre alquimia, que elaborou projetos utópicos e buscou as “ilhas felizes” e o “paraíso terrestre”. Bradatan procura mostrar que a nova atitude de Berkeley em relação ao mundo material ecoou a teologia dualista dos cátaros; que seu pensamento estava enraizado nas tradições platônicas, místicas e esotéricas; que ele via a filosofia como uma espécie de salvação e a ser praticada como um modo de vida. Bradatan retrata um Berkeley muito mais rico e realista, um pensador mais profundo e espetacular. Além de ser um estudo sobre o pensamento de Berkeley em particular, com análises das suas últimas grandes obras, Alciphron, ou o filósofo minucioso (1732) e Siris (1744), o livro é um excelente exemplo da compreensão do pensamento de um filósofo à luz da história da filosofia. Este livro é de interesse para estudiosos que trabalham em uma ampla variedade de campos do saber, desde filosofia e história das ideias até literatura comparada, estudos utópicos, estudos religiosos e medievais e teoria crítica.