Abstract
nos últimos anos, John McDowell tem proposto uma concepção
de filosofia em que o objetivo da disciplina não é oferecer teses substanciais,
mas antes revelar modos de pensar e premissas ocultas que estão na
base da filosofia construtiva. Esta visão terapêutica tem sido chamada ‘quietismo’
e deve muito a algumas idéias favoritas de Wittgenstein ao longo de
toda a sua vida. No entanto, a obra de Wittgenstein (e, talvez, também a de
McDowell) parece oscilar entre duas compreensões de quietismo: pode-se
ser quietista por não macular aquilo que é mais importante com discussões
explícitas ou pode-se ser quietista por não ter nada a dizer. Argumentaremos
que o segundo tipo do quietismo não implica recusar em se ocupar
com a filosofia do passado, nem tampouco adotar uma atitude contemplativa.
A concentração sobre o particular, em ética tanto quanto em qualquer
outra área da filosofia, é suficiente para minar as ambições universalistas da
filosofia tradicional e descortinar um aumento na ação filosófica.