Anais Do 7º Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós Graduação E Pesquisa Em Ambiente E Sociedade (
2015)
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Abstract
O artigo tem foco central na relação entre conhecimento científico e realidade do lugar, bem como as repercussões geopolítica desta relação, haja vista que o debate sobre o impacto das representações geográficas sobre os espaços, pode auxiliar no esclarecimento de como são pensadas as estratégias de desenvolvimento para os mesmos. Objetivo problematizar o saber geográfico que informa o ambiente e a vida humana à beira da Transamazônica. Parto de uma metodologia de base fenomenológica para dar visibilidade à fragilidade do diálogo entre a vida nos lugares e o conhecimento científico e reproduzido no plano educativo sobre tais lugares, a saber: os grupos de pequenos produtores que vivem entre Pacajá e Anapu, no estado do Pará. Realizo pesquisa de campo (ainda em curso), desde 2012, na modalidade observação participante, registros imagéticos, entrevistas e pesquisa bibliográfica sobre o tipo de saber científico e educativo acerca do espaço de pesquisa. Concluo que há uma distância profunda entre o saber e o viver, em função de uma não prioridade da escala do lugar no conhecimento padrão do território, bem como uma despersonalização dos indivíduos e grupos que vivem à beira da Transamazônica, somado à manutenção de uma imagética ambiental que não condiz com a realidade, ensinada nos livros didáticos que, inevitavelmente, decretam a inexistência dos que deles se servem, as crianças e professores que se educam nestes lugares, passam a ser pano de fundo para a estrada, objeto centralmente valorizado no saber geográfico e na geopolítica do espaço transamazônico paraense.