Abstract
Este estudo tem como objetivo central redesenhar a noção de intericonicidade que surgiu no trabalho desenvolvido por Jean-Jacques Courtine em 2003. Para tanto, vamos propor a inclusão das utopias e das heterotopias como elementos constitutivos das imagens. Partimos da tese de que toda imagem tem sua inscrição em espaços sobrepostos por utopias e heterotopias, ao mesmo tempo, julgamos que as memórias visuais sempre nos remetem à imagem de coisas situadas nos espaços sejam reais ou imaginários. Toda imagem ecoa outras imagens que forma uma rede em nossa memória visual. Esta rede de imagens é chamada por Courtine de intericonicidade. Por meio da intericonicidade será possível criar uma arqueologia do imaginário humano. Em relação à questão dos espaços, tomamos o trabalho desenvolvido por Foucault. Com a noção de intericonicidade e os gestos arqueogenealógicos de Foucault, buscamos compor nossa metodologia para analisar as imagens produzidas em filmes franceses de horror. A escolha por este tipo de filme se deve ao fato de que nossas angustias e medos, representados nessas produções, podem ser analisados como objetos de investigação histórica.