Abstract
A gênese deste estudo decolonial começa com o ensaio que empreendia uma discussão sobre Exu e a cultura diaspórica negra. Seus desdobramentos foram responsáveis pelo aparecimento de dois outros estudos: um sobre o Candomblé da Bahia e o sincretismo religioso, e um outro sobre o conceito decolonial de língua-linguagem como encruzilhada. O artigo sobre Exu, escrito em inglês, ainda foi responsável pelo convite para a escritura de um capítulo de livro, também em língua inglesa, sobre direitos humanos, liberdade religiosa e lutas antirracistas na América Latina Diaspórica Negra. Por sua vez, este texto possibilitou o aparecimento de boa parte da discussão que se deu em um capítulo sobre a linha de frente das lutas políticas de Jorge Amado nos 100 anos do Partido Comunista do Brasil, quando o tema da baianidade ganhou corpo. Agora, neste novo estudo, que ora, apresento, a discussão busca responder às questões: “O que é a baianidade?” e “Como a literatura a decodifica ao longo da história?”. Para tanto, utilizo como metodologia a análise pragmática do discurso, tributária da análise discursivo-desconstrutiva, tomando o discurso literário como objeto observável, pois, nessa abordagem, todo discurso é o resultado das condições históricas de produção (cf. ARAÚJO, 2020). Em outras palavras, recorro a obras poéticas de autores baianos (textos, canções), tomadas como discurso para responder a tais questões sobre a baianidade.