Abstract
O desempenho das empresas tem sido estudado sob diferentes perspectivas teóricas, que, em geral a utilizam indicadores econômico-financeiros. Essa abordagem sofre constantes críticas por não contemplar aspectos estratégicos, que podem fornecer informações acerca de vantagem competitiva obtida pela empresa. Fatores macroeconômicos também tendem a impactar de maneira indireta os diferentes setores. Além disso, os setores sofrem esses impactos macroeconômicos conforme o nível de exposição deste às oscilações macroeconômicas. Assim este trabalho buscou analisar como as dimensões de desempenho se relacionam com retorno, para cada setor da bolsa de valores. Para a análise, utilizou-se a modelagem de equações estruturais a partir do software Smart-PLS. Foram utilizados dados do Economática para 82 empresas listadas em 6 setores da B3 no período entre 2011 e 2018. Os resultados indicam que diferentes indicadores compõe os construtos para cada setor analisado, indicando que o retorno tem associações diferentes em cada setor. O construto econômico-financeiro apresenta uma relação positiva na explicação dos retornos para os diferentes setores. Já o construto estratégico relacionou-se positivamente apenas no setor de Materiais Básicos. A dimensão macroeconômica apresentou resultados que evidenciam uma relação negativa com os retornos no período analisado. Assim pode-se apontar que o retorno de cada setor é explicado por diferentes informações, sugerindo que o investidor deve observar critérios específicos de cada setor. Os indicadores macroeconômicos foram similares para os setores analisados, contudo o impacto significativo não pode ser verificado para todos os setores, indicando que existem níveis de exposição diferentes para os setores. Ainda, foram evidenciados tanto efeitos diretos quanto indiretos dos indicadores macroeconômicos sobre o retorno.