Abstract
O presente artigo examina a natureza da investigação antropológica que Kant executou nos seus cursos sobre geografia física. Se, por um lado, a sua relação com a física empírica é assegurada, por outro, a incorporação de ambos os objetos do sentido interno, alma e ser humano, na abordagem cosmológica da investigação empírica da natureza humana gera questionamentos sobre a articulação disciplinar e metodológica pressupostas no Conhecimento do Mundo. Será mostrado que a investigação antropológica de Kant desde o início procurou assegurar uma combinação sistemática entre diferentes procedimentos científicos que visam o conhecimento da natureza humana e que este é justamente o caso do emprego geográfico do conceito ontológico de alma no esclarecimento da diversidade de temperamentos e de gostos da espécie humana.