Abstract
Este artigo constitui uma reflexão acerca desta central e controversa afirmação contida na terceira parte de Verdade e Método segundo a qual "ser que pode ser compreendido é linguagem". Depois de apresentar uma tríplice leitura dessa mesma afirmação, concretamente na sua dimensão platónica, kantiana, e hegeliana, o artigo procura sobretudo desenvolver uma leitura ontológica da mesma. É assim que, partindo dessa tríplice leitura, o presente trabalho intenta justificar e fundamentar a Ontologia hermenêutica de Gadamer, a qual considera ser, para além de diferente, mais autêntica que a Onto-teologia aristotélica e a Ontologia fundamental heideggeriana. Dessa forma, o artigo intenta fazer, a partir da obra de Hans-Georg Gadamer, uma descrição da Hermenêutica filosófica a partir da afirmação segundo a qual "ser que pode ser compreendido é linguagem". /// Aim of the present article is to reflect upon this central and controversial statement, taken from the third part of Truth and Method, according to which "being that can be unterstood is language". After presenting three possible readings of the above mentioned statement, namely the Platonic, the Kantian, and the Hegelian, the article proceeds to develop an onto logical reading of the same passage. Thus, on the basis of these readings, the article both justifies and grounds the gadamerian hermeneutical ontology, which it considers as being different from and more authentic than both the Aristotelian onto-theology and the Heideggerian fundamental ontology. The paper, finally, describes how the notion of philosophical Hermeneutics, as it is found in the work of Hans-Georg Gadamer, is summarized in the affirmation according to which "being that can be unterstood is language".