Abstract
Em seu artigo “Confiança epistêmica e testemunho feminino”, Patrícia Ketzer se propõe a duas tarefas centrais. Em primeiro lugar, ela pretende caracterizar as noções interpessoais de testemunho e de confiança epistêmica defendidas por Benjamin McMyler (2011). A partir disso, então, ela sugere que a proposta de McMyler pode ser útil para a compreensão de casos malsucedidos de testemunho, em
particular casos de testemunho de violência sexual. Me interessa, aqui, em grande medida, avaliar se a aproximação sugerida é capaz de esclarecer a natureza epistemológica dos problemas que parecem
estar associados às práticas de rejeitar total ou parcialmente testemunho de violência sexual e de gênero.