Abstract
Este artigo tem por objetivo mostrar que no quinto capítulo, § 186, de Para além de bem e mal, Nietzsche critica a pretensão clássica dos filósofos de fundamentar a moral e de formular uma ciência da moral, porém sem jamais indagar-se sobre o sentido da própria moral e sua problemática. E mais, expor que tal crítica nietzscheana atinge Arthur Schopenhauer, cuja fundamentação da moral estaria implícita na seguinte asseveração: “neminen laede, imo omines, quantum potes, iuva! – não faças mal a ninguém, mas antes ajuda a todos que puderes!”. Portanto, a partir de uma leitura lógica e estrutural do Para além de bem e mal, § 186, investigaremos no que redundou esta tarefa schopenhaueriana de fundamentar a moral.