Abstract
Este artigo visa analisar, em linhas gerais, a “práxis” filosófica brasileira tal como delineada, historicamente, pela pedagogia estruturalista do Departamento de Filosofia da USP. Parte-se do princípio de que essa pedagogia, fundamentada na tradição filosófica ocidental norte-cêntrica, eliminou as filosofias produzidas por comunidades políticas e geopolíticas não ocidentais – entre elas, as Filosofias da Quebrada – no âmbito do ensino de filosofia no Brasil, favorecendo somente a mera formação em história da filosofia, em detrimento do filosofar. Isto posto, para modificar a pedagogia estruturalista, defendemos um filosofar desde o quilombo e, por conseguinte, desde as Comunidades Autofilosóficas da Quebrada (CAQ). Para tanto, o presente texto pauta-se em considerações filosóficas quilombistas, decoloniais e libertárias, tendo como aporte teórico, fundamentalmente, o conceito de quilombo, movimento contínuo de resistência cultural, proposto pela filósofa, Beatriz Nascimento e pelo filósofo, Abdias do Nascimento.