Dissertation, Universidade Federal de Goiás (
2002)
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Abstract
O presente trabalho versa sobre a medicina das universidades européias no século XIII. Reconstrói, por meio de um estudo de caso, a experiência de uma revolução intelectual: uma revolução na qual a medicina se renovou sob a influência da filosofia natural aristotélica, que marcava muito fortemente o currículo das nascentes instituições universitárias. O caso analisado é o do médico/físico Pedro Hispano, autor de tratados médicos, comentários e receituários, que muito provavelmente pode ser identificado como o português Pedro Julião (+-1215 - 1277), que viria a ser o Papa João XXI. O texto está dividido em dois capítulos. No primeiro deles apresenta-se Pedro Hispano, sua obra e alguns problemas relativos à autoria dos textos que lhe são atribuídos. Busca-se enquadrar os seus textos médicos no interior de uma tradição intelectual que naquela época se afirmava, aquela que resulta da aproximação entre a medicina e a filosofia natural. Ao final, extrai-se da análise das possibilidades de filiação de Pedro a essa tradição pontos para uma reflexão acerca dos novos padrões de interação entre as formas de exercício da medicina e a sociedade do século XIII. O segundo capítulo tem por fio condutor um texto de Pedro Hispano intitulado 'Liber de Conservanda Sanitate' (Livro sobre a Conservação da Saúde). A partir dele, procurar-se-á dar melhores e mais concretos contornos à nova medicina produzida pelas universidades através de dois caminhos. Um deles conduz a um aprofundamento do tema da filosofia natural e de sua conexão com o pensamento médico. O outro revela a mudança no plano das relações entre medicina e sociedade, aproveitando o campo de questões construído no primeiro capítulo. [Trata-se da minha monografia de final de curso, defendida em 2002, na Universidade Federal de Goiás].