Dissertation, Unicamp (
2024)
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Abstract
Esta monografia faz parte de uma pesquisa de Iniciação Científica (IC) atualmente em curso, com financiamento da FAPESP (processo 2023/04313-5) até 31/12/2024.A pesquisa de IC em questão, intitulada “Como fazer ciência da cognição? O problema do método científico nas ciências cognitivas na perspectiva do naturalismo anti-reducionista das epistemologias de Quine e Sellars”, pretende caracterizar e articular os conceitos de ciência e de cognição a partir das epistemologias naturalizadas de Willard von Orman Quine (1951/1961 e 1969) e Wilfrid Sellars (1956/1963 e 1962/1963). Estamos examinando se uma perspectiva naturalista e anti-reducionista, adotada em ambas nas teorias epistemológicas desses filósofos, é de fato adequada para responder ao problema filosófico de como estabelecer critérios adequados para conhecer cientificamente a cognição. Assim, estamos pesquisando, no desenvolvimento da IC, como a epistemologia naturalizada contribui para lidar com o problema de como é possível conhecer objetivamente um objeto de investigação científica que é, por excelência, subjetivo. É a partir desse problema de pesquisa que elaboramos o recorte bibliográfico desta monografia. Neste texto, que é simultaneamente um trabalho final de disciplina (Monografia I - HG770 K, 1s2024) e a primeira versão de uma monografia a ser aprimorada e expandida no segundo semestre de 2024 com auxílio da disciplina de Monografia II (HG 870), pretendo comparar os naturalismos epistemológicos de Hume e Quine quanto à natureza da cognição. Ou seja, pretendo comparar como Hume e Quine concebem, no interior de suas respectivas epistemologias, que são naturalizadas, aquilo que geralmente chamamos de ‘mente’ ou, às vezes, de ‘alma’. Na segunda e última versão da monografia, a ser desenvolvida no semestre que vem, pretendo incluir o naturalismo epistemológico de Aristóteles na comparação, e pretendo também incluir, embora brevemente e com auxílio de bibliografia contemporânea sobre o assunto, alguns resultados da pesquisa de IC relativos à epistemologia naturalizada de Sellars, o outro autor principal do projeto de IC, e algumas de suas teses em Filosofia da Mente, na expectativa de isso seja de alguma forma útil ao empreendimento de compreender a trajetória histórica pela qual percorreu o naturalismo até o século XX. Esta monografia, portanto, pretende recuperar as epistemologias de dois importantes precursores de Quine, as de Hume e Aristóteles, comparando-as com o programa quineano de naturalização da epistemologia e preparando o terreno para a uma pesquisa futura quanto aos sucessores de Quine nesse programa, inclusive Sellars. Desse modo, espero que esta monografia contribua positivamente para o desenvolvimento de uma das partes da pesquisa de IC no sentido de investigar possíveis bases históricas a partir das quais o naturalismo epistemológico floresceu no século XX.