In Isabel Matos Dias & Irene Brges Duarte (eds.),
Colóquios. Centro de Filosofia Univ.Lisboa. pp. 405-416 (
2004)
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Abstract
Pretendemos com este ensaio fazer uma bordagem à filosofia fenomenológica da linguagem de Heidegger; abordagem que procura realizar, senão mesmo justificar, isso mesmo que subjaz a uma linguagem que é doação, que é fazer vir à presença aquilo que é nomeado. Mas linguagem tem um sentido mais lato que não apenas fala ou falado. Linguagem como ‘dizer’. Um ‘dizer’ que se escuta para lá do simples dito, para lá de qualquer modo de ser do dasein (autêntico ou inautêntico), para lá do quotidianamente falado. Ou seja, o que permite tornar perceptível e inteligível as sentenças “o homem fala” e, “die sprache spricht”, o que permite dizer que o dasein é aquele que só pode advir através da linguagem mas simultaneamente é aquele pelo qual só o ser pode falar, é aquilo que apelidámos de ontopotencialidade. Tendo a linguagem esta ontopotencialidade, i.e., a potencialidade de doação permanente, de permitir um acontecer possibilitante de mundo(s) que instituem uma abertura, ela possibilita a manutenção dessa mesma abertura. Eis a tarefa do nosso ensaio.
Dividimos assim a nossa comunicação em três partes, a saber: 1) A origem necessária: Logos – O discurso como mostração; 2) Linguagem e Poesia – A essência da arte e a arte da essência; 3) A Ontopotencialidade da linguagem – definição e síntese.