Abstract
Neste artigo é defendido que 'os iluministas' não poderiam ser capazes de eliminar os preconceitos, como pretendiam, haja vista que atacavam o fenômeno do preconceito onde ele não estava, sendo o entrave no acesso à verdade apenas um efeito colateral do preconceito e não seu elemento central. Independente da possibilidade ou não de se eliminar os preconceitos, a estratégia adotada pelos filósofos desse período estava condenada ao fracasso. Para sustentar esta hipótese, primeiro será extraída uma noção geral do preconceito a partir de autores do período do iluminismo. Em seguida serão estudados seus aspectos a fim de compreender a relação dos preconceitos com a realidade. Por fim se demonstra que o caráter dessa relação é acidental, não podendo o preconceito ser abolido por uma argumentação acerca da verdade das coisas. Este artigo não discute se é possível eliminar os preconceitos, apontando apenas o erro do método dos autores modernos.