Abstract
Esse texto procura explicitar a tese da compreensão atual que Simmel pressupõe como lócus de apreensão e interpretação dos processos humanos dotados de sentido. Para explicitá-la, confronta as posições de Dilthey e Simmel sobre o papel da vivência na fundamentação do conhecimento histórico. Ao contrário de Dilthey, no entanto, Simmel não pressupõe uma vivência que possa ser apreendida em outrem ou circunscrita a partir de um objeto, porque põe o fundamento da compreensão na atualidade daquele que compreende. Assim, opera com possibilidades objetivas da construção de conexões de sentido por meio da projeção de processos psíquicos. Conquanto dificilmente seja lembrado no debate sobre a compreensão ou sobre a filosofia da história, Simmel possui uma posição própria e consistente acerca da fundamentação do conhecimento histórico, que pode ou abrir novos ângulos de pesquisa ou ser fecunda para se reexaminar perspectivas já consolidadas.