Abstract
Em sua filosofia da mente, Ludwig Wittgenstein afirma repetidas vezes que não pensamos com as nossas cabeças ou nelas. No entanto, não apresenta argumentos claros em favor desse posicionamento. Para piorar, os comentadores de sua obra não dão a esse aspecto de sua filosofia a atenção devida. Em vista disso, neste artigo investiga-se por que Wittgenstein tanto insistiu em dizer que não pensamos com as nossas cabeças ou nelas. A explicação que se oferece é que Wittgenstein o fez visando a justificar seu método conceitual, em detrimento dos métodos científicos utilizados na psicologia. Além disso, são analisadas algumas implicações da afirmação de Wittgenstein de que não pensamos com as nossas cabeças ou nelas a suas críticas à refutação de G. E. Moore ao ceticismo filosófico e a seus ataques à psicologia e à psicanálise.