Abstract
O percurso construído pelo pensamento de Albert Camus (1913-1960) perfaz uma unidade profunda entre Ética e Estética. Par- tindo de uma preocupação explicitamente ética, o autor acaba por ter de desenvolver uma antropologia filosófica, ou seja, um discurso sobre o homem que tem como núcleo um conceito que o reenvia àquilo que podemos chamar de dimensão estética para então, a partir daí, oferecer uma resposta àquele problema ético. Desse modo, pretendemos neste trabalho explicitar o caminho ao qual aludimos em três momentos: (a) a existência humana como problema ético; (b) o discurso camusiano sobre o homem que tem como núcleo a noção de Passion e, por fim, (c) a elaboração de um novo éthos, partindo da noção de Paixão, como res- posta necessária ao problema existencial configurada como uma re-cri- ação ou correção permanente, à semelhança do ofício do Artista.