Abstract
Este trabalho apresenta uma discussão que tem como objetivo principal propor um novo risco ao contorno da noção de intericonicidade que aparece em Courtine, precisamente, em 2003. Aí encontramos uma abertura que nos permite traçar outras curvaturas em sua noção. É justamente por este interstício que vamos propor a inclusão de dois elementos que, a nosso ver, estão na ordem da constituição das imagens: as utopias e heterotopias, conforme discussões iniciadas anteriormente por Araújo (2014a, 2014b). Para tanto, tomamos como pano de fundo as imagens em movimento de duas produções francesas de horror e as imagens fotográficas da prisão de Abou Ghraib que serão analisadas à luz da discussão realizada por Foucault em Le corps utopique, les heterotopies e em Outros Espaços, juntamente com as discussões de Courtine e de Milanez acerca da intericonicidade (cf. COURTINE, 2005; 2011; 2013; MILANEZ, 2011a; 2011b; 2013a, 2013b). Os Elementos de Semiologia e A escrita do acontecimento de Barthes também fazem parte da discussão, já que este autor aparece desde cedo no trabalho de Courtine, precisamente, quando buscava apresentar a noção de intericonicidade.