REPRODUÇÃO ANIMAL: O CICLO ESTRAL DE BOVINOS LEITEIROS – Desenvolvimento Folicular, Corpo Lúteo e Etapas do Estro ANIMAL REPRODUCTION: THE OESTROUS CYCLE OF DAIRY BOVINES -Follicular Development, Corpus Luteum and Stages of Estrus Apoio: Emanuel Isaque Cordeiro da Silva Departamento de Zootecnia da UFRPE E-mail: [email protected] WhatsApp: (82)98143-8399 FISIOLOGIA CLÍNICA DO CICLO ESTRAL DE BOVINOS LEITEIROS 1. RESUMO A fêmea bovina apresenta ciclos estrais em intervalos de 19 a 23 dias e estes só são interrompidos durante a gestação ou devido (...) a alguma patologia. O estro é o período de aceitação da cópula e tem uma duração de 8 a 18 horas. Durante o metaestro ocorre a ovulação e se desenvolve o corpo lúteo. O diestro é o estágio mais longo do ciclo e é caracterizado pela presença de um corpo lúteo. Se a gestação não for estabelecida, o endométrio segrega prostaglandina F2α(PGF2α) o que induz a luteólise, reiniciando assim um novo ciclo. 2. EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-OVÁRIO As hormonas são substâncias produzidas por diferentes células do organismo que exercem funções específicas em outras células (células brancas). Algumas hormonas atuam na mesma célula que a secreta (atividade autocrina), outras nas células vizinhas (atividade parácrina) e outras são transportadas pelo sangue e exercem a sua função em células de outros órgãos (atividade endócrina). Existem outros tipos de hormônios que comunicam a diferentes indivíduos e são conhecidos como feromônios. Os feromônios regulam diferentes funções, entre as quais se destacam as reprodutivas. O hipotálamo encontra-se na base do cérebro, é formado por núcleos pares de neurônios e comunica-se com a hipófise através de um sistema circulatório especializado conhecido como sistema porta-hipotálamo-hipofisário. Os neurônios da área ventromedial e da área pré-óptica do hipotálamo secretam a hormona libertadora das gonadotropinas (GnRH), que por sua vez chega à hipófise através do sistema porta-hipotálamo-hipofisário e estimula a secreção da hormona luteinizante (LH) e da hormona folículo estimulante (FSH). A LH mantém um padrão de secreção paralelo à secreção da GnRH; ou seja, uma parcela de GnRH corresponde a uma parcela de LH, ao contrário da FSH que tem uma produção basal elevada inibida pelo estradiol e inibina, por este motivo, a sua secreção não apresenta um padrão pulsante semelhante à LH. A GnRH tem duas formas de secreção: a primeira é pulsante ou tônica, regulada por estímulos externos (fotoperíodo, bioestimulação, amamentação) e por estímulos internos (metabolitos, hormonas metabólicas, hormonas sexuais); a segunda forma é pré-ovulatória ou cíclica e é estimulada pelos estrogênios durante o estro e inibida pela progesterona. A secreção de alguns hormônios, bem como diversos processos fisiológicos, são sincronizados com a duração do dia e da noite (ritmos endógenos). A luz é percebida pelos fotorreceptores da retina e o sinal luminoso chega à glândula pineal através de conexões neuronais (trato retino-hipotalâmico). Na glândula pineal, o estímulo produzido pela luz inibe a síntese da melatonina. Desta forma, a duração do dia e da noite (fotoperíodo) é registada pelas variações nas concentrações da melatonina. Na vaca, sabe-se que o fotoperíodo influencia alguns processos reprodutivos, embora não seja, em sentido estrito, uma espécie com um padrão reprodutivo sazonal. Os feromônios sexuais são excretados através da urina, fezes e fluidos corporais; eles são percebidos pelo epitélio olfatório e órgão vomeronasal. Posteriormente, algumas vias nervosas, estimulam no hipotálamo a frequência dos pulsos de secreção da GnRH. A exposição a feromonas femininas provoca no macho um aumento na frequência de secreção do LH e isto por sua vez aumenta as concentrações de testosterona. Os feromônios masculinos induzem na fêmea um aumento da frequência de secreção do LH, estimulando o crescimento folicular e a secreção de estradiol. A estimulação sexual provocada pelo macho ou pela fêmea é denominada bioestimulação. As alterações na condição corporal estão positivamente correlacionadas com as concentrações séricas de insulina, fator de crescimento semelhante à insulina tipo I (IGF- I) e leptina. Assim, quanto maior a classificação da condição corporal, maior é a concentração sérica destas hormonas, que atuam como sinais que chegam ao hipotálamo e modificam a frequência de secreção da GnRH. Por exemplo, a transição do anestro para a ciclicidade coincide com um aumento da condição corporal e das concentrações de insulina, IGF- I e leptina (figura 1). Figura 1. A transição do anestro para a ciclicidade coincide com um aumento da condição corporal e das concentrações de insulina, IGF- I e leptina. Estas hormonas atuam como sinais que chegam ao hipotálamo e aumentam a frequência de secreção da GnRH. Fonte: GALINA, et al. 2008. Os estrogênios podem ter um feedback positivo ou negativo sobre a secreção da GnRH, o que depende da fase do ciclo reprodutivo. Em animais pré-púberes e em anestro pós-parto, os estrogênios inibem a secreção de GnRH, mas durante o período de proestro e estro há uma estimulação para a secreção de GnRH. A progesterona reduz a secreção da GnRH, bem como a resposta da hipófise à GnRH, inibindo assim a maturação folicular e a ovulação. Por esta razão, a progesterona foi utilizada com sucesso como contraceptivo em humanos e para o controle artificial da reprodução em animais domésticos (figura 2). Figura 2. Retroalimentação entre o hipotálamo, hipófise e o ovário. A GnRH estimula na hipófise a síntese e secreção de LH e FSH. Na fase pré-púbere e no anestro pós-parto, os estrogênios inibem a secreção de GnRH, enquanto no proestro e estro, estimulam-na. A progesterona inibe a secreção da GnRH e diminui a resposta da hipófise à GnRH. Os estrogênios e a inibina suprimem a secreção de FSH diretamente na hipófise. Fonte: GALINA, et al. 2008. Os neurônios secretores da GnRH não têm receptores para estrogênios nem progesterona, pelo que estas hormonas não têm forma de regular diretamente a secreção da GnRH. Existe um grupo de neurônios hipotalâmicos que exprimem o gene Kiss-1 que codifica o peptídeo kisspeptina. Os neurônios secretores da GnRH têm receptores para este peptídeo, de modo que a kisspeptina fornece a informação aos neurônios secretores da GnRH em relação às concentrações de hormônios sexuais. A kisspeptina é um potente estimulador (secretagogo) da secreção da GnRH e é muito provável que nos próximos anos venha a fazer parte dos recursos hormonais para o controle artificial da reprodução, não só nos bovinos, mas em todas as espécies domésticas. 3. DESENVOLVIMENTO FOLICULAR O ovário é responsável pela produção de ovócitos e pela síntese de hormônios sexuais, estrogênios e progesterona, que promovem e regulam a fertilização do ovócito e a manutenção da gestação. O ovócito encontra-se no interior do folículo ovárico rodeado por células granulosas que participam de forma ativa no seu crescimento e maturação. As experiências in vitro demonstram a dependência dos ovócitos das células da granulosa, assim, quando os ovócitos são induzidos a amadurecer devem estar rodeados por várias camadas de células da granulosa para que este processo seja bem sucedido, caso contrário, não adquirem o potencial para desenvolver um embrião. Embora as células da teca interna não estejam em contato direto com o ovócito, seu papel na maturação deste o exercem mediante a produção de andrógenos, mesmos que são convertidos em estrogênios pelas células da granulosa. Além disso, as células da teca favorecem o estabelecimento da rede capilar que apoia o desenvolvimento folicular. Por outro lado, os novos conhecimentos indicam que o ovócito não é um elemento passivo no desenvolvimento folicular, mas regula a função das células foliculares; o que significa que ele próprio participa na criação de um microambiente ideal para a sua maturação. Além disso, é possível que o ovócito tenha um papel na ativação do desenvolvimento dos folículos primordiais. A fêmea bovina nasce com aproximadamente 200 mil folículos, dos quais muito poucos se ativam e iniciam seu crescimento, e a maior parte deles sofre atresia em diferentes etapas de desenvolvimento. Ao nascimento, os folículos estão na fase mais elementar e são conhecidos como folículos primordiais. Posteriormente estes folículos se ativam e se transformam em folículos primários e secundários; até este momento os folículos não têm antro (etapa pré-antral) e seu desenvolvimento é independente das gonadotropinas. Quando os folículos formam o antro são conhecidos como folículos terciários e seu desenvolvimento é dependente das gonadotropinas (etapa antral). O crescimento folicular no estágio antral ocorre em forma de ondas e cada onda começa com um aumento nos níveis de FSH, o qual promove o crescimento de um grupo de cinco a seis folículos (~4 mm de diâmetro); este processo é conhecido como recrutamento. Subsequentemente, um único folículo continua a crescer (folículo dominante), o que provoca um aumento das concentrações de estrogênios e inibina, uma diminuição das concentrações de FSH e atresia dos folículos subordinados, pois eles dependem totalmente desta hormona, enquanto o folículo dominante continua o seu desenvolvimento estimulado pela LH. O folículo dominante perdura de quatro a seis dias e se não chega a ovular, sofre atresia. Após a atresia do folículo dominante, diminuem-se os níveis de estrogênio e inibina, observa-se um aumento das concentrações de FSH e inicia-se uma nova onda folicular. O folículo dominante que está presente quando o corpo lúteo sofre regressão, continua seu desenvolvimento e ovula, em resposta ao pico pré-ovulatório de LH. Além de promover a liberação do ovócito, a secreção pré-ovulatória de LH regula a formação do corpo lúteo a partir das células foliculares, processo conhecido como luteinização. Durante o ciclo estral são apresentadas de duas a três ondas foliculares. As vacas com três ondas foliculares têm uma fase lútea mais longa e, consequentemente, um ciclo estral mais longo, de 22 a 23 dias; enquanto as vacas com duas ondas apresentam um ciclo estral de 18 a 21 dias. Nas vacas leiteiras, cerca de 70% apresentam duas ondas foliculares, enquanto 30% exibem três ondas (figura 3 e 4). Nas vacas com duas ondas foliculares, o período de dominação folicular é maior do que nas de três ondas. O tempo de dominação influencia o potencial dos ovócitos para desenvolver um embrião viável; assim, a porcentagem de concepção é menor quando ovulam folículos que tiveram mais dias de dominação dos que quando ovulam folículos com menor tempo de dominação (figura 5). Figura 5. O crescimento folicular no estágio antral ocorre na forma de ondas. Cada onda começa com um aumento nas concentrações de FSH, o que promove o recrutamento de cinco a seis folículos (~4 mm de diâmetro). Posteriormente um único folículo continua crescendo (folículo dominante), enquanto seus companheiros (subordinados) sofrem atresia. O folículo dominante perdura de quatro a seis dias e se não chega a ovular, sofre atresia. Após a atresia do folículo dominante observa-se um aumento das concentrações de FSH, iniciando-se uma nova onda folicular. 3.1 Ovulação múltipla Nos últimos anos tem-se observado um aumento na proporção de vacas com ovulação múltipla (20% x 1% em novilhas), o que tem provocado um aumento da proporção de partos gêmeos (8% x 1% em novilhas). A frequência de vacas com ovulação múltipla está associada com a alta produção de leite; de modo que, as vacas que produzem menos de 40 kg mostram 6% de ovulações múltiplas e aquelas que produzem mais de 50 kg alcançam até 50%. A causa deste fenômeno ainda é obscura, contudo, observaram-se diferenças nas concentrações de FSH, de tal forma que as vacas que desenvolvem de dois a três folículos dominantes numa onda folicular, apresentam níveis de FSH mais elevados que as vacas que têm apenas um folículo dominante. Em vacas em lactação, a concentração de progesterona é baixa devido ao aumento do metabolismo hepático, o que aumenta a sua taxa de eliminação. Foi observado que as vacas que tiveram uma fase lútea com níveis de progesterona mais elevados, no ciclo anterior à inseminação, apresentam menos ovulações múltiplas em comparação com as vacas que tiveram níveis de progesterona mais baixos. Propõe-se que as baixas concentrações de progesterona permitam um aumento da frequência de secreção da GnRH e, consequentemente, da LH e da FSH, favorecendo a predominância múltipla e, eventualmente, a ovulação de mais de um folículo. Nos rebanhos leiteiros, as gestações gêmeas não são desejáveis porque aumenta o risco de perda da gestação e, se esta chegar ao término, haverá o risco de perda da gestação e, se esta for concluída, o risco de distorcia é consideravelmente mais elevado (figuras 6, 7, 8 e 9). Figura 6. As baixas concentrações de progesterona sérica nas vacas em lactação permitem um aumento da frequência de secreção da GnRH, bem como o aumento da LH e da FSH. Isto favorece a dominação múltipla e eventualmente a ovulação de mais de um folículo. Esta figura mostra a dominância de dois folículos em cada onda folicular (codominância). Figura 7. Ovários de uma vaca leiteira em diestro com três folículos dominantes. Figura 8. Ovários de uma vaca leiteira com três corpos lúteos. Figura 9. Ovários de uma vaca leiteira com dois corpos hemorrágicos. Fonte: Acervo pessoal do autor. IFPE, 2017-18. 4. DESENVOLVIMENTO E CONTROLE DA FUNÇÃO DO CORPO LÚTEO Quando o folículo dominante completa sua maturação, ele produz níveis de estrogênio suficientes para provocar a liberação máxima da GnRH, o que desencadeia o pico pré-ovulatório da LH. Esta secreção de LH provoca a ovulação e inicia as mudanças para que o folículo se transforme em um corpo lúteo, processo conhecido como luteinização. A luteinização compreende todas as mudanças morfológicas, endócrinas e enzimáticas que ocorrem no folículo ovulatório até que este se transforme num corpo lúteo. O processo de luteinização começa a partir da elevação pré-ovulatória de LH; mesmo antes da ovulação. A luteinização do folículo dominante (≥8 mm de diâmetro) pode ser induzida hormonalmente pela injeção de GnRH ou gonadotropina coriónica humana (hCG). A ovulação ocorre em média 30 horas após o pico pré-ovulatório de LH. A secreção pré-ovulatória de LH desencadeia a liberação de enzimas proteolíticas e de mediadores da inflamação na parede folicular, as quais degradam o tecido conjuntivo e ocasionam morte celular. Posteriormente, a PGF2α induz contrações da teca externa, levando à ruptura folicular e à expulsão do ovócito. Após a ovulação, as células da teca interna e da granulosa migram e distribuem-se nas paredes do folículo. As células da teca interna se diferenciam e se multiplicam em células lúteas pequenas, enquanto que as células da granulosa se hipertrofiam e dão origem às células lúteas grandes. Estas alterações são facilitadas pela ruptura da membrana basal que separa a camada celular da granulosa da teca interna. Em forma paralela começa a formação de uma ampla rede de capilares que se distribuem em todo o corpo lúteo em formação, e chegam a constituir até 20% do volume desta estrutura (figuras 10 e 11). A progesterona é o principal produto de secreção do corpo lúteo. No quinto dia do ciclo estral, as concentrações séricas desta hormona são superiores a 1 ng/ ml, indicando que o corpo lúteo adquiriu a sua plena funcionalidade. A progesterona atua basicamente sobre os órgãos genitais da fêmea, sendo responsável pela preparação do útero para o estabelecimento e manutenção da gestação. Na mucosa do oviduto e do útero, estimula a secreção de substâncias que promovem o desenvolvimento do embrião, até que este comece a nutrir-se através da placenta. A progesterona suprime a resposta imunitária do útero, o que é necessário para tolerar o embrião, já que este é um tecido estranho para a vaca. Além disso, a progesterona evita as contrações do útero, fecha o colo do útero e modifica as características do muco cervical, tornando-o mais viscoso, impedindo a passagem de agentes estranhos para o interior do útero. Na glândula mamária estimula o desenvolvimento do sistema alveolar, preparando-a para a síntese e a secreção de leite. 5. REGRESSÃO DO CORPO LÚTEO A regressão lútea é um processo ativo ocasionado pela secreção uterina da PGF2α. O mecanismo pelo qual se inicia a síntese e secreção da PGF2α depende de uma interação entre o corpo lúteo, os folículos e o útero. Os estrogênios produzidos no folículo dominante desempenham um papel importante no início da secreção de PGF2α, uma vez que promovem a síntese de receptores para oxitocina. Além disso, os estrogénios estimulam no endométrio a produção da fosfolipase A e da ciclooxigenase; enzimas indispensáveis para a síntese da PGF2α. Durante o ciclo estral, a progesterona inibe a síntese da PGF2α através da supressão da formação de receptores para o estradiol. Após um período de 12 a 14 dias de exposição à progesterona, as células endometriais tornam-se insensíveis à progesterona. Quando isso ocorre, as células endometriais sintetizam receptores para estradiol, permitindo que o estradiol produzido no folículo dominante estimule a síntese de receptores para oxitocina. Neste momento, o endométrio está pronto para sintetizar e secretar PGF2α, em resposta ao estímulo da oxitocina. A primeira secreção de oxitocina é de origem hipotalâmica, o que desencadeia o primeiro pulso de PGF2α. Os seguintes episódios de PGF2α são induzidos pela oxitocina produzida no corpo lúteo. A PGF2α é secretada em episódios (pulsos) com intervalos de seis a oito horas, sendo necessários cinco a seis episódios para a luteólise ocorrer. Se a PGF2α não seguir este padrão de secreção, a regressão do corpo lúteo falhará. Além da PGF2α de origem uterina, o corpo lúteo também produz PGF2α, que aumenta o efeito luteolítico. A falta de sensibilidade à PGF2α observada nos corpos lúteos imaturos (primeiros cinco dias após a ovulação) deve-se ao fato de, neste período, o corpo lúteo ainda não produzir PGF2α (figura 12, 13 e 14). 6. ETAPAS DO CICLO ESTRAL O ciclo estral é dividido em quatro etapas bem definidas. 6.1 Estro Neste estágio a fêmea aceita a cópula ou a monta de outra vaca. O estro é provocado pelo aumento significativo das concentrações de estradiol produzido pelo folículo pré-ovulatório e pela ausência de um corpo lúteo. A duração desta etapa é de 8 a 18 horas. 6.2 Metaestro O metaestro é a etapa posterior ao estro, tem uma duração de quatro a cinco dias. Durante esta etapa ocorre a ovulação e se desenvolve o corpo de lúteo. Após a ovulação, observa-se uma depressão no lugar ocupado pelo folículo ovulatório (depressão ovulatória) e, posteriormente, se desenvolve o corpo hemorrágico (corpo lúteo em processo de formação). Durante o metaestro, as concentrações de progesterona começam a aumentar até atingirem níveis superiores a 1 ng/ml, momento a partir da qual considera-se que o corpo lúteo atingiu a maturidade. O momento em que as concentrações de progesterona são superiores a 1 ng/ml toma-se como critério fisiológico a determinação do fim do metaestro e o início do diestro. Um evento hormonal que se destaca neste período consiste na apresentação do pico pós-ovulatório de FSH, o qual desencadeia a primeira onda de desenvolvimento folicular. Algumas vacas apresentam sangramento conhecido como sangramento metaestral (figura 15). 6.3 Diestro O diestro é o estágio de maior duração do ciclo estral, de 12 a 14 dias. Durante este estágio o corpo lúteo mantém sua plena funcionalidade, o que se reflete em concentrações sanguíneas de progesterona, maiores que 1 ng/ml. Além disso, nesta fase, pode-se encontrar folículos de tamanho diferente devido às ondas foliculares. Após 12-14 dias de exposição à progesterona, o endométrio começa a secretar PGF2α em um padrão pulsátil, ao qual termina com a vida do corpo lúteo e com o diestro. Em termos endócrinos, quando o corpo lúteo perde a sua funcionalidade, ou seja, quando as concentrações de progesterona diminuem abaixo de 1 ng/ml, finaliza-se o diestro e começa o proestro. Convém mencionar que durante esta fase, a LH é secretada com uma frequência muito baixa e a FSH tem incrementos responsáveis pelas ondas foliculares. 6.4 Proestro O proestro caracteriza-se pela ausência de um corpo lúteo funcional e pelo desenvolvimento e maturação do folículo ovulatório. O proestro na vaca dura de dois a três dias. Um evento hormonal característico desta etapa é o aumento da frequência dos pulsos de secreção de LH que levam à maturação final do folículo ovulatório e ao aumento do estradiol sérico, que desencadeia o estro. Para além da classificação do ciclo estral acima descrita, existe outra que divide o ciclo em duas fases: progestacional (lútea) e estrogênica (folicular). A fase progestacional inclui o metaestro e o diestro, e a fase estrogênica ao proestro e estro (figura 16). Figura 16. Etapas do ciclo estral. Adaptado e elaborado a partir de FERREIRA, 2010. 7. CONCLUSÕES PRÉVIAS  O ciclo estral dura de 19 a 23 dias.  A vaca é receptiva durante 8 a 18 horas (estro).  Ao nascimento uma bezerra tem cerca de 200 mil folículos primordiais.  Durante o ciclo estral se apresentam de duas a três ondas foliculares.  De cinco a seis folículos são recrutados em cada onda folicular.  Cerca de 70% das vacas têm duas ondas foliculares e 30% apresentam três ondas.  Entre 10 e 20% das vacas têm ovulações múltiplas (dois a três folículos) e 8% têm partos gêmeos.  A ovulação ocorre 30 horas após o pico pré-ovulatório de LH.  A secreção pré-ovulatória de LH é de 15 a 30 ng/ml.  12 a 14 dias são necessários para que o endométrio se torne insensível à progesterona e comece a secretar PGF2α. - São necessários cinco a seis pulsos de PGF2α com um intervalo de oito horas para ocasionar a luteólise.  O corpo lúteo não é sensível à PGF2α nos primeiros cinco dias do ciclo estral. Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – Departamento de Zootecnia da UFRPE Recife, 2020. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Nadja Gomes; PEREIRA, Marcos Neves; COELHO, Rodrigo Michelini. Nutrição e reprodução em vacas leiteiras. Revista Brasileira de Reprodução Animal, p. l1248-l1248, 2009. ARBOLEDA, José Leonardo Ruiz; URIBE-VELÁSQUEZ, Luis Fernando; OSORIO, José Henry. Factor de crecimiento semejante a insulina tipo 1 (IGF-1) en la reproducción de la hembra bovina. Vet. zootec, v. 5, n. 2, p. 68-81, 2011. BARUSELLI, Pietro Sampaio; GIMENES, Lindsay Unno; SALES, José Nélio de Sousa. Fisiologia reprodutiva de fêmeas taurinas e zebuínas. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v. 31, n. 2, p. 205-211, 2007. COLE, H. H.; CUPPS, P. T. Reproduction in domestic animals. 1ª ed. Londres: Academic Press, 1977. DA SILVA, Emanuel Isaque Cordeiro. Características Gerais dos Bovinos/General Characteristics of Cattle Bovine. Disponível em: ———. Acesso em: Fevereiro de 2020. 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Lavras: UFLA, 1997. (shrink)

Raquel Cascales and Luis Echarte focus on the development of practical wisdom and what they call ‘seeing with the heart’ for science students by means of reading science fiction literature. They argue that literature can bring the student into contact with the reality of moral life as moral dilemmas are made concrete by the characters and circumstances in a novel. They provide an analysis of how Aldous Huxley’s Brave New World can be read in the classroom and show how (...) the novel invites students to think about the role of science in society, the evolutionary paradigm, advances in genetic and psychological manipulation, as well as questions concerning human emotions,suffering, and friendship. (shrink)

Aphantasia is a condition that is often characterized as the impaired ability to create voluntary mental images. Aphantasia is assumed to selectively affect voluntary imagery mainly because even though aphantasics report being unable to visualize something at will, many report having visual dreams. We argue that this common characterization of aphantasia is incorrect. Studies on aphantasia are often not clear about whether they are assessing voluntary or involuntary imagery, but some studies show that several forms of involuntary imagery are also (...) affected in aphantasia (including imagery in dreams). We also raise problems for two attempts to show that involuntary images are preserved in aphantasia. In addition, we report the results of a study about afterimages in aphantasia, which suggest that these tend to be less intense in aphantasics than in controls. Involuntary imagery is often treated as a unitary kind that is either present or absent in aphantasia. We suggest that this approach is mistaken and that we should look at different types of involuntary imagery case by case. Doing so reveals no evidence of preserved involuntary imagery in aphantasia. We suggest that a broader characterization of aphantasia, as a deficit in forming mental imagery, whether voluntary or not, is more appropriate. Characterizing aphantasia as a volitional deficit is likely to lead researchers to give incorrect explanations for aphantasia, and to look for the wrong mechanisms underlying it. (shrink)

Arthur C. Danto did not live to witness the proliferation of AI in artistic creation. However, his philosophy of art offers key ideas about art that can provide an interesting perspective on artwork generated by artificial intelligence (AI). In this article, I analyze how his ideas about contemporary art, intention, interpretation, and authorship could be applied to the ongoing debate about AI and artistic creation. At the same time, it is also interesting to consider whether the incorporation of AI into (...) artistic creation marks a new chapter in the narrative, which seems to have reached its end, or if it represents a significant rupture with past artistic traditions. (shrink)

A large body of evidence suggests that the Personalized System of Instruction (PSI) improves learning. In courses that use PSI, the material is divided into units, students must pass a test on each unit before advancing to the next unit, there’s no group-level instruction, and students advance in the course at their own pace. While studies find that PSI improves learning outcomes in a wide range of settings, researchers haven’t studied the effectiveness of PSI in critical thinking classes. In this (...) paper, I argue that teaching critical thinking with PSI can effectively promote critical thinking skills. I describe a course that uses PSI to teach critical thinking and I present evidence from pre- and post-tests that indicates that students substantially improved their reasoning skills in this course. I also discuss the costs and drawbacks of using this method of instruction and consider ways of addressing these problems. (shrink)

States restrict immigration on a massive scale. Governments fortify their borders with walls and fences, authorize border patrols, imprison migrants in detention centers, and deport large numbers of foreigners. Unjust Borders: Individuals and the Ethics of Immigration argues that immigration restrictions are systematically unjust and examines how individual actors should respond to this injustice. Javier Hidalgo maintains that individuals can rightfully resist immigration restrictions and often have strong moral reasons to subvert these laws. This book makes the case that (...) unauthorized migrants can permissibly evade, deceive, and use defensive force against immigration agents, that smugglers can aid migrants in crossing borders, and that citizens should disobey laws that compel them to harm immigrants. Unjust Borders is a meditation on how individuals should act in the midst of pervasive injustice. (shrink)

Many political theorists argue that immigration restrictions are unjust and defend broadly open borders. In this paper, I examine the implications of this view for individual conduct. In particular, I argue that the citizens of states that enforce unjust immigration restrictions have duties to disobey certain immigration laws. States conscript their citizens to help enforce immigration law by imposing legal duties on these citizens to monitor, report, and refrain from interacting with unauthorized migrants. If an ideal of open borders is (...) true, these laws are unjust. Furthermore, if citizens comply with their legal duties, they contribute to violating the rights of migrants. We are obligated to refrain from contributing to rights-violations. So, citizens are obligated to disobey immigration laws. I defend the moral requirement to disobey immigration laws against the objection that disobedience to the law is excessively risky and the objection that citizens have political obligations to obey the law. (shrink)

Several noted economists and prominent international organizations have recently advocated for the implementation of guest worker programs in developed states. Their primary argument is that guest worker programs would serve as a powerful mechanism for reducing global poverty and inequality. For example, economist Dani Rodrik estimates that guest worker programs in wealthy states would generate $200 billion or more annually for poor countries. According to Rodrik, liberalizing the temporary movement of workers would “produce the largest possible gains for the world (...) economy and for poor countries in particular,” in comparison with other policies, such as trade liberalization. (shrink)

The ideal of “freedom-as-omnipotence” pointed out by Daya Krishna in his interpretation of the Yogasūtra is undoubtedly present throughout the history of yoga. This ideal of omnipotence is also at the basis of the contemporary transhumanist program through the ideal of human perfection, and there are already transhumanist versions that defend the use of meditative techniques from India as complements to a program of human enhancement. In this essay I argue that transhumanism and bioliberalism seek to free us from biological (...) conditioning at the cost of making us more and more dependent on science and technology, presenting a sort of “derivative freedom” that many premodern yogas would never accept. Instead, contemporary yogas, which no longer contemplate the ideal of yogic powers, are much more amenable to the idea of human enhancement through external devices, partly because they have adopted diluted versions of the models of freedom advocated in premodern yogas. We are already witnessing the evolution of a trans-human yoga in which technological devices are incorporated into the practice and virtual practice communities are created, some even made up of avatar-practitioners, in which the human factor is progressively lost. (shrink)

Several political theorists argue that states have rights to self-determination and these rights justify immigration restrictions. Call this: the self-determination argument for immigration restrictions. In this article, I develop an objection to the self-determination argument. I argue that if it is morally permissible for states to restrict immigration because they have rights to self-determination, then it can also be morally permissible for states to deport and denationalize their own citizens. We can either accept that it is permissible for states to (...) deport and denationalize their own citizens or reject the self-determination argument. To avoid this implication, we should reject the self-determination argument. That is, we should also reject the conclusion that rights to self-determination can justify any significant immigration restrictions. (shrink)

ABSTRACTPeople smugglers help transport migrants across international borders without authorization and in return for compensation. Many people object to people smuggling and believe that the smuggling of migrants is an evil trade. In this paper, I offer a qualified defense of people smuggling. In particular, I argue that people smuggling that assists refugees in escaping threats to their rights can be morally justified. I then rebut the objections that people smugglers exploit migrants, have defective motivations, and wrongly violate the law. (...) My conclusion is that people smuggling is sometimes a permissible way of helping refugees to evade unjust immigration restrictions and compelling states to bear their fair share of the global refugee population. (shrink)

Many people think that citizenship should not be for sale. On their view, it is morally wrong for states to sell citizenship to foreigners. In this article, I challenge this view. I argue that it is in principle permissible for states to sell citizenship. I contend that, if states can permissibly deny foreigners access to citizenship in some cases, then states can permissibly give foreigners the option of buying citizenship in these cases. Furthermore, I defend the permissibility of selling citizenship (...) against the objections that selling citizenship values citizenship in the wrong way, corrupts civic norms, and unfairly discriminates against poor foreigners. I conclude by noting that, although selling citizenship is not intrinsically wrong, it could still be wrong for states to sell citizenship in practice. If existent immigration restrictions are unjust, then it may be impermissible for states to sell citizenship in the real world. (shrink)

Some bioethicists and political philosophers argue that rich states should restrict the immigration of health workers from poor countries in order to prevent harm to people in these countries. In this essay, I argue that restrictions on the immigration of health workers are unjust, even if this immigration results in bad health outcomes for people in poor countries. I contend that negative duties to refrain from interfering with the occupational liberties of health workers outweighs rich states' positive duties to prevent (...) harm to people in sending countries. Furthermore, I defend this claim against the objection that health workers in poor countries acquire special duties to their compatriots that render them liable to coercive interference. (shrink)

States heavily restrict immigration, and many people violate these restrictions. For example, unauthorized immigrants cross borders without official permission, and other actors, such as people smugglers, assist them in doing so. How should we evaluate resistance to immigration law from a moral perspective? In this article, I survey recent work on the ethics of resisting immigration law. In particular, I examine three categories of resistance to immigration law as the following: unauthorized immigration, people smuggling, and citizens' resistance to laws that (...) prohibit them from assisting or interacting with unauthorized immigrants. (shrink)

ABSTRACT Do Buddhist philosophical commitments support a particular theory of well-being? Most authors who have examined this question argue that Buddhist ideas are compatible with multiple theories of well-being. In this paper, I contend that one tradition of Buddhist philosophy—Abhidharma—does imply a specific theory of welfare. In particular, Abhidharma supports hedonism. Most Ābhidharmikas claim that only property-particulars called dharmas ultimately exist and I argue that an Abhidharmic theory of well-being should only refer to these properties. Yet the only dharmas that (...) could plausibly be intrinsically good are phenomenal properties that are good in virtue of how they feel. Thus, the only intrinsically good things are pleasures. I defend this surprising conclusion from various interpretative objections and show that my argument can also inform contemporary philosophical debates about welfare. (shrink)

My goal here is to assess whether Wittgenstein’s metaphilosophical conception of a descriptive philosophy is in accordance with his philosophical practice. I argue that Wittgenstein doesn’t really limit himself to description when he criticizes Moore’s use of the verb “to know”. In On Certainty, Wittgenstein argues that Moore’s claims of knowledge are at odds with the everyday use of the verb “to know”, because, among other things, they don’t allow the possibility of justification. That is, Wittgenstein considers that proper, everyday (...) claims of knowledge require the possibility of justification. What I try to show is that this idea cannot be derived from the mere observation and description of knowledge claims in ordinary language. I conclude that Wittgenstein’s treatment of the verb “to know” constitutes an inconsistency between his metaphilosophical posture and his philosophical practice. (shrink)

Clearings of the Forest (Claros del Bosque, 1977), one of the most poetic and challenging works of María Zambrano’s thought, cannot be approached from a breathless paradigm. For the immersion in these clearings take us into the breathing of being that we contemplate alongside the more obvious physiological breathing, the breathing of life. In this work, Zambrano proposes a poetic and mystical phenomenology of the breathing of being through the breathing of its word. Thus, to recover contact with this inner (...) breathing could be to recover the lost chant of the word. This essay does not pretend to be a detailed analysis of Zambrano’s thought as a whole, nor of the vibrant mystery that her clearings reveal. The purpose is to uncover the fundamental role that breathing plays in this poetic-philosophical journey, along with other symbols such as light or love, with the question of what place this type of philosophical exercise occupies today in the classrooms of contemporary universities. (shrink)

Suppose that it was possible to teletransport. The teletransporter would destroy your old brain and body and construct an identical brain and body at a new location. Would you survive teletransportation? Many people think that teletransportation would kill you. On their view, the person that emerges from the teletransporter would be a replica of you, but it wouldn't be you. In contrast, I argue that there's no relevant difference between teletransportation and ordinary survival. So, if you survive ordinary life, then (...) you survive teletransportation. Yet my argument may also show that we have little prudential reason to care about our survival in general. (shrink)

In his autobiography The Space within the Heart (1970), the writer Aubrey Menen shares the experiment in self-inquiry he conducted in the 1960s in the Piazza Farnese in Rome. Relying on the reading of two Upaniṣads, he decided to retreat to a room and not abandon the experiment until he had achieved the experience of his true self, the ātman. Employing only intellectual analysis, Menen distances himself, one by one, from all the narratives that make up his empirical identity. In (...) this essay, I propose to interpret his experiment from classical Sāṃkhya philosophy, reading it as a contemporary practice of tattva-abhyāsa that proceeds through a methodic disenchantment and entails a cognitive and emotional nakedness that might be interpreted as the nakedness of prakṛti. This case study raises questions about the application of Sāṃkhya philosophy in contexts other than renunciation and outside of any tradition, as well as on the role that emotions play in the process of the negation (pratiṣedha) of tattva-s, for the latter are not abstract entities, but shape our various empirical identities through emotional knots that the seeker will have to undo in the exercise of coming to affirm their identity as puruṣa. (shrink)

Both the itihāsa-s of the Mahābhārata and the Platonic philosophical ‘epode’ are often used to persuade in conditions where emotion threatens to incapacitate the person for argumentative discourse. Narrative reason has its own conditions of success and failure, opening up a discursive arena in which all kinds of utterances are welcome. Emphasizing the psychagogic function of the ‘once-upon-a-time’ reason, it is worth asking who the real protagonist of the story is and whether the story has a duty or a dharma (...) of its own to fulfill. Dharma and all the dilemmas it brings along with it constitute one of the fundamental problems that make up the whole Mahābhārata. In this essay I wonder about the dharma of the Mahābhārata itself—a literary work which gives itself the name ‘triumph’ (jaya)—and the cultural mission it fulfills in the lives of those who hear it, read it, study it, and share it with others. (shrink)

This article develops a dilemma for Buddhist Reductionism that centers on the nature of normative reasons. This dilemma suggests that Buddhist Reductionism lacks the resources to make sense of normative reasons and, furthermore, that this failure may cast doubt on the plausibility of Buddhist Reductionism as a whole.

This essay explains why there are good reasons to practice philosophy as a way of life. The argument begins with the assumption that we should live well but that our understanding of how to live well can be mistaken. Philosophical reason and reflection can help correct these mistakes. Nonetheless, the evidence suggests that philosophical reasoning often fails to change our dispositions and behavior. Drawing on the work of Pierre Hadot, the essay claims that spiritual exercises and communal engagement mitigate the (...) factors that prevent us from living in accord- ance with our conceptions of the good life. So, many of us have reasons to engage in philosophical reasoning along with behavioral, cognitive, and social strategies to alter our behavior and attitudes so that they’re in line with our philosophical commitments. In these respects, many of us should practice philosophy as a way of life. (shrink)

I address the question of whether differences in color terminology cause differences in color experience in speakers of different languages. If linguistic representations directly affect color experience, then this is a case of what I call the linguistic penetrability of perception, which is a particular case of cognitive penetrability. I start with some general considerations about cognitive penetration and its alleged occurrence in the memory color effect. I then apply similar considerations to the interpretation of empirical studies of color perception (...) in speakers of different languages. I argue that findings such as differences in categorical perception in speakers of different languages do not show that language affects color experience. They therefore do not support the claim that color experience is linguistically penetrable. But even if we grant that color experience is different in speakers of different languages, I argue that this might still not be a case of linguistic penetration. Finally, I consider some epistemological consequences of the assumption that speakers of different languages have different color experiences. (shrink)

El estudio de los grafitis de Antoni Tàpies que se lleva a cabo en este artículo pretende profundizar en un aspecto poco considerado de la obra del autor y, sin embargo, crucial para comprender el conjunto de su obra. Esta perspectiva permite destacar el interés del artista por superar la separación entre arte y vida, recontextualizándolo más allá de la corriente informalista en las que se le ha encasillado y acercándolo a los movimientos internacionales del arte de acción. Para explicar (...) esta recontextualización se examinará, en primer lugar, la aparición del muro en su obra, para poder ver, posteriormente, cómo surge el grafiti. Dentro del segundo apartado se diferenciarán dos etapas distintas que ayudan a ver cómo el desarrollo de los grafitis de Tàpies está en relación con las transformaciones acontecidas en el terreno del grafiti a nivel internacional. De este modo, el artículo pretende ampliar el marco interpretativo de la obra de Tàpies, que adquiere así una coherencia mayor y abre su obra a nuevos significados. (shrink)

Os problemas da lei e da autoridade marcaram fortemente o pensamento políticomedieval ocidental, e em especial o desenvolvimento da noção de soberania, ponto deconvergência dos grandes conflitos de jurisdição no período. O debate acerca dadistribuição das jurisdições constituiu um dos momentos importantes para a construção damoderna idéia de soberania. Na medida em que se tomava a lei como dada, o sentido daautoridade tinha necessariamente de ser vinculado à idéia de comissão: a autoridade eraum atributo daquele que podia fazer cumprir a (...) lei em nome do legislador divino. Outromomento relevante foi o da emergência do problema do poder legislativo, tal como entendidomodernamente. Jurisdição, a partir daí, passaria a incluir também o direito de criar ede impor as normas válidas para toda a comunidade por um legislador agora humano. Aospoucos, a vontade do príncipe, que não se limita mais pelo rigor da razão e da moralidade,passa a ser entendida como fonte criadora, transformadora e revogadora da lei. Mostrar aslinhas gerais deste percurso constitui o objetivo imediato deste artigo. (shrink)

In this paper I critically address some ideas presented in Patrick Duffley’s book Linguistic Meaning Meets Linguistic Form. Duffley adopts the semiological principle that linguistic signs have stable meanings. I argue that this principle leads Duffley to an artificial description of the meaning of the preposition for, in attempting to avoid the charge of polysemy. Another issue is that the principle is not consistently followed throughout the book, such as in Duffley’s analysis of the meaning of start, or in his (...) acceptance of words with encyclopedic meanings. I also point out that the proposed meaning of start and the view that the meaning of some words is encyclopedic have problems of their own. (shrink)

In contrast to Buddhist Reductionists who deny the ultimate existence of the persons, Buddhist Personalists claim that persons are ultimately real in some important sense. Recently, some philosophers have offered philosophical reconstructions of Buddhist Personalism. In this paper, I critically evaluate one philosophical reconstruction of Buddhist Personalism according to which persons are irreducible to the parts that constitute them. Instead, persons are emergent entities and have novel properties that are distinct from the properties of their constituents. While this emergentist interpretation (...) is an interesting and well-motivated reconstruction of the Personalist position, I ultimately reject it on substantive grounds. I distinguish between different kinds of emergentism in the contemporary philosophical literature and show that they fail to support Buddhist Personalism. I thus conclude that Buddhist Personalism is untenable if it’s committed to emergentism about persons. This paper also indirectly defends Buddhist Reductionism by showing that it has crucial advantages over Buddhist Personalism. (shrink)

Derek Parfit influentially defends reductionism about persons, the view that a person’s existence just consists in the existence of a brain and body and the occurrence of a series of physical and mental events. Yet some critics, particularly Mark Johnston, have raised powerful objections to Parfit’s reductionism. In this paper, I defend reductionism against Johnston. In particular, I defend a radical form of reductionism that Buddhist philosophers developed. Buddhist reductionism can justify key features of Parfit’s position, such as the claims (...) that personal identity is not what matters and can also be indeterminate. Furthermore, Buddhist reductionism can avoid Johnston’s objections to Parfit’s reductionism. I conclude that reductionists have good reasons to favor Buddhist reductionism over Parfit’s version. (shrink)

El Romanticismo miró la Ilustración como una época que, al apostar por la racionalidad de manera casi exclusiva, rompió la unidad entre distintos ámbitos del saber. La conciencia de esa falta de unidad impulsa la reflexión de muchos intelectuales sobre cómo volver a alcanzarla, tarea que al principio los románticos hacen recaer en el arte. En concreto, el grupo de los Nazarenos, muy ligado al Athenäum, apostó por recuperar esta unidad, que pronto adquirió tintes políticos, mediante la “religión del arte”. (...) También otros autores idealistas, como Schelling, consideraron que el arte debía ocupar el lugar primordial en el sistema filosófico. Frente a ellos destaca la figura de Hegel, que rechazará cada vez con más fuerza la mistificación romántica del arte. Aunque, como se verá, en un inicio Hegel también habla de la “religión del arte”, en su obra de madurez distingue entre arte, religión y filosofía, dejando claro el lugar primordial que ocupa la racionalidad filosófica en su sistema. Revisando estas cuestiones desde la perspectiva más contemporánea, Inciarte considera que, a pesar de la rotundidad del pensamiento hegeliano, estas tensiones no pueden quedar resueltas desde un enfoque meramente reflexivo, sino que sólo encuentran una salida cuando se tratan en el nivel práctico de la vida. (shrink)

La pedagogía es un tema crucial en el pensamiento de Rancière y juega un rol principal en su obra El maestro ignorante, texto que el presente escrito analiza y cuestiona. Su propuesta emancipadora establece como punto de partida una igualdad de inteligencias que en este escrito hemos denominado «isonousía», y según nuestra hipótesis, esta igualdad lleva aparejada una desigualdad de las voluntades (anisothelema). En consecuencia, la propuesta de Rancière no altera en absoluto “el orden explicador” que denuncia, pues el maestro (...) emancipador ya no tiene que corregir la ignorancia, pero sí la pereza; no ha de impartir un conocimiento superior, pero sí imponer una voluntad superior. (shrink)

El proyecto transhumanista de mejoramiento humano viene proponiendo ya desde hace tiempo una superación de los límites humanos que nos permita convertirnos en una nueva especie. A pesar de que dicha posibilidad es todavía lejana en la práctica, las hipótesis han invadido la ciencia ficción y están generando la imagen colectiva de lo que se considera posible o, incluso, deseable. Al mismo tiempo en la ciencia ficción esos desarrollos artificiales se llevan hasta sus últimos límites y se ponen en cuestión. (...) En el presente estudio se revisan las tensiones en relación con el posthumanismo que aparecen en la serie de ficción Westworld. En concreto, el artículo estudia cómo se desarrolla en ella el concepto de identidad, uno de los que más están cambiando en nuestra época. El análisis revela la necesidad de abordarlo desde un punto de vista complejo, en el que se dé una importancia especial a la vivencia personal, tanto desde el punto de vista corporal como psicológico para el despertar de la conciencia. A su vez, dichos elementos se mostrarán esenciales para comprender la propuesta de identidad narrativa que subyace en la serie. Por todo ello, los planteamientos de Westworld suponen una interesante reflexión sobre cómo se concibe la identidad hoy en día. (shrink)

The striking title The End of Art managed to draw attention to the philosophical work of Arthur Danto. However, the lack of a systematic development which could support this thesis made him face harsh criticism. However, strong foundations for his statements can be deduced from his writings. In this paper, I analyse how to understand the thesis of the ‘end of art’. It should be approached not as a monolitical notion but as a complex concept that combines three different senses: (...) 1) the ‘end of art’ in the Hegelian sense: the conversion of art into philosophy, 2) the ‘end of art’ in the historiographical sense: as the end to the narratives of the history of art, and 3) the ‘end of art’ as the beginning of a new period in history, where Danto’s philosophy of art would be fully valid. (shrink)

Durante los últimos decenios la utilidad se ha convertido en uno de los elementos más importantes de nuestra sociedad, hasta el punto de medir no sólo las cosas, sino a los seres humanos por su utilidad. No se trata de demostrar la utilidad de la cosas “inútiles”, sino de reivindicar que hay cosas que son valiosas por sí mismas. Esta es la perspectiva que me gustaría tratar en este artículo. Para ello, en primer lugar me detendré en explicar brevemente el (...) auge y expansión de la utilidad desde la modernidad hasta nuestros días, centrándome en una de sus vertientes contemporáneas: el transhumanismo. En segundo lugar, frente a esta corriente presentaré una defensa de lo inútil como aquello que nos caracteriza como humanos. Por último, me centraré en exponer cómo el arte nos enseña, por excelencia, a valorar lo inútil y, en este sentido, nos ayuda a comprender mejor al ser humano. (shrink)

Jerry Fodor has claimed to have a solution to the traditional problem of what comes first, thought or language. Compositionality, he says, will give us the answer, for at least one must be compositional, and if only one of them is, that is the one that has underived semantic content. He argues that natural languages are not compositional, and therefore that the content of language is derived from the content of thought. I will argue that the idea that language is (...) not compositional conflicts with his productivity and systematicity arguments for the existence of a language of thought. I will also show that Fodor’s solution to the problem fails, as his main argument is circular. Finally, I suggest that Fodor’s argument against the compositionality of language is not decisive, and that we can still attribute at least some degree of compositionality to language. (shrink)

The goal of this paper is to present some advantages of the representational and computational theories of mind when compared to other views, especially behaviorism. The idea is that representational and computational theories allow us to conceive propositional attitudes in a way that preserves two essential features we take them to have in common sense psychological explanations: semantic evaluability and causal efficacy. Behaviorism reconceives mental states in a way that doesn’t preserve these essential features. In so doing, it makes a (...) mystery of the success of common sense psychology. I illustrate some of the difficulties that behaviorism faces by considering and criticizing Wittgenstein’s approach to linguistic understanding. The upshot is that representational and computational theories of mind do a better job at vindicating common sense psychology, and so are to be preferred when compared to behaviorism. (shrink)

In On Certainty, Wittgenstein formulates several criticisms against skepticism about our knowledge of the external world. My goal is to show that Wittgenstein does not here offer a convincing answer to the skeptical problem. First, I will present a strong version of the problem, understanding it as a paradoxical argument. In the second part, I will introduce and raise problems for two pragmatic responses against skepticism that appear in On Certainty. Finally, I will present some of Wittgenstein’s logical criticisms against (...) skepticism, which may initially be considered strong, because they seem to refute some skeptical assumptions. They concern Wittgenstein’s ideas that it is logically impossible to doubt and to be mistaken about Moorean propositions, and that these propositions don’t have a truth-value. But even these, I intend to show, do not really challenge skepticism, for they are not well grounded. (shrink)

To get a comprehensive understanding of the core concept of “the end of art”, this book analyses the intellectual trajectory of Arthur Danto, highlighting his successive achievements in philosophy of action, philosophy of history and philosophy of art. If, as Danto says, everything is extensively associated with everything else, it is impossible to avoid putting the philosophy of art in relation with his whole philosophical system. -/- .

Monográfico: Yoga: Historia, Filosofía y Prácticas. Aposta. Revista de Ciencias Sociales, 94 (2022) .

El yoga supramental nunca será un yoga mainstream, ni está diseñado para serlo. No puede subsumirse en una clase de hora y media, ni se presta a ser encerrado en una sala de yoga. Se trata de un compromiso existencial que requiere de toda una vida de dedicación. En estas páginas indago en la vida de su fundador, el yogui, poeta y filósofo Sri Aurobindo (1872-1950). Educado en Cambridge, activista político en pos de la independencia de India y nominado al (...) Premio Nobel de literatura y de la paz, Sri Aurobindo fue sobre todo un experimentador de las profundidades de la conciencia, cuyo yoga se inspira en la enseñanza de Sri Ramakrishna, tal y como algunos investigadores contemporáneos están reivindicando en nuestros días. En este texto enfatizo esa influencia de Sri Ramakrishna, bosquejo la sādhanā que propone el yoga supramental tal y como se refleja en la correspondencia que Sri Aurobindo mantuvo con sus discípulos, e indago en el papel que cumplen la emoción y el fuego anímico en un yoga que tiene como finalidad la espiritualización de la materia. (shrink)

This article explores the psychological dimension of classical Sāṃkhya philosophy, on the basis of its canonical treatise, Sāṃkhyakārikā of Īśvarakṛṣṇa (4th Century AD). The strong dualism defended by this ancient metaphysics establishes a division between what we will designate as the phenomenon of consciousness (puruṣa) and the cognitive phenomena (prakṛti). According to our approach, Sāṃkhya seems to offer a mechanical model of mind by means of an introspective self-research. In fact, we will argue that in this system of thought, mind (...) is regarded as an artificial extension of consciousness. Considering the Sāṃkhya classical treatise as the report of a meditative experience, our main purpose is to examine some key points of this dualism. To this end, we also take account of certain Western theories of mind, as well as certain aspects included in another Indian philosophy greatly influenced by the Sāṃkhya system, namely, the classical Yoga of Patañjali. (shrink)