This is the introduction to the Special Issue ‘Foundational Issues in Conceptual Engineering’. The issue contains contributions by James Andow, Delia Belleri, David Chalmers, CatarinaDutilhNovaes, Eugen Fischer, Viktoria Knoll, Edouard Machery and Amie Thomasson. We, the editors, provide a brief introduction to the main topics of the issue and then summarize its contributions.
Much attention has been drawn to the cognitive basis of innovation. While interesting in many ways, this poses the threat of falling back to traditional internalist assumptions with regard to cognition. We oppose the ensuing contrast between internal cognitive processing and external public practices and technologies that such internal cognitive systems might produce and utilize. We argue that innovation is best understood from the gibsonian notion of affordance, and that many innovative practices emerge from the external scaffolding of cognitive processes. (...) The public engageability that allows the disclosure of hidden affordances is not only –not even primarily– a property of cognitive products, but of cognitive processes. We elaborate on this claims by drawing on DutilhNovaes’ account of formal languages as cognitive technologies and Hutto’s Narrative Practice Hypothesis. This paves the way to sketch some general principles on how to strategically seek for innovation by targeting hidden affordances. (shrink)
Os escritos de Francis Bacon dedicados à filosofia abundam em imagens, metáforas, comparações e alegorias destinadas a ilustrar e apresentar com eloquência suas ideias. Solidamente formado na cultura humanista de seu tempo, Bacon adotou com destreza os recursos da retórica e nutriu-se de um amplo espectro da literatura clássica greco-latina, assim como também dos escritos bíblicos. Em especial, a mitologia clássica (a que dedicou seu De sapientia veterum (1609) - Da sabedoria dos antigos) foi um de seus recursos predilteos na (...) hora de valer-se de alegorias para tornar acessível a um público amplo e não especializado os conteúdos mais inovadores, profundos e abstrusos de sua filosofia.1 Tudo isso converte algumas de suas obras em excelentes peças da literatura filosófica, nas quais Bacon põe em prática sua grande plasticidade como escritor, que, delicadamente e sem tropeços, transporta seus leitores da beleza da poesia e fantasia para os conceitos mais abstratos, sempre em busca de representar suas ideias filosóficas e de transformar a realidade por meio delas. Neste texto, apresentarei brevemente algumas das imagens pelas quais ele quis retratar aspectos fundamentais do seu projeto de restauração do saber. (shrink)
Poincaré tries to tackle the question "Can science sway us into materialism?". In other words, he analyzes if science - in particular Physics - and its theories are dependent on a materialistic ontological view of the world. His final answer appears to be "no". However, in order to reach this conclusion he resorts to a brief history of Physics, providing an insightful account on the evolution of the concept of atom from Democritus to the, then, recent discoveries on the composition (...) of the atom. In his opinion, science swung and will keep swinging between two opposing approaches over the constitution of nature: the discrete and the continuous approach. (shrink)
Resumo: neste artigo pretendo estender a evidenciação do encobrimento do mundo da vida formulada por Husserl ao uso das tecnologias disruptivas da 4ª Revolução Industrial, mais precisamente o uso da inteligência artificial (IA) nas plataformas sociais. Primeiro, apresento o conceito de mundo da vida que se mantém consistente ao longo das obras de Husserl; em seguida, apresento seu encobrimento derivado da matematização da natureza e do rompimento com o telos, o que originou a crise da humanidade europeia. Segundo, mais camadas (...) de encobrimento do mundo da vida vão se sobrepondo com a 3ª e 4ª RIs. Em mais detalhe, o encobrimento e o afastamento do mundo da vida provocado pelo uso da IA e seus efeitos negativos, individual e coletivamente. Terceiro, a proposta Husserliana de retorno ao mundo da vida através de uma epoché radical. Concluo que a solução proposta por Husserl para a crise ainda é atual e urgente. Abstract: in this paper I intend to extend the disclosure of the cover-up of the lifeworld formulated by Husserl to the use of disruptive technologies of the 4th Industrial Revolution, more precisely the use of artificial intelligence on social platforms. First, I present the concept of lifeworld that remains consistent throughout Husserl's works; then, I present its cover-up derived from the mathematization of nature and the break with the telos, which originated the crisis of european humanity. Second, more layers of cover-up of the lifeworld overlap with the 3rd and 4th IRs. In more detail, the cover-up and detachment from the lifeworld caused by the use of AI and its negative effects, individually and collectively. Third, the Husserlian proposal of return to the lifeworld through a radical epoché. I conclude that the solution proposed by Husserl to the crisis is still actual and urgent. (shrink)
A NOVA PECUÁRIA LEITEIRA – PRODUÇÃO MUNDIAL DE LEITE EM 2018 -/- NEW DAIRY LIVESTOCK - WORLD PRODUCTION OF MILK IN 2018 -/- Produção mundial de Leite em 2018: análise sobre o crescente aumento da produção e da produtividade -/- No mundo foram produzidos aproximadamente 843 milhões de toneladas de leite, isso corresponde à 843 bilhões de litros de leite produzidos em 2018, e comparado ao ano de 2017 que a produção foi de 812 bilhões de litros a variação média (...) percentual foi de 2,2% crescente (FAO, 2019), em 2015 foram produzidos 656 bilhões de litros, entre 2015 e 2019, a produção mundial leiteira aumentou em 28,5% aproximadamente, e isso deve-se à implementação de tecnologias, manejos nutricionais, sanitários e outras técnicas que fazem a produção leiteira ser cada vez mais promíscua todos os anos mesmo com variações e quedas produtivas em determinados países como o próprio Brasil. Vale salientar, também, que o crescimento médio anual é variável mediante alguns países produtores, todavia, essa variação média anual é crescente e gira em torno de 3 à 4% nos últimos 5 anos de dados obtidos (FAO, 2018). Os gráficos abaixo, tratam da produção leiteira mundial no ano de 2017 e 2018 por continentes; observe com atenção os dados obtidos pela FAO e atente às conclusões que se seguem: -/- Os dados obtidos e expressos supra são da FAO dos Estados Unidos, ele nos mostra uma ascendente produção leiteira dos continentes e a participação de ambos nesse mercado promissor. A Ásia, em 2017, foi responsável por mais de 40% da produção mundial de leite, foram mais de 320 bilhões de litros produzidos e um aumento percentual de 1,9% comparado ao ano de 2016; esse aumento aconteceu mesmo com o segundo declínio seguido da China na produção leiteira. Os países da União Europeia estão em segundo lugar com uma produção de mais de 224 bilhões de litros produzidos em 2017, um aumento percentual de 1,3% comparado ao ano de 2016, e com participação de quase 28% de toda produção global; todo esse aumento da produção e da produtividade europeia deve-se ao incremento de novas tecnologias aplicadas ao manejo das vacas, incluindo a atenção dobrada à sanidade e ao bem-estar dos animais. A América do Norte veio em terceiro lugar na produção e na participação mundial. Com uma participação de 13% e uma produção de 106 bilhões de litros em 2017, o continente conseguiu um acréscimo de 1,7% comparado ao ano de 2016. Os EUA é o responsável por esse grande acréscimo; produzindo em 2017 90% de todo total produzido e detendo um rebanho promissor de 9,3 milhões de cabeças leiteiras. A América do Sul, ao qual o Brasil está localizado, deteve a quarta colocação na participação e na produção mundial, participando com quase 8% de toda a produção mundial e produzindo 62 bilhões de litros de leite em 2017, uma acréscimo de 2,7% comparado ao ano de 2016. Os maiores produtores do continente foram o Brasil que dos 62 bilhões produziu mais de 50%, em torno de 35 bilhões de litros, mesmo com declínio relativo, o país ainda é um dos maiores produtores mundiais; o Peru e a Colômbia. A Argentina também é uma grande produtora, todavia, passou por uma crise leiteira, sendo o mesmo “marginalizado”, isto é, impróprio para o consumo. A África produziu em média 46 bilhões de litros de leite em 2017, ficando em quinto lugar na participação mundial, com quase 6% de toda produção global, não havendo variação positiva ou negativa significativa comparado com 2016. O continente oceânico (Oceania) produziu em torno de 31 bilhões de litros em 2017, um declínio de 2,9% comparado ao ano de 2016; participando de 3,8 da produção global. Esse declínio provém da Nova Zelândia, basicamente, que deteve um défice de 1,1% em sua produção, que chegou a 21,3 bilhões de litros; porém, o país continua sendo o maior produtor de leite do continente. A América Central produziu no ano de 2017, aproximadamente 18 bilhões de litros, participando de 2,2% da produção global; deteve um aumento de 1,1% comparado ao ano de 2016. Os dados supra, foram obtidos pela FAO que é a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Com ele, podemos concluir que a cada ano que se passa, o mercado leiteiro têm variações positivas e negativas, todavia as negativas subjazem as positivas e, sendo assim, cada ano a produção e a produtividade nos países e nos continentes ascendem em proporções significativas; e esse aumento demonstra uma junção de fatores entre eles a implementação de novas tecnologias, a atenção com a sanidade e o bem-estar das vacas e do manejo nutricional e geral das fazendas e propriedades leiteiras espalhadas pelo mundo. A partir de toda essa análise supracitada, podemos apresentar o panorama do leite mundial em 2018, obtido através da FAO, e analisar as ascensões e possíveis declínios dos continentes e enfatizar os países que obtiveram pontos positivos ou negativos nessa participação leiteira de 2018. Observe os gráficos 3 e 4 abaixo e, posteriormente, e atente às análises: Em 2018, a produção leiteira mundial foi de 843 bilhões de litros, um aumento de 2,2% comparado ao ano de 2017. O gráfico 3 apresenta os continentes e a participação de ambos na produção leiteira mundial. O gráfico 4 apresenta os continentes e a produção de ambos expressas em bilhões de litros. Com esses dados, atualizados pelo autor em questão, apresentam mais uma vez um crescente mercado que gera empregos e emprega tecnologia de ponta para aumentar a produtividade dos animais e, consequentemente, a produção anual das fazendas e propriedades leiteiras. O continente asiático, em 2018, produziu 347 bilhões de litros de leite, a ascensão de 4% comparado ao ano de 2017. Ainda continua detendo a maior participação na produção mundial, passando de 40,3% em 2017 para quase 41% em 2018. A ênfase aos países produtores serão à Índia e ao Paquistão. A Índia teve um aumento de 5,6% de sua produção comparada ao ano de 2017; toda essa expansão é proveniente de uma equipe de veterinários, criadores, zootecnistas e outros especialistas que empregam mão-de-obra qualificada, tecnologias contemporâneas para obtenção do leite, manejo, sanidade, bem-estar às vacas, genética de qualidade e manejo nutricional concentrado na alta produção e produtividade dos animais. O Paquistão, mesmo com dificuldades nos processos de coleta do leite e em demais processos, obteve um acréscimo de 3% de sua produção em 2018 comparada a produção de 2017. A China, por sua vez, obteve o terceiro declínio em 4 anos, o declínio da produção em 2018 foi de 1,1% comparado ao ano de 2017; juntos, a China perdeu 15% de sua produção em apenas 5 anos. Note que o mercado produtor do leite tem suas variáveis extremas e difíceis de compreender, pois, à medida em que um país como o Paquistão tem toda uma dificuldade de obtenção do leite, nos processos de exportação e de industrialização do mesmo, consegue alavancar sua produção em 3% em um único ano; um país como a China, que é ainda um dos grandes produtores leiteiros, consegue uma perda inaceitável em sua produção de incríveis 15% em menos de 5 anos; daí a importância e a necessidade de uma equipe que consiga conciliar todos os fatores supracitados como emprego de mão-de-obra qualificada para manejar os animais e elencar a produção. Os países da União Europeia conseguiram uma participação de 27,1% na produção mundial de 2018, obtendo uma produção de 230 bilhões de litros no ano em questão, um acréscimo de 0,8% comparado ao ano de 2017. A ênfase é a Rússia que conseguiu um acréscimo de 1,1% comparado ao ano de 2017 e uma produção de 32 bilhões de litros em 2018. A junção da produção da Rússia e demais países europeus supriram o declínio da Ucrânia que passou por uma crise entre a desvalorização dos produtos agrícolas e a baixa no preço do leite. A América do Norte produziu, em 2018, 109 bilhões de litros de leite tendo uma participação mundial de 13% em toda produção global e com um acréscimo de 1,1% comparado ao ano de 2017. Os Estados Unidos continua sendo o maior produtor do continente, sendo responsável por mais de 90% de toda essa produção, produzindo no ano em questão, 98,6 bilhões de litros. Vale ressaltar que os EUA, com suas altas tecnologias e o emprego de alta genética nos animais, conseguiu aumentar a produtividade das vacas por ano, passando de 10.525 kg/ano/vaca em 2017 para 10.632kg/ano/vaca em 2018. A América do Sul foi responsável por 7,7% da produção mundial, produzindo 65 bilhões de litros, um aumento de 1,6% comparado ao ano de 2017. O Brasil, por sua vez, reduziu seu aumento, passando de 1% em 2017 para 0,8% em 2018, um aumento no ano comparado à produção de 2017 mas um declínio comparado ao aumento percentual de 2017. O continente africano aumentou sua produção em 1,1% comparada ao ano de 2017, chegando à 46,6 bilhões de litros produzidos em 2018; obtendo uma participação de 5,5% na produção global. A Oceania, depois de passar por dois anos de declínios seguidos na produção leiteira, conseguiu um acréscimo de 1% comparado ao ano de 2017. Produzindo 31,5 bilhões de litros em 2018, a maior responsável por esse aumento foi a Nova Zelândia, responsável pelos declínios, a mesma expandiu sua produção em 4,4%, todavia, o aumento do continente não foi maior por causa do declínio australiano que foi de 3,8% comparado ao ano de 2017. A participação global da Oceania foi de 3,7% em 2018. A América Central produziu 18,2 bilhões de litros em 2018, comparado com a produção de 2017 o aumento foi de 1,1%. O México é o maior produtor da região e aumentou sua produção em 1,6% no ano de 2018. A região ainda participou com 2,2% na produção mundial sem alterações comparadas ao ano de 2017. Os dados supra, obtidos pela FAO, traduzidos e atualizados pelo autor em questão, demonstram que o mercado do leite continua sendo promissor e empregador de milhares e milhões de empregos por todo o planeta. Como citado anteriormente, a junção de profissionais, potencial genético dos animais, sanidade, medicina preventiva, medidas profiláticas, bem-estar dos animais entre outros fatores tiveram impacto direto na alta produção e produtividade dos animais e na lucratividade dos países produtores que industrializam o leite ou mantém um mercado exportador do mesmo ou do leite in natura. Os países desenvolvidos responsáveis por 2/3 (dois terços) da produção mundial, isto é, produtores de 570 bilhões de litros, apresentam taxa de crescimento variável conforme as implicações nas propriedades e no mercado, porém essa taxa de variação de crescimento gira em torno de 0,5 à 1% ao ano e produtividade média entre 6.000-7000 litros/vaca/ano. Esses países, principalmente os europeus e os EUA, contam com elevados subsídios, que vêm apresentando tendência declinante nos últimos anos conforme apontam especialistas (FAO, 2019). Nos países subdesenvolvidos, em desenvolvimento, a produção em 2018 foi de 270 bilhões de litros e a taxa de crescimento é de 3-5% ao ano muito superior aos países já desenvolvidos. A produtividade, de 1500-2500 litros/vaca/ano, também vem se elevando nos países em desenvolvimento, em média 3-4% ao ano, contribuindo com major volume para a oferta mundial de leite. Observe a tabela construída a partir dos dados da FAO da produção mundial de países desenvolvidos e subdesenvolvidos de 2007 a 2018: Tabela 1: Produção mundial de leite em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, 2007-2018. FONTE: FAO. Os dados da tabela atribuem ao avanço da produção de leite, bem como a análise sobre a crescente produção leiteira dos países em desenvolvimento. Especialistas apontam que a crescente produção dos países subdesenvolvidos e a implementação de técnicas mais especializadas e qualificadas terá uma consequência, essa será a equidade da produção com os países desenvolvidos e, futuramente, a produção leiteira dos países subdesenvolvidos ultrapassará a produção dos países já desenvolvidos. Nos países desenvolvidos, a produção leiteira passou de 334 bilhões para 504 bilhões de litros, ou seja, um aumento de 50% em média, já nos países subdesenvolvidos o aumento passou de 227 bilhões em 2007 para 336 bilhões de litros em 2018, um acréscimo de 48% na produção. Esses dados nos mostram que o aumento da produção nos países desenvolvidos já é alcançado na mesma escala pelos países em desenvolvimento; sendo assim, ambos estão empregando técnicas para facilitar a obtenção do leite e para ascender a produtividade de cada vaca leiteira de sua região. O aumento do volume de leite produzido nos países em desenvolvimento deve-se principalmente ao crescimento da Índia (5,6%) e Paquistão (3%) na Ásia, do Quênia na África e do Brasil (0,8%) na América do Sul. Os países considerados desenvolvidos apresentaram um crescimento grande e pouco superior aos subdesenvolvidos, e os maiores responsáveis por esse crescimento nos últimos anos foram a Rússia com 32 bilhões de litros, os EUA com quase 100 bilhões de litros produzidos ou 1/5 da produção dos países desenvolvidos, a Alemanha com acréscimo em sua produção, bem como a França, a Inglaterra e o aumento de 4,4% da Nova Zelândia. A redução da produção de leite em alguns países da União Europeia como a Ucrânia e da China na Ásia pode ser parcialmente atribuída às reformas políticas que culminaram em diminuição gradativa de subsídios a desvalorização de produtos agrícolas e, consequentemente a baixa no preço do leite, e também por serem países com menor competitividade em custo de produção. Além disso, os países europeus estão entre os que apresentam maiores níveis de produtividade média do rebanho, indicando alto grau de incorporação de tecnologia e dificuldade de expansão da produção. A Rússia foi um país que mais contribuiu negativamente para a redução da participação europeia, com quedas de dois bilhões de litros em 5 anos como aconteceu entre 2002-2007, porém, a mesma está investindo potencialmente em seu rebanho e em mão-de-obra qualificada para transformar seu rebanho em altos potenciais genéticos para a produção leiteira e é o que visa aos dias de hoje quanto a participação do pais na produção leiteira atual. Sobre essa queda da produção russa, com o fim da URSS, o setor lácteo na Rússia passou por um processo de reorganização e competição capitalista primordialmente com os EUA. Todas as ineficiências anteriormente mascaradas pelo regime comunista apareceram, exigindo do setor privado melhorias de qualidade, investimento em máquinas, equipamentos e qualificação de mão-de-obra. O reflexo imediato foi a redução significativa do rebanho e queda da produção de leite. O mesmo movimento ocorreu na Ucrânia, que também contribuiu para a perda da participação europeia na oferta global desde os anos 2000 até os dias atuais. A produção de leite ocorre em todos os países do mundo, porém a heterogeneidade do processo produtivo e volume de produção entre os diferentes países é marcante. Na tabela 2, observam-se os dez principais países produtores de leite em 2017. -/- Tabela 2: Dez principais países produtores de leite em 2017. FONTE: Farmnews. A produção mundial em 2017 foi de 812 bilhões de litros e esses países corresponderam a 45% do volume mundial, quase a metade de toda produção. O Brasil, em 2017, ocupou a quarta colocação, com uma produção aproximada de 34,3 bilhões de litros anuais, que reapresentou 4,5% da produção total no mundo; em 2018 essa produção foi de mais de 36 bilhões de litros e uma queda na participação mundial, passando para 4,25%. Como conclusão, são infinitas as mudanças geográficas da produção de leite no mundo, o que ocasiona grandes diferenças nos sistemas produtivos e no volume produzido nos diversos países; consequentemente essas transformações causam mudanças na oferta do produto e o surgimento de países produtores de leite com maior competitividade, possibilidades de incorporação de tecnologia e estratégias definidas de inserção no mercado internacional. (shrink)
A estrutura argumentativa deste artigo pode ser resumida no seguinte raciocínio: 1) Espinosa foi recorrentemente acusado de eleatismo; 2) há ruptura com o eleatismo quando se admite a multivocidade dos operadores lógicos “é” e “não é”; como se vê, por exemplo, 2.1) na discussão que introduz os Grandes Gêneros no So sta de Platão, e 2.2) em certo uso que Aristóteles faz da doutrina das categorias para exibilizar a versão parmenídica do Princípio de Não-Contradição. 3) Espinosa admite a multivocidade do (...) “é” e do “não-é”. Logo, Espinosa não deve ser colocado entre os eleatas mas sim na irmandade dos suspeitos do chamado parricídio contra Parmênides. Este raciocínio, quase um truísmo, permitirá, não obstante, duas apreciações interessantes: uma acerca de como certa tradição interpretativa da loso a de Espinosa colocou mal o problema da relação da ontologia espinosana com os princípios lógicos; outra acerca do tipo de lógica subjacente à teoria dos modos de percepção ou gêneros de conhecimento. (shrink)
The concept of shared mental models refers to the shared understanding among team members about how they should behave in different situations. This article aimed to develop a new shared mental model measure, specifically designed for the refereeing context. A cross-sectional study was conducted with three samples: national and regional football referees (n = 133), national football referees and assistant referees and national futsal referees (n = 277), and national futsal referees (n = 60). The proposed version of the Referee (...) Shared Mental Models Measure (RSMMM) has 13 items that are reflected on a single factor structure. The RSMMM presented good validity evidence both based on the internal structure and based on relations to other variables (presenting positive associations with team work engagement, team adaptive performance, and team effectiveness). Such promising psychometric properties point to an optimistic outlook regarding its use to measure shared mental models in futsal and football referee teams. -/- . (shrink)
Ecological-enactive approaches to cognition aim to explain cognition in terms of the dynamic coupling between agent and environment. Accordingly, cognition of one’s immediate environment (which is sometimes labeled “basic” cognition) depends on enaction and the picking up of affordances. However, ecological-enactive views supposedly fail to account for what is sometimes called “higher” cognition, i.e., cognition about potentially absent targets, which therefore can only be explained by postulating representational content. This challenge levelled against ecological-enactive approaches highlights a putative explanatory gap between (...) basic and higher cognition. In this paper, we examine scientific cognition—a paradigmatic case of higher cognition—and argue that it shares fundamental features with basic cognition, for enaction and affordance selection are central to the scientific enterprise. Our argument focuses on modeling, and on how models promote scientific understanding. We base our argument on a non-representational account of scientific understanding and on the material engagement theory, for models are hereby conceived as material objects designed for scientific engagements. Having done so, we conclude that the explanatory gap is significantly less threatening to the ecological-enactive approach than it might appear. (shrink)
Neste capítulo, analisa-se a documentação visual dos protestos de 2013, contrastando a cobertura da grande mídia em São Paulo e Rio de Janeiro com a de ativistas usando as tecnologias de nova mídia. Os temas centrais são a forma como o exercício do poder político é mediado através de novas tecnologias de mídia e a racionalidade política que anima os ativistas. Dito de outro modo, pergunta-se: por que os atores criaram imagens da forma que o fizeram e que objetivos políticos (...) estavam em jogo? No que se segue, consideram-se principalmente as utilizações de filmagens feitas à mão com telefone celular, a difusão de tais imagens pelas redes sociais (mídia social) e a interação entre os ativistas e os governos municipais. Sugere-se que as novas tecnologias de mídia, através da qual a linguagem visual dos ativistas foi criada, eram postas a serviço de um tipo de política radical, no sentido de almejar algo diferente na raiz. Em vez de um modo de ação política com objetivos governamentais definitivos, os ativistas re-mediaram novas tecnologias de mídia como um tipo de equipamento que poderia gerar novas relações e subjetividades e, assim, acesso a um futuro intencionalmente indeterminado. (shrink)
The consensus is that in his 1755 Nova Dilucidatio, Kant endorsed broadly Leibnizian compatibilism, then switched to a strongly incompatibilist position in the early 1760s. I argue for an alternative, incompatibilist reading of the Nova Dilucidatio. On this reading, actions are partly grounded in indeterministic acts of volition, and partly in prior conative or cognitive motivations. Actions resulting from volitions are determined by volitions, but volitions themselves are not fully determined. This move, which was standard in medieval treatments of free (...) choice, explains why Kant is so critical of Crusius’s version of libertarian freedom: Kant understands Crusius as making actions entirely random. In defense of this reading, I offer a new analysis of the version of the principle of sufficient reason that appears in the Nova Dilucidatio. This principle can be read as merely guaranteeing grounds for the existence of things or substances, rather than efficient causes for states and events. As such, the principle need not exclude libertarian freedom. Along the way, I seek to illuminate obscure aspects of Kant’s 1755 views on moral psychology, action theory, and the threat of theological determinism. (shrink)
In this paper, I comment, in the last letters exchanged between Tschirnhaus and Spinoza, the criticism of the latter to Descartes ́s notion of extension, and the correlation of this criticism with the spinozistic theory of genetic definition. I propose that such a correlation express, in the physical and logical contexts, the spinozistic solution for the classical problem known as “problem of the One and the Many”, in the ontological context.
RESUMO: As novas tecnologias revolucionaram tanto as relações humanas quanto as formas de exploração. Com o uso massivo e a dependência das redes sociais, muitas pessoas descobriram fontes de ganhos fnanceiros a partir da exposição da imagem, seja da sua ou de outrem. Nesse cenário, a intimidade de centenas de crianças é exposta por seus pais ou responsáveis em troca de audiência, fama e recursos fnanceiros. Partindo dessa problemática, o presente artigo investiga os impactos do trabalho infantil mediante a exploração (...) da imagem e da intimidade da criança nas plataformas digitais. Por se tratar de uma nova modalidade de produção abundante de artistas mirins, suas consequências têm impactado a atual geração, sobretudo na saúde biopsicossocial. -/- PALAVRAS-CHAVE: Trabalho Infantil. Exposição Virtual. Exploração da Imagem. Redes Sociais. -/- ABSTRACT: New technologies have revolutionized both human relationships and forms of exploitation. With the massive use and dependence on social networks, many people have discovered sources of fnancial gain from the exposure of the image, whether theirs or someone else’s. In this scenario, the intimacy of hundreds of children is exposed by their parents or guardians in exchange for audience, fame and fnancial gain. Based on this problem, this article investigates the impacts of child labor through the exploitation of the image and intimacy of the child on digital platforms. As it is a new modality of abundant production of child artists, its consequences have impacted the current generation, especially in biopsychosocial health. -/- KEYWORDS: Child Labor. Virtual Exposure. Image Exploitation. Social networks. (shrink)
This article provides an analysis of Johannes Clauberg’s intentions in writing his Logica vetus et nova (1654, 1658). Announced before his adherence to Cartesianism, his Logica was eventually developed in order to provide Cartesian philosophy with a Scholastic form, embodying a complete methodology for the academic disciplines based on Descartes’ rules and a medicina mentis against philosophical prejudices. However, this was not its only function: thanks to the rules for the interpretation of philosophical texts it encompassed, Clauberg’s Logica was meant (...) to provide a general hermeneutics designed to put an end to the quarrels raised by the dissemination of Cartesianism. Such quarrels, according to Clauberg, were caused by the misinterpretation of Descartes’ texts in Revius’ Methodi cartesianae consideratio theologica (1648) and Statera philosophiae cartesianae (1650) and in Lentulus’ Nova Renati Descartes sapientia (1651), which criticized the apparent lack of a logical theory in Descartes’ philosophy and its supposed inconsistencies. Clauberg answers their criticisms by giving a clear account of Descartes’ logical theory and by undermining the interpretative criteria they assumed, in light of a general theory of error. Polemics over Cartesian philosophy, in this way, favored the development of a comprehensive Cartesian methodology for academic disciplines and of the first hermeneutics for philosophical texts. (shrink)
In the autumn of 1667, the young Leibniz published a «new method» for the science of law. Producing a revised edition of that early work was to become his lifelong project, to the purpose of which he wrote, in the 1690s, a succession of new versions of most of its sections. The main reason for this enduring interest was probably the fact that the juridical part of the treatise was preceded with a more general one, encapsulating in a few pages (...) a systematic overview of the disciplines composing the baroque encyclopaedia, after the model of Johann Heinrich Alsted’s monumental Encyclopaedia septem tomis distincta. If Leibniz still depended on Alsted’s notion of philosophy as the «circle of disciplines», he deeply transformed that pre-Cartesian conception of knowledge by two decisive innovations: following Bacon, he defines each branch of demonstrative science as bearing on one single «quality», abstracted from the subjects in which it inheres; yet, contrary to Bacon, he no longer conceives of these qualities as the ultimate components of reality, but as those of our experience of it, marking the limit of the explanatory capacity of language. (shrink)
INTRODUÇÃO Para compreender como a Sociologia nasceu e se desenvolveu, é essencial analisar as transformações que ocorreram a partir do século XIV, na Europa ocidental, marcando a passagem da sociedade feudal para a sociedade capitalista, ou a passagem da sociedade medieval para a sociedade moderna. Para isso, é necessário realizar uma pequena viagem histórica, já que, para entender as ideias de um autor e de determinada época, é fundamental contextualizá-las historicamente. Em cada sociedade, em todos os tempos, os seres humanos (...) elaboraram explicações religiosas, míticas, culturais, étnicas etc. para as situações em que vivem. No século XIX, a busca por outro tipo de explicação para os fenômenos da sociedade – a explicação científica – deu origem à Sociologia. Para demonstrar como o pensamento social organizou-se historicamente e como a Sociologia estruturou o saber sobre a sociedade humana, este trabalho terá como objetivo estudar alguns autores que se sobressaíram no processo de desenvolvimento dessa ciência. PREMISSA A Sociologia surgiu como um corpo de ideias a respeito do processo de constituição, consolidação e desenvolvimento da sociedade moderna. É fruto da Revolução Industrial e, nesse sentido, é denominada “ciência da crise”, porque, com base nela, procurou-se dar respostas às questões sociais desencadeadas pelo processo revolucionário que, num primeiro momento, alterou a sociedade europeia e, depois, a maior parte do mundo. Como todas as ciências, a Sociologia não despontou de repente ou da reflexão de algum autor iluminado. Constituiu-se com base em conhecimentos sobre a natureza e a sociedade que se desenvolveram a partir do século XIV, acompanhando as mudanças que marcaram a transformação da sociedade feudal e a constituição da sociedade capitalista. Entre essas mudanças, a expansão marítima europeia e a ampliação do comércio ultramarino, a Reforma protestante e o desenvolvimento científico e tecnológico podem destacados. São o pano de fundo do movimento intelectual que alterou profundamente as formas de explicar a natureza e a sociedade. Essas mudanças estão todas vinculadas e não podem ser entendidas como eventos isolados. 1 A EXPANSÃO MARÍTIMA Com a circum-navegação da África e o descobrimento da rota para as Índias e para a América, a concepção de mundo dos europeus foi consideravelmente ampliada. A definição de um mundo territorialmente bem mais vasto, com outros povos, outras culturas e outros modos de explicar as coisas, requereu a reformulação da maneira de ver e de pensar dos europeus. Assim, ao mesmo tempo que conheciam novos povos e novas culturas, os europeus instalavam colônias na África, na Ásia e na América. Em razão disso, expandiu-se o comércio de mercadorias (sedas, especiarias e produtos tropicais, como açúcar, milho, tabaco e café) entre as metrópoles e as colônias, bem como entre os países europeus. Surgiu a possibilidade de um mercado muito mais amplo e com características mundiais. Este seria o primeiro grande movimento de globalização. A exploração de metais preciosos, principalmente na América, e o tráfico de escravos para suprir a mão de obra nas colônias deram grande impulso ao comércio, que não mais ficou restrito aos mercadores das cidades-repúblicas (Veneza, Florença ou Flandres), passando também para as mãos de grandes comerciantes e de soberanos dos Estados nacionais em formação na Europa. Toda essa expansão territorial e comercial acelerou o desenvolvimento da economia monetária, com a acumulação de capitais pela burguesia comercial, que, mais tarde, teve importância decisiva na gestação do processo de industrialização da Europa. 2 A REFORMA PROTESTANTE No século XVI, assistiu-se também ao movimento que ficaria conhecido como Reforma protestante. Os reformistas questionavam as condutas do clero, a estrutura da Igreja católica e a autoridade do Papa. Os líderes do movimento promoviam a valorização do indivíduo ao pregar a livre leitura das Escrituras Sagradas e dispensar a intermediação dos ministros da Igreja nas práticas religiosas e nos assuntos relativos à fé. A Reforma contribuiu, assim, para alimentar um movimento de resistência à autoridade e à tradição que desembocaria na Ilustração. Entre seus principais líderes figuram Martinho Lutero (1483-1546) e João Calvino (1509-1564). 3 O DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO A nova maneira de se relacionar com as coisas sagradas foi acompanhada de uma nova forma de analisar o universo e a vida em sociedade. A razão passou a ser considerada essencial para conhecer o mundo; com base nela, as pessoas se consideraram livres para julgar, avaliar, pensar e emitir opiniões sem se submeter a nenhuma autoridade transcendente ou divina. A análise do universo e da vida em sociedade com base no conhecimento racional, fundado na observação e na experimentação, difundiu-se de maneira lenta, entre os séculos XV e XVII. Os pensadores que adotaram essa forma de análise enfrentaram o dogmatismo e a autoridade da Igreja. Por meio do Concílio de Trento (1545-1563) e dos processos da Inquisição, por exemplo, os membros do clero procuraram impedir toda e qualquer manifestação que pudesse pôr em dúvida a autoridade eclesiástica, fosse no campo da fé, fosse no das explicações que se propunham para a sociedade e a natureza. Os principais representantes do pensamento racional nos séculos XV a XVII foram Nicolau Maquiavel (1469-1527), Erasmo de Roterdã (1466-1536), Nicolau Copérnico (1473- 1543), Galileu Galilei (1564 -1642), Thomas Hobbes (1588 -1679), Francis Bacon (1561- 1626), René Descartes (1596 -1650) e Baruch Spinoza (1632 -1677). Os conhecimentos desses precursores alimentaram outros pensadores, como John Locke (1632-1704), Gottfried Leibniz (1646-1716) e Isaac Newton (1643-1727), que propuseram novos princípios para a compreensão da sociedade e da natureza. Vale salientar, por fim, que os pensadores europeus dos séculos XV a XVII buscaram compreender os fenômenos da natureza e da sociedade por meio da observação e da experimentação. 4 AS TRANSFORMAÇÕES NO SÉCULO XVIII No final do século XVIII, na maioria dos países europeus, a burguesia comercial, formada basicamente por comerciantes e banqueiros, constituía uma classe poderosa, em razão, na maior parte das vezes, das ligações econômicas que mantinha com as monarquias. Além de sustentar o comércio entre os países europeus, a burguesia europeia lançava seus tentáculos a vários pontos do mundo, até onde pudesse chegar, comprando e vendendo mercadorias. O capital mercantil estendia-se também a outro ramo de atividade: gradativamente se organizava a produção manufatureira. A compra de matérias-primas e a organização da produção, por meio do trabalho domiciliar ou do trabalho em oficinas, levavam ao desenvolvimento de um novo processo produtivo em contraposição ao das corporações de ofício. Os organizadores das manufaturas passaram a se interessar cada vez mais pelo aperfeiçoamento das técnicas de produção, a fim de produzir mais com menos gente e aumentar significativamente seus lucros. Para tanto, procuraram financiar a invenção de máquinas que pudessem ser utilizadas no processo produtivo. Com a invenção das máquinas de tecer e de descaroçar algodão, e a aplicação industrial da máquina a vapor e de outros tantos inventos destinados a aumentar a produtividade do trabalho, desenvolveu-se o fenômeno que veio a ser chamado de maquinofatura. O trabalho que as pessoas faziam com as mãos ou com ferramentas passava, a partir de então, a ser realizado por máquinas, elevando muito o volume da produção de mercadorias. A utilização da máquina a vapor, que podia mover outras tantas, impulsionou a indústria construtora de máquinas e, consequentemente, a indústria voltada para a produção de ferro e, posteriormente, de aço. Nesse contexto de profundas alterações no processo produtivo, no qual a utilização do trabalho mecânico era cada vez mais frequente, o trabalho artesanal continuou a existir. A maquinofatura se completou com o trabalho assalariado, no qual eram utilizadas, numa escala crescente, a mão de obra feminina e a infantil. Longe da Europa, explorava-se ouro no Brasil, prata no México e algodão nos Estados Unidos da América e na Índia. A maioria dessas atividades era realizada com a utilização do trabalho escravo ou servil. Esses elementos, conjugados, asseguraram as bases do processo de acumulação necessária para a expansão da indústria na Europa. Essas mudanças, somadas à herança cultural e intelectual do século XVII, definiram o século XVIII como explosivo. Se no século anterior a Revolução Inglesa determinou novas formas de organização política, no século XVIII a Revolução Americana e a Francesa alteraram o quadro político ocidental e serviram de exemplo e parâmetro para as revoluções políticas posteriores. As transformações na esfera da produção, a emergência de novas formas de organização política e a exigência da representação popular conferiram características muito específicas a esse século, em que pensadores como Charles de Montesquieu (1689 -1755), Voltaire (1694 - 1778), Denis Diderot (1713 -1784), Jean le Rond d’Alembert (1717 -1783), David Hume (1711 -1776), Jean-Jacques Rousseau (1712 -1778), Adam Smith (1723 -1790) e Immanuel Kant (1724 -1804) procuraram, por caminhos às vezes divergentes, refletir sobre a realidade, na tentativa de explicá-la. (shrink)
Este artigo visa mapear como Marcel Mauss (no que concerne às questões da Dádiva e da Teoria da Reciprocidade) foi absorvido por Paul Veyne no que circunda dois estudos de casos: o primeiro deles sendo a noção de “Evergetismo”, trabalhada em “Le pain et le cirque: sociologie historique d'un pluralisme politique”; e o segundo deles a noção de “Imagem de si”, construída por Veyne para fazer uma “crítica”(conceito agora reformulado de modo positivo e não vingativo) à leitura do “cuidado de (...) si” na antiguidade trabalhada por Michel Foucault. O texto base para esse movimento de dádiva entre Veyne e Foucault é a conferência proferida alguns anos após sua morte do arqueólogo:" L'individu atteint au coeur par la puissance publique”. (shrink)
This article aims to contribute to the economic science’s discourse analysis, bringing the concepts of Foucault’s post-structuralism to this debate. We seek to understand the epistemological change in the economy, started in the 80s, without having to resort to a split in social interpretation in abstract cultural spheres (postmodernism) and other material-economic spheres (neoliberalism). The field of rhetoric in economics has sparked an intense debate in the social sciences. The abandonment of Keynesian theses, empirically tested throughout the 20th century, due (...) to the absorption of neoliberal theses was interpreted as an expression of “postmodernity” in economic science. Arida and Paulani’s analysis trace the methodological criticism to the intense mathematization of the economy, to the resumption of premises based on ontologically questionable abstractions without, however, understanding the role of language in structuring the discourse of economic science. It is the search for an adequate ontology that guides the methodological critique of marginalist-neoclassical economic science. Based on Foucault’s concepts, we propose a new ontology for the understanding of the rhetoric field in economics. (shrink)
As sociedades ocidentais têm considerado, pelo menos nas últimas décadas, a juventude como um elemento motriz e dinamizador do processo de transformação social. É por isso vista, pela sociedade, como a impulsionadora da História, agente de reforma, de motivação, de esperança e, até mesmo, em alguns casos, como “sujeito revolucionário”. O certo é que os jovens, nos anos sessenta e setenta, determinaram uma importante função no desenvolvimento da modernização das estruturas sociais e, rompendo com as estruturas normativas dominantes em busca (...) de outros espaços e canais alternativos, assumiram novos valores, novas condutas, marcando novos rumos e abrindo novas perspetivas. A geração jovem surge, nesta época, como mentora de importantes convulsões sociais. Exemplo disso é, já na década cinquenta, a chamada geração Beat, formada com jovens intelectuais que contestavam a falta de pensamento crítico e o exagerado consumismo; na década de sessenta e posteriormente a ela, surgem vários movimentos, estilos e comportamentos que modificaram inexoravelmente o modo de vida, destaca-se o Movimento pelos Direitos Civis; a proliferação de vários géneros musicais, como o iniciado com Elvis Presley; os inumeráveis protestos de rua, como o movimento estudantil de Maio de 68 ou a Primavera de Praga; enfim, em definitivo, a juventude surge, pela primeira vez, como um sujeito histórico com definições identitárias claras e não reduzida, como muitas vezes o foi, a um agregado populacional. Por esta função fortemente revigoradora e transformante da identidade social, a juventude constituiu-se como um objeto de estudo, nomeadamente para a sociologia empírica. Daí a proliferação de vários estudos sociológicos que têm a juventude como objeto de investigação, os quais nos proporcionam um conhecimento mais aprofundado das metamorfoses e das novas estruturas de sentido que se vêm desvelando na faixa etária juvenil e que nós, no decorrer deste trabalho, nos propomos analisar, mormente, os comportamentos, as crenças, as atitudes e os valores dos jovens na contemporaneidade. (shrink)
O artigo em questão se detém no método baconiano, que emerge através do Novum Organum (ou Verdadeiras Indicações acerca da Interpretação da Natureza) e acena com a pretensão de possibilitar o verdadeiro progresso da ciência, que demanda, em suma, a erradicação das predisposições para o erro, dos preconceitos e das noções falsas que impedem o acesso à verdade, dos “ídolos”, enfim, segundo a leitura de Bacon, que propõe o controle científico sobre a natureza como fator determinante da harmonia e do (...) bem-estar dos homens, conforme o ideal exposto no trabalho intitulado Nova Atlântida, que converge para caracterizar o saber como uma construção coletiva, desenhando um horizonte que se impõe ao processo formativo-educacional, à medida que estabelece uma relação envolvendo conhecimento e poder que guarda raízes nas fronteiras da experiência, em cuja perspectiva a investigação em referência dialoga com a metodologia freinetiana, que sublinha a articulação entre teoria e prática e assinala o papel que cumpre o trabalho em uma aprendizagem que traz como fundamento a ação. (shrink)
The data analyzed in this paper are part of the results described in Bueno et al. (2000). Three cytogenetics endpoints were analyzed in three populations of a species of wild rodent – Akodon montensis – living in an industrial, an agricultural, and a preservation area at the Itajaí Valley, State of Santa Catarina, Brazil. The polychromatic/normochromatic ratio, the mitotic index, and the frequency of micronucleated polychromatic erythrocites were used in an attempt to establish a genotoxic profile of each area. (...) It was assumed that the three populations were in the same conditions with respect to the influence of confounding factors such as animal age, health, nutrition status, presence of pathogens, and intra- and inter-populational genetic variability. Therefore, any differences found in the endpoints analyzed could be attributed to the external agents present in each area. The statistical models used in this paper are mixtures of negative-binomials and Poisson variables. The Poisson variables are used as approximations of binomials for rare events. The mixing distributions are beta densities. The statistical analyzes are under the bayesian perspective, as opposed to the frequentist ones often considered in the literature, as for instance in Bueno et al. (2000). (shrink)
The Goedelian approach is discussed as a prime example of a science towards the origins. While mere selfreferential objectification locks in to its own byproducts, selfreleasing objectification informs the formation of objects at hand and their different levels of interconnection. Guided by the spirit of Goedel's work a selfreflective science can open the road where old tenets see only blocked paths. “This is, as it were, an analysis of the analysis itself, but if that is done it forms the fundamental (...) of human science, as far as this kind of things is concerned.” G. Leibniz, ('Methodus Nova ...', 1673) . (shrink)
Este artigo oferece uma nova reconstrução para os argumentos do famoso segundo capítulo de Word and Object de Quine e sua idéia da Tradução Radical . De acordo com essa abordagem, o maior alvo de Quine é a noção de composicionalidade como sendo o elemento fundamental para qualquer teoria do significado. Em poucas palavras, não poderia haver nenhuma “teoria do significado”, para Quine, simplesmente porque a noção de composicionalidade deveria ser rejeitada como a concepção central da semântica. Além disso, tomamos (...) o cuidado de diferenciar argumentos empíricos de argumentos a priori de natureza modal. Esses últimos constituem-se no que propomos chamar de Teorema do Automorfismo de Quine , a idéia de que há maneiras alternativas de se reconstruir a estrutura gramatical de qualquer língua incluindo predicação e que poderiam manter invariantes todas as nossas predisposições para comportamento verbal sob quaisquer estados de coisas, atuais ou meramente possíveis. Em nosso entender, é esse teorema que determina fundamentalmente a rejeição da composicionalidade por Quine e, assim, de todas as teorias do significado. (shrink)
A transferência de embriões (TE) é uma biotecnologia mundialmente difundida, com o objetivo principal de produzir um número elevado de descendentes geneticamente superiores por fêmea. A partir da TE é possível reduzir o intervalo entre gerações e aumentar a velocidade de melhoramento genético do rebanho, além de permitir que animais geneticamente superiores e com distúrbios reprodutivos adquiridos se reproduzam, impedindo o descarte precoce dos mesmos. A técnica consiste em obter embriões de uma fêmea doadora e transferi-los para receptoras, com a (...) finalidade de completar o período de gestação. Para tanto, torna-se necessário realizar a seleção e a sincronização do ciclo estral de fêmeas doadoras e receptoras de embriões, e protocolo hormonal de superovulação de doadoras, além de colheita, classificação e transferências dos embriões. O presente trabalho de conclusão de curso em Medicina Veterinária da Universidade Federal de Santa Catarina apresenta uma revisão bibliográfica referente a transferência de embriões (TE) em bovinos. Ao decorrer desta monografia, são descritos os aspectos fisiológicos reprodutivos de fêmeas bovinas, assim como as principais etapas para a realização da transferência de embriões nesta espécie. (shrink)
This paper briefly highlights a small part of the work being done by Indigenous groups in Canada to integrate science into their ways of knowing and living with nature. Special attention is given to a recent attempt by Mi'kmaw educators in Unama'ki (Cape Breton, Nova Scotia) to overcome suspicion of science among their youth by establishing an 'Integrative Science' (Toqwa'tu'kl Kjijitaqnn, or 'bringing our knowledges together') degree programme at Cape Breton University. The goal was to combine Indigenous and scientific knowledges (...) in a way that protects and empowers Mi'kmaw rights and lifeways. (shrink)
A Revisão de Crenças estuda como agentes racionais mudam suas crenças ao receberem novas informações. O sistema AGM, trabalho mais influente desta área apresentado por Alchourrón, Gärdenfos e Makinson, postula critérios de racionalidade para os diferentes tipos de mudança de crenças e oferece construções explícitas para tais - a equivalência entre os postulados e operações é chamado de teroema da representação. Trabalhos recentes mostram como o paradigma AGM pode ser compatível com diferentes lógicas não-clássicas, o que é chamado de AGM-compatibilidade (...) - este é o caso da família de lógicas paraconsistentes que analisamos, as Lógicas da Inconsistência Formal (LFIs, da sigla em inglês). A despeito da AGM-compatibilidade, ao se partir de uma nova lógica sua racionalidade subjacente deve ser entendida e sua linguagem deve ser efetivamente usada. Propomos assim novas construções que de fato capturam a intuição presente na LFIs - é o que chamamos de sistema AGMo. Com isso, possibilitamos a estas lógicas uma nova interpretação, na esteira da epistemologia formal. Em uma abordagem alternativa, ao se partir da AGM-compatibilidade os resultados AGM podem ser diretamente aplicados às LFIs - o que chamamos de sistema AGMp. Em ambas abordagens, provamos os respectivos teoremas da representação sempre que necessário. (shrink)
-/- FILOSOFIA: CRÍTICA À METAFÍSICA -/- PHILOSOPHY: CRITICISM TO METAPHYSICS -/- Por: Emanuel Isaque Cordeiro da Silva - UFRPE Alana Thaís Mayza da Silva - CAP-UFPE RESUMO: A Metafísica (do grego: Μεταφυσική) é uma área inerente à Filosofia, dito isto, é uma esfera que compreende o mundo e os seres humanos sob uma fundamentação suprassensível da realidade, bem como goza de fundamentação ontológica e teológica para explicação dos dilemas do nosso mundo. Logo, não goza da experiência e explicação científica com (...) base na matemática, ciências, observação, análise, etc. e sim da explicação apenas teorética sem a análise empírica. Por fim, filósofos de divergentes escolas e eras da história da filosofia fundamentaram suas críticas quanto a Metafísica; e este breve trabalho tem como objetivo analisar as críticas dos filósofos e trazer uma conclusão clara e objetiva para os leitores, sejam leigos ou não. Palavras-chave: Metafísica. Crítica. Teoria. Suprassensível. Empírico. Experiência. ABSTRACT Metaphysics is an area inherent to philosophy, that is, it is a sphere that comprises the world and human beings under a supersensitive foundation of reality, as well as enjoying ontological and theological foundations for explaining the dilemmas of our world. Therefore, it does not enjoy the scientific experience and explanation based on mathematics, science, observation, analysis, etc., but only the theoretical explanation without empirical analysis. Finally, philosophers from divergent schools and eras in the history of philosophy based their criticism of Metaphysics, and this brief work aims to analyze the criticism of philosophers and bring a clear and objective conclusion to readers, whether lay or not. Keywords: Metaphysics. Criticism. Theory. Supersensitive. Empirical. Experience. INTRODUÇÃO Para uma fundamentação alicerçada na observação, análise e conclusões pragmáticas, é imprescindível aclarar o conceito de Metafísica como esfera inerente da Filosofia, bem como disciplina primordial para o currículo do Filósofo formado nas Universidades globais. Para isso, discorro acerca do conceito de Metafísica desde a alcunha aristotélica de 'Filosofia primeira', passando à análise modernista, em especial à kantiana e seu criticismo (Crítica da Metafísica é a alma desse trabalho), sob análise de autores didáticos e, por fim, sob a elucidação da esfera Metafísica mediante os dicionários de Filosofia de Japiassú e Marcondes, e de Nicola Abbagnano. No conjunto de obras aristotélicas entituladas de Metafísica, Aristóteles buscou elucidar 'o ser enquanto ser', isto é, buscar a objetividade das coisas e do mundo mediante a subjetividade e a realidade suprassensível dessas coisas. Logo, a explicação dos fenômenos que cercavam a Grécia clássica eram explicados além do alicerce das Ciências tradicionais da época (Física, Química, Biologia, etc.). Todavia, para Aristóteles, a Metafísica consiste na 'ciência primeira' no que se refere o fornecimento de um fundamento único para todas as demais ciências, ou seja, dar-lhes o objeto ao qual elas se referem e os princípios dos quais todas elas dependem. Por fim, a Metafísica implica ser uma enciclopédia das ciências um inventário completo e exaustivo de todas as ciências, em suas relações de coordenação e subordinação, nas tarefas e nos limites atribuídos a cada uma, de modo definitivo. Na modernidade, a Metafísica perde a centralidade do mundo da Filosofia, quem é o precursor de tal declínio é Immanuel Kant e seu criticismo. Tal descendência é elucidada e aclarada posteriormente no presente trabalho. A Metafísica moderna ganha uma nova interpretação, sendo alcunhada e levada por analogia à Ontologia, expressada, segundo Kant, como conceito de gnosiologia. Para Kant, Metafísica é a fonte inerente do estudo e explicação das formas alicerçadas na razão, bem como fundamento de toda realidade suprassensível que se deve basear para elucidar e aclarar o mundo moderno. Ainda segundo o filósofo, a Metafísica é a fonte de todos os princípios reais para a explicação da realidade. Sendo ela, por fim um 'sistema filosófico' alicerçado sobre uma perspectiva ontológica, teológica e/ou suprassensível da realidade. No nosso finalismo, a inerência da Metafísica à filosofia transcende a explicação de todo o universo e sua totalidade (matéria e forma como alcunha Aristóteles). Logo, na Filosofia Clássica com Platão e, especialmente em Aristóteles, o Mito passou a ser ciência e essa ciência era determinada de Metafísica. Vale salientar que a alcunha 'Metafísica' foi, primeiramente, usada por Andrônico de Rodes . Por fim, a Metafísica primordial para fundamentar as explicações necessárias para os fenômenos que se decorrera na Grécia antiga, foi perdendo centralidade ao passo da história da filosofia e, na modernidade, com Hume e Kant passa por uma grande crise, discorrida agora no trabalho. -/- DA CRÍTICA À METAFÍSICA Platão criou um sistema metafísico de explicação da realidade e do mundo que influenciou muitos pensadores e religiosos. Boa parte da história da filosofia foi composta de sistemas metafísicos. Mas, se, por um lado, o pensamento metafísico tem uma vida longa e profícua, por outro, é alvo de críticas constantes, principalmente por filósofos modernos e contemporâneos, que questionam a validade das teses metafísicas, seja porque tratam de coisas que não podem ser conhecidas, como alma, Deus e formas inteligíveis, seja porque suas conclusões são consideradas enganosas. ARISTÓTELES E A FILOSOFIA PRIMEIRA As ciências teóricas ou teoréticas são aquelas que produzem um saber universal, válido em qualquer situação, e necessário, isto é, que não pode ser de outro modo. Essas ciências estão voltadas para a contemplação da verdade. O sábio que se dedica a elas encontra um fim em si mesmo, pois o resultado de sua investigação não gera nenhum objeto exterior, como uma construção ou uma escultura, mas beneficia sua própria alma. Elas estão organizadas em Metafísica, Matemática e Física, que inclui a Psicologia ou a ciência da alma. As principais obras teoréticas escritas por Aristóteles são Física, De anima e Metafísica. Filosofia Primeira, que chegou até nós com o nome de Metafísica, também chamada muitas vezes por Aristóteles de Teologia .com a ressalva de que Teologia aqui não tem o sentido que é dado a ela contemporaneamente), é a expressão que designava a mais elevada das ciências teoréticas, diferenciando-se da chamada Filosofia Segunda, ou Física. Aristóteles abre o Livro I da Metafísica com a célebre passagem: Todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecer: uma prova disso é o prazer das sensações, pois, fora até da sua utilidade, elas nos agradam por si mesmas e, mais que todas as outras, as visuais [...l. (ARISTÓTELES, 1969). A busca pelo conhecimento encontra-se na própria natureza humana, desde o nascimento, mesmo que se manifeste em seu grau mais rudimentar. Prova disso é o conhecimento por meio das sensações ou dos sentidos, entre os quais se destaca o da visão. É o chamado conhecimento por empiria ou saber empírico, que não pode ser ensinado porque é adquirido imediata e concretamente quando percebemos as coisas sensíveis. Também há um saber que vem da técnica. O técnico é aquele que tem o conhecimento dos meios para chegar a um fim. Como ensina o historiador da Filosofia, Julián Marias, apesar de o saber técnico ser superior ao saber empírico, ambos são necessários em nossa vida: 1..l Portanto, a tékhne [técnica) é superior à empeiria; mas esta também é necessária, por exemplo, para curar, porque o médico não tem de curar o homem, e sim Sócrates, e o homem apenas de modo mediato. (MARIAS, J. 2015). O conhecimento metafísico é menos necessário em nossa vida cotidiana, mas nenhum outro lhe é superior. A Metafísica é o conhecimento pelas causas e, como vimos, o conhecimento é científico quando ele nos dá os princípios e as causas das coisas. Para Aristóteles, tudo o que existe é efeito de uma causa e ela é a responsável por esse algo ser necessariamente de um jeito e não de outro. De acordo com Aristóteles, conhecer algo é conhecer pela causa. Dessa forma, a explicação de algo ou o seu conhecimento deve sempre dizer por que algo é necessariamente de determinado modo. Sem esse tipo de explicaçào, não pode haver propriamente conhecimento. Daí se constata o caráter rigoroso da explicação científica: ela não apenas sabe que "algo é isto", mas é capaz de explicar por que algo é necessariamente isto. A definição aristotélica de Metafísica Chauí indaga em seu livro Iniciação à Filosofia a questão central do que Aristóteles entende por sua alcunha ou Metafísica. Chauí explana: Embora Aristóteles admita que para cada tipo de Ser e suas essências existe uma ciência teorética própria (física, biologia, psicologia, matemática, astronomia), ele também defende a necessidade de uma ciência geral, mais ampla, mais universal, anterior a todas essas, cujo objeto não seja esse ou aquele tipo de Ser, essa ou aquela modalidade de essência, mas o Ser em geral, a essência em geral. Essa ciência, para Aristóteles, é a Filosofia Primeira ou metafísica, que investiga o que é a essência e aquilo que faz com que haja essências particulares diferenciadas, que estuda o Ser enquanto Ser. (CHAUÍ, 2010). O objeto investigado pela Metafísica também é muito diferente do objeto conhecido pelo saber empírico ou pelo saber técnico. O saber empírico nos faz conhecer as coisas particulares, como Sócrates, o Oráculo de Delfos e a caneta esferográfica; o saber técnico nos faz conhecer as diversas técnicas, como os procedimentos médicos e a engenharia de construir templos. O que o saber metafísico, então, nos permite conhecer? Segundo Aristóteles, a Metafisica estuda o ser enquanto ser. Não considera o ser de modo particular como fazem as demais ciências — por exemplo, ao investigar Sócrates, os procedimentos médicos etc. mas busca o que é universal, o que envolve tanto Sócrates quanto os procedimentos médicos, tanto o Oráculo de Delfos quanto a arte de construir templos. Segundo Aristóteles, a Metafísica trata das causas primeiras, que são as quatro seguintes: • a causa material, que é a matéria de que é feita alguma coisa. Em uma escultura, por exemplo, a causa material pode ser o bronze ou o mármore; • a causa formal, que é a forma ou a essência das coisas. No exemplo da escultura, é a forma ou a aparência que possibilita que a reconheçamos como uma escultura (e não como um poste, por exemplo); • a causa eficiente, que é o agente que produz a coisa. Uma escultura é produzida por um artista; • a causa final, que é a razão ou a finalidade das coisas, A finalidade da escultura é o prazer estético. A Metafísica também se ocupa da substância. A substância responde pelos significados do ser. Mas o que é a substância? Trata-se de uma questão complexa no pensamento aristotélico. Aristóteles recusa-se a entender a substância como sendo a forma platónica. Ela nào é o suprassensível. Seria entao a substância o sensível individual? As coisas são matéria e forma; amatéria é o substrato da coisa (por exemplo, o mármore é a matéria da estátua). Sem sua forma, ela é apenas potencialidade, mas sem a matéria qualquer realidade sensível se desvaneceria. Assim, a matéria pode ser dita substância em sentido impróprio. A forma, por seu turno, é aquilo que determina a matéria, é a sua essência; ela é substancia em sentido próprio. Mas a matéria é também matéria enformada. As coisas sensíveis são, a um só tempo, matéria e forma. E esse composto também pode ser legitimamente chamado de substância. Aristóteles apresenta três gêneros de substâncias: • as substâncias sensíveis, que nascem, morrem e, por isso, passam por todo tipo de mudança; • as substancias sensíveis e incorruptíveis, que não passam por nenhum tipo de mudança, como os planetas e as estrelas; • a substância suprassensível, que é superior às outras duas: o Primeiro Motor Imóvel, o deus aristotélico, causa de todo movimento, mas sendo ele mesmo imóvel. (Ele precisa ser imóvel porque se ele também se movesse precisaria haver uma causa para esse movimento, o que levaria a uma espécie de regressão ao infinito). Assim como o demiurgo de Platão, o deus aristotélico nao é um deus criador. Não criou o Universo nem gerou o movimento dos corpos. Ao contrário, o deus de Aristóteles exerce uma atraçáo sobre o Universo, motivando sua existência, e sobre os corpos, gerando seu movimento, ou seja, atrai tudo para si como objeto de amor. Não é, portanto, causa eficiente do mundo e do movimento do mundo, mas causa final. O deus aristotélico nao cria o mundo do nada por um ato de vontade. Ele nao é causa eficiente do mundo, como indicamos ser o artista causa eficiente de sua escultura. A METAFÍSICA CLÁSSICA OU MODERNA Grandes revoluções no pensamento do século XVII deram estopim à uma grande crise na esfera metafísica. De modo resumido a Metafísica sofreu uma grande transformação e uma nova elaboração, sem a fundamentação embasada no pensamento platônico, aristotélico ou neoplatônico. Sendo assim a nova metafísica é caracterizada por: [...] afirmação da incompatibilidade entre fé e razão, acarretando a separação de ambas, de sorte que a religião e a filosofia possam seguir caminhos próprios, mesmo que a segunda não esteja publicamente autorizada a expor ideias que contradigam as verdades ou dogmas da fé [...] [...] redefinição do conceito de Ser ou substância. Os modernos conservam a definição tradicional da substância como o Ser que existe em si e por si mesmo, que subsiste em si e por si mesmo. Porém, em lugar de considerar que a substância se define por gênero e espécie, havendo tantos tipos de substâncias quantos gêneros e espécies houver, passa-se a definir a substância levando em consideração seus predicados essenciais ou seus atributos essenciais, isto é, aquelas propriedades ou atributos sem os quais uma substância não é o que ela é. Após o supracitado, os cartesianos e Descartes dirão que há somente três substâncias essenciais, divergindo totalmente do pensamento aristotélico, as substâncias cartesianas são a Alma, a matéria dos corpos e Deus. Para empiristas, só se é possível conhecer a substância corpórea, logo não se é possível elaborar uma metafísica, e sim uma geometria ou uma física que se ocupa do estudo dessas matérias corpóreas. Baruch Spinoza (1632-1677) explanou a primordialidade de se elaborar uma definição genérica e universal, comumente aceita por toda a comunidade de filósofos de Aristóteles a modernidade. Podemos reduzir o conceito proposto da seguinte maneira: “substância é aquilo que existe em si e por si e não depende de outros para existir”.Logo, diz Espinosa, que há apenas uma substância no Universo que não depende de outra para existir, tal substância é o próprio Deus ou a natureza. Nessa revolução do pensamento filosófico, em peculiar à metafísica, houve também a redefinição do conceito de causa e causalidade. Em Aristóteles haviam quatro tipos de causas, agora, na modernidade, se propunha apenas dois tipos: a eficiente e a final. Chauí explana que a Causa eficiente é aquela na qual uma ação anterior determina como consequência necessária a produção de um efeito, e que seu alcance é universal na natureza. Causa final é aquela que determina, para os seres pensantes, a escolha da realização ou não realização de uma ação, e que só opera na ação de Deus e nas ações humanas. Houve também, nessa revolução, uma quebra do paradigma metafísico, isto é, a metafísica não se dividia mais entre a teologia, a psicologia racional e a cosmologia racional. Agora, a metafísica ganha um novo rumo, um rumo próprio de estudo embasado em suas próprias fundamentações. Logo, a metafísica se apropria de três e apenas três ideias de substância. A substância infinita, ou o próprio Deus. A substância pensante que é a consciência como faculdade de reflexão e de representação da realidade alicerçada na razão. E, por fim, a substância extensa que é a natureza embasada nos princípios e leis regidas pela matemática e a mecânica. DAVID HUME E A CRISE DA METAFÍSICA O filósofo escocês David Hume (1711-1776) nos ajuda a entender em parte o teor das críticas ao pensamento metafísico. "Se tomarmos em nossas mãos um volume qualquer, de teologia ou metafísica escolástica, por exemplo, façamos a pergunta: contém ele qualquer raciocínio abstrato referente a números e quantidades? Não. Contém qualquer raciocínio experimental referente a questões de fato e de existência? Não. Às chamas com ele, então, pois não pode conter senão sofismas e ilusão." (HUME, 2004) Hume critica a teologia e a metafísica escolástica, que foi a metafísica praticada principalmente nas escolas cristãs durante a Idade Média, porque suas concepções não tratam nem de conceitos matemáticos, que são formais e podem levar a conclusões seguras - por exemplo, "2 + 2 = 4" -, nem de afirmações sobre fatos, que podem ser verificados empiricamente, isto é, pelos órgãos dos sentidos —como "a aceleração de um corpo em queda livre é de 9,8 metros por segundo", Assim, Hume aconselha o leitor a jogar as afirmações metafísicas na fogueira, pois são consideradas ilusões, fantasias ou produto de erros de raciocínio e nada têm a acrescentar ao conhecimento humano. A partir de Hume, a metafísica, tal como existira desde os gregos, tornara-se impossível. O CRITICISMO KANTIANO E O FIM DA METAFÍSICA CLÁSSICA Entre a Dissertação de 1770 e a Crítica da razão pura, mais de dez anos se passaram. Apesar de a obra ser volumosa, a redaçào da Crítica da razão pura não chegou a cinco meses de trabalho. De início, Kant pretendia apenas revisar sua dissertação, mas o trabalho acabou por levá-lo a figurar entre os grandes nomes do pensamento filosófico, como Aristóteles e Descartes. Kant fez um diagnóstico bastante negativo da situação da Filosofia de sua época, em particular da Metafísica, que, embora fosse considerada a Filosofia Primeira, patinava em questões impossíveis de serem resolvidas. Ao mesmo tempo, buscou inserir a Filosofia no rumo seguido pelas Ciências Naturais, pela Lógica e pela Matemática, que já tinham encontrado o caminho da Ciência. Em alguns pontos, o projeto kantiano se aproximou de algumas características do projeto cartesiano. Descartes duvidou de todo o saber conhecido, pois queria encontrar um fundamento seguro que sustentasse a edificação da Filosofia e, mais particularmente, da Ciência. Diferentemente de Descartes, contudo, Kant nào duvidou de todo o conhecimento que havia aprendido. Para ele, bastava estabelecer os limites do conhecimento racional, ou seja, o que a razão podia conhecer e o que era impossível de ser conhecido. No fim do século XVIII, de acordo com a proposta de Wolff, a Metafísica era dividida em duas partes: Metafísica geral e Metafísica especial. A primeira tratava da Ontologia (ciência do ser enquanto ser, como definido por Aristóteles), e a segunda se ocupava do ser humano (Psicologia), do mundo (Cosmologia) e de Deus (Teologia racional), Os principais temas in-vestigados eram a imortalidade da alma, a liberdade a finitude ou infinitude do mundo e a existência de Deus. No entanto, de acordo com Kant, as questões metafísicas clássicas extrapolavam as capacidades de conhecimento do ser humano, pois estavam tão afastadas da experiência que a razão só podia pensá-las, sem conhecê-las realmente. As questões postas pela Metafísica clássica extrapolavam o terreno de qualquer experiência possível e, no entanto, a razão, por sua própria natureza, apresenta questões que não pode evitar, mas que também náo pode responder por não terem nenhuma pedra de toque na experiência. Disso decorre a pergunta fundamental sobre a possibilidade de haver um conhecimento metafísico. Publicada em 1781, a Crítica da razão pura foi uma tentativa de responder a essa pergunta. A obra instituiu um "tribunal da razao" para examinar a própria razão, e não para tomar partido no conflito entre racionalistas, como Descartes e Leibniz, que elaboraram sistemas metafísicos, e empiristas, como Locke e Hume, que basearam o conhecimento unicamente nos sentidos. Criticar a razão é determinar as possibilidades, os limites e o alcance do próprio conhecimento. A transformação foi tao grande para a Filosofia que essa obra nao pôde ser ignorada. A situação da Metafísica No texto a seguir, retirado do célebre prefácio à primeira edição de Crítica da razão pura, podemos ver o diagnóstico de Kant sobre a situaçao da Metafísica no período em que vivia. A razão humana, num determinado dominio dos seus conhecimentos, possui o singular destino de se ver atormentada por questões, que náo pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais também não pode dar resposta por ultrapassarem completamente as suas possibilidades. Não é por culpa sua que cai nessa perplexidade. Parte de princípios, cujo uso é inevitável no decorrer da experiência e, ao mesmo tempo, suficientemente garantido por esta. Ajudada por estes princípios eleva-se cada vez mais alto (como de resto lho consente a natureza) para condições mais remotas. Porém, logo se apercebe de que, desta maneira, a sua tarefa há de ficar sempre inacabada, porque as questões nunca se esgotam; vê-se obrigada, por conseguinte, a refugiar-se em princípios, que ultrapassam todo o uso possível da experiência e, não obstante, estão ao abrigo de qualquer suspeita, pois o senso comum está de acordo com eles. Assim, a razão humana cai em obscuridades e contradições, que a autorizam a concluir dever ter-se apoiado em erros, ocultos algures, sem contudo os poder descobrir. Na verdade, os princípios de que se serve, uma vez que ultrapassam os limites de toda experiência, já não reconhecem nesta qualquer pedra de toque. O teatro destas disputas infindáveis chama-se Metafísica. (KANT, I. 2010). O fim da Metafísica clássica Podemos agora retomar o questionamento sobre os motivos pelos quais a física newtoniana é possível como ciência e entender também por que a metafísica racionalista tradicional não é conhecimento científico, segundo a teoria kantiana. A física trata de regras e leis dos fenômenos, das representações conformadas pela sensibilidade e pelo entendimento, ou seja, refere-se a objetos do conhecimento humano. A metafísica clássica, por sua vez, trata de coisas que não fazem parte da experiência sensível. Deus e a alma, por exemplo, não são apreendidos pela sensibilidade, não são impressões conformadas ou fenômenos e, portanto, não podem ser conhecidos pelo ser humano. Ideias ou conceitos dessa espécie podem ser pensados pela razão, mas é impossível conhecê-los, pois estão além da capacidade humana de conhecimento. Por esse motivo, a física é possível como ciência e a metafísica tradicional não. Com base nisso, Kant provocou uma revolução na teoria do conhecimento, que ele mesmo designou como "virada copernicana na filosofia", Se Copémico mudou a forma de entender o mundo ao defender a ideia de que o Sol está no centro do sistema solar, Kant mudou a forma de o ser humano compreender o mundo e a si próprio ao estabelecer a ideia de que o ser humano, e não os objetos externos, é o centro do conhecimento, O ser humano não é um agente passivo, que só recebe informações, mas atua decisivamente na constituição do conhecimento e do que se compreende como realidade. Os elementos a priori que determinam essa constituição do conhecimento são o escopo da filosofia kantiana, também conhecida como transcendental. Logo, o pensamento kantiano alterou profundamente a Metafísica. A existência de Deus ou a imortalidade da alma, por exemplo, passaram a ser questões que já não podiam ser respondidas. Se percebemos apenas as coisas que ocorrem em um tempo específico (antes, agora, depois), como seremos capazes de perceber algo que está na eternidade (Deus)? Como afirmar que a alma é imortal se não conseguimos percebê-la com os nossos sentidos? O conhecimento a partir de Kant, então, é sempre conhecimento de objetos, isto é, de conteúdos elaborados e modificados pelo sujeito que conhece. O conhecimento passou a se ocupar, assim, de fenómenos, e não mais da própria coisa, como pretendiam os metafísicos clássicos. Com a crítica kantiana, tornou-se impossível conhecer efetivamente os temas da Metafísica clássica e emitir qualquer opinião segura sobre assuntos que não podem ser assentados na experiência. Podemos pensar sobre Deus, podemos querer que nossa a seja imortal, mas jamais teremos a possibilidade de verificar esses assuntos em nossa experiência ou mesmo ter sobre eles verdadeiro conhecimento. Nada nos impede de acreditar em Deus ou na imortalidade da alma, porém não podemos exigir que a Filosofia se pronuncie a respeito desses temas. Na verdade, a crítica kantiana não diz que Deus existe nem que não existe, mas apenas que não é capaz de saben Deus, não obstante sua importância para a Filosofia do próprio Kant, é uma questão de fé. AUGUSTE COMTE E A METAFÍSICA NO SÉCULO XIX O filósofo francês Auguste Comte (1798-1857), considerado o pai do positivismo, fundamenta sua filosofia também em oposição às concepções metafísicas. Em seu entendimento, a busca por princípios gerais ou essências, entidades que estão além do que podemos observar ou perceber pelos órgãos dos sentidos, é algo infrutífero. Comte explana: "[...] não é supérfluo assinalar agora, de modo direto, a preponderância contínua da observação sobre a imaginação, como o principal caráter lógico da sã filosofia moderna, dirigindo nossas pesquisas, não para causas essenciais, mas para leis efetivas, dos diversos fenômenos naturais. Sem ser doravante imediatamente contestado, permanece este princípio fundamental muitas vezes desconhecido nos trabalhos especiais. Embora as diferentes ordens de especulações concedam, sem dúvida, à imaginação uma alta participação, isto é, constan temente empregada para criar ou aperfeiçoar os meios da vinculação entre os fatos constatados, mas o ponto de partida e a sua direçào não lhe poderiam pertencer em nenhum caso. Ainda quando procedemos verdadeiramente a priori, é claro que as considerações gerais que nos guiam foram inicialmente fundadas, quer na ciência correspondente, quer em outra, na simples observação, única fonte de sua realidade e também de sua fecundidade. Ver para prever: tal é o caráter permanente da verdadeira ciência. Tudo prever sem ter nada visto constitui somente uma absurda utopia metafísica, ainda muito seguida." (COMTE, 1978). A observação é considerada a única fonte de realidade. Abandonando a observação e apoiando-se única e exclusivamente na imaginação, como seria característico das especulaçôes metafísicas, o pensamento pode levar não para o conhecimento das coisas, mas para a fantasia. A ciência, então, deve ter como base as coisas que podem ser observadas. Todas as especulações e as teorias científicas, em última instância, devem ter como fundamento a realidade observável. LUDWIG WITTGENSTEIN E A METAFÍSICA CONTEMPORÂNEA O filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein (1889-1951) também se opõe às afirmações metafísicas por considerar que estas tratam de problemas (ou pseudoproblemas) que não podem ser formulados claramente e, portanto, não podem ser respondidos. “O método correto da filosofia seria o seguinte: só dizer o que pode ser dito, ou seja, as proposições das ciências naturais [...] e depois, quando alguém quisesse dizer algo metafísico, mostrar-lhe que nas suas proposições existem sinais aos quais não foi dada uma denotação.” (WITTGENSTEIN, 1995). Quer dizer, as sentenças ou os termos metafísicos se referem a coisas, objetos ou seres enigmáticos ou misteriosos, que não podem ser tratados com clareza, isto é, não se sabe exatamente o que são, o que impossibilitaria a formulação de problemas e soluções reais. "Deus", "alma" ou "vida após a morte", por exemplo, são termos que se referem especificamente a quê? Os "problemas" metafísicos estariam no campo do mistério e não no da investigação racional. Por isso, como afirma Wittgenstein, "acerca daquilo de que se não pode falar, tem que se ficar em silêncio". CONCLUSÃO (ÕES) Ora, a Metafísica na Grécia antiga foi imprescindível para o entendimento dos mais variados dilemas do mundo antigo, sejam perguntas simples, ou complexas. Iniciada como um sistema filosófico platônico, passando a ser filosofia primeira em Aristóteles, a metafísica incorporou elementos teológicos, psicológicos e cosmológicos durante o mundo antigo, e ainda mais durante o período medieval e a hegemônica Igreja Católica. No mundo moderno e embasado pelo “Luz da razão”, a metafísica começa a ser refutada pelos pensadores da época em questão, dentre eles o célebre cético Hume, e o emblemático Kant, além de Descartes e seus cartesianistas. Kant e seu criticismo incorporaram à Metafísica uma nova interpretação, esta que fez a mesma entrar em declínio e sair da centralidade do mundo filosófico. Kant, graças às indagações e refutações de Hume, pôde acordar do célebre “sono dogmático”. O que fez Kant se importa com a Metafísica. Kant trouxe à luz o fim da Metafísica clássica e deu legado ao início da metafísica contemporânea alcunhada de Ontologia. No decorrer da história da filosofia, a Metafísica teve intensa ascenção e vertiginosos declives, sendo seu maior declive o crítico Kant. Por fim, muitos filósofos se apropriaram de ser heterodoxos e enfrentaram de frente o mundo metafísica e a base do catolicismo sobre a realidade. Posta realidade que hoje, com o legado de Kant, da fenomenologia de Husserl, etc., originaram a nova escola filosófica chamada de Ontologia. -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. 5ª. ed. Trad. Ivone Castillo Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2007. ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 5ª. ed. São Paulo: Moderna, 2013. ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. L. Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969. BELO, R. dos S. Filosofia. Vol. Único. 2ª. ed. São Paulo: FTD, 2016. (Coleção Filosofia). BENOIT, L. O. Augusto Comte: fundador da física social. 1ª. ed. São Paulo: Moderna, 2002. CHAUÍ, M. Iniciação à Filosofia. 1ª. ed. São Paulo: Ática, 2010. COMTE, A. Curso de filosofia positiva. In: FERNANDES, F.; FILHO, E. de M. Comte: sociologia. São Paulo: Ática, 1978. (Coleção Grandes Cientistas Sociais). COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos de filosofia. 2ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. FERREIRO, H. Siete ensayos sobre la muerte de la Metafísica: Una introducción al idealismo absoluto a partir de la ontología. 1ª. ed. Porto Alegre: Editora Fi, 2016. FIGUEIREDO, V. de. (Org.); et. al. Filosofia: Temas e Percursos. Vol. Único. 2ª. ed. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2016. FILHO, J. S. Filosofia e filosofias: existência e sentidos. 1ª. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. HUME, D. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os principios da moral. São Paulo: Unesp, 2004. ________. Tratado da natureza humana: uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais. São Paulo: Unesp, 2001. JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, 1989. [Textos filosóficos]. ______. Crítica da razão pura. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Col. Os Pensadores). MARIAS, J. História da filosofia. 2ª. ed. Trad. Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2015. MELANI, R. Diálogo: primeiros estudos em filosofia. Vol. Único. 2ª. ed. São Paulo: Moderna, 2016. OTERO, J. G. Compendio de filosofía: para uso de los jóvenes estudiosos. 1ª. ed. Bogotá: Imprensa de San Bernardo, 1919. SILVA, F. L. e. Descartes, a metafísica da modernidade. 1ª. ed. São Paulo: Moderna, 2006. WITTGENSTEIN, L. Tratado lógico-filosófico. 2ª. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1995. -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – estudante, pesquisador, professor, agropecuarista, altruísta e defensor dos direitos humanos e dos animais. -/- Alana Thaís Mayza da Silva – estudante, potterhead, pesquisadora, projetista, musicista, filantropa, defensora dos direitos humanos e dos animais, LGBT. (shrink)
This article aims to interpret Leibniz’s dynamics project through a theory of the causation of corporeal motion. It presents an interpretation of the dynamics that characterizes physical causation as the structural organization of phenomena. The measure of living force by mv2 must then be understood as an organizational property of motion conceptually distinct from the geometrical or otherwise quantitative magnitudes exchanged in mechanical phenomena. To defend this view, we examine one of the most important theoretical discrepancies of Leibniz’s dynamics with (...) classical mechanics, the measure of vis viva as mv2 rather than ½ mv2. This “error”, resulting from the limits of Leibniz’s methodology, reveals the systematic role of this quantity mv2 in the dynamics. In examining the evolution of the quantity mv2 in the refinement of the force concept from potentia to actio, I argue that Leibniz’s systematic limitations help clarify dynamical causality as neither strictly metaphysical nor mechanical but a distinct level of reality to which Leibniz dedicates the “dynamica” as “nova scientia”. (shrink)
The present study aims to present a transcription and a commentary of three unpublished letters of the Dutch Cartesian philosopher Johannes de Raey, addressed to his former student Johannes Clauberg. Mainly containing suggestions concerning the defence of Cartesian philosophy and academic affairs, these letters, dating back to 1651, 1652 and 1661, bear witness of a steady friendship and of a certain cooperation in rebuking the critiques moved by Jacob Revius in his Statera philosophiae cartesianae and by Cyriacus Lentulus in his (...) Nova Renati Descartes sapientia, refuted in Clauberg’s Defensio cartesiana. According to these letters, this cooperation had to be kept secret, not to provoke the reaction of Leiden theologians. However, the violation of the correspondence of Clauberg and De Raey occasioned the edition of Lentulus’s book and the rise of the polemics over the new philosophy. Eventually, such cooperation is to be noticed also in some crypto-quotations between the edited texts of Clauberg and De Raey. (shrink)
This chapter examines the mechanistic psychology of Descartes in the _Passions_, while also drawing on the _Treatise on Man_. It develops the idea of a Cartesian “psychology” that relies on purely bodily mechanisms by showing that he explained some behaviorally appropriate responses through bodily mechanisms alone and that he envisioned the tailoring of such responses to environmental circumstances through a purely corporeal “memory.” An animal’s adjustment of behavior as caused by recurring patterns of sensory stimulation falls under the notion of (...) “learning,” behavioristically conceived. Indeed, Descartes’s animal-machine hypothesis may well be a distant ancestor to Watsonian behaviorism, via T. H. Huxley (1884). The final two sections of the chapter take stock of what psychological capacities Descartes ascribed to mind, body, or both, and consider those capacities that we might now plausibly construe as being explicable by nonmentalistic mechanisms as opposed to those that at present remain unreducedly mentalistic. -/- This chapter derives from a lecture delivered at the University of King's College (Halifax, Nova Scotia) as part of a year-long series on Descartes and the Modern. The lecture series was co-sponsored by the programs in History of Science and Early Modern and Contemporary Studies. (shrink)
ABSTRACT The aim of this paper is to provide a sketch on the way Nāgārjuna deals with the idea of 'relation'. The concept of 'relation' as expressed in the Pāli sources is here theoretically systematized according to three patterns: 1. logical, 2. strictly subordinative existential, 3. non-strictly subordinative existential. After having discussed Nāgārjuna's acceptance and treatment of these three patterns, particular attention is paid to the non-strictly subordinative existential relation. This kind of relation is meant to describe the way the (...) factors of the conditioned co-origination are linked to each other and is exemplified by Nāgārjuna by means of the father-son bond. A possible way to explain the conditioned co-origination doctrine in the light of the father-son example is here suggested by having resource to the 'Cambridge change' theory. Even if in the Pāli Canon the non-strictly subordinative existential pattern is said to apply to all the other factors of the conditioned co-origination, there is no direct evidence that it concerns also the avidyā-saṃskāras link. It will be shown how Nāgārjuna, by applying it to the avidyā-saṃskāras link, seems to introduce a new perspective in the conditioned co-origination theory. RESUMO O objetivo deste artigo é proporcionar um esboço da maneira na qual Nāgārjuna aborda a ideia de 'relação'. O conceito de 'relação' que encontramos nas fontes pāli é aqui sistematizado teoricamente conforme três padrões: 1. lógico, 2. existencial estritamente subordinativo, 3. existencial não estritamente subordinativo. Após ter discutido a recepção e o tratamento nagarjunianos desses três padrões, este estudo dedica atenção especial à relação existencial não estritamente subordinativa. Esse tipo de relação visa descrever a maneira na qual os fatores da cooriginação condicionada estão ligados entre eles, e é tipificada por Nāgārjuna pelo exemplo da ligação pai-filho. Para explicar a doutrina da cooriginação condicionada à luz do exemplo pai-filho, um modo possível aqui sugerido é por meio do recurso à teoria do 'Cambridge change'. Embora no cânone pāli se diga que o modelo de relação existencial não estritamente subordinativa se aplique a todos os outros fatores da cooriginação condicionada, não há nenhuma evidência direta de que ele concerna também à ligação avidyā-saṃskāras. Será mostrado como Nāgārjuna, ao aplicar esse modelo à ligação avidyā-saṃskāras, pareça introduzir uma nova perspectiva na teoria da cooriginação condicionada. (shrink)
Článek podává systematický kritický přehled o pojetí mechanismu v tzv. nové mechanistické filosofii. Nejdříve je popsán vznik a hlavní principy NMF. Je ukázáno, že NMF vznikla do značné míry jako kritická reakce na, do té doby převažující, logický empirismus. Dále jsou představeny hlavní definiční znaky mechanismu, které jsou po té jednotlivě rozebrány. Na závěr jsou diskutovány přednosti a omezení NMF. Je argumentováno, že NMF nabídla novou a realističtější perspektivu na způsob, jakým se věda dělá a jak se dochází k vědeckým (...) objevům. Má i konstruktivní preskriptivní charakter, neboť povzbuzuje vědce k přemýšlení o vysvětlení jevů prostřednictvím mechanismů. Na straně druhé, pro vysvětlení komplexních jevů jsou heuristiky dekompozice a lokalizace, které tvoří jádro „tradičního" mechanistického přístupu, pouze prvotními aproximacemi a je potřeba je doplňovat dalšími, dynamičtějšími přístupy. (shrink)
Cieľom state je navrhnúť systematickú a vyčerpávajúcu klasifikáciu definícií. Táto klasifikácia vychádza z typológie, ktorú vypracoval Richard Robinson vo svojej knihe o definíciách, no v rôznych aspektoch ju ďalej dopracováva. Nová klasifikácia je založená na dvoch kritériách, a to kritériu predmetnosti a kritériu ilokučnej sily. Podľa kritéria predmetnosti možno definovať výrazy, pojmy, resp. objekty ; podľa kritéria ilokučnej sily možno zase rozlíšiť definície, ktoré opisujú existujúci systém, a definície, ktoré transformujú daný systém na nový systém. Napokon sa podľa týchto dvoch (...) kritérií vyhodnocujú niektoré známe druhy definícií. (shrink)
Nietzsche’s thought has been of renewed interest to philosophers in both the Anglo- American and the phenomenological and hermeneutic traditions. Nietzsche on Consciousness and the Embodied Mind presents 16 essays from analytic and continental perspectives. Appealing to both international communities of scholars, the volume seeks to deepen the appreciation of Nietzsche’s contribution to our understanding of consciousness and the mind. Over the past decades, a variety of disciplines have engaged with Nietzsche’s thought, including anthropology, biology, history, linguistics, neuroscience, and psychology, (...) to name just a few. His rich and perspicacious treatment of consciousness, mind, and body cannot be reduced to any single discipline, and has the potential to speak to many. And, as several contributors make clear, Nietzsche’s investigations into consciousness and the embodied mind are integral to his wider ethical concerns. This volume contains contributions by international experts such as Christa Davis Acampora (Emory University), Keith Ansell-Pearson (Warwick University), João Constâncio (Universidade Nova de Lisboa), Frank Chouraqui (Leiden University), Manuel Dries (The Open University; Oxford University), Christian J. Emden (Rice University), Maria Cristina Fornari (University of Salento), Anthony K. Jensen (Providence College), Helmut Heit (Tongji University), Charlie Huenemann (Utah State University), Vanessa Lemm (Flinders University), Lawrence J. Hatab (Old Dominion University), Mattia Riccardi (University of Porto), Friedrich Ulfers and Mark Daniel Cohen (New York University and EGS), and Benedetta Zavatta (CNRS). (shrink)
Aims and objectives. Participant narratives from a feminist and queer phe- nomenological study aim to broaden current understandings of trauma. Examin- ing structural marginalisation within perinatal care relationships provides insights into the impact of dominant models of care on queer birthing women. More specifically, validation of queer experience as a key finding from the study offers trauma-informed strategies that reconstruct formerly disempowering perinatal relationships. Background. Heteronormativity governs birthing spaces and presents considerable challenges for queer birthing women who may also have (...) an increased risk of trauma due to structurally marginalising processes that create and maintain socially constructed differences. Design. Analysis of the qualitative data was guided by feminist and queer phe- nomenology. This was well suited to understanding queer women’s storied narra- tives of trauma, including disempowering processes of structural marginalisation. Methods. Semistructured and conversational interviews were conducted with a purposeful sample of thirteen queer-identified women who had experiences of birthing in rural Nova Scotia, Canada. Results. Validation was identified as meaningful for queer women in the context of perinatal care in rural Nova Scotia. Offering new perspectives on traditional models of assessment provide strategies to create a context of care that recon- structs the birthing space insofar as women at risk do not have to come out as queer in opposition to the expectation of heterosexuality. Conclusions. Normative practices were found to further the effects of structural marginalisation suggesting that perinatal care providers, including nurses, can challenge dominant models of care and reconstruct the relationality between queer women and formerly disempowering expectations of heteronormativity that govern birthing spaces. Relevance to clinical practice. New trauma-informed assessment strategies recon- struct the relationality within historically disempowering perinatal relationships through potentiating difference which avoids retraumatising women with re- experiencing the process of coming out as queer in opposition to the expectation of heterosexuality. (shrink)
The focus of the paper is a sophism based on the proposition ‘This is Socrates’ found in a short treatise on obligational casus attributed to William Heytesbury. First, the background to the puzzle in Walter Burley’s traditional account of obligations (the responsio antiqua), and the objections and revisions made by Richard Kilvington and Roger Swyneshed, are presented. All six types of obligations described by Burley are outlined, including sit verum, the type used in the sophism. Kilvington and Swyneshed disliked the (...) dynamic nature of the responsio antiqua, and Kilvington proposed a revision to the rules for irrelevant propositions. This allowed him to use a form of reasoning, the “disputational meta-argument”, which is incompatible with Burley’s rules. Heytesbury explicitly rejected Kilvington’s revision and the associated meta-argument. Swyneshed also revised Burley’s account of obligations, formulating the so-called responsio nova, characterised by the apparently surprising thesis that a conjunction can be denied both of whose conjuncts are granted. On closer inspection, however, his account is found to be less radical than first appears. (shrink)
Pretende-se auscultar a possibilidade de instrução moral pela literatura. Defender-se-á que a arte narrativa é capaz de instruir moralmente pois 1) proporciona um tipo de conhecimento não-proposicional que permite o acesso a novas perspetivas, e 2) é capaz de cultivar e refinar os valores e as práticas morais dos leitores, através do engajamento emocional. Tentar-se-á mostrar que o poder inverso — o poder de corromper moralmente — não se verifica (ou não se verifica tão facilmente): apelar-se-á à resistência imaginativa humana (...) que parece impedir que o Homem exporte perspetivas morais que violentam o seu próprio posicionamento axiológico. (shrink)
We are presently confronted with an impressive growth of the religious phenomenon. This can be observed not only related to both the outbreak of new religions and the increasing attendance to worship services, but also for the presence of the religious language in the political discourse. We can see nowadays a political use of religion and a religious use of politics. When we approach the religions in a large scale perspective is possible to verify that in all of them both (...) aspects live together, and they are contradictory and excludent only in appearance. This evidence brings some particular questions: there would be more political and bellicose religions than others? Or maybe the contentious nature of religions rises when they become ideologies, in the same way ideologies impose themselves politically when they act like religion? We will let ourselves be guided by this hypothesis in order to explore the ambiguous relation between politics and religion. It was precisely after the death of the ideologies that religions of any creed reappeared strongly in the scenario. We will take as references to this theoretical task two thinkers in particular: Marsilius of Padua and Machiavelli. They both will guide us to think respectively the religious use of politics and the political use of religion. -/- Estamos confrontados na atualidade com um vertiginoso crescimento do fenômeno religioso. Isso pode ser observado não apenas pelo surgimento de novas religiões e o aumento da frequência aos cultos, mas também pela presença da linguagem religiosa no discurso político de tal modo que podemos falar num uso político da religião e um uso religioso da política. Quando abordamos as religiões na longa duração, percebemos que em todas elas coabitam estes dois aspectos, contraditórios e excludentes apenas na aparência. Esta constatação leva ao questionamento: existiriam religiões mais políticas, ou mais conquistadoras, do que outras? Ou então, talvez, a natureza belicosa das religiões emergiria a partir do momento em que elas se erigem em ideologias, da mesma forma como as ideologias se impõem politicamente quando agem à maneira de religiões? Neste trabalho nos orientaremos por esta hipótese para explorar a relação ambígua entre política e religião, pois foi precisamente após a morte das ideologias que as religiões, independente do credo, retornaram com toda a força. Para tanto, tomaremos como referência teórica dois pensadores, Marsílio de Pádua e Nicolau Maquiavel, para pensar, respectivamente, o uso religioso da política e o uso político da religião. (shrink)
In “Psychopower and Ordinary Madness” my ambition, as it relates to Bernard Stiegler’s recent literature, was twofold: 1) critiquing Stiegler’s work on exosomatization and artefactual posthumanism—or, more specifically, nonhumanism—to problematize approaches to media archaeology that rely upon technical exteriorization; 2) challenging how Stiegler engages with Giuseppe Longo and Francis Bailly’s conception of negative entropy. These efforts were directed by a prevalent techno-cultural qualifier: the rise of Synthetic Intelligence (including neural nets, deep learning, predictive processing and Bayesian models of cognition). This (...) paper continues this project but first directs a critical analytic lens at the Derridean practice of the ontologization of grammatization from which Stiegler emerges while also distinguishing how metalanguages operate in relation to object-oriented environmental interaction by way of inferentialism. Stalking continental (Kapp, Simondon, Leroi-Gourhan, etc.) and analytic traditions (e.g., Carnap, Chalmers, Clark, Sutton, Novaes, etc.), we move from artefacts to AI and Predictive Processing so as to link theories related to technicity with philosophy of mind. Simultaneously drawing forth Robert Brandom’s conceptualization of the roles that commitments play in retrospectively reconstructing the social experiences that lead to our endorsement(s) of norms, we compliment this account with Reza Negarestani’s deprivatized account of intelligence while analyzing the equipollent role between language and media (both digital and analog). (shrink)
The purpose of this note consists of discrete rational reconstruction which took place during the years 1609-1630 and 1630-1666, ie, the year of the publication of their Astronomia Nova and the year of death of the great German astronomer Johannes Kepler, and the subsequent range from desperate to knowledge of these laws of planetary motion, by the English scientist Sir Isaac Newton.
Aesthetic preservation is the idea of sparing natural areas from development because of their aesthetic value. In this article I discuss a problem for aesthetic preservation that I call the ‘hidden gems problem’: in certain cases, the natural area under consideration is so remote and/or fragile that few people can actually experience it. In these cases, it becomes unclear how nature's aesthetic value can justify its preservation when development promises practical human benefits. After rejecting some potential responses to the hidden (...) gems problem, I offer a different solution. I argue that we have an aesthetic reason to preserve nature's hidden gems because they are required to produce ‘true judges’ of aesthetic value, who are capable of improving the general quality of taste for landscape. I develop this argument using the example of recent preservationist efforts to save the isolated landscape of Sable Island, Nova Scotia. (shrink)
Imaginação.Fiora Salis - 2014 - Compêndio Em Linha de Problemas de Filosofia Analítica.details
Nesta entrada irei apresentar uma nova taxonomia sistemática das nossas capacidades imaginativas, coerente com os tratamentos convencionais em ciência cognitiva, filosofia da mente e estética. Em particular, irei distinguir entre a imaginação não-proposicional e a imaginação proposicional, o que inclui ainda outras subvariedades, como a imaginação objectual, a imagética, a imaginação experiencial, a suposição, o faz-de-conta e outras.
Uma crítica de "On Certainty",de Wittgenstein, que ele escreveu em 1950-51 e foi publicada pela primeira vez em 1969. A maior parte da revisão se dedica a apresentar uma estrutura moderna para a filosofia (a psicologia descritiva do pensamento de alta ordem) e posicionar o trabalho de Wittgenstein e John Searle neste quadro e em relação ao trabalho dos outros. Sugere-se que este livro pode ser considerado como a pedra angular da psicologia e da filosofia, pois foi o primeiro a (...) descrever os dois sistemas de pensamento e mostra como nossa compreensão inabalável do mundo deriva do nosso Sistema 1 axiomático inata, e como ele interage com o Sistema 2. Foi uma revolução na epistemologia, pois mostrou que nossas ações não repousam em julgamentos, mas em axiomas indubitáveis que levam diretamente à ação. Colocarei o trabalho de Wittgenstein e Searle no quadro dos dois sistemas de pensamento proeminentes na tomada de decisões e pesquisas, usando uma nova tabela de intencionalidade e nova nomenclatura de sistemas duplos. Aqueles que desejam um quadro até à data detalhado para o comportamento humano da opinião moderna dos dois sistemas consultar meu livros Falando Macacos 3ª Ed (2019), A Estrutura Lógica da Filosofia, Psicologia, Mente e Linguagem em Ludwig Wittgenstein e John Searle 2a Ed (2019), Suicídio Pela Democracia,4aEd(2019), Entendendo as Conexões entre Ciência, Filosofia, Psicologia, Religião, Política e Economia Artigos e Análises 2006-2019 (2020), Ilusões Utópicas Suicidas no 21St século 5a Ed (2019), A Estrutura Lógica do Comportamento Humano (2019), e A Estrutura Lógica da Consciência (2019) y outras. "Se eu quisesse duvidar se esta era a minha mão, como eu poderia evitar duvidando se a palavra "mão" tem algum significado? Então isso é algo que você parece saber, afinal. Na certeza p48 "Mas não consegui que minha imagem do mundo satisfizesse sua correção: nem a tenho porque estou satisfeito com sua correção. Não: é o fundo herdado contra o qual eu distinguio entre verdadeiro e falso." (OC p94). "Aqui encontramos um fenômeno notável e característico na pesquisa filosófica: a dificuldade---Eu poderia dizer ---não é encontrar a solução, mas sim reconhecer como a solução algo que parece que era apenas uma preliminar para ela. Já dissemos tudo. ---Não é nada que deriva disso, não esta é a solução! .... Isso está relacionado, eu acho, à nossa falha em esperar por uma explicação, enquanto a solução da dificuldade é uma descrição, se dermos o lugar certo em nossas considerações. Se pararmos nisso, e não tentarmos ir além disso. Zettel p312-314 . (shrink)
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