The commercial VR/AR marketplace is gaining ground and is becoming an ever larger and more significant component of the global economy. While much attention has been paid to the commercial promise of VR/AR, comparatively little attention has been given to the ethical issues that VR/AR technologies introduce. We here examine existing codes of ethics proposed by the ACM and IEEE and apply them to the unique ethical facets that VR/AR introduces. We propose a VR/AR code of ethics for developers and (...) apply this code to several commercial applications. (shrink)
Nesse primeiro momento da análise do problema da liberdade em Espinosa, gostaria de mostrar que, embora Espinosa trate o conceito de contingência como relacionado à finitude do entendimento humano, o que sugere uma abordagem meramente negativa, ele, na verdade, desenvolve uma abordagem positiva, a saber : a contingência, assim como o tempo , é uma forma necessária do pensamento humano que tem um fundamento na realidade das coisa s às quais ele se aplica, embora não possa ser considerado uma propriedade (...) das coisas. Mostrar que a contingência , assim como o conceito de tempo, é uma forma necessária do pensamento humano significa mostrar não apenas que existem condições objetivas que autorizam a aplicação desse conceito, mas que a imperfeição na qual se funda o conceito de contingência é necessária e intransponível para o entendimento humano. -/- O primeiro passo será estabelecido a partir da prova de que a categorização temporal, da qual a contingência é uma das formas , tem por fundamento o estatuto ontológico peculiar das coisas sobre as quais ela incide, a saber, sobre o estatuto modal (não-substancial) das coisas singulares, unicamente no qual é possível distinguir entre a essência e a existência. O segundo passo consistirá em mostrar que a categorização temporal é uma forma necessária do conhecimento que o homem tem do mundo na medida em que ela é uma das atividades constitutiva s da unidade numérica da alma humana, ou seja, uma das atividades pelas quais a alma humana existe em ato na duração. (shrink)
Ce texte propose une justification de la critique que Spinoza adresse à Descartes, par l’intermédiaire de Louis Meyer, dans la Préface des Principes de la Philosophie de Descartes ; plus particulièrement, il s’agit de reconstruire ses raisons pour affirmer qu’il n’a pas été prouvé, dans la Seconde Méditation, que la chose qui est désignée par le terme ‘je’ puisse être une substance. L’argument qui doit soutenir cette affirma- tion peut être schématisé de la façon suivante : Descartes ne peut introduire (...) un indice temporel dans la certitude de la proposition Je suis, j’existe que s’il accepte que la compréhension de cette proposition enveloppe la possibilité de l’existence d’autres choses pensantes finies, ce qui contredit l’unes des conditions de la conception d’une chose comme substance, telles que lui-même les a définies dans l’article 60 de la première partie des Principes de la Philosophie. (shrink)
Este artigo apresenta a maneira pela qual atualmente compreendo um dos pontos mais controverso: da doutrina cartesiana, a saber, sua concepção de liberdade. Meu interesse nas concepções cartesianas de vontade e de liberdade é exclusivamente epistêmico, e não prático; ou melhor, trata-se de pensar esses conceitos, bem como sua relação a partir do ponto de vista estrito do problema do conhecimento, embora - aparentemente - o próprio Descartes não acreditasse que tal separação fosse possível. Através da análise das relações entre (...) entendimento, vontade e liberdade, procuro mostrar que a razão que leva Descartes a enfatizar a distinção entre antes e durante o momento da decisão da vontade na carta de 9 de fevereiro de 1645 ao Padre Mesland reside precisamente na consideração de que a concepção da liberdade humana deve associar às condições de aplicação do conceito formal de liberdade as condições específicas de seu exercício no caso do espírito humano, enquanto substância finita criada inserida na temporalidade. A análise das condições do exercício da liberdade humana, por sua vez, pode explicar a introdução de um tipo peculiar de necessidade epistêmica associada à percepção de conteúdos fictícios e que gera o problema do qual trata a Quinta Meditação, e cujo exame conduziu-me a investigar concepção cartesiana de liberdade. (shrink)
O artigo apresenta uma concepção do fluxo de consciência a partir de um modelo de naturalização da consciência de base metafísica não-materialista, inspirado na filosofia de Espinosa. Procura-se responder à questão colocada por Arthur Prior, em seu artigo ?Thank Goodness That?s Over? , acerca do caráter problemático do significado de um certo tipo de proposições indexadas temporalmente no quadro de teorias que recusam a realidade do tempo. Para tanto, defende-se a hipótese de que essas proposições são irredutíveis a proposições não (...) temporalizadas, seu sentido sendo determinado pelo caráter adverbial dos indexadores temporais e pela função de expressar estados subjetivos referencialmente opacos . Essa função, por sua vez, seria determinante para a constituição do mental enquanto tal e para a realidade do domínio prático. // The article proposes a conception of the flow of consciousness based on a non-materialistic metaphysical model of naturalization of consciousness, inspired in Spinoza's philosophy. I will try to answer Arthur Prior’s question (Thank Goodness That's Over, 1959) concerning the problematic character of the meaning of a certain type of propositions containing temporal indexes for the theories that refuse the reality of time. My hypothesis is that those propositions cannot be reduced to tenseless ones since their meaning is determined by the adverbial character of the temporal indexes and since they express subjective referentially opaque states (that are taken to be close to the Spinozistic concept of affection). I will also show that their function is crucial for the constitution of the mental and for the reality of the practical domain. (shrink)
Este artigo tem como objetivo apresentar as principais abordagens em que a psicologia social clássica norte-americana teorizou sobre o preconceito racial, o racismo e o antirracismo e, a partir delas, trazer os estudos críticos da branquitude como possibilidades para superar os limites identificados nessa corrente, que ora apresenta um indivíduo fora da estrutura, ora a estrutura sem indivíduos. Para isto, neste artigo definimos três abordagens propostas pela psicologia social norte-americana: teste de associação implícita (Greenwald & Banaji 2013); teoria do contato (...) intergrupal e racismo aversivo (Pettigrew 1997, Gaertner & Dovidio, 1986); e emoções específicas (Leach et al., 2002). A partir daí mostramos como os estudos críticos da branquitude se apresentam como uma síntese entre essas duas posições opostas, que oscilam entre o indivíduo e a estrutura. Nesta perspectiva, a estrutura se manifesta na própria experiência subjetiva do indivíduo, que se torna capaz de identificá-la em seu próprio campo experiencial. (shrink)
A tese de que o conceito espinosista de ideia de afecção, introduzido na Ética, expressa o sentido mais preciso do que seja, para o autor, o conceito de ideia da imaginação. Este texto pretende problematizar essa leitura, procurando fornecer subsídios para a hipótese de que ela não é nem inequivocamente corroborada pelo texto da Ética, nem exigida pela doutrina aí apresentada. -/- It is widely accepted by scholars that Spinoza’s concept of idea of affection, introduced in the Ethics, states his (...) notion of the idea of imagination. In this paper I address this reading, claiming that it is not either unequivocally corroborated by the text of the Ethics, or required by the doctrine developed there. (shrink)
TUCÍDIDES: GUERRA DO PELOPONESO E A BUSCA DA OBJETIVIDADE1 TUCÍDIDES: PELOPONNESE WAR AND THE SEARCH OF OBJECTIVITY Emanuel Isaque Cordeiro da Silva2 IFPE - Belo Jardim 1 CONTEXTO HISTÓRICO: GUERRA DE PELOPONESO Os gregos liderados por Atenas e Esparta venceram os persas na batalha naval, em Salamina (480 a.C.), e terrestre, em Plateia (479 a.C.), expulsando-os definitivamente da sua terra. Nos anos seguintes, Atenas consolidou seu poder sobre outras cidades, especialmente nas ilhas do Mar Jônico, formando a Confederação de Delos. (...) Ressentindo-se com a ascensão da rival, Esparta começou a bloquear o desenvolvimento do império ateniense. Temístocles,3 que assumiu papel preponderante nas guerras persas, começou a alertar a seus compatriotas das intenções da grande cidade do Peloponeso. Não obstante, foi derrubada por uma oligarquia, sendo exilado em seguida. Surgiu, então, uma nova liderança do partido democrático, Péricles, que, em 441 a.C., assumiu o governo de Atenas. 4 TUCÍDIDES nasceu, por volta de 465 a 460 a.C., em data incerta, em Halinute, 5 próximo de Atenas, descendente de rica família ateniense, sendo filho de Oberós. Sofreu muito com a grave epidemia de 430 a 427 a.C., na qual faleceu Péricles, mas a ela sobreviveu. Em 424 a.C., era comandante naval das tropas ateniense na Trácia, estacionada na ilha de Samos, mas não conseguiu impedir que o comandante espartano Brasidas ocupasse Anfípolis, cidade de grande importância para o fornecimento de trigo para Atenas, razão pela 6 qual foi exilado no mesmo ano.7 Depois de vinte anos, com o fim da guerra de Peloponeso, pôde retornar do ostracismo, falecendo em 400 a.C., sem ter terminado a sua obra História da Guerra do Peloponeso. Foi educado e influenciado pelas personalidades mais ilustres de Atenas, como Péricles e pelos sofistas, tendo ainda convivido com Eurípedes. Existia narração de encontro seu, ainda adolescente, com HERÔDOTOS, historiador da guerra com os persas e já 8 conhecido em sua época. Este lia trechos de sua História, por ocasião de concurso literário, durante a realização de Jogos Olímpicos, tendo TUCÍDIDES chegado às lágrimas, ao ouvir as narrativas, demonstrando seu pendor para a história.9 O autor escolheu como tema de sua obra a Guerra do Peloponeso, por ele considerada a mais importante até então, como expunha no início de sua obra: “1. O ateniense Tucídides escreveu a história da guerra entre os peloponesos e os atenienses, começando desde os primeiros sinais, na expectativa de que ela seria grande e mais importante que todas as anteriores, pois viu que ambas as partes estavam preparadas em todos os sentidos; além disto, observava os demais helenos aderindo a um lado ou ao outro, uns imediatamente, os restantes pensando em fazê-lo. Com efeito, tratava-se do maior movimento jamais realizado pelos helenos, estendendo-se também a alguns povos bárbaros, bem dizer à maior parte da humanidade”. 10 As relações entre Atenas e Esparta continuaram tensas, principalmente depois que aquela, ignorando essa, levantou uma nova e extensa muralha em sua volta, com a desculpa de precisar de defesa contra os persas. A Confederação de Delos, ao longo dos anos, serviu apenas para fortalecer seu poder marítimo e embelezar a cidade, que tinha sido destruída pelos persas. As cidades-estados que integravam a Confederação como aliadas passaram logo à condição de súditas, perdendo a liberdade. O estopim para a guerra foi a ajuda que os atenienses deram a Córcira, contra sua metrópole, Corinto, aliada dos espartanos, em 431 a.C. No começo, com a força de Atenas, na frota marítima, e de sua rival, com suas falanges, houve apenas incursões periódicas. Contudo, a grande peste de 429 a.C., que levou Péricles, bem como as desastrosas campanhas contra Siracura, na Sicília, em 415 a.C., cidade dória, que fornecia trigo para Esparta, enfraqueceu os atenienses. Logo seus aliados começaram a se revoltar e os espartanos levaram a guerra para a Ática, fazendo com que Atenas capitulasse em 404 a.C., sendo destruída suas muralhas e sua frota naval. O esforço de guerra foi tão grande que todo o mundo grego se enfraqueceu, permitindo que a Macedônia dominasse toda a Grécia, em 338 a.C. A única obra de TUCÍDIDES foi marcada pela objetividade e busca da verdade, evitando as fábulas e as lendas. A História da Guerra do Peloponeso compunha-se de cinco partes: a primeira, o Livro I, tratava da importância dessa guerra e do método histórico do autor; a segunda, os Livros II, III, IV e parte do V, versava sobre a chamada Guerra dos Dez Anos; a terceira, fim do Livro V, descrevia a paz precária; a quarta, Livros VI e VII, cobria a guerra na Sicília; e a quinta, Livro VIII, tratava da chamada Guerra de Decêleia e da operação na Ásia Menor. Faleceu antes de terminar sua obra, deixando-a inacabada, em 400 a.C. Não podia deixar de haver comparações entre as obras de TUCÍDIDES e HERÔDOTOS, pois enquanto este escreveu sobre amplo tema envolvendo várias regiões, povos e época, aquele restringiu seu assunto à Guerra de Peloponeso. O método de 11 TUCÍDIDES foi mais neutro e racional, sendo considerado mais objetivo do que o do outro, pois escrevia apenas com base no conhecimento pessoal ou em informações cuidadosamente verificadas. A exatidão e a objetividade levaram-no a ser considerado um dos maiores historiadores da Antiguidade e, até hoje, admirado pela precisão e pesquisa empreendida. 2 TUCÍDIDES E O MÉTODO: A BUSCA DA OBJETIVIDADE A obra de TUCÍDIDES tem fundamentação teórica no racionalismo de Anaxágora e 12 na visão crítica dos sofistas. Estava voltado para o rigor de exatidão, tanto nos fatos históricos, como na apreciação dos homens e nas descrições do espaço geográfico. Existia em sua obra um método, voltado para a aferição da verdade e a imparcialidade de julgamento, excluindo os mitos e as lendas. O autor procurou, inicialmente, separar seu método do utilizado por HERÔDOTOS ao denunciar que “20 [...] Os homens, na verdade, aceitam uns dos outros relatos de segunda mão dos eventos passados, negligenciando pô-los à prova ainda que tais eventos se relacionem com sua própria terra. [...] A tal ponto chegou a aversão de certos homens pela pesquisa meticulosa da verdade e tão grande é a predisposição para valer-se apenas do que está ao alcance da mão”.14 TUCÍDIDES procurou elaborar sua análise das ações históricas, como a movimentação de tropas e os combates, as matérias relativas à opinião pública, as discussões dos dirigentes sobre a estratégia adequada ou o confronto entre as delegações diplomáticas. Procurou, então, explicar a complexidade da situação política e a dificuldade de se escolher a opção adequada. Para ele, o conflito era permanente entre as soluções adequadas aos problemas apresentados, com base na influência sofista. O método utilizado significava exprimir a complexidade da situação e a dificuldade de escolha, dentro de um mesmo contexto. A discussão contraditória entre os oponentes representava as opções extremadas das soluções de problemas.15 Para Jackeline de Romilly, o método utilizado foi o da antiloquia, que consistia em opor discursos. Essa autora indicava que a metodologia de TUCÍDIDES estava perfeitamente exemplificada, nos dois discursos pronunciados em Camerina, por Heróncrates e pelo ateniense Eufemos, no Livro VI (§§ 75 a 87). Usava a prática jurídica, pois entre os gregos havia o hábito de sempre se ouvir duas teorias adversas, apresentadas como o maior vigor possível, de modo que da relação entre os dois discursos pudesse sair a verdade.16 Coube a TUCÍDIDES, ainda, a paternidade da investigação do passado, em um trabalho quase de arqueologia, ainda que ele não se tivesse preocupado em fazer escavações. Não obstante, trouxe para a história novas provas e informações. O autor afirmava, então, que: “22. [...] O empenho em apurar os fatos se constitui numa tarefa laboriosa, pois as testemunhas oculares de vários eventos nem sempre faziam os mesmos relatos a respeito das mesmas coisas, mas variavam de acordo com suas simpatias por um lado ou pelo outro, ou de acordo com sua memória. Pode acontecer que a ausência do fabuloso em minha narrativa pareça menos agradável ao ouvido, mas quem quer que deseje ter uma ideia clara tanto dos eventos ocorridos quanto daqueles que algum dia voltarão a ocorrer em circunstâncias idênticas ou semelhante em consequência de seu conteúdo humano, julgará minha história útil e isto me bastará. Na verdade, ela foi feita para ser patrimônio sempre útil, e não uma composição a ser ouvida no momento da competição por algum prêmio”. 17 A obra de TUCÍDIDES tinha seus problemas, pois às vezes era lenta e cansativa, sem a graça e a criatividade de HERÔDOTOS, mas a objetividade obtida representava um marco na análise histórica e política da humanidade. Precedera em dois mil anos a própria criação da ciência, podendo dizer que sua pesquisa tinha rigor científico e busca da verdade. Por outro lado, várias de suas antilogias foram criadas pelo autor, a partir de informações orais, com o uso da contradição, mas sem chegar exatamente a uma síntese, apenas informando as posições contrárias, sem qualquer opção pessoal. Notas: 1 In. COSTA, N. N. Ciência Política. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012. p. 68-74. 2 Tecnólogo em agropecuária pelo Instituto Federal de Pernambuco campus Belo Jardim. Normalista pela Escola Frei Cassiano Comacchio. Pesquisador assíduo de assuntos com cunho filosófico, com ênfase em política. 3 “Temístocles, general e político ateniense (Atenas, c. 525 – Magnésia do Menandro, c. 460 a.C.). Chefe do partido democrático, havia aconselhado osateniensesa voltarem todasas suasatividades paraaexpansão marítima, encontrado neste ponto a oposição de Aristides, chefe do partido aristocrático. Tendo obtido a condenação deste ao ostracismo, Temístocles fez construir o porto de Pireu e equipou excelente frota. Ao ser invadidaa Grécia por Xerxes, obrigou os persas a aceitar um combate naval, antes que o exército grego se retirasse para o Peloponeso, daí resultando a vitória de Salamina (480). Apesar da oposição de Esparta, rival de Atenas, Temístocles fez reconstruir as muralhas de Atenas, fortificou a parte de Pireu e de Muníquia. Contado, em decorrência das intrigas de Esparta, foiacusado de peculato e condenado ao ostracismo (471)” (KOOGAN/HOUAISS. Enciclopédia e Dicionário Ilustrado, op. cit., p. 1558). 4 Vide nota 7 do capítulo II, Herôdotos. 5 “Tucídides em gr. Thoukidídes, historiador grego (Atenas c. 465 – 395 a.C.). Eleito estratego em 424 a.C., foi encarregado da defesa do litoral da Trácia durante a Guerra do Peloponeso. Derrotado, viu-se forçado a partir para o exílio e só regressou à sua pátria por volta de 404 a.C. No exílio começou aescrever (431 a.C.) suas Histórias da Guerra do Peloponeso, que não chegou a terminar e que é uma profundareflexão políticasobrea natureza do poder indo em busca das causas profundas dosacontecimentos. O desenvolvimento do conflito éaí narrado em estilo simples e direto, por vezes entremeados de trechos de grande força emotiva, como o discurso de Péricles sobre atenienses mortos na guerra. Além de ter sido o compilador de um relato concreto dos acontecimentos. Túcides é considerado o primeiro historiador a adotar uma postura críticaem relação aeles” (Grande Enciclopédia Larousse Cultural, op. cit., vol. 23, p. 5734). 6 “104. [...] E mandaram um mensageiro ao outro comandante para o território fronteiro à Trácia; ele era Tucídides filho de Oloros, o autor desta História, na época estacionado em Tasos, ilha situada a aproximadamente meio-dia de viagem por mar de Anfípolis e colônia de Paros, e lhe pediam para socorrê-los. Recebendo a mensagem, ele partiu imediatamente com sete naus que se encontravam lá, pois queriam chegar o mais depressa possível, principalmente para socorrer Anfípolis antes dela render-se, ou, se isto não fosse possível para ocupar Êion. 105. Nesse ínterim Brasidas, temendo a vinda dos de Tasos, e tendo ouvido dizer que Tucídides, um detentor dos direitos de exploração das minas de ouro naquela parte da Trácia, exercendo por isso grande influência sobre os homens mais importantes do continente, apressou-se em capturar a cidade” (TUCÍDIDES. A Guerra do Peloponeso. 3ª ed. Brasília: Universidade de Brasília, 1987, pp. 228-9). 7 “26. [...] Vivi a guerra inteira, tendo umaidade que me permitiaformar meu próprio juízo, e segui-aatentamente, de modo a obter informações precisas. Atingiu-me também uma condenação ao exílio que me manteve longe de minha terra por vinte anos após meu período de comando em Anfípolis e, diante de minhafamiliaridade com asatividades de ambos os lados, especialmente aquelas do Peloponeso em consequência de meu banimento, graças ao meu ócio pude acompanhar melhor o curso dos acontecimentos” (TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso, op. cit., p. 255). 8 Vide nota 12 do capítulo II, Herôdotos. 9 KURY, Mário Gama (Introdução. In: TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso, op. cit., p. 13) cita com referência dos fatos a obra de Marcelino, que escreveu a Vida de Tucídides, na época do imperador bizantino Justiniano. 10 TUCÍDIDES. A Guerra do Peloponeso, op. cit., p. 19. 11 “Tucídides começou do ponto em que Herôdotos deixou a narração – o termo de Guerra Persa. [...] Herôdotos escrevia com o fito de entreter o leitor culto; Tucídides escreve visando fornecer informaçõesaos futuros historiadores e orientar com a experiência do passado aos futuros estadistas. Herôdotos narra em estilo solto e fluente, inspirado talvez pelo modo dos poemas de Homero; Tucídides, como alguém que tinha ouvido filósofos, oradores e dramaturgos, escreve em estilo frequentemente complicado e obscuro. [...] Herôdotos abrangia os mais remotos lugares, e as mais variadas épocas; Tucídides força a sua história numa severa moldura cronológica de estações e anos sacrificando a continuidade da narrativa. Herôdotos escrevia mais à luz das personalidades do que dos processos, sentindo que estes se operam através daqueles; Tucídides, [...] inclina-se mais para o relato impessoal e para a consideração das causas, desenvolvimentos e resultado. Herôdotos descrevia acontecimentos remotos, a ele narrados, na maioria das vezes, de segunda e terceira mão; Tucídides com frequênciase exprime baseado na própriatestemunha, no de quem informa ou em documentos originais, em vários trechos reproduz os documentos citados” (DURANT, Will. A História da Civilização. nossa herança clássica, op. cit., vol. II, p. 341). 12 Vide nota 8 do capítulo II, Herôdotos. 13 “Os primeiros desses novos humanistas, os Sofistas, salientaram-se no tempo da grande eclosão do individualismo que se referem às Guerras Persas e da difusão da democracia por todo o mundo grego e os sofistas consideravam perda de tempo a busca de uma vaga e fugitiva verdade a respeito do universo. Achavam muito melhor estudar o problema, bem mais prático, do homem e da sociedade. Como mestres, sua finalidade ideal era preparar jovens para assumirem sua responsabilidade de cidadão” (SAVELLE, Max (coord.), História da Civilização Mundial: as primeiras culturas humanas, op. cit., vol. I, p. 203). 14 TUCÍDIDES. História de Guerra do Peloponeso, op. cit., p. 27. 15 CHÂTELLET, François. Tucídides: a guerra do peloponeso. In: CHÂTELLET, François, DUHAMEL, Olivier, e PISIER, Evelyne. Dicionário de Obras Políticas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993, p. 1.221. 16 “Os Gregos sempre viram no princípio daantilogiaa própria condição dasabedoriae da compreensão. A antilogiaé a deliberação” (ROMILLY, Jackeline de. História e Razão em Tucídides. Brasília: Universidade de Brasília, 1998, p. 143). 17 TUCÍDIDES. História da Guerra de Peloponeso, Livro Primeiro, op. cit., p. 28. (shrink)
O Primeiro Império Persa (550-330 a.C.) representava a maior e a mais populosa organização política até então erguida. A crise e a dissensão provocada pelo militarismo agressivo dos assírios permitiram que esse Império pudesse dominar a Ásia Central. A ocupação de toda Anatólia fez com que os gregos habitantes do litoral fossem submetidos aos persas, quebrando-lhes a autonomia política. Não obstante, não se submeteram facilmente revoltando-se sob a liderança de Mileto e pedindo aos outros gregos que os ajudasse. Logo, em (...) 499 a.C., o Imperador Dario (m. Egito, 486 a.C.) dominou a revolta. Concluiu, então, que 2 deveria invadir a própria Grécia continental, por meio da Trácia. As cidades gregas foram sendo conquistadas pelos persas uma a uma, mas, na planície de Maratona, em 490 a.C., os atenienses surpreenderam e derrotaram os adversários, praticamente sozinhos. -/- O filho de Dario, Xerxes (c. 519 – Persépolis, 465 a.C.), dez anos depois da famosa batalha, 3 começou um novo ataque, invadindo a Grécia. Os espartanos concordaram em enviar um exército para manter o desfiladeiro de Termópilas, enquanto a frota ateniense enfrentava os persas no mar. Liderado pelo Rei Leônidas (m. Termópolis, 480 a.C.), trezentos filhos de Esparta enfrentaram uma multidão e só foram derrotados pelo ardil de um traidor. Vencido o obstáculo, o grande rei persa marchou para Atenas, tomando-a e saqueando-a. Não obstante, na batalha naval de Salamina, em 480 a.C., a força naval dos atenienses conseguiu indiscutível vitória, o que forçou os invasores a recuarem da Grécia Continental. HERÔDOTOS4 nasceu em Halicarnasso, cidade grega da Ásia Menor, em 484-479 a.C., em uma família envolvida com a política, por conta da qual foi exilado com a idade de trinta e dois anos. Daí, deu início às várias viagens, que lhe serviram de pano de fundo para sua obra História. Foi, primeiro, para a Fenícia e, dela para o Egito, onde chegou até a ilha de 5 Elefantina, pelo rio Nilo. Depois seguiu para Cirene, na Líbia. Em seguida, foi até Susa, no coração do Império Persa. Rumou ao Norte, para as cidades gregas do Mar Negro. De suas viagens, pesquisas e diálogos, ele criou sua fascinante obra História, que também recebera a influência da obra de Hecateu e outras anteriores. Em 447 a.C., fixou residência em Atenas, 6 onde lia publicamente trechos de seus livros. De tal modo agradou aos atenienses, elevando seus homens na guerra contra os persas, que lhe recompensaram com doze talentos, uma soma hoje que daria para comprar um bom modelo da Mercedes Benz.7 HERÔDOTOS, durante o seu período em Atenas, conviveu com Péricles (495-415 a.C.), 8 por quem demonstrou admiração em História, Anaxágora (500-428 a.C.), grande filósofo 9 pré-socrático, e SÓFOCLES (496/4-406 a.C.). Durante 464 e 496 a.C., foram enviados 10 colonos atenienses à Itália, para fundar uma nova cidade, Túria, na costa do Golfo de Tarento, no local onde existia Síboris, destruída por sua vizinha Crotara. Ele se juntou aos colonos e tornou-se cidadão local, que teve a constituição elaborada por Protágoras de Ábdera,11 resultando na existência de ideias com influência sofista. HERÔDOTOS viveu em Túria, 12 por vinte anos, e lá morreu, em 420 a.C. (shrink)
O artigo tem por objetivo mostrar que, ao contrário do que muitos parecem ainda acreditar, a filosofia aristotélica reconhece a possibilidade de um conflito prático genuíno entre a busca do bem individual e a busca do bem da comunidade política por parte de um mesmo indivíduo. As conclusões alcançadas são puramente negativas. Este artigo terá cumprido o seu objetivo se contribuir para despertar no leitor o reconhecimento do problema e da necessidade de investigações ulteriores.
This article offers an account of the philosophy of language expounded in the Cogitata de interpretatione (1692) of the Dutch philosopher Johannes De Raey (1620-1702). In this work, De Raey provided a theory of the formation and meaning language based on the metaphysics of René Descartes. De Raey distinguished between words signifying passions and sensations, ideas of the intellect, or external things. The aim of this article is to shift away the discussion of De Raey’s critique on the application of (...) the language of practical matters by Lodewijk Meijer and Spinoza, and to redirect modern interpretations to the originality of De Raey’s own reflections on the uses of language. In his linguistic thought, De Raey criticized philosophers such as Hobbes, who supposedly deprived Aristotelian terminology of any reference and meaningful use. The analysis of De Raey testifies to the emergence of the philosophy of language out of the double traditions of logic and metaphysics. It is to be interpreted as an effect of the emergence of an alternative worldview to Aristotelianism. This called for an update of the semantic catalogue of philosophy and practical disciplines. (shrink)
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