This paper discusses the possibility of an absolute vacuum - a space without any substance. The motivation of this study is the contrast between most philosophers, up to Descartes, who stated that a vacuum was impossible, and the 17th century change of outlook, when the possibility and effective existence of the vacuum was accepted after the experiments of Torricelli and Pascal. This article attempts to show that, contrary to the received opinion, the acceptance of an ether is preferable to the (...) acceptance of a vacuum for several reasons. First: it is impossible to provide an empirical proof of the non-existence of the ether; second, an absolute vacuum is unthinkable; third, the ether concept is useful for the understanding of physical phaenomena; and fourth, the hypothesis of an ether in apparently void spaces is useful for the future development of science. The paper also endeavours to show that no recent advance of science changed those conclusions and that no future development can change them. (shrink)
O desempenho das empresas tem sido estudado sob diferentes perspectivas teóricas, que, em geral a utilizam indicadores econômico-financeiros. Essa abordagem sofre constantes críticas por não contemplar aspectos estratégicos, que podem fornecer informações acerca de vantagem competitiva obtida pela empresa. Fatores macroeconômicos também tendem a impactar de maneira indireta os diferentes setores. Além disso, os setores sofrem esses impactos macroeconômicos conforme o nível de exposição deste às oscilações macroeconômicas. Assim este trabalho buscou analisar como as dimensões de desempenho se relacionam com (...) retorno, para cada setor da bolsa de valores. Para a análise, utilizou-se a modelagem de equações estruturais a partir do software Smart-PLS. Foram utilizados dados do Economática para 82 empresas listadas em 6 setores da B3 no período entre 2011 e 2018. Os resultados indicam que diferentes indicadores compõe os construtos para cada setor analisado, indicando que o retorno tem associações diferentes em cada setor. O construto econômico-financeiro apresenta uma relação positiva na explicação dos retornos para os diferentes setores. Já o construto estratégico relacionou-se positivamente apenas no setor de Materiais Básicos. A dimensão macroeconômica apresentou resultados que evidenciam uma relação negativa com os retornos no período analisado. Assim pode-se apontar que o retorno de cada setor é explicado por diferentes informações, sugerindo que o investidor deve observar critérios específicos de cada setor. Os indicadores macroeconômicos foram similares para os setores analisados, contudo o impacto significativo não pode ser verificado para todos os setores, indicando que existem níveis de exposição diferentes para os setores. Ainda, foram evidenciados tanto efeitos diretos quanto indiretos dos indicadores macroeconômicos sobre o retorno. (shrink)
This paper studies Lamarck's scientific method both from the point of view of his methodological discourse and according to his scientific praxis. Lamarck's methodology is compared to Condillac's as well as to that of the idéologues - a group in which Lamarck is usually included. The analysis of this paper shows that Lamarck's methodological discourse is very similar to Condillac's, but his scientific praxis does not follow this view. Instead of following an empiricist approach, Lamarck's work is grounded upon general (...) metaphysical principles concerning nature. Thus, from the ideologues's point of view, Lamarck's work should have been rejected -and that is what really happened - as being a mere metaphysical system grupo no qual se costuma incluir o próprio Lamarck. Mostra-se que o discurso metodológico de Lamarck assemelha-se ao dos ideólogos; no entanto, sua prática científica não se coaduna com esse enfoque. Em vez de seguir uma abordagem empirista, a obra de Lamarck se fundamenta em princípios metafísicos gerais sobre a natureza. Sob o ponto de vista dos ideólogos, seu trabalho deveria ser rejeitado - o que de fato ocorreu - como um mero sistema metafísico - no sentido pejorativo utilizado pelos seguidores de Condillac. No entanto, o presente artigo argumenta que esse é justamente um importante e inovador aspecto da obra de Lamarck, que permitiu a eclosão do evolucionismo moderno. (shrink)
We describe the rationale for an application ontology covering the domain of human body fluids that is designed to facilitate representation, reuse, sharing and integration of diagnostic, physiological, and biochemical data, We briefly review the Blood Ontology (BLO), Saliva Ontology (SALO) and Kidney and Urinary Pathway Ontology (KUPO) initiatives. We discuss the methods employed in each, and address the project of using them as starting point for a unified body fluids ontology resource. We conclude with a description of how the (...) body fluids ontology initiative may provide support to basic and translational science. (shrink)
This is the first record of nesting in the soil by the ant Camponotus sericeiventris (Guérin-Méneville, 1838), which has arboreal habit. The study was conducted in southeastern Brazil, in an ant colony located in a subterranean site. This study describes, for the first time, the ability of this arboreal species to vary its nesting site by the occupation of an unusual place in an urban environment; and this study demonstrates that this species is an interesting model for studies in urban (...) environments. (shrink)
In Posterior Analytics II 16-17, Aristotle seems to claim that there cannot be more than one explanans of the same scientific explanandum. However, this seems to be true only for “primary-universal” demonstrations, in which the major term belongs to the minor “in itself” and the middle term is coextensive with the extremes. If so, several explananda we would like to admit as truly scientific would be out of the scope of an Aristotelian science. The secondary literature has identified a second (...) problem in II 16-17: the middle term of a demonstration is sometimes taken as the definition of the minor term (the subject), other times as the definition (or the causal part of the definition) of the major (the demonstrable attribute). I shall argue that Aristotle’s solution to the first problem involves showing that certain problematic attributes, which appear to admit more than one explanation, actually fall into the privileged scenario of primary-universal demonstrations. In addition, his solution suggests a conciliatory way-out to our second problem (or so I shall argue): the existence of an attribute as a definable unity depends on its subject having the essence it has, which suggests that both the essence of subjects and the essence of demonstrable attributes can play explanatory roles in demonstrations. (shrink)
Este artigo apresenta algumas reflexõesacerca da concepção habermasiana demundo da vida, seguindo sua apropriação críticados conceitos de Lebenswelt em Husserl e Lebensformem Wittgenstein, de forma a mostrarem que medida Habermas dá conta da fundamentaçãonormativa de uma teoria crítica da sociedade.
Aristotle's theory of demonstration, developed in the Posterior Analytics, is not restricted to determining the formal requirements for formulating probative arguments that establish properly the results of scientific investigation. To the probative aspect of demonstration it shall be added its primarily explanatory character, orientated by theses of strong ontological and metaphysical content and involving notions like substance, essence and causation. We shall analyze the relation between those two ranges of Aristotle's philosophy of science and investigate how the formal features of (...) demonstration maintain an affinity with the metaphysical background to which scientific activity is conditioned. (shrink)
Trata-se de revisitar o debate Rawls-Habermas,em particular, o problema da autonomia política à luz da apropriação que estes autores nos oferecem do procedimentalismo kantiano.Tanto John Rawls quanto Jürgen Habermas, em suas respectivas concepções de "cultura política" e "esfera pública," partem de uma equivocada atribuição de um fundacionalismo moral em Kant de forma a preservar o princípio normativo de universalizabilidade capaz de assegurar a estabilidade de uma "sociedade bem ordenada" e balizar o procedimentalismo democrático enquanto alternativa para os modelos liberais e (...) republicanos. (shrink)
Este artigo procura examinar em que medida a filosofia moral de Kierkegaard se apóia na crítica kantiana da razão dialética. Mostra-se que a rejeição kantiana da prova ontológica da existência de Deus significa um afastamento da incerteza objetiva em direção à certeza prática, enquanto a dialética kierkegaardiana da existência permite que a verdade seja tomada como sendo tanto pessoal quanto objetiva. Se a concepção kierkegaardiana de existência não pode ser separada do Paradoxo Absoluto ou se nem sequer pressupõe a revelação (...) divina parece guiar uma pré-compreensão da oposição luterana entre fé e razão que persiste nas concepções de natureza humana em Kant e Kierkegaard, com relação ao Todo-Outro. (shrink)
Trata-se de mostrar em que sentido a metaforicidade é inerente à desconstrução de Jacques Derrida e logra articular conceito e metáfora no discurso filosófico, sem reduzir um ao outro, viabilizando uma discursividade sobre a alteridade, como altemativa à dialética hegeliana e sua semiologia de Aufhebung. assim como à própria desconstrução heideggeriana. Mostra-se ainda, à luz da desmitologização empreendida por John Caputo, que a desconstrução derridiana na verdade radicaliza e efetiva a hermenêutica heideggeriana da facticidade.
O objetivo deste artigo é analisar os usos que Werner Heisenberg fez da filosofia grega em sua obra. Pretende-se relacionar tais usos não apenas com a argumentação interna presente nos textos do físico alemão, mas também com o contexto histórico, conflitos e debates entre as diversas interpretações da teoria dos quanta durante a primeira metade do século XX. Faremos, inicialmente, uma apresentação geral da teoria quântica e da presença da filosofia na obra de Heisenberg e, em seguida, um estudo de (...) caso da apropriação que Heisenberg fez do pensamento de Leucipo, Demócrito, Heráclito, Platão e Aristóteles. (shrink)
Cet article s’intéresse aux injustices épistémiques à l’œuvre dans le milieu médical et en particulier dans la pratique du diagnostic. Il s’inscrit dans la continuité des discussions philosophiques liées aux injustices épistémiques, et résonne en particulier avec le travail de Miranda Fricker sur l’injustice herméneutique1. Le but principal est de montrer que l’accès au diagnostic est un enjeu de justice épistémique. Les critiques de la médicalisation dénoncent depuis longtemps des torts épistémiques causés par le milieu médical – par exemple la (...) pathologisation liée au diagnostic. Tout en reconnaissant ces dangers, nous montrons, à travers une analyse de témoignages et de contenus produits par des personnes diagnostiquées de différentes conditions, que des bénéfices épistémiques peuvent aussi découler d’un diagnostic. Ainsi, nous proposons de distinguer entre bienfait thérapeutique et bienfait herméneutique du diagnostic. Ensuite, nous défendons que certains déficits de diagnostics constituent des injustices herméneutiques structurelles. Nous avançons finalement l’idée qu’une approche reconnaissant et valorisant les bienfaits épistémiques du diagnostic peut avoir un impact positif sur nos pratiques médicales, et peut également jeter un éclairage nouveau, plus charitable, sur les pratiques d’autodiagnostic. (shrink)
In this paper, I argue that Plotinus does not limit the sphere of free human agency simply to intellectual contemplation, but rather extends it all the way to human praxis. Plotinus’s goal in the first six chapters of Ennead 6.8 is, accordingly, to demarcate the space of freedom within human practical actions. He ultimately concludes that our external actions are free whenever they actualize, in unhindered fashion, the moral principles derived from intellectual contemplation. This raises the question of how the (...) freedom of practical actions might relate to the freedom of intellectual contemplation. After considering two previously offered models—a model of double activity, and an Aristotelian model of practical syllogism—I offer a third alternative, namely a model of moral attunement, according to which our rational desires assume a kind of ‘care of the soul’ through active supervision. Practical life is thus imbued with freedom to the extent that the soul supervises its actions to conform to its will and choice of the good. (shrink)
In this paper, I explore two possible readings of Republic IV, 439c2-d8, and of Plato’s claim that the just soul is governed by its rational element. My aim is to argue against a “desiderative” interpretation of the passage, according to which the motivational strength of rational desires depends on a set of desires given in advance and produced independently of reason. As an alternative, I advance a “cognitivist” reading according to which the rational desires of the just soul have as (...) its ultimate source a knowledge about the nature of goodness and happiness, with its own motivational force. Finally, I argue for a reinterpretation of 439a4-b1, a passage that, at first sight, seems to contradict my analysis of 439c2-d8. (shrink)
El texto se compone de cuatro capı́tulos en los que la autora va degustando el concepto de placer desde sus formas más simples e inmediatas, hasta que pronto sorprende con gradaciones que preparan un recorrido temporal en cuyos parajes va deslindando relaciones entre el sentimiento y sensación de placer, y sus distintos modos de ser, con otros sentimientos, como la fruición, el goce, el gusto; el dolor y el miedo; la angustia, el aburrimiento, la indignación. La filósofa transeúnte continúa su (...) trayecto y entra en diálogo con pensadores/as que han trabajado desde algún ángulo el sentir del placer o que se han desenvuelto en esta materia dejando sus huellas. Son pensadores/as de distintas épocas que trabajan distintas problemáticas y que se enmarcan en la tradición; digamos que desde Platón a Luce Irigaray ya avistamos toda una paleta de timbres y colores que influyeron en la reflexión final que Valentina nos proporciona y que justamente en estos tiempos recomendamos sopesar. (shrink)
How can someone reconcile the desire to eat meat, and a tendency toward vegetarian ideals? How should we reconcile contradictory moral values? How can we aggregate different moral theories? How individual preferences can be fairly aggregated to represent a will, norm, or social decision? Conflict resolution and preference aggregation are tasks that intrigue philosophers, economists, sociologists, decision theorists, and many other scholars, being a rich interdisciplinary area for research. When trying to solve questions about moral uncertainty a meta understanding of (...) the concept of normativity can help us to develop strategies to deal with norms themselves. 2nd-order normativity, or norms about norms, is a hierarchical way to think about how to combine many different normative structures and preferences into a single coherent decision. That is what metanormativity is all about, a way to answer: what should we do when we don’t know what to do? In this study, we will review a decision-making strategy dealing with moral uncertainty, Maximization of Expected Choice-Worthiness. This strategy, proposed by William MacAskill, allows for the aggregation and inter-theoretical comparison of different normative structures, cardinal theories, and ordinal theories. In this study, we will exemplify the metanormative methods proposed by MacAskill, using has an example, a series of vegetarian dilemmas. Given the similarity to this metanormative strategy to expected utility theory, we will also show that it is possible to integrate both models to address decision-making problems in situations of empirical and moral uncertainty. We believe that this kind of ethical-mathematical formalism can be useful to help develop strategies to better aggregate moral preferences and solve conflicts. (shrink)
State of the art paper on the problem of induction: how to justify the conclusion that ‘all Fs are Gs’ from the premise that ‘all observed Fs are Gs’. The most prominent theories of contemporary philosophical literature are discussed and analysed, such as: inductivism, reliabilism, perspective of laws of nature, rationalism, falsificationism, the material theory of induction and probabilistic approaches, according to Carnap, Reichenbach and Bayesianism. In the end, we discuss the new problem of induction of Goodman, raised by the (...) grue predicate. (shrink)
-/- FILOSOFIA: CRÍTICA À METAFÍSICA -/- PHILOSOPHY: CRITICISM TO METAPHYSICS -/- Por: Emanuel Isaque Cordeiro da Silva - UFRPE Alana Thaís Mayza da Silva - CAP-UFPE RESUMO: A Metafísica (do grego: Μεταφυσική) é uma área inerente à Filosofia, dito isto, é uma esfera que compreende o mundo e os seres humanos sob uma fundamentação suprassensível da realidade, bem como goza de fundamentação ontológica e teológica para explicação dos dilemas do nosso mundo. Logo, não goza da experiência e explicação científica com (...) base na matemática, ciências, observação, análise, etc. e sim da explicação apenas teorética sem a análise empírica. Por fim, filósofos de divergentes escolas e eras da história da filosofia fundamentaram suas críticas quanto a Metafísica; e este breve trabalho tem como objetivo analisar as críticas dos filósofos e trazer uma conclusão clara e objetiva para os leitores, sejam leigos ou não. Palavras-chave: Metafísica. Crítica. Teoria. Suprassensível. Empírico. Experiência. ABSTRACT Metaphysics is an area inherent to philosophy, that is, it is a sphere that comprises the world and human beings under a supersensitive foundation of reality, as well as enjoying ontological and theological foundations for explaining the dilemmas of our world. Therefore, it does not enjoy the scientific experience and explanation based on mathematics, science, observation, analysis, etc., but only the theoretical explanation without empirical analysis. Finally, philosophers from divergent schools and eras in the history of philosophy based their criticism of Metaphysics, and this brief work aims to analyze the criticism of philosophers and bring a clear and objective conclusion to readers, whether lay or not. Keywords: Metaphysics. Criticism. Theory. Supersensitive. Empirical. Experience. INTRODUÇÃO Para uma fundamentação alicerçada na observação, análise e conclusões pragmáticas, é imprescindível aclarar o conceito de Metafísica como esfera inerente da Filosofia, bem como disciplina primordial para o currículo do Filósofo formado nas Universidades globais. Para isso, discorro acerca do conceito de Metafísica desde a alcunha aristotélica de 'Filosofia primeira', passando à análise modernista, em especial à kantiana e seu criticismo (Crítica da Metafísica é a alma desse trabalho), sob análise de autores didáticos e, por fim, sob a elucidação da esfera Metafísica mediante os dicionários de Filosofia de Japiassú e Marcondes, e de Nicola Abbagnano. No conjunto de obras aristotélicas entituladas de Metafísica, Aristóteles buscou elucidar 'o ser enquanto ser', isto é, buscar a objetividade das coisas e do mundo mediante a subjetividade e a realidade suprassensível dessas coisas. Logo, a explicação dos fenômenos que cercavam a Grécia clássica eram explicados além do alicerce das Ciências tradicionais da época (Física, Química, Biologia, etc.). Todavia, para Aristóteles, a Metafísica consiste na 'ciência primeira' no que se refere o fornecimento de um fundamento único para todas as demais ciências, ou seja, dar-lhes o objeto ao qual elas se referem e os princípios dos quais todas elas dependem. Por fim, a Metafísica implica ser uma enciclopédia das ciências um inventário completo e exaustivo de todas as ciências, em suas relações de coordenação e subordinação, nas tarefas e nos limites atribuídos a cada uma, de modo definitivo. Na modernidade, a Metafísica perde a centralidade do mundo da Filosofia, quem é o precursor de tal declínio é Immanuel Kant e seu criticismo. Tal descendência é elucidada e aclarada posteriormente no presente trabalho. A Metafísica moderna ganha uma nova interpretação, sendo alcunhada e levada por analogia à Ontologia, expressada, segundo Kant, como conceito de gnosiologia. Para Kant, Metafísica é a fonte inerente do estudo e explicação das formas alicerçadas na razão, bem como fundamento de toda realidade suprassensível que se deve basear para elucidar e aclarar o mundo moderno. Ainda segundo o filósofo, a Metafísica é a fonte de todos os princípios reais para a explicação da realidade. Sendo ela, por fim um 'sistema filosófico' alicerçado sobre uma perspectiva ontológica, teológica e/ou suprassensível da realidade. No nosso finalismo, a inerência da Metafísica à filosofia transcende a explicação de todo o universo e sua totalidade (matéria e forma como alcunha Aristóteles). Logo, na Filosofia Clássica com Platão e, especialmente em Aristóteles, o Mito passou a ser ciência e essa ciência era determinada de Metafísica. Vale salientar que a alcunha 'Metafísica' foi, primeiramente, usada por Andrônico de Rodes . Por fim, a Metafísica primordial para fundamentar as explicações necessárias para os fenômenos que se decorrera na Grécia antiga, foi perdendo centralidade ao passo da história da filosofia e, na modernidade, com Hume e Kant passa por uma grande crise, discorrida agora no trabalho. -/- DA CRÍTICA À METAFÍSICA Platão criou um sistema metafísico de explicação da realidade e do mundo que influenciou muitos pensadores e religiosos. Boa parte da história da filosofia foi composta de sistemas metafísicos. Mas, se, por um lado, o pensamento metafísico tem uma vida longa e profícua, por outro, é alvo de críticas constantes, principalmente por filósofos modernos e contemporâneos, que questionam a validade das teses metafísicas, seja porque tratam de coisas que não podem ser conhecidas, como alma, Deus e formas inteligíveis, seja porque suas conclusões são consideradas enganosas. ARISTÓTELES E A FILOSOFIA PRIMEIRA As ciências teóricas ou teoréticas são aquelas que produzem um saber universal, válido em qualquer situação, e necessário, isto é, que não pode ser de outro modo. Essas ciências estão voltadas para a contemplação da verdade. O sábio que se dedica a elas encontra um fim em si mesmo, pois o resultado de sua investigação não gera nenhum objeto exterior, como uma construção ou uma escultura, mas beneficia sua própria alma. Elas estão organizadas em Metafísica, Matemática e Física, que inclui a Psicologia ou a ciência da alma. As principais obras teoréticas escritas por Aristóteles são Física, De anima e Metafísica. Filosofia Primeira, que chegou até nós com o nome de Metafísica, também chamada muitas vezes por Aristóteles de Teologia .com a ressalva de que Teologia aqui não tem o sentido que é dado a ela contemporaneamente), é a expressão que designava a mais elevada das ciências teoréticas, diferenciando-se da chamada Filosofia Segunda, ou Física. Aristóteles abre o Livro I da Metafísica com a célebre passagem: Todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecer: uma prova disso é o prazer das sensações, pois, fora até da sua utilidade, elas nos agradam por si mesmas e, mais que todas as outras, as visuais [...l. (ARISTÓTELES, 1969). A busca pelo conhecimento encontra-se na própria natureza humana, desde o nascimento, mesmo que se manifeste em seu grau mais rudimentar. Prova disso é o conhecimento por meio das sensações ou dos sentidos, entre os quais se destaca o da visão. É o chamado conhecimento por empiria ou saber empírico, que não pode ser ensinado porque é adquirido imediata e concretamente quando percebemos as coisas sensíveis. Também há um saber que vem da técnica. O técnico é aquele que tem o conhecimento dos meios para chegar a um fim. Como ensina o historiador da Filosofia, Julián Marias, apesar de o saber técnico ser superior ao saber empírico, ambos são necessários em nossa vida: 1..l Portanto, a tékhne [técnica) é superior à empeiria; mas esta também é necessária, por exemplo, para curar, porque o médico não tem de curar o homem, e sim Sócrates, e o homem apenas de modo mediato. (MARIAS, J. 2015). O conhecimento metafísico é menos necessário em nossa vida cotidiana, mas nenhum outro lhe é superior. A Metafísica é o conhecimento pelas causas e, como vimos, o conhecimento é científico quando ele nos dá os princípios e as causas das coisas. Para Aristóteles, tudo o que existe é efeito de uma causa e ela é a responsável por esse algo ser necessariamente de um jeito e não de outro. De acordo com Aristóteles, conhecer algo é conhecer pela causa. Dessa forma, a explicação de algo ou o seu conhecimento deve sempre dizer por que algo é necessariamente de determinado modo. Sem esse tipo de explicaçào, não pode haver propriamente conhecimento. Daí se constata o caráter rigoroso da explicação científica: ela não apenas sabe que "algo é isto", mas é capaz de explicar por que algo é necessariamente isto. A definição aristotélica de Metafísica Chauí indaga em seu livro Iniciação à Filosofia a questão central do que Aristóteles entende por sua alcunha ou Metafísica. Chauí explana: Embora Aristóteles admita que para cada tipo de Ser e suas essências existe uma ciência teorética própria (física, biologia, psicologia, matemática, astronomia), ele também defende a necessidade de uma ciência geral, mais ampla, mais universal, anterior a todas essas, cujo objeto não seja esse ou aquele tipo de Ser, essa ou aquela modalidade de essência, mas o Ser em geral, a essência em geral. Essa ciência, para Aristóteles, é a Filosofia Primeira ou metafísica, que investiga o que é a essência e aquilo que faz com que haja essências particulares diferenciadas, que estuda o Ser enquanto Ser. (CHAUÍ, 2010). O objeto investigado pela Metafísica também é muito diferente do objeto conhecido pelo saber empírico ou pelo saber técnico. O saber empírico nos faz conhecer as coisas particulares, como Sócrates, o Oráculo de Delfos e a caneta esferográfica; o saber técnico nos faz conhecer as diversas técnicas, como os procedimentos médicos e a engenharia de construir templos. O que o saber metafísico, então, nos permite conhecer? Segundo Aristóteles, a Metafisica estuda o ser enquanto ser. Não considera o ser de modo particular como fazem as demais ciências — por exemplo, ao investigar Sócrates, os procedimentos médicos etc. mas busca o que é universal, o que envolve tanto Sócrates quanto os procedimentos médicos, tanto o Oráculo de Delfos quanto a arte de construir templos. Segundo Aristóteles, a Metafísica trata das causas primeiras, que são as quatro seguintes: • a causa material, que é a matéria de que é feita alguma coisa. Em uma escultura, por exemplo, a causa material pode ser o bronze ou o mármore; • a causa formal, que é a forma ou a essência das coisas. No exemplo da escultura, é a forma ou a aparência que possibilita que a reconheçamos como uma escultura (e não como um poste, por exemplo); • a causa eficiente, que é o agente que produz a coisa. Uma escultura é produzida por um artista; • a causa final, que é a razão ou a finalidade das coisas, A finalidade da escultura é o prazer estético. A Metafísica também se ocupa da substância. A substância responde pelos significados do ser. Mas o que é a substância? Trata-se de uma questão complexa no pensamento aristotélico. Aristóteles recusa-se a entender a substância como sendo a forma platónica. Ela nào é o suprassensível. Seria entao a substância o sensível individual? As coisas são matéria e forma; amatéria é o substrato da coisa (por exemplo, o mármore é a matéria da estátua). Sem sua forma, ela é apenas potencialidade, mas sem a matéria qualquer realidade sensível se desvaneceria. Assim, a matéria pode ser dita substância em sentido impróprio. A forma, por seu turno, é aquilo que determina a matéria, é a sua essência; ela é substancia em sentido próprio. Mas a matéria é também matéria enformada. As coisas sensíveis são, a um só tempo, matéria e forma. E esse composto também pode ser legitimamente chamado de substância. Aristóteles apresenta três gêneros de substâncias: • as substâncias sensíveis, que nascem, morrem e, por isso, passam por todo tipo de mudança; • as substancias sensíveis e incorruptíveis, que não passam por nenhum tipo de mudança, como os planetas e as estrelas; • a substância suprassensível, que é superior às outras duas: o Primeiro Motor Imóvel, o deus aristotélico, causa de todo movimento, mas sendo ele mesmo imóvel. (Ele precisa ser imóvel porque se ele também se movesse precisaria haver uma causa para esse movimento, o que levaria a uma espécie de regressão ao infinito). Assim como o demiurgo de Platão, o deus aristotélico nao é um deus criador. Não criou o Universo nem gerou o movimento dos corpos. Ao contrário, o deus de Aristóteles exerce uma atraçáo sobre o Universo, motivando sua existência, e sobre os corpos, gerando seu movimento, ou seja, atrai tudo para si como objeto de amor. Não é, portanto, causa eficiente do mundo e do movimento do mundo, mas causa final. O deus aristotélico nao cria o mundo do nada por um ato de vontade. Ele nao é causa eficiente do mundo, como indicamos ser o artista causa eficiente de sua escultura. A METAFÍSICA CLÁSSICA OU MODERNA Grandes revoluções no pensamento do século XVII deram estopim à uma grande crise na esfera metafísica. De modo resumido a Metafísica sofreu uma grande transformação e uma nova elaboração, sem a fundamentação embasada no pensamento platônico, aristotélico ou neoplatônico. Sendo assim a nova metafísica é caracterizada por: [...] afirmação da incompatibilidade entre fé e razão, acarretando a separação de ambas, de sorte que a religião e a filosofia possam seguir caminhos próprios, mesmo que a segunda não esteja publicamente autorizada a expor ideias que contradigam as verdades ou dogmas da fé [...] [...] redefinição do conceito de Ser ou substância. Os modernos conservam a definição tradicional da substância como o Ser que existe em si e por si mesmo, que subsiste em si e por si mesmo. Porém, em lugar de considerar que a substância se define por gênero e espécie, havendo tantos tipos de substâncias quantos gêneros e espécies houver, passa-se a definir a substância levando em consideração seus predicados essenciais ou seus atributos essenciais, isto é, aquelas propriedades ou atributos sem os quais uma substância não é o que ela é. Após o supracitado, os cartesianos e Descartes dirão que há somente três substâncias essenciais, divergindo totalmente do pensamento aristotélico, as substâncias cartesianas são a Alma, a matéria dos corpos e Deus. Para empiristas, só se é possível conhecer a substância corpórea, logo não se é possível elaborar uma metafísica, e sim uma geometria ou uma física que se ocupa do estudo dessas matérias corpóreas. Baruch Spinoza (1632-1677) explanou a primordialidade de se elaborar uma definição genérica e universal, comumente aceita por toda a comunidade de filósofos de Aristóteles a modernidade. Podemos reduzir o conceito proposto da seguinte maneira: “substância é aquilo que existe em si e por si e não depende de outros para existir”.Logo, diz Espinosa, que há apenas uma substância no Universo que não depende de outra para existir, tal substância é o próprio Deus ou a natureza. Nessa revolução do pensamento filosófico, em peculiar à metafísica, houve também a redefinição do conceito de causa e causalidade. Em Aristóteles haviam quatro tipos de causas, agora, na modernidade, se propunha apenas dois tipos: a eficiente e a final. Chauí explana que a Causa eficiente é aquela na qual uma ação anterior determina como consequência necessária a produção de um efeito, e que seu alcance é universal na natureza. Causa final é aquela que determina, para os seres pensantes, a escolha da realização ou não realização de uma ação, e que só opera na ação de Deus e nas ações humanas. Houve também, nessa revolução, uma quebra do paradigma metafísico, isto é, a metafísica não se dividia mais entre a teologia, a psicologia racional e a cosmologia racional. Agora, a metafísica ganha um novo rumo, um rumo próprio de estudo embasado em suas próprias fundamentações. Logo, a metafísica se apropria de três e apenas três ideias de substância. A substância infinita, ou o próprio Deus. A substância pensante que é a consciência como faculdade de reflexão e de representação da realidade alicerçada na razão. E, por fim, a substância extensa que é a natureza embasada nos princípios e leis regidas pela matemática e a mecânica. DAVID HUME E A CRISE DA METAFÍSICA O filósofo escocês David Hume (1711-1776) nos ajuda a entender em parte o teor das críticas ao pensamento metafísico. "Se tomarmos em nossas mãos um volume qualquer, de teologia ou metafísica escolástica, por exemplo, façamos a pergunta: contém ele qualquer raciocínio abstrato referente a números e quantidades? Não. Contém qualquer raciocínio experimental referente a questões de fato e de existência? Não. Às chamas com ele, então, pois não pode conter senão sofismas e ilusão." (HUME, 2004) Hume critica a teologia e a metafísica escolástica, que foi a metafísica praticada principalmente nas escolas cristãs durante a Idade Média, porque suas concepções não tratam nem de conceitos matemáticos, que são formais e podem levar a conclusões seguras - por exemplo, "2 + 2 = 4" -, nem de afirmações sobre fatos, que podem ser verificados empiricamente, isto é, pelos órgãos dos sentidos —como "a aceleração de um corpo em queda livre é de 9,8 metros por segundo", Assim, Hume aconselha o leitor a jogar as afirmações metafísicas na fogueira, pois são consideradas ilusões, fantasias ou produto de erros de raciocínio e nada têm a acrescentar ao conhecimento humano. A partir de Hume, a metafísica, tal como existira desde os gregos, tornara-se impossível. O CRITICISMO KANTIANO E O FIM DA METAFÍSICA CLÁSSICA Entre a Dissertação de 1770 e a Crítica da razão pura, mais de dez anos se passaram. Apesar de a obra ser volumosa, a redaçào da Crítica da razão pura não chegou a cinco meses de trabalho. De início, Kant pretendia apenas revisar sua dissertação, mas o trabalho acabou por levá-lo a figurar entre os grandes nomes do pensamento filosófico, como Aristóteles e Descartes. Kant fez um diagnóstico bastante negativo da situação da Filosofia de sua época, em particular da Metafísica, que, embora fosse considerada a Filosofia Primeira, patinava em questões impossíveis de serem resolvidas. Ao mesmo tempo, buscou inserir a Filosofia no rumo seguido pelas Ciências Naturais, pela Lógica e pela Matemática, que já tinham encontrado o caminho da Ciência. Em alguns pontos, o projeto kantiano se aproximou de algumas características do projeto cartesiano. Descartes duvidou de todo o saber conhecido, pois queria encontrar um fundamento seguro que sustentasse a edificação da Filosofia e, mais particularmente, da Ciência. Diferentemente de Descartes, contudo, Kant nào duvidou de todo o conhecimento que havia aprendido. Para ele, bastava estabelecer os limites do conhecimento racional, ou seja, o que a razão podia conhecer e o que era impossível de ser conhecido. No fim do século XVIII, de acordo com a proposta de Wolff, a Metafísica era dividida em duas partes: Metafísica geral e Metafísica especial. A primeira tratava da Ontologia (ciência do ser enquanto ser, como definido por Aristóteles), e a segunda se ocupava do ser humano (Psicologia), do mundo (Cosmologia) e de Deus (Teologia racional), Os principais temas in-vestigados eram a imortalidade da alma, a liberdade a finitude ou infinitude do mundo e a existência de Deus. No entanto, de acordo com Kant, as questões metafísicas clássicas extrapolavam as capacidades de conhecimento do ser humano, pois estavam tão afastadas da experiência que a razão só podia pensá-las, sem conhecê-las realmente. As questões postas pela Metafísica clássica extrapolavam o terreno de qualquer experiência possível e, no entanto, a razão, por sua própria natureza, apresenta questões que não pode evitar, mas que também náo pode responder por não terem nenhuma pedra de toque na experiência. Disso decorre a pergunta fundamental sobre a possibilidade de haver um conhecimento metafísico. Publicada em 1781, a Crítica da razão pura foi uma tentativa de responder a essa pergunta. A obra instituiu um "tribunal da razao" para examinar a própria razão, e não para tomar partido no conflito entre racionalistas, como Descartes e Leibniz, que elaboraram sistemas metafísicos, e empiristas, como Locke e Hume, que basearam o conhecimento unicamente nos sentidos. Criticar a razão é determinar as possibilidades, os limites e o alcance do próprio conhecimento. A transformação foi tao grande para a Filosofia que essa obra nao pôde ser ignorada. A situação da Metafísica No texto a seguir, retirado do célebre prefácio à primeira edição de Crítica da razão pura, podemos ver o diagnóstico de Kant sobre a situaçao da Metafísica no período em que vivia. A razão humana, num determinado dominio dos seus conhecimentos, possui o singular destino de se ver atormentada por questões, que náo pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais também não pode dar resposta por ultrapassarem completamente as suas possibilidades. Não é por culpa sua que cai nessa perplexidade. Parte de princípios, cujo uso é inevitável no decorrer da experiência e, ao mesmo tempo, suficientemente garantido por esta. Ajudada por estes princípios eleva-se cada vez mais alto (como de resto lho consente a natureza) para condições mais remotas. Porém, logo se apercebe de que, desta maneira, a sua tarefa há de ficar sempre inacabada, porque as questões nunca se esgotam; vê-se obrigada, por conseguinte, a refugiar-se em princípios, que ultrapassam todo o uso possível da experiência e, não obstante, estão ao abrigo de qualquer suspeita, pois o senso comum está de acordo com eles. Assim, a razão humana cai em obscuridades e contradições, que a autorizam a concluir dever ter-se apoiado em erros, ocultos algures, sem contudo os poder descobrir. Na verdade, os princípios de que se serve, uma vez que ultrapassam os limites de toda experiência, já não reconhecem nesta qualquer pedra de toque. O teatro destas disputas infindáveis chama-se Metafísica. (KANT, I. 2010). O fim da Metafísica clássica Podemos agora retomar o questionamento sobre os motivos pelos quais a física newtoniana é possível como ciência e entender também por que a metafísica racionalista tradicional não é conhecimento científico, segundo a teoria kantiana. A física trata de regras e leis dos fenômenos, das representações conformadas pela sensibilidade e pelo entendimento, ou seja, refere-se a objetos do conhecimento humano. A metafísica clássica, por sua vez, trata de coisas que não fazem parte da experiência sensível. Deus e a alma, por exemplo, não são apreendidos pela sensibilidade, não são impressões conformadas ou fenômenos e, portanto, não podem ser conhecidos pelo ser humano. Ideias ou conceitos dessa espécie podem ser pensados pela razão, mas é impossível conhecê-los, pois estão além da capacidade humana de conhecimento. Por esse motivo, a física é possível como ciência e a metafísica tradicional não. Com base nisso, Kant provocou uma revolução na teoria do conhecimento, que ele mesmo designou como "virada copernicana na filosofia", Se Copémico mudou a forma de entender o mundo ao defender a ideia de que o Sol está no centro do sistema solar, Kant mudou a forma de o ser humano compreender o mundo e a si próprio ao estabelecer a ideia de que o ser humano, e não os objetos externos, é o centro do conhecimento, O ser humano não é um agente passivo, que só recebe informações, mas atua decisivamente na constituição do conhecimento e do que se compreende como realidade. Os elementos a priori que determinam essa constituição do conhecimento são o escopo da filosofia kantiana, também conhecida como transcendental. Logo, o pensamento kantiano alterou profundamente a Metafísica. A existência de Deus ou a imortalidade da alma, por exemplo, passaram a ser questões que já não podiam ser respondidas. Se percebemos apenas as coisas que ocorrem em um tempo específico (antes, agora, depois), como seremos capazes de perceber algo que está na eternidade (Deus)? Como afirmar que a alma é imortal se não conseguimos percebê-la com os nossos sentidos? O conhecimento a partir de Kant, então, é sempre conhecimento de objetos, isto é, de conteúdos elaborados e modificados pelo sujeito que conhece. O conhecimento passou a se ocupar, assim, de fenómenos, e não mais da própria coisa, como pretendiam os metafísicos clássicos. Com a crítica kantiana, tornou-se impossível conhecer efetivamente os temas da Metafísica clássica e emitir qualquer opinião segura sobre assuntos que não podem ser assentados na experiência. Podemos pensar sobre Deus, podemos querer que nossa a seja imortal, mas jamais teremos a possibilidade de verificar esses assuntos em nossa experiência ou mesmo ter sobre eles verdadeiro conhecimento. Nada nos impede de acreditar em Deus ou na imortalidade da alma, porém não podemos exigir que a Filosofia se pronuncie a respeito desses temas. Na verdade, a crítica kantiana não diz que Deus existe nem que não existe, mas apenas que não é capaz de saben Deus, não obstante sua importância para a Filosofia do próprio Kant, é uma questão de fé. AUGUSTE COMTE E A METAFÍSICA NO SÉCULO XIX O filósofo francês Auguste Comte (1798-1857), considerado o pai do positivismo, fundamenta sua filosofia também em oposição às concepções metafísicas. Em seu entendimento, a busca por princípios gerais ou essências, entidades que estão além do que podemos observar ou perceber pelos órgãos dos sentidos, é algo infrutífero. Comte explana: "[...] não é supérfluo assinalar agora, de modo direto, a preponderância contínua da observação sobre a imaginação, como o principal caráter lógico da sã filosofia moderna, dirigindo nossas pesquisas, não para causas essenciais, mas para leis efetivas, dos diversos fenômenos naturais. Sem ser doravante imediatamente contestado, permanece este princípio fundamental muitas vezes desconhecido nos trabalhos especiais. Embora as diferentes ordens de especulações concedam, sem dúvida, à imaginação uma alta participação, isto é, constan temente empregada para criar ou aperfeiçoar os meios da vinculação entre os fatos constatados, mas o ponto de partida e a sua direçào não lhe poderiam pertencer em nenhum caso. Ainda quando procedemos verdadeiramente a priori, é claro que as considerações gerais que nos guiam foram inicialmente fundadas, quer na ciência correspondente, quer em outra, na simples observação, única fonte de sua realidade e também de sua fecundidade. Ver para prever: tal é o caráter permanente da verdadeira ciência. Tudo prever sem ter nada visto constitui somente uma absurda utopia metafísica, ainda muito seguida." (COMTE, 1978). A observação é considerada a única fonte de realidade. Abandonando a observação e apoiando-se única e exclusivamente na imaginação, como seria característico das especulaçôes metafísicas, o pensamento pode levar não para o conhecimento das coisas, mas para a fantasia. A ciência, então, deve ter como base as coisas que podem ser observadas. Todas as especulações e as teorias científicas, em última instância, devem ter como fundamento a realidade observável. LUDWIG WITTGENSTEIN E A METAFÍSICA CONTEMPORÂNEA O filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein (1889-1951) também se opõe às afirmações metafísicas por considerar que estas tratam de problemas (ou pseudoproblemas) que não podem ser formulados claramente e, portanto, não podem ser respondidos. “O método correto da filosofia seria o seguinte: só dizer o que pode ser dito, ou seja, as proposições das ciências naturais [...] e depois, quando alguém quisesse dizer algo metafísico, mostrar-lhe que nas suas proposições existem sinais aos quais não foi dada uma denotação.” (WITTGENSTEIN, 1995). Quer dizer, as sentenças ou os termos metafísicos se referem a coisas, objetos ou seres enigmáticos ou misteriosos, que não podem ser tratados com clareza, isto é, não se sabe exatamente o que são, o que impossibilitaria a formulação de problemas e soluções reais. "Deus", "alma" ou "vida após a morte", por exemplo, são termos que se referem especificamente a quê? Os "problemas" metafísicos estariam no campo do mistério e não no da investigação racional. Por isso, como afirma Wittgenstein, "acerca daquilo de que se não pode falar, tem que se ficar em silêncio". CONCLUSÃO (ÕES) Ora, a Metafísica na Grécia antiga foi imprescindível para o entendimento dos mais variados dilemas do mundo antigo, sejam perguntas simples, ou complexas. Iniciada como um sistema filosófico platônico, passando a ser filosofia primeira em Aristóteles, a metafísica incorporou elementos teológicos, psicológicos e cosmológicos durante o mundo antigo, e ainda mais durante o período medieval e a hegemônica Igreja Católica. No mundo moderno e embasado pelo “Luz da razão”, a metafísica começa a ser refutada pelos pensadores da época em questão, dentre eles o célebre cético Hume, e o emblemático Kant, além de Descartes e seus cartesianistas. Kant e seu criticismo incorporaram à Metafísica uma nova interpretação, esta que fez a mesma entrar em declínio e sair da centralidade do mundo filosófico. Kant, graças às indagações e refutações de Hume, pôde acordar do célebre “sono dogmático”. O que fez Kant se importa com a Metafísica. Kant trouxe à luz o fim da Metafísica clássica e deu legado ao início da metafísica contemporânea alcunhada de Ontologia. No decorrer da história da filosofia, a Metafísica teve intensa ascenção e vertiginosos declives, sendo seu maior declive o crítico Kant. Por fim, muitos filósofos se apropriaram de ser heterodoxos e enfrentaram de frente o mundo metafísica e a base do catolicismo sobre a realidade. Posta realidade que hoje, com o legado de Kant, da fenomenologia de Husserl, etc., originaram a nova escola filosófica chamada de Ontologia. -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. 5ª. ed. Trad. Ivone Castillo Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2007. ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 5ª. ed. São Paulo: Moderna, 2013. ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. L. Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969. BELO, R. dos S. Filosofia. Vol. Único. 2ª. ed. São Paulo: FTD, 2016. (Coleção Filosofia). BENOIT, L. O. Augusto Comte: fundador da física social. 1ª. ed. São Paulo: Moderna, 2002. CHAUÍ, M. Iniciação à Filosofia. 1ª. ed. São Paulo: Ática, 2010. COMTE, A. Curso de filosofia positiva. In: FERNANDES, F.; FILHO, E. de M. Comte: sociologia. São Paulo: Ática, 1978. (Coleção Grandes Cientistas Sociais). COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos de filosofia. 2ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. FERREIRO, H. Siete ensayos sobre la muerte de la Metafísica: Una introducción al idealismo absoluto a partir de la ontología. 1ª. ed. Porto Alegre: Editora Fi, 2016. FIGUEIREDO, V. de. (Org.); et. al. Filosofia: Temas e Percursos. Vol. Único. 2ª. ed. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2016. FILHO, J. S. Filosofia e filosofias: existência e sentidos. 1ª. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. HUME, D. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os principios da moral. São Paulo: Unesp, 2004. ________. Tratado da natureza humana: uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais. São Paulo: Unesp, 2001. JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, 1989. [Textos filosóficos]. ______. Crítica da razão pura. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Col. Os Pensadores). MARIAS, J. História da filosofia. 2ª. ed. Trad. Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2015. MELANI, R. Diálogo: primeiros estudos em filosofia. Vol. Único. 2ª. ed. São Paulo: Moderna, 2016. OTERO, J. G. Compendio de filosofía: para uso de los jóvenes estudiosos. 1ª. ed. Bogotá: Imprensa de San Bernardo, 1919. SILVA, F. L. e. Descartes, a metafísica da modernidade. 1ª. ed. São Paulo: Moderna, 2006. WITTGENSTEIN, L. Tratado lógico-filosófico. 2ª. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1995. -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – estudante, pesquisador, professor, agropecuarista, altruísta e defensor dos direitos humanos e dos animais. -/- Alana Thaís Mayza da Silva – estudante, potterhead, pesquisadora, projetista, musicista, filantropa, defensora dos direitos humanos e dos animais, LGBT. (shrink)
RELAÇÃO E EFEITOS BIOQUÍMICO-NUTRICIONAIS SOBRE OS CISTOS OVARIANOS EM VACAS Emanuel Isaque Cordeiro da Silva Departamento de Agropecuária – IFPE Campus Belo Jardim emanuel.isaque@ufrpe.br ou eics@discente.ifpe.edu.br WhatsApp: (82)98143-8399 11. CISTOS OVÁRICOS Os cistos são cavidades anormais que às vezes possuem conteúdo de fluido biológico, ou podem ser cavidades ocas, com paredes sólidas refratárias à maioria dos compostos endógenos. Formam-se como alterações patológicas das células luteais ou foliculares do estroma ovárico. A presença de cistos altera o ciclo estral e obriga a (...) realização de tratamentos exógenos para remover o mesmo, fazendo com que a atividade cíclica da gônada retome sua normalidade (HATLER, et al. 2006). Alguns fatores de origem nutricional, tanto por deficiência de alguns compostos, como por excesso no fornecimento de outros, têm sido considerados como causas potenciais dos cistos, entre os principais fatores nutricionais podemos citar: 11.1 Fito-toxidade/fitoestrogênios Compostos vegetais, tais como plantas com elevado teor de flavonoides estrogênicos, encontram-se sob a forma de glicosídeos e têm a capacidade para modificar os processos reprodutivos devido à sua semelhança com os núcleos esteroides de hormônios femininos; são substâncias estruturais e funcionalmente semelhantes ao 17-ß-estradiol ou que produz efeitos estrogênicos (MENDOZA, et al. 2001). Pouco se sabe sobre os estrogênios presentes nas plantas e os níveis de fito-toxidade dos mesmos, logo na prática torna-se algo difícil de ser observado e atacado. Porém, a nível laboratorial, caso haja alguma complicação que afete o animal para além das capacidades reprodutivas, um diagnóstico aprofundado é o mais indicado. 11.2 Minerais 11.2.1 Iodo (I) Alimentos com baixo teor de iodo, provocam estros silenciosos nos animais e aumentam a incidência de quistos ováricos. O I é parte da molécula de tiroxina que estimula a produção de ATP na mitocôndria, a deficiência reduz a captação de oxigênio o que determina uma diminuição no metabolismo energético. Na tireoide existe um complexo de proteína-iodo, chamado tiroglobulina, essa molécula é uma glicoproteína. A maioria do I é reduzida a iodo inorgânico no trato gastrointestinal e a sua absorção é imediata. A função principal da tireoide é acumular I e fixá-lo, formando hormônios da tireoide sob o controle da adenohipófise por secreção (TSH). O I é convertido em iodeto no trato intestinal e então é transportado para a tireoide, aqui as células foliculares o prendem com efetividade através de um processo de transporte ativo, contra um gradiente de concentração, estimulado por TSH. Uma vez que as hormonas da tireoide controlam o metabolismo, uma deficiência em I diminui a taxa metabólica do organismo, isso afeta indiretamente a reprodução, uma vez que o funcionamento irregular da tireoide afeta a formação de lipídios, esses necessários para a produção de hormônios esteroides (estrogênios) e estes por sua vez influenciam a síntese das prostaglandinas F2-alfa necessária para o processo de luteólise o que faz com que o corpo lúteo não se rompa, perdure e forme um cisto. O I presente no alimento do animal deve estar presente e obedecer o intervalo de 0,34 a 0,88 mg/kg de MS em todos os alimentos que o animal viera a ingerir, seja forragens ou rações. A forma de suplementação são as mais conhecidas, via volumoso, concentrado, água ou pelo sistema SMI. 11.2.2 Manganês (Mn) Níveis elevados de manganês na dieta levam à depleção da absorção de ferro, bem como de outros minerais necessários para a síntese, metabolismo, ativação de enzimas e absorção de outros minerais. Essas interações com outros minerais e o papel do excesso de manganês na inibição da síntese dos precursores de hormonas necessárias para a reprodução, bem como dos metabolitos gerados durante o desdobramento ruminal são representados de forma indireta. Para além do efeito antagônico com outros minerais e enzimas, níveis elevados de manganês provocam uma alteração na população da flora ruminal, o que prejudica a produção de ácido propiônico e butírico a nível ruminal, tendo um efeito negativo no metabolismo dos lipídios com uma subsequente baixa de energia (derivado do metabolismo graxo diminuído ou inibido) e também da síntese de ácidos graxos. Por esta última razão, ocorre uma diminuição na síntese das hormonas esteroides, as quais, não estando presentes em níveis adequados, geram problemas no ciclo estral, uma vez que estas hormonas são essenciais para a síntese das prostaglandinas (PGF2-α) que são necessários para a lise do corpo lúteo, com sua posterior persistência, terminando na formação de um cisto luteal. Como sempre falado nos capítulos dessa compilação de trabalhos, o composto Mn é mais um mineral imprescindível para a alimentação do animal, manutenção normal dos seus mecanismos fisiológicos e relações com outros minerais. Sua disponibilidade para o animal deve ser de 12 a 50 mg/kg de MS das forragens, ou a mesma quantidade no conteúdo da ração balanceada. É um elemento que pode ser colocado na água para absorção pelos animais ou através da suplementação mineral injetável (SMI). 11.2.3 Sódio (Na) Os sinais de deficiência de Na são inespecíficos, mas os mais expressivos são sobre o crescimento e produção leiteira. Numa diminuição do consumo de Na, o organismo ativa os mecanismos de conservação mediados pela liberação de aldosterona que aumenta a reabsorção a nível dos túmulos renais deste mineral. A deficiência de Na afeta a produção de muco cervical, com consequências como problemas na formação de espermatozoides e aumento das infecções uterinas. Dado que a deficiência de Na é rara, apenas os sintomas clínicos desta deficiência mineral podem ser vagamente descritos é k caso da dificuldade de concepção, distorcias e bezerros fracos ao nascimento, além da inatividade ovárica e maior incidência de retenção de placenta. As causas de tais alterações foram motivo de numerosos estudos com resultados contraditórios, as vacas com deficiência de energia no início da amamentação têm diminuição nas concentrações de hormona luteinizante (LH), isto conclui que a alteração ovárica seria determinada por uma alteração da liberação pulsátil de LH devido a uma deficiência energética aguda. A intensidade e a duração do estro são de importância fundamental para a IA nos bovinos. Ao ocorrer uma deficiência de sódio, aumenta-se a estabilização das membranas celulares impedindo que o corpo lúteo se lise, formando-se um cisto, que continuará com a produção de progesterona, levando, por fim, a um anestro patológico. O sódio é um elemento que deve estar disponível aos animais de forma à vontade, ou seja, esse mineral é combinado com o Cl, fazendo o balanceamento eletrolítico e disponibilizado para os animais pelo conhecido sal. Sua administração, como é em sistema à vontade, não é muito controlada, mas o produtor poderá fornecer as quantidades na mistura alimentar do animal, tendo um maior controle da absorção do mesmo pelos animais. Sendo assim, o Na deve ser fornecido em quantidades que obedeçam 0,10 a 0,18% da MS no caso das forrageiras, ou a mesma quantidade misturada no todo da ração, quantidade essa encontrada por meios de cálculos, ou que já vêm na composição da ração industrial. Estudos apontam que um animal deve ingerir cerca de 50 gramas de NaCl por dia, no caso do sódio estar presente em 39% da composição desse cloreto de sódio. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRENHO, Gonçalo José Pinheiro. Nutrição e fertilidade em bovinos de leite. 2016. Dissertação de Mestrado. Universidade de Évora. BINDARI, Yugal Raj et al. Effects of nutrition on reproduction-A review. Adv. Appl. Sci. Res, v. 4, n. 1, p. 421-429, 2013. BOLAND, M. P. Efectos nutricionales en la reproducción del ganado. XXXI Jornadas Uruguayas de Buiatría, 2003. CHAMBA OCHOA, Hermógenes René; BENÍTEZ GONZÁLEZ, Edgar Enrique; PESÁNTEZ CAMPOVERDE, Manuel Teodoro. Factores predisponentes para la enfermedad quística ovárica bovina y su efecto en la eficiencia reproductiva. Revista de Medicina Veterinaria, v. 1, n. 35, p. 17-28, 2017. DEHNING, R. Interrelaciones entre nutrición y fertilidad. In: Curso Manejo de la Fertilidad Bovina18-23 May 1987Medellín (Colombia). CICADEP, Bogotá (Colombia) Universidad de La Salle, Medellín (Colombia) Instituto Colombiano Agropecurio, Bogotá (Colombia) Sociedad Alemana de Cooperación Técnica-GTZ (Alemania), 1987. DE LUCA, Leonardo J. Nutrición y fertilidad en el ganado lechero. XXXVI Jornadas Uruguayas de Buiatría, 2008. DIAS, Juliano Cesar et al. Alguns aspectos da interação nutrição-reprodução em bovinos: energia, proteína, minerais e vitaminas. PUBVET, v. 4, p. Art. 738-743, 2010. FERNANDES, C. A. C. et al. Fatores predisponentes para cistos ovarianos em vacas da raça holandesa. Ars Veterinaria, v. 21, n. 2, p. 287-296, 2008. GORDON, Ian. Controlled reproduction in farm animals series. Nova Iorque: CAB International, 1996. HATLER, T. B. et al. Effect of a single injection of progesterone on ovarian follicular cysts in lactating dairy cows. The Veterinary Journal, v. 172, n. 2, p. 329-333, 2006. KESLER, D. J.; GARVERICK, H. A. Ovarian cysts in dairy cattle: a review. Journal of animal science, v. 55, n. 5, p. 1147-1159, 1982. MAAS, John. Relationship between nutrition and reproduction in beef cattle. The Veterinary Clinics of North America. Food Animal Practice, v. 3, n. 3, p. 633-646, 1987. MENDOZA, R. Muñoz et al. Parámetros reproductivos en vacas Holstein alimentadas con alfalfa alta en cumestrol. Archivos de zootecnia, v. 51, n. 195, p. 373-376, 2002. PASA, Camila. Relação reprodução animal e os minerais. Biodiversidade, v. 9, n. 1, 2011. SARTORI, Roberto; GUARDIEIRO, Monique Mendes. Fatores nutricionais associados à reprodução da fêmea bovina. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 39, p. 422-432, 2010. SHORT, Robert E.; ADAMS, D. C. 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I should like to offer my greatest thanks to Paul Griffiths for providing the opportunity for this exchange, and to commentators Gillian Brown, Steven Fuller, Stefan Linquist, and Erika Milam for their generous and thought-provoking comments. I shall do my best in this space to respond to some of their concerns.
In this essay I will defend three points, the first being that Descartes- unlike the aristotelian traditon- maintained that abstraction is not a operation in which the intellect builds the mathematical object resorting to sensible ob- jects. Secondly I will demonstrate that, according to cartesian philosophy, the faculty of understanding has the ability to instatiate- within the process of abstraction- mathematical symbols that represent the relation between quantities, whether magnitude or multitude.And finally I will advocate that the lack of onthological (...) commitment with sensible experience found in cartesian philosophy of mathematics allows for the creation of a mathematical language that regards the objects of geometry and arithmetics through a system of rules and notations, in other words, algebra. (shrink)
Easy to understand philosophy papers in all areas. Table of contents: Three Short Philosophy Papers on Human Freedom The Paradox of Religions Institutions Different Perspectives on Religious Belief: O’Reilly v. Dawkins. v. James v. Clifford Schopenhauer on Suicide Schopenhauer’s Fractal Conception of Reality Theodore Roszak’s Views on Bicameral Consciousness Philosophy Exam Questions and Answers Locke, Aristotle and Kant on Virtue Logic Lecture for Erika Kant’s Ethics Van Cleve on Epistemic Circularity Plato’s Theory of Forms Can we trust our senses? (...) Yes we can Descartes on What He Believes Himself to Be The Role of Values in Science Modern Science Kant’s Moral Philosophy Plato’s Republic as Pol Potist Bureaucracy Schopenhauer on Human Suffering Bertrand Russell on the Value of Philosophy The Philosophical Value of Uncertainty Logic Homework: Theorems and Models Searle vs. Turing on the Imitation Game Hume, Frankfurt, and Holbach on Personal Freedom Manifesto of the University of Wisconsin, Madison Secular Society Michael’s Analysis of the Limits of Civil Protections Bentham and Mill on Different Types of Pleasure Set Theory Homework Aristotle on Virtue Nagel On the Hard Problem Wittgenstein on Language and Thought Camus and Schopenhauer on the Meaning of Life Camus’ Hero as Rebel without a Cause My Little Finger: Camus’ Absurdism Illustrated Are Late-term Abortions Ethical? Does Mathematics Assume the Truth of Platonism? The Self-defeating Nature of Utilitarianism and Consequentialism Generally What is The Good Life? Bentham and Mill regarding types of pleasures Kant’s Moral Philosophy Five Short Papers on Mind-body Dualism Tracy Latimer’s Father had the Right to Kill Her: Towards a doctrine of generalized self-defense Arguments Concerning God and Morality Goldman, Rousseau and von Hayek on the Ideal State J.S Mill on Liberty and Personal Freedom A Kantian Analysis of a Borderline Date-rape Situation Living Well as Flourishing: Aristotle’s Conception of the Good Life Three Essays on Medical Ethics: Answers to Exam Questions on Elective Amputation, Vaccination, and Informed Consent Hobbes, Marx, Rousseau, Nietzsche: Their Central Themes De Tocqueville on Egoism Mill vs. Hobbes on Liberty Exam-Essays on the Moral Systems of Mill, Bentham, and Kant Kant’s Moral System Aristotle on Virtue Plato’s Cave Allegory An Ethical Quandary Superorganisms The Tuskegee Experiment A Rawlsian Analysis Why Moore’s Proof of an External World Fails A Defense of Nagel’s Argument Against Materialism A Utilitarian Analysis of a Case of Theft The Paradox of the Self-aware Wretch: An Analysis of Pascal’s Moral Philosophy Jean-Paul Sartre: Decline and Fall of a Marxist Sell-out A One Page Proof of Plato’s Theory of Forms Plato’s Republic as Pol Potist Bureaucracy The problem of the one and the many Four Short Essays on Truth and Knowledge What is ‘the Good Life?’ The Ontological Argument Different Political Philosophies: Plato, Locke, Madison, Rousseau, Hayek, and Mill on the State What do I know with certainty? Skepticism about skepticism Neuroscience and Freewill Operant Conditioning What makes us special? Are Late-term Abortions Ethical? No Two Papers on Epistemology: Gettier and Bostrom Examination Nietzsche on Punishment God’s Foreknowledge and Moral Responsibility . (shrink)
Can one explain both the resilience of the status quo and the possibility for resistance from a subordinate position? This paper aims to resolve these seemingly incompatible perspectives. By extending Randall Collins's interaction ritual theory, and synthesizing it with Norbert Wiley's model of the self, this paper suggests how the emotional dynamics between people and within the self can explain social inertia as well as the possibility for resistance and change. Diverging from literature on the sociology of emotions that has (...) been concerned with individual emotional processes, this paper considers the collective level in order to explore how movement action is motivated. The emotional dynamics of subordinate positioning that limit women's options in face-to-face interactions are examined, as are the social processes of developing feminist consciousness and a willingness to participate in resistance work. Pointing toward empirical applications, I conclude by suggesting conditions where resistance is likely. (shrink)
For Aristotle, demonstrative knowledge is the result of what he calls ‘intellectual learning’, a process in which the knowledge of a conclusion depends on previous knowledge of the premises. Since demonstrations are ultimately based on indemonstrable principles (the knowledge of which is called ‘νοῦς’), Aristotle is often described as advancing a foundationalist doctrine. Without disputing the nomenclature, I shall attempt to show that Aristotle’s ‘foundationalism’ should not be taken as a rationalist theory of epistemic justification, as if the first principles (...) of science could be known as such independently of their explanatory connections to demonstrable propositions. I shall argue that knowing first principles as such involves knowing them as explanatory of other scientific propositions. I shall then explain in which way noetic and demonstrative knowledge are in a sense interdependent cognitive states – even though νοῦς remains distinct from (and, in Aristotle’s words, more ‘accurate’ than) demonstrative knowledge. (shrink)
This research aimed to explain the defense of oral interactions in the presence of information and communication technologies such as WhatsApp (WA) as well as to explore some of the positive contributions of WA used in building the Real Life Communication, especially in the learning environment. By applying the Exploratory design, this research involved 4 participants from various educational backgrounds as a purposively selected data source indicated as WA users at once. Data were collected through Focus Group Discussion, Interview, and (...) Observation and analyzed by several stages i.e. data reduction, displaying data, categorizing, and verifying and concluding. The results showed that oral interactions can decrease both in the language community and learning environment as the dominant use of WA that is not wise. Nevertheless, the use of WA applications also had some positive contributions in building a real relationship. Finally, the assumption that the negative impact of using the WA application should be able to change the mindset and positive attitude of the scholars in initiating and defending an oral interaction in the learning environment. (shrink)
Female philosopher Kym Maclaren, in her article, “Emotional Metamorphoses: The Role of Others in Becoming a Subject,” explores a phenomenological view on emotion as being-in-the-world as well as the ethical implications of understanding emotion in opposition to the moralistic view. In the first part of this paper, I provide an exegetical assessment of Maclaren’s thesis; in the second I introduce a critique of Maclaren’s argument and argue a claim of my own which explores perception and autonomy in the human body (...) along with its implications in the context of Maclaren’s phenomenological account of emotion. I discuss the necessity of both emotion and reason in morality and argue that the traditional definition of autonomy is not plausible when considered through Maclaren’s phenomenological view of emotion. Finally, I work to creatively explore a new definition of autonomy that does cohere with this view. (shrink)
This paper presents an investigation about the instant in Heidegger, articulating the analytics of Dasein by Being and Time with the thought of Ereignis. Therefore, it seeks to think, as a presupposition, the existence in his character of temporality. The human being is conceived as Dasein, i. e, in its fundamental relationship to the Being as such. The essence of Dasein is existence. The existence is grounded on Sorge (concern, care), which, in turn, is grounded on temporality. The most own (...) temporality brings together future, past and present in the dynamics of an anticipatory decision on which the man, accepting himself as being-unto-death, it becomes free for their power-to-be authentic, in a response of dedication and self-donation to the call of Being. This gather together future, past and present in the authentic existence, i.e, in the most own temporality: the instant. Keywords: existence; resolution; temporality; instant; man; Being. (shrink)
Raymond Carver's stories have received many labels: minimalism, K-mart fiction, low-rent tragedy, neo-realism. Paring language, plot, and characterization to the bone, Carver concentrates his stories on instances of judgment and choice. These climactic moments affect not only the characters, but also the reader, who is called to fill the gaps in the text. The gaps generally show the unrelatedness of the characters' responses to the situations in which they find themselves. Relying on formulae, concepts, and rules taken for granted as (...) common knowledge, Carver's characters make choices and judgments which reveal the displacement of their consciousness of themselves and of the world. In trying to fill the gaps, the reader finds himself/herself in the same stance of making judgments and choices, and of looking at his/her own displacement. This predicament is more poignantly conveyed in the early stories, collected in Will You Please Be Quiet, Please?, Furious Seasons, and What We Talk About When We Talk About Love, since Carver writes about people "on the other side of the tracks," that is, on the edges of the sites of power and decisions. Bartenders, wage workers, and salespeople, Carver's characters in these early stories see their lives always threatened by joblessness, bankruptcy, and homelessness. In the later stories, collected in Cathedral and Where I'm Calling From, Carver explores possibilities in conversation, storytelling, and rituals that celebrate the here and now of each occasion and allow the merging of voices and feelings that places the individual's consciousness in the world. (shrink)
This book on Philosophy of Science includes a comprehensive discussion of ontology, epistemology, and axiology of science in the constellation of various other knowledge, as well as the development of scientific knowledge holistically contained in each module in this course. These three things are branches of philosophy which are very useful for students of Teacher Training and Education in mediating the learning and learning process so that the essence of Philosophy of Science can then be implemented within the scope of (...) professionalism in particular and society in general and the challenges of the industrial era 4.0 in the 20th century 21 The discussion on ontology is focused on elements of empirical reality (empericism) such as facts, data, and information without releasing it from rational reality (rationalism), and its position in scientific activities. The epistemology of science is focused on the scientific method and its operationalization in research methodology. The axiology of science discusses the values associated with scientific activities and their uses, both internally, externally, and socially. (shrink)
George Yancy's Backlash is a book about American racism. It is the story of what often happens when blacks dare to challenge whiteness on its hubris, or on its appallingly obvious hypocrisy. It is the story of the anger and violence that often arises in the white American in the aftermath of such a challenge, generating in him or her a need to humiliate and destroy the source of the diminished (and fragile) white sense of self. Racism is not personal, (...) Backlash evidences. It is a manifestation of a deeply racist society. Backlash succeeds as a powerful phenomenological account of what racism (still) looks (and feels) like in The Land of the Free. (shrink)
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