I apply the notion of truthmaking to the topic of fundamentality by articulating a truthmaker theory of fundamentality according to which some truths are truth-grounded in certain entities while the ones that don't stand in a metaphysical-semantic relation to the truths that do. I motivate this view by critically discussing two problems with Ross Cameron's truthmaker theory of fundamentality. I then defend this view against Theodore Sider's objection that the truthmaking approach to fundamentality violates the purity constraint. Truthmaker theorists (...) can have a trouble-free theory of fundamentality. (shrink)

This article aims to provide a philosophical elucidation of the concept of divine atemporality (i.e. divine timelessness and immutability), found within the theological trajectory of Classical Theism, and a philosophical model – termed Aspectival Pluralism – that demonstrates its compatibility with the further notion of Divine Preservation. To achieve this end, an original interpretation of the concept is formulated within the Aspectival Account and the thesis of Theistic Ontological Pluralism, as extended by the temporal ontology of Priority Presentism, introduced by (...) Sam Baron, and the Exdurantist view of persistence, introduced by Theodore Sider, which will ultimately enable the notion to be elucidated in a clear and consistent manner and help to answer an important conceptual question concerning it. (shrink)

This paper examines the differences and affinities between Karl Popper’s critical rationalism and Theodor Adorno’s critical theory through renewed attention to the original documents of their 1961 debate. While commentaries often describe the Popper-Adorno encounter as a theoretical disappointment, I reveal a confrontation between conceptually opposed programs of social research. Though both theorists are committed to critique as a political and epistemological struggle for human freedom, their conceptions of this struggle are starkly different. In the original seminar papers, we find (...) a conflict between critique as a practice of social rationality (Popper) and a critique of social rationality itself (Adorno). The versions of critical rationalism and critical theory meeting in this debate thus emphasize opposite dimensions of a reflexive practice of immanent critique. In closing, I suggest dissolving this conceptual tension by recovering the educational orientation of critique. (shrink)

Our gender identity is our sense of ourselves as a woman, a man, as genderqueer, or as another gender. Our gender is the property we have of being a woman, being a man, being non-binary, or being another gender. What is the relationship between our gender identity and our gender? Recently, much work has been done on ameliorative accounts of the gender concepts that we should accept and on the metaphysics of gender properties. From this work 4 views of the (...) relationship between having gender identity G (e.g. having a female gender identity) and being a gender G (e.g. being a woman) have emerged. A first, the no connection view, says that gender identity and gender are entirely distinct; Sally Haslanger’s ameliorative account of gender, as well as Theodore Bach’s account of gender properties, are instances of this view. A second, the gender-identity-first view, says that all there is to our gender is our gender identity; this view is at least similar to views that Talia Bettcher and R.A. Briggs and B.R. George have argued for. A third, contextualist view, says that in some contexts and relative to certain standards, our gender identity determines our gender, and that in others it does not; Ásta and Robin Dembroff have proposed and defended views along these lines. A fourth view, the two gender properties view, says that there are two properties that can make it the case that one is gender G (in any context), one’s having gender identity G and one’s being socially classed as a G; Katharine Jenkins and Elizabeth Barnes have proposed views along these lines. This article explains these 4 different views and spells out their prospects, and the problems they face, as both ameliorative and as metaphysical views. (shrink)

-/- FILOSOFIA: CRÍTICA À METAFÍSICA -/- PHILOSOPHY: CRITICISM TO METAPHYSICS -/- Por: Emanuel Isaque Cordeiro da Silva - UFRPE Alana Thaís Mayza da Silva - CAP-UFPE RESUMO: A Metafísica (do grego: Μεταφυσική) é uma área inerente à Filosofia, dito isto, é uma esfera que compreende o mundo e os seres humanos sob uma fundamentação suprassensível da realidade, bem como goza de fundamentação ontológica e teológica para explicação dos dilemas do nosso mundo. Logo, não goza da experiência e explicação científica com (...) base na matemática, ciências, observação, análise, etc. e sim da explicação apenas teorética sem a análise empírica. Por fim, filósofos de divergentes escolas e eras da história da filosofia fundamentaram suas críticas quanto a Metafísica; e este breve trabalho tem como objetivo analisar as críticas dos filósofos e trazer uma conclusão clara e objetiva para os leitores, sejam leigos ou não. Palavras-chave: Metafísica. Crítica. Teoria. Suprassensível. Empírico. Experiência. ABSTRACT Metaphysics is an area inherent to philosophy, that is, it is a sphere that comprises the world and human beings under a supersensitive foundation of reality, as well as enjoying ontological and theological foundations for explaining the dilemmas of our world. Therefore, it does not enjoy the scientific experience and explanation based on mathematics, science, observation, analysis, etc., but only the theoretical explanation without empirical analysis. Finally, philosophers from divergent schools and eras in the history of philosophy based their criticism of Metaphysics, and this brief work aims to analyze the criticism of philosophers and bring a clear and objective conclusion to readers, whether lay or not. Keywords: Metaphysics. Criticism. Theory. Supersensitive. Empirical. Experience. INTRODUÇÃO Para uma fundamentação alicerçada na observação, análise e conclusões pragmáticas, é imprescindível aclarar o conceito de Metafísica como esfera inerente da Filosofia, bem como disciplina primordial para o currículo do Filósofo formado nas Universidades globais. Para isso, discorro acerca do conceito de Metafísica desde a alcunha aristotélica de 'Filosofia primeira', passando à análise modernista, em especial à kantiana e seu criticismo (Crítica da Metafísica é a alma desse trabalho), sob análise de autores didáticos e, por fim, sob a elucidação da esfera Metafísica mediante os dicionários de Filosofia de Japiassú e Marcondes, e de Nicola Abbagnano. No conjunto de obras aristotélicas entituladas de Metafísica, Aristóteles buscou elucidar 'o ser enquanto ser', isto é, buscar a objetividade das coisas e do mundo mediante a subjetividade e a realidade suprassensível dessas coisas. Logo, a explicação dos fenômenos que cercavam a Grécia clássica eram explicados além do alicerce das Ciências tradicionais da época (Física, Química, Biologia, etc.). Todavia, para Aristóteles, a Metafísica consiste na 'ciência primeira' no que se refere o fornecimento de um fundamento único para todas as demais ciências, ou seja, dar-lhes o objeto ao qual elas se referem e os princípios dos quais todas elas dependem. Por fim, a Metafísica implica ser uma enciclopédia das ciências um inventário completo e exaustivo de todas as ciências, em suas relações de coordenação e subordinação, nas tarefas e nos limites atribuídos a cada uma, de modo definitivo. Na modernidade, a Metafísica perde a centralidade do mundo da Filosofia, quem é o precursor de tal declínio é Immanuel Kant e seu criticismo. Tal descendência é elucidada e aclarada posteriormente no presente trabalho. A Metafísica moderna ganha uma nova interpretação, sendo alcunhada e levada por analogia à Ontologia, expressada, segundo Kant, como conceito de gnosiologia. Para Kant, Metafísica é a fonte inerente do estudo e explicação das formas alicerçadas na razão, bem como fundamento de toda realidade suprassensível que se deve basear para elucidar e aclarar o mundo moderno. Ainda segundo o filósofo, a Metafísica é a fonte de todos os princípios reais para a explicação da realidade. Sendo ela, por fim um 'sistema filosófico' alicerçado sobre uma perspectiva ontológica, teológica e/ou suprassensível da realidade. No nosso finalismo, a inerência da Metafísica à filosofia transcende a explicação de todo o universo e sua totalidade (matéria e forma como alcunha Aristóteles). Logo, na Filosofia Clássica com Platão e, especialmente em Aristóteles, o Mito passou a ser ciência e essa ciência era determinada de Metafísica. Vale salientar que a alcunha 'Metafísica' foi, primeiramente, usada por Andrônico de Rodes . Por fim, a Metafísica primordial para fundamentar as explicações necessárias para os fenômenos que se decorrera na Grécia antiga, foi perdendo centralidade ao passo da história da filosofia e, na modernidade, com Hume e Kant passa por uma grande crise, discorrida agora no trabalho. -/- DA CRÍTICA À METAFÍSICA Platão criou um sistema metafísico de explicação da realidade e do mundo que influenciou muitos pensadores e religiosos. Boa parte da história da filosofia foi composta de sistemas metafísicos. Mas, se, por um lado, o pensamento metafísico tem uma vida longa e profícua, por outro, é alvo de críticas constantes, principalmente por filósofos modernos e contemporâneos, que questionam a validade das teses metafísicas, seja porque tratam de coisas que não podem ser conhecidas, como alma, Deus e formas inteligíveis, seja porque suas conclusões são consideradas enganosas. ARISTÓTELES E A FILOSOFIA PRIMEIRA As ciências teóricas ou teoréticas são aquelas que produzem um saber universal, válido em qualquer situação, e necessário, isto é, que não pode ser de outro modo. Essas ciências estão voltadas para a contemplação da verdade. O sábio que se dedica a elas encontra um fim em si mesmo, pois o resultado de sua investigação não gera nenhum objeto exterior, como uma construção ou uma escultura, mas beneficia sua própria alma. Elas estão organizadas em Metafísica, Matemática e Física, que inclui a Psicologia ou a ciência da alma. As principais obras teoréticas escritas por Aristóteles são Física, De anima e Metafísica. Filosofia Primeira, que chegou até nós com o nome de Metafísica, também chamada muitas vezes por Aristóteles de Teologia .com a ressalva de que Teologia aqui não tem o sentido que é dado a ela contemporaneamente), é a expressão que designava a mais elevada das ciências teoréticas, diferenciando-se da chamada Filosofia Segunda, ou Física. Aristóteles abre o Livro I da Metafísica com a célebre passagem: Todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecer: uma prova disso é o prazer das sensações, pois, fora até da sua utilidade, elas nos agradam por si mesmas e, mais que todas as outras, as visuais [...l. (ARISTÓTELES, 1969). A busca pelo conhecimento encontra-se na própria natureza humana, desde o nascimento, mesmo que se manifeste em seu grau mais rudimentar. Prova disso é o conhecimento por meio das sensações ou dos sentidos, entre os quais se destaca o da visão. É o chamado conhecimento por empiria ou saber empírico, que não pode ser ensinado porque é adquirido imediata e concretamente quando percebemos as coisas sensíveis. Também há um saber que vem da técnica. O técnico é aquele que tem o conhecimento dos meios para chegar a um fim. Como ensina o historiador da Filosofia, Julián Marias, apesar de o saber técnico ser superior ao saber empírico, ambos são necessários em nossa vida: 1..l Portanto, a tékhne [técnica) é superior à empeiria; mas esta também é necessária, por exemplo, para curar, porque o médico não tem de curar o homem, e sim Sócrates, e o homem apenas de modo mediato. (MARIAS, J. 2015). O conhecimento metafísico é menos necessário em nossa vida cotidiana, mas nenhum outro lhe é superior. A Metafísica é o conhecimento pelas causas e, como vimos, o conhecimento é científico quando ele nos dá os princípios e as causas das coisas. Para Aristóteles, tudo o que existe é efeito de uma causa e ela é a responsável por esse algo ser necessariamente de um jeito e não de outro. De acordo com Aristóteles, conhecer algo é conhecer pela causa. Dessa forma, a explicação de algo ou o seu conhecimento deve sempre dizer por que algo é necessariamente de determinado modo. Sem esse tipo de explicaçào, não pode haver propriamente conhecimento. Daí se constata o caráter rigoroso da explicação científica: ela não apenas sabe que "algo é isto", mas é capaz de explicar por que algo é necessariamente isto. A definição aristotélica de Metafísica Chauí indaga em seu livro Iniciação à Filosofia a questão central do que Aristóteles entende por sua alcunha ou Metafísica. Chauí explana: Embora Aristóteles admita que para cada tipo de Ser e suas essências existe uma ciência teorética própria (física, biologia, psicologia, matemática, astronomia), ele também defende a necessidade de uma ciência geral, mais ampla, mais universal, anterior a todas essas, cujo objeto não seja esse ou aquele tipo de Ser, essa ou aquela modalidade de essência, mas o Ser em geral, a essência em geral. Essa ciência, para Aristóteles, é a Filosofia Primeira ou metafísica, que investiga o que é a essência e aquilo que faz com que haja essências particulares diferenciadas, que estuda o Ser enquanto Ser. (CHAUÍ, 2010). O objeto investigado pela Metafísica também é muito diferente do objeto conhecido pelo saber empírico ou pelo saber técnico. O saber empírico nos faz conhecer as coisas particulares, como Sócrates, o Oráculo de Delfos e a caneta esferográfica; o saber técnico nos faz conhecer as diversas técnicas, como os procedimentos médicos e a engenharia de construir templos. O que o saber metafísico, então, nos permite conhecer? Segundo Aristóteles, a Metafisica estuda o ser enquanto ser. Não considera o ser de modo particular como fazem as demais ciências — por exemplo, ao investigar Sócrates, os procedimentos médicos etc. mas busca o que é universal, o que envolve tanto Sócrates quanto os procedimentos médicos, tanto o Oráculo de Delfos quanto a arte de construir templos. Segundo Aristóteles, a Metafísica trata das causas primeiras, que são as quatro seguintes: • a causa material, que é a matéria de que é feita alguma coisa. Em uma escultura, por exemplo, a causa material pode ser o bronze ou o mármore; • a causa formal, que é a forma ou a essência das coisas. No exemplo da escultura, é a forma ou a aparência que possibilita que a reconheçamos como uma escultura (e não como um poste, por exemplo); • a causa eficiente, que é o agente que produz a coisa. Uma escultura é produzida por um artista; • a causa final, que é a razão ou a finalidade das coisas, A finalidade da escultura é o prazer estético. A Metafísica também se ocupa da substância. A substância responde pelos significados do ser. Mas o que é a substância? Trata-se de uma questão complexa no pensamento aristotélico. Aristóteles recusa-se a entender a substância como sendo a forma platónica. Ela nào é o suprassensível. Seria entao a substância o sensível individual? As coisas são matéria e forma; amatéria é o substrato da coisa (por exemplo, o mármore é a matéria da estátua). Sem sua forma, ela é apenas potencialidade, mas sem a matéria qualquer realidade sensível se desvaneceria. Assim, a matéria pode ser dita substância em sentido impróprio. A forma, por seu turno, é aquilo que determina a matéria, é a sua essência; ela é substancia em sentido próprio. Mas a matéria é também matéria enformada. As coisas sensíveis são, a um só tempo, matéria e forma. E esse composto também pode ser legitimamente chamado de substância. Aristóteles apresenta três gêneros de substâncias: • as substâncias sensíveis, que nascem, morrem e, por isso, passam por todo tipo de mudança; • as substancias sensíveis e incorruptíveis, que não passam por nenhum tipo de mudança, como os planetas e as estrelas; • a substância suprassensível, que é superior às outras duas: o Primeiro Motor Imóvel, o deus aristotélico, causa de todo movimento, mas sendo ele mesmo imóvel. (Ele precisa ser imóvel porque se ele também se movesse precisaria haver uma causa para esse movimento, o que levaria a uma espécie de regressão ao infinito). Assim como o demiurgo de Platão, o deus aristotélico nao é um deus criador. Não criou o Universo nem gerou o movimento dos corpos. Ao contrário, o deus de Aristóteles exerce uma atraçáo sobre o Universo, motivando sua existência, e sobre os corpos, gerando seu movimento, ou seja, atrai tudo para si como objeto de amor. Não é, portanto, causa eficiente do mundo e do movimento do mundo, mas causa final. O deus aristotélico nao cria o mundo do nada por um ato de vontade. Ele nao é causa eficiente do mundo, como indicamos ser o artista causa eficiente de sua escultura. A METAFÍSICA CLÁSSICA OU MODERNA Grandes revoluções no pensamento do século XVII deram estopim à uma grande crise na esfera metafísica. De modo resumido a Metafísica sofreu uma grande transformação e uma nova elaboração, sem a fundamentação embasada no pensamento platônico, aristotélico ou neoplatônico. Sendo assim a nova metafísica é caracterizada por: [...] afirmação da incompatibilidade entre fé e razão, acarretando a separação de ambas, de sorte que a religião e a filosofia possam seguir caminhos próprios, mesmo que a segunda não esteja publicamente autorizada a expor ideias que contradigam as verdades ou dogmas da fé [...] [...] redefinição do conceito de Ser ou substância. Os modernos conservam a definição tradicional da substância como o Ser que existe em si e por si mesmo, que subsiste em si e por si mesmo. Porém, em lugar de considerar que a substância se define por gênero e espécie, havendo tantos tipos de substâncias quantos gêneros e espécies houver, passa-se a definir a substância levando em consideração seus predicados essenciais ou seus atributos essenciais, isto é, aquelas propriedades ou atributos sem os quais uma substância não é o que ela é. Após o supracitado, os cartesianos e Descartes dirão que há somente três substâncias essenciais, divergindo totalmente do pensamento aristotélico, as substâncias cartesianas são a Alma, a matéria dos corpos e Deus. Para empiristas, só se é possível conhecer a substância corpórea, logo não se é possível elaborar uma metafísica, e sim uma geometria ou uma física que se ocupa do estudo dessas matérias corpóreas. Baruch Spinoza (1632-1677) explanou a primordialidade de se elaborar uma definição genérica e universal, comumente aceita por toda a comunidade de filósofos de Aristóteles a modernidade. Podemos reduzir o conceito proposto da seguinte maneira: “substância é aquilo que existe em si e por si e não depende de outros para existir”.Logo, diz Espinosa, que há apenas uma substância no Universo que não depende de outra para existir, tal substância é o próprio Deus ou a natureza. Nessa revolução do pensamento filosófico, em peculiar à metafísica, houve também a redefinição do conceito de causa e causalidade. Em Aristóteles haviam quatro tipos de causas, agora, na modernidade, se propunha apenas dois tipos: a eficiente e a final. Chauí explana que a Causa eficiente é aquela na qual uma ação anterior determina como consequência necessária a produção de um efeito, e que seu alcance é universal na natureza. Causa final é aquela que determina, para os seres pensantes, a escolha da realização ou não realização de uma ação, e que só opera na ação de Deus e nas ações humanas. Houve também, nessa revolução, uma quebra do paradigma metafísico, isto é, a metafísica não se dividia mais entre a teologia, a psicologia racional e a cosmologia racional. Agora, a metafísica ganha um novo rumo, um rumo próprio de estudo embasado em suas próprias fundamentações. Logo, a metafísica se apropria de três e apenas três ideias de substância. A substância infinita, ou o próprio Deus. A substância pensante que é a consciência como faculdade de reflexão e de representação da realidade alicerçada na razão. E, por fim, a substância extensa que é a natureza embasada nos princípios e leis regidas pela matemática e a mecânica. DAVID HUME E A CRISE DA METAFÍSICA O filósofo escocês David Hume (1711-1776) nos ajuda a entender em parte o teor das críticas ao pensamento metafísico. "Se tomarmos em nossas mãos um volume qualquer, de teologia ou metafísica escolástica, por exemplo, façamos a pergunta: contém ele qualquer raciocínio abstrato referente a números e quantidades? Não. Contém qualquer raciocínio experimental referente a questões de fato e de existência? Não. Às chamas com ele, então, pois não pode conter senão sofismas e ilusão." (HUME, 2004) Hume critica a teologia e a metafísica escolástica, que foi a metafísica praticada principalmente nas escolas cristãs durante a Idade Média, porque suas concepções não tratam nem de conceitos matemáticos, que são formais e podem levar a conclusões seguras - por exemplo, "2 + 2 = 4" -, nem de afirmações sobre fatos, que podem ser verificados empiricamente, isto é, pelos órgãos dos sentidos —como "a aceleração de um corpo em queda livre é de 9,8 metros por segundo", Assim, Hume aconselha o leitor a jogar as afirmações metafísicas na fogueira, pois são consideradas ilusões, fantasias ou produto de erros de raciocínio e nada têm a acrescentar ao conhecimento humano. A partir de Hume, a metafísica, tal como existira desde os gregos, tornara-se impossível. O CRITICISMO KANTIANO E O FIM DA METAFÍSICA CLÁSSICA Entre a Dissertação de 1770 e a Crítica da razão pura, mais de dez anos se passaram. Apesar de a obra ser volumosa, a redaçào da Crítica da razão pura não chegou a cinco meses de trabalho. De início, Kant pretendia apenas revisar sua dissertação, mas o trabalho acabou por levá-lo a figurar entre os grandes nomes do pensamento filosófico, como Aristóteles e Descartes. Kant fez um diagnóstico bastante negativo da situação da Filosofia de sua época, em particular da Metafísica, que, embora fosse considerada a Filosofia Primeira, patinava em questões impossíveis de serem resolvidas. Ao mesmo tempo, buscou inserir a Filosofia no rumo seguido pelas Ciências Naturais, pela Lógica e pela Matemática, que já tinham encontrado o caminho da Ciência. Em alguns pontos, o projeto kantiano se aproximou de algumas características do projeto cartesiano. Descartes duvidou de todo o saber conhecido, pois queria encontrar um fundamento seguro que sustentasse a edificação da Filosofia e, mais particularmente, da Ciência. Diferentemente de Descartes, contudo, Kant nào duvidou de todo o conhecimento que havia aprendido. Para ele, bastava estabelecer os limites do conhecimento racional, ou seja, o que a razão podia conhecer e o que era impossível de ser conhecido. No fim do século XVIII, de acordo com a proposta de Wolff, a Metafísica era dividida em duas partes: Metafísica geral e Metafísica especial. A primeira tratava da Ontologia (ciência do ser enquanto ser, como definido por Aristóteles), e a segunda se ocupava do ser humano (Psicologia), do mundo (Cosmologia) e de Deus (Teologia racional), Os principais temas in-vestigados eram a imortalidade da alma, a liberdade a finitude ou infinitude do mundo e a existência de Deus. No entanto, de acordo com Kant, as questões metafísicas clássicas extrapolavam as capacidades de conhecimento do ser humano, pois estavam tão afastadas da experiência que a razão só podia pensá-las, sem conhecê-las realmente. As questões postas pela Metafísica clássica extrapolavam o terreno de qualquer experiência possível e, no entanto, a razão, por sua própria natureza, apresenta questões que não pode evitar, mas que também náo pode responder por não terem nenhuma pedra de toque na experiência. Disso decorre a pergunta fundamental sobre a possibilidade de haver um conhecimento metafísico. Publicada em 1781, a Crítica da razão pura foi uma tentativa de responder a essa pergunta. A obra instituiu um "tribunal da razao" para examinar a própria razão, e não para tomar partido no conflito entre racionalistas, como Descartes e Leibniz, que elaboraram sistemas metafísicos, e empiristas, como Locke e Hume, que basearam o conhecimento unicamente nos sentidos. Criticar a razão é determinar as possibilidades, os limites e o alcance do próprio conhecimento. A transformação foi tao grande para a Filosofia que essa obra nao pôde ser ignorada. A situação da Metafísica No texto a seguir, retirado do célebre prefácio à primeira edição de Crítica da razão pura, podemos ver o diagnóstico de Kant sobre a situaçao da Metafísica no período em que vivia. A razão humana, num determinado dominio dos seus conhecimentos, possui o singular destino de se ver atormentada por questões, que náo pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais também não pode dar resposta por ultrapassarem completamente as suas possibilidades. Não é por culpa sua que cai nessa perplexidade. Parte de princípios, cujo uso é inevitável no decorrer da experiência e, ao mesmo tempo, suficientemente garantido por esta. Ajudada por estes princípios eleva-se cada vez mais alto (como de resto lho consente a natureza) para condições mais remotas. Porém, logo se apercebe de que, desta maneira, a sua tarefa há de ficar sempre inacabada, porque as questões nunca se esgotam; vê-se obrigada, por conseguinte, a refugiar-se em princípios, que ultrapassam todo o uso possível da experiência e, não obstante, estão ao abrigo de qualquer suspeita, pois o senso comum está de acordo com eles. Assim, a razão humana cai em obscuridades e contradições, que a autorizam a concluir dever ter-se apoiado em erros, ocultos algures, sem contudo os poder descobrir. Na verdade, os princípios de que se serve, uma vez que ultrapassam os limites de toda experiência, já não reconhecem nesta qualquer pedra de toque. O teatro destas disputas infindáveis chama-se Metafísica. (KANT, I. 2010). O fim da Metafísica clássica Podemos agora retomar o questionamento sobre os motivos pelos quais a física newtoniana é possível como ciência e entender também por que a metafísica racionalista tradicional não é conhecimento científico, segundo a teoria kantiana. A física trata de regras e leis dos fenômenos, das representações conformadas pela sensibilidade e pelo entendimento, ou seja, refere-se a objetos do conhecimento humano. A metafísica clássica, por sua vez, trata de coisas que não fazem parte da experiência sensível. Deus e a alma, por exemplo, não são apreendidos pela sensibilidade, não são impressões conformadas ou fenômenos e, portanto, não podem ser conhecidos pelo ser humano. Ideias ou conceitos dessa espécie podem ser pensados pela razão, mas é impossível conhecê-los, pois estão além da capacidade humana de conhecimento. Por esse motivo, a física é possível como ciência e a metafísica tradicional não. Com base nisso, Kant provocou uma revolução na teoria do conhecimento, que ele mesmo designou como "virada copernicana na filosofia", Se Copémico mudou a forma de entender o mundo ao defender a ideia de que o Sol está no centro do sistema solar, Kant mudou a forma de o ser humano compreender o mundo e a si próprio ao estabelecer a ideia de que o ser humano, e não os objetos externos, é o centro do conhecimento, O ser humano não é um agente passivo, que só recebe informações, mas atua decisivamente na constituição do conhecimento e do que se compreende como realidade. Os elementos a priori que determinam essa constituição do conhecimento são o escopo da filosofia kantiana, também conhecida como transcendental. Logo, o pensamento kantiano alterou profundamente a Metafísica. A existência de Deus ou a imortalidade da alma, por exemplo, passaram a ser questões que já não podiam ser respondidas. Se percebemos apenas as coisas que ocorrem em um tempo específico (antes, agora, depois), como seremos capazes de perceber algo que está na eternidade (Deus)? Como afirmar que a alma é imortal se não conseguimos percebê-la com os nossos sentidos? O conhecimento a partir de Kant, então, é sempre conhecimento de objetos, isto é, de conteúdos elaborados e modificados pelo sujeito que conhece. O conhecimento passou a se ocupar, assim, de fenómenos, e não mais da própria coisa, como pretendiam os metafísicos clássicos. Com a crítica kantiana, tornou-se impossível conhecer efetivamente os temas da Metafísica clássica e emitir qualquer opinião segura sobre assuntos que não podem ser assentados na experiência. Podemos pensar sobre Deus, podemos querer que nossa a seja imortal, mas jamais teremos a possibilidade de verificar esses assuntos em nossa experiência ou mesmo ter sobre eles verdadeiro conhecimento. Nada nos impede de acreditar em Deus ou na imortalidade da alma, porém não podemos exigir que a Filosofia se pronuncie a respeito desses temas. Na verdade, a crítica kantiana não diz que Deus existe nem que não existe, mas apenas que não é capaz de saben Deus, não obstante sua importância para a Filosofia do próprio Kant, é uma questão de fé. AUGUSTE COMTE E A METAFÍSICA NO SÉCULO XIX O filósofo francês Auguste Comte (1798-1857), considerado o pai do positivismo, fundamenta sua filosofia também em oposição às concepções metafísicas. Em seu entendimento, a busca por princípios gerais ou essências, entidades que estão além do que podemos observar ou perceber pelos órgãos dos sentidos, é algo infrutífero. Comte explana: "[...] não é supérfluo assinalar agora, de modo direto, a preponderância contínua da observação sobre a imaginação, como o principal caráter lógico da sã filosofia moderna, dirigindo nossas pesquisas, não para causas essenciais, mas para leis efetivas, dos diversos fenômenos naturais. Sem ser doravante imediatamente contestado, permanece este princípio fundamental muitas vezes desconhecido nos trabalhos especiais. Embora as diferentes ordens de especulações concedam, sem dúvida, à imaginação uma alta participação, isto é, constan temente empregada para criar ou aperfeiçoar os meios da vinculação entre os fatos constatados, mas o ponto de partida e a sua direçào não lhe poderiam pertencer em nenhum caso. Ainda quando procedemos verdadeiramente a priori, é claro que as considerações gerais que nos guiam foram inicialmente fundadas, quer na ciência correspondente, quer em outra, na simples observação, única fonte de sua realidade e também de sua fecundidade. Ver para prever: tal é o caráter permanente da verdadeira ciência. Tudo prever sem ter nada visto constitui somente uma absurda utopia metafísica, ainda muito seguida." (COMTE, 1978). A observação é considerada a única fonte de realidade. Abandonando a observação e apoiando-se única e exclusivamente na imaginação, como seria característico das especulaçôes metafísicas, o pensamento pode levar não para o conhecimento das coisas, mas para a fantasia. A ciência, então, deve ter como base as coisas que podem ser observadas. Todas as especulações e as teorias científicas, em última instância, devem ter como fundamento a realidade observável. LUDWIG WITTGENSTEIN E A METAFÍSICA CONTEMPORÂNEA O filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein (1889-1951) também se opõe às afirmações metafísicas por considerar que estas tratam de problemas (ou pseudoproblemas) que não podem ser formulados claramente e, portanto, não podem ser respondidos. “O método correto da filosofia seria o seguinte: só dizer o que pode ser dito, ou seja, as proposições das ciências naturais [...] e depois, quando alguém quisesse dizer algo metafísico, mostrar-lhe que nas suas proposições existem sinais aos quais não foi dada uma denotação.” (WITTGENSTEIN, 1995). Quer dizer, as sentenças ou os termos metafísicos se referem a coisas, objetos ou seres enigmáticos ou misteriosos, que não podem ser tratados com clareza, isto é, não se sabe exatamente o que são, o que impossibilitaria a formulação de problemas e soluções reais. "Deus", "alma" ou "vida após a morte", por exemplo, são termos que se referem especificamente a quê? Os "problemas" metafísicos estariam no campo do mistério e não no da investigação racional. Por isso, como afirma Wittgenstein, "acerca daquilo de que se não pode falar, tem que se ficar em silêncio". CONCLUSÃO (ÕES) Ora, a Metafísica na Grécia antiga foi imprescindível para o entendimento dos mais variados dilemas do mundo antigo, sejam perguntas simples, ou complexas. Iniciada como um sistema filosófico platônico, passando a ser filosofia primeira em Aristóteles, a metafísica incorporou elementos teológicos, psicológicos e cosmológicos durante o mundo antigo, e ainda mais durante o período medieval e a hegemônica Igreja Católica. No mundo moderno e embasado pelo “Luz da razão”, a metafísica começa a ser refutada pelos pensadores da época em questão, dentre eles o célebre cético Hume, e o emblemático Kant, além de Descartes e seus cartesianistas. Kant e seu criticismo incorporaram à Metafísica uma nova interpretação, esta que fez a mesma entrar em declínio e sair da centralidade do mundo filosófico. Kant, graças às indagações e refutações de Hume, pôde acordar do célebre “sono dogmático”. O que fez Kant se importa com a Metafísica. Kant trouxe à luz o fim da Metafísica clássica e deu legado ao início da metafísica contemporânea alcunhada de Ontologia. No decorrer da história da filosofia, a Metafísica teve intensa ascenção e vertiginosos declives, sendo seu maior declive o crítico Kant. Por fim, muitos filósofos se apropriaram de ser heterodoxos e enfrentaram de frente o mundo metafísica e a base do catolicismo sobre a realidade. Posta realidade que hoje, com o legado de Kant, da fenomenologia de Husserl, etc., originaram a nova escola filosófica chamada de Ontologia. -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. 5ª. ed. Trad. Ivone Castillo Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2007. ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 5ª. ed. São Paulo: Moderna, 2013. ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. L. Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969. BELO, R. dos S. Filosofia. Vol. Único. 2ª. ed. São Paulo: FTD, 2016. (Coleção Filosofia). BENOIT, L. O. Augusto Comte: fundador da física social. 1ª. ed. São Paulo: Moderna, 2002. CHAUÍ, M. Iniciação à Filosofia. 1ª. ed. São Paulo: Ática, 2010. COMTE, A. Curso de filosofia positiva. In: FERNANDES, F.; FILHO, E. de M. Comte: sociologia. São Paulo: Ática, 1978. (Coleção Grandes Cientistas Sociais). COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos de filosofia. 2ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. FERREIRO, H. Siete ensayos sobre la muerte de la Metafísica: Una introducción al idealismo absoluto a partir de la ontología. 1ª. ed. Porto Alegre: Editora Fi, 2016. FIGUEIREDO, V. de. (Org.); et. al. Filosofia: Temas e Percursos. Vol. Único. 2ª. ed. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2016. FILHO, J. S. 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São Paulo: Moderna, 2006. WITTGENSTEIN, L. Tratado lógico-filosófico. 2ª. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1995. -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – estudante, pesquisador, professor, agropecuarista, altruísta e defensor dos direitos humanos e dos animais. -/- Alana Thaís Mayza da Silva – estudante, potterhead, pesquisadora, projetista, musicista, filantropa, defensora dos direitos humanos e dos animais, LGBT. (shrink)

Looking at the recent spate of claims about “fake news” which appear to be a new feature of political discourse, I argue that fake news presents an interesting problem in epistemology. Te phenomena of fake news trades upon tolerating a certain indiference towards truth, which is sometimes expressed insincerely by political actors. Tis indiference and insincerity, I argue, has been allowed to fourish due to the way in which we have set the terms of the “public” epistemology that maintains what (...) is considered “rational” public discourse. I argue one potential salve to the problem of fake news is to challenge this public epistemology by injecting a certain ethical consideration back into the discourse. (shrink)

Attempts have been made to prove God's non-existence. Often this takes the form of an appeal to the so-called Argument from Evil: if God were to exist, then he would not permit as much suffering in the world as there actually is. Hence the fact that there is so much suffering constitutes evidence for God's non-existence. In this essay I propose a variation which I shall call ‘The Argument from Non-belief’. Its basic idea is that if God were to exist, (...) then he would not permit as much non-belief in the world as there actually is. Hence the fact that there is so much non-belief constitutes evidence for God's non-existence. (shrink)

In 2035 global egg demand will have risen 50% from 1985. Because we are not able to tell in the egg whether it will become a male or female chick, billons of one day-old male chicks will be killed. International research initiatives are underway in this area, and governments encourage the development of an alternative with the goal of eliminating the culling of day-old male chicks. The Netherlands holds an exceptional position in the European egg trade, but is also the (...) only country in the European Union where the downside of the egg sector, the practice of killing day-old male chicks, is a recurrent subject of societal debate. ‘Preventing the killing of young animals’ and ‘in ovo sex determination’ are the two alternative approaches available to solve this problem. It is clear that both approaches solve the problem of killing day-old male chicks, either by keeping them alive or by preventing them from living, but they also raise a lot of new animal welfare-related dilemmas. A thorough analysis was undertaken of these dilemmas and the results are presented in this article. The analysis resulted in an ethical framework based on the two main approaches in bioethics: a consequentialist approach and a deontological approach. This ethical framework was used to develop an online survey administered to ascertain Dutch public opinion about these alternative approaches. The results show that neither alternative will be fully accepted, or accepted by more than half of Dutch society. However, the survey does provide an insight into the motives that are important for people’s choice: food safety and a good treatment of animals. Irrespective of the approach chosen, these values should be safeguarded and communicated clearly. (shrink)

This work offers an analysis of all the legal and moral issues surrounding humanitarian intervention: the deaths of innocent persons and the Doctrine of Double Effect Governmental legitimacy - The Doctrine of Effective Political Control; UN Charter and evaluation of the Nicaragua ruling; The Morality of not intervening; US-led invasion of Iraq; Humanitarian intervention authorised by the UN Security Council - Iraq, Somalia, Haiti, Rwanda, and Bosnia among others highlight NATO's intervention in Kosovo; The Nicaragua Decision; and The precedents of (...) Panama, Liberia and Sierra Leone. The book's features include: a new framework based on the doctrine of double effect; basic principles of international ethics; outline of the moral argument for humanitarian intervention; explores the morality and legality of military action to end tyranny or anarchy; arguments in a much more detailed and complete fashion than in previous editions; in-depth examination of philosophy of international law; the relationship between custom and moral theory; new discussion of the question of right authority; and a full analysis of recent interventions in Kosovo and Iraq. book addresses a broad interdisciplinary audience of international lawyers, philosophers, and political scientists. In this new edition, the author responds to critics while updating the discussion in the light of the momentous events that took place at the beginning of the new millennium. (shrink)

Despite a large and multifaceted effort to understand the vast landscape of phenotypic data, their current form inhibits productive data analysis. The lack of a community-wide, consensus-based, human- and machine-interpretable language for describing phenotypes and their genomic and environmental contexts is perhaps the most pressing scientific bottleneck to integration across many key fields in biology, including genomics, systems biology, development, medicine, evolution, ecology, and systematics. Here we survey the current phenomics landscape, including data resources and handling, and the progress that (...) has been made to accurately capture relevant data descriptions for phenotypes. We present an example of the kind of integration across domains that computable phenotypes would enable, and we call upon the broader biology community, publishers, and relevant funding agencies to support efforts to surmount today's data barriers and facilitate analytical reproducibility. (shrink)

In the United States, prohibitionist policies are used as the primary approach to combat the negative effect of substance use on society. An extensive academic literature spanning the disciplines of economics, political science, and multiculturalism documents the great social costs of the United States’ “War on Drugs” both nationally and internationally. These costs come with at best marginal effect on substance abuse and other crimes linked to the drug trade. In many cases, there is a reason to believe that these (...) policies exacerbate the problems they aim to address. This article explores psychologists’ ethical commitments to social change concerning such drug policy, given the field of psychology’s expanding commitment to social justice. We examine arguments regarding the boundaries between psychologists’ personal and professional ethics with regard to political participation. Using drug prohibition as an exemplar, we suggest that many psychologists’ political actions and professional ethics may be misaligned. Ultimately, we conclude that the endorsement of prohibitionist drug policies is in direct conflict with the guiding ethical principles put forth by the American Psychological Association’s Ethical Principles of Psychologists and Code of Conduct. (shrink)

Calls to hold artificial intelligence to account are intensifying. Activists and researchers alike warn of an “accountability gap” or even a “crisis of accountability” in AI. Meanwhile, several prominent scholars maintain that accountability holds the key to governing AI. But usage of the term varies widely in discussions of AI ethics and governance. This chapter begins by disambiguating some different senses and dimensions of accountability, distinguishing it from neighboring concepts, and identifying sources of confusion. It proceeds to explore the idea (...) that AI operates within an accountability gap arising from technical features of AI as well as the social context in which it is deployed. The chapter also evaluates various proposals for closing this gap. I conclude that the role of accountability in AI ethics and governance is vital but also more limited than some suggest. Accountability’s primary job description is to verify compliance with substantive normative principles—once those principles are settled. Theories of accountability cannot ultimately tell us what substantive standards to account for, especially when norms are contested or still emerging. Nonetheless, formal mechanisms of accountability provide a way of diagnosing and discouraging egregious wrongdoing even in the absence of normative agreement. Providing accounts can also be an important first step toward the development of more comprehensive regulatory standards for AI. (shrink)

R&D collaborations between industry, government, civil society, and research ) have recently gained attention from R&D theorists and practitioners. In aiming to come to grips with their complexity, past models have generally taken a stakeholder-analytical approach based on stakeholder types. Yet stakeholder types are difficult to operationalise. We therefore argue that a processual model is more suited for studying the interaction in QHCs because it eschews matters of titles and identities. We develop such a model in which the QHC is (...) represented as a process of generating four types of value: research value, market value, political value, and societal value. We then apply this processual model in analysing real-life cases of friction in QHCs. Friction is seen, not as an interpersonal clash, but as a discrepancy between two or more value-creation processes that compete for limited resources. (shrink)

Many scholars of organizations see social enterprise as a promising approach to advancing social justice but neglect to scrutinize the normative foundations and limitations of this optimism. This article draws on Rawlsian political philosophy to investigate whether and how social enterprises can support social justice. We propose that this perspective assigns organizations a duty to foster institutional capacity, a concept we define and elaborate. We investigate how this duty might apply specifically to social enterprises, given their characteristic features. We theorize (...) six different mechanisms through which social enterprises might successfully discharge this duty. These results affirm the value of conversation between organizational studies and political philosophy and shed new light on debates regarding social enterprise, institutional theory, and several other topics. (shrink)

Theoretical debates around the concept of self-deception revolve around identifying the conditions for a behavior to qualify as self-deception. Experiments 1 and 2 revealed that various candidate features—such as intent, belief change, and motive—are treated as sufficient, but non-necessary, conditions according to the lay concept of self-deception. This led us to ask whether there are multiple lay concepts, such that different participants endorse competing theories (the disagreement view), or whether individual participants assign partial weight to various features and consequently waver (...) in cases of middling similarity (the conflict view). In Experiment 3, by-participant regression models uncovered that most participants additively consider multiple characteristics of the prototype of self-deception, while only a minority of participants treat a characteristic (or a combination thereof) as necessary and sufficient. In sum, by disambiguating interpersonal disagreement and intrapersonal conflict in a within-subjects design, the present experiments indicate that the lay concept may primarily exhibit a prototype structure. In closing, we suggest that future research deploying this method may help to explain why experimental research on philosophical concepts often engenders partial support for competing theories. (shrink)

This is a protocol for a Cochrane Review (Intervention). The objectives are as follows: -/- The main aim of this review will be to assess the effects of changing practitioner empathy or patient expectations for all conditions. The main objective is to conduct a systematic review of randomised trials where the intervention involves manipulating either (a) practitioner empathy or (b) patient expectations, or (c) both.

In this paper, we highlight some problems for accounts of disability and enhancement that have not been sufficiently addressed in the literature. The reason, we contend, is that contemporary debates that seek to define, characterise or explain the normative valence of disability and enhancement do not pay sufficient attention to a wide range of cases, and the transition between one state and another. In section one, we provide seven cases that might count as disability or enhancement. We explain why each (...) case might count, and on what basis, and why it is been neglected. Each case is explained as a transition in what we call capacity space. We then argue that no definition of disability or enhancement addresses all of these cases, except for strict welfarist accounts of disability that do not rely on a depiction of any particular capacity. We argue further, however, that this is a serious deficiency of welfarist conceptions of disability. We then address objections to our account. (shrink)

In domains like stock brokerage, clinical psychiatry, and long‐term political forecasting, experts generally fail to outperform novices. Empirical researchers agree on why this is: experts must receive direct or environmental learning feedback during training to develop reliable expertise, and these domains are deficient in this type of feedback. A growing number of philosophers resource this consensus view to argue that, given the absence of direct or environmental philosophical feedback, we should not give the philosophical intuitions or theories of expert philosophers (...) greater credence than those of novice philosophers. This article has three objectives. The first is to explore several overlooked issues concerning the strategy of generalizing from empirical studies of non‐philosophical expertise to the epistemic status of philosophical expertise. The second is to explain why empirical research into a causal relationship between direct learning feedback and enhanced expert performance does not provide good grounds for abandoning a default optimism about the epistemic superiority of expert philosophical theories. The third is to sketch a positive characterization of learning feedback that addresses developmental concerns made salient by the empirical literature on expert performance for specifically theory‐driven or “armchair” domains like philosophy. (shrink)

There is broad agreement among social researchers and social ontologists that the project of dividing humans into social kinds should be guided by at least two methodological commitments. First, a commitment to what best serves moral and political interests, and second, a commitment to describing accurately the causal structures of social reality. However, researchers have not sufficiently analyzed how these two commitments interact and constrain one another. In the absence of that analysis, several confusions have set in, threatening to undermine (...) shared goals for the responsible modeling of social kinds of humans. This essay first explains the source and substance of these confusions. Then, by distinguishing different value-laden investigative questions into the classification of social kinds of humans, it sets out specific relations of dependence and constraint between empirically-driven investigations and value-driven investigations into social kinds of humans. The result is a more detailed and fruitful framework for thinking about the classification of social kinds that respects both normative interests and mind-independent causal regularities. (shrink)

The paper discusses the active part in the process of perceiving, usually expressed by the Greek word krinein. It is argued that krinein in one of its uses means "to judge" in the sense of judging a case, i. e. deciding it. It is not used for making statements. A second meaning of the Greek word is that of discerning or discriminating, and it is this meaning that plays a central part in Aristotle's theory of perception.

This short article aims to strengthen Hume's case against the rationality of believing in religious miracles by incorporating certain lessons borrowed from the growing literature on the history and psychology of magic tricks.

ABSTRACT Traditionally, being a realist about something means believing in the independent existence of that something. In this line of thought, a scientific realist is someone who believes in the objective existence of the entities postulated by our best scientific theories. In metaphysical terms, what does that mean? In ontological terms, i.e., in terms of what exists, scientific realism can be understood as involving the adoption of a scientifically informed ontology. But according to some philosophers, a realistic attitude must go (...) beyond ontology. The way in which this requirement has been understood involves providing a metaphysics for the entities postulated by science, that is, answering questions about the nature of what ontology admits to exist. We discuss how two fashionable approaches face the challenge of providing a metaphysics for science: a form of naturalism and the Viking/Toolbox approach. Finally, we present a third way, which adopts the best of both approaches: the meta-Popperian method, which focuses on discarding the wrong alternatives, or better saying, the metaphysical profiles incompatible with certain theories. We present the meta-Popperian method, a metametaphysical method capable of objectively assessing which metaphysical profiles are incompatible with certain scientific theories. For this, we will use quantum mechanics as a case study, presenting some previously obtained results. As our focus is on methodological questions about the relationship between metaphysics and science; with this method, we can see how science can be used to avoid error in metaphysical issues. In our opinion, this would be a way to develop a productive relationship between science and metaphysics. (shrink)

The kinds of real or natural kinds that support explanation and prediction in the social sciences are difficult to identify and track because they change through time, intersect with one another, and they do not always exhibit their properties when one encounters them. As a result, conceptual practices directed at these kinds will often refer in ways that are partial, equivocal, or redundant. To improve this epistemic situation, it is important to employ open-ended classificatory concepts, to understand when different research (...) programs are tracking the same real kind, and to maintain an ongoing commitment to interact causally with real kinds to focus reference on those kinds. A tempting view of these non-idealized epistemic conditions should be avoided: that they signal an ontological structure of the social world so plentiful that it would permit ameliorated classificatory schemes to achieve their normative aims regardless of whether they defer to real-kind classificatory schemes. To ground these discussions, the essay appeals to an overlooked convergence in the systematic naturalistic frameworks of Richard Boyd and Ruth Millikan. (shrink)

This dissertation discusses the work of Thomas Hobbes, and has two main themes. The first is Hobbes's materialism, and the second is Hobbes's relationships to other philosophers, in particular his place in the mechanist movement that is said to have replaced Aristotelianism as the dominant philosophy in the seventeenth century. -/- I argue that Hobbes does not, for most of his career, believe the general materialist view that bodies are the only substances. He believes, rather, that ideas, which are our (...) main mechanism for thinking about the world, allow us to understand many bodies, but not to understand every thing we recognize to exist. The incomprehensible things include God---and, early in Hobbes's career, the human mind. Discussing materialism and our knowledge of God leads me to engage with the debate over Hobbes's alleged atheism. I argue that the evidence for Hobbes's atheism is weak at best. Hobbes is a sincere theist, though his view is sometimes unusual. -/- My discussion of Hobbes's relationships to other philosophers has three parts. In chapter five I argue that Hobbes's views about method are in important ways similar to Zabarella's. In chapter six I look at Hobbes's rejection of the view, held by some scholastic Aristotelians, that accidents can sometimes exist without inhering in substances. Thus we see two sides of Hobbes's interaction with the Aristotelian tradition. Sometimes that interaction is just rejection, but at other times Hobbes takes over views from that tradition. Then in chapter seven I consider whether, and in what sense, Hobbes is a mechanist. I argue that the narrative of mechanism and Aristotelianism is a less powerful explanation than it has seemed to some to be, because it is hard to see what mechanists have in common. (shrink)

In some domains experts perform better than novices, and in other domains experts do not generally perform better than novices. According to empirical studies of expert performance, this is because the former but not the latter domains make available to training practitioners a direct form of learning feedback. Several philosophers resource this empirical literature to cast doubt on the quality of philosophical expertise. They claim that philosophy is like the dubious domains in that it does not make available the good, (...) direct kind of learning feedback, and thus there are empirical grounds for doubting the epistemic quality of philosophical expertise. I examine the empirical studies that are purportedly bad news for professional philosophers. On the basis of that examination, I provide three reasons why the empirical study of non-philosophical expertise does not undermine the status of philosophical expertise. First, the non-philosophical task-types from which the critics generalize are unrepresentative of relevant philosophical task-types. Second, empirical critiques of non-philosophical experts are often made relative to the performance of linear models—a comparison that is inapt in a philosophical context. Third, the critics fail to discuss findings from the empirical study of non-philosophical expertise that have more favorable implications for the epistemic status of philosophical expertise. In addition to discussing implications for philosophical expertise, this article makes progress in the philosophical analysis of the science of expertise and expert development. (shrink)

Can the existence of a social practice justify practical authority? A medieval debate between hierocrats and caesaropapists may help to illuminate this question. Focusing mainly on Marsilius of Padua, with reference to John of Paris, this article suggests that caesaropapists can be read as developing a 'practice conception' of the structure and scope of ecclesiastical authority. Because it brings the conflict over authority to a new battleground, the practice conception supplies caesaropapists with a source of dialectical leverage over hierocratic doctrine. (...) The paper explores the strengths and limitations of this methodological approach and links it to debates in contemporary political thought. (shrink)

Traditional debate on the metaphysics of gender has been a contrast of essentialist and social-constructionist positions. The standard reaction to this opposition is that neither position alone has the theoretical resources required to satisfy an equitable politics. This has caused a number of theorists to suggest ways in which gender is unified on the basis of social rather than biological characteristics but is “real” or “objective” nonetheless – a position I term social objectivism. This essay begins by making explicit the (...) motivations for, and central assumptions of, social objectivism. I then propose that gender is better understood as a real kind with a historical essence, analogous to the biologist’s claim that species are historical entities. I argue that this proposal achieves a better solution to the problems that motivate social objectivism. Moreover, the account is consistent with a post-positivist understanding of the classificatory practices employed within the natural and social sciences. (shrink)

This paper discusses the reports in Diogenes Laertius and in Sextus Empiricus concerning the classification of propositions. It is argued that the material in Sextus uses a source going back to the Dialectical school whose most prominent members were Diodorus Cronus and Philo of Megara. The material preserved in Diogenes Laertius, on the other hand, goes back to Chrysippus.

In July 2020, more than 1000 companies that advertise on social media platforms withdrew their business, citing failures of the platforms (especially Facebook) to address the proliferation of harmful content. The #StopHateForProfit movement invites reflection on an understudied topic: the ethics of boycotting by corporations. Under what conditions is corporate boycotting permissible, required, supererogatory, or forbidden? Although value-driven consumerism has generated significant recent discussion in applied ethics, that discussion has focused almost exclusively on the consumption choices of individuals. As this (...) article underscores, value-driven consumerism by business corporations complicates these issues and invites further examination. We propose principles for the ethics of boycotting by corporations, indicate how these principles relate to different CSR paradigms, and show how these insights can help assess recent instances of corporate boycotting. (shrink)

Beauvoir’s The Second Sex stands out as a master class in the accommodation of conceptual and inferential practices to real, objective gender kinds. Or so I will argue. To establish this framing, we will first need in hand the kind of scientific epistemology that correctly reconciles epistemic progress and error, particularly as pertains to the unruly social sciences. An important goal of the paper is to develop that epistemological framework and unlock its ontological implications for the domain of gender. As (...) we will see, the real gender kinds that contemporary social scientists successfully identify and track are very much the same kinds to which Beauvoir was coordinating reference in The Second Sex. The correct identification of those kinds endures as a moral and political priority, regardless of one’s other gender-related normative agenda. (shrink)

There is growing support for the view that social categories like men and women refer to “objective types” (Haslanger 2000, 2006, 2012; Alcoff 2005). An objective type is a similarity class for which the axis of similarity is an objective rather than nominal or fictional property. Such types are independently real and causally relevant, yet their unity does not derive from an essential property. Given this tandem of features, it is not surprising why empirically-minded researchers interested in fighting oppression and (...) marginalization have found this ontological category so attractive: objective types have the ontological credentials to secure the reality (and thus political representation) of social categories, and yet they do not impose exclusionary essences that also naturalize and legitimize social inequalities. This essay argues that, from the perspective of these political goals of fighting oppression and marginalization, the category of objective types is in fact a Trojan horse; it looks like a gift, but it ends up creating trouble. I argue that objective type classifications often lack empirical adequacy, and as a result they lack political adequacy. I also provide, and in reference to the normative goals described above, several arguments for preferring a social ontology of natural kinds with historical essences. (shrink)

Common everyday materials such as textiles, foodstuffs, soil or skin can have complex, mutable and varied appearances. Under typical viewing conditions, most observers can visually recognize materials effortlessly, and determine many of their properties without touching them. Visual material perception raises many fascinating questions for vision researchers, neuroscientists and philosophers, yet has received little attention compared to the perception of color or shape. Here we discuss some of the challenges that material perception raises and argue that further philosophical thought should (...) be directed to how we see materials. (shrink)

This paper by Theodore de Laguna presents and argues for the deflationary theory of truth. The paper was first published in French in 1922. The version published here is the original, English version of the paper and has been edited by Joel Katzav.

Experimental philosophy involves subjecting philosophical methods and judgments to empirical scrutiny. I begin by exploring conceptual, confirmational, and empirical factors that limit the significance of experiment-based and survey-based approaches to the evaluation of philosophical epistemic activities. I then consider specific criticisms of experimental philosophy: its experimental conditions lack ecological validity; it wrongly assumes that philosophers rely on psychologized data; it overlooks the reflective and social elements of philosophical case analysis; it misconstrues the importance of both procedural and evaluative forms of (...) philosophical expertise; it incorrectly views psychological bias as incompatible with reliability; and it generalizes to a global, self-defeating skepticism about case judgment. I explain why these criticisms should be understood as converging and interdependent. I also set out a three-level model of philosophical case judgment that frames the criticisms. (shrink)

The goal of Transhumanism is to change the human condition through radical enhancement of its positive traits and through AI (Artificial Intelligence). Among these traits the transhumanists highlight creativity. Here we first describe human creativity at more fundamental levels than those related to the arts and sciences when, for example, childhood is taken into account. We then admit that creativity is experienced on both its bright and dark sides. In a second moment we describe attempts to improve creativity both at (...) the bodily level and in the emulation of human behavior in AI. These developments are presented both as effective results in laboratories and as transhumanist proposals emerging from them. Third, we have introduced the work of some theologians and ethicists, who study such proposals through the lens of the "created co-creator" metaphor. Finally, we analyze these developments through a reflection on the nature of creativity. We identify three problems in the current ideas about enhancement: first, they are bound to Western standards of creativity; second, the tempo and mode of evolution (involving an extended childhood) are not taken into account; third, the enhancement of creativity develops both its healthy and the perverse side. Proponents of the created co-creator metaphor also have difficulties with the problems pointed out. Concerning AI, there is a promising perspective of approaching human creativity, but there are some intrinsic limits: Human emotions are ambiguous, contradictory and far from rational control; human creativity is iconoclastic, thus highlighting the importance of youth and new generations; we do not expect from AI beings to present the perverse side of creativity. Our conclusions are: First, procreation and the new generations are essential to human creativity; in the same way, the wheat does not grow without the chaff; and finally, that birth breaks with causal connections and allows us to act forgiving--at birth, God's creative act is re-enacted. (shrink)

COVID-19 vaccination of children has begun in various high-income countries with regulatory approval and general public support, but largely without careful ethical consideration. This trend is expected to extend to other COVID-19 vaccines and lower ages as clinical trials progress. This paper provides an ethical analysis of COVID-19 vaccination of healthy children. Specifically, we argue that it is currently unclear whether routine COVID-19 vaccination of healthy children is ethically justified in most contexts, given the minimal direct benefit that COVID-19 vaccination (...) provides to children, the potential for rare risks to outweigh these benefits and undermine vaccine confidence, and substantial evidence that COVID-19 vaccination confers adequate protection to risk groups, such as older adults, without the need to vaccinate healthy children. We conclude that child COVID-19 vaccination in wealthy communities before adults in poor communities worldwide is ethically unacceptable and consider how policy deliberations might evolve in light of future developments. (shrink)

We propose the use of discussion structures as tools for analyzing policy debates in a way that enables the increased participation of lay stakeholders. Discussion structures are argumentation-theoretical tools that can be employed to tackle three barriers that separate lay stakeholders from policy debates: difficulty, magnitude, and complexity. We exemplify the use of these tools on a debate in research policy on the question of responsibility. By making use of discussion structures, we focus on the argumentative moves performed by the (...) parties involved in this debate. We conclude by discussing advantages and limitations of discussion structures and we trace several opportunities for further research on these instruments. (shrink)

The question as to what makes a perfect Aristotelian syllogism a perfect one has long been discussed by Aristotelian scholars. G. Patzig was the first to point the way to a correct answer: it is the evidence of the logical necessity that is the special feature of perfect syllogisms. Patzig moreover claimed that the evidence of a perfect syllogism can be seen for Barbara in the transitivity of the a-relation. However, this explanation would give Barbara a different status over the (...) other three first figure syllogisms. I argue that, taking into account the role of the being-contained-as-in-a-whole formulation, transitivity can be seen to be present in all four first figure syllogisms. Using this wording will put the negation sign with the predicate, similar to the notation in modern predicate calculus. (shrink)

Critics of private charity often claim that the well-off should instead assist the disadvantaged through political reform. The present article explores this idea with reference to effective altruism, a powerful new paradigm in the ethics of philanthropy. Effective altruism presses the relatively affluent not only to give generously, but also to subject their practical deliberations to rigorous evaluations of impartiality and cost-effectiveness. The article contends that the movement’s sophisticated methods are not sufficient to overcome the worries of institutionalist critics. At (...) the same time, it shows that a transition from assistance to advocacy faces underappreciated and serious limitations. The measurement-based methods that allow effective altruists to identify promising assistance programs do not carry over well to political reform. In addition, unleashing greater private wealth into politics may exacerbate unequal opportunities for political influence. The article closes with preliminary suggestions for overcoming these concerns and connects them to broader developments in the politics of philanthropy. (shrink)

Intergenerational transfers are a core feature of the practice of private philanthropy. A substantial portion of the resources committed to charitable causes comes from transfers (either during life or at death) that continue to pay out after death. Indeed, much of the power of the charitable foundation lies in its ability to extend the life of an enterprise beyond the mortal existence of its initiating agents. Despite their prevalence, whether and in what way the instruments of intergenerational philanthropy can be (...) justified is controversial. Many have argued that these instruments unfairly privilege the interests of the dead at the expense of the living and unborn. More recently, others have argued that intergenerational charitable transfers comport with the demands of distributive justice and are therefore legitimate. This paper contends that both of these perspectives fail to see the problem for what it is. Intergenerational charitable transfers may indeed promote justice in certain respects, but they do so at the cost of imposing the judgments of the dead onto the living. Respecting the wishes of the past conflicts with an interest in “generational sovereignty.” The paper concludes that properly accounting for this interest in generational sovereignty doesn’t require the abolition of intergenerational philanthropy. But it does tell in favor of a different regulatory orientation than most legal systems currently adopt. (shrink)

The reason for Aristotle’s treatment of (traditional) fourth figure syllogisms as first figure syllogisms with inverted terms in the conclusion is the following: To disprove the conclusiveness of a premiss pair Aristotle formulates two triplets of true propositions such that two of them correspond to the premiss pair in question and that the third proposition corresponding to a conclusion is an a-proposition in the first case, an e-proposition in the other. Since the truth of an a-proposition grants the falsity of (...) the contrary e- and of the contradictory o-proposition, the first triplet offers two counter-instances for invalid syllogisms with true premisses and false conclusions. Similarly the true e-proposition grants the falsity of an a- and an i-conclusion. Since an a-proposition can be converted to an i-proposition and an e-proposition is equivalent to its converse, these first figure triplets also disprove any first figure syllogism with converted conclusions, with the exception of o-conclusions. The invalidity of the latter ones, however, can be shown by using premiss conversions of (invalid) second and third figure syllogisms. The proposed explanation also makes clear why there are no rejection proofs for invalid syllogisms of (traditional) fourth figure syllogisms in the Analytics. (shrink)

Ideas for integrating AI into politics are now emerging and advancing at accelerating pace. This chapter highlights a few different varieties and show how they reflect different assumptions about the value of democracy. We cannot make informed decisions about which, if any, proposals to pursue without further reflection on what makes democracy valuable and how current conditions fail to fully realize it. Recent advances in political philosophy provide some guidance but leave important questions open. If AI advances to a state (...) where it can secure superior political outcomes, leading perspectives in political philosophy suggest that democracy may become obsolete. If we find this suggestion troubling, we need to put the case for democracy on stronger foundations. (shrink)

Objective: to evaluate CANLPH score and systemic immune inflammation index (SII) in patients with symptomatic rheumatic mitral stenosis (MS) undergoing percutaneous mitral balloon valvuloplasty (PMBV). -/- Methods: 62 patients who underwent PMBV in our clinic between 2018 and 2021 were included retrospectively. The patients were divided into 2 groups according to echo score. The CANLPH score was calculated from the cut-off values of C-reactive protein to albumin ratio (CAR), neutrophil to lymphocyte ratio (NLR) and platelet to hemoglobin ratio (PHR), determined (...) with the Youden index and SII by the formula platelet x neutrophil/lymphocyte. P <0.05 was considered statistically significant. -/- Results: The mean age of the patients was 44.5±10.4 years (40 female, 64.5%). The mean values of SII and CANLPH scores were higher in the Echo score >8 group (p <0.001, both). The mean mitral gradient before and after PMBV was 12.6±5.7mm Hg and 5.0±2.4 mm Hg, and the mean valve area was 1.12±0.27 cm2 and 1.85±0.29 cm2. A statistically significant and negative correlation was observed between the gradient decrease after the procedure and the CANLPH score and SII (r=-0.426, p=0.001 and r=-0.418, p=0.001, respectively). In receiver operating characteristic (ROC) curve analysis, it was concluded that the ability of CANPLH score to predict the higher Echo scores was noninferior to SII with an area under curve (AUC:0.820 (0.701-0.906) and AUC:0.786 (0.664-0.880), z statistics 0.576 and p=0.564. -/- Conclusion: SII and CANLPH scores are correlated with Echo score. A significant negative relationship was found with both biomarkers and gradient decrease after the PMBV. (shrink)

The text translated, “Das Wissen von fremden Ichen,” bears particular importance for the early phenomenological movement for two reasons. The first is Lipps’ refutation of the theory that knowledge of other selves arises by way of an inference from analogy. Lipps first developed his account of empathy to explain that we tend to succumb to geometric optical illusions because we project living activity into inanimate objects. In sum, Lipps’ groundbreaking article on The Knowledge of Other Egos deserves as much interest (...) from the philosophical community today as it had in the past. The figure of Lipps the philosopher needs to be taken into consideration anew among other much-celebrated proponents of the phenomenological movement. The supporters of that theory, however, demand that we ought to be able to pick out a justification for the existence of objective reality from the fact of our sensations by way of thought alone. (shrink)

This reply affirms Temkin’s critical perspective on effective altruism but seeks to draw out its constructive implications. It first encourages Temkin to defend the practical urgency of global poverty in the face of doubts about aid effectiveness. It then argues for a more holistic conception of effectiveness to mitigate these doubts. It considers some alternative aid strategies that respond to this broader conception. Finally, it exhorts effective altruists to think more seriously about the reform of global institutions.

This paper presents a new solution to the problem of peer disagreement that distinguishes two principles of rational belief, here called probability and autonomy. When we discover that we disagree with peers, there is one sense in which we rationally ought to suspend belief, and another in which we rationally ought to retain our original belief. In the first sense, we aim to believe what is most probably true according to our total evidence, including testimony from peers and authorities. In (...) the second, we aim to base our beliefs only on objective evidence and argumentation, even if that lowers the probability of their being true. The first principle of rational belief tends to serve the short-term epistemic interests of individuals, while the second tends to serve the long-term epistemic interests of both individuals and groups. The best way to reconcile these principles in cases of peer disagreement is to associate them with two corresponding species of belief, here called perception and opinion. (shrink)

Why is science so rare and faith so common in human history? Traditional cultures persist because it is subjectively rational for each maturing child to defer to the unanimous beliefs of his elders, regardless of any personal doubts. Science is possible only when individuals promote new theories (which will probably be proven false) and forgo the epistemic advantages of accepting established views (which are more likely to be true). Hence, progressive science must rely upon the epistemic altruism of experimental thinkers, (...) while traditions of faith depend on the epistemic self-interest of their followers. (shrink)