The ability to focus on relevant information is central to human cognition. It is therefore hardly unsurprising that the notion of relevance appears across a range of different dis- ciplines. As well as its central role in relevance-theoretic pragmatics, for example, rele- vance is also a core concept in the affective sciences, where there is consensus that for a particular object or event to elicit an emotional state, that object or event needs to be relevant to the person in whom (...) that state is elicited. Despite this, although some affective scientists have carefully considered what emotional relevance might mean, surprisingly little research has been dedicated to providing a definition. Since, by contrast, the relevance-theoretic notion of relevance is carefully defined, our primary aim is to compare relevance as it exists in affective science and in relevance theory, A further aim is to redress what we perceive to be an imbalance: Affective scientists have made great strides in understanding the processes of emotion elicitation/responses etc., but despite the fact that among humans the communication of information about emotional states is ubiquitous, pragmatists have tended to ignore it. We conclude, therefore, that affective science and relevance theory have much to learn from each other. (shrink)
FISIOLOGIA DO PARTO E DA LACTAÇÃO ANIMAL -/- ANIMAL REPRODUCTION: PHISIOLOGY OF PARTURITION AND ANIMAL LACTATION -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva Departamento de Zootecnia da UFRPE WhatsApp: (82)98143-8399 -/- 1. INTRODUÇÃO O sucesso biológico do processo de reprodução culmina com a sobrevivência das crias. Durante a gestação, o feto desenvolve-se no útero materno protegido das influências externas, e obtendo os nutrientes e o oxigênio através da mãe. O parto é o processo biológico que marca o fim da gestação e (...) o início da vida extrauterina do animal. Para garantir a sobrevivência do recém-nascido o parto deve ser um processo controlado para que se inicie unicamente quando o feto tiver alcançado desenvolvimento suficiente que lhe permita enfrentar a vida extrauterina. Após o nascimento, a secreção de leite pela glândula mamária proporciona ao neonato tanto os nutrientes necessários para seu desenvolvimento como as defesas (imunoglobulinas) que lhe protegerão contra as possíveis infecções durante as primeiras fases de sua vida. Parto e lactação constituem a última etapa de um ciclo reprodutivo completo nas fêmeas dos animais domésticos, estando ambos os processos regulados e sincronizados por complexas mudanças hormonais na mãe. Estas mudanças são, em última análise, provocadas e governadas pelo próprio feto ou recém-nascido, o qual acomoda as respostas maternas às suas necessidades garantindo a sua sobrevivência. 2. O PARTO O parto é definido como o processo fisiológico pelo qual ocorre a expulsão de um ou mais fetos maduros, bem como das membranas fetais existentes no útero materno. Este processo é desencadeado por uma interação complexa entre as hormonas maternas (fatores maternos) e fetais (fatores fetais). Para que se realize a expulsão do feto é necessário que o útero deixe de ser um órgão quiescente, essencial para a manutenção da gestação, para ser um órgão contrátil. Ao mesmo tempo, o cérvix ou colo uterino, que durante a gestação permanece firmemente fechado para impedir a expulsão prematura do feto e evitar a entrada de agentes infecciosos, relaxa e dilata para facilitar a passagem do feto na hora do parto. Esta modificação na atividade do útero e do colo uterino, ocorrem como consequência das mudanças hormonais que o organismo materno experimenta à medida que a data do parto se aproxima. 2.1 Fatores maternos A gestação dos animais domésticos ocorre com elevada concentração de progesterona que, dependendo da espécie animal, é secretada seja pelo corpo lúteo do ovário (vaca, porca e cabra) ou pela placenta (ovelha e égua). A progesterona desempenha um papel fundamental durante a gestação, inibindo as contrações da musculatura lisa do útero (miométrio), permitindo assim a acomodação do feto durante o seu crescimento. Os estrogênios, estimulantes da atividade contrátil do miométrio, mantêm-se a baixas concentrações durante a maior parte da gestação. À medida que se aproxima o momento do parto, os níveis destes hormônios esteroides modificam-se, produzindo-se a diminuição nos níveis circulantes da progesterona ao mesmo tempo que se incrementam os valores sanguíneos dos estrogênios (figura 1). A redução dos níveis de progesterona suprime a sua ação inibitória sobre a atividade contrátil do miométrio, permitindo que se manifestem os efeitos estimulantes dos estrogênios sobre este órgão. A concentração de estrogênios começa a aumentar geralmente no final da gestação, atingindo os seus valores máximos no momento do parto (figura 1). O aumento da concentração de estrogênios favorece a atividade contrátil espontânea do útero ao: a) estimular a síntese de proteínas contráteis; b) aumentar, sob medida, a sensibilidade do miométrio uterino à ação estimulante das prostaglandinas; c) induzir a formação de receptores de oxitocina no útero. -/- Figura 1. Níveis de progesterona e estrógenos durante a gestação e parto das espécies ovina, caprina, suína e bovina. Fonte: HAFEZ, 2013. Os estrogênios estimulam a síntese e secreção de prostaglandina (PGF2a), que constitui o elemento essencial para o início do parto devido aos efeitos que esta substância provoca. Assim, nas fêmeas, cujos níveis de progesterona gestacional dependem da presença do corpo lúteo, a secreção de PGF, origina a regressão deste (luteólise), com a consequente diminuição da progesterona a níveis basais. Além disso, a PGF2a origina contrações de crescente intensidade no útero sensibilizado pela ação dos estrogênios. Esta ação contrátil da PGF2a deve-se a um aumento da concentração de cálcio intracelular das fibras musculares uterinas. A PGF2a também está envolvida no relaxamento do colo do útero, inibindo a formação de colágeno cervical ao mesmo tempo que estimula a síntese de enzimas (colagenase) que degradam a matriz de colágeno formado no início da gestação. A dilatação do colo do útero está também associada à pressão que o feto exerce sobre o mesmo e, no caso da porca, a relaxina pode também estar envolvida. Esta hormona é também de grande importância para a preparação do parto em todas as espécies animais, uma vez que é responsável pelo relaxamento dos ligamentos e músculos que rodeiam o canal pélvico para favorecer a separação da sínfise púbica durante a expulsão do feto. Nos grandes animais (vaca, égua) as mudanças que ocorrem nos tecidos e ligamentos pélvicos são muito evidentes e constituem um sintoma de parto iminente. O início do parto, ou primeira fase do parto, caracteriza-se pelo aumento das contrações uterinas provocadas pela PGF2a coincidindo com a dilatação do colo uterino para permitir a passagem do feto para o canal do parto, momento em que começa a segunda fase do parto. A distensão vaginal que produz-se para a passagem do feto pelo canal do parto origina um estímulo nervoso que viaja através da medula espinal para o hipotálamo, onde se encontram os neurônios responsáveis pela síntese de oxitocina. As terminações nervosas destes neurónios são projetadas para o lobo posterior da hipófise (neurohipófise), onde a oxitocina é secretada para ser, posteriormente , transportada pela circulação sanguínea. Este reflexo neuroendócrino chamado reflexo de Ferguson determina a secreção súbita de oxitocina, provocando o aumento tanto na intensidade como na frequência das contrações uterinas necessárias para a expulsão final do feto. O papel da oxitocina é ativar a conclusão do processo de expulsão, uma vez que esta hormona não está envolvida no início do parto. A alteração mais significativa entre a gestação e o parto é a alteração na atividade contrátil do miométrio uterino. Esta mudança é devido às alterações hormonais que ocorrem na mãe quando a gestação chegou a fim. No entanto, para que estes mecanismos maternos sejam acionados, é necessário que o feto indique de alguma forma à mãe o seu estado de desenvolvimento, de modo que o nascimento realize-se quando o feto estiver preparado para enfrentar a vida extrauterina. 2.2 Fatores fetais A destruição experimental da hipófise e/ou das glândulas adrenais do feto origina o prolongamento da gestação nos animais domésticos. Pelo contrário, a administração exógena de cortisol (corticosteroides adrenais), ou do seu precursor hipofisário (ACTH), à circulação fetal provoca, em poucas horas, o início do parto. Estes fatos evidenciam a importância do eixo hipófise-adrenal do feto para desencadear o início do parto (figura 2). Figura 2. Mecanismos fetais que controlam o parto em ovelhas. Fonte: LIGGINS et al, 1972. No final da gestação, o feto maduro apresenta um aumento da concentração de corticosteroides plasmáticos devido ao efeito estimulante da hormona adrenocorticotróide (ACVH) secretada pela hipófise fetal sobre as glândulas adrenais do feto. Os corticosteroides fetais por sua vez estimulam as enzimas placentárias para transformar a progesterona em estrogênio. O resultado final é a diminuição dos níveis de progesterona ao mesmo tempo que se eleva a concentração de estrogênios que, por sua vez, estimulam a libertação de PGF2a responsável pelas contrações uterinas. Este raciocínio explica algumas doenças caracterizadas por gestação prolongada em ovelhas, como ocorre na África do Sul, onde estes animais são obrigados, durante as épocas de seca, a ingerir as folhas de um arbusto chamado Salsola tuberculate. O prolongamento da gestação ocorre quando estas folhas são ingeridas durante o último terço da gestação cujos efeitos estão relacionados com a supressão do eixo hipotálamo-hipófise, com o qual as adrenais não recebem o estímulo necessário (ACTH) para a síntese e liberação de corticoides. O efeito contrário é observado nas cabras da raça Angorá, nas quais se produzem, com relativa frequência, partos prematuros que podem estar relacionados com um desenvolvimento precoce das glândulas adrenais. Isto significa que, nos animais domésticos, o feto determina a data do parto. O sinal hormonal que indica à mãe o grau de maturidade do feto é o desenvolvimento do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal que origina o aumento na secreção de corticoides fetais que são os responsáveis por desencadear as alterações hormonais no organismo materno necessárias para iniciar o parto. A figura 2 mostra como a remoção da hipófise e as adrenais do feto prolongam a gestação, enquanto a administração exógena de ACTH ou corticoides (cortisol) ao feto originam um parto prematuro. O momento em que ocorre o aumento da concentração plasmática de corticoides no feto varia de acordo com a espécie: de 25 a 30 dias antes do parto na vaca, de 7 a 10 dias na porca e de 2 a 3 dias na ovelha. 2.3 Desenvolvimento e fases do parto O parto inicia-se com o início das contrações peristálticas e regulares do miométrio uterino ao mesmo tempo que o colo do útero se dilata progressivamente. Nas fêmeas que gestam um único feto (monotecas), as contrações começam na extremidade anterior do córneo uterino, enquanto que nas espécies que gestam vários fetos (politocas) as contrações começam pela extremidade cervical para começar a expulsar o feto que se encontra mais próximo do cérvix. Durante o parto são reconhecidas três fases: 1. Fase preparatória - Na qual as contrações uterinas estimulam a rotação do feto (fêmeas monotecas) para adotar a posição dorsal (extremidades anteriores e cabeça forçadas contra o cérvix) que lhe permite oferecer a menor resistência para sua expulsão. A PGF2a provoca as contrações miometriais e a dilatação do cérvix, deslocando o feto contra e através desta estrutura. 2. Fase de expulsão - A passagem do feto através do colo uterino e da vagina causam a completa dilatação destas estruturas, originando a secreção de oxitocina (reflexo de Ferguson), que provoca contrações de maior frequência e intensidade. Por sua vez, estas contrações uterinas são reforçadas pela pressão e contração dos músculos abdominais, chegando estes últimos a ser a força principal (forças de expulsão) envolvida no processo de expulsão do feto. O cordão umbilical rompe-se bem ao levantar-se a mãe ou pelos movimentos do recém-nascido. 3. Fase de expulsão da placenta - Após o parto, as contrações rítmicas do útero continuam a facilitar a expulsão da(s) placenta(s). O tempo necessário para este processo varia de acordo com a espécie animal. Este processo é rápido na égua, já que a separação do corion (membrana fetal) de sua inserção uterina ocorre durante a expulsão do feto, com o qual o parto deve ser concluído rapidamente ou, caso contrário, o potro se asfixiaria. Nos ruminantes, a expulsão da placenta cotiledonaria é um processo mais lento que exige a separação dos cotilédones (membrana fetal) das carúnculas do útero. Por conseguinte, a troca de nutrientes e oxigênio entre a mãe e o feto continua até que este tenha sido totalmente expelido, devido ao cordão umbilical destes animais ser bastante longo. Nas fêmeas politocas, como a porca, geralmente as placentas de vários leitões são expulsadas no final, quando os leitões já foram expelidos, se bem que o último leitão poderá ser expelido durante a expulsão da massa placentária. 3. LACTAÇÃO A lactação constitui o processo que define os mamíferos como classe biológica. O desenvolvimento pós-natal dos mamíferos vai depender, em grande medida, dos nutrientes e defesas fornecidos pela mãe através da secreção de leite (imunoglobulinas). Assim, uma vez concluído o desenvolvimento gestacional do feto, a glândula mamária irá substituir, de certa forma, a função nutritiva e protetora da placenta durante a gestação. 3.1 Anatomia funcional da glândula mamária A estrutura funcional da glândula mamária é muito semelhante em todos os mamíferos, embora o tamanho, forma e número de glândulas varia dependendo da espécie animal. As glândulas mamárias desenvolvem-se como estruturas pares cujo número varia de um par (égua, cabra e ovelha), dois pares (vaca) até sete ou nove (porca). A localização das glândulas também difere sendo inguinal em vaca, égua, cabra e ovelha, enquanto que na porca, cadela e gata se estendem por todo o comprimento do tórax e abdômen. Nos animais domésticos em geral as glândulas mamárias recebem o nome de úberes. Tomando como modelo a vaca, a glândula mamária se organiza em duas estruturas: o estroma, formado por tecido conjuntivo procedente dos ligamentos suspensório medial, localizado entre os dois pares de glândulas, dando suporte à segunda estrutura que é o tecido secretor. Este é formado por acúmulos de células secretoras formando estruturas ocas chamadas alvéolos, que são as unidades fundamentais secretoras de leite. Os alvéolos estão circulados internamente por células epiteliais (secretoras) e rodeados externamente por células mioepiteliais contráteis, cuja contração origina a ejeção do leite (figura 3). O agrupamento de vários alvéolos adjacentes formam um lobo secretor. Figura 3. Diagrama de um agregado de alvéolos na glândula mamária de uma cabra. Fonte: COWIE et al, 1980. Os lobos expelem a secreção através de ductos que, por sua vez, drenam os ductos galactóforas (ductos lácteos) de maior diâmetro, para desembocar em áreas especializadas em armazenar o leite chamadas cisternas (vaca, cabra). Finalmente, a cisterna abre-se para o exterior através do canal papilar da teta. A presença do músculo liso na teta permite-lhe agir como esfíncter para impedir que o leite seja expelido passivamente do interior da glândula. O mamilo/teta é provido de numerosos receptores sensitivos cuja excitação durante a ordenha ou amamentação vai desencadear estímulos nervosos de grande importância para a manutenção da lactação. 3.2 Desenvolvimento da glândula mamária (mamogênese) A glândula mamária difere das demais glândulas do organismo no escasso desenvolvimento que apresenta no nascimento da fêmea, o qual não se inicia até que esta não atinja a puberdade. O início da atividade cíclica do ovário (puberdade) dá origem à síntese de estrogênios (fase folicular do ciclo estral) e progesterona (fase lútea). Os estrogênios originam o alongamento e ramificação dos ductos e a formação de pequenas massas esféricas de células (os futuros alvéolos). Embora este desenvolvimento seja dependente do estrogênio, é também necessária a ação sinérgica da prolactina, hormona do crescimento (GH) e corticoides adrenais, como demonstrado pelos estudos realizados em ratos aos quais foi removida a hipófise, glândulas suprarrenais e ovários (figura 4). A função da progesterona no desenvolvimento da glândula mamária é estimular o crescimento do lobo-alveolar, mas como no caso anterior também requer a ação conjunta dos hormônios acima mencionados. Figura 4. Hormonas relacionadas com o crescimento da glândula mamária e início da secreção de leite na rata hipofisectomizada-adrenoectomizada-ovariectomizada. Fonte: COWIE, 1980. O desenvolvimento da glândula, durante cada ciclo estral, vai depender da duração da fase folicular (níveis elevados de estrogênio), já que nas restantes fases do ciclo, quando os níveis de estrogênio são baixos, os ductos sofrem uma ligeira regressão. Nas espécies com ciclos curtos (rata), em que a fase folicular do ciclo é predominante, enquanto a fase lútea é quase inexistente, verifica-se um grande desenvolvimento dos ductos; enquanto que aquelas que apresentam um corpo lúteo funcional de longa duração (cadela e primatas), além do crescimento dos ductos, mostram um grande desenvolvimento lóbulo-alveolar semelhante ao que ocorre na gestação. É durante a gestação que o sistema alveolar sofre uma hipertrofia considerável, resultando em lobos proeminentes e no desenvolvimento da luz interna dos alvéolos, fato que é evidente na maioria dos animais domésticos por volta da metade do período gestacional. Em algumas espécies, as células que circundam interiormente os alvéolos contêm produtos secretores, indicando que a glândula mamária já está preparada para a fase da lactação. O desenvolvimento glandular durante a gestação deve-se ao efeito conjunto da progesterona e dos estrogênios com as hormonas hipofisárias acima mencionadas: prolactina, hormona do crescimento (GH) e adrenocorticotropina (ACTH). A proporção entre estrogênios e progesterona varia de acordo com a espécie, mas geralmente é necessária uma maior concentração de progesterona (proveniente do corpo lúteo ou da placenta). Quanto às hormonas hipofisárias, a prolactina desempenha um papel fundamental na diferenciação da glândula mamária (mesmo a baixas concentrações) ao estimular o desenvolvimento do epitélio secretor dos alvéolos. A GH favorece o crescimento dos ductos e a ACTH estimula a secreção de corticoides nas adrenais que, por sua vez, favorecem de forma generalizada o crescimento das glândulas. 3.3 Secreção da glândula mamária (lactogênese) A lactogênese, ou o processo pelo qual se produz a síntese e secreção do leite pela glândula mamária, começa no final da gestação coincidindo com o desencadeamento do parto. O primeiro leite formado imediatamente antes ou depois do parto é denominado colostro. No entanto, a lactação não pode desenvolver- se completamente até que se inicie o processo de parto. Isto deve-se ao fato de que o processo de lactação resulta de uma interação complexa de hormonas que preparam a glândula mamária para a secreção do leite. Os requisitos hormonais mínimos para o início da lactogênese são: aumento da secreção de estrogênios, prolactina e corticoides, juntamente com a diminuição da concentração de progesterona, perfis hormonais que estão intimamente relacionados com o desencadeamento do parto. Isto deve-se ao fato de que a progesterona inibe a atividade lactogênica da prolactina bloqueando a formação dos seus receptores na glândula mamária durante a gestação impedindo, assim, a prolactina de sintetizar os componentes fundamentais do leite. Pelo contrário, o aumento da concentração de estrogênios no final da gestação (figura 1, na seção do parto) estimula a síntese, o armazenamento e a secreção hipofisária de prolactina. Assim, apesar da glândula mamária estar preparada para iniciar a secreção de leite, muito antes da data prevista para o parto, a elevada concentração de progesterona (existente durante esse período de gestação) impede a fase láctea (saída do leite pelas tetas) de ocorrer antes da expulsão do feto. Desta forma, o feto poderá beneficiar das vantagens que o fornecimento do colostro materno irá trazer para a sua sobrevivência (imunização, nutrição e favorecimento da exoneração do mecônio). O aumento da concentração de estrogênios nos dias que antecederem o parto resulta num rápido aumento das concentrações plasmáticas de prolactina e corticoides. A prolactina é a hormona lactogênica mais importante na síntese dos componentes do leite. No entanto, para que esta hormona possa exercer a sua função, é necessária a participação dos corticoides, já que os mesmos são os responsáveis pelo desenvolvimento das organelas citoplasmáticas (retículo endoplasmático rugoso e aparelho de Golgi) onde se realiza a síntese do leite. No desenvolvimento da lactogênese, para além da prolactina e dos corticoides, participam também outras hormonas como a insulina, a tiroxina e o hormônio do crescimento. A insulina estimula a proliferação de novas células epiteliais na glândula mamária, enquanto a tiroxina, embora não seja essencial para a lactação, pode influenciar no volume de leite produzido pela fêmea (alta produção leiteira). Por último, a hormona do crescimento favorece, em geral, a lactação, existindo atualmente um interesse considerável no uso desta hormona para promover a produção adicional de leite em vacas através da sua administração exógena (trabalho e projeto desenvolvido pela professora titular e médica-veterinária do IFPB Campus Sousa Marianne Christina Velaqua). 3.3.1 Síntese e secreção dos componentes do leite Os principais constituintes do leite são: proteínas (caseína, alfa-lactalbumina, albumina sérica e imunoglobulinas), açúcares (lactose), gorduras (principalmente sob a forma de triglicerídeos), vitaminas, minerais e citrato (no caso dos ruminantes). As proteínas (caseína e alfa-lactalbumina) são sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso e posteriormente embaladas em vesículas secretoras do aparelho de Golgi para serem liberadas da célula para a luz alveolar mediante um processo de exocitose. A lactose é o principal açúcar do leite que, além disso, atua regulando a pressão osmótica do mesmo de modo que o volume de leite que a glândula mamária segrega está diretamente relacionado com a quantidade de lactose presente. A síntese da lactose ocorre no aparelho de Golgi pela condensação de glicose e galactose; esta reação é catalisada por uma enzima (lactose sintetase) presente na membrana do aparelho de Golgi que, por sua vez, é ativada pela proteína alfa-lactalbumina. Esta proteína só aparece na glândula mamária e é essencial para a síntese da lactose, o que demonstra que este açúcar é exclusivamente formado no leite. A lactose é também embalada junto com o cálcio, o fosfato e as proteínas nas vesículas secretoras para ser expulsada ao lúmen alveolar por exocitose. As imunoglobulinas (anticorpos IgA) são formadas pelas células plasmáticas, derivadas dos linfócitos B do sangue, como consequência da exposição da mãe a diferentes microrganismos. Estes anticorpos passam para a glândula mamária por migração dessas células a partir dos tecidos adjacentes. Os triglicerídeos são sintetizados no citoplasma e no retículo endoplasmático liso a partir de ácidos graxos provenientes da circulação sanguínea; em seguida, unem-se formando glóbulos de gordura que se dirigem até o vértice da membrana plasmática para serem finalmente expelidos para a luz do alvéolo, rodeados pela membrana, formando assim uma dispersão de glóbulos de gordura (figura 5). Figura 5. Estrutura de três células alveolares durante a síntese do leite. Fonte: COWIE, 1980. Do ponto de vista quantitativo, a caseína e os triglicerídeos constituem as proteínas e as fontes de energia, respectivamente, mais importantes do leite. Por último, o citrato é um intermediário do metabolismo da glicose que ocorre em grande concentração no leite dos ruminantes. Este composto é também englobado no interior das vesículas secretoras, junto com os outros compostos, para sua expulsão à luz alveolar. A composição do leite varia dependendo da espécie animal, e difere também até entre a mesma espécie. Estas variações estão relacionadas com a raça, idade, estágio de lactação e estado nutricional do animal. O teor de gordura no leite de ovelhas, porcas, cadelas e gatas varia entre 7 e 10%. No gado leiteiro estes valores variam de 3,5 a 5,5%, dependendo da raça. Em relação às cabras, os valores de gordura são muito semelhantes aos das vacas, enquanto o leite das éguas é o que tem menor teor de gordura (tabela 1). Espécie Gordura Proteína Lactosa Cinzas/Cálcio Gata 7,1 10,1 4,2 0,5 Vaca holandesa 3,5 3,1 4,9 0,7 Cadela 9,5 9,3 3,1 1,2 Cabra 3,5 3,1 4,6 0,8 Égua 1,6 2,4 6,1 0,5 Tabela 1. Composição do leite em várias espécies (%). Fonte: JACOBISON, 1984. 3.4 Manutenção da lactação (galactopoiese) A capacidade da glândula mamária de secretar um grande volume de leite começa em/ou imediatamente antes do parto, para aumentar no período pós-parto durante um tempo variável e, posteriormente, diminuir de forma gradual. Em geral, existe um paralelismo entre a atividade secretora da glândula e a procura de leite por parte do lactente. Isto deve-se ao fato de sucção pelo lactente, ou a extração por ordenha, que constituem o fator fundamental para a manutenção da lactação. A sucção estimula a lactação de duas formas: a) reduzindo os efeitos inibitórios da pressão intramamária produzida pela acumulação de leite, e b) estimulando intensamente a secreção de hormonas necessárias para manter a síntese e secreção de leite nos alvéolos. As hormonas que desempenham um papel fundamental na manutenção da lactação são: I) a prolactina, que é responsável pela estimulação da síntese e secreção de leite nas células epiteliais nos alvéolos, e 2) a oxitocina, que provoca a contração das células musculares que circundam externamente os alvéolos e os ductos (células mioepiteliais). A libertação de ambos os hormônios ocorre como resultado de um reflexo neuroendócrino originado pela estimulação do mamilo. 3.4.1 Secreção reflexa de prolactina A secreção de prolactina é regulada por dois fatores hipotalâmicos: a dopamina, que inibe a secreção de prolactina e um fator cuja identidade não está bem definida, conhecido como fator liberador de prolactina (PRF)que estimula a liberação deste hormônio. O estímulo sensorial originado como sequência da estimulação do mamilo, pela sucção do lactente, é transportado através da medula espinhal para o hipotálamo, onde atua na inibição da dopamina ou estimulando a secreção do PRF para desencadear a secreção de prolactina da adenohipófise para a circulação sanguínea (figura 6). Figura 6. Reflexos neuroendócrinos secretores de prolactina e oxitocina. Fonte: HAFEZ, 2000. A prolactina estimula a secreção dos componentes do leite para a luz dos alvéolos, afim de repor o volume de leite extraído durante a última ordenha ou sucção. Ao mesmo tempo, a prolactina induz a síntese das proteínas, incluindo a alfa-lactalbumina para estimular novamente a síntese da lactosa, bem como as enzimas necessárias para a produção dos triglicerídeos. Desta forma, a secreção de prolactina originada pelo lactente durante o aleitamento proporciona um mecanismo simples para combinar o volume de produção de leite com as necessidades do lactente. A quantidade de prolactina liberada durante cada período de sucção depende do número de crias, da duração do estímulo e dos intervalos de tempo decorridos entre os períodos de sucção (ou ordenha). No caso das vacas leiteiras, as ordenhas são geralmente realizadas de doze em doze horas, intervalo de tempo suficiente para manter a lactogênese. Os valores plasmáticos de prolactina aumentam imediatamente após o início da ordenha, mas os valores mais elevados são obtidos cerca de meia hora após o início do estímulo (ordenha ou sucção). A secreção de prolactina e a produção de leite são influenciadas de alguma forma pelo fotoperíodo, uma vez que, em alguns animais se comprovou como o aumento do número de horas de exposição à luz dá origem a um aumento da concentração de prolactina circulante, bem como uma maior produção de leite (entre 6 e 10%) (trabalho e projeto elaborado pelos estudantes do curso técnico em agropecuária e da graduação em Medicina Veterinária do IFPB Campus Sousa sob a coordenação e orientação da profa. Me. Esp. Marianne C. Velaqua). 3.4.2 Reflexo da ejeção do leite A sucção do mamilo pelo lactente estimula os receptores sensoriais presentes nesta estrutura, originando a geração de impulsos nervosos que são transmitidos pelas vias nervosas ascendentes da medula espinhal para os corpos celulares produtores de oxitocina no hipotálamo. O estímulo desencadeia a síntese e liberação de um bolo de oxitocina através das terminações nervosas dos núcleos hipotalâmicos para a neurohipófise, da qual é transmitida, através do sangue, para a glândula mamária, provocando a contração das células mioepiteliais que rodeiam os alvéolos (figura 6). Além da estimulação direta do mamilo provocada pela sucção, qualquer estímulo relacionado à ordenha é capaz de gerar o reflexo da ejeção, por exemplo: os estímulos sensoriais auditivos (ruído dos cubos na hora da ordenha), visuais (ambiente da sala de ordenha), táteis (lavagem manual dos mamilos antes da ordenha) e os estímulos olfatórios que se produzem em torno do animal. O desencadeamento do reflexo de ejeção pelos estímulos sensoriais, que não estão diretamente relacionados com a sucção ou ordenha, indica a possível participação de centros superiores do sistema nervoso central para controlar a secreção de oxitocina. Esta teoria é baseada em que os estímulos relacionados com situações de estresse em animais de estimação (medo, ansiedade, frio, etc.) inibem a ejeção do leite. A contração das células mioepiteliais gera um aumento da pressão intra-alveolar mamária, provocando o deslocamento do leite para os ductos maiores da glândula. Este efeito é popularmente conhecido como diminuição do leite e constitui um mecanismo fisiológico muito eficaz para controlar a expulsão do leite para o mamilo, assegurando que a ejeção do leite se realize unicamente quando o lactente o demanda. O efeito estimulante da oxitocina é de grande importância já que a maior parte do leite se encontra nos alvéolos e nos ductos, com o qual, a ausência deste hormônio provocaria um lento movimento do leite para a cisterna do úbere e, portanto, uma menor quantidade de leite. Assim, quando os alvéolos e ductos menores são contraídos, ocorre o relaxamento dos ductos principais, bem como da cisterna (ruminantes) e do mamilo, o que dá origem a um aumento destas estruturas para alojar o volume de leite expelido. Como resultado da volumosa ejeção do leite dos alvéolos e ductos menores, ocorre um aumento da pressão intramamária de modo que o lactente terá que vencer a resistência do esfíncter do mamilo para poder extrair o leite. A produção de leite pela glândula mamária diminui gradualmente à medida que os intervalos de tempo entre os dois períodos de amamentação do lactente diminuem e os estímulos necessários para manter as concentrações de prolactina e oxitocina na circulação sanguínea. A diminuição ou cessação da secreção de leite, geralmente coincide com a mudança na alimentação das crias (desmame) para passar à dieta característica da espécie. 3.5 Colostro O colostro é o primeiro leite que se forma na glândula mamária coincidindo com o parto. A ingestão de colostro por recém-nascidos é de grande importância para a sua sobrevivência, não só pelo seu elevado valor nutritivo, mas também pelo seu teor em imunoglobulinas (IgA) que lhe confere a imunização passiva necessária para o proteger contra patologias. Em algumas espécies (homem, coelho e cobaia) grande parte dos anticorpos passam para a circulação do feto através da placenta durante a gestação. Nos animais domésticos (vaca, égua, ovelha, cabra, porco) as características da placenta (número de camadas entre a circulação materna e fetal) não permitem a passagem destas proteínas. Como resultado, a imunização das crias nestas espécies animais vai depender da transferência das imunoglobulinas através do colostro. O epitélio intestinal dos recém-nascidos permite a passagem destas imunoglobulinas durante as primeiras 24 a 48 horas de vida. Passado este tempo, o epitélio torna-se impermeável à passagem dos anticorpos, fato que põe em evidência a importância que tem para os animais recém-nascidos e desprovidos de defesas a ingestão do colostro durante os primeiros dias. A composição do colostro caracteriza-se (em relação ao leite normal) por um teor mais elevado de proteínas, vitaminas, minerais e uma menor concentração de lactose. A composição do colostro muda gradualmente durante os primeiros três dias após o parto para se transformar em leite normal. 4. RESUMO E PRIMEIRAS CONCLUSÕES O parto, ou processo fisiológico pelo qual se expulsa o feto, é o resultado da maturação sequencial de um sistema de comunicação hormonal. A sequência inicia-se no sistema nervoso central do feto de onde os sinais são transmitidos e amplificados, através da hipófise, para as glândulas adrenais fetais, as quais respondem ao estímulo mediante a secreção de cortisol. O aumento da concentração de cortisol por parte do feto indica que este conseguiu o desenvolvimento necessário para enfrentar a vida extrauterina e, portanto, é hora de interromper a gestação. O cortisol atua sobre a placenta para aumentar a secreção de estrogênios que, por sua vez, estimulam a síntese e a liberação de prostaglandinas. O resultado é a diminuição da progesterona, que é a hormona encarregada de manter a gestação ao inibir as contrações espontâneas do útero, impedindo assim a expulsão prematura do feto. O útero, sob os efeitos da prostaglandina, começa a contrair-se ao mesmo tempo que o colo uterino amolece e dilata progressivamente (fase preparatória do parto). A passagem do feto ao canal do parto origina a secreção reflexa de oxitocina (fase de expulsão), causando contrações de maior frequência e intensidade que culminam com a expulsão do feto. Finalmente, as contrações uterinas continuam durante algum tempo até que finalmente é expulsa a placenta (fase de expulsão da placenta). O desenvolvimento da glândula mamária durante a gestação e a subsequente capacidade desta estrutura para secretar leite, coincidindo com o parto, oferece aos animais pertencentes à classe biológica dos mamíferos a vantagem de alimentar as suas crias para assegurar a sua sobrevivência durante as primeiras fases do seu desenvolvimento e, portanto, a continuidade da espécie. A lactação constitui um dos processos fisiológicos mais complexos em consequência do grande número de hormonas que, segregadas de forma coordenada, controlam as diferentes fases pelo que atravessa este processo: I) mamogênese ou desenvolvimento dos dutos e estruturas lóbulo-alveolares durante a gestação; 2) lactogênese ou síntese láctea por células epiteliais e sua secreção para a luz alveolar coincidindo com o parto, e 3) galactopoiese ou manutenção da síntese e secreção do leite como consequência da sua extração da glândula mamária seja pela sucção da cria ou pela ordenha. -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – Departamento de Zootecnia da UFRPE. Recife, 2020. -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -/- BEIGHLE, D. E. The effect of gestation and lactation on bone calcium, phosphorus and magnesium in dairy cows. Journal of the South African Veterinary Association, v. 70, n. 4, p. 142-146, 1999. BRACKELL, B. G.; JR SEIDEL, G. E.; SEIDEL, S. 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OBJETIVO -/- O estudante de Zootecnia e de Veterinária, quando se depara com a produção animal, um dos pilares importantes é a reprodução, uma vez que é a perpetuação da espécie, seja para gerar filhas de uma vaca campeã em produção leiteira e de um touro com rusticidade e com aptidão produtiva de corte, ou mesmo para reposição de um plantel, o mesmo deve estar consciente de que esse ramo é de extrema responsabilidade, já que estará intimamente lidando com a (...) vida e com um investimento que pode gerar lucros em demasia para a propriedade ou, se mal feito o manejo da reprodução, trazer sérios transtornos para a mesma. -/- Nesse trabalho, o estudante revisará os sucessos da puberdade e estacionalidade reprodutiva relacionando-os com os processos endócrinos e os fatores que afetam sua manifestação como os nutricionais, para compreender a maneira ao qual podem ser manipuladas. -/- -/- • _____INTRODUÇÃO -/- A puberdade marca o início da vida reprodutiva do animal, permitindo integrar o indivíduo ao seu ciclo produtivo. A estacionalidade é uma característica de adaptação que algumas espécies desenvolveram para fazer garantir a eficiência da reprodução e a sobrevivência dos filhotes. -/- -/- • _____PUBERDADE -/- A puberdade é atingida quando o animal é capaz de produzir e liberar gametas viáveis e funcionais (férteis). Na fêmea esse fato ocorre na primeira ovulação, que geralmente coincide com a manifestação do comportamento do cio; e nos machos durante a primeira ejaculação com espermatozoides viáveis. -/- Do ponto de vista da produção animal, puberdade prematura ou precoce, é importante para poder permitir a incorporação dos animais ao ciclo produtivo o mais rapidamente possível. No caso de touros holandeses, por exemplo, é desejável que produzam sêmen precocemente para incorporá-los a prova de progênie; nas fêmeas, entretanto, deve-se considerar que nem sempre é conveniente usar o primeiro ciclo ou cio para reprodução. É o caso das marrãs (porcas primíparas), onde é benéfico esperar até o segundo ou terceiro estro para aumentar o tamanho da ninhada. Também pode ser vantajoso esperar que o indivíduo alcance sua maturidade sexual, que ocorre quando a fêmea consegue se reproduzir sem sofrer efeitos adversos. A ovelha nascida na primavera, por exemplo, pode engravidar no outono seguinte e dar à luz no primeiro ano de vida, mas seu crescimento pode ser afetado; o mesmo ocorre com a novilha, em que o acasalamento precoce pode promover distorcia por falta de desenvolvimento pélvico. -/- A puberdade é um processo gradual e está intimamente relacionada à taxa de crescimento e ao metabolismo energético. O recém-nascido usa energia para funções vitais, principalmente termorregulação; esse feito se deve ao fato de os jovens possuírem uma superfície corporal muito elevada em relação ao seu volume. Durante o desenvolvi-mento subsequente dos tecidos também há prioridade no uso de nutrientes, que inicialmente favorecem o desenvolvimento do tecido ósseo e muscular, e uma vez que estes atingem determinado tamanho de acordo com as condições genéticas do indivíduo, inicia-se o desenvolvimento do tecido adiposo, que é indicativa de um reservatório de energia. É importante ressaltar que existe uma interação entre a genética e o meio ambiente, de forma que o potencial genético só será expresso se o meio ambiente for favorável. -/- Para que a ovulação ocorra, é necessário considerar o funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-gonodal. O aumento da frequência pulsátil do GnRH hipotalâmico e em consequência do LH hipofisário provoca a maturação do folículo em nível gonodal, o que aumenta a produção de estrógenos. O aumento dos estrogênios causa, por feedback positivo no hipotálamo, a liberação do pico pré-ovulatório de LH e, consequentemente, a ovulação. Na fase pré-púbere, a frequência dos pulsos de GnRH e LH é muito baixa e insuficiente para provocar a maturação folicular, pois o hipotálamo é inibido e, portanto, não ocorre ovulação. -/- A geração pulsátil de GnRH no momento reprodutivo adequado para desencadear o início da puberdade depende de uma rede neural complexa que, além dos neurônios GnRH, inclui outros neurônios e células da glia; ele também integra vários sinais internos e externos para o corpo. A morfologia dos neurônios GnRH também é única, uma vez que seus dendritos também podem funcionar como axônios, dando-lhes uma função distinta. A geração de pulsos também indica a necessidade de sincronização entre subpopulações de neurônios GnRH, que, acima de tudo, parece ser extrínseca a esses neurônios e envolve múltiplos hormônios e neurotransmissores -/- Se dois níveis de conexões aferentes são considerados, estima-se que cada neurônio de GnRH pode ser conectado a cerca de cinco milhões de outros neurônios; milhares de genes, então, podem estar envolvidos no processo da puberdade. A importância funcional e hierárquica de cada um desses genes no controle dos neurônios GnRH, juntamente com outros fatores neuronais e gliais, pode diferir entre as espécies. Existem, no entanto, componentes fundamentais que parecem ser comuns a todos os mamíferos e que se situam nos níveis hierárquicos mais elevados, ajudando a compreender a progressão do processo puberal. Assim, todas as espécies de mamíferos estudadas, por exemplo, têm aglomerados de neurônios kisspeptinérgicos (que secretam kisspeptina), envolvidos na regulação da secreção tônica e secreção cíclica de GnRH, que também se classifica como o elemento mais alto na hierarquia desse complexo neuronal após considerar os neurônios GnRH. -/- Sabe-se que o eixo hipotálamo-hipofisário-gonodal está ativo desde as primeiras fases da vida do indivíduo, mesmo antes do nascimento em certas espécies. A secreção de GnRH, no entanto, é suprimida mais tarde no desenvolvimento e permanece dessa forma até o período pré-púbere, quando será reativada gradualmente. -/- Por várias décadas, a supressão e reinicialização dos pulsos de GnRH foi atribuída a uma hipótese conhecida como teoria gonadostat que afirma que o centro tônico do hipotálamo é inibido devido à sua sensibilidade ao mecanismo de feedback negativo dos esteroides gonodais, é aumentado; portanto, o GnRH e a consequente secreção de gonadotrofinas (FSH e LH) são insuficientes para a ocorrência da maturação folicular e espermatogênese. Essa sensibilidade diminui progressivamente à medida que a puberdade se aproxima. -/- Sabe-se agora que existem fatores não gonodais que agem em paralelo com os esteroides para mediar mudanças no feedback negativo que também são específicos da espécie. -/- Na fêmea, o centro gerador de pulso cíclico também deve ser considerado, o qual é responsável por iniciar a primeira ovulação. O centro cíclico é composto por uma segunda subpopulação de neurônios GnRH que é reativada por meio de uma complexa interação entre vários sistemas neuronais inibitórios (que devem reduzir progressiva-mente sua influência) e outros sistemas excitatórios, que, por sua vez, operam por meio de diferentes neurotransmissores, como o ácido γ-amino-butírico (GABA) e seus receptores, glutamato, óxido nítrico e neuropeptídio Y (NPY). Esses fatores, juntamente com as alterações morfológicas observadas nos neurônios do GnRH à medida que a puberdade se aproxima, e com as interações e sinais aferentes das células gliais, levam a um padrão de progressão linear que culminará na reativação do centro cíclico. Esse processo era conhecido anteriormente como teoria da maturação central e faz parte das mudanças que configuram o processo para chegar à puberdade. A elevação nas concen-trações de estradiol subsequente à reativação gradual do centro gerador de pulso tônico GnRH provavelmente permitirá a maturação final do centro cíclico. -/- A forma como cada organismo estabelece o momento certo para iniciar as mudanças que levam à puberdade é conhecido; a existência de algum mecanismo neurobiológico que constitui um relógio interno pode ser considerada. No entanto, esse mecanismo afetaria principalmente o desenvolvimento neuronal no nível central; também seria difícil compará-lo com a maneira pela qual fatores externos ao indivíduo afetam o início da puberdade. Nessa perspectiva, um sistema que permita receber informações completas sobre o crescimento e desenvolvimento do indivíduo poderia ser mais prático. Os mediadores desse sistema incluem o hormônio do crescimento, IGF-I, leptina e outros substratos metabólicos. A leptina em particular, que sinaliza as reservas de tecido adiposo, é um dos elementos mais importantes e, embora não determine quando começa a puberdade, se atua como fator permissivo para que o processo progrida, uma vez que excede um nível limite. A consideração do estágio de desenvolvimento do animal para o início da puberdade era anteriormente conhecida como o peso corporal crítico ou teoria do lipostato. É importante considerar que as três teorias mencionadas não são exclusivas. -/- O mecanismo da puberdade nos machos é semelhante ao já descrito; entretanto, deve-se lembrar que no macho o centro cíclico não está ativo. À medida que a puberdade se aproxima, o crescimento testicular é desencadeado e, em ruminantes e suínos, o pênis que estava preso à mucosa prepucial é gradualmente liberado. -/- -/- • _____FATORES QUE INFLUENCIAM A PUBERDADE -/- Os animais podem manifestar a puberdade de três formas diferentes. Pode ser tardia e o animal demorar para estar apto a reprodução; precoce e o animal entrar na vida reprodutiva antes do esperado ou pode ser normal e o animal estar com boa conformação e idade. Para tanto, alguns fatores podem interferir à manifestação da puberdade pelos animais como a genética, idade e peso, nutrição, fotoperíodo e o próprio manejo adotado. -/- -/- Genética -/- O genótipo afeta a idade da puberdade, pois algumas raças são anteriores a outras. Nos bovinos, as raças europeias atingem a puberdade antes dos zebuínos, isto é, uma novilha ou novilho da raça holandesa atinge a puberdade primeiro que os animais da mesma idade e do mesmo peso da raça nelore, por exemplo. -/- Da mesma forma, as porcas da raça chinesa Meishan atingem a puberdade por volta dos 115 dias de idade, metade da idade das raças brancas. As ovelhas de raças de corte, da mesma forma, são mais precoces que os produtores de lã. As raças pequenas, da mesma forma, são geralmente mais precoces, pelo menos em bovinos (jersey x guzerá) e em caninos. Os híbridos, por outro lado, apresentam puberdade mais precoce que os puros, devido ao efeito da heterose. Por este motivo, em certas espécies são utilizadas linhas híbridas. -/- -/- Idade e peso -/- A tabela 1 mostra a idade média de início da puberdade em espécies domésticas. O peso vivo (PV) adulto é mais relevante para a idade na puberdade nos ruminantes, enquanto em suínos é menos decisivo. A tabela também apresenta a porcentagem de peso corporal necessária para a puberdade ocorrer de forma natural. -/- -/- Tabela 1: Idade e peso a puberdade das espécies domésticas -/- Espécie -/- Fêmea (meses) -/- Macho (meses) -/- PV adulto (%) -/- Gado holandês -/- 11 (8-15) -/- 11 (7-18) -/- 30-40 -/- Gado brahman -/- 19 -/- 17 -/- 45-60 -/- Caprinos e ovinos -/- 7 (4-14) -/- 7 (6-9) -/- 40-60 -/- Suínos -/- 6 (5-7) -/- 7 (5-8) -/- 75 -/- Equinos -/- 18 (12-19) -/- 14 (10-24) -/- - -/- Caninos -/- 12 (6-24) -/- 9 (5-12) -/- - -/- Felinos -/- 8 (4-12) -/- 9 (8-10) -/- - -/- Fonte: VALENCIA, 2018. -/- Nutrição -/- Como a puberdade está relacionada à taxa de crescimento, os animais que recebem uma nutrição adequada e balanceada apresentarão puberdade em uma idade mais jovem, ou seja, mais precocemente; ao contrário, a puberdade será tardia nos animais que sofreram restrição alimentar, que estão desnutridos ou que tiveram seu crescimento afetado por doenças infecciosas ou parasitárias. A superalimentação também não é recomendada, pois pode alterar tanto os sinais que são recebidos pelo hipotálamo quanto sua resposta a eles. -/- Logo, o manejo alimentar adotado deve estar de acordo com as normas estabeleci-das pelos especialistas na área, principalmente no tocante as exigências nutricionais que devem servir de regra na propriedade. Sendo assim, os animais entrarão em puberdade com as taxas de alta qualidade o que afetará positivamente na prole futura e dará retorno lucrativo ao proprietário. -/- -/- Época do ano (Fotoperíodo) -/- Em fêmeas de espécies sazonais, como ovelhas e cabras, existem certos requisitos de fotoperíodo que devem ser atendidos para que a puberdade ocorra. Nessas espécies, um período de exposição a dias longos é necessário, seguido por outro de exposição a dias curtos. Na verdade, os cordeiros e cabritos nascidos fora da estação, mesmo que tenham atingido o peso necessário, terão que esperar até o outono seguinte (a estação reprodutiva) para atingir a puberdade. Os machos, por outro lado, não estão sujeitos a essas limitações nos requisitos fotoperiódicos para apresentar a puberdade. -/- Em novilhas nascidas no outono, por outro lado, a puberdade ocorre antes de um ano de idade, no verão seguinte ou no início do outono, mais cedo do que nas nascidas na primavera, devido à exposição a longos dias durante os primeiros seis meses do ano após seu nascimento aceleram seu crescimento. Em gatos, o aumento do fotoperíodo também acelera o início da puberdade. -/- Em ovelhas e novilhas, a primeira ovulação que ocorre ao entrar na puberdade é silenciosa; ou seja, não é acompanhada de sinais comportamentais de cio como a micção frequente, inchamento da vulva, uma montando a outra e deixando-se montar etc., pois para que esse comportamento se manifeste, o sistema nervoso necessita de uma pré-sensibilização com progesterona que não estará presente até o próximo ciclo, após o desenvolvimento do corpo lúteo vindo desta primeira ovulação. -/- -/- Sociossexual -/- A interação de indivíduos da mesma espécie ou a presença ou ausência de sinais de bioestimulação, como feromônios, pode afetar o período de puberdade. A puberdade, por exemplo, é atrasada em porcas criadas individualmente em comparação com porcas criadas em grupo. Além disso, na porca, ovelha e cabra, a exposição ao macho estimula as fêmeas e a puberdade aparece mais precocemente. -/- -/- Manejo -/- Certas práticas de manejo podem acelerar a puberdade, especialmente no período pré-púbere. Em porcas próximas à puberdade, por exemplo, o estresse causado por procedimentos, como o transporte de um local para outro ou a exposição ao macho, faz com que apareça o estro em torno de sete dias após a realização do manejo mencionado. -/- -/- • _____ESTACIONALIDADE REPRODUTIVA -/- A estacionalidade ou sazonalidade reprodutiva é uma estratégia evolutiva que se desenvolveu em algumas espécies; tende a tornar a reprodução mais eficiente. Nos países de latitudes distantes do equador, o objetivo é que as crias nasçam na primavera, época do ano mais favorável, graças à abundância de alimentos e às amenas condições climáticas. No caso da ovelha, cuja gestação dura cinco meses, para que os partos ocorram na primavera, ela deve engravidar no outono (figura 1), quando os dias são curtos; enquanto a égua, tendo uma gestação de aproximadamente 11 meses, deve conceber na primavera, quando os dias são longos; assim, o parto ocorrerá na primavera do ano seguinte (figura 2). -/- -/- Figura 1: Esquema ilustrativo da estacionalidade reprodutiva na espécie ovina. Fonte: PIRES et al., 2011. -/- -/- Esta característica evolutiva desenvolvida pela seleção natural na maioria das espécies silvestres e ainda é conservado por algumas espécies domésticas, como ovelhas, cabras, cavalos e gatos. Em bovinos e suínos, ao contrário, a domesticação levou à perda quase total da estacionalidade reprodutiva. -/- A estacionalidade reprodutiva é codificada nos genes; significa então que a seleção natural favoreceu a propagação de genes que permitiam acoplar a hora do nascimento com a melhor época do ano, por isso passou a ser considerada um método anticoncepcional natural. -/- -/- Figura 2: ciclo reprodutivo anual em espécies estacionais; onde são apresentados os períodos de gestação e a forma como se agrupam os nascimentos, independentemente da época reprodutiva da espécie, em vermelho as fêmeas estão apresentando estro ou cio. Fonte: VALENCIA, 2018. -/- -/- Fotoperíodo -/- Para sincronizar o período fértil com a época mais favorável do ano, a maioria das espécies sazonais usa o fotoperíodo (quantidade de luz diária ao longo do ano). -/- Este sinal ambiental é seguro, confiável e se repete a cada ano. Ovinos e caprinos se reproduzem na época do ano em que os dias são curtos e os equinos quando são longos. O grau de sazonalidade depende da origem da raça. As raças nativas de países localizados em latitudes elevadas (> 50°,ovelhas: soay, blackface, suffolk; cabras: saanen, alpino francês, toggenburg; equinos: puro-sangue, hanoveriano) terão uma estacionalidade mais acentuada do que as latitudes menores ou mediterrâneas (ovelhas: merino; cabras: murciana granadina; equinos: quarto de milha). Também existem raças de latitudes próximas ao Equador cuja estacionalidade é baixa ou nula (ovelhas: raças de pelo, crioulas; cabras: raças africanas e asiáticas) (tabela 2). -/- Para a maioria das raças de ovinos e caprinos, a estação reprodutiva começa no final do verão e início do outono; caracteriza-se pela apresentação de ciclos estrais sucessivos, e termina no final do inverno, quando se inicia o anestro, que se caracteriza pela ausência de ovulação. Nos equinos, ocorre o contrário, uma vez que a estação reprodutiva ocorre na primavera e no verão. -/- -/- Tabela 2: Relação entre a origem da raça e o grau de estacionalidade ou sazonalidade -/- Espécie -/- Alta -/- Média -/- Baixa -/- Ovinos -/- Suffolk, raças britânicas de lã e corte -/- Merino -/- Pelibuey, crioulas -/- Caprinos -/- Saanen, alpino, toggenburg -/- Murciana granadina -/- Crioula -/- Equinos -/- Puro-sangue, hanoveriano, quarto de milha -/- - -/- Crioula, burros -/- Fonte: VALENCIA, 2018. -/- -/- Mecanismo neuroendócrino da estacionalidade -/- Durante o período de anestro, o fotoperíodo exerce efeito inibitório sobre o centro tônico do GnRH no hipotálamo, diminuindo a frequência de pulso. Consequentemente, a pulsatilidade do LH também diminui, que agora é incapaz de induzir a maturação folicular, o aumento dos estrogênios, o pico pré-ovulatório de LH e, portanto, a ovulação. -/- Isso ocorre porque durante o anestro a sensibilidade do hipotálamo ao mecanismo de feedback negativo dos estrogênios e de outros fatores de origem não gonodal é aumentada. Ao aproximar-se da estação reprodutiva, a sensibilidade hipotalâmica diminui e o aumento da pulsatilidade do GnRH causa as mudanças que culminam na ovulação. Portanto, o mecanismo endócrino do anestro estacional é semelhante ao do anestro pré-púbere e de alguns outros tipos de anestro. -/- A estacionalidade é um bom exemplo da interação entre o meio ambiente e o sistema neuroendócrino, pois o organismo é capaz de traduzir um sinal externo ambiental, como o fotoperíodo, em um sinal hormonal interno, que neste caso é a melatonina. -/- A glândula pineal secreta melatonina durante as horas de escuridão. Os animais sazonais apresentam um ritmo reprodutivo endógeno, que é regulado por janelas de fotossensibilidade, determinadas por mudanças na duração do dia. O sinal luminoso é captado pela retina e conduzido, via nervo, pelo trato retino-hipotalâmico até o núcleo supraquiasmático, que funciona como o relógio biológico do corpo. Daí o sinal viaja para o núcleo para-ventricular, depois para o gânglio cervical e, finalmente, para a glândula pineal, que responde secretando melatonina (figura 3). -/- Nas ovelhas, a estação reprodutiva começa quando a duração do dia diminui e, naturalmente, a noite aumenta; na égua, ocorre quando os dias se alongam. -/- A primavera não é necessariamente a melhor época do ano em todas as regiões do globo. Nas latitudes tropicais, a primavera coincide com a seca e não com a abundância de forragem, aspecto a ser levado em consideração ao programar a reprodução. -/- Outro ponto importante a considerar é que as raças europeias sazonais mantêm sua estacionalidade no Brasil. -/- -/- Figura 3: Mecanismo do fotoperíodo em ovinos e a melatonina. Fonte: HAFEZ, 2004. -/- -/- Estacionalidade no macho -/- O macho é menos afetado que a fêmea pelas mudanças típicas de cada época do ano, já que sua função reprodutiva não é necessariamente interrompida durante o anestro ou repouso sexual, embora a produção de hormônios reprodutivos, tamanho e tônus testicular, a libido, as características qualitativas e quantitativas do ejaculado e a fertilidade do esperma podem ser diminuídas. O nível de afetação depende do grau de sazonalidade da raça e da latitude. Por fim, os efeitos do fotoperíodo devem ser separados dos nutricionais, que também variam com a época do ano. -/- -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -/- -/- BEARDEN, Henry Joe et al. Reproducción animal aplicada. México: Manual Moderno, 1982. -/- BROOKS, P. H.; COLE, D. J. A. The effect of the presence of a boar on the attainment of puberty in gilts. Reproduction, v. 23, n. 3, p. 435-440, 1970. -/- CARDOSO, Daniel; DE PAULA NOGUEIRA, Guilherme. Mecanismos neuroendócrinos envolvidos na puberdade de novilhas. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da Unipar, v. 10, n. 1, 2007. -/- CHEMINEAU, P. et al. Induction and persistence of pituitary and ovarian activity in the out-of-season lactating dairy goat after a treatment combining a skeleton photoperiod, melatonin and the male effect. Reproduction, v. 78, n. 2, p. 497-504, 1986. -/- CLARKE, Iain J. et al. Kisspeptin and seasonality in sheep. Peptides, v. 30, n. 1, p. 154-163, 2009. -/- CORTEEL, J. M. 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Blackwell Science Ltd, 1998. -/- -/- -/- FIXAÇÃO DO ASSUNTO -/- -/- 1. Defina o que é puberdade e como ela manifesta-se no corpo. -/- -/- -/- 2. Diferencie puberdade de maturidade sexual. -/- -/- -/- 3. Quais são os fenômenos que devem ser observados em fêmeas que estão entrando na puberdade? -/- -/- -/- 4. Qual o papel do GnRH e do IGF-I sobre a puberdade? -/- 5. Um produtor possui duas ovelhas e um carneiro reprodutor, as ovelhas possuem idade e peso, mas não manifestaram seu primeiro cio, quais elementos que você recomenda ao produtor para induzir a ciclicidade dessas fêmeas? -/- -/- -/- 6. De forma geral, quais os fatores que podem afetar a entrada na puberdade dos animais? -/- -/- -/- 7. Defina estacionalidade reprodutiva. -/- -/- -/- 8. O que é fotoperíodo e qual sua importância para a reprodução dos animais domésticos? -/- -/- -/- 9. Defina as relações existentes entre a origem da raça e o grau de estacionalidade e como tais teorias se aplicam ao rebanho brasileiro. -/- -/- -/- 10. Qual o papel da glândula pineal para a estacionalidade reprodutiva? -/- -/- -/- 11. Por que os machos são menos afetados pela sazonalidade reprodutiva do que as fêmeas? -/- -/- -/- 12. Sabendo-se sobre os termos de puberdade e estacionalidade e as características de ambos nas espécies domésticas, pede-se: um criador deseja obter 5 novas crias ovinas e 5 caprinas em seu plantel até o final do ano, para tanto ele ainda possui um ano e está na estação do verão, sabendo-se sobre a estacionalidade dessas espécies elabore um projeto reprodutivo de modo que essas 10 fêmeas possam gerar uma cria cada até a primavera. -/- -/- Dados: 10 fêmeas gerando 10 crias. 1 macho ovino e 1 caprino. Fêmeas com 1 ano de idade (2º cio) e peso corporal = 55% do peso adulto. Verão de 2020 para parir na primavera de 2020. (shrink)
Spirituality connotes praxis informed by religious or faith convictions. This can transform the individual and society at large. Christian spirituality is centered on how a person’s relationship with the God of Jesus Christ informs and directs one’s approach to existence and engagement with the world. The ecosystem concerns humanity and relationship with it is invariably influenced by faith or religious informed praxis. The reality of climate change is convincing many people that humankind’s common homeland needs to be treated with care (...) and respect if created beings are to have a congenial habitat now and in the future. This article avers that Christian spirituality can contribute to eco-friendly behavior through re-formation of the behavior of people and emboldening their goodwill as regards the responsibility of all towards the care of the earth. Finally, this research proffers a three-fold model of eco-spirituality - scriptural, selfcontrol, and sacramental approaches to the earth – as a contribution towards stemming the tide of ecological assaults on creation. Textual analysis is the method used in this research. (shrink)
Physicalism, the thesis that everything is physical, is one of the most controversial problems in philosophy. Its adherents argue that there is no more important doctrine in philosophy, whilst its opponents claim that its role is greatly exaggerated. In this superb introduction to the problem Daniel Stoljar focuses on three fundamental questions: the interpretation, truth and philosophical significance of physicalism. In answering these questions he covers the following key topics: -/- (i)A brief history of physicalism and its definitions, (ii)what (...) a physical property is and how physicalism meets challenges from empirical sciences, (iii)'Hempel’s dilemma’ and the relationship between physicalism and physics, (iv)physicalism and key debates in metaphysics and philosophy of mind, such as supervenience, identity and conceivability, and (v)physicalism and causality. -/- Additional features include chapter summaries, annotated further reading and a glossary of technical terms, making Physicalism ideal for those coming to the problem for the first time. (shrink)
A key consequence of globalisation is the integrative approach to reality whereby emphasis is placed on interdependence. Religion being an expression of human culture is equally affected by this cultural revolution. The main objective of this paper is to examine how religious affiliation, among Christians, influences attitudes towards the application of psychological sciences to the assuagement of human suffering. The sociological theory of structural functionalism was deployed to explain attitudinal appraisal. Ethnographic methodology, through quantitative analysis of administered questionnaire, was also (...) used. The study reveals that religious tenets largely shape attitudinal appraisal and redefine the borders of globalisation’s metanarratives. (shrink)
Moral debunking arguments are meant to show that, by realist lights, moral beliefs are not explained by moral facts, which in turn is meant to show that they lack some significant counterfactual connection to the moral facts (e.g., safety, sensitivity, reliability). The dominant, “minimalist” response to the arguments—sometimes defended under the heading of “third-factors” or “pre-established harmonies”—involves affirming that moral beliefs enjoy the relevant counterfactual connection while granting that these beliefs are not explained by the moral facts. We show that (...) the minimalist gambit rests on a controversial thesis about epistemic priority: that explanatory concessions derive their epistemic import from what they reveal about counterfactual connections. We then challenge this epistemic priority thesis, which undermines the minimalist response to debunking arguments (in ethics and elsewhere). (shrink)
Contemporary Nigerian society is in its doldrums as regards the culture of violence and distrust among peoples from various ethnic groups that make-up this nation. To an extent, religio-political reasons are fueling this culture of violence and distrust. The thrust of this paper is that: Christian military chaplains are stakeholders as promoters of peace and mutual co-existence in Nigeria with regard to controlling the culture of violence and disunity. The core of this thesis remains Jesus’ convictions concerning non-resistance to the (...) evil one as documented in the Sermon on the Mount, Matthew 5: 38-42, and His life as the Peace-Builder. Therefore, contemporary Nigerian context calls for Christian military chaplains to be more conscious that being messengers of peace and promoters of peaceful coexistence in our country, they have ethical responsibility to build bridges to harmony. Since Christ (God) is love, the chaplains should rediscover the poetics of testimony as a principle for building and reconstructing paths that lead to mutual co-existence in view of encouraging the reign of justice, unity, and peace in Nigeria. (shrink)
Translation from German to English by Daniel Fidel Ferrer -/- What Does it Mean to Orient Oneself in Thinking? -/- German title: "Was heißt: sich im Denken orientieren?" -/- Published: October 1786, Königsberg in Prussia, Germany. By Immanuel Kant (Born in 1724 and died in 1804) -/- Translation into English by Daniel Fidel Ferrer (March, 17, 2014). The day of Holi in India in 2014. -/- From 1774 to about 1800, there were three intense philosophical and theological controversies (...) underway in Germany, namely: Fragments Controversy, the Pantheism Controversy, and the Atheism Controversy. Kant’s essay translated here is Kant’s respond to the Pantheism Controversy. During this period (1770-1800), there was the Sturm und Drang (Storm and Urge (stress)) movement with thinkers like Johann Hamann, Johann Herder, Friedrich Schiller, and Johann Goethe; who were against the cultural movement of the Enlightenment (Aufklärung). Kant was on the side of Enlightenment (see his Answer the Question: What is Enlightenment? 1784). -/- What Does it Mean to Orient Oneself in Thinking? / By Immanuel Kant (1724-1804). [Was heißt: sich im Denken orientieren? English]. (shrink)
Choices confront us with questions. How we act depends on our answers to those questions. So the way our beliefs guide our choices is not just a function of their informational content, but also depends systematically on the questions those beliefs address. This paper gives a precise account of the interplay between choices, questions and beliefs, and harnesses this account to obtain a principled approach to the problem of deduction. The result is a novel theory of belief-guided action that explains (...) and predicts the decisions of agents who, like ourselves, fail to be logically omniscient: that is, of agents whose beliefs may not be deductively closed, or even consistent. (Winner of the 2021 Isaac Levi Prize.). (shrink)
Public discussions of political and social issues are often characterized by deep and persistent polarization. In social psychology, it’s standard to treat belief polarization as the product of epistemic irrationality. In contrast, we argue that the persistent disagreement that grounds political and social polarization can be produced by epistemically rational agents, when those agents have limited cognitive resources. Using an agent-based model of group deliberation, we show that groups of deliberating agents using coherence-based strategies for managing their limited resources tend (...) to polarize into different subgroups. We argue that using that strategy is epistemically rational for limited agents. So even though group polarization looks like it must be the product of human irrationality, polarization can be the result of fully rational deliberation with natural human limitations. (shrink)
There are at least two threads in our thought and talk about rationality, both practical and theoretical. In one sense, to be rational is to respond correctly to the reasons one has. Call this substantive rationality. In another sense, to be rational is to be coherent, or to have the right structural relations hold between one’s mental states, independently of whether those attitudes are justified. Call this structural rationality. According to the standard view, structural rationality is associated with a distinctive (...) set of requirements that mandate or prohibit certain combinations of attitudes, and it’s in virtue of violating these requirements that incoherent agents are irrational. I think the standard view is mistaken. The goal of this paper is to explain why, and to motivate an alternative account: rather than corresponding to a set of law-like requirements, structural rationality should be seen as corresponding to a distinctive kind of pro tanto rational pressure—i.e. something that comes in degrees, having both magnitude and direction. Something similar is standardly assumed to be true of substantive rationality. On the resulting picture, each dimension of rational evaluation is associated with a distinct kind of rational pressure—substantive rationality with (what I call) justificatory pressure and structural rationality with attitudinal pressure. The former is generated by one’s reasons while the latter is generated by one’s attitudes. Requirements turn out to be at best a footnote in the theory of rationality. (shrink)
There has recently been a focus on the question of statue removalism. This concerns what to do with public history statues that honour or otherwise celebrate ethically bad historical figures. The specific wrongs of these statues have been understood in terms of derogatory speech, inapt honours, or supporting bad ideologies. In this paper I understand these bad public history statues as history, and identify a distinctive class of public history-specific wrongs. Specifically, public history plays an important identity-shaping role, and bad (...) public history can commit specifically ontic injustice. Understanding bad public history in terms of ontic injustice helps understand not just to address bad public history statues, but also understand the value of public history more broadly. (shrink)
There are plenty of classic paradoxes about conditional obligations, like the duty to be gentle if one is to murder, and about “supererogatory” deeds beyond the call of duty. But little has been said about the intersection of these topics. We develop the first general account of conditional supererogation, with the power to solve familiar puzzles as well as several that we introduce. Our account, moreover, flows from two familiar ideas: that conditionals restrict quantification and that supererogation emerges from a (...) clash between justifying and requiring reasons. (shrink)
This collection of essays explores the metaphysical thesis that the living world is not made up of substantial particles or things, as has often been assumed, but is rather constituted by processes. The biological domain is organised as an interdependent hierarchy of processes, which are stabilised and actively maintained at different timescales. Even entities that intuitively appear to be paradigms of things, such as organisms, are actually better understood as processes. Unlike previous attempts to articulate processual views of biology, which (...) have tended to use Alfred North Whitehead’s panpsychist metaphysics as a foundation, this book takes a naturalistic approach to metaphysics. It submits that the main motivations for replacing an ontology of substances with one of processes are to be found in the empirical findings of science. Biology provides compelling reasons for thinking that the living realm is fundamentally dynamic, and that the existence of things is always conditional on the existence of processes. The phenomenon of life cries out for theories that prioritise processes over things, and it suggests that the central explanandum of biology is not change but rather stability, or more precisely, stability attained through constant change. This edited volume brings together philosophers of science and metaphysicians interested in exploring the consequences of a processual philosophy of biology. The contributors draw on an extremely wide range of biological case studies, and employ a process perspective to cast new light on a number of traditional philosophical problems, such as identity, persistence, and individuality. (shrink)
Supererogatory acts—good deeds “beyond the call of duty”—are a part of moral common sense, but conceptually puzzling. I propose a unified solution to three of the most infamous puzzles: the classic Paradox of Supererogation (if it’s so good, why isn’t it just obligatory?), Horton’s All or Nothing Problem, and Kamm’s Intransitivity Paradox. I conclude that supererogation makes sense if, and only if, the grounds of rightness are multi-dimensional and comparative.
Religion constitutes an important element in every society as regards coping with the demands as well as vicissitudes of life. Mental health issues are becoming a recurrent decimal in societies overwhelmed by stress and other social factors. This paper examines how the presence of religious beliefs affects how some Christians respond to cases that have to do mental health. At the same time, it surveys how a near absence of religious attitude, that is, clinical medicine approach to mental health issues (...) betters the state of those suffering from these psychopathologies. This work sees participatory partnership approach as an effective means of correcting unhealthy biases that prevent a better understanding of mental health care. Sociological theory of structural functionalism will be used in assessing how religion can reinvent itself in areas that are associated with mental health. Ethnographic methodology through quantitative analysis of administered questionnaire is used as a research tool for this research. Three persons were also interviewed. The research findings show that religion is a crucial agent of socialization that can change how religious beliefs impact on mental health and there is need for medical professionals to collaborate with pastoral agents. (shrink)
We provide three innovations to recent debates about whether topological or “network” explanations are a species of mechanistic explanation. First, we more precisely characterize the requirement that all topological explanations are mechanistic explanations and show scientific practice to belie such a requirement. Second, we provide an account that unifies mechanistic and non-mechanistic topological explanations, thereby enriching both the mechanist and autonomist programs by highlighting when and where topological explanations are mechanistic. Third, we defend this view against some powerful mechanist objections. (...) We conclude from this that topological explanations are autonomous from their mechanistic counterparts. (shrink)
Does trust play a significant role in the appreciation of art? If so, how does it operate? We argue that it does, and that the mechanics of trust operate both at a general and a particular level. After outlining the general notion of ‘art-trust’—the notion sketched is consistent with most notions of trust on the market—and considering certain objections to the model proposed, we consider specific examples to show in some detail that the experience of works of art, and the (...) attribution of art-relevant properties or characterisations to works of art, very often involves the notion of trust; in such cases—perhaps most or even, implicitly, all—the question ‘Do I trust the artist (or art-maker)?’, is inescapable. (shrink)
Gilles Deleuze was one of the most influential philosophers of the twentieth-century, and Smith is widely recognized to be one of his most penetrating interpreters, as well as an important philosophical voice in his own right. Combining his most important pieces over the last fifteen years along with two new essays, this book is Smith 's definitive treatise on Deleuze. The essays are divided into four sections, which cover Deleuze's use of the history of philosophy, an overview of his philosophical (...) system, an analysis of several Deleuzian concepts, as well as an assessment of his position within contemporary philosophy. (shrink)
Popular discussions of faith often assume that having faith is a form of believing on insufficient evidence and that having faith is therefore in some way rationally defective. Here I offer a characterization of action-centered faith and show that action-centered faith can be both epistemically and practically rational even under a wide variety of subpar evidential circumstances.
As Peter Niebyl has documented, one of the issues in which the Wittenberg-based physician and philosopher Daniel Sennert (1572–1637) departed from Paracelsus and his followers was the concept of disease. Paracelsus and some of his followers regarded diseases as real beings—so-called “disease-entities” (entia morbis) that can enter into the body of a living being and thereafter possess a clearly defined location in the affected organism. 1 For Sennert, such a view is a dangerous confusion between disease and its causes. (...) According to him, causes of disease can be present in an organism without actually causing a disease (Sennert 1629, p. 253). Moreover, he shares the traditional Christian doctrine .. (shrink)
We defend Uniqueness, the claim that given a body of total evidence, there is a uniquely rational doxastic state that it is rational for one to be in. Epistemic rationality doesn't give you any leeway in forming your beliefs. To this end, we bring in two metaepistemological pictures about the roles played by rational evaluations. Rational evaluative terms serve to guide our practices of deference to the opinions of others, and also to help us formulate contingency plans about what to (...) believe in various situations. We argue that Uniqueness vindicates these two roles for rational evaluations, while Permissivism clashes with them. (shrink)
Debunking arguments—also known as etiological arguments, genealogical arguments, access problems, isolation objec- tions, and reliability challenges—arise in philosophical debates about a diverse range of topics, including causation, chance, color, consciousness, epistemic reasons, free will, grounding, laws of nature, logic, mathematics, modality, morality, natural kinds, ordinary objects, religion, and time. What unifies the arguments is the transition from a premise about what does or doesn't explain why we have certain mental states to a negative assessment of their epistemic status. I examine (...) the common, underlying structure of the arguments and the different strategies for motivating and resisting the premises of debunking arguments. (shrink)
I present two puzzles about the metaphysics of stores, restaurants, and other such establishments. I defend a solution to the puzzles, according to which establishments are not material objects and are not constituted by the buildings that they occupy.
In this short essay, we sketch a theory of faith that features resilience in the face of challenges to relying on those in whom you have faith. We argue that it handles a variety of both religious and secular faith-data, e.g., the value of faith in relationships of mutual faith and faithfulness, how the Christian and Hebrew scriptures portray pístis and ʾĕmûnāh, and the character of faith as it is often expressed in popular secular venues.
Nihilism is the thesis that no composite objects exist. Some ontologists have advocated abandoning nihilism in favor of deep nihilism, the thesis that composites do not existO, where to existO is to be in the domain of the most fundamental quantifier. By shifting from an existential to an existentialO thesis, the deep nihilist seems to secure all the benefits of a composite-free ontology without running afoul of ordinary belief in the existence of composites. I argue that, while there are well-known (...) reasons for accepting nihilism, there appears to be no reason at all to accept deep nihilism. In particular, deep nihilism draws no support either from the usual arguments for nihilism or from considerations of parsimony. (shrink)
Our primary aim in this paper is to sketch a cognitive evolutionary approach for developing explanations of social change that is anchored on the psychological mechanisms underlying normative cognition and the transmission of social norms. We throw the relevant features of this approach into relief by comparing it with the self-fulfilling social expectations account developed by Bicchieri and colleagues. After describing both accounts, we argue that the two approaches are largely compatible, but that the cognitive evolutionary approach is well- suited (...) to encompass much of the social expectations view, whose focus on a narrow range of norms comes at the expense of the breadth the cognitive evolutionary approach can provide. (shrink)
It’s commonly held that particular moral facts are explained by ‘natural’ or ‘descriptive’ facts, though there’s disagreement over how such explanations work. We defend the view that general moral principles also play a role in explaining particular moral facts. More specifically, we argue that this view best makes sense of some intuitive data points, including the supervenience of the moral upon the natural. We consider two alternative accounts of the nature and structure of moral principles—’the nomic view’ and ‘moral platonism’—before (...) considering in what sense such principles obtain of necessity. (shrink)
Privacy and surveillance scholars increasingly worry that data collectors can use the information they gather about our behaviors, preferences, interests, incomes, and so on to manipulate us. Yet what it means, exactly, to manipulate someone, and how we might systematically distinguish cases of manipulation from other forms of influence—such as persuasion and coercion—has not been thoroughly enough explored in light of the unprecedented capacities that information technologies and digital media enable. In this paper, we develop a definition of manipulation that (...) addresses these enhanced capacities, investigate how information technologies facilitate manipulative practices, and describe the harms—to individuals and to social institutions—that flow from such practices. -/- We use the term “online manipulation” to highlight the particular class of manipulative practices enabled by a broad range of information technologies. We argue that at its core, manipulation is hidden influence—the covert subversion of another person’s decision-making power. We argue that information technology, for a number of reasons, makes engaging in manipulative practices significantly easier, and it makes the effects of such practices potentially more deeply debilitating. And we argue that by subverting another person’s decision-making power, manipulation undermines his or her autonomy. Given that respect for individual autonomy is a bedrock principle of liberal democracy, the threat of online manipulation is a cause for grave concern. (shrink)
One challenge to the rationality of religious commitment has it that faith is unreasonable because it involves believing on insufficient evidence. However, this challenge and influential attempts to reply depend on assumptions about what it is to have faith that are open to question. I distinguish between three conceptions of faith each of which can claim some plausible grounding in the Judaeo-Christian tradition. Questions about the rationality or justification of religious commitment and the extent of compatibility with doubt look different (...) on accounts of faith in which trust or hope, rather than belief, are the primary basis for the commitments. On such accounts, while the person of faith has a stake in the truth of the content, practical as well as epistemic considerations can legitimately figure in normative appraisals. Trust and hope can be appropriate in situations of recognized risk, need not involve self-deception, and are compatible with the idea that one's purely epistemic opinions should be responsive only to evidence.Send article to KindleTo send this article to your Kindle, first ensure [email protected] is added to your Approved Personal Document E-mail List under your Personal Document Settings on the Manage Your Content and Devices page of your Amazon account. Then enter the ‘name’ part of your Kindle email address below. Find out more about sending to your Kindle. Find out more about sending to your Kindle. Note you can select to send to either the @free.kindle.com or @kindle.com variations. ‘@free.kindle.com’ emails are free but can only be sent to your device when it is connected to wi-fi. ‘@kindle.com’ emails can be delivered even when you are not connected to wi-fi, but note that service fees apply. Find out more about the Kindle Personal Document Service.Authentic faith and acknowledged risk: dissolving the problem of faith and reasonVolume 49, Issue 1DANIEL J. MCKAUGHAN DOI: https://doi.org/10.1017/S0034412512000200Your Kindle email address Please provide your Kindle [email protected]@kindle.com Available formats PDF Please select a format to send. By using this service, you agree that you will only keep articles for personal use, and will not openly distribute them via Dropbox, Google Drive or other file sharing services. Please confirm that you accept the terms of use. Cancel Send ×Send article to Dropbox To send this article to your Dropbox account, please select one or more formats and confirm that you agree to abide by our usage policies. If this is the first time you use this feature, you will be asked to authorise Cambridge Core to connect with your account. Find out more about sending content to Dropbox. Authentic faith and acknowledged risk: dissolving the problem of faith and reasonVolume 49, Issue 1DANIEL J. MCKAUGHAN DOI: https://doi.org/10.1017/S0034412512000200Available formats PDF Please select a format to send. By using this service, you agree that you will only keep articles for personal use, and will not openly distribute them via Dropbox, Google Drive or other file sharing services. Please confirm that you accept the terms of use. Cancel Send ×Send article to Google Drive To send this article to your Google Drive account, please select one or more formats and confirm that you agree to abide by our usage policies. If this is the first time you use this feature, you will be asked to authorise Cambridge Core to connect with your account. Find out more about sending content to Google Drive. Authentic faith and acknowledged risk: dissolving the problem of faith and reasonVolume 49, Issue 1DANIEL J. MCKAUGHAN DOI: https://doi.org/10.1017/S0034412512000200Available formats PDF Please select a format to send. By using this service, you agree that you will only keep articles for personal use, and will not openly distribute them via Dropbox, Google Drive or other file sharing services. Please confirm that you accept the terms of use. Cancel Send ×Export citation Request permission. (shrink)
This is a contribution to a symposium on Amie Thomasson’s Ontology Made Easy (2015). Thomasson defends two deflationary theses: that philosophical questions about the existence of numbers, tables, properties, and other disputed entities can all easily be answered, and that there is something wrong with prolonged debates about whether such objects exist. I argue that the first thesis (properly understood) does not by itself entail the second. Rather, the case for deflationary metaontology rests largely on a controversial doctrine about the (...) possible meanings of ‘object’. I challenge Thomasson's argument for that doctrine, and I make a positive case for the availability of the contested, unrestricted use of ‘object’. (shrink)
There was a time when Greco-Roman culture recognized faith as an indispensable social good. More recently, however, the value of faith has been called into question, particularly in connection with religious commitment. What, if anything, is valuable about faith—in the context of ordinary human relations or as a distinctive stance people might take in relation to God? I approach this question by examining the role that faith talk played both in ancient Jewish and Christian communities and in the larger Greco-Roman (...) culture in which Christian faith talk evolved. I locate the value of faith and faithfulness in the context of relationships involving trust and loyalty and argue that what is most distinctively valuable about faith is the function it plays in sustaining relationships through various kinds of challenges, including through evidentially unfavorable circumstances and significant periods of doubt. In light of this discussion, I set out a view of relational faith and, taking Mother Teresa as an exemplar, argue for two further conclusions. First, faith can play the valuable role that it plays in sustaining relationships even without belief of the salient propositions. Second, in at least some circumstances, in order for faith to play this valuable role in a way that does not require epistemic opinions that fail to fit one’s evidence, it is important that faith does not require such belief. (shrink)
Rose and Schaffer (forthcoming) argue that teleological thinking has a substantial influence on folk intuitions about composition. They take this to show (i) that we should not rely on folk intuitions about composition and (ii) that we therefore should not reject theories of composition on the basis of intuitions about composition. We cast doubt on the teleological interpretation of folk judgments about composition; we show how their debunking argument can be resisted, even on the assumption that folk intuitions have a (...) teleological source; and we argue that, even if folk intuitions about composition carry no weight, theories of composition can still be rejected on the basis of the intuitions of metaphysicians. (shrink)
The concept of mechanism in biology has three distinct meanings. It may refer to a philosophical thesis about the nature of life and biology (‘mechanicism’), to the internal workings of a machine-like structure (‘machine mechanism’), or to the causal explanation of a particular phenomenon (‘causal mechanism’). In this paper I trace the conceptual evolution of ‘mechanism’ in the history of biology, and I examine how the three meanings of this term have come to be featured in the philosophy of biology, (...) situating the new ‘mechanismic program’ in this context. I argue that the leading advocates of the mechanismic program (i.e., Craver, Darden, Bechtel, etc.) inadvertently conflate the different senses of ‘mechanism’. Specifically, they all inappropriately endow causal mechanisms with the ontic status of machine mechanisms, and this invariably results in problematic accounts of the role played by mechanism-talk in scientific practice. I suggest that for effective analyses of the concept of mechanism, causal mechanisms need to be distinguished from machine mechanisms, and the new mechanismic program in the philosophy of biology needs to be demarcated from the traditional concerns of mechanistic biology. (shrink)
ABSTRACT This paper examines the question of whether recognition relations are based on trust. Theorists of recognition have acknowledged the ways in which recognition relations make us vulnerable to others but have largely neglected the underlying ‘webs of trust’ in which such relations are embedded. In this paper, I consider the ways in which the theories of recognition developed by Jürgen Habermas and Axel Honneth, not only point to our mutual vulnerability but also implicitly rely upon mutual relations of trust. (...) The paper first offers a novel examination of the relation between recognition, vulnerability and trust in Habermas’ account of communicative action with the aim of arguing that such a consideration helps to elucidate important features of recognition. My claim is that a consideration of the dynamics of recognition and vulnerability in language-use, leads to an acknowledgment of the forms of trust that not only underpin communicative action, but recognition more generally. I conclude by considering the elements that are underplayed in Habermas’ account by turning to an examination of Axel Honneth’s alternative affective theory of recognition, specifically considering the interrelation between vulnerability and recognition. In doing so, I also turn to a consideration of the kind of trust that must be assumed in Honneth’s account of mutual recognition and point to a recognitive notion of trust. (shrink)
The is-ought gap is Hume’s claim that we can’t get an ‘ought’ from just ‘is’s. Prior (“The Autonomy of Ethics,” 1960) showed that its most straightforward formulation, a staple of introductory philosophy classes, fails. Many authors attempt to resurrect the claim by restricting its domain syntactically or by reformulating it in terms of models of deontic logic. Those attempts prove to be complex, incomplete, or incorrect. I provide a simple reformulation of the is-ought gap that closely fits Hume’s description of (...) it. My formulation of the gap avoids the proposed counterexamples from Prior and offers a natural explanation of why they seem compelling. Moreover, I show that my formulation of the gap is guaranteed by standard theories of the semantics of normative terms, and that provides a more general reason to accept it. (shrink)
Consequentialists say we may always promote the good. Deontologists object: not if that means killing one to save five. “Consequentializers” reply: this act is wrong, but it is not for the best, since killing is worse than letting die. I argue that this reply undercuts the “compellingness” of consequentialism, which comes from an outcome-based view of action that collapses the distinction between killing and letting die.
This paper presents and defends an argument that the continuum hypothesis is false, based on considerations about objective chance and an old theorem due to Banach and Kuratowski. More specifically, I argue that the probabilistic inductive methods standardly used in science presuppose that every proposition about the outcome of a chancy process has a certain chance between 0 and 1. I also argue in favour of the standard view that chances are countably additive. Since it is possible to randomly pick (...) out a point on a continuum, for instance using a roulette wheel or by flipping a countable infinity of fair coins, it follows, given the axioms of ZFC, that there are many different cardinalities between countable infinity and the cardinality of the continuum. (shrink)
The standard view says that epistemic normativity is normativity of belief. If you’re an evidentialist, for example, you’ll think that all epistemic reasons are reasons to believe what your evidence supports. Here we present a line of argument that pushes back against this standard view. If the argument is right, there are epistemic reasons for things other than belief. The argument starts with evidentialist commitments and proceeds by a series of cases, each containing a reason. As the cases progress, the (...) reasons change from counting in favor of things like having a belief to things like performing ordinary actions. We argue that each of those reasons is epistemic. If the argument succeeds, we should think there are epistemic reasons to consider hypotheses, conduct thought and physical experiments, extend one’s evidence, and perform mundane tasks like eating a sandwich, just as there are epistemic reasons to believe what one’s evidence supports. (shrink)
We defend a functionalist approach to emotion that begins by focusing on emotions as central states with causal connections to behavior and to other cognitive states. The approach brackets the conscious experience of emotion, lists plausible features that emotions exhibit, and argues that alternative schemes are unpromising candidates. We conclude with the benefits of our approach: one can study emotions in animals; one can look in the brain for the implementation of specific features; and one ends up with an architecture (...) of the mind in which emotions are fully accommodated through their relations to the rest of cognition. Our article focuses on arguing for this general approach; as such, it is an essay in the philosophy of emotion rather than in the psychology or neuroscience of emotion. (shrink)
This paper explores various subtleties in our ordinary thought and talk about normative reasons—subtleties which, if taken seriously, have various upshots, both substantive and methodological. I focus on two subtleties in particular. The first concerns the use of reason (in its normative sense) as both a count noun and as a mass noun, and the second concerns the context-sensitivity of normative reasons-claims. The more carefully we look at the language of reasons, I argue, the clearer its limitations and liabilities become. (...) The cumulative upshot is that although talk of reasons is intelligible and useful for the purposes of communication, we should be wary of placing much weight on it when engaging in substantive normative inquiry. By way of illustration, I consider some potential pitfalls of taking our talk of reasons too seriously, explaining how careful attention to the language of reasons undermines the main argument for moral particularism, Mark Schroeder’s recent defense of Humeanism about practical reasons, and the “reasons-first” program in metanormativity. (shrink)
This chapter provides a systematic overview of topological explanations in the philosophy of science literature. It does so by presenting an account of topological explanation that I (Kostić and Khalifa 2021; Kostić 2020a; 2020b; 2018) have developed in other publications and then comparing this account to other accounts of topological explanation. Finally, this appraisal is opinionated because it highlights some problems in alternative accounts of topological explanations, and also it outlines responses to some of the main criticisms raised by the (...) so-called new mechanists. (shrink)
Since 2016, when the Facebook/Cambridge Analytica scandal began to emerge, public concern has grown around the threat of “online manipulation”. While these worries are familiar to privacy researchers, this paper aims to make them more salient to policymakers — first, by defining “online manipulation”, thus enabling identification of manipulative practices; and second, by drawing attention to the specific harms online manipulation threatens. We argue that online manipulation is the use of information technology to covertly influence another person’s decision-making, by targeting (...) and exploiting their decision-making vulnerabilities. Engaging in such practices can harm individuals by diminishing their economic interests, but its deeper, more insidious harm is its challenge to individual autonomy. We explore this autonomy harm, emphasising its implications for both individuals and society, and we briefly outline some strategies for combating online manipulation and strengthening autonomy in an increasingly digital world. (shrink)
Deontologists believe in two key exceptions to the duty to promote the good: restrictions forbid us from harming others, and prerogatives permit us not to harm ourselves. How are restrictions and prerogatives related? A promising answer is that they share a source in rights. I argue that prerogatives cannot be grounded in familiar kinds of rights, only in something much stranger: waivable rights against oneself.
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