AntonioCaso, “La existencia como economía y como caridad” (1916). Translated with Jose G. Rodriguez Jr. as “Existence as Economy and as Charity,” in 20th Century Mexican Philosophy: Essential Readings, eds. Carlos Alberto Sánchez and Robert Eli Sanchez, Jr. (New York: Oxford University Press, 2017).
In risposta all’ipotesi di estendere la categoria del falso valutativo alle motivazioni di una sentenza, l’articolo tenta una ricostruzione critica della progressiva apertura del falso intellettuale ad atti dispositivi e giudizi tecnici, ponendone in evidenza alcune aporie e proponendo specifici temperamenti. Tanto la teoria dei fatti psichici, quanto quella delle attestazioni implicite e del vero legale, nella loro congiunta sovrapposizione alla struttura della fattispecie penale, possono scadere in una violazione del divieto di analogia in materia penale. Il caso da (...) cui parte l’analisi attiene una procedura di selezione per la chiamata di professore universitario di prima fascia e la sentenza del T.A.R. che decide sul ricorso di un candidato. -/- Falsity of the judicial decision. -/- Implicit statements, legal truth and technical judgments. -/- In response to the hypothesis of extending the category of "evaluative" falsehood to the motivations of a judicial decision, the paper attempts a critical reconstruction of the progressive evolution of these crimes in matter of acts of will and technical judgments, highlighting some aporias and proposing some corrections. Both the theory of psychic facts, as well as the theory of implicit attestations and the legal truth, in their joint action, can violate the prohibition of analogical interpretation in criminal matters. The controversial case from which the analysis starts concerns a public competition for a university professorship and the T.A.R.’s judgment that decides on a candidate's appeal. (shrink)
Questo lavoro propone un confronto tra diversi strumenti utilizzabili per modellare la conoscenza di dominio in ambito didattico: le mappa concettuali, Novak e Cañas (2006), (uno strumento tradizionalmente utilizzato nelle scuole) e le ontologie computazionali (dei sistemi formali di modellazione concettuale, attualmente molto usati nei sistemi di intelligenza artificiale per le loro capacità di “ragionamento automatico”, si veda Guarino, (1995)). Nello specifico, questo articolo presenta il risultato di un un doppio esperimento sul campo condotto presso il Liceo Scientifico “Guido Parodi” (...) di Acqui Terme in cui gruppi di studenti paragonano lo strumento della mappa concettuale e quello dell’ontologia nella risoluzione di due problemi di “misconcezione” (o errata concettualizzazione): uno indotto attraverso la consegna di appunti e materiali didattici contenenti informazioni volontariamente contraddittorie tra loro (caso che potrebbe corrispondere alla situazione in cui uno studente prende - per qualche motivo - degli appunti in modo scorretto) e l’altro legato ad una complessità concettuale intrinseca all’argomento. (shrink)
The paper addresses the issue of ethical obligations in the performance of musical works in the Western classical tradition, arguing that there are indeed such obligations, although they are not categorical. -/- PT: Na tradição clássica ocidental, as obras de arte musicais, teatrais e, até certo ponto, as coreografias, são criadas por artistas-autores, mas necessitam de ser executadas por intérpretes (instrumentistas, cantores e maestros, actores e encenadores, bailarinos, etc.). Estes são assim chamados porque existe sempre uma dose de descricionariedade, não (...) só nas suas decisões sobre o que as instruções inscritas na notação por parte do autor querem "realmente" dizer, como ainda acerca dos muitos aspectos necessária ou voluntariamente deixados em aberto por ele. Limitando-nos aos casos em que é evidente ou relativamente claro que o autor favorece, directamente ou por via das convenções artísticas por si tacitamente aceites, uma forma de interpretação da sua obra entre outras, debruço-me sobre a questão de saber se, para além das considerações estéticas integrantes da decisão de respeitar total ou parcialmente essa forma, há também considerações especificamente morais que sejam relevantes para tal decisão. Os tratamentos filosóficos desta questão tiveram alguma expressão nos anos 80 e 90, sobretudo a propósito do movimento da interpretação musical historicamente correcta ou informada de obras de épocas com as quais se estava a recuperar o contacto perdido em termos de modos de execução e instrumentos específicos dessas épocas. Curiosamente, contrastando com o debate entre a crítica de arte, o debate filosófico é muito menos vivo numa actualidade marcada pelo ecletismo pós-moderno que, sobretudo no teatro e na ópera, trata mesmo os aspectos mais estruturantes das obras como completamente opcionais, ou as obras elas as próprias como materiais para fusão, reconstrução ou improvisação. Revisitando os argumentos em torno do tópico, defenderei a prevalência da posição segundo a qual há uma dimensão moral nas artes performativas, mas que as obrigações daí resultantes não são todas categóricas, tendo diferentes graus de força, e devem ser entendidas como uma variável que tem de ser, em cada caso, ponderada lado a lado com as considerações estéticas. (shrink)
Este artigo aborda as principais teorias sobre a natureza metafísica das obras de arte, cobrindo as propostas eliminativistas, monistas e pluralistas. Entre estas últimas, é dado destaque ao trabalho sobre a ontologia das artes performativas, e em particular, da música. Termina-se com uma referência à recente viragem da discussão para o campo da meta-ontologia e a polémica sobre a plausibilidade do revisionismo ontológico no caso de artefactos ou objectos sociais.
Reseña al libro de María Rosa Palazón Mayoral titulado "La estética en México. Siglo XX. Diálogo entre filósofos". El libro reseñado es de gran importancia al compilar las propuestas teóricas sobre el tema de pensadores tan destacados como AntonioCaso, José Vasconcelos, Alfonso Reyes, Samuel Ramos, Eduardo Nicol, María Zambrano, Ramón Xirau, Adolfo Sánchez Vázquez, Joaquín Sánchez Mcgrégor, Bolívar Echeverría, Néstor García Canclini, María Noël Lapoujade, Ana María Martínez de la Escalera, Silvia Durán Payán y muchos otros.
A general consensus has emerged in the scholarship on Latin American thought dating from the latter half of the nineteenth century through the first quarter of the twentieth. Latin American intellectuals widely adapted the European philosophy of positivism in keeping with the demands of their own social and political contexts, effectively making positivism the second most important philosophical tradition in the history of Latin America, after scholasticism. However, as thinkers across Latin America faced the challenges of the twentieth century, they (...) grew increasingly disappointed with positivism, so that “anti-positivism” stands out as a defining feature of Latin American philosophy in the early twentieth century. In this essay, I challenge or at least add nuance to this widely accepted narrative by demonstrating considerable continuity rather than simple rupture between positivism and “anti-positivism” in Latin America. I focus on Mexico, where both positivism and the reaction against it are generally taken to have been strongest, or at least most politically significant. After tracing the history of positivism’s transformations in Mexico from Auguste Comte (1798-1857) to Gabino Barreda (1818-1881) to Justo Sierra (1848-1912), I show how Mexico’s leading “anti-positivist” philosophers—José Vasconcelos (1882-1959) and AntonioCaso (1883-1946)—draw substantially upon their positivist predecessors. (shrink)
In the second half of the nineteenth century, many Latin American intellectuals adapted the philosophy of positivism to address the pressing problems of nation-building and respond to the demands of their own social and political contexts, making positivism the second most influential tradition in the history of Latin American philosophy, after scholasticism. Since a comprehensive survey of positivism’s role across Latin American and Latinx philosophy would require multiple books, this chapter presents the history of positivism and its transformations in Mexican (...) and Chicanx philosophies, proceeding chronologically and focusing on these representative thinkers: Auguste Comte (1798-1857), Gabino Barreda (1818-1881), Justo Sierra (1848-1912), José Vasconcelos (1882-1959), AntonioCaso (1883-1946), and Gloria Anzaldúa (1942-2004). We pay special attention to how positivism was used to build the Mexican nation and reconstruct Mexican identity through education, creating philosophical debates about the relationships among science, religion, morality, education, race, economic progress, and national development. These debates continue to resonate as we think critically about the respective roles of scientific education—then called “positive” education, now “STEM” education—and moral education in the curricula used to educate a country’s youth while reconstructing their ethnoracial and national identities. (shrink)
En el trabajo se hace un recorrido por los principales autores latinoamericanos que trabajan el tema de los valores en el siglo XX. Se trata de apresar algunas regularidades generales en el itinerario del pensamiento axiológico en América Latina durante la pasada centuria.
Sumário. Apresentação. PARTE I. 1. O legado filosófico de P. F. Strawson, Itamar Luís Gelain e Jaimir Conte; 2 . Strawson e o caso dos metafísicos descritivos, Itamar Luís Gelain; 3. Metafísica e linguagem comum: sobre uma conturbada herança wittgensteiniana de Strawson, Jônadas Techio; 4. Strawson e Descartes, Albertinho Luiz Gallina; 5. Strawson: sobre Kant e Berkeley, Robert Calabria; 6. O empirismo pós-kantiano de Strawson, Wenceslao J. González; 7. Reabilitando Strawson, Marco Antonio Franciotti; 8. Strawson e o ceticismo (...) em Individuals, Plínio Junqueira Smith; 9. Strawson e a causação visível, João Paulo Monteiro; 10. A verdade dos fatos, Susana Badiola; 11. Estabelecer limites: implicações epistemológicas da lógica, Roberta Corvi; 12. Referência e termos singulares, Carlos E. Caorsi; 13. Strawson: da experiência possível para a ação possível, Márlon Henrique Teixeira; 14. Atitudes reativas e responsabilidade moral, Cristina de Moraes Nunes; 15. Strawson e Hume: uma comparação a propósito de “Moralidade social e ideal individual”, Amán Rosales Rodríguez; PARTE II. 16. Liberdade e ressentimento, P. F. Strawson. Tradução: Jaimir Conte; 17. Moralidade social e ideal individual, P. F. Strawson, Tradução: Jaimir Conte. Seleção bibliográfica. (shrink)
PREMISSA No século XIX, ocorreram transformações impulsionadas pela emergência de novas fontes energéticas (água e petróleo), por novos ramos industriais e pela alteração profunda nos processos produtivos, com a introdução de novas máquinas e equipamentos. Depois de 300 anos de exploração por parte das nações europeias, iniciou -se, principalmente nas colônias latino-americanas, um processo intenso de lutas pela independência. É no século XIX, já com a consolidação do sistema capitalista na Europa, que se encontra a herança intelectual mais próxima da (...) qual surgirá a Sociologia como ciência particular. No início desse século, as ideias do Conde de Saint-Simon (1760-1825), de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), de David Ricardo (1772-1823) e de Charles Darwin (1809-1882), entre outros, foram o elo para que Alexis de Tocqueville (1805-1859), Auguste Comte (1798-1857), Karl Marx (1818 -1883) e Herbert Spencer (1820-1903), entre outros, desenvolvessem reflexões sobre a sociedade de seu tempo. Auguste Comte e Karl Marx foram os pensadores que lançaram as bases do pensamento sociológico e de duas grandes tradições – a positivista e a socialista – que muito influenciaram o desenvolvimento da Sociologia no Brasil. 1 AUGUSTE COMTE E A TRADIÇÃO POSITIVISTA Isidore Auguste Marie François Xavier Comte nasceu em Montpellier, na França, em 19 de janeiro de 1798. Com 16 anos de idade, ingressou na Escola Politécnica de Paris, fato que teria significativa influência na orientação posterior de seu pensamento. De 1817 a 1824, foi secretário do Conde de Saint-Simon. Comte declarou que, com Saint -Simon, aprendeu muitas coisas que jamais encontraria nos livros e que, no pouco tempo em que conviveu com o conde, fez mais progressos do que faria em muitos anos, se estivesse sozinho. Toda a obra de Comte está permeada pelos acontecimentos que ocorreram após a Revolução Francesa de 1789. Ele defendeu parte dos princípios revolucionários e criticou a restauração da monarquia, preocupando-se fundamentalmente em reorganizar a sociedade, que, no seu entender, estava em ebulição e mergulhada no caos. Para Comte, a desordem e a anarquia imperavam em virtude da confusão de princípios (metafísicos e teológicos), que não se adequavam à sociedade industrial em expansão. Era, portanto, necessário superar esse estado de coisas, usando a razão como fundamento da nova sociedade. Propôs, então, a mudança da sociedade por meio da reforma intelectual plena das pessoas. De acordo com o pensador, com a modificação do pensamento humano, por meio do método científico, que ele chamava de “filosofia positiva”, haveria uma reforma das instituições. Com a proposta do estudo da sociedade por meio da análise de seus processos e estruturas, e da reforma prática das instituições, Comte criou uma nova ciência, à qual deu o nome de “física social”, passando a chamá-la posteriormente de Sociologia. A Sociologia representava, para Comte, o coroamento da evolução do conhecimento, mediante o emprego de métodos utilizados por outras ciências, que buscavam conhecer os fenômenos constantes e repetitivos da natureza: a observação, a experimentação, a comparação e a classificação. De acordo com esse pensador, a Sociologia, como as ciências naturais, deve sempre procurar a reconciliação entre os aspectos estáticos e os dinâmicos do mundo natural ou, no caso da sociedade humana, entre a ordem e o progresso. O lema da “filosofia positiva” proposta por Comte era “conhecer para prever, prever para prover”, ou seja, o conhecimento é necessário para fazer previsões e também para solucionar possíveis problemas. A influência de Comte no desenvolvimento da Sociologia foi marcante, sobretudo, na escola francesa, evidenciando-se em Émile Durkheim e seus contemporâneos e seguidores. Seu pensamento esteve presente em muitas das tentativas de criar tipologias para explicar a sociedade. Suas principais obras são: Curso de filosofia positiva (1830-1842), Discurso sobre o espírito positivo (1848), Catecismo positivista (1852) e Sistema de política positiva (1854). Para concluirmos, Comte explanava que para a superação da anarquia reinante na nova sociedade industrial, a filosofia positivista defendia a subordinação do progresso à ordem. O mesmo era contra o retorno de Luís XVIII ao trono: em sua concepção, a sociedade industrial que emergia requeria um governo fundado na razão. 2 A TRADIÇÃO SOCIALISTA: KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS Karl Heinrich Marx nasceu em Tréveris, na antiga Prússia, hoje Alemanha, em 1818 e, em 1830, ingressou no Liceu Friedrich Wilhelm, nessa mesma cidade. Anos depois, foi cursar Direito na Universidade de Bonn, transferindo-se para Berlim em seguida. Pouco a pouco, entretanto, seus interesses migraram para a Filosofia, área na qual defendeu, em 1841, a tese de doutorado A diferença da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro. Sua vida universitária foi marcada pelo debate político e intelectual influenciado pelo pensamento de Ludwig Feuerbach (1804-1872) e, principalmente, pelo de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770- 1831). Friedrich Engels (1820-1895) nasceu em Barmen (Renânia), na antiga Prússia, hoje Alemanha, filho mais velho de um rico industrial do ramo têxtil. Terminou sua formação secundária em 1837 e a partir de então sua formação intelectual foi por conta própria (autodidata), com alguns cursos universitários esparsos e de curta duração. Desde cedo começou a trabalhar nas empresas de seu pai e foi nessa condição que se deslocou para Bremen por três anos e depois foi enviado pelos pais a Manchester, na Inglaterra, onde trabalhou nas fábricas da família. Engels ficou impressionado com a miséria na qual viviam os trabalhadores das fábricas inglesas. Os dois, Marx e Engels, se encontraram em 1842, quando Marx passou a escrever para A Gazeta Renana, jornal da província de Colônia, do qual Engels era colaborador e mais tarde editor-chefe. O jornal, que criticava o poder prussiano, foi fechado em 1843, e Marx se viu desempregado. Ao perder o emprego, mudou-se para Paris, na França. Ali escreveu, em 1844, os Manuscritos econômico-filosóficos (só publicados em 1932) e, junto com F. Engels, o livro A sagrada família. Por sua vez, F. Engels, em 1844, decidiu voltar para a Alemanha, onde publicou, em 1845, A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Entre 1845 e 1847, Marx exilou-se em Bruxelas, na Bélgica, onde escreveu A ideologia alemã (em parceria com Friedrich Engels) e Miséria da filosofia (1847), obra na qual criticou o filósofo Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). Em 1848, ainda na Bélgica, a parceria com Engels se solidificou ao escreverem juntos o livreto O Manifesto Comunista. Em 1848, Marx foi expulso da Bélgica e retornou a Colônia, na Alemanha (Prússia), sempre pensando na possibilidade de uma mudança estrutural em sua terra natal. Isso, entretanto, não aconteceu e Marx foi expulso da Alemanha em 1849, ano em que migrou para Londres, na Inglaterra, onde permaneceu até o fim da vida. Lá escreveu O 18 Brumário de Luís Bonaparte (1852), sua mais importante obra de reflexão sobre a vida política europeia do século XIX, desenvolveu pesquisas e concluiu seu maior trabalho: O capital: crítica da economia política. O primeiro volume dessa obra foi publicado em 1867; os outros três, em 1885, 1894 e 1905, após a morte de Marx, revisados por F. Engels. 2.1 O contexto histórico e a obra de Marx e Engels Para situar a obra de Marx e Engels, é necessário conhecer um pouco do que acontecia em meados do século XIX. Com as transformações que ocorriam no mundo ocidental, principalmente na esfera da produção industrial, houve um crescimento expressivo no número de trabalhadores industriais urbanos, com uma consequência evidente: precariedade da vida dos operários nas cidades. As condições de trabalho no interior das fábricas eram péssimas. Os empregados eram superexplorados, alimentavam-se mal e trabalhavam em ambientes insalubres. Para enfrentar essa situação e tentar modificá-la, os trabalhadores passaram a se organizar em associações e sindicatos e a promover movimentos de reivindicação. Desenvolveu-se, então, uma discussão das condições sociais, políticas e econômicas para se definirem as possibilidades de intervenção nessa realidade. Desde o início do século XIX, muitos pensadores discutiram essas questões, nas perspectivas socialista e anarquista. Na Inglaterra podem ser citados, entre outros: William Godwin (1756-1836), Thomas Spence (1750-1814), Thomas Paine (1737-1809), Robert Owen (1771-1858) e Thomas Hodgkin (1787-1866). Na França, destacaram-se Étienne Cabet (1788- 1856), Flora Tristan (1803-1844), Charles Fourier (1772-1837) e Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). Marx e Engels levaram em conta esses pensadores, debatendo com alguns contemporâneos e criticando-os. Além disso, incorporaram a tradição da economia clássica inglesa, presente principalmente nas obras de Adam Smith e de David Ricardo. Pode-se dizer, portanto, que Marx e Engels desenvolveram seu trabalho com base na análise crítica da economia política inglesa, do socialismo utópico francês e da filosofia alemã. Esses dois autores não buscavam definir uma ciência específica para estudar a sociedade (como a Sociologia, para Auguste Comte) ou situar seu trabalho em um campo científico particular. Em alguns escritos, Marx afirmou que a História seria a ciência que mais se aproximava de suas preocupações, por abarcar as múltiplas dimensões da sociedade, a qual deveria ser analisada na totalidade, não havendo uma separação rígida entre os aspectos sociais, econômicos, políticos, ideológicos, religiosos, culturais etc. O objetivo de Marx e Engels era estudar criticamente a sociedade capitalista com base em seus princípios constitutivos e em seu desenvolvimento, visando dotar a classe trabalhadora de uma análise política da sociedade de seu tempo. Assim, a tradição socialista nascida da luta dos trabalhadores, muitos anos antes e em situações diferentes, tem como expressão intelectual o pensamento de Karl Marx e Friedrich Engels. Para entender as concepções fundamentais de Marx e Engels é necessário fazer a conexão entre as lutas da classe trabalhadora, suas aspirações e as ideias revolucionárias que estavam presentes no século XIX na Europa. Para eles, o conhecimento científico da realidade só tem sentido quando visa à transformação dessa mesma realidade. A separação entre teoria e prática não é discutida, pois a “verdade histórica” não é algo abstrato e que se define teoricamente; sua verificação está na prática. Apesar de haver algumas diferenças em seus escritos, os elementos essenciais do pensamento de Marx e Engels podem ser assim sintetizados: • historicidade das ações humanas – crítica ao idealismo alemão; • divisão social do trabalho e o surgimento das classes sociais – a luta de classes; • o fetichismo da mercadoria e o processo de alienação; • crítica à economia política e ao capitalismo; • transformação social e revolução; • utopia – sociedade comunista. A obra desses dois autores é muito vasta e não ficou vinculada estritamente aos movimentos sociais dos trabalhadores. Pouco a pouco foi introduzida nas universidades como parte do estudo em diferentes áreas do conhecimento. Estudiosos de Filosofia, Sociologia, Ciência Política, Economia, História e Geografia, entre outras áreas, foram influenciados por ela. Na Sociologia, como afirma Irving M. Zeitlin, no livro Ideología y teoría sociológica, tanto Max Weber quanto Émile Durkheim fizeram, em suas obras, um debate com as ideias de Karl Marx. Pelas análises da sociedade capitalista de seu tempo e a repercussão que tiveram em todo o mundo, principalmente no século XX, nos movimentos sociais e nas universidades, Marx e Engels são considerados autores clássicos da Sociologia. No campo dessa disciplina, porém, o pensamento deles ficou um pouco restrito, pois perdeu aquela relação entre teoria e prática (práxis), ou seja, entre a análise crítica e a prática revolucionária. Essa relação esteve presente, por exemplo, na vida e na obra dos russos Vladimir Ilitch Ulianov, conhecido como Lênin (1870-1924), e Leon D. Bronstein, conhecido como Trotsky (1879-1940), da alemã Rosa Luxemburgo (1871-1919) e do italiano Antonio Gramsci (1891- 1937), que tiveram significativa influência no movimento operário do século XX. Com base no trabalho de Marx e Engels, muitos autores desenvolveram estudos acadêmicos em vários campos do conhecimento. Podemos citar, por exemplo, Georg Lukács (1885-1971), Theodor Adorno (1903-1969), Walter Benjamin (1892-1940), Henri Lefebvre (1901-1991), Lucien Goldmanm (1913 -1970), Louis Althusser (1918 -1990), Nikos Poulantzas (1936-1979), Edward P. Thompson (1924-1993) e Eric Hobsbawm (1917 -2012). O pensamento de Marx e Engels continua, assim, presente em todo o mundo, com múltiplas tendências e variações, sempre gerando controvérsias. REFERENCIAL TEÓRICO GEMKOW, H.; PSUA, I. M. L. Marx e Engels: Vida e Obra. São Paulo: Alfa e Ômega, 1984. 232 pp. GIANOTTI, J. A. Comte. São Paulo: Abril Cultural, 1978. 318 pp. (Col. Os Pensadores) KONDER, L. Marx: vida e obra. 7ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007. 154 pp. (Col. Vida e Obra). (shrink)
PUERPÉRIO EM BOVINOS -/- INTRODUÇÃO -/- O puerpério é definido como o período entre o parto e a apresentação do primeiro estro fértil. Dois processos ocorrem durante o puerpério: a involução uterina e o início da atividade ovariana pós-parto. Em vacas leiteiras, os cuidados médicos pós-parto são essenciais nos programas de manejo, uma vez que as patologias uterinas são diagnosticadas e tratadas nesse período para que a vaca esteja em ótimas condições para ser inseminada, uma vez terminado o período de (...) espera voluntário. -/- 4.1 Involução uterina -/- O útero após o parto sofre modificações macroscópicas e microscópicas, até atingir as características de um útero não gestante, o que leva de 30 a 45 dias. O peso e o tamanho pós-parto diminuem rapidamente como consequência da atrofia das fibras musculares; por necrose das carúnculas e por eliminação de líquidos. Ao mesmo tempo em que o útero diminui de tamanho, o endométrio passa por um processo regenerativo para poder hospedar uma nova gestação. -/- A involução é promovida pelas contrações uterinas, que facilitam a eliminação de fluidos e dejetos e reduzem o tamanho do útero. As contrações são causadas pela secreção contínua de PGF2α, de origem uterina, e pela ocitocina secretada durante a amamentação. A PGF2α é secretada durante as primeiras 3 semanas pós-parto e seu envolvimento é considerado necessário para que a involução uterina ocorra normalmente. -/- Durante a involução uterina, as secreções conhecidas como lóquios, que são formadas por restos de membranas, carúnculas, fluidos fetais e sangue, são derramadas pela vagina. Essas secreções variam da cor vermelha ao marrom, têm consistência viscosa e são inodoras. A maioria dos lóquios é descartada durante os primeiros 15 dias após o parto e, em seguida, praticamente desaparece, exceto em casos de involução uterina anormal, quando o útero continua a derramar fluidos de consistência, cor e odor diferentes (figura 1). -/- Figura 1: O útero após o parto sofre alterações macroscópicas e microscópicas, até atingir as características de um útero não grávido, o que leva de 30 a 45 dias. -/- Antes do parto, o útero é estéril, pois é protegido da contaminação bacteriana pelo colo do útero ou cérvix. Durante e após o parto, essa barreira física desaparece e o útero é invadido por bactérias que se encontram no meio ambiente, pele e fezes, ou que são introduzidas durante a assistência ao parto. Além disso, a capacidade funcional dos fagócitos uterinos é baixa após o parto, o que contribui para o estabelecimento de infecções. Cerca de 95% das vacas desenvolvem infecções uterinas durante a involução, e uma alta porcentagem de vacas as eliminam por meio de mecanismos naturais. -/- Os mecanismos de defesa uterinos são constituídos pelas barreiras anatômicas (vagina, vulva e cérvix); fatores fisiológicos (produção de muco na vagina e cérvix); fagocitose promovida por neutrófilos, que migram da circulação geral para o útero; pela produção de substâncias inespecíficas, que inibem o crescimento bacteriano e favorecem a eliminação de microrganismos. A capacidade de eliminar bactérias do útero é determinada pelos hormônios ovarianos (progesterona e estrogênios); durante o diestro, a progesterona reduz a migração de neutrófilos, suprime o sistema imunocompetente, fecha o colo do útero e causa atonia uterina, resultando em aumento da suscetibilidade à infecção. Ao contrário, durante a fase folicular do ciclo estral (proestro e estro), o estradiol promove a migração de neutrófilos, abre a cérvix e aumenta o tônus uterino, o que facilita a eliminação de agentes infecciosos. Além disso, a atividade dos neutrófilos é afetada pelas deficiências antioxidantes e pela profundidade do balanço energético negativo. -/- 4.2 Anormalidades do puerpério -/- Após o parto, ocorrem algumas patologias que retardam a involução uterina e, consequentemente, afetam o intervalo entre o parto e o primeiro serviço. -/- 4.2.1 Retenção da placenta -/- A placenta é eliminada dentro de 12 horas após o parto; a retenção da placenta por mais de 24 horas é considerada uma patologia. A retenção placentária (RP) é uma alteração frequente do puerpério, que deve ser considerada como um sinal clínico de várias condições que podem ter origem infecciosa (aborto), metabólica (hipocalcemia, cetose, síndrome do vaca gorda), deficiências nutricionais (selênio e vitamina E) e erros de manejo (demasiada intervenção no parto). -/- A incidência de RP varia de 5 a 15% e depende, em grande parte, do estado de saúde e do manejo do rebanho. A RP é o principal fator de risco para infecções uterinas (metrite puerperal, metrite, endometrite e endometrite subclínica); também causa atraso no período entre o parto e a concepção e está associada à redução do percentual de concepção no primeiro serviço. -/- Em termos econômicos, determinou-se que a RP causa perdas significativas principalmente devido aos custos de serviços médicos, aumento da taxa de eliminação e diminuição da fecundidade. Além disso, vacas com retenção placentária produzem 355 kg a menos de leite durante os primeiros 60 dias do que vacas que não apresentam esta patologia (figuras 2 e 3). -/- 4.2.2 Patogenia -/- A placenta está ligada ao endométrio pelas vilosidades coriônicas, que estão ligadas às carúnculas (junção carúncula-cotilédone). A união entre essas estruturas é favorecida por um fluido adesivo formado por colágeno e outras proteínas. Antes e durante o trabalho de parto, observa-se um aumento da atividade das enzimas proteolíticas (colagenase, talvez a mais importante), que são responsáveis por separar o cotilédone da carúncula. Posteriormente, a placenta é removida mecanicamente por contrações uterinas após o parto do feto. -/- A etiologia e patogênese da retenção placentária não são conhecidas. Uma explicação proposta é que isso se deve a uma falha dos mecanismos proteolíticos responsáveis pela separação do cotilédone da carúncula. Foi observado que a atividade da colagenase no cotilédone é maior em vacas que não retêm placenta do que naquelas que a retêm. Propõe-se que alguns fatores de risco para retenção placentária possam estar atuando na redução da atividade da colagenase. Por outro lado, as condições inflamatórias na junção carúncula-cotilédone de origem infecciosa também impedem a separação da placenta. -/- Figura 3: Vaca com retenção placentária. -/- Figura 2: Vaca com retenção placentária. Em rebanhos comerciais, 5 a 15% das vacas retêm a placenta. -/- 4.2.3 Tratamento -/- Existem vários tratamentos, como a remoção manual da placenta em combinação com a aplicação local de antibióticos (infusões intrauterinas) e a administração de produtos hormonais (ocitócicos e PGF2α). A eficácia desses tratamentos é discutível. -/- A remoção manual da placenta é o tratamento mais popular; entretanto, não é a melhor, pois causa danos ao endométrio, que variam de leve sangramento a hematomas, mesmo quando não há evidências externas. Além disso, a remoção manual diminui a capacidade fagocítica dos leucócitos uterinos, resultando em metrite mais grave, maior atraso na involução uterina e baixo desempenho reprodutivo. -/- Outro tratamento consiste em cortar a placenta ao nível da vulva. Posteriormente, quando a placenta se separa das carúnculas, devido ao processo de decomposição do tecido, uma leve tração da vulva é suficiente para retirá-la, sem consequências. Essas vacas devem ser observadas quanto à febre e imediatamente integradas ao programa de check-up pós-parto, pois certamente desenvolverão metrite ou endometrite. A administração de antibióticos, tanto nos casos de retirada manual como naqueles em que a placenta é cortada, depende do estado geral da vaca. Deve-se sempre ter em mente que a RP é o principal fator de risco para metrite, portanto as vacas devem ser observadas para detectar prontamente aquelas que apresentam febre. Os antibióticos devem ser considerados para inibir a putrefação das membranas fetais, o que pode atrasar sua expulsão. No caso de opção pela administração de antibióticos, deve-se optar pela via parenteral em vez da intrauterina, pois esta causa irritação do endométrio, que está associada à baixa fertilidade (figura 4). -/- Outros tratamentos são baseados na administração de hormônios que estimulam a mobilidade uterina (ocitocina, estrogênios e PGF2α); entretanto, não há evidências clínicas que demonstrem sua eficácia; além disso, a causa menos frequente de RP é a incapacidade mecânica do útero de expelir a placenta. -/- 4.2.4 Prevenção -/- As estratégias de prevenção dessa patologia devem ter como objetivo reduzir a influência dos fatores de risco para RP. Assim, a incidência de abortos deve ser reduzida por meio de programas eficazes de vacinação e biossegurança; deve-se evitar períodos de seca muito longos para que as vacas não cheguem obesas ao parto; intervir o mínimo possível nos partos, e se atendido, deve ser feito com medidas de higiene rígidas; oferecer sais minerais de boa qualidade e administrar antioxidantes antes do parto (vitamina E, selênio e betacarotenos; tabela 1). -/- Figura 4: A placenta não deve ser removida inserindo a mão na vagina. É aconselhável aguardar a autólise (48 horas) e removê-la por leve tração. -/- Tabela 1: Incidência de retenção na membrana fetal (RMF), metrite hemorrágica (HM), metrite purulenta (PM) e puerpério anormal (PA) em vacas leiteiras tratadas com selênio e vitamina E nos dias 60, 21 antes do parto e 30, 90 pós-parto (grupo pré-pós-parto) e 21 dias pré-parto (grupo pré-parto) e testemunhas. -/- Laterais diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística (P < 0,05). Adaptado de RUIZ et al., 2008. -/- 4.3 Infecções uterinas -/- Cerca de 95% das vacas desenvolvem infecção uterina durante os primeiros dias pós-parto; no entanto, a maioria elimina infecções por meio de seus mecanismos de defesa e apenas 30 a 50% delas desenvolvem metrite ou endometrite nas primeiras três semanas. As bactérias mais frequentes encontradas em processos inflamatórios no útero são: Arcanobacterium pyogenes (antes Actinomyces pyogenes), Fusobacterium necrophorum e Escherichia coli. Essas três bactérias agem sinergicamente. -/- 4.3.1 Metrite puerperal -/- A metrite puerperal é comum em vacas com retenção placentária. Essa patologia é observada nas três primeiras semanas pós-parto e é caracterizada pela presença de secreções abundantes na luz uterina que são vermelhas ou marrons, aquosas, fétidas e com involução retardada. As vacas afetadas mostram sinais de doença sistêmica (toxemia e febre > 39,5 °C) e diminuição da produção de leite (figura 5). -/- Figura 5: Vaca com metrite puerperal; vacas afetadas apresentam sinais de doença sistêmica. -/- 4.3.2 Metrite clínica -/- Metrite é o processo inflamatório que envolve as diferentes camadas do útero (mucosa, muscular e serosa). Esta condição se apresenta nos primeiros 21 dias pós-parto e é caracterizada por atraso na involução uterina e secreção purulenta, e não há sinais de doença sistêmica (figura 6). -/- 4.3.3 Endometrite clínica -/- Endometrite se refere à inflamação do revestimento uterino; clinicamente, caracteriza-se por retardo na involução uterina e eliminação de exsudato purulento ou mucopurulento. Pode surgir nos primeiros 21 dias pós-parto ou mais, sem apresentar qualquer afetação no estado geral. -/- Figura 6: Vaca com exsudato mucopurulento. Na prática, é difícil estabelecer um diagnóstico diferencial entre endometrite e metrite. Uma vaca com essa secreção pode ser tratada com cefalosporinas intrauterinas ou, se ela já estiver em ciclo, a administração de PGF2a é eficaz. -/- 4.3.4 Endometrite subclínica -/- Apresenta-se entre 21 e 40 dias pós-parto, não apresenta sinais externos e só é diagnosticada pela citologia uterina. Essa condição afeta entre 20 e 30% das vacas. Os fatores de risco identificados são retenção placentária e metrite. -/- 4.4 Diagnóstico -/- O diagnóstico é baseado na avaliação uterina por palpação retal, na qual são verificados o grau de involução e as características das secreções. Além disso, é necessária uma avaliação clínica geral, uma vez que vacas com metrite nos primeiros 10 dias pós-parto desenvolvem febre. Outra forma de estabelecer o diagnóstico é avaliando as secreções uterinas sem palpação retal. Pode ser feito introduzindo a mão por via vaginal, após a limpeza da região; embora este método possa parecer arriscado, a experiência em campo indica que é um método seguro e rápido. Outra possibilidade é por meio da vaginoscopia, esse método permite a avaliação da cérvix e das secreções uterinas. Existe um instrumento (Metricheck) que é inserido pela vagina e possui uma campânula atraumática na extremidade que permite a coleta das secreções uterinas (figuras 7 e 8). -/- 4.5 Impacto das infecções uterinas na reprodução e produção -/- As infecções uterinas (metrite e endometrite) prolongam o período do parto até a concepção; diminuem a porcentagem de concepção no primeiro serviço; a porcentagem de resíduos aumenta; a taxa de vacas inseminadas diminui e a produção diminui (300 kg a menos que vacas não afetadas). Além disso, eles afetam o período do parto à primeira ovulação; em vacas com puerpério anormal, os folículos dominantes são menores em diâmetro e produzem menos estradiol do que vacas saudáveis. Também uma proporção menor dos folículos da primeira onda ovula em comparação com as vacas com puerpério anormal. -/- A endometrite subclínica diminui a taxa de concepção no primeiro serviço e aumenta os dias abertos. Além disso, a metrite ou endometrite pode afetar os ovidutos e causar inchaço, obstrução e aderências (esse processo é mais frequente em vacas que recebem injeções de estrogênio). -/- Figura 8: Outra forma de diagnosticar infecções uterinas é por meio da introdução de um instrumento que possui em sua extremidade uma campânula atraumática que permite a coleta de secreções uterinas (Metricheck). -/- Figura 7: O diagnóstico de infecções uterinas pode ser estabelecido com a introdução da mão por via vaginal, após limpeza da região. -/- 4.6 Tratamentos -/- Para evitar o efeito negativo das infecções uterinas na eficiência reprodutiva, é necessário um diagnóstico e tratamento oportunos. Existem diversos tratamentos para a metrite ou endometrite, como o uso de antibióticos sistêmicos ou intrauterinos, infusões intrauterinas de antissépticos e a administração de hormônios. -/- 4.6.1 Antibióticos -/- Os tratamentos com antibióticos intrauterinos são usados há muitos anos e são uma opção, desde que alguns aspectos sejam considerados: que o útero é um ambiente anaeróbio; que há a presença de exsudatos e tecidos em decomposição e a existência de uma grande diversidade de bactérias, algumas das quais até produzem enzimas que inativam alguns antibióticos. -/- Como o útero é um ambiente anaeróbio, os antibióticos do grupo dos aminoglicosídeos não são ativos, pois precisam de oxigênio. Por outro lado, o acúmulo de exsudato purulento e restos de tecido no útero inibe a atividade das sulfonamidas. Os nitrofuranos são eficazes contra A pyogenes, somente quando doses extremamente altas são usadas; as doses usuais nunca atingem a concentração inibitória mínima no endométrio; além disso, não são ativos na presença de sangue ou exsudato purulento, são irritantes e estão associados a problemas de fertilidade. -/- A penicilina intrauterina ou parenteral é eficaz na cura de infecções entre os dias 25 e 30 após o parto; ou seja, quando for observada uma diminuição na diversidade de espécies bacterianas (menor probabilidade de que algumas bactérias produzam penicilinase) e predomina A pyogenes, que é sensível a este antibiótico. As formulações intrauterinas de cefalosporinas (cefapirina benzatina) são eficazes em vacas com endometrite entre os dias 15-20 pós-parto e não é necessário retirar o leite do mercado. -/- A tetraciclina é o antibiótico mais utilizado devido ao seu amplo espectro e por manter sua atividade nas condições do útero pós-parto; porém, a probabilidade de resistência bacteriana é alta devido ao seu uso contínuo por muitos anos, também causa danos ao endométrio e reduz a fertilidade (figura 9). -/- Em testes de campo, a administração de uma única infusão intrauterina de cefapirina benzatina, em vacas com endometrite entre os dias 15 a 20 pós-parto, produz uma maior taxa de recuperação e não afeta a fertilidade, em comparação com aquelas que foram tratadas com infusões de oxitetraciclina. -/- O problema mais importante na terapia com antibióticos é estabelecer um critério de quais animais realmente precisam. Nos casos de metrite puerperal não há dúvida, essas vacas precisam de tratamento com antibióticos por via sistêmica e intrauterina. Porém, em casos de metrite e endometrite a decisão é difícil, pois muitas vacas se curam sem nenhum tratamento. Na prática, antes que os antibióticos sejam administrados às vacas, deve-se considerar alguns dos fatores: características das secreções uterinas, dias após o parto, início da atividade ovariana, presença de febre e condição corporal. -/- Figura 9: As infusões de oxitetraciclina causam irritação do endométrio e diminuem a fertilidade. -/- 4.6.2 Tratamento com infusões de substâncias antissépticas -/- Tratamentos baseados na administração intrauterina de substâncias antissépticas também são usados. O tratamento mais frequente consiste na infusão de soluções de iodo; no entanto, os resultados com esta terapia não são positivos e estão associados a uma diminuição subsequente da fertilidade. Deve-se ter cautela no uso de antissépticos intrauterinos, pois todos causam irritação, afetam os mecanismos de defesa do útero e, em alguns casos, chegam a causar necrose do endométrio. -/- 4.6.3 Tratamentos hormonais -/- Na prática, a administração de estrogênio é comum em casos de metrite, principalmente quando o útero retém muito líquido. Sabe-se que os estrógenos em condições fisiológicas favorecem a contratilidade uterina e auxiliam na eliminação de infecções, porém, em doses farmacológicas o efeito é negativo. A administração de estrogênios pode contribuir para infecções que ascendem aos ovidutos e causam salpingite, aderências ovarianas e infertilidade. -/- A PGF2α desempenha um papel importante no parto e durante a involução uterina. Em vacas com puerpério normal, a duração dos níveis elevados de PGF2α está negativamente correlacionada com o tempo de involução uterina; portanto, quanto mais tempo duram os níveis elevados de PGF2α, menor é o tempo de involução uterina. Além disso, a administração de PGF2α a cada 12 horas, dos dias 3 a 10 pós-parto, encurta o período de involução uterina. Ao contrário, em vacas com puerpério anormal, foi observada uma correlação positiva entre as concentrações de PGF2α e o tempo de involução uterina; portanto, vacas com retenção placentária ou endometrite apresentam níveis mais elevados de PGF2α. -/- Algumas evidências envolvem a PGF2α como parte do mecanismo de eliminação da placenta; ou seja, foi observado que as vacas que normalmente eliminam a placenta apresentaram maiores concentrações de PGF2α na placenta, em comparação com as vacas com retenção placentária. Foi proposto que a falha do processo que leva à separação do cotilédone da carúncula está associada a uma alteração no metabolismo da prostaglandina, resultando em uma diminuição na PGF2α e um aumento na PGE2. Por outro lado, a inibição da síntese de PGF2α após o parto, por meio da injeção de ácido acetilsalicílico (aspirina), causa retenção da placenta. Esse conhecimento motivou estudos nos quais o tratamento com PGF2α após o parto foi avaliado para prevenir a retenção placentária ou reduzir o tempo de involução em vacas com retenção placentária ou metrite. Em alguns estudos, uma única injeção de PGF2α foi administrada nas primeiras horas após o parto com resultados conflitantes. Em outros estudos, a injeção de PGF2α entre os dias 20 a 30 pós-parto foi avaliada e não foi observado um efeito favorável na involução uterina. Porém, a injeção sistemática de PGF2α, a cada 14 dias a partir do 25º dia pós-parto, aumenta a proporção de vacas inseminadas, o que aumenta a taxa de prenhez. A PGF2α causa contrações uterinas e favorece a eliminação de secreções; entretanto, um efeito favorável da PGF2α na involução uterina, sem envolver um corpo lúteo, é questionável. -/- Na prática, um programa é usado com base na administração sistemática de PGF2α a todas as vacas a cada 14 dias, do 25º ao 30º dia pós-parto. Esse tratamento é baseado no encurtamento das fases lúteas, o que favorece a eliminação das infecções. Deve-se observar que cerca de 30% das vacas desenvolvem corpos lúteos longevos (21 a 50 dias) nos primeiros ciclos pós-parto, nessas condições a injeção de PGF2α, a cada 14 dias, encurta o ciclo estral e diminui o risco de persistência de infecções uterinas. -/- 4.7 Piometra -/- Esta patologia se desenvolve em vacas que ovulam nos primeiros 20 dias pós-parto e, concomitantemente, sofrem de infecção uterina. Nessas condições, a progesterona promove a proliferação bacteriana e fecha o colo do útero, causando acúmulo de exsudato purulento no útero. As alterações causadas no endométrio alteram a secreção de PGF2α, resultando na persistência do corpo lúteo e anestro. Vacas com piometra respondem muito bem ao tratamento com PGF2α; uma segunda injeção desse hormônio, 14 dias depois, encurta o período de recuperação (figura 10). -/- Figura 10: A piometra é caracterizada pelo acúmulo de exsudato purulento no útero, colo uterino fechado e presença de corpo lúteo. O diagnóstico é feito por palpação retal e tratado com PGF2α. -/- 4.8 Vaginite em fêmeas gestantes -/- A vaginite em fêmeas grávidas ocorre com baixa frequência; porém, quando há um caso, causa alarme porque é confundido com um aborto. Nesses casos, o veterinário deve fazer um exame retal para determinar se o produto está vivo e se a cérvix está aberta. O diagnóstico é concluído com o exame vaginal com vaginoscópio ou diretamente à mão com luva limpa. -/- No caso de um aborto, o produto geralmente está morto e a cérvix está aberta; nestes casos, o produto deve ser extraído. Ao contrário, se a cérvix estiver fechada e o feto estiver vivo, o prognóstico é favorável e o problema diminui com o tratamento com antibióticos sistêmicos. -/- RESUMO -/- < >O útero após o parto pesa 13 kg e no dia 21 pós-parto, 1 kg. A regeneração do epitélio uterino leva 25 dias. A regeneração das camadas profundas do endométrio leva 42 a 56 dias. 95% das vacas desenvolvem alguma infecção uterina. 30 a 50% das vacas desenvolvem metrite nas primeiras duas semanas após o parto. 15 a 20% persistem como endometrite clínica > 3 semanas após o parto. 18 a 20% têm metrite com efeitos sistêmicos. 20 a 30% das vacas têm endometrite subclínica. 5 a 15% das vacas retêm a placenta. 355 kg de leite são perdidos em vacas com retenção placentária. Em vacas que sofrem de puerpério anormal, a proporção de vacas prenhes é reduzida em 10 por cento no 90º dia pós-parto. No Reino Unido, 192 euros são gastos por cada vaca que tem um puerpério anormal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -/- ANDREWS, Anthony H. et al. (Ed.). Bovine medicine: diseases and husbandry of cattle. John Wiley & Sons, 2008. -/- AZAWI, O. I. Postpartum uterine infection in cattle. Animal reproduction science, v. 105, n. 3-4, p. 187-208, 2008. -/- BEARDEN, Henry Joe et al. Applied animal reproduction. Reston Publishing Company, Inc., 1984. -/- HOLY, Lubos; MARTÍNEZ JÚSTIZ, G. Colab. Biología de la reproducción bovina. Havana: Revolucionária, 1975. -/- HOPPER, Richard M. (Ed.). Bovine reproduction. John Wiley & Sons, 2014. -/- HORTA, António Eduardo Monteiro. Fisiologia do puerpério na vaca. Jornada Internales de Reproductión Animal, v. 8, p. 73-84, 1995. -/- KOZICKI, Luiz Ernandes. Aspectos fisiológicos e patológicos do puerpério em bovinos. Archives of Veterinary Science, v. 3, n. 1, 1998. -/- LEBLANC, S. J. et al. Defining and diagnosing postpartum clinical endometritis and its impact on reproductive performance in dairy cows. Journal of dairy science, v. 85, n. 9, p. 2223-2236, 2002. -/- LEBLANC, S. J. et al. The effect of treatment of clinical endometritis on reproductive performance in dairy cows. Journal of dairy science, v. 85, n. 9, p. 2237-2249, 2002. -/- MARTINS, T. M.; BORGES, A. M. Avaliação uterina em vacas durante o puerpério. Rev. Bras. Reprod. Anim, Belo Horizonte, v. 35, n. 4, p. 433-443, 2011. -/- RADOSTITS, Otto M. et al. Clínica Veterinária: um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e eqüinos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. -/- RISCO, CARLOS A.; YOUNGQUIST, ROBERT S.; SHORE, M. DAWN. Postpartum uterine infections. In: Current therapy in large animal theriogenology. WB Saunders, 2007. p. 339-344. -/- SHELDON, I. M. et al. Influence of uterine bacterial contamination after parturition on ovarian dominant follicle selection and follicle growth and function in cattle. REPRODUCTION-CAMBRIDGE-, v. 123, n. 6, p. 837-845, 2002. -/- SHELDON, I. M. et al. Mechanisms of infertility associated with clinical and subclinical endometritis in high producing dairy cattle. Reproduction in domestic animals, v. 44, p. 1-9, 2009. -/- SHELDON, I. Martin et al. Uterine diseases in cattle after parturition. The Veterinary Journal, v. 176, n. 1, p. 115-121, 2008. -/- TIXI, C. et al. Factores que afectan el porcentaje de vacas gestantes en el día 90 posparto. In: Memorias del XXXIII Congreso Nacional de Buiatría. Tuxtla Gutiérrez Chiapas. México. pp. 2009. (shrink)
In this paper we identify and characterize an analysis of two problematic aspects affecting the representational level of cognitive architectures (CAs), namely: the limited size and the homogeneous typology of the encoded and processed knowledge. We argue that such aspects may constitute not only a technological problem that, in our opinion, should be addressed in order to build arti cial agents able to exhibit intelligent behaviours in general scenarios, but also an epistemological one, since they limit the plausibility of the (...) comparison of the CAs' knowledge representation and processing mechanisms with those executed by humans in their everyday activities. In the fi nal part of the paper further directions of research will be explored, trying to address current limitations and future challenges. (shrink)
This book provides the first detailed account of Gramsci's work in the context of current critical and socio-cultural debates. Renate Holub argues that Gramsci was ahead of his time in offering a theory of art, politics and cultural production. Gramsci's achievement is discussed particularly in relation to the Frankfurt School (Adorno, Horkheimer, Benjamin, Bloch, Habermas), to Brecht's theoretical writings and to thinkers in the phenomenological tradition especially Merleau-Ponty. She argues for Gramsci's continuing relevance at a time of retreat from Marxist (...) positions on the postmodern left. Antonio Gramsci is distinguished by its range of philosophical grasp, its depth of specialized historical scholarship, and its keen sense of Gramsci's position as a crucial figure in the politics of contemporary cultural theory. (shrink)
I say: “Oh, what a beautiful surrealist picture!” With quite precise awareness: this páthos, these emotions of mine do not stem from our common sense. An aesthetic judgment is founded on an immediate subjective intuition: an emotion or a free feeling of a single subject towards an object. A universal sense, possibly. Some judgments of ours in ethics and in law are no different from our perceptions in front of art. It would be the same for a hypothetical sentence of (...) the judge that concluded with these words: “I acquit Arsenio Lupin because of his magnificent handlebar moustache like that of Guy de Maupassant”. Everyone would think intuitively that it is an unfair sentence. Is there aesthetics of terror? The case that the article intends to examine is that of the famous kidnapping and murder of the Italian statesman Aldo Moro by the “Brigate Rosse” [Red Brigades]. The method used here consists in studying the image of the kidnapping as iconic documentation of reality, and, above all, as an ethical-legal judgment about the terrorist crime. Moro was photographed during his kidnapping. There are at least two pictures. Both constitute an extraordinary source for a judgment on the basis of an image. In both of them, Aldo Moro is pictured in front of a Red Brigades banner during the captivity. In what sense do these pictures document an aesthetic judgment concerning the “case Moro”? The answer can be found in a remarkable iconic coincidence of these pictures with a masterpiece by Georges Rouault devoted to the theme of the “Ecce Homo”. The Gospel in the “Ecce Homo” scene narrates how Pontius Pilate wanted to arouse the compassion of the people with a scourging and the exposure of Jesus to the crowd. The plate under consideration is entitled “Qui ne se grime pas?” [Who does not have a painted face?] and is a key work in Rouault’s suite of prints Miserere, dated for 1923. (shrink)
Human dignity is currently defined as the grounding of human rights. In order to understand this notion, it is possible to conceive it as a consequence of a broader philosophical phenomenon: the construction of modern individualism. Thus, this article aims to understand the connections between those two concepts, taking into account the limits of such perspective.
En torno a la simplificación que liga el término "postmodernidad" con el final histórico, cronológico, de la Modernidad se concitan dos posiciones opuestas: la de quienes (en la estela de Habermas) denuncian el talante conservador y apocalíptico, anti-moderno, de buena parte de los filósofos del siglo XX, especialmente en sus últimas décadas, y la de quienes (por ejemplo, Lyotard) celebran la caída de los referentes clásicos. Lejos de tal dicotomía, se trata de realizar del ambiguo "post" una lectura atenta no (...) a la noción de tiempo sino a la de lugar o espacio semántico: la postmodernidad no vendría a finalizar nada, antes al contrario, se trataría de una perspectiva práctica desde la que entender los problemas aún vigentes de la Modernidad, de la que el "post" antepuesto sería modulación radical, extremo Kunstwollen, voluntad crítica basada siempre en la descreencia última en toda trascendencia, incluida la propia de la lógica moderna del progreso y la emancipación. (shrink)
The proposal of moral enhancement as a valuable means to face the environmental, technological and social challenges that threaten the future of humanity has been criticized by a number of authors. One of the main criticisms has been that moral enhancement would diminish our freedom. It has been said that moral enhancement would lead enhanced people to lose their ‘freedom to fall’, that is, it would prevent them from being able to decide to carry out some morally bad actions, and (...) the possibility to desire and carry out these bad actions is an essential ingredient of free will, which would thus be limited or destroyed—or so the argument goes. In this paper we offer an answer to this criticism. We contend that a morally enhanced agent could lose the ‘freedom to fall’ without losing her freedom for two reasons. First, because we do not consider that a morally well-educated person, for whom the ‘freedom to fall’ is a remote option, is less free than an evildoer, and there is no reason to suppose that bioenhancement introduces a significant difference here. Second, because richness in the amount of alternative possibilities of action may be restored if the stated loss is compensated with an improvement in sensitivity and lucidity that can lead to seeing new options and nuances in the remaining possible actions. (shrink)
In this article we present an advanced version of Dual-PECCS, a cognitively-inspired knowledge representation and reasoning system aimed at extending the capabilities of artificial systems in conceptual categorization tasks. It combines different sorts of common-sense categorization (prototypical and exemplars-based categorization) with standard monotonic categorization procedures. These different types of inferential procedures are reconciled according to the tenets coming from the dual process theory of reasoning. On the other hand, from a representational perspective, the system relies on the hypothesis of conceptual (...) structures represented as heterogeneous proxytypes. Dual-PECCS has been experimentally assessed in a task of conceptual categorization where a target concept illustrated by a simple common-sense linguistic description had to be identified by resorting to a mix of categorization strategies, and its output has been compared to human responses. The obtained results suggest that our approach can be beneficial to improve the representational and reasoning conceptual capabilities of standard cognitive artificial systems, and –in addition– that it may be plausibly applied to different general computational models of cognition. The current version of the system, in fact, extends our previous work, in that Dual-PECCS is now integrated and tested into two cognitive architectures, ACT-R and CLARION, implementing different assumptions on the underlying invariant structures governing human cognition. Such integration allowed us to extend our previous evaluation. (shrink)
An ontology of Leibnizian relationalism, consisting in distance relations among sparse matter points and their change only, is well recognized as a serious option in the context of classical mechanics. In this paper, we investigate how this ontology fares when it comes to general relativistic physics. Using a Humean strategy, we regard the gravitational field as a means to represent the overall change in the distance relations among point particles in a way that achieves the best combination of being simple (...) and being informative. (shrink)
Constituent power : the concept of a crisis -- Virtue and fortune : the machiavellian paradigm -- The Atlantic model and the theory of counterpower -- Political emancipation in the American constitution -- The revolution and the constitution of labor -- Communist desire and the dialectic restored -- The constitution of strength.
During the last decades, many cognitive architectures (CAs) have been realized adopting different assumptions about the organization and the representation of their knowledge level. Some of them (e.g. SOAR [35]) adopt a classical symbolic approach, some (e.g. LEABRA[ 48]) are based on a purely connectionist model, while others (e.g. CLARION [59]) adopt a hybrid approach combining connectionist and symbolic representational levels. Additionally, some attempts (e.g. biSOAR) trying to extend the representational capacities of CAs by integrating diagrammatical representations and reasoning are (...) also available [34]. In this paper we propose a reflection on the role that Conceptual Spaces, a framework developed by Peter G¨ardenfors [24] more than fifteen years ago, can play in the current development of the Knowledge Level in Cognitive Systems and Architectures. In particular, we claim that Conceptual Spaces offer a lingua franca that allows to unify and generalize many aspects of the symbolic, sub-symbolic and diagrammatic approaches (by overcoming some of their typical problems) and to integrate them on a common ground. In doing so we extend and detail some of the arguments explored by G¨ardenfors [23] for defending the need of a conceptual, intermediate, representation level between the symbolic and the sub-symbolic one. In particular we focus on the advantages offered by Conceptual Spaces (w.r.t. symbolic and sub-symbolic approaches) in dealing with the problem of compositionality of representations based on typicality traits. Additionally, we argue that Conceptual Spaces could offer a unifying framework for interpreting many kinds of diagrammatic and analogical representations. As a consequence, their adoption could also favor the integration of diagrammatical representation and reasoning in CAs. (shrink)
In this paper we propose a computational framework aimed at extending the problem solving capabilities of cognitive artificial agents through the introduction of a novel, goal-directed, dynamic knowledge generation mechanism obtained via a non monotonic reasoning procedure. In particular, the proposed framework relies on the assumption that certain classes of problems cannot be solved by simply learning or injecting new external knowledge in the declarative memory of a cognitive artificial agent but, on the other hand, require a mechanism for the (...) automatic and creative re-framing, or re-formulation, of the available knowledge. We show how such mechanism can be obtained trough a framework of dynamic knowledge generation that is able to tackle the problem of commonsense concept combination. In addition, we show how such a framework can be employed in the field of cognitive architectures in order to overcome situations like the impasse in SOAR by extending the possible options of its subgoaling procedures. (shrink)
The paper discusses from a metaphysical standpoint the nature of the dependence relation underpinning the talk of mutual action between material and spatiotemporal structures in general relativity. It is shown that the standard analyses of dependence in terms of causation or grounding are ill-suited for the general relativistic context. Instead, a non-standard analytical framework in terms of structural equation modeling is exploited, which leads to the conclusion that the kind of dependence encoded in the Einstein field equations is a novel (...) one. (shrink)
We propose a nonmonotonic Description Logic of typicality able to account for the phenomenon of combining prototypical concepts, an open problem in the fields of AI and cognitive modelling. Our logic extends the logic of typicality ALC + TR, based on the notion of rational closure, by inclusions p :: T(C) v D (“we have probability p that typical Cs are Ds”), coming from the distributed semantics of probabilistic Description Logics. Additionally, it embeds a set of cognitive heuristics for concept (...) combination. We show that the complexity of reasoning in our logic is EXPTIME-complete as in ALC. (shrink)
The paper introduces an extension of the proposal according to which conceptual representations in cognitive agents should be intended as heterogeneous proxytypes. The main contribution of this paper is in that it details how to reconcile, under a heterogeneous representational perspective, different theories of typicality about conceptual representation and reasoning. In particular, it provides a novel theoretical hypothesis - as well as a novel categorization algorithm called DELTA - showing how to integrate the representational and reasoning assumptions of the theory-theory (...) of concepts with the those ascribed to the prototype and exemplars-based theories. (shrink)
The paper shows how the Bohmian approach to quantum physics can be applied to develop a clear and coherent ontology of non-perturbative quantum gravity. We suggest retaining discrete objects as the primitive ontology also when it comes to a quantum theory of space-time and therefore focus on loop quantum gravity. We conceive atoms of space, represented in terms of nodes linked by edges in a graph, as the primitive ontology of the theory and show how a non-local law in which (...) a universal and stationary wave-function figures can provide an order of configurations of such atoms of space such that the classical space-time of general relativity is approximated. Although there is as yet no fully worked out physical theory of quantum gravity, we regard the Bohmian approach as setting up a standard that proposals for a serious ontology in this field should meet and as opening up a route for fruitful physical and mathematical investigations. (shrink)
In this paper a possible general framework for the representation of concepts in cognitive artificial systems and cognitive architectures is proposed. The framework is inspired by the so called proxytype theory of concepts and combines it with the heterogeneity approach to concept representations, according to which concepts do not constitute a unitary phenomenon. The contribution of the paper is twofold: on one hand, it aims at providing a novel theoretical hypothesis for the debate about concepts in cognitive sciences by providing (...) unexplored connections between different theories; on the other hand it is aimed at sketching a computational characterization of the problem of concept representation in cognitively inspired artificial systems and in cognitive architectures. (shrink)
This paper elaborates on relationalism about space and time as motivated by a minimalist ontology of the physical world: there are only matter points that are individuated by the distance relations among them, with these relations changing. We assess two strategies to combine this ontology with physics, using classical mechanics as example: the Humean strategy adopts the standard, non-relationalist physical theories as they stand and interprets their formal apparatus as the means of bookkeeping of the change of the distance relations (...) instead of committing us to additional elements of the ontology. The alternative theory strategy seeks to combine the relationalist ontology with a relationalist physical theory that reproduces the predictions of the standard theory in the domain where these are empirically tested. We show that, as things stand, this strategy cannot be accomplished without compromising a minimalist relationalist ontology. (shrink)
Las personas somos absolutamente diferentes de las cosas, no cabe ninguna duda al respecto. No obstante, sí debemos diferenciar nítidamente entre los individuos y el concepto de “persona”. Así pues, la persona posee un “horizonte interior”, absolutamente novedoso y que le caracteriza como ser en aproximación a la Verdad y a la Libertad, las cuales no sólo son específicas del propio humano, sino que le son necesarias en cuanto remedios contra la desolación y la tiranía. Asimismo, una sociedad puede ser (...) tiránica en varios sentidos, pero Manuel Mindán sostiene que, para que no lo sea, el individuo entendido como “persona” debe primar siempre sobre el grupo gregario y cerrado. (shrink)
We propose a nonmonotonic Description Logic of typicality able to account for the phenomenon of the combination of prototypical concepts. The proposed logic relies on the logic of typicality ALC + TR, whose semantics is based on the notion of rational closure, as well as on the distributed semantics of probabilistic Description Logics, and is equipped with a cognitive heuristic used by humans for concept composition. We first extend the logic of typicality ALC + TR by typicality inclusions of the (...) form p :: T(C) v D, whose intuitive meaning is that “we believe with degree p about the fact that typical Cs are Ds”. As in the distributed semantics, we define different scenarios containing only some typicality inclusions, each one having a suitable probability. We then exploit such scenarios in order to ascribe typical properties to a concept C obtained as the combination of two prototypical concepts. We also show that reasoning in the proposed Description Logic is EXPTIME-complete as for the underlying standard Description Logic ALC. (shrink)
The paper investigates the kind of dependence relation that best portrays Machian frame-dragging in general relativity. The question is tricky because frame-dragging relates local inertial frames to distant distributions of matter in a time-independent way, thus establishing some sort of non-local link between the two. For this reason, a plain causal interpretation of frame-dragging faces huge challenges. The paper will shed light on the issue by using a generalized structural equation model analysis in terms of manipulationist counterfactuals recently applied in (...) the context of metaphysical enquiry by Schaffer (2016) and Wilson (2017). The verdict of the analysis will be that frame-dragging is best understood in terms of a novel type of dependence relation that is half-way between causation and grounding. (shrink)
We overview the main historical and technological elements characterising the rise, the fall and the recent renaissance of the cognitive approaches to Artificial Intelligence and provide some insights and suggestions about the future directions and challenges that, in our opinion, this discipline needs to face in the next years.
In his famous 1982 paper, Allen Newell [22, 23] introduced the notion of knowledge level to indicate a level of analysis, and prediction, of the rational behavior of a cognitive arti cial agent. This analysis concerns the investigation about the availability of the agent knowledge, in order to pursue its own goals, and is based on the so-called Rationality Principle (an assumption according to which "an agent will use the knowledge it has of its environment to achieve its goals" [22, (...) p. 17]. By using the Newell's own words: "To treat a system at the knowledge level is to treat it as having some knowledge, some goals, and believing it will do whatever is within its power to attain its goals, in so far as its knowledge indicates" [22, p. 13]. In the last decades, the importance of the knowledge level has been historically and system- atically downsized by the research area in cognitive architectures (CAs), whose interests have been mainly focused on the analysis and the development of mechanisms and the processes governing human and (arti cial) cognition. The knowledge level in CAs, however, represents a crucial level of analysis for the development of such arti cial general systems and therefore deserves greater research attention [17]. In the following, we will discuss areas of broad agree- ment and outline the main problematic aspects that should be faced within a Common Model of Cognition [12]. Such aspects, departing from an analysis at the knowledge level, also clearly impact both lower (e.g. representational) and higher (e.g. social) levels. (shrink)
Among the tools of philosophical work, the dialogue, as form of live "transaction" between two or more persons, seems to have its beginning and its end with Socrates. Along the subsequent development of our philosophical tradition the dialogue reappears only as literary genre. The essay aims to suggest that the live philosophical dialogue, if offered in new forms as a distributed social practice arranged and supported by the professional skills of philosopher, shows some promise of widening the boundaries of the (...) examined life. (shrink)
Dado el particular modo de explicar la realidad que tienen los estoicos, existe una categorı́a especı́fica para referir a la descripción de una realidad que podrı́amos considerar individualy diferentea otras; me refiero a lo que ellos mentaban con las palabras ἰδίως ποιός, que traducimos como individuo particularmente cualificado. Esta categorı́a cualifica a una entidad en cuanto especı́fica y particular. Sin embargo, en un contexto donde lo corpóreo refiere a todo lo que es, es fácil identificar apresuradamente lo corpóreo con lo (...) material y admitir que la materia por si sola puede valer como un criterio de identidad para las entidades individuales. El objeto del presente artı́culo es proponer una lectura que posibilite lı́neas argumentativas para armonizar el reto que presenta la descripción de un individuo particularmente cualificado, admitiendo la peculiar cosmovisión estoica, por medio de la consideración de la ψυχή como elemento coordinador de sus categorı́as y que, por consiguiente, es el elemento por considerar para una propuesta de criterio de identidad. (shrink)
This article addresses an open problem in the area of cognitive systems and architectures: namely the problem of handling (in terms of processing and reasoning capabilities) complex knowledge structures that can be at least plausibly comparable, both in terms of size and of typology of the encoded information, to the knowledge that humans process daily for executing everyday activities. Handling a huge amount of knowledge, and selectively retrieve it according to the needs emerging in different situational scenarios, is an important (...) aspect of human intelligence. For this task, in fact, humans adopt a wide range of heuristics (Gigerenzer & Todd) due to their “bounded rationality” (Simon, 1957). In this perspective, one of the requirements that should be considered for the design, the realization and the evaluation of intelligent cognitively-inspired systems should be rep- resented by their ability of heuristically identify and retrieve, from the general knowledge stored in their artificial Long Term Memory (LTM), that one which is synthetically and contextually relevant. This requirement, however, is often neglected. Currently, artificial cognitive systems and architectures are not able, de facto, to deal with complex knowledge structures that can be even slightly comparable to the knowledge heuris- tically managed by humans. In this paper I will argue that this is not only a technological problem but also an epistemological one and I will briefly sketch a proposal for a possible solution. (shrink)
This paper addresses the following problem: to what extent do ontological considerations about musical works affect our evaluation of performances of those works? I argue for the claim that at least some important grounds on which performances are evaluated are specific to them, in that these grounds are either independent from, or related but not fully determined by, the properties of the works they are of. In the first part of the paper, I explore the relations between good-making features of (...) works and of performances of them. The second and third parts develop two kinds of example in favour of the claim above. In the last part, I discuss the significance of those examples in relation to the ways in which performances are assessed, and explore some further ramifications of them. (shrink)
In the last decade Human-Computer Interaction (HCI) has started to focus attention on forms of persuasive interaction where computer technologies have the goal of changing users behavior and attitudes according to a predefined direction. In this work, we hypothesize a strong connection between logical fallacies (forms of reasoning which are logically invalid but cognitively effective) and some common persuasion strategies adopted within web technologies. With the aim of empirically evaluating our hypothesis, we carried out a pilot study on a sample (...) of 150 e-commerce websites. (shrink)
In their target article, Mikhalevich & Powell (M&P) argue that we should extend moral protection to arthropods. In this commentary, we show that there are some unforeseen obstacles to applying the sort of individualistic welfare-based ethics that M&P have in mind to certain arthropods, namely, insects. These obstacles have to do with the fact that there are often many more individuals involved in our dealings with insects than our ethical theories anticipate, and also with the fact that, in some sense, (...) some insects count as more than an individual and, in another sense, they sometimes count as less than an individual. (shrink)
The “Morbid Fear of the Subjective” (copyright by Roy Wood Sellars) represents a key-element of the American naturalist debate of the Mid-twentieth century. On the one hand, we are witnessing to the unconditional trust in the objectivity of scientific discourse, while on the other (and as a consequence) there is the attempt to exorcise the myth of the “subjective” and of its metaphysical privateness. This theoretical roadmap quickly assumed the shape of an even sociological contrast between the “democraticity” of natural (...) sciences and the fanaticism implicit in supernatural metaphysical systems. In between these two extremes stood phenomenology, in its early days on American soil. Its notion of “evidence”, which is less easily to naturalize than it might seem, was in fact hardly consistent with the widespread concept of “natural experience” of the world. (shrink)
This is the first of a series of papers in which I present a defense of moderate objectivism about the evaluation of performances of musical works in the Western classical tradition.
Formal ontologies are nowadays widely considered a standard tool for knowledge representation and reasoning in the Semantic Web. In this context, they are expected to play an important role in helping automated processes to access information. Namely: they are expected to provide a formal structure able to explicate the relationships between different concepts/terms, thus allowing intelligent agents to interpret, correctly, the semantics of the web resources improving the performances of the search technologies. Here we take into account a problem regarding (...) Knowledge Representation in general, and ontology based representations in particular; namely: the fact that knowledge modeling seems to be constrained between conflicting requirements, such as compositionality, on the one hand and the need to represent prototypical information on the other. In particular, most common sense concepts seem not to be captured by the stringent semantics expressed by such formalisms as, for example, Description Logics (which are the formalisms on which the ontology languages have been built). The aim of this work is to analyse this problem, suggesting a possible solution suitable for formal ontologies and semantic web representations. The questions guiding this research, in fact, have been: is it possible to provide a formal representational framework which, for the same concept, combines both the classical modelling view (accounting for compositional information) and defeasible, prototypical knowledge ? Is it possible to propose a modelling architecture able to provide different type of reasoning (e.g. classical deductive reasoning for the compositional component and a non monotonic reasoning for the prototypical one)? We suggest a possible answer to these questions proposing a modelling framework able to represent, within the semantic web languages, a multilevel representation of conceptual information, integrating both classical and non classical (typicality based) information. Within this framework we hypothesise, at least in principle, the coexistence of multiple reasoning processes involving the different levels of representation. (shrink)
The psychological and neurobiological processes underlying moral judgement have been the focus of many recent empirical studies1–11. Of central interest is whether emotions play a causal role in moral judgement, and, in parallel, how emotion-related areas of the brain contribute to moral judgement. Here we show that six patients with focal bilateral damage to the ventromedial prefrontal cortex (VMPC), a brain region necessary for the normal generation of emotions and, in particular, social emotions12–14, produce an abnor- mally ‘utilitarian’ pattern of (...) judgements on moral dilemmas that pit compelling considerations of aggregate welfare against highly emotionally aversive behaviours (for example, having to sacrifice one person’s life to save a number of other lives)7,8. In contrast, the VMPC patients’ judgements were normal in other classes of moral dilemmas. These findings indicate that, for a selective set of moral dilemmas, the VMPC is critical for normal judgements of right and wrong. The findings support a necessary role for emotion in the generation of those judgements. (shrink)
In this article we argue that the problem of the relationships between concepts and perception in cognitive science is blurred by the fact that the very notion of concept is rather confused. Since it is not always clear exactly what concepts are, it is not easy to say, for example, whether and in what measure concept possession involves entertaining and manipulating perceptual representations, whether concepts are entirely different from perceptual representations, and so on. As a paradigmatic example of this state (...) of affairs, we will start by taking into consideration the distinction between conceptual and nonconceptual content. The analysis of such a distinction will lead us to the conclusion that concept is a heterogeneous notion. Then we shall take into account the so called dual process theories of mind; this approach also points to concepts being a heterogeneous phenomenon: different aspects of conceptual competence are likely to be ascribed to different types of systems. We conclude that without a clear specification of what concepts are, the problem of the relationships between concepts and perception is somewhat ill-posed. (shrink)
Concept representation is still an open problem in the field of ontology engineering and, more generally, of knowledge representation. In particular, the issue of representing “non classical” concepts, i.e. concepts that cannot be defined in terms of necessary and sufficient conditions, remains unresolved. In this paper we review empirical evidence from cognitive psychology, according to which concept representation is not a unitary phenomenon. On this basis, we sketch some proposals for concept representation, taking into account suggestions from psychological research. In (...) particular, it seems that human beings employ both prototype-based and exemplar-based representations in order to represent non classical concepts. We suggest that a similar, hybrid prototype-exemplar based approach could also prove useful in the field of knowledge representation technology. Finally, we propose conceptual spaces as a suitable framework for developing some aspects of this proposal. (shrink)
This paper investigates the link between the consumer perception that a company is socially oriented and the consumer intention to buy products marketed by that company. We suggest that this link exists when at least two conditions prevail: (1) the products sold by that company comply with ethical and social requirements; (2) the company has an acknowledged commitment to protect consumer rights and interests. To test these hypotheses, we conducted a survey among the clients of retail chains offering Fair Trade (...) products. The results show that socially oriented companies can successfully leverage their reputation to market products with high symbolic values. (shrink)
No sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as da Holanda, Vieira explana todos os seus dotes de prosador invulgar, teólogo eminente, jurista incontornável, humanista convicto e, acima de tudo, patriota assumido. O presente trabalho pretende, sobretudo, relevar o poder argumentative do orador, seguindo de perto as considerações de Chaïm Perelman sobre a Retórica como "discurso que visa convencer ou persuadir". Simultaneamente, desta-cam-se os голоl ou valores universais patenteados no texto de Vieira e que constituem a base da (...) teoria da argumentação de Oswald Ducrot. \\\ In the "Sermon for the good success of the Portuguese army against Holland's", Vieira displays all his gifts as an uncommon writer, an excellent theologian, a non negligeable jurist, a convinced humanist, and, above all, a wholehearted patriot. This essay is an attempt to put in evidence the preacher's argumentative power, on the basis of Chaïm Perelman's considerations on Rethoric as "a speech that aims to convince or persuade". At the same time, we emphasize, as displayed in Vieira's text, the "topoi", or universal values, that are the basis of Oswald Ducrot's argumentation theory. (shrink)
My paper moves from Kant's taxonomy for the arguments for the existence of God. After providing a brief survey of Kant's account, I claim that contemporary arguments from design fit Kant's characterization of the physico-theological argument. Then, in the second section, I deal with the logical frame of the argument from design. In the third section I introduce Berkeley's divine language argument (DLA), in order to demonstrate that DLA is an argument from design. Consequently, in the fourth section, I give (...) a refutation of Hooker's and Kline's reading of DLA. Finally, in the last section, I take Berkeley's DLA as a paradigmatic case of the argument from design, showing a fundamental difficulty the argument endorses. (shrink)
Create an account to enable off-campus access through your institution's proxy server.
Monitor this page
Be alerted of all new items appearing on this page. Choose how you want to monitor it:
Email
RSS feed
About us
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.