This article considers Friedrich Kittler’s deterministic media theory as both an appropriation and mutation of Michel Foucault’s archaeological method. Focusing on these two thinkers’ similar but divergent conceptions of the “death of man,” it will be argued that Kittler’s approach attempts to expunge archaeology of its last traces of Kantian transcendentalism by locating the causal agents of epistemic change within the domain of empirical experience, but in doing so, actually amplifies the anthropological vestiges that Foucault hoped to eradicate. The (...) result is an alluring but dogmatically positivist theory of mediatic causality that, in spite of its best efforts, can only reify, rather than dispel, the image of “so-called man.”. (shrink)

For Hölderlin and Adorno, the power to transcend one’s being-in-nature in order to capture nature in an image, is both the most dangerous and the most beautiful aspect of the human being. Hölderlin develops a model of reconciliation of man with nature where the transcendental power, as soon as it achieves a vision of nature, violates true nature by virtue of its finitude and so must pay for this “hybris” through self-sacrifice. Adorno appropriates this model for the work of art. (...) Nature can never be captured directly, but only indirectly, by the attempt and failure to capture it directly. This is the role of the work of art. A good work of art is one which criticizes its own appearing quality. It recognizes its own hybris and “explodes” its appearance. In the afterglow of this explosion, true nature “expresses itself.” Hölderlin limits this sacrificial model to Greek humanity. Modern humanity does not follow this negative dialectical model of reconciliation with nature. It conditions nature through its movement away from its source. The Modern poem also becomes a type of movement, a pathway involving an alternation of representations or tones. Each poetic “path” creates truth in the process of its own movement. There is no longer any true nature to reconcile with, but nature is transformed by the particular path chosen and followed. In this way, each work of art creates its own destiny. Adorno misses this aspect of Hölderlin. Whereas Adorno needed the sacrificial dynamic to provide a place for philosophical reflection at a safe distance from the work of art, Hölderlin’s Modern dynamic places any philosophical reflection within the material destiny of any individual work. It is Walter Benjamin who recognizes this Modern dynamic and his disagreements with Adorno are reflected in the difference between their interpretations of Hölderlin. What I hope to show most strikingly in this dissertation is the manner in which the work of art is a material thing, a direction, a process and a destiny, and how any engagement with the work operates along its destiny. (shrink)

Friedrich Nietzsche is considered one of the most brilliant thinkers in the history of philosophy, although a number of myths have grown up about the character, also surrounded by many controversies. His works and thoughts have provided inspiration for humanists with a wide spectrum of most different interests. Nietzsche did not want to be regarded as a philosopher, but he has been living in the contemporary consciousness as a thinker nonetheless. According to the extraordinary style of Nietzsche’s works, however, (...) he also is considered a poet, one of the most distinctive stylists, even the most virtuoso writer in the history of German. What is more, the stylistic level of Nietzsche’s oeuvre leads to discourses upon its affinity with philosophical or literary studies. The aim of the present article is to review the question mentioned in the title, following the opinions of representative literary figures (such as Heinrich Mann, Thomas Mann, Gottfried Benn, Stanisław Przybyszewski) and philosophers (e.g. Martin Heidegger, Wilhelm Dilthey, Karl Jaspers) as well. (shrink)

The article begins with an inquiry on St. Thomas Aquinas' theological framework of God in the Summa Theologica, as seen through the lenses of Pseudo Dionysius and Proclus Lycaeus, in the Light of Plato's dialectical exploration of the One in the Parmenides. We proceed to the similarities and differences between St. Thomas Aquinas’ theology and Plato’s philosophy in terms of the means through which the soul ascends towards the highest vision. Ideas of thinkers such as Democritus, Aristotle, Iamblichus, (...) Thomas Taylor, Friedrich Nietzsche and Martin Heidegger supported or provided counter arguments regarding these matters. The essay raises a significant question pertaining to the relationship between Plato’s thought with that of St. Thomas Aquinas’. (shrink)

Em meados do século XVI, surgiu a ideia de autonomia do indivíduo, que deu origem ao individualismo e ao liberalismo político. A concepção de democracia que se desenvolveu com base nesses princípios assumiu um perfil bastante diferente daquele utilizado na Grécia antiga. Se antes a democracia estava diretamente ligada à ideia de igualdade, em sua nova versão passou a ser relacionar primordialmente com a ideia de liberdade. Em decorrência dos ideais desenvolvidos naquele momento histórico, o principal dilema político fundamentava-se na (...) limitação de poder do soberano (que às vezes se confundia com o próprio Estado) e na ampliação das liberdades individuais, como o direito a dispor da propriedade material e a defender-se judicialmente. Até hoje, grande parte do debate político tem como tema a defesa dos ideias liberais ou a crítica a eles. Na perspectiva do filósofo inglês Thomas Hobbes, a constituição e o funcionamento de uma sociedade pressupõem que os indivíduos cedam, por transferência, seus direitos naturais (mantendo somente o direito de conservarem sua vida) ao soberano. O autor entendia que os seres humanos, em estado de natureza (isto é, compartilhando do direito a tudo o que existe, em razão de não haver limitação legal), tendem a agir pela força e pela violência para conseguir o que desejam, o que acabaria provocando uma guerra contínua entre todos. Para Hobbes, a justificativa para o poder absoluto dos reis residia na compreensão de que os homens em estado de natureza se encontrariam em constante conflito. Na foto, palácio na Arábia Saudita, em 2012, uma das poucas monarquias absolutas da atualidade. Por isso, para disciplinarem a si mesmos e garantirem o bem-estar físico e material, seria necessário que os indivíduos firmassem um contrato social regulado por uma autoridade soberana. Hobbes manifestou preferência pela monarquia absolutista, pois acreditava que as assembleias e os Parlamentos estimulam os conflitos graças às disputas entre diferentes facções e partidos. O poder absoluto defendido por Hobbes se justificava pela transferência dos direitos dos indivíduos ao soberano. É um nome desse contrato social que o poder deve ser exercido, e não para a realização da vontade pessoal do soberano. Por conta dessa perspectiva, Hobbes não pode ser considerado defensor da democracia. Entretanto, seu pensamento é importante, pois serve de parâmetro para as reflexões sobre a organização do poder construídas posteriormente. No século XVII, John Locke, também filósofo inglês, propôs uma reflexão bem diferente das de Hobbes. Para ele, o poder soberano deve permanecer nas mãos dos cidadãos, que são os melhores juízes dos próprios interesses. Cabe ao governante retribuir a delegação de poderes ao garantir as prerrogativas individuais: segurança jurídica e propriedade privada. Assim, o contrato social teve como função garantir os direitos naturais para todos. Esse pensamento é uma das bases do liberalismo político. Entretanto, deve ser ressaltado que sua implantação não permitiu a construção da igualdade propagada por Locke, mas foi uma das estruturas de consolidação do poder da burguesia. As ideias de Locke são uma das referências para o desenvolvimento da democracia representativa. Na imagem, vemos o palácio de Westminster, em Londres, onde estão situadas as casas do Parlamento e ocorrem as principais decisões políticas do Reino Unido. Para Locke, o princípio da maioria é fundamental para o funcionamento das instituições políticas democráticas, assim como as leis, que devem valer para todos. Por isso, segundo o filósofo, a elaboração das leis precisa estar a cargo de representantes escolhidos pelo povo, que exerceriam o papel de legisladores no interesse da maioria: o regime político proposto por Locke é, portanto, uma democracia representativa. O escritor e filósofo político suíço Jean-Jacques Rousseau se preocupou com o problema da legitimidade da ordem política. Para ele, a desigualdade ocasionada pelo advento da propriedade privada é a causa de todos os sentimentos de ruins do ser humano. No contrato social, é preciso definir a questão da igualdade e do comprometimento de todos com o bem comum. Se a vontade individual é particular, a do cidadão, que vive em sociedade e tem consciência disso, deve ser coletiva e voltada para o bem comum. A participação política é, portanto, ato de deliberação pública que organiza a vontade geral, ou seja, traduz os elementos comuns a todas as vontades individuais. Esse seria, portanto, o núcleo do conceito de democracia. Em seu livro Do Contrato Social2 , Rousseau afirma que a democracia só pode existir se for diretamente exercida pelos cidadãos, sem representação política, pois a vontade geral não poderia ser representada, apenas exercida diretamente. Para Rousseau, a democracia direta é o único sistema legítimo de autoridade e de ato político.3 Em O espírito das leis, o filósofo e político Montesquieu, afirmou que igualdade na democracia é algo muito difícil de garantir plenamente. Partindo do princípio de que é necessário um controle externo para que os sistemas políticos funcionem bem, esse pensador defende a criação de regras que estabeleçam limites aos detentores do poder a fim de manter a liberdade dos indivíduos. Por isso, propôs a divisão da esfera administrativa em três poderes ou funções independentes entre si: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. De maneira resumida, cabem ao poder Legislativo as funções de fiscalizar o poder Executivo, votar leis de interesse público nas instâncias relativas (municipal, estadual e federal) e, em situações específicas, julgar autoridades como o presidente da República ou os próprios membros do Parlamento. O Executivo é o poder do Estado que, nos moldes da Constituição de um país, tem por atribuição governar a nação e administrar os interesses públicos, colocando em prática políticas públicas e leis, e garantindo o acesso aos direitos. Por fim, o poder Judiciário é exercido pelos juízes, que têm a capacidade e a prerrogativa de julgar com base nas regras constitucionais e nas leis criadas pelo poder legislativo. Para Montesquieu, a democracia não pode prescindir da divisão entre os poderes. Na imagem, foto da Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), 2013. A democracia, na perspectiva de Montesquieu, seria garantida pelo equilíbrio entre os três poderes, assegurando assim maior liberdade aos indivíduos. A liberdade, porém, só existiria com moderação, o que equivaleria a fazer tudo o que as leis permitissem (pois, se um cidadão pudesse fazer tudo o que as leis proibissem, não teria mais liberdade, por que todos poderiam fazer o mesmo). Karl Marx e Friedrich Engels acreditavam que um governo democrático seria inviável numa sociedade capitalista, pois a regulação democrática da vida não poderia se realizar com as limitações impostas pelas relações capitalistas de produção. Seria necessário, portanto, mudar as bases da sociedade para criar possibilidade de uma política democrática. Para entender a posição desses autores com relação à democracia, é necessário entender como eles percebem a função do Estado na sociedade capitalista. Para Marx e Engels, os princípios que protegem a liberdade dos indivíduos e defendem o direito à propriedade tratam as pessoas como iguais apenas formalmente. O movimento em favor do sufrágio universal e de igualdade política é reconhecido por Marx como um passo importante, mas, segundo esse autor, seu potencial emancipador está limitado pelas desigualdades de classe. Desse modo, as democracias liberais seriam cerceadas pelo capital privado, que restringiria sistematicamente as opções políticas. De acordo com esse olhar, a liberdade nas democracias capitalistas é, portanto, puramente formal, pois a desigualdade de classe prevalece. Nas palavras de Marx: “Na democracia liberal, o capital governa”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1974. (Coleção Os Pensadores). LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. São Paulo: Martin Claret, 2002. MARX, K. O capital: crítica a economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1974. (Coleção Os Pensadores). MARX, K.; ENGELS, F. O manifesto do partido comunista. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. ROUSSEAU, J. J. O contrato social e outros escritos. São Paulo: Cultrix, 1971. SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2016. (shrink)

The aim of this essay is to review Friedrich Nietzsche's "The Gay Science" in English Translation. It compares and contrasts the translations by Thomas Common, Walter Kaufmann, Josefine Nauckhoff, and R. Kevin Hill. First, I argue in favor of translating the work's title "Die Fröhliche Wissenschaft" as "The Gay Science" or perhaps more precisely as "The Gay Knowledge". Nietzsche who is likely the greatest stylist in the German language wrote with philological precision and succinctness. This exactitude and awareness (...) of the shaping influence of linguistic means on the contents expressed therefore needs to be reflected throughout in any kind of rendition of Nietzsche's artful texts and the evaluation and assessment thereof. (shrink)

This paper traces the ancestry of a familiar historiographical narrative, according to which early modern philosophy was marked by the development of empiricism, rationalism, and their synthesis by Immanuel Kant. It is often claimed that this narrative became standard in the nineteenth century, due to the influence of Thomas Reid, Kant and his disciples, or German Hegelians and British Idealists. The paper argues that the narrative became standard only at the turn of the twentieth century. This was not due (...) to the influence of Reid, German Hegelians, or British Idealists as they did not endorse the narrative, although Thomas Hill Green may have facilitated its uptake. The narrative is based on Kant’s historiographical sketches, as corrected and integrated by Karl Leonhard Reinhold. It was first fleshed out into full-fledged histories by two Kantians, Wilhelm Gottlieb Tennemann and Johann Gottlieb Buhle. Numerous historians, several of whom were not Kantians, spread it in the English-speaking world. They include Kuno Fischer, Friedrich Ueberweg, Richard Falckenberg, and Wilhelm Windelband. However, the wide availability of their works did not suffice to make the narrative standard because, until the 1890s, the Hegelian account was at least as popular as theirs. Among the factors that allowed the narrative to become standard are its aptness to be adopted by philosophers of the most diverse persuasions, its simplicity and suitability for teaching. (shrink)

PREMISSA No século XIX, ocorreram transformações impulsionadas pela emergência de novas fontes energéticas (água e petróleo), por novos ramos industriais e pela alteração profunda nos processos produtivos, com a introdução de novas máquinas e equipamentos. Depois de 300 anos de exploração por parte das nações europeias, iniciou -se, principalmente nas colônias latino-americanas, um processo intenso de lutas pela independência. É no século XIX, já com a consolidação do sistema capitalista na Europa, que se encontra a herança intelectual mais próxima da (...) qual surgirá a Sociologia como ciência particular. No início desse século, as ideias do Conde de Saint-Simon (1760-1825), de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), de David Ricardo (1772-1823) e de Charles Darwin (1809-1882), entre outros, foram o elo para que Alexis de Tocqueville (1805-1859), Auguste Comte (1798-1857), Karl Marx (1818 -1883) e Herbert Spencer (1820-1903), entre outros, desenvolvessem reflexões sobre a sociedade de seu tempo. Auguste Comte e Karl Marx foram os pensadores que lançaram as bases do pensamento sociológico e de duas grandes tradições – a positivista e a socialista – que muito influenciaram o desenvolvimento da Sociologia no Brasil. 1 AUGUSTE COMTE E A TRADIÇÃO POSITIVISTA Isidore Auguste Marie François Xavier Comte nasceu em Montpellier, na França, em 19 de janeiro de 1798. Com 16 anos de idade, ingressou na Escola Politécnica de Paris, fato que teria significativa influência na orientação posterior de seu pensamento. De 1817 a 1824, foi secretário do Conde de Saint-Simon. Comte declarou que, com Saint -Simon, aprendeu muitas coisas que jamais encontraria nos livros e que, no pouco tempo em que conviveu com o conde, fez mais progressos do que faria em muitos anos, se estivesse sozinho. Toda a obra de Comte está permeada pelos acontecimentos que ocorreram após a Revolução Francesa de 1789. Ele defendeu parte dos princípios revolucionários e criticou a restauração da monarquia, preocupando-se fundamentalmente em reorganizar a sociedade, que, no seu entender, estava em ebulição e mergulhada no caos. Para Comte, a desordem e a anarquia imperavam em virtude da confusão de princípios (metafísicos e teológicos), que não se adequavam à sociedade industrial em expansão. Era, portanto, necessário superar esse estado de coisas, usando a razão como fundamento da nova sociedade. Propôs, então, a mudança da sociedade por meio da reforma intelectual plena das pessoas. De acordo com o pensador, com a modificação do pensamento humano, por meio do método científico, que ele chamava de “filosofia positiva”, haveria uma reforma das instituições. Com a proposta do estudo da sociedade por meio da análise de seus processos e estruturas, e da reforma prática das instituições, Comte criou uma nova ciência, à qual deu o nome de “física social”, passando a chamá-la posteriormente de Sociologia. A Sociologia representava, para Comte, o coroamento da evolução do conhecimento, mediante o emprego de métodos utilizados por outras ciências, que buscavam conhecer os fenômenos constantes e repetitivos da natureza: a observação, a experimentação, a comparação e a classificação. De acordo com esse pensador, a Sociologia, como as ciências naturais, deve sempre procurar a reconciliação entre os aspectos estáticos e os dinâmicos do mundo natural ou, no caso da sociedade humana, entre a ordem e o progresso. O lema da “filosofia positiva” proposta por Comte era “conhecer para prever, prever para prover”, ou seja, o conhecimento é necessário para fazer previsões e também para solucionar possíveis problemas. A influência de Comte no desenvolvimento da Sociologia foi marcante, sobretudo, na escola francesa, evidenciando-se em Émile Durkheim e seus contemporâneos e seguidores. Seu pensamento esteve presente em muitas das tentativas de criar tipologias para explicar a sociedade. Suas principais obras são: Curso de filosofia positiva (1830-1842), Discurso sobre o espírito positivo (1848), Catecismo positivista (1852) e Sistema de política positiva (1854). Para concluirmos, Comte explanava que para a superação da anarquia reinante na nova sociedade industrial, a filosofia positivista defendia a subordinação do progresso à ordem. O mesmo era contra o retorno de Luís XVIII ao trono: em sua concepção, a sociedade industrial que emergia requeria um governo fundado na razão. 2 A TRADIÇÃO SOCIALISTA: KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS Karl Heinrich Marx nasceu em Tréveris, na antiga Prússia, hoje Alemanha, em 1818 e, em 1830, ingressou no Liceu Friedrich Wilhelm, nessa mesma cidade. Anos depois, foi cursar Direito na Universidade de Bonn, transferindo-se para Berlim em seguida. Pouco a pouco, entretanto, seus interesses migraram para a Filosofia, área na qual defendeu, em 1841, a tese de doutorado A diferença da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro. Sua vida universitária foi marcada pelo debate político e intelectual influenciado pelo pensamento de Ludwig Feuerbach (1804-1872) e, principalmente, pelo de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770- 1831). Friedrich Engels (1820-1895) nasceu em Barmen (Renânia), na antiga Prússia, hoje Alemanha, filho mais velho de um rico industrial do ramo têxtil. Terminou sua formação secundária em 1837 e a partir de então sua formação intelectual foi por conta própria (autodidata), com alguns cursos universitários esparsos e de curta duração. Desde cedo começou a trabalhar nas empresas de seu pai e foi nessa condição que se deslocou para Bremen por três anos e depois foi enviado pelos pais a Manchester, na Inglaterra, onde trabalhou nas fábricas da família. Engels ficou impressionado com a miséria na qual viviam os trabalhadores das fábricas inglesas. Os dois, Marx e Engels, se encontraram em 1842, quando Marx passou a escrever para A Gazeta Renana, jornal da província de Colônia, do qual Engels era colaborador e mais tarde editor-chefe. O jornal, que criticava o poder prussiano, foi fechado em 1843, e Marx se viu desempregado. Ao perder o emprego, mudou-se para Paris, na França. Ali escreveu, em 1844, os Manuscritos econômico-filosóficos (só publicados em 1932) e, junto com F. Engels, o livro A sagrada família. Por sua vez, F. Engels, em 1844, decidiu voltar para a Alemanha, onde publicou, em 1845, A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Entre 1845 e 1847, Marx exilou-se em Bruxelas, na Bélgica, onde escreveu A ideologia alemã (em parceria com Friedrich Engels) e Miséria da filosofia (1847), obra na qual criticou o filósofo Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). Em 1848, ainda na Bélgica, a parceria com Engels se solidificou ao escreverem juntos o livreto O Manifesto Comunista. Em 1848, Marx foi expulso da Bélgica e retornou a Colônia, na Alemanha (Prússia), sempre pensando na possibilidade de uma mudança estrutural em sua terra natal. Isso, entretanto, não aconteceu e Marx foi expulso da Alemanha em 1849, ano em que migrou para Londres, na Inglaterra, onde permaneceu até o fim da vida. Lá escreveu O 18 Brumário de Luís Bonaparte (1852), sua mais importante obra de reflexão sobre a vida política europeia do século XIX, desenvolveu pesquisas e concluiu seu maior trabalho: O capital: crítica da economia política. O primeiro volume dessa obra foi publicado em 1867; os outros três, em 1885, 1894 e 1905, após a morte de Marx, revisados por F. Engels. 2.1 O contexto histórico e a obra de Marx e Engels Para situar a obra de Marx e Engels, é necessário conhecer um pouco do que acontecia em meados do século XIX. Com as transformações que ocorriam no mundo ocidental, principalmente na esfera da produção industrial, houve um crescimento expressivo no número de trabalhadores industriais urbanos, com uma consequência evidente: precariedade da vida dos operários nas cidades. As condições de trabalho no interior das fábricas eram péssimas. Os empregados eram superexplorados, alimentavam-se mal e trabalhavam em ambientes insalubres. Para enfrentar essa situação e tentar modificá-la, os trabalhadores passaram a se organizar em associações e sindicatos e a promover movimentos de reivindicação. Desenvolveu-se, então, uma discussão das condições sociais, políticas e econômicas para se definirem as possibilidades de intervenção nessa realidade. Desde o início do século XIX, muitos pensadores discutiram essas questões, nas perspectivas socialista e anarquista. Na Inglaterra podem ser citados, entre outros: William Godwin (1756-1836), Thomas Spence (1750-1814), Thomas Paine (1737-1809), Robert Owen (1771-1858) e Thomas Hodgkin (1787-1866). Na França, destacaram-se Étienne Cabet (1788- 1856), Flora Tristan (1803-1844), Charles Fourier (1772-1837) e Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). Marx e Engels levaram em conta esses pensadores, debatendo com alguns contemporâneos e criticando-os. Além disso, incorporaram a tradição da economia clássica inglesa, presente principalmente nas obras de Adam Smith e de David Ricardo. Pode-se dizer, portanto, que Marx e Engels desenvolveram seu trabalho com base na análise crítica da economia política inglesa, do socialismo utópico francês e da filosofia alemã. Esses dois autores não buscavam definir uma ciência específica para estudar a sociedade (como a Sociologia, para Auguste Comte) ou situar seu trabalho em um campo científico particular. Em alguns escritos, Marx afirmou que a História seria a ciência que mais se aproximava de suas preocupações, por abarcar as múltiplas dimensões da sociedade, a qual deveria ser analisada na totalidade, não havendo uma separação rígida entre os aspectos sociais, econômicos, políticos, ideológicos, religiosos, culturais etc. O objetivo de Marx e Engels era estudar criticamente a sociedade capitalista com base em seus princípios constitutivos e em seu desenvolvimento, visando dotar a classe trabalhadora de uma análise política da sociedade de seu tempo. Assim, a tradição socialista nascida da luta dos trabalhadores, muitos anos antes e em situações diferentes, tem como expressão intelectual o pensamento de Karl Marx e Friedrich Engels. Para entender as concepções fundamentais de Marx e Engels é necessário fazer a conexão entre as lutas da classe trabalhadora, suas aspirações e as ideias revolucionárias que estavam presentes no século XIX na Europa. Para eles, o conhecimento científico da realidade só tem sentido quando visa à transformação dessa mesma realidade. A separação entre teoria e prática não é discutida, pois a “verdade histórica” não é algo abstrato e que se define teoricamente; sua verificação está na prática. Apesar de haver algumas diferenças em seus escritos, os elementos essenciais do pensamento de Marx e Engels podem ser assim sintetizados: • historicidade das ações humanas – crítica ao idealismo alemão; • divisão social do trabalho e o surgimento das classes sociais – a luta de classes; • o fetichismo da mercadoria e o processo de alienação; • crítica à economia política e ao capitalismo; • transformação social e revolução; • utopia – sociedade comunista. A obra desses dois autores é muito vasta e não ficou vinculada estritamente aos movimentos sociais dos trabalhadores. Pouco a pouco foi introduzida nas universidades como parte do estudo em diferentes áreas do conhecimento. Estudiosos de Filosofia, Sociologia, Ciência Política, Economia, História e Geografia, entre outras áreas, foram influenciados por ela. Na Sociologia, como afirma Irving M. Zeitlin, no livro Ideología y teoría sociológica, tanto Max Weber quanto Émile Durkheim fizeram, em suas obras, um debate com as ideias de Karl Marx. Pelas análises da sociedade capitalista de seu tempo e a repercussão que tiveram em todo o mundo, principalmente no século XX, nos movimentos sociais e nas universidades, Marx e Engels são considerados autores clássicos da Sociologia. No campo dessa disciplina, porém, o pensamento deles ficou um pouco restrito, pois perdeu aquela relação entre teoria e prática (práxis), ou seja, entre a análise crítica e a prática revolucionária. Essa relação esteve presente, por exemplo, na vida e na obra dos russos Vladimir Ilitch Ulianov, conhecido como Lênin (1870-1924), e Leon D. Bronstein, conhecido como Trotsky (1879-1940), da alemã Rosa Luxemburgo (1871-1919) e do italiano Antonio Gramsci (1891- 1937), que tiveram significativa influência no movimento operário do século XX. Com base no trabalho de Marx e Engels, muitos autores desenvolveram estudos acadêmicos em vários campos do conhecimento. Podemos citar, por exemplo, Georg Lukács (1885-1971), Theodor Adorno (1903-1969), Walter Benjamin (1892-1940), Henri Lefebvre (1901-1991), Lucien Goldmanm (1913 -1970), Louis Althusser (1918 -1990), Nikos Poulantzas (1936-1979), Edward P. Thompson (1924-1993) e Eric Hobsbawm (1917 -2012). O pensamento de Marx e Engels continua, assim, presente em todo o mundo, com múltiplas tendências e variações, sempre gerando controvérsias. REFERENCIAL TEÓRICO GEMKOW, H.; PSUA, I. M. L. Marx e Engels: Vida e Obra. São Paulo: Alfa e Ômega, 1984. 232 pp. GIANOTTI, J. A. Comte. São Paulo: Abril Cultural, 1978. 318 pp. (Col. Os Pensadores) KONDER, L. Marx: vida e obra. 7ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007. 154 pp. (Col. Vida e Obra). (shrink)

This chapter critically examines the dominant tradition in formal education as an indirect driver of biocultural homogenization while revealing that there is an alternative tradition that fosters biocultural conservation. The dominant tradition, originating in the Seventeenth Century scientific revolution effected by René Descartes, Thomas Hobbes, Isaac Newton, John Locke and allied thinkers, privileges science, seen as facilitating the technological domination of the world in the service of economic growth, as the only genuine knowledge. This is at the foundation of (...) a globalized, homogenizing culture that reduces everything and everyone to instruments of the globalized economy. The alternative, now recognized as the Radical Enlightenment, has its roots in the Renaissance. Represented by thinkers such as Giordano Bruno, Giambattista Vico, Gottfried Herder and Friedrich Wilhelm Schelling, it challenges such dogmatic scientism and upholds the value of diverse cultures, past and present. It offers an alternative tradition and model of education fostering imagination, understanding and appreciation of diversity in the quest for wisdom. It is a model of education which engenders respect for and appreciation of the value of different cultures, including indigenous wisdom with very different attitudes to nature, thereby developing the capacity to reflect on, question, criticize and overcome the homogenizing imperialism of mainstream modernist culture. (shrink)

Collected and edited by Noah Levin -/- Table of Contents: -/- UNIT ONE: INTRODUCTION TO CONTEMPORARY ETHICS: TECHNOLOGY, AFFIRMATIVE ACTION, AND IMMIGRATION 1 The “Trolley Problem” and Self-Driving Cars: Your Car’s Moral Settings (Noah Levin) 2 What is Ethics and What Makes Something a Problem for Morality? (David Svolba) 3 Letter from the Birmingham City Jail (Martin Luther King, Jr) 4 A Defense of Affirmative Action (Noah Levin) 5 The Moral Issues of Immigration (B.M. Wooldridge) 6 The Ethics of our (...) Digital Selves (Noah Levin) -/- UNIT TWO: TORTURE, DEATH, AND THE “GREATER GOOD” 7 The Ethics of Torture (Martine Berenpas) 8 What Moral Obligations do we have (or not have) to Impoverished Peoples? (B.M. Wooldridge) 9 Euthanasia, or Mercy Killing (Nathan Nobis) 10 An Argument Against Capital Punishment (Noah Levin) 11 Common Arguments about Abortion (Nathan Nobis & Kristina Grob) 12 Better (Philosophical) Arguments about Abortion (Nathan Nobis & Kristina Grob) -/- UNIT THREE: PERSONS, AUTONOMY, THE ENVIRONMENT, AND RIGHTS 13 Animal Rights (Eduardo Salazar) 14 John Rawls and the “Veil of Ignorance” (Ben Davies) 15 Environmental Ethics: Climate Change (Jonathan Spelman) 16 Rape, Date Rape, and the “Affirmative Consent” Law in California (Noah Levin) 17 The Ethics of Pornography: Deliberating on a Modern Harm (Eduardo Salazar) 18 The Social Contract (Thomas Hobbes) -/- UNIT FOUR: HAPPINESS 19 Is Pleasure all that Matters? Thoughts on the “Experience Machine” (Prabhpal Singh) 20 Utilitarianism (J.S. Mill) 21 Utilitarianism: Pros and Cons (B.M. Wooldridge) 22 Existentialism, Genetic Engineering, and the Meaning of Life: The Fifths (Noah Levin) 23 The Solitude of the Self (Elizabeth Cady Stanton) 24 Game Theory, the Nash Equilibrium, and the Prisoner’s Dilemma (Douglas E. Hill) -/- UNIT FIVE: RELIGION, LAW, AND ABSOLUTE MORALITY 25 The Myth of Gyges and The Crito (Plato) 26 God, Morality, and Religion (Kristin Seemuth Whaley) 27 The Categorical Imperative (Immanuel Kant) 28 The Virtues (Aristotle) 29 Beyond Good and Evil (Friedrich Nietzsche) 30 Other Moral Theories: Subjectivism, Relativism, Emotivism, Intuitionism, etc. (Jan F. Jacko). (shrink)

This book describes the philosophical principles underlying the doctrine (the political project) often called “classical liberalism”. By this expression we mean, in this book, the project for society proposed, during the second half of the eighteenth century, by David Hume and Adam Smith in Great Britain, Turgot and Condorcet in France, Thomas Jefferson in the United States and Kant and Humboldt in Germany. The differences between the principles of “classical liberalism” and those of the extreme doctrines of Milton Friedman (...) and Friedrich Hayek (often confused with 'classical liberalism') are clearly explained. -/- This book has been translated into Spanish, Portuguese, Italian, Vietnamese, Rumanian and Turkish. -/- Several scholars have done me the honor of posting a .pdf version of this work (which is no longer available in paper form). Here are three excellent versions that are easily found : -/- "Les fondements philosophiques du libéralisme jugurtha noblogs" (224 pages), "Les fondements philosophiques du libéralisme" (224 pages), in ZLibrary. -/- "Les fondements philosophiques du libéralisme abdelmagidzarrouki" (224 pages), -/- . (shrink)

"Wir mögen an der Natur beobachten, messen, rechnen, wägen und so weiter, wie wir wollen, es ist doch nur unser Maß und Gewicht, wie der Mensch das Maß der Dinge ist." So schrieb Goethe im Jahre 1807. "Die Natur wird uns keine Sonderbehandlung gewähren, nur weil wir uns als 'Krone der Schöpfung' betrachten... Ich fürchte, sie ist nicht eitel genug, um sich an den Menschen als einen Spiegel zu klammern, in dem allein sie ihre eigene Schönheit sehen kann", schreibt der (...) Physiker Hans-Peter Dürr heute. Diesen beiden Stellungnahmen liegen sehr unterschiedliche Vorstellungen vom Verhältnis Mensch - Natur zugrunde. Wie überhaupt die Naturphilosophie von den Vorsokratikern bis in die Gegenwart die unterschiedlichsten Varianten dieser Beziehung durchgespielt hat. Dass der Mensch sich jedoch in einem weit über die alttestamentarische Vorstellungskraft hinausgehenden Maße die Natur "untertan" gemacht und dabei großräumig zerstört hat, steht außer Zweifel. Im Rahmen der ökologischen Krise muss das Verhältnis zur Natur neu überdacht werden. Das vorliegende Lesebuch, das sich auch als Studientext und Diskussionsgrundlage für Schulen und Hochschulen bestens eignet, bietet den Blick in die Geschichte der Naturphilosophie, der dafür unerlässlich ist: Die Schwierigkeiten, die heute im Umgang mit der Natur auftreten, sind vielfach auf immer noch wirksame traditionelle Naturvorstellungen zurückzuführen. Andererseits gibt es einige eigenständige, bisher noch zu wenig berücksichtigte Ansätze, die zu neuen Konzeptionen anregen können. ------------------------------------------------------------- Inhalt: Vorwort; Einführung: Traditionslinien der Naturphilosophie; Heraklit und die Atomisten Leukipp und Demokrit; Platon und Aristoteles; Christliches Naturverstehen im Mittelalter: Aurelius Augustinus, Thomas von Aquin, Jacob Böhme; Naturvorstellungen in der beginnenden Neuzeit: Galileo Galilei, Rene Descartes, Isaac Newton; Kants Naturbegriff; Goethes Naturforschung; Nachkantische Naturphilosophie: Friedrich Wilhelm Joseph Schelling, Georg Wilhelm Friedrich Hegel; Geschichte der Natur und Kritik des Naturalismus: Karl Marx, Charles Darwin, John Stuart Mill; Kritik des Substanzbegriffes, Alfred North Whitehead, Werner Heisenberg, Ilya Prigogine und Isabelle Stengers; Bibliographie. (shrink)

Estamos cansados das utopias. Estamos cansados das utopias literárias e dos devaneios sobre a Cidade ideal: as utopias em ação que foram os totalitarismos do século XX nos nausearam. Os horrores reais de uns nos impedem de sonhar com os outros. Nossas antigas utopias De Platão a Thomas More, de Étienne Cabet a Fourier, as utopias falavam da rejeição do presente e do real: “Existe o mal na comunidade dos homens”. Mas não lhe contrapunham o futuro nem o possível; (...) elas descreviam um impossível desejável: “Seria bom viver lá!”. Não eram programas políticos planejando meios de atingir um objetivo racional. Contentavam-se em querer o melhor. E mais valia o Bem nunca obtido a um Mal menor amanhã. As utopias eram revolucionárias, mas em palavras: “Os homens vivem assim, sempre viveram assim, deveriam viver de outra forma”. Todas as utopias comunistas do século XIX foram assim. Quando se tratava de arregaçar as mangas, havia um esforço para criar à distância, e durante um certo período, uma pequena comunidade real mais ou menos em conformidade com o sonho. Os utopistas eram revolucionários quando não eram realistas, e quando eram realistas não eram revolucionários. Nunca visaram a eliminar o Mal para sempre e derrubar as comunidades políticas existentes para instaurar o Bem. Por exemplo, Étienne Cabet, com seu comunismo cristão, imaginou a cidade ideal de Icária e tentou fundar uma colônia icariana em New Orleans, em 1847. Charles Fourier, com seu falanstério, estava em busca de uma harmonia universal que se formaria livremente por afeição de seus membros. O mais realista de todos, Saint-Simon, descreveu uma sociedade fraterna, cujos membros mais competentes (industriais, cientistas, artistas, intelectuais, engenheiros) tinham a tarefa de administrar a França da forma mais econômica possível, a fim de torná-la um país próspero, onde reinariam o interesse geral e o bem comum, a liberdade, a igualdade e a paz; a sociedade seria uma grande fábrica. Mas o sonho de uma associação entre industriais e operários baseada na fraternidade, na estima e na confiança desfez-se na realidade das grandes empresas capitalistas dos saint-simonianos, no Canal de Suez e nos caminhos de ferro franceses. No fundo, aconteceu o mesmo com os teóricos do "comunismo científico" no século XIX, Karl Marx e Friedrich Engels. Eles, é claro, eram autenticamente revolucionários e profundamente realistas, pois fundamentaram seu projeto político em uma análise do funcionamento econômico e histórico do capitalismo, mas a ideia comunista e a abolição da propriedade privada permaneceram em estado de esboço nas obras dos autores do Manifesto, um ideal abstrato e, por assim dizer, vazio, ou, em todo caso, tão utópico quanto nos teóricos franceses. Nos Manuscritos de 1844, a ideia comunista é pura especulação conceitual em torno da "apropriação real da essência humana pelo homem e para o homem" ou "a verdadeira solução da luta entre existência e essência, entre objetivação e afirmação de si mesmo, entre liberdade e necessidade". Em A ideologia alemã, é uma expressão puramente verbal para designar "o movimento real que abole a ordem estabelecida". Em Engels, é "o ensinamento das condições da libertação do proletariado" (Princípios do comunismo). E uma ideia até mais vaga e abstrata nos marxistas do que nos utopistas, pois é dissociada de qualquer tentativa de fundamentação conceitual e qualquer análise concreta dos meios de sua realização. E ainda como um sonho de Cidade ideal, em que "cada um recebe conforme suas necessidades", como circulava entre os utopistas franceses do comunismo no século XIX. Ao contrário de suas predecessoras, as utopias em ação dos totalitarismos do século XX situam-se no cruzamento de um ideal revolucionário ("partir ao meio a História do mundo", segundo Nietzsche em Ecce homo, depois retomado pelos maoístas) e um programa realista de transformação política radical. Enquanto as utopias de Platão a Engels evitavam os meios de se atingir o ideal para preservar sua perfeição, as utopias em ação fazem o inverso: retardam indefinidamente a realização do ideal para empregar da melhor forma os meios capazes de realizá-lo. Não é mais uma questão de sonhar com o Bem, mas de lutar indefinidamente contra o Mal. E, desde a República de Platão,5 o Mal na comunidade política tem duas faces: ou é Impuro ou Desigual. Portanto, a Cidade deve ser: ou uma comunidade de iguais, cuja unidade perfeita é garantida pelo fato de que tudo é comum entre eles; ou uma comunidade pura, cuja unidade perfeita é garantida pelo fato de que todos têm a mesma origem. Define-se ou pelo comum das posses (nada deve pertencer a ninguém, mas a todos) ou pela identidade dos seres (ninguém deve ser estrangeiro): o comum que temos (ou deveríamos ter) ou aquilo que somos (ou deveríamos ser). Naturalmente, nessa união de idealismo revolucionário e realismo programático, o Bem absoluto, o Puro, o Comum, é uma idealidade fora de alcance: o combate mortal contra o Mal torna-se a obsessão dos regimes de terror. O Puro deve começar excluindo. Mas nunca chega a excluir por completo, porque o já purificado nunca é suficientemente puro. A ponto de a ideia se transformar em um delírio infinito de rechaçar e depois expulsar, a fim de exterminar. Os judeus e os ciganos, que encarnavam o micróbio maléfico que ameaça a pureza da raça e do sangue ariano, tinham de ser caçados até nos mais ínfimos recantos do território sob domínio nazista e eliminados como pulgas. O Comum e o comunismo também estão fora de alcance. Começa-se expropriando. Mas ainda há a propriedade e o privado. E, portanto, nunca se chega a expropriar, despossuir, comunizar por completo. As lutas contra as classes (supostamente) proprietárias ou avessas à coletivização, os pequenos proprietários de terra, geram deportações em massa (deskulakização) ou organização sistemática de grandes fomes (Holodomor). Por isso, apesar da formidável esperança de emancipação que o ideal comunista representou durante quase um século para as classes ou povos explorados do mundo inteiro, ele se despedaçou no século XX contra o muro do "socialismo real". Nos antípodas do comunismo imaginado, ao qual se supunha que conduziria infalivelmente, o ideal comunista se transformou em uma máquina tirânica, burocrática e totalitária. A sociedade sem Estado sugerida por Engels na obra Anti- Dühring6 tornou-se seu contrário, uma ditadura do Estado contra a sociedade. O terrível fracasso dessa utopia em ação destruiu os sonhos de libertação coletiva — enquanto "a exploração do homem pelo homem" continua indo muito bem. Infelizmente, não se pode dizer o mesmo das utopias revolucionárias em nome do Puro. Enquanto o ideal comunista quase desapareceu dos programas políticos, a ideologia purista do sangue e da raça, a ilusão da origem comum (seja biológica ou religiosa) e, portanto, o ódio destruidor do estrangeiro continuam a alimentar as utopias coletivas e seus massacres em série: genocídio ruandês contra os tutsis, depuração étnica dos muçulmanos na ex-lugoslávia (em particular na Bósnia), limpeza étnica de cristãos, turcomanos xiitas e no autoproclamado "Estado islâmico" etc. O fim das utopias? Felizmente, parece que somos poupados de tudo isso em nossas "democracias ocidentais", após setenta anos de paz sob as asas da Europa, algumas décadas de relativa prosperidade econômica e tranquilidade política sob a frágil proteção de nossos sistemas representativos. Não acreditamos mais na salvação comum. Nem na salvação nem no comum. Há três razões para isso, todas as três interligadas: o fim do político, a desconfiança em relação ao Bem, o reino dos direitos individuais. As utopias políticas conduziram ao desastre. Não conseguem mais nos fazer sonhar com o futuro como faziam no passado, porque estamos absorvidos por nosso hoje e por nós mesmos. A política parece ter derrotado o político. A política são estratégias coletivas ou táticas individuais, é o império dos "eles" ou o reino dos "eus". O político é a afirmação da existência de um "nós" ("nós, o povo"), além das comunidades de famílias ou amigos, das comunidades regionais ou religiosas, além das identidades de gênero ou origem, e aquém da comunidade humana em geral. As peripécias usuais dos governos representativos sufocaram o sentimento de pertencimento coletivo e a aspiração a um destino comum, que ressurgem apenas quando uma emoção violenta abala o corpo social, quando existe uma ameaça extremista ou ocorre um atentado terrorista. Em situações normais, porém, os acasos da conquista ou do exercício do poder escondem o político, isto é, as condições de unidade da comunidade. Não acreditamos mais no Bem. Não sonhamos mais com uma Cidade bondosa, finalmente livre do Mal. Aspiramos simplesmente a uma sociedade — ou um mundo — menos má. Prova dessas aspirações são as manifestações que mobilizam a juventude dos países ocidentais ou sublevam os povos do planeta de vez em quando. Movimentos altermundialistas contra o capitalismo financeiro, Fórum Social Mundial (Porto Alegre), Occupy Wall Street, Indignados, Nuit Debout etc. Movimentos a favor da democracia nos países da Europa do Sul nos anos 1970, na América Latina e, em outros continentes, lutas de emancipação na praça da Paz Celestial (Pequim), na praça Tahrir (no Cairo), na praça Taksim (Istambul), de Sidi Bouzid (Tunísia), revolução dos guarda-chuvas (Hong Kong) etc. Apesar da diversidade de contextos e objetivos, em todas essas revoltas há uma constante que as distingue das utopias revolucionárias passadas: as pessoas se revoltam contra alguma coisa, elas não se mobilizam por alguma coisa. Sabemos o que elas rejeitam (injustiça, miséria, corrupção, humilhação, arbitrariedade, segregação e repressão), mas desconhecemos a que aspiram. Ou melhor, é como se tudo que desejassem fosse justamente um "menos" — menos injustiça, menos miséria, menos arbitrariedade, menos corrupção, menos segregação, menos repressão etc. —, ou o menos possível, mas nunca o impossível de um horizonte coletivo. Os que almejam em todo o mundo derrubar um poder tirânico ainda sonham com essa nossa "democracia" que não nos encanta mais, porque acreditamos que as liberdades fundamentais em que ela consiste são para sempre e ela se resume a votarmos esporadicamente em políticas que não nos satisfarão. Pois quando não há mais nada contra o que se revoltar, restam apenas motivos para reivindicar. Contudo, ninguém mais sonha com uma Cidade perfeita: nem os que protestam contra sua miséria e servidão nem os que lutam por condições de vida decentes e pela satisfação de seus interesses. Não há mais utopia política. Foi assim que se instalou entre nós o reino dos direitos individuais. Pois não desejamos mais um Estado ideal que nos una e nos faça um nós, um nós inédito, um nós que seja um nós mesmos: esperamos somente que esse Estado nos deixe em paz, cada um por si, e nos permita realizar as aspirações individuais a que acreditamos ter direito. O sonho de emancipação coletiva se estilhaçou em uma multiplicidade dispersa de desejos. Podemos indicar a data recente em que esse "nós" considerado poderoso demais começou a se encolher em "eus" triunfantes. Quando esses "eus" ainda usavam a máscara do antigo "nós" para se legitimar. No último terço do século XX, as reivindicações individualistas ainda tinham uma coloração revolucionária; as pessoas não sonhavam mais com a libertação de uma classe ou de um povo, mas ainda sonhavam com uma libertação política: a dos desejos individuais. O ideal proletário adquiriu um matiz libertário: foram os movimentos de "Maio de 68". O conceito de revolução recuava na história social e progredia nos costumes. Nesses movimentos dos países capitalistas ocidentais, as pessoas acreditavam, apoiavam, afirmavam em textos e discursos que tudo na vida de cada um era político por natureza, para além da própria política. O amor era político: elas acreditavam que as relações entre homens e mulheres, os sentimentos, a sexualidade eram determinados pela existência social — logo eram políticos. A arte também era política: a arte falsa era a arte reacionária, a música tonal, a pintura figurativa, o romance ou o cinema narrativos etc. A "verdadeira arte" era a das vanguardas, revolucionária na forma e messiânica no conteúdo. A moral, por sua vez, era política de um extremo a outro. Ou então era oca, ridícula. (Isso foi antes de tudo virar ética.) Este era o programa: libertação coletiva das aspirações individuais, "viver sem tempo morto e gozar sem obstáculos". Desde o início do século XXI, não existe mais utopia política. Nem sonhos de libertação social; ela se despedaçou contra o muro da realidade totalitária: de suas esperanças restam apenas algumas conquistas, cada vez mais frágeis, do Estado providência. Nem sonhos de realização libertária; eles se chocaram contra o fim das ilusões e o retorno do conservadorismo. Dos primeiros e dos segundos sobrou apenas o império dos direitos. A era do indivíduo não precisa mais se abrigar sob a ideologia da libertação: o vocabulário liberal dos direitos subjetivos é suficiente. De fato, os direitos individuais, na esteira e conforme o modelo muitas vezes infiel dos "direitos humanos", tornaram-se nosso único ideal, depois que perdemos a fé no Ideal. Pois a ideia de "direitos humanos" é a dupla negação de toda utopia política: porque se trata de "direitos" e porque se trata de "humanos". Cópia de: FRANCIS WOLFF. Três Utopias Contemporâneas. São Paulo: Unesp, 2018. (shrink)

Martin Heidegger as Interrogator: The Final Paradigm By Daniel Fidel Ferrer. Copyright©2024 Daniel Fidel Ferrer. All rights reserved. Attribution-NonCommercial-NoDerivs CC BY-NC-ND. Imprint 1.0. 2024. All Rights are reserved. Intended copies of this work can be used for research and teaching. No change in the content and must include my full name, Daniel Fidel Ferrer. Enjoying reading and disagreeing. Publisher: Kuhn von Verden Verlag. Language: English and German. Includes bibliographical references and an index. Pages 1-316. Index total pages is 524. Ontology. (...) 2. Metaphysics. 3. Philosophy, German. 4. Thought and thinking. 5. Kant, Immanuel, 1724-1804. 6. Schelling, Friedrich Wilhelm Joseph von, 1775-1854. 7. Hegel, Georg Wilhelm Friedrich, 1770-1831. 10. Philosophy, Modern -- 20th century. 11. Philosophy, Modern -- 19th century. 12. Practice (Philosophy). 13. Philosophy and civilization. 14. Postmodernism. 15. Nietzsche, Friedrich Wilhelm, 1844-1900. 16. Heidegger, Martin, 1889-1976. 17. Ferrer, Daniel Fidel. Table of Contents Mottos Division I. Discussion of the title pages 2-6 Prologue pages 7-14 Heidegger, what do we know about him? page 15-22 Early Heidegger pages 23-41 What are the periods in Heidegger’s thought? pages 42-51 Preface and Setting the Stage pages 52-65 Introduction pages 66-82 Heidegger on Questioning pages 83-94 The Crisis or Krisis in philosophy? pages 95-106 Does Heidegger have a philosophy? pages 107-127 Heidegger about the Nature of Teaching pages 128-132 Heidegger against philosophy as a worldview or the standpoint of standpointlessness pages 133-137 Heidegger’s world-famous book Being and Time (Sein und Zeit, SuZ, 1927) pages 138-153 Heidegger’s second attempt Beiträge zur Philosophie (Vom Ereignis) (1936-1938) pages 154-162 Heidegger on the image of the Bridge pages 163-170 Conclusion pages 171-188 -/- Division II. Engagement with Heidegger on history of philosophy (metaphysics). Reinigung as cleaning, purifying pages 189-191 What is Heidegger’s Metahistory of philosophy? pages 192-243 Appendix A. Reconstruction of a partial letter from Martin Heidegger to Dieter Sinn. Dated. 24 August 1964. pages 244-248 Appendix B. Martin Heidegger's Dialogue and Critical Debate with Hegel. pages 249-253 Appendix C. Heidegger on Pain (Schmerz) pages 254-257 Appendix D. Update: 2023 Oct 24. Daniel Fidel Ferrer replies to Professor Thomas Sheehan (Sein question) pages 258-269 Appendix E. Five Habilitations done with Martin Heidegger. Habilitationsschrift pages 270-272 Heidegger Bibliography Individual Lectures Vortrag or Vorträge. Detailed pages 273-294 Heidegger‘s Gesamtausgabe (HGA or GA). Note GA 72 has yet to be published (2024). pages 295-299 Letters. Briefe. Briefwechsel. Not complete pages 300-303 Heidegger Studies / Heidegger Studien / Etudes Heideggeriennes (list of Heidegger texts) pages 304-305 Jahresgaben der Martin-Heidegger-Gesellschaft (from the internet) (list of Heidegger texts) pages 306-308 Additional References (bibliographies) pages 309-310 Heidegger Index Projects by Daniel Fidel Ferrer page 311 -/- Martin Heidegger Audio Recordings pages 312-313 -/- Additional acknowledgements pages 314-315 -/- Letter from Hermann Heidegger to Daniel Ferrer den 5.2.2002. In German. Hermann Heidegger’s response to the Barbara Fiand collection being in the USA. -/- One of the thesis: there is no Heidegger philosophy. Read more… -/- “What always counts in the lecture-courses is the manner of proceeding - the sequence of steps - not a claim to final truths. The lecture-courses never wrap up in a completeness and in seemingly "finishing off" the works interpreted, but rather in the inner fullness of the hidden dynamics of questioning.” GA 66. Besinnung (1938/39). GA 66: 421. (shrink)

Bu kitap, Carl Schmitt'in demokrasi ve diktatörlük üzerine düşüncelerini politik felsefenin sorgu sahasında ele almayı amaçlayarak Schmitt'i kendi döneminin polemikleri arasında konumlandırmaktadır. Bu amaçla Weimar dönemi hukukçuları üzerinde önemli etkisi olan Carl Friedrich Wilhelm von Gerber ve Paul Laband'ın anayasa düşünceleri ekseninde Alman İmparatorluğu'nun hukuk mirası incelenmiştir. Weimar Cumhuriyeti'nin krizlerle şekillenen politik atmosferi, politik felsefe açısından verimli tartışmaların ortaya çıkmasını sağlamıştır. Bu tartışmaların izi; dönemin hukukçularından Gerhard Anschütz, Richard Thoma, Georg Jellinek, Hans Kelsen ve Hermann Heller'ın demokrasi ve diktatörlük (...) tartışmasına kaynaklık eden düşünceleri üzerinden sürülmüştür. Schmitt, çoğunluğu 1920'li yıllara denk gelen anayasa hukuku çalışmaları ile Weimar dönemi hukuk tartışmaları arasında belirleyici bir yerde durmaktadır. Schmitt ile anayasanın koruyuculuğu ve parlamentarizm hakkında polemiğe giren düşünürler, kitabın ayrı bir bölümünün konusunu oluşturmaktadır. Politik felsefenin güncel bir uğrağı olmayı sürdüren Schmitt'in demokrasi ve diktatörlük üzerine düşünceleri, çağdaş dünyanın karşı karşıya kaldığı demokrasi sorunlarının derinleştirilmesinde verimli bir kaynaktır. Bu kitabın amaçları arasında, kendi tarihsel bağlamı içerisinde Schmitt'in devlet düşüncesinin spesifik bir incelemesini yapmanın yanında, kendisini diktatörlüğün karşısında konumlandıran liberal demokrasi anlayışını tartışmaya açmak da bulunmaktadır. (shrink)

Why do thinkers hostile or agnostic toward Christianity find in its apocalyptic doctrines—often seen as bizarre—appealing tools for interpreting politics? This article tackles that puzzle. First, i...

Reproductive genetic technologies allow parents to decide whether their future children will have or lack certain genetic predispositions. A popular model that has been proposed for regulating access to RGTs is the ‘genetic supermarket’. In the genetic supermarket, parents are free to make decisions about which genes to select for their children with little state interference. One possible consequence of the genetic supermarket is that collective action problems will arise: if rational individuals use the genetic supermarket in isolation from one (...) another, this may have a negative effect on society as a whole, including future generations. In this article we argue that RGTs targeting height, innate immunity, and certain cognitive traits could lead to collective action problems. We then discuss whether this risk could in principle justify state intervention in the genetic supermarket. We argue that there is a plausible prima facie case for the view that such state intervention would be justified and respond to a number of arguments that might be adduced against that view. (shrink)

Opponents of biomedical enhancement frequently adopt what Allen Buchanan has called the “Personal Goods Assumption.” On this assumption, the benefits of biomedical enhancement will accrue primarily to those individuals who undergo enhancements, not to wider society. Buchanan has argued that biomedical enhancements might in fact have substantial social benefits by increasing productivity. We outline another way in which enhancements might benefit wider society: by augmenting civic virtue and thus improving the functioning of our political communities. We thus directly confront critics (...) of biomedical enhancement who argue that it will lead to a loss of social cohesion and a breakdown in political life. (shrink)

I discuss here the definition of computer simulations, and more specifically the views of Humphreys, who considers that an object is simulated when a computer provides a solution to a computational model, which in turn represents the object of interest. I argue that Humphreys's concepts are not able to analyse fully successfully a case of contemporary simulation in physics, which is more complex than the examples considered so far in the philosophical literature. I therefore modify Humphreys's definition of simulation. I (...) allow for several successive layers of computational models, and I discuss the relations that exist between these models, the computer, and the object under study. An aim of my proposal is to clarify the distinction between computational models and numerical methods, and to better understand the representational and the computational functions of models in simulations. (shrink)

In this article I reply to Jon Robson's objections to my argument that God does not contain any possible worlds. I had argued that ugly possible worlds clearly compromise God's beauty. Robson argues that I failed to show that possible worlds can be subject to aesthetic evaluation, and that even if they were it could be the case that ugliness might contribute to God's overall beauty. In reply I try to show that possible worlds are aesthetically evaluable by arguing that (...) possible worlds are maximally rich representations of possible events. I further argue that nothing in God's being can be aesthetically non-evaluable since God must be maximal beauty – a beauteous maximality which needs no ugliness. Finally I show in what sense Christ's heavenly scars can be beautiful. (shrink)

Voting Advice Applications (VAAs) are interactive online tools designed to assist voters by improving the basis on which they decide how to vote. In recent years, they have been widely adopted, but their design is the subject of ongoing and often heated criticism. Most of these debates focus on whether VAAs accurately measure the standpoints of political parties and the preferences of users and on whether they report valid results while avoiding political bias. It is generally assumed that if their (...) methodology is sound, then VAAs can be seen as strengthening the democratic process. But as we argue in this chapter, the setup of VAAs raises basic questions of normative democratic theory as well. Insofar as VAAs are supposed to improve the functioning of the democratic process, it must be clarified in what sense they aim to make a contribution, before it even makes sense to discuss their effectiveness at doing so. -/- VAAs are often intended to enhance the democratic process by one or all of the following: (I) informing voters about the policy standpoints of political parties (or individual candidates), (2) increasing voter turnout, and (3) ensuring that the composition of parliaments more accurately reflects the political attitudes of the electorate. In the next three sections, we discuss three central bones of contention in current democratic theory that are crucial to these ways in which VAAs typically take themselves to contribute to strengthening the democratic process: -/- 1. Questions about citizen competence: What forms of competence do citizens need to have, and to what extent, for a democracy to function properly? -/- 2. Questions about political participation: What forms and extent of participation are vital to democracy? -/- 3. Questions about democratic representation: How should the relation between the elected and the electorate be understood? -/- For each issue we aim to show, first, how the design and setup of mainstream VAAs are tacitly structured by a specific conception of the democratic aim at issue and, second, what some alternative positions on these questions are within contemporary political theory. In the final section, we will discuss some of the implications of this analysis for the responsibilities of VAA developers, and particularly for the procedural neutrality to which they are typically committed. Our conclusion will be that once these issues are identified, developers of VAAs should either argue in favour of their views on democratic competence, participation and representation, or they should rethink the design of VA As in ways that move beyond their current assumptions, or both. (shrink)

Carey leaves unaddressed an important evolutionary puzzle: In the absence of a numeral list, how could a concept of natural number ever have arisen in the first place? Here we suggest that the initial development of natural number must have bootstrapped on a material culture scaffold of some sort, and illustrate how this might have occurred using strings of beads.

Heidegger uses the term "Americanism" to refer to a certain technological-political trend which involves the inability to think the essence of technology. This would also involve the oblivion of the question of Being. His fear of both Americanism and Communism is what led him to support the National Socialist movement. Both the critics and followers of Heidegger gloss over his criticism of Americanism. Yet Heidegger's writings on this subject remain important for us. First, because Americanism would refer to what we (...) now call Globalization, and second, because it addresses the very possibility of philosophical thinking. This paper tries to push Heidegger's criticism to the very extreme in order to discover where its logic begins to strain, and thereby to generate new inights concerning the relationship between technology and thinking. (shrink)

In May 2021, Alan Bechaz, Racher Du, Will Cailes and Thomas Spiteri interviewed Sandra Leonie Field for UPJA’s Conversations from the Region. A series of discussions that invites philosophers from or based in Australasia to share their student and academic experiences. The segment looks into what inspires people to study philosophy, how they pursue their philosophical interests, and gives our audiences a better idea of philosophy as an undergraduate.

This paper discusses different frameworks for understanding imagination and metaphor in the context of research on the imaginative skills of children with autism spectrum disorder (ASD). In contrast to a standard linguistic framework, it advances an embodied and enactive account of imagination and metaphor. The paper describes a case study from a systemic therapeutic session with a child with ASD that makes use of metaphors. It concludes by outlining some theoretical insights into the imaginative skills of children with ASD that (...) follow from taking the embodied-enactive perspective and proposes suggestions for interactive interventions to further enhance imaginative skills and metaphor understanding in children with ASD. (shrink)

Good old-fashioned cognitive science characterizes human thinking as symbol manipulation qua computation and therefore emphasizes the processing of symbolic representations as a necessary if not sufficient condition for “general intelligent action.” Recent alternative conceptions of human thinking tend to deemphasize if not altogether eschew the notion of representation. The present paper shows how classical American pragmatist conceptions of human thinking can successfully avoid either of these extremes, replacing old-fashioned conceptions of representation with one that characterizes both representatum and representans in (...) externalist terms. (shrink)

The work of Thomas White represents a systematic attempt to combine the best of the new science of the seventeenth century with the best of Aristotelian tradition. This attempt earned him the criticism of Hobbes and the praise of Leibniz, but today, most of his attempts to navigate between traditions remain to be explored in detail. This paper does so for his ontology of accidents. It argues that his criticism of accidents in the category of location as entities over (...) and above substances was likely aimed at Francisco Suárez, and shows how White’s worries about the analysis of location were linked with his broader cosmological views. White rejects real qualities, but holds that the quantity of a substance is somehow distinct from its bearer. This reveals a common ground with some of his scholastic interlocutors, but lays bare a deep disagreement with thinkers like Descartes on the nature of matter. (shrink)

Typically, nudging is a technique for steering the choices of people without giving reasons or using enforcement. In benevolent cases, it is used when people are insufficiently responsive to reason. The nudger triggers automatic cognitive mechanisms – sometimes even biases – in smart ways in order to push irrational people in the right direction. Interestingly, this technique can also be applied to doxastic attitudes. Someone who is doxastically unresponsive to evidence can be nudged into forming true beliefs or doxastic attitudes (...) that are propositionally justified. When doxastic nudging uses non-rational mechanisms, the worry is that nudging cannot result in justified beliefs or knowledge, as the resulting doxastic attitudes lack the right kind of basis. In this paper, I will argue that given the right background views about knowledge, justified beliefs and the relevant processes, epistemic nudging is possible even in these cases. That is, all kinds of nudging can – in appropriate circumstances – produce justified beliefs or knowledge in the nudgee. (shrink)

Is it possible for an individual that has gone out of being to come back into being again? The English Aristotelian, Thomas White, argued that it is not. Thomas Hobbes disagreed, and used the case of the Ship of Theseus to argue that individuals that have gone out of being may come back into being again. This paper provides the first systematic account of their arguments. It is doubtful that Hobbes has a consistent case against White. Still his (...) criticism may have prompted White to clarify his views on identity over time in his later work. (shrink)

My goal in this paper is, to tentatively sketch and try defend some observations regarding the ontological dignity of object references, as they may be used from within in a formalized language. -/- Hence I try to explore, what properties objects are presupposed to have, in order to enter the universe of discourse of an interpreted formalized language. -/- First I review Frege′s analysis of the logical structure of truth value definite sentences of scientific colloquial language, to draw suggestions from (...) his saturated vs. unsaturated sentence components paradigm. -/- Next try investigate, in how far reference to non pure math objects might allow for a role as argument of a truth value function. Object kinds to be considered are: common sense objects, technical objects, humanities object kinds (social, psychical, ...), objects of art, ... , be they abstract, concrete, or in this respect mixed objects. -/- Then have a comment on the just referenced label abstract objects. -/- Next try to get an idea wrt the ontological significance of the fact, that pure math objects and functions in some important classical cases can be uniquely defined by means of categorical theories. Here, in the course of my argument, I have a little corollary wrt the standard model of first order Peano arithmetic, reducing the epistemological significance of the existence of the non standard models. -/- Next, wrt a special concept of a formalized empirical theory, I care for whether the impure math objects and mixed objects described here, and complying best with truth value function mapping, are also reliable candidates for the ontological commitment of such theories: and discuss an alternative, which reduces the ontological significance of the universe of discourse of the theories intended models. -/- In the end I sum up what is - from my point of view - the status quo, according to my respective findings. (shrink)

In this article we develop and defend what we call the “Trust View” of promissory obligation, according to which making a promise involves inviting another individual to trust one to do something. In inviting her trust, and having the invitation accepted (or at least not rejected), one incurs an obligation to her not to betray the trust that one has invited. The distinctive wrong involved in breaking a promise is a matter of violating this obligation. We begin by explicating the (...) core notion of “inviting someone to trust one to do something”, suggesting that it involves signaling to the other individual one's recognition of the importance the relevant action has for her, and one’s willingness to license her to have faith or optimism in one's character with regard to the performance of that action. We then turn to a defense of the Trust View, arguing that it has considerable appeal in its own right, that it is distinct from and superior to three similar accounts (T.M. Scanlon's Assurance View, Judith Jarvis Thomson's Reliance View and David Owens' Authority View), and that several objections to it can be answered. (shrink)

This article treats rituals of apology and reconciliation as responses to social discontent, specifically to expressions of anger and resentment. A standard account of social discontent, found both in the literature on transitional justice and in the social theory of Axel Honneth, has it that these emotional expressions are evidence of an underlying psychic need for recognition. In this framework, the appropriate response to expressions of anger and discontent is a recognitive one that includes victims of injustice in the political (...) community by showing them that they are valued members. In the aftermath of injustices, such recognitive responses are thought to include acknowledgments of victim suffering, reconciliatory gestures, and rituals of contrition. I will argue, against this narrative, that treating victim anger as evidence of an underlying need for recognition threatens to depoliticize emotional responses to injustice by treating them as symptoms of psychic injuries instead of intelligible political claims. Discussing mainly the Canadian Truth and Reconciliation process set up to deal with the history of the Indian Residential School system, I show how rituals of reconciliation and apology, in the context of settler-colonial states and neoliberal politics, serve as a biopolitical management of “bad” emotions. This will serve as a critique both of the politics of reconciliation and of social–theoretic approaches that treat expressions of discontent exclusively through a lens of recognition. Instead, I argue, in politics as well as theory, we need to engage with emotional expressions as intelligible political claims that exceed the psychic need for recognition. (shrink)

This paper aims to argue for, else illustrate the epistemological significance of the use of non transitive similarity relations, mapping only to "types", as methodologically being on a par with the use of transitive similarity relations (equivalence relations), mapping as well to "predicates". -/- In this paper the sketch of an exact but simple geometrical model of the above construct is followed by mentioning respective use cases for non transitive similarity relations from science and humanities. A well known metaphysics example (...) is elaborated along these lines to some extent. (shrink)

Intuitively, many people seem to hold that engaging in acts of virtual murder in videogames is morally permissible, whereas engaging in acts of virtual child molestation is morally impermissible. The Gamer’s Dilemma (Luck in Ethics Inf Technol 11:31–36, 2009) challenges these intuitions by arguing that it is unclear whether there is a morally relevant difference between these two types of virtual actions. There are two main responses in the literature to this dilemma. First, attempts to resolve the dilemma by defending (...) an account of the relevant moral differences between virtual murder and virtual child molestation. Second, attempts to dissolve the dilemma by undermining the intuitions that ground it. In this paper, we argue that a narrow version of the Gamer’s Dilemma seems to survive attempts to resolve or dissolve it away entirely, since neither approach seems to be able to solve the dilemma for all cases. We thus provide a contextually sensitive version of the dilemma that more accurately tracks onto the intuitions of gamers. However, we also argue that the intuitions that ground the narrow version of the Dilemma may not have a moral foundation, and we put forward alternative non-moral normative foundations that seem to better account for the remaining intuitive difference between the two types of virtual actions. We also respond to proposed solutions to the Gamer’s Dilemma in novel ways and set out areas for future empirical work in this area. (shrink)

This paper challenges the widely held view that ‘good for’, ‘well-being’, and related terms express a distinctive evaluative concept of central importance for ethics and separate from ‘simply good’ as used by G. E. Moore and others. More specifically, it argues that there's no philosophically useful good-for or well-being concept that's neither merely descriptive in the sense of naturalistic nor reducible to ‘simply good’. The paper distinguishes two interpretations of the common claim that the value ‘good for’ expresses is distinctively (...) ‘subject-relative’. One concerns the ground of this value, or the properties that make something good for you; it says these must involve some relation to you. The other concerns the resulting value itself, or what supervenes on this ground; it says that too involves a relation. Neither interpretation, the paper argues, yields a significantly distinct evaluative concept. The ethically fundamental evaluative concept is just ‘simply good’. (shrink)

In a 1978 lecture in Tokyo, Foucault drew a comparison between his own philosophical methodology and that of ‘Anglo-Saxon analytic philosophy’, claiming the label ‘analytic philosophy of politics’ for his own approach. This may seem like a somewhat surprising comparison given the gulf between contemporary analytic and continental philosophy, but I argue that it is a very productive one which indeed might help us reconsider this gulf. I proceed through a comparison between Foucault and the speech act theory of J. (...) L. Austin, one of the analytic philosophers Foucault had in mind in his Tokyo lecture. By focusing on the methodological commonalities between Foucault and Austin, this article identifies the core of a philosophical methodology that cuts across the analytic/continental divide in philosophy in general while constituting a powerful alternative to the methods applied by analytic political philosophers specifically. This approach, which I term ‘analytic critique’, is one that starts from a critical analysis of what happens in ordinary lived experience and theorizes ‘bottom-up’ in an avowedly politically engaged way – thereby challenging the conceptual and political aloofness of contemporary political philosophy in the liberal-Rawlsian tradition. Foucault’s appropriation of the label ‘analytic philosophy’, it is argued, ought to function as a call to more imaginative methodological-theoretical engagement across the traditional division between continental and analytic approaches. (shrink)

[ROYAL INSTITUTE OF PHILOSOPHY 2023 ESSAY PRIZE WINNER] I argue that the term ‘naturalism’ is so empty of meaning that it is not suitable for serious theorizing in philosophy. In particular, I argue that the question of whether or not some theory or thesis should count as naturalistic is an empty verbal dispute with no further theoretical significance. I also discuss naturalism construed as a methodological thesis and argue that any plausible version will collapse into triviality. Lastly, I briefly discuss (...) the idea that naturalism is not a thesis at all but rather a ‘stance’ and suggest that this too succumbs to the charge of emptiness. I conclude that we should stop talking about naturalism altogether. (shrink)

What are we to make of the fact that world leaders, such as Canada’s Justin Trudeau, have, within the last few decades, offered official apologies for a whole host of past injustices? Scholars have largely dealt with this phenomenon as a moral question, seeing in these expressions of contrition a radical disruption of contemporary neoliberal individualism, a promise of a more humane world. Focusing on Canadian apology politics, this essay instead proposes a nonideal approach to state apologies, sidestepping questions of (...) what they ought to do and focusing instead on their actual functioning as political acts. Through a sociologically informed speech act theory and Foucault’s work on power, apology is conceptualized as a speech act with an essentially relational nature. The state, through apologizing, reaffirms the norms governing its relationship to its subjects at a moment when a past transgression threatens to destabilize this relation. From a Foucauldian point of view, the state’s power inheres in the very stability of the state–citizen relation, and we should therefore see apologies as defensive moves to protect state hegemony. In the context of Western liberal democracies, such as Canada, apologies embody, rather than challenge, the logic of neoliberal governmentality by suggesting that everything, including resentment against the state, can be managed within the current status quo. Nevertheless, total cynicism about apology politics is not warranted. In many indigenous apology campaigners’ demands for contrition we see another side of apologies: their potential to bring about change by enacting counterhegemonic relations to the state. (shrink)

Theories of free will are often measured against how well they capture everyday intuitions about free will. But what are these everyday intuitions, and what theoretical commitments do they express? Empirical methods have delivered mixed messages. In response, some free will theorists have developed error theories to undermine the credentials of countervailing intuitions. These efforts are predicated on the idea that people might misunderstand determinism in any of several ways. This paper sheds light on the comprehension problem. We first discuss (...) recent efforts to explain systematic errors in how people interpret determinism. Then, we present the alarming results of two new preregistered studies exploring three types of comprehension failure: (a) epiphenomenal bypassing, (b) fatalistic bypassing, and (c) indeterministic intrusion. Our findings suggest that misunderstanding runs deeper than others have supposed. This casts doubt on existing models of commonsense thinking about free will. Unless and until researchers properly control for the kinds of misunderstandings we identify, research on free will intuitions cannot shed light on whether ordinary thinking reflects commitments to compatibilism or incompatibilism. (shrink)

Andreas Schmidt and Neil Levy have recently defended nudging against the objection that nudges fail to treat nudgees as rational agents. Schmidt rejects two theses that have been taken to support the objection: that nudges harness irrational processes in the nudgee, and that they subvert the nudgee’s rationality. Levy rejects a third thesis that may support the objection: that nudges fail to give reasons. I argue that these defences can be extrapolated from nudges to some nonconsensual neurointerventions; if Schmidt’s and (...) Levy’s defences succeed, then some nonconsensual neurointerventions neither harness irrationality, nor subvert rationality, nor fail to give reasons. This, I claim, poses a challenge both to opponents of nonconsensual neurointerventions, and to defenders of nudging. (shrink)

According to the so-called Classical Theory, concepts are mentally represented by individually necessary and jointly sufficient application conditions. One of the principal empirical objections against this view stems from evidence that people judge some instances of a concept to be more typical than others. In this paper we present and discuss four empirical studies that investigate the extent to which this ‘typicality effect’ holds for the concept of basic needs. Through multiple operationalizations of typicality, our studies yielded evidence for a (...) strong effect of this kind: Participants tended to recall the same core examples of the concept in a free-listing task. They judged some basic needs to be more typical than others. The items that were judged to be more typical were listed more frequently in the free-listing task. These items were listed earlier on in the free-listing task. Typical basic needs, as well as non needs, were classified faster than atypical basic needs in a reaction time study. These findings suggest that the concept of basic needs may have a non-classical structure. If so, the quest for a simple and robust intensional analysis of the concept may be futile. (shrink)

This paper accomplishes two goals. First, I present a distinct interpretation of the inception of the phenomenology of feelings. I show that Husserl’s first substantial discussion of intentional and non-intentional feelings is not from his 1901 Logical Investigations, but rather his 1893 manuscript, “Notes towards a Theory of Attention and Interest”. Husserl there describes intentional feelings as active and non-intentional feelings as passive. Second, I show that Husserl presents a somewhat unique account of feelings in “Notes”, which is partly different (...) from his later theories of feelings found in Lectures on Ethics and Value Theory and Studies Concerning the Structures of Consciousness. In contrast to those mature writings, in “Notes”, Husserl describes intentional feelings while avoiding cognitivism and he analyses non-intentional feelings without employing the content-apprehension schema. On this basis, I argue that “Notes” is an important untapped resource for constructing original phenomenologies of feelings. (shrink)

The young Edmund Husserl stressed that the success of his philosophy hinged upon his ability to determine the subject and the predicate of impersonal propositions and their expressions, such as ‘It is raining’. This essay accordingly investigates the tenability of Husserl’s early thought, by executing the first study of his analysis of impersonal propositions from the late 1890s. This examination reshapes our understanding of the inception of phenomenology in two ways. First, Husserl pinpoints the subject by outlining why impersonal expressions (...) are employed during communication. This contravenes interpretations of the early Husserl as uninterested in intersubjectivity. Second, by studying how Husserl determines the predicate by investigating existential propositions, I show that Husserl, in the late 1890s, came to his final view on the concept of being. (shrink)

A growing number of decision theorists have, in recent years, defended the view that rationality is permissive under risk: Different rational agents may be more or less risk-averse or risk-inclined. This can result in them making different choices under risk even if they value outcomes in exactly the same way. One pressing question that arises once we grant such permissiveness is what attitude to risk we should implement when choosing on behalf of other people. Are we permitted to implement any (...) of the rationally permissible risk attitudes, is there some specific risk attitude that is required when choosing for others, or are we required to defer to the risk attitudes of the people on whose behalf we are choosing? This article elaborates on this question, explains its wider practical and theoretical significance, provides an overview of existing answers, and explores how to go about providing a more systematic account of how to choose on behalf of others in risky contexts. (shrink)

This essay accomplishes two goals. First, I explore Husserl’s study of “tension” from his 1893 manuscript, “Notes Towards a Theory of Attention and Interest,” to reveal that it comprises his de facto first analysis of instinct. Husserl there describes tension as the innate pull to execute ever new objectifications. He clarifies this pull of objectification by contrasting it to affective and volitional experiences. This analysis surprisingly prefigures a theory of drive-feelings and anticipates the idea that consciousness is both teleological and (...) autotelic. Second, I show how Husserl’s de facto account of instincts from 1893 inspires his robust philosophy of instincts from Studies concerning the Structures of Consciousness and other late manuscripts. While Husserl maintains many 1893 insights, he now claims that the instinct towards objectification comprises affective and volitional moments. Finally, I demonstrate that Husserl’s analyses of instincts throughout his life are united by the idea that consciousness possesses an essential structural lack. (shrink)

In my fourth year, I completed a research paper critically analyzing writing on Endurance and Perdurance by testing these theories of how objects persist through change with Einstein’s Relativity to present a thesis. I then compared these metaphysical accounts of persistence for how well they conform to applied physical principles of Special Relativity.

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