We claim that a moral obligation to take climate leadership by means of unilateral mitigation depends on the existence of a plausible follow-the-leader mechanism whereby unilateral mitigation by some increases the probability of sufficient mitigation by others to avert catastrophic climate impacts. By understanding these mechanisms, we can better articulate the obligation for climate leadership across various sectors, from government to individual actors, in the fight against climate change. [Open access].

In this article, we claim that recent developments in climate science and renewable energy should prompt a reframing of debates surrounding climate change mitigation. Taken together, we argue that these developments suggest (1) global climate collapse in this century is a non-negligible risk, (2) mitigation offers substantial benefits to current generations, and (3) mitigation by some can generate social tipping dynamics that could ultimately make renewables cheaper than fossil fuels. We explain how these claims undermine familiar framings of climate change, (...) wherein mitigation is understood as self-sacrifice that individuals and governments must be morally persuaded or incentivized to undertake. [Open access]. (shrink)

Floridi and Taddeo propose a condition of “zero semantic commitment” for solutions to the grounding problem, and a solution to it. I argue briefly that their condition cannot be fulfilled, not even by their own solution. After a look at Luc Steels' very different competing suggestion, I suggest that we need to re-think what the problem is and what role the ‘goals’ in a system play in formulating the problem. On the basis of a proper understanding of computing, I come (...) to the conclusion that the only sensible ground-ing problem is how we can explain and re-produce the behavioral ability and function of meaning in artificial computational agents. (shrink)

High-manganese steel is characterized by a stable austenitic structure over a wide temperature range and the ability to strengthen during mechanical deformation. However, factors such as unstable mechanical properties in the initial state, susceptibility to thermal embrittlement, and poor machinability hinder its widespread use. This study investigates the effect of temperature-time parameters on the structure and properties of 9Г28Ю9МВБ steel. It was found that during slow cooling from temperatures of hot deformation, a large number of coarse phase particles (...) of gray-blue color are precipitated in the steel, leading to a sharp decrease in impact toughness. It has been established that in the temperature range of 500-800 °C, the decomposition of the solid solution occurs with the precipitation of particles of the strengthening K-phase - (Fe,Mn)3AL,Cx. Simultaneous decrease in hardness and impact toughness in the temperature range of 750-950 °C contributes significantly to improved machinability. The lowest values of mechanical properties are achieved during aging at 700 °C, with the maximum improvement in machinability compared to other aging temperatures. For example, with an increase in the temperature of isothermal holding at 650 °C for 35 hours, the machinability improves by almost 1.7 times, and at the same duration at 700 °C - by 2.4 times. With an increase in the holding temperature to 950 °C for 35 hours, the machinability of the steel increases only by 1.6 times, which is due to less intensive decomposition of the supersaturated solid solution. Studies of the effect of annealing temperature on the uniformity of austenitic steel allowed to develop a heat treatment regimen for 9Г28Ю9МВБ austenitic steel, which includes heating to 1250°C, holding for 2 hours at this temperature, and subsequent cooling in water to fix a homogeneous supersaturated solid solution. After such heat treatment, the stripe-like microchemical inhomogeneity is significantly reduced, and the anisotropy coefficient does not exceed 1.1 units for all types of steel products. (shrink)

Os dois ensaios aqui traduzidos: “Uma visita a uma glândula pineal”, publicado originalmente em 21 de abril de 1713 no número 35 do Guardian e a “A glândula pineal (continuação)”, publicado no dia 25 de abril, no número 39, formam uma unidade não apenas pela referência a ideia de glândula pineal concebida por Descartes como ponto de interação entre a alma e o corpo, mas também pela forma literária e pelo pseudônimo comum. Eles fazem parte de um conjunto de quatorze (...) ensaios atribuídos a George Berkeley, reunidos e publicados pela primeira vez apenas em 1871, no volume III da edição organizada por A. C. Fraser. Os ensaios publicados no Guardian foram escritos durante a permanência de Berkeley em Londres em 1713, quando Jonathan Swift (1667-1745) e Richard Steele (1672-1729), seus conterrâneos, contribuiriam para lhe abrir caminho no ambiente literário inglês. O principal objetivo de Berkeley ao publicar os ensaios foi o de defender o teísmo cristão contra os “livre-pensadores” da época, assumidos como materialistas e ateus. A tradução aqui apresentada foi realizada com base na edição organizada por Luce e Jessop. The Works of George Berkeley Bishop of Cloyne. Luce, A. A. and Jessop, T. E. London and Edimburgh: Nelson, 1948, v. 7, 185-192. (shrink)

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO E DIFERENCIAÇÃO SEXUAL -/- E. I. C. da Silva Departamento de Agropecuária – IFPE Campus Belo Jardim Departamento de Zootecnia – UFRPE sede -/- 1.1 INTRODUÇÃO O sexo foi definido como a soma das diferenças morfológicas, fisiológicas e psicológicas que distinguem o macho da fêmea permitindo a reprodução sexual e assegurando a continuidade das espécies. Os processos de diferenciação sexual são realizados durante o desenvolvimento embrionário, onde ocorre a proliferação, diferenciação e maturação das células germinativas e primordiais, precursoras (...) de ovócitos e espermatozoides em fêmeas e machos, respectivamente. Assim, os embriões machos e fêmeas iniciam o seu desenvolvimento de forma semelhante, de modo que em ambos os sexos se estabelecem em estruturas idênticas a partir das quais se formarão os órgãos reprodutores correspondentes a cada sexo. O conhecimento da origem e do desenvolvimento do aparelho genital é indispensável para entender sua função e as alterações que produzem infertilidade ou esterilidade. 1.2 DETERMINAÇÃO DO SEXO CROMOSSÔMICO Nos mamíferos, o sexo cromossômico é determinado no momento da fertilização, quando um óvulo, que contém um cromossomo X, é fecundado por um espermatozoide portador de um cromossomo X ou um cromossomo Y. No primeiro caso, o complemento cromossômico seria XX, o que originaria uma fêmea (sexo homogamético), e no segundo daria como resultado um macho com a fórmula cromossômica XY (sexo heterogâmico). 1.3 A GÔNADA INDIFERENCIADA A primeira manifestação das gônadas se aprecia no embrião em forma de um par de eminências longitudinais chamadas cristas ou dobras gonodais, situadas em ambos os lados da linha média entre os mesonefros (rins em desenvolvimento) e do mesentério dorsal. Nos embriões dos mamíferos, as células germinativas primordiais (CGP) manifestam-se em estágios precoces do desenvolvimento, podendo ser detectadas pela primeira vez na metade da gastrulação. As CGP são células grandes, de citoplasma claro e núcleo grande e redondo, localizadas na parede do saco vitelino, perto do alantoide. Essas células possuem grande capacidade de proliferação e vão migrar desde o endoderma do intestino e o epitélio do saco vitelino, através do mesentério, até as cristas gonodais. Isso ocorre por volta do 26° dia da gestação no bovino. Sua migração realiza-se graças aos movimentos de translocação passiva e deslocamento ameboide ativo. Desconhece-se o mecanismo pelo qual estas células são dirigidas para as cristas gonodais, porém foram estudadas algumas moléculas que se expressam durante sua migração e que poderiam desempenhar um papel importante na diferenciação deste tipo celular. A fosfatase alcalina é uma enzima que tem sido usada como marcador de CGP para determinar a sua origem e migração. Num estudo recente, foi inserido um marcador fluorescente que se exprime unicamente nas células germinativas primordiais de embriões transgênicos, e utilizando este marcador e a fosfatase alcalina determinou-se a origem e o padrão de migração destas células. O primeiro sinal de diferenciação das células germinativas primordiais é a expressão de fosfatase alcalina, e esta apareceu pela primeira vez na parte mais posterior da linha primitiva. No sétimo dia de desenvolvimento no embrião do camundongo, o endoderma visceral (AF+) é substituído pelo endoderma definitivo (AF-) originado na parte anterior da linha primitiva. O fator de transcrição Oct-4 é expresso nas CGP de ambos os sexos, pelo que acredita-se estar envolvido na mantença a totipotêncialidade das células. O receptor tirosina quinase, cujo ligante é o fator de Steel, é outra das moléculas que expressam as CGP. Tem sido demonstrado que este receptor possui um papel muito importante na sobrevivência deste tipo celular. Existem outros fatores que promovem a sobrevivência e/ou proliferação de CGP in vitro. Em experiências realizadas com o fator de transformação beta I (TGFβ-I), observou-se que este tem um efeito negativo sobre a proliferação das CGP. Outra atividade que tem sido postulada a este fator é o de um agente quimioatraente que possivelmente possa direcionar a migração destas células para a gônada. a) Um formado pelas células germinativas primordiais (precursoras dos gametas masculinos ou femininos), rodeadas de células somáticas das quais posteriormente se derivarão as células de Sertoli no macho e as células da granulosa na fêmea. b) O tecido que formará o estroma da gônada: tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e as células intersticiais com atividade esteroidogênica (células de Leydig no testículo e a teca interna do ovário). As células somáticas do primórdio gonodal originam-se do mesoderma. Inicialmente são de três tipos: mesenquimáticas, mesoteliais e endoteliais. As células mesenquimáticas e mesoteliais iniciam grande atividade proliferativa ao chegar as CGP. Observa-se então uma condensação de células de origem mesotelial e mesenquimatoso que forma um agregado compacto denominado "blastema gonodal". A partir deste primórdio embrionário, diferenciam-se dois tecidos gonodais: os cordões sexuais e o estroma. Os cordões sexuais são arranjos epiteliais que se encontram delimitados por uma folha basal, e dentro deles encontramos as CGP. Por sua vez, no estroma encontram-se células do tipo mesenquimático e vasos sanguíneos. Neste momento, as gônadas são indiferenciadas e bipotencialmente sexuais, sendo impossível diferenciar, morfologicamente, uma gônada masculina de uma feminina, mas no caso dos machos genéticos já existe uma diferenciação da gônada a nível molecular. Nesta fase já se encontram presentes as estruturas das quais se desenvolvem os dutos mesonéfricos ou de Wolff precursores do aparelho genital masculino e os dutos paramesonéfricos ou de Müller que darão origem ao aparelho reprodutor feminino. Há uma série de fatores envolvidos no desenvolvimento precoce da gônada, entre os quais o fator esteroidogênico I (SFI: Steroidogenic fator l), que é um membro da subfamília de receptores nucleares, receptores órfãos. Este fator de transcrição tem um local de ligação ao DNA composto por dois dedos-de-Zinc. O SFI foi identificado como um ativador de genes envolvidos na biossíntese de esteroides em diferentes células. O SFI está presente durante o desenvolvimento embrionário em regiões associadas com funções endócrinas como gônadas, adrenais, pituitárias e hipotálamos. Os animais homozigotos para o gene SFI defeituoso, necessitam de gônadas e adrenais e têm a função gonadotrófica alterada. Os ratos sem SFI carecem de gonadotrofos e têm um desenvolvimento anormal do núcleo ventro-medial do hipotálamo; em particular as gônadas deixam de se desenvolver entre os dias 11 a 15 e degeneram-se por apoptose. No entanto, a crista genital forma-se e é colonizada pelas células germinativas, o que indica que estas continuam a receber o sinal adequado para a sua migração. Portanto, o SFI não está envolvido no desenvolvimento precoce da gônada e do sistema urogenital, mas parece estar envolvido na manutenção do crescimento das células somáticas presentes na gônada indiferenciada. O gene associado ao tumor de Wilms (WTI: Wilm's tumor Associated) está envolvido no desenvolvimento da gônada e do rim. Durante o desenvolvimento embrionário, WTI se expressa em todo o mesoderma intermediário e posteriormente na gônada indiferenciada, bem como no rim em formação. WTI regula o sinal indutivo do mesênquima para o epitélio celômico dos mesonefros. Se este for o caso, então WTI é responsável pelo crescimento da crista genital ao dirigir a entrada do epitélio celômico. Dado que estas células darão origem às células de Sertoli, a carência de WTI pode causar o desenvolvimento de embriões XY como fêmeas simplesmente porque não se formam as células de Sertoli. Em geral, todos os genes importantes na diferenciação do mesoderma intermediário e do sistema urogenital intervêm no desenvolvimento da gônada precoce. 1.4 DIFERENCIAÇÃO GONODAL O desenvolvimento das gônadas e ductos genitais descritos até o momento, é o mesmo para ambos os sexos. Igualmente, os genes descritos, que estão envolvidos no desenvolvimento das gônadas, ductos genitais e migração das células germinativas, afetam igualmente os embriões com genótipo XX ou XY. A gônada primitiva consiste anatomicamente de uma medula (interna) e uma crosta (externa), e de acordo com o local onde ocorre a colonização das células germinativas, diferenciara em testículo ou um ovário, respectivamente. Nos mamíferos, a primeira manifestação estrutural de diferenciação sexual é detectada na gônada dos machos, onde as células germinativas estão localizadas na medula. A diferenciação do testículo inicia-se quando os cordões sexuais se separam do epitélio celômico como consequência dos arranjos produzidos por uma invasão do mesênquima e vasos sanguíneos que provoca a compactação dos cordões, agora denominados cordões testiculares. As células que rodeiam os cordões se achatam e formam as células mioides, que são responsáveis pela formação das membranas basais. As células do epitélio interno, ou seja, as células de Sertoli, têm duas funções principais: o suporte das CGP e a síntese da hormona antimulleriana, responsável pela regressão dos ductos de Müller e secretada durante o período de diferenciação sexual. As células do estroma que rodeiam os cordões testiculares diferenciam-se para formar vários tipos de células: células mioides, fibroblastos, endotélio e células de Leydig, que são as mais importantes pela sua atividade endócrina. Posteriormente, os cordões testiculares dão origem aos túbulos seminíferos, que contêm o epitélio que produzirá os espermatozoides ao chegar à puberdade. Na fêmea, durante os estágios iniciais de diferenciação gonodal, não se observam mudanças em relação à gônada indiferenciada, só pode-se observar um certo crescimento devido à proliferação de células somáticas e germinativas. As células germinativas iniciam um período de proliferação, que termina com o início da meiose. Iniciada a meiose, dá-se o processo de foliculogênese; neste momento os cordões epiteliais se fragmentam, de tal maneira que cada ovócito fica rodeado de células epiteliais cobertas por uma folha basal fina (figura 1). Para que a gônada primitiva se desenvolva em testículo é indispensável a presença do cromossoma Y, independentemente do número de cromossomas X que contenha o genoma de um indivíduo. O gene determinante do testículo encontra-se localizado no cromossoma Y, denominado sry em ratos e SRY em humanos. O gene sry se expressa durante o desenvolvimento embrionário na crista genital de embriões de camundongos. A expressão é detectável no dia 10,5, pouco depois do aparecimento das cristas genitais, atinge o seu máximo durante o dia 11,5 e mantém-se até pouco depois de ocorrerem os primeiros sinais morfológicos de diferenciação testicular no dia 12,5. Este padrão de expressão é compatível com a teoria de que sry atua induzindo a ativação dos genes (figura 2) que conduzem ao desenvolvimento testicular, sem que exista a necessidade da expressão contínua de sry para manter a diferenciação do testículo após o dia 12,5. Como mencionado anteriormente, a gônada primitiva é composta por vários tipos de células. No entanto, as células germinativas primordiais não são o local de expressão do sry, já que os embriões que necessitam de células germinativas mantêm a expressão de sry e desenvolvem o sexo gonodal normalmente. As células somáticas na gônada em desenvolvimento incluem também as células de suporte. Sabe-se que é nestas células que o sry é expresso para que se diferenciem em células de Sertoli, e a expressão transitória de sry indica que deve ativar a outros genes para a manutenção das células de Sertoli. Uma vez diferenciadas as células de Sertoli, elas se encarregarão da diferenciação do resto das células na gônada. -/- Figura 1: Representação da diferenciação dos órgãos genitais internos. Adaptado de BRONSON, 1989. Figura 2: Cascada de genes envolvidos na diferenciação sexual, adaptado de KOOPMAN, 1999. O fator sry é necessário para a diferenciação do testículo. Embora não se conheçam os genes que provavelmente regulam esse gene, estudos realizados em camundongos demonstram que este gene parece coordenar-se com certos genes autossômicos. Entre estes genes autossômicos, o sox9, que é produzido pelas células de Sertoli uma vez que são estimuladas por sry, de modo que sox9 é um dos genes relacionados estruturalmente com sry. O Sox9 funciona como um fator de transcrição, mas não se sabe se a proteína tem qualquer outra função estrutural; este gene exprime-se abundantemente nos condrócitos e está relacionado com defeitos do aparelho ósseo chamados displasia campomélica. Curiosamente, os pacientes XY com esta condição sofrem frequentemente de reversão do sexo. O Sox9 é um dos poucos genes, além do SRY, do qual as mutações demonstraram interferir com a determinação sexual masculina. No entanto, apenas 75% dos pacientes com anomalias esqueléticas de tipo displasia campomélica têm reversão sexual e não foram encontrados casos de reversão sexual devido a um defeito de Sox9 que não seja acompanhado de defeitos esqueléticos. Isso indica que o Sox9 é apenas um membro da rede de genes que são ativados para determinar a diferenciação sexual, enquanto a rota que rege a condrogênese é mais sensível a perturbações deste. O momento em que se detecta a expressão do gene Sox9 (11dpc em ratos) coincide com a máxima expressão de sry, o que poderia indicar a possibilidade de que sry regule positivamente a Sox9. De fato, na região do promotor de Sox9 há um local de união ao que potencialmente se pode unir o sry. A expressão de Sox9 durante a diferenciação sexual sugere um papel abaixo de sry na diferenciação das células de Sertoli. O cromossoma X também é importante na diferenciação gonodal. O gene DAX-I foi isolado do lócus DSS (Dosage sensitive sex reversal) do cromossoma X. DAX-I é parte da cascata de determinação sexual, mas não é necessário para a formação do testículo. DAX-I é um membro dos receptores nucleares conhecidos como receptores órfãos. Este gene demonstrou ser um poderoso repressor da transcrição de SFI e de vários genes. Os padrões de expressão de DAX-I são complementares daqueles de SFI, ambos expressos nas cristas genitais. Em resumo, dada a evidência exposta, desenvolveu-se a hipótese de que DAX-I é um antagonista de sry; esse antagonismo é dependente dos níveis relativos de DAX-I e sry e de um limiar que varia de espécie para espécie. A DAX-I foi classificada como o gene antitestículo. Na fêmea (cariótipo XX) é importante que ocorra a inativação de um dos cromossomas sexuais X para que se mantenha o equilíbrio genético ao igualar o conteúdo de DNA dos cromossomas. Esse cromossoma inativado constitui o chamado corpúsculo de Barr. No entanto, para que a meiose se realize, é necessário dos dois cromossomas X ativos nos ovócitos para assegurar a diferenciação ovárica e a fertilidade. 1.5 DIFERENCIAÇÃO DOS DUCTOS SEXUAIS O embrião possui, além das gônadas indiferenciadas, dois sistemas de ductos: os de potencialidade masculina denominam-se ductos de Wolff ou mesonéfricos, e os de potencialidade feminina se chamam ductos de Müller ou paramesonéfricos (figura 1). Se a diferenciação gonodal levou à formação de um testículo, a partir do ducto mesonéfrico ou de Wolff se desenvolverão os ductos eferentes, o epidídimo, os ductos deferentes e as vesículas seminais. As hormonas importantes no desenvolvimento do aparelho genital masculino são a testosterona, produzida pelas células de Leydig, e sua forma 5α reduzida, a 5α di-hidrotestosterona. Acredita-se que a testosterona é responsável pela virilização dos ductos de Wolff, e a di-hidrotestosterona dos órgãos genitais externos. No macho, os canais de Müller atrofiam-se devido à ação de uma hormona fetal de origem testicular denominada hormona inibidora das estruturas de Müller (HIM) ou hormona antimulleriana. Este processo começa assim que os cordões espermáticos se formam e se diferenciam as células de Sertoli. A existência de HIM foi proposta baseada em estudos realizados em bezerras freemartin, devido à existência de uma hormona responsável pela atresia dos ductos de Müller que na fêmea dá origem ao útero e aos ovidutos. Essa hormona provoca a involução do aparelho genital do bovino nas gestações gemelares nas quais os produtos de diferente sexo têm comunicação sanguínea por ter ocorrido a anastomose dos vasos de ambas as placentas (figura 3). A HIM é uma glicoproteína pertencente à subfamília de TGFβ, é expressa pelas células que darão origem às células de Sertoli e é um dos primeiros marcadores de diferenciação nestas células. A HIM é secretada na vida adulta pelas células de Sertoli no testículo e por células da granulosa no ovário. No rato a HIM é expressa-se no 12° dia em um teste padrão que segue muito de perto o aumento na expressão de sry. No macho, esta secreção de HIM continua durante a vida fetal e adulta, contudo os níveis de HIM declinam na puberdade devido a um aumento na secreção de testosterona. Vários fatores intervêm na regulação do gene de HIM, incluindo os acima descritos SFI e Sox9. O gene HIM contém segmentos de DNA que são conservados em várias espécies de vertebrados. Existe um nexo de ligação para SFI, que ativa a transcrição de HIM. A mutação no local de ligação de SFI resulta em reversão do sexo em indivíduos XY incluindo genitais femininos normais, presença de um útero formado enfatizando a importância de SFI na determinação sexual e na expressão de HIM. Embora SFI seja um bom candidato como regulador de HIM, é expresso em outras células, como as de Leydig e adrenais, que não expressam HIM. Em contrapartida, Sox9 é expresso unicamente nas células de Sertoli que são as produtoras de HIM. O gene HIM também tem um nexo de ligação para Sox9. Além disso, Sox9 pode atuar sinergicamente com SFI para promover a secreção de HIM. Ao contrário destes dois fatores de transcrição, DAX-I antagoniza a ação de Sox9 e provavelmente SFI sobre o promotor de HIM. Assim, para que as células de Sertoli secretem HIM, a transcrição de DAX-I deve diminuir. Figura 3: Representação da diferenciação dos órgãos genitais externos. Adaptado de BRONSON, 1989. Os ductos de Wolff tornam-se o sistema de ejaculação do macho. A porção mais próxima dos testículos dá origem ao epidídimo, a parte central ao ducto deferente e a porção mais distal às vesículas seminais. A próstata e a parte membranosa da uretra do macho desenvolvem-se a partir da porção pélvica do seio urogenital. A virilização e diferenciação dos ductos de Wolff dependem da produção de testosterona pelo testículo. Quanto aos órgãos genitais externos do macho, o tubérculo genital é ampliado e as dobras uretrais se fundem para formar a uretra peniana. A fusão das dobras uretrais aproxima os tubérculos genitais para formar o escroto (figura 4). Figura 4: Diferenciação do aparelho genital da fêmea e do macho. Adaptado de KOOPMAN, 1989. A diferenciação dos órgãos genitais da fêmea ocorre de forma passiva, já que a ausência de testículos e por isso da hormona inibidora dos ductos de Müller (HIM), assim como dos andrógenos virilizantes, favorece o desenvolvimento dos ductos de Müller, enquanto os de Wolff sofrem atrofia. A porção cefálica dos ductos de Müller dá origem aos ovidutos, que na sua terminação caudal se fundem com o útero. O contato dos ductos de Müller com o seio urogenital induz uma intensa proliferação celular que resulta na formação da área uterovaginal localizado entre o seio urogenital e os ductos de Müller. As células do prato uterovaginal proliferam e aumentam a distância entre as duas estruturas criando o espaço que formará a vagina quando o prato é canalizado e forma um lúmen. Em contraste com o que ocorre no macho, na fêmea a maior parte do seio urogenital se mantém exposta na superfície da abertura onde desembocam a vagina e a uretra. O tubérculo urogenital da fêmea tem um crescimento limitado e forma o clitóris. A sequência de passos da diferenciação sexual do aparelho genital é resumida na tabela 1. Tabela 1: Destino em desenvolvimento dos rudimentos sexuais dos fetos macho e fêmea dos mamíferos -/- Rudimento sexual Macho Fêmea Gônada Testículo Ovário Ductos de Müller (Paramesonéfricos) Vestígios Útero, parte da vagina, ovidutos Ductos de Wolff (Mesonéfricos) Ductos eferentes deferentes, epidídimo, vesículas seminais Vestígios Seio urogenital Uretra, próstata, glândulas bulbouretrais Parte da vagina, uretra, vestíbulo, glândulas vestibulares Tubérculo genital Pênis Clitóris Pregas vestibulares Escroto Lábios vulvares Fonte: HAFEZ, 2004. 1.6 DIFERENCIAÇÃO SEXUAL DO HIPOTÁLAMO Os processos de diferenciação sexual não se limitam apenas às células somáticas do organismo do feto, mas incluem também os centros nervosos superiores do cérebro. Assim, da mesma maneira que a gônada e os ductos sexuais se desenvolvem para o tipo feminino ou masculino, propôs-se que o cérebro pode ser "masculinizado" ou permanecer "Feminizado". A diferenciação do hipotálamo vai depender do ambiente esteroidal do neonato e ocorre na fase perinatal. Estes eventos serão de grande transcendência na vida reprodutiva do indivíduo. Tanto a fêmea como o macho nascem com a capacidade de secreção de gonadotropinas de acordo com um padrão cíclico; contudo, no macho, a exposição do hipotálamo à ação dos andrógenos testiculares durante os primeiros dias da vida extrauterina provoca a masculinização, com o qual o hipotálamo do macho é programado para que a secreção de gonadotropinas se realize a um ritmo relativamente constante por parte da hipófise (secreção tônica). Na fêmea, tanto a secreção tônica como a cíclica se conservam. No entanto, observou-se que a injeção de testosterona ou o transplante de testículo na rata fêmea durante os primeiros dias de vida, suprime a sua futura atividade estral (secreção cíclica). Por outro lado, se os ovários forem transplantados para o rato macho normal castrado na idade adulta, o animal não desenvolve qualquer atividade cíclica, mas se os machos transplantados forem castrados ao nascer, o ovário é capaz de efetuar mudanças cíclicas e ovulações. Isto foi demonstrado em roedores, mas não em animais domésticos ou na espécie humana. Portanto, o padrão de secreção de gonadotropinas, seja cíclico ou tônico, não depende da hipófise, mas do hipotálamo e sua correta diferenciação. 1.7 CONCLUSÕES A maioria dos conhecimentos no campo da biologia do desenvolvimento e, muito especificamente, dos processos de diferenciação sexual têm sido originados de estudos relacionados com desordens congênitas, que na sua maioria devem-se a defeitos de genes específicos. A análise detalhada destas desordens permitiu entender alguns mecanismos endócrinos, moleculares e genéticos envolvidos na diferenciação sexual. A identificação do gene sry como determinante do testículo foi uma contribuição crucial e abriu as portas à compreensão dos mecanismos moleculares e celulares relacionados com o desenvolvimento do testículo. Se este gene não estiver presente, é criado um programa genético alternativo para levar a cabo a diferenciação gonodal para o ovário. Finalmente, devemos ter presente que é necessária uma correlação entre mudanças morfológicas e expressão de genes durante o desenvolvimento para entender os mecanismos relacionados com a diferenciação. -/- Apoio -/- Realização -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSON, Robert et al. The onset of germ cell migration in the mouse embryo. Mechanisms of development, v. 91, n. 1-2, p. 61-68, 2000. AUSTIN, Colin Russell; SHORT, R. V. Reproduction in Mammals: Volume 1, Germ Cells and Fertilization. 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Many of those working on moral responsibility assume that "once blameworthy, always blameworthy." They believe that blameworthiness is like diamonds: it is forever. We argue that blameworthiness is not forever; rather, it can diminish through time. We begin by showing that the view that blameworthiness is forever is best understood as the claim that personal identity is sufficient for diachronic blameworthiness. We argue that this view should be rejected because it entails that blameworthiness for past action is completely divorced from (...) the distinctive psychological features of the person at the later time. This is because on none of the leading accounts of personal identity does identity require the preservation of any distinctive psychological features, but merely requires some form of continuity. The claim that blameworthiness is forever should therefore be rejected. We then sketch an account of blameworthiness over time, and consider two objections. (shrink)

Aristotle’s typical procedure is to identify something's four causes. Intentional action has typically been treated as an exception: most think that Aristotle has the standard causalist account, according to which an intentional action is a bodily movement efficiently caused by an attitude of the appropriate sort. I show that action is not an exception to Aristotle’s typical procedure: he has the resources to specify four causes of action, and thus to articulate a powerful theory of action unlike any other on (...) offer. (shrink)

The main aim of this book is to introduce the topic of limited awareness, and changes in awareness, to those interested in the philosophy of decision-making and uncertain reasoning.

The Bayesian maxim for rational learning could be described as conservative change from one probabilistic belief or credence function to another in response to newinformation. Roughly: ‘Hold fixed any credences that are not directly affected by the learning experience.’ This is precisely articulated for the case when we learn that some proposition that we had previously entertained is indeed true (the rule of conditionalisation). But can this conservative-change maxim be extended to revising one’s credences in response to entertaining propositions or (...) concepts of which one was previously unaware? The economists Karni and Vierø (2013, 2015) make a proposal in this spirit. Philosophers have adopted effectively the same rule: revision in response to growing awareness should not affect the relative probabilities of propositions in one’s ‘old’ epistemic state. The rule is compelling, but only under the assumptions that its advocates introduce. It is not a general requirement of rationality, or so we argue. We provide informal counterexamples. And we show that, when awareness grows, the boundary between one’s ‘old’ and ‘new’ epistemic commitments is blurred. Accordingly, there is no general notion of conservative change in this setting. (shrink)

This article argues that a person’s well-being at a time and the goodness of her life are two distinct values. It is commonly accepted as platitudinous that well-being is what makes a life good for the person who lives it. Even philosophers who distinguish between well-being at a time and the goodness of a life still typically assume that increasing a person’s well-being at some particular moment, all else equal, necessarily improves her life on the whole. I develop a precise (...) statement of this standard assumption, and then show that it is subject to counterexamples. The possibility of such counterexamples depends only on premises similar to those sometimes invoked to argue that a person’s well-being over a long period is not simply the aggregate well-being of the shorter periods that compose the long period. The refutation of the standard assumption linking well-being and life-goodness entails that these are distinct and sometimes divergent values. As an alternative to the standard assumption, it is proposed that well-being is best understood as an ingredient in a good life. (shrink)

We argue that concerns about double-counting—using the same evidence both to calibrate or tune climate models and also to confirm or verify that the models are adequate—deserve more careful scrutiny in climate modelling circles. It is widely held that double-counting is bad and that separate data must be used for calibration and confirmation. We show that this is far from obviously true, and that climate scientists may be confusing their targets. Our analysis turns on a Bayesian/relative-likelihood approach to incremental confirmation. (...) According to this approach, double-counting is entirely proper. We go on to discuss plausible difficulties with calibrating climate models, and we distinguish more and less ambitious notions of confirmation. Strong claims of confirmation may not, in many cases, be warranted, but it would be a mistake to regard double-counting as the culprit. 1 Introduction2 Remarks about Models and Adequacy-for-Purpose3 Evidence for Calibration Can Also Yield Comparative Confirmation3.1 Double-counting I3.2 Double-counting II4 Climate Science Examples: Comparative Confirmation in Practice4.1 Confirmation due to better and worse best fits4.2 Confirmation due to more and less plausible forcings values5 Old Evidence6 Doubts about the Relevance of Past Data7 Non-comparative Confirmation and Catch-Alls8 Climate Science Example: Non-comparative Confirmation and Catch-Alls in Practice9 Concluding Remarks. (shrink)

In this paper, we develop a novel response to counterfactual scepticism, the thesis that most ordinary counterfactual claims are false. In the process we aim to shed light on the relationship between debates in the philosophy of science and debates concerning the semantics and pragmatics of counterfactuals. We argue that science is concerned with many domains of inquiry, each with its own characteristic entities and regularities; moreover, statements of scientific law often include an implicit ceteris paribus clause that restricts the (...) scope of the associated regularity to circumstances that are ‘fitting’ to the domain in question. This observation reveals a way of responding to scepticism while, at the same time, doing justice both to the role of counterfactuals in science and to the complexities inherent in ordinary counterfactual discourse and reasoning. (shrink)

Results: We analyzed 1,402 surveys and 15 in-depth interviews. Many (32%) CL participants reported greater difficulty refilling medications and a minority (14%) reported greater difficulty accessing HIV care during the pandemic. Most (99%) Opt4Mamas participants reported no difficulty refilling medications or accessing HIV/pregnancy care. Among the CL participants, older women were less likely (aOR = 0.95, 95% CI: 0.92–0.98) and women with more children were more likely (aOR = 1.13, 95% CI: 1.00–1.28) to report difficulty refilling medications. Only 2% of (...) CL participants reported greater difficulty managing FP and most (95%) reported no change in likelihood of using FP or desire to get pregnant. Qualitative analysis revealed three major themes: (1) adverse organizational/economic implications of the pandemic, (2) increased importance of pregnancy prevention during the pandemic, and (3) fear of contracting COVID-19. (shrink)

Neutral monism is a position in metaphysics defended by Mach, James, and Russell in the early twentieth century. It holds that minds and physical objects are essentially two different orderings of the same underlying neutral elements of nature. This paper sets out some of the central concepts, theses and the historical background of ideas that inform this doctrine of elements. The discussion begins with the classic neutral monism of Mach, James, and Russell in the first part of the paper, then (...) considers recent neo-Russellian versions in the second half. The chances for a revival of neutral monism are probably slight; its key ideas and starting points lie far from those in contemporary philosophy of mind. A better route might be through the philosophy of science and a deeper understanding of causation. (shrink)

In this introduction, before summarizing the contents of the volume, the authors characterize materialism as it is understood within the philosophy of mind, and they identify three respects in which materialism is on the wane.

We rely on language to know the minds of others, but does language have a role to play in knowing our own minds? To suppose it does is to look for a connection between mastery of a language and the epistemic relation we bear to our inner lives. What could such a connection consist in? To explore this, I shall examine strategies for explaining self-knowledge in terms of the use we make of language to express and report our mental states. (...) Success in these strategies will depend on the view we take of speakers' understanding of the words they use to speak their minds. The key is to avoid circularity in the account of how they know what they mean; for if knowing what one is saying in speaking a language provides a means of knowing one's own mind, it cannot simply be a part of it. I shall look at ways in which we might proceed here, and examine whether the strategy can make room for a genuinely first-person point of view. But first let me try to motivate the problem of self-knowledge. (shrink)

Epistemic paternalism is the thesis that a paternalistic interference with an individual's inquiry is justified when it is likely to bring about an epistemic improvement in her. In this article I claim that in order to motivate epistemic paternalism we must first account for the value of epistemic improvements. I propose that the epistemic paternalist has two options: either epistemic improvements are valuable because they contribute to wellbeing, or they are epistemically valuable. I will argue that these options constitute the (...) foundations of a dilemma: either epistemic paternalism collapses into general paternalism, or a distinctive project of justified epistemic paternalism is implausible. (shrink)

A look at the dynamical concept of space and space-generating processes to be found in Kant, J.F. Herbart and the mathematician Bernhard Riemann's philosophical writings.

Although the treatise presented here is most interesting, it was never widely disseminated. As far as we know, it is preserved only in Latin, in one manuscript. The text poses many questions. Who produced a copy of the text? Who is the translator? Is the treatise a genuine work of Averroes? And if so, what was his intention in writing this monograph on the First Cause?

Certain commentators on Russell's “no class” theory, in which apparent reference to classes or sets is eliminated using higher-order quantification, including W. V. Quine and (recently) Scott Soames, have doubted its success, noting the obscurity of Russell’s understanding of so-called “propositional functions”. These critics allege that realist readings of propositional functions fail to avoid commitment to classes or sets (or something equally problematic), and that nominalist readings fail to meet the demands placed on classes by mathematics. I show that Russell (...) did thoroughly explore these issues, and had good reasons for rejecting accounts of propositional functions as extra-linguistic entities. I argue in favor of a reading taking propositional functions to be nothing over and above open formulas which addresses many such worries, and in particular, does not interpret Russell as reducing classes to language. (shrink)

The history of evolution is a history of development from less to more complex organisms. This growth in complexity of organisms goes hand in hand with a concurrent growth in complexity of environments and of organism-environment relations. It is a concern with this latter aspect of evolutionary development that motivates the present paper. We begin by outlining a theory of organism-environment relations. We then show that the theory can be applied to a range of different sorts of cases, both biological (...) and non-biological, in which objects are lodged or housed within specific environments, or niches. Biological science is interested in types—for example in genotypes, phenotypes, and environment types—in regularities that can serve as the basis for the formulation of laws or general principles. Types, however, can exist only through their corresponding tokens. Our theory of token environments is meant to plug this gap and to provide a first step towards a general theory of causally relevant spatial volumes. (shrink)

Klein’s account of epistemic justification, infinitism, supplies a novel solution to the regress problem. We argue that concentrating on the normative aspect of justification exposes a number of unpalatable consequences for infinitism, all of which warrant rejecting the position. As an intermediary step, we develop a stronger version of the ‘finite minds’ objection.

Outside of philosophy, ‘intuition’ means something like ‘knowing without knowing how you know’. Intuition in this broad sense is an important epistemological category. I distinguish intuition from perception and perception from perceptual experience, in order to discuss the distinctive psychological and epistemological status of evaluative property attributions. Although it is doubtful that we perceptually experience many evaluative properties and also somewhat unlikely that we perceive many evaluative properties, it is highly plausible that we intuit many instances of evaluative properties as (...) such. The resulting epistemological status of evaluative property attributions is very much like it would be if we literally perceived such properties. (shrink)

Despite growing interest in risks of societal collapse due to anthropogenic climate change, there exists no consensus about how collapse should be understood. In this article, we critically examine existing definitions and argue that none adequately address the challenges for conceptualizing collapse that climate change presents. We therefore propose an alternative conception, which regards collapse as a reduction of collective capacity resulting in a pervasive and difficult-to-reverse loss of basic functionality. Our conception is dynamic in that it focuses on the (...) interrelations of constituent subsystems. It also distinguishes collapse from transformations needed to address climate change and provides insight into the relationship between collapse and sustainability. [Open access]. (shrink)

This article argues that common intuitions regarding (a) the specialness of ‘use-novel’ data for confirmation and (b) that this specialness implies the ‘no-double-counting rule’, which says that data used in ‘constructing’ (calibrating) a model cannot also play a role in confirming the model’s predictions, are too crude. The intuitions in question are pertinent in all the sciences, but we appeal to a climate science case study to illustrate what is at stake. Our strategy is to analyse the intuitive claims in (...) light of prominent accounts of confirmation of model predictions. We show that on the Bayesian account of confirmation, and also on the standard classical hypothesis-testing account, claims (a) and (b) are not generally true; but for some select cases, it is possible to distinguish data used for calibration from use-novel data, where only the latter confirm. The more specialized classical model-selection methods, on the other hand, uphold a nuanced version of claim (a), but this comes apart from (b), which must be rejected in favour of a more refined account of the relationship between calibration and confirmation. Thus, depending on the framework of confirmation, either the scope or the simplicity of the intuitive position must be revised. (shrink)

Ordinary reasoning about space—we argue—is first and foremost reasoning about things or events located in space. Accordingly, any theory concerned with the construction of a general model of our spatial competence must be grounded on a general account of the sort of entities that may enter into the scope of the theory. Moreover, on the methodological side the emphasis on spatial entities (as opposed to purely geometrical items such as points or regions) calls for a reexamination of the conceptual categories (...) required for this task. Building on material presented in an earlier paper, in this work we offer some examples of what this amounts to, of the difficulties involved, and of the main directions along which spatial theories should be developed so as to combine formal sophistication with some affinity with common sense. (shrink)

Sequel to Part I. In these articles, I describe Cantor’s power-class theorem, as well as a number of logical and philosophical paradoxes that stem from it, many of which were discovered or considered (implicitly or explicitly) in Bertrand Russell’s work. These include Russell’s paradox of the class of all classes not members of themselves, as well as others involving properties, propositions, descriptive senses, class-intensions and equivalence classes of coextensional properties. Part II addresses Russell’s own various attempts to solve these paradoxes, (...) including strategies that he considered and rejected (limitation of size, the zigzag theory, etc.), as well as his own final views whereupon many purported entities that, if reified, lead to these contradictions, must not be genuine entities, but ‘logical fictions’ or ‘logical constructions’ instead. (shrink)

Attempts to evaluate a belief or argument on the basis of its cause or origin are usually condemned as committing the genetic fallacy. However, I sketch a number of cases in which causal or historical factors are logically relevant to evaluating a belief, including an interesting abductive form that reasons from the best explanation for the existence of a belief to its likely truth. Such arguments are also susceptible to refutation by genetic reasoning that may come very close to the (...) standard examples given of supposedly fallacious genetic reasoning. (shrink)

This paper proposes to reconstruct Boaventura de Sousa Santos' conception of "epistemologies of the south" both (a) as a critical theory aiming at denouncing the impoverishment of the epistemic field entailed by the normative imposition of a certain model of knowledge (what we call "the monoculture of reason"), and (b) as a long-term political project of a harmonic coexistence of different epistemologies ("an ecology of knowledges").

This chapter first surveys general issues in the epistemic internalism / externalism debate: what is the distinction, what motivates it, and what arguments can be given on both sides. -/- The second part of the chapter will examine the internalism / externalism debate as regards to the specific case of the epistemology of memory belief.

In this essay I will try to convince you: (1) that the question of God’s relation to time is of practical relevance for every believer (2) that the idea of God being outside time is a philosophically untenable concept which creates major clashes with Christian doctrine and therefore that every Christian should adopt some temporalist view of God To do that, I will present four arguments against the “outside time” view of God. I then briefly treat the question where the (...) idea of God’s timelessness presumably came from and conclude with an outlook on problems that temporalist accounts of God must face. (shrink)

In these articles, I describe Cantor’s power-class theorem, as well as a number of logical and philosophical paradoxes that stem from it, many of which were discovered or considered (implicitly or explicitly) in Bertrand Russell’s work. These include Russell’s paradox of the class of all classes not members of themselves, as well as others involving properties, propositions, descriptive senses, class-intensions, and equivalence classes of coextensional properties. Part I focuses on Cantor’s theorem, its proof, how it can be used to manufacture (...) paradoxes, Frege’s diagnosis of the core difficulty, and several broad categories of strategies for offering solutions to these paradoxes. (shrink)

The paper presents a paradoxical feature of computational systems that suggests that computationalism cannot explain symbol grounding. If the mind is a digital computer, as computationalism claims, then it can be computing either over meaningful symbols or over meaningless symbols. If it is computing over meaningful symbols its functioning presupposes the existence of meaningful symbols in the system, i.e. it implies semantic nativism. If the mind is computing over meaningless symbols, no intentional cognitive processes are available prior to symbol grounding. (...) In this case, no symbol grounding could take place since any grounding presupposes intentional cognitive processes. So, whether computing in the mind is over meaningless or over meaningful symbols, computationalism implies semantic nativism. (shrink)

We propose the beginnings of a general theory of environments, of the parts or regions of space in which organisms live and move. We draw on two sources: on the one hand on recent work on the ontology of space; and on the other hand on work by ecological scientists on concepts such as territory, habitat, and niche. An environment is in first approximation a volume of space; it is a specific habitat, location, or site that is suitable or adequate (...) for given purposes (of foraging, resting, hunting, breeding, nesting, grooming) in the life of an organism or group of organisms. This spatial notion of environment can be drawn closer to biological and ecological science by taking account of the pertinent physical attributes realized within given spatial regions. (shrink)

This paper investigates the view that digital hypercomputing is a good reason for rejection or re-interpretation of the Church-Turing thesis. After suggestion that such re-interpretation is historically problematic and often involves attack on a straw man (the ‘maximality thesis’), it discusses proposals for digital hypercomputing with Zeno-machines , i.e. computing machines that compute an infinite number of computing steps in finite time, thus performing supertasks. It argues that effective computing with Zeno-machines falls into a dilemma: either they are specified such (...) that they do not have output states, or they are specified such that they do have output states, but involve contradiction. Repairs though non-effective methods or special rules for semi-decidable problems are sought, but not found. The paper concludes that hypercomputing supertasks are impossible in the actual world and thus no reason for rejection of the Church-Turing thesis in its traditional interpretation. (shrink)

Abraham J. Malherbe was one of the most influential New Testament scholars of the past half century. He is especially known for his use of Hellenistic moral philosophy in the interpretation of New Testament texts, especially Pauline literature. Whilst the comparative study of New Testament and Greco-Roman material remains a contentious approach in scholarship, Malherbe’s work provides important pointers in how to make such comparisons in a meaningful and reasoned manner, by paying due respect to the integrity of the texts (...) being compared and to the function textual elements have within their own contexts. I discussed the salient features of Malherbe’s approach, focusing in particular on his study of topoi. One of the most significant findings was Malherbe’s emphasis on the dialectical combination of common and individual elements in such topoi, which enabled ancient authors to embed their own texts within the cultural discourse of their time. His approach opens the way to further research of the New Testament within its philosophical context without requiring proof of a genealogical relationship between the texts or authors concerned. (shrink)

Laurie Paul argues that, when it comes to many of your most significant life-changing decisions, the principles of rational choice are silent. That is because, in these cases, you anticipate that one of your choice options would yield a transformative experience. We argue that such decisions are best seen as ones in which you anticipate awareness growth. You do not merely lack knowledge about which possible outcome will arise from a transformative option; you lack knowledge about what are the possible (...) outcomes. We show how principles of rational choice can be extended to cases of anticipated awareness growth. (shrink)

Analytic epistemologists agree that, whatever else is true of epistemic justification, it is distinct from knowledge. However, if recent work by Jonathan Sutton is correct, this view is deeply mistaken, for according to Sutton justification is knowledge. That is, a subject is justified in believing that p iff he knows that p. Sutton further claims that there is no concept of epistemic justification distinct from knowledge. Since knowledge is factive, a consequence of Sutton’s view is that there are no false (...) justified beliefs. <br> Following Sutton, I will begin by outlining kinds of beliefs that do not constitute knowledge but that seem to be justified. I will then be in a position to critically evaluate Sutton’s arguments for his position that justification is knowledge, concluding that he fails to establish his bold thesis. In the course of so doing, I will defend the following rule of assertion: (The JBK-rule) One must: assert p only if one has justification to believe that one knows that p.<br>. (shrink)

Abstract: According to certain dispositional accounts of meaning, an agent's meaning is determined by the dispositions that an idealized version of this agent has in optimal conditions. We argue that such attempts cannot properly fix meaning. For even if there is a way to determine which features of an agent should be idealized without appealing to what the agent means, there is no non-circular way to determine how those features should be idealized. We sketch an alternative dispositional account that avoids (...) this problem, according to which an agent's meaning is determined by the dispositions that an abstract version of this agent has in optimal conditions. (shrink)

This paper discusses certain problems arising within the treatment of the senses of functions in Alonzo Church's Logic of Sense and Denotation. Church understands such senses themselves to be "sense-functions," functions from sense to sense. However, the conditions he lays out under which a sense-function is to be regarded as a sense presenting another function as denotation allow for certain undesirable results given certain unusual or "deviant" sense-functions. Certain absurdities result, e.g., an argument can be found for equating any two (...) senses of the same type. An alternative treatment of the senses of functions is discussed, and is thought to do better justice to Frege's original theory. (shrink)

This is an informal presentation of the theory of niches understood as ecological contexts. The first part sets out the basic conceptual background. The second part outlines the main principles of the theory and addresses the question of how the theory can be extended to aid our thinking in relation to the special types of causal integrity that characterize niches and niched entities.

This paper is an attempt to argue that there existed a very prominent view of signs and signification in late sixteenth- and seventeenth-century Europe which can help us to understand several puzzling aspects of baroque culture. This view, called here "pansemioticism," constituted a fundamental part of the baroque conception of the world. After sketching the content and importance of pansemioticism, I will show how it can help us to understand the (from a modern perspective) rather puzzling concept of the polymath, (...) or polyhistor, which constituted the ideal of the baroque scientist. In this context I will also discuss a seventeenth century phenomenon essentially connected with polyhistorism, namely that of the early modem polyhistorical collections, the Wunderkamnmern. Since such a study needs a clearly determined focal point, we will concentrate on the last three quarters of the seventeenth century and will mainly discuss works by German authors of the time. (shrink)

In this short response to Kerstein and Bognar, we clarify three aspects of the complete lives system, which we propose as a system of allocating scarce medical interventions. We argue that the complete lives system provides meaningful guidance even though it does not provide an algorithm. We also defend the investment modification to the complete lives system, which prioritizes adolescents and older children over younger children; argue that sickest-first allocation remains flawed when scarcity is absolute and ongoing; and argue that (...) Kerstein and Bognar are mistaken to base their allocation principles on differences in personhood. (shrink)

Wall, G. Locke's attack on innate knowledge.--Harris, J. Leibniz and Locke on innate ideas.--Greenlee, D. Locke's idea of idea.--Aspelin, G. Idea and perception in Locke's essay.--Greenlee, D. Idea and object in the essay.--Mathews, H. E. Locke, Malebranche and the representative theory.--Alexander, P. Boyle and Locke on primary and secondary qualities.--Ayers, M. R. The ideas of power and substance in Locke's philosophy.--Allison, H. E. Locke's theory of personal identity.--Kretzmann, N. The main thesis of Locke's semantic theory.--Woozley, A. D. Some remarks on (...) Locke's account of knowledge.--Laudan, L. The nature and sources of Locke's views on hypotheses. (shrink)