State of the art paper on the topic realism/anti-realism. The first part of the paper elucidates the notions of existence and independence of the metaphysical characterization of the realism/anti-realism dispute. The second part of the paper presents a critical taxonomy of the most important positions and doctrines in the contemporary literature on the domains of science and mathematics: scientific realism, scientific anti-realism, constructive empiricism, structural realism, mathematical Platonism, mathematical indispensability, mathematical empiricism, intuitionism, mathematical fictionalism and second philosophy.

This paper aims to answer the question: what does the realism of laws of nature consist of? To achieve this, in the first part, three philosophical accounts of laws of nature are presented and examined: the universalist, the dispositionalist and the counter-factualist. The presentation and examination focuses on the answer given by each of these accounts to the question: what is a law of nature? Later, in the second part, convergences and divergences between these three accounts are shown. Finally, in (...) the third section, the points of agreement between them are put together to advance the fundamental thesis that encompasses each of these accounts as realist accounts of laws of nature. This thesis, I argue, is at the end the core of the general realist stance on laws of nature that I name “Realism of Laws of Nature”. (shrink)

As the intuitions about moral phenomenology shows the metaphysical distinction between mind-dependent and mind-independent properties has set the metaethical distinction between normativity and objectivity in ethics. Traditionally, many arguments were built in order to show that moral realists cannot account, in naturalist vocabulary, for the process of determining moral reference due to the desiderative disposition taken to be necessarily part of the meaning of moral terms. This dissertation assess some anti-realists arguments like is-ought thesis, the argument from queerness, the (...) argument from relativity and the open question argument. In what follows I propose the semantics elaborated by Cornell realism in order to address these arguments, especially the open question argument. However, as Moral Twin Earth test shows us the semantic proposed by Boyd is incomplete. Therefore I also evaluate a second attempt taken by Cornell realists such as Brink and Copp, based on Putnan's notion of referential intentions. (shrink)

Este trabalho tem como objetivo analisar a relação entre os conceitos de percepção-ação e cognição incorporada (CI) no âmbito das críticas desenvolvidas por Varela ao realismo ecológico gibsoniano. No livro The embodied mind, Varela, Thompson e Rosh (1993) elaboram o conceito de enaction, o qual expressa que a percepção consiste em ação guiada através de estruturas cognitivas que emergem dos padrões sensoriomotores na relação corpo-ambiente. Essas estruturas cognitivas não são representadas, mas incorporadas na ação que surge do acoplamento da (...) nossa estrutura corporal com o ambiente. Nesse sentido, apesar da abordagem de Varela et al (1993) em relação à percepção ser anti-representacionista semelhante proposta por Gibson, há divergências entre ambos no que concerne à concepção de percepção direta gibsoniana e à relação de mutualidade organismo-ambiente. Tais concepções envolvem os conceitos de invariantes, os quais segundo Gibson, são propriedades informacionais do ambiente que constituem as affordances, que por sua vez, podem ser caracterizadas como possibilidades de ação que o ambiente proporciona aos organismos. Desse modo, segundo Varela, na concepção gibsoniana, o ambiente independe do organismo, diferentemente do conceito de enaction, para o qual ambiente e organismo estão acoplados, construindo histórias evolutivas. Varela critica a posição gibsoniana devido ao fato de que para ele, Gibson elaborou a teoria da percepção a partir do ambiente, mas não do acoplamento organismo-ambiente. Nesse sentido, a relação de mutualidade entre organismo-ambiente proposta por Gibson para designar o conceito anti-representacionista de percepção direta não é adequado dado que tal conceito prioriza somente um lado relacionado ao do ambiente, deixando pendente a relação que deveria ser de mutualidade ou de acoplamento. Nessa apresentação, procuro argumentar que, ao contrário do que afirma Varela, a CI oferece uma teoria da percepção direta na medida em que focaliza as capacidades sensório-motoras dos organismos na sua relação de mutualidade com o ambiente. Para isso, ressalto as características ontológicas e epistemológicas do conceito de affordance no contexto da teoria ecológica gibsoniana, de forma a mostrar suas implicações para a relação de mutualidade organismo-ambiente no contexto do realismo ecológico proposto por Gibson (1986). (shrink)

Este texto compara duas possibilidades epistêmicas de se construir conhecimento a partir da experiência registrada pelos sentidos: a defendida por Tomás de Aquino e a proposta por David Hume. O objetivo do texto é mostrar em que se separam autores assumidos como tão distanciados um do outro, mas que principiam aparentemente de uma noção cognoscitiva que parte da apreensão dos sentidos. O texto defende, por um lado, que os pressupostos ontológicos de Tomás de Aquino geram um modelo em que a (...) forma migra da matéria para o intelecto. Portanto, em relação ao conhecimento empírico, não há forma no intelecto que não tenha sido retirada da matéria já informada. Por outro lado, o projeto anti-metafísico de David Hume retira de todos os dados coletados pelos sentidos toda e qualquer informação que seja prévia, exigindo, assim, um uso da linguagem em que memória e imaginação se defrontem com dados que não estavam previamente ordenados. O debate ontológico, portanto, é examinado a partir de uma investigação semântica, em que se avalia o uso dos termos linguísticos em vista dos pressupostos epistemológicos de cada sistema filosófico. (shrink)

Nell’ambito della filosofia della scienza, il dibattito tra realismo scientifico e antirealismo scientifico ricopre un ruolo di straordinaria importanza. In questo ambito, le posizioni filosofiche elaborate non sono poche. The Instrument of Science di Darrell P. Rowbottom presenta e difende una nuova variante della celebre posizione nota come strumentalismo, di chiaro orientamento antirealista. Questa nuova proposta viene denominata strumentalismo cognitivo (cognitive instrumentalism). Nello specifico, gli obbiettivi dell’autore sono due: definire in modo preciso lo strumentalismo cognitivo, chiarendone le tesi costituenti, (...) e mostrare che questa visione è almeno tanto plausibile quanto lo sono le più accreditate teorie realiste della scienza. (shrink)

En este texto analizo los principales argumentos y contraargumentos realistas y anti-realistas que se han construido a favor y en contra de la capacidad científica para producir conocimiento objetivo y verdadero del mundo social y natural. Argumento que el lenguaje teórico y el lenguaje observacional con el que los científicos sociales y naturales se refieren a las diversas entidades, fenómenos, propiedades y procesos científicos observables e inobservables están determinados, en la práctica, por sus tradiciones teóricas de investigación; lo que (...) muestra que la metodología científica depende en tal medida de las teorías que es, a lo sumo, un proceder constructivo y no un proceder de descubrimiento. (shrink)

Il presente contributo muove dalle osservazioni sul linguaggio che Nietzsche svolge in Umano, troppo umano, I, § 11, con lo scopo di riflettere sulla posizione anti-realista che Nietzsche sostiene in quell’aforisma e di evidenziare il ruolo che essa svolge nelle sue più tarde considerazioni relative alla cultura occidentale e alla sua antropologia. Come si avrà modo di mostrare, la critica nietzscheana al realismo del senso comune è in linea con alcune epistemologie pragmatiste sorte tra Otto- e Novecento. Questo (...) elemento di “attualità” non mina però l’originalità della riflessione di Nietzsche su quell’argomento. Piuttosto, è possibile sostenere che l’idea che il pensiero filosofico intervenga in una correzione dell’impegno metafisico proprio del senso comune sia lo strumento teoretico che permette a Nietzsche di operare sullo sviluppo della cultura e società europee. (shrink)

Para desarrollar este trabajo, en el primer capítulo caracterizaré con cierta extensión dos de las principales posturas funcionalistas del progreso científico, a saber, la defendida por Thomas S. Kuhn y Larry Laudan, respectivamente. Posteriormente, haré un análisis crítico de estas posturas. En particular, mostraré que un modelo de progreso científico basado en la resolución de problemas no puede pasar por alto explicar cómo es que se genera un problema científico y cómo puede ser medida no sólo la importancia cognitiva de (...) los problemas científicos a resolver; sino la importancia cognitiva que tienen las soluciones a los problemas que enfrenta la ciencia. En el segundo capítulo caracterizaré y analizaré la postura realista metafísica sobre el progreso científico desarrollada por Philip Kitcher. El análisis del modelo de Kitcher es pertinente para el presente estudio debido a que este autor integró muchas de las críticas que se le hicieron a las posturas funcionalistas anteriores a su propuesta. Sin embargo, como sugeriré en la conclusión de ese capítulo, la postura defendida por Kitcher en torno al progreso cognitivo de la ciencia fluctúa entre la defensa de un realismo de corte metafísico (Kitcher 1993 y 1995) y un realismo de corte semántico (Kitcher 2001a, 2001b, 2002 y 2007) que hace difícil entender con precisión y a cabalidad su postura. Con los anteriores elementos, en el tercer capítulo revisaré el debate entre las posturas funcionalistas y las posturas realistas sobre el progreso cognitivo de la ciencia en el marco del llamado Realismo Epistemológico Convergente, con el objetivo de evaluar si otras posturas realistas pueden explicar de mejor manera el progreso cognitivo de la ciencia. Como mostraré, el realismo epistemológico convergente requiere para su defensa de una definición conceptual precisa en relación a lo que debe entenderse por “verdad” – o “aproximación a la verdad” – y su conexión con el éxito científico; así como la relación de referencia entre las entidades y organismos teóricos observables e inobservables que la ciencia postula y el mundo natural. Para analizar estas conexiones, en este capítulo revisaré varios argumentos anti-realistas en contra de la relación cognitiva que los defensores del realismo epistemológico convergente pretenden establecer entre el éxito empírico y la verdad, por un lado, y el éxito empírico y la referencia, por el otro. Posteriormente, analizaré los contra-argumentos realistas más importantes que a mi juicio se han elaborado para defender el realismo epistemológico convergente. Finalmente, mostraré que los contra-argumentos realistas no logran ser lo suficientemente sólidos para evadir con éxito los ataques anti-realistas en torno al progreso cognitivo de la ciencia. El cuarto capítulo de este trabajo lo dedicaré a caracterizar y analizar la postura fundacionista defendida por Alexander Bird. Este autor sostuvo que la ciencia progresa cuando muestra “acumulación de conocimiento justificado”. Para validar su postura, este autor contrastó sus ideas con los conceptos sobre el progreso científico construidos precisamente por Kuhn y Laudan, respectivamente. El objetivo de Bird fue mostrar que el criterio de “resolución de problemas” defendido por estos autores es regresivo y, por ello, anti-intuitivo. En este capítulo analizo los argumentos de Bird, muestro en qué fallan para, finalmente, evaluar su postura a partir de sus propios fundamentos epistemológicos. En el quinto y último capítulo del libro ofreceré algunas conclusiones que pueden ser inferidas del presente estudio. (shrink)

“Structuralism, Fictionalism, and the Applicability of Mathematics in Science”. This article has two objectives. The first one is to review some of the most important questions in the contemporary philosophy of mathematics: What is the nature of mathematical objects? How do we acquire knowledge about these objects? Should mathematical statements be interpreted differently than ordinary ones? And, finally, how can we explain the applicability of mathematics in science? The debate that guides these reflections is the one between mathematical realism and (...) anti-realism. On the other hand, the second objective is to discuss the arguments that use the applicability of mathematics in science to justify mathematical realism, and show that none of them reaches its aim. To this end, we will distinguish three aspects of the problem of the applicability of mathematics: the utility of mathematics in science, the unexpected utility of some mathematical theories, and the apparent indispensability of mathematics in our best scientific theories - in particular, in our best scientific explanations. Finally, I argue that none of these aspects constitutes a reason to adopt mathematical realism. (shrink)

Estamos cansados das utopias. Estamos cansados das utopias literárias e dos devaneios sobre a Cidade ideal: as utopias em ação que foram os totalitarismos do século XX nos nausearam. Os horrores reais de uns nos impedem de sonhar com os outros. Nossas antigas utopias De Platão a Thomas More, de Étienne Cabet a Fourier, as utopias falavam da rejeição do presente e do real: “Existe o mal na comunidade dos homens”. Mas não lhe contrapunham o futuro nem o possível; elas (...) descreviam um impossível desejável: “Seria bom viver lá!”. Não eram programas políticos planejando meios de atingir um objetivo racional. Contentavam-se em querer o melhor. E mais valia o Bem nunca obtido a um Mal menor amanhã. As utopias eram revolucionárias, mas em palavras: “Os homens vivem assim, sempre viveram assim, deveriam viver de outra forma”. Todas as utopias comunistas do século XIX foram assim. Quando se tratava de arregaçar as mangas, havia um esforço para criar à distância, e durante um certo período, uma pequena comunidade real mais ou menos em conformidade com o sonho. Os utopistas eram revolucionários quando não eram realistas, e quando eram realistas não eram revolucionários. Nunca visaram a eliminar o Mal para sempre e derrubar as comunidades políticas existentes para instaurar o Bem. Por exemplo, Étienne Cabet, com seu comunismo cristão, imaginou a cidade ideal de Icária e tentou fundar uma colônia icariana em New Orleans, em 1847. Charles Fourier, com seu falanstério, estava em busca de uma harmonia universal que se formaria livremente por afeição de seus membros. O mais realista de todos, Saint-Simon, descreveu uma sociedade fraterna, cujos membros mais competentes (industriais, cientistas, artistas, intelectuais, engenheiros) tinham a tarefa de administrar a França da forma mais econômica possível, a fim de torná-la um país próspero, onde reinariam o interesse geral e o bem comum, a liberdade, a igualdade e a paz; a sociedade seria uma grande fábrica. Mas o sonho de uma associação entre industriais e operários baseada na fraternidade, na estima e na confiança desfez-se na realidade das grandes empresas capitalistas dos saint-simonianos, no Canal de Suez e nos caminhos de ferro franceses. No fundo, aconteceu o mesmo com os teóricos do "comunismo científico" no século XIX, Karl Marx e Friedrich Engels. Eles, é claro, eram autenticamente revolucionários e profundamente realistas, pois fundamentaram seu projeto político em uma análise do funcionamento econômico e histórico do capitalismo, mas a ideia comunista e a abolição da propriedade privada permaneceram em estado de esboço nas obras dos autores do Manifesto, um ideal abstrato e, por assim dizer, vazio, ou, em todo caso, tão utópico quanto nos teóricos franceses. Nos Manuscritos de 1844, a ideia comunista é pura especulação conceitual em torno da "apropriação real da essência humana pelo homem e para o homem" ou "a verdadeira solução da luta entre existência e essência, entre objetivação e afirmação de si mesmo, entre liberdade e necessidade". Em A ideologia alemã, é uma expressão puramente verbal para designar "o movimento real que abole a ordem estabelecida". Em Engels, é "o ensinamento das condições da libertação do proletariado" (Princípios do comunismo). E uma ideia até mais vaga e abstrata nos marxistas do que nos utopistas, pois é dissociada de qualquer tentativa de fundamentação conceitual e qualquer análise concreta dos meios de sua realização. E ainda como um sonho de Cidade ideal, em que "cada um recebe conforme suas necessidades", como circulava entre os utopistas franceses do comunismo no século XIX. Ao contrário de suas predecessoras, as utopias em ação dos totalitarismos do século XX situam-se no cruzamento de um ideal revolucionário ("partir ao meio a História do mundo", segundo Nietzsche em Ecce homo, depois retomado pelos maoístas) e um programa realista de transformação política radical. Enquanto as utopias de Platão a Engels evitavam os meios de se atingir o ideal para preservar sua perfeição, as utopias em ação fazem o inverso: retardam indefinidamente a realização do ideal para empregar da melhor forma os meios capazes de realizá-lo. Não é mais uma questão de sonhar com o Bem, mas de lutar indefinidamente contra o Mal. E, desde a República de Platão,5 o Mal na comunidade política tem duas faces: ou é Impuro ou Desigual. Portanto, a Cidade deve ser: ou uma comunidade de iguais, cuja unidade perfeita é garantida pelo fato de que tudo é comum entre eles; ou uma comunidade pura, cuja unidade perfeita é garantida pelo fato de que todos têm a mesma origem. Define-se ou pelo comum das posses (nada deve pertencer a ninguém, mas a todos) ou pela identidade dos seres (ninguém deve ser estrangeiro): o comum que temos (ou deveríamos ter) ou aquilo que somos (ou deveríamos ser). Naturalmente, nessa união de idealismo revolucionário e realismo programático, o Bem absoluto, o Puro, o Comum, é uma idealidade fora de alcance: o combate mortal contra o Mal torna-se a obsessão dos regimes de terror. O Puro deve começar excluindo. Mas nunca chega a excluir por completo, porque o já purificado nunca é suficientemente puro. A ponto de a ideia se transformar em um delírio infinito de rechaçar e depois expulsar, a fim de exterminar. Os judeus e os ciganos, que encarnavam o micróbio maléfico que ameaça a pureza da raça e do sangue ariano, tinham de ser caçados até nos mais ínfimos recantos do território sob domínio nazista e eliminados como pulgas. O Comum e o comunismo também estão fora de alcance. Começa-se expropriando. Mas ainda há a propriedade e o privado. E, portanto, nunca se chega a expropriar, despossuir, comunizar por completo. As lutas contra as classes (supostamente) proprietárias ou avessas à coletivização, os pequenos proprietários de terra, geram deportações em massa (deskulakização) ou organização sistemática de grandes fomes (Holodomor). Por isso, apesar da formidável esperança de emancipação que o ideal comunista representou durante quase um século para as classes ou povos explorados do mundo inteiro, ele se despedaçou no século XX contra o muro do "socialismo real". Nos antípodas do comunismo imaginado, ao qual se supunha que conduziria infalivelmente, o ideal comunista se transformou em uma máquina tirânica, burocrática e totalitária. A sociedade sem Estado sugerida por Engels na obra Anti- Dühring6 tornou-se seu contrário, uma ditadura do Estado contra a sociedade. O terrível fracasso dessa utopia em ação destruiu os sonhos de libertação coletiva — enquanto "a exploração do homem pelo homem" continua indo muito bem. Infelizmente, não se pode dizer o mesmo das utopias revolucionárias em nome do Puro. Enquanto o ideal comunista quase desapareceu dos programas políticos, a ideologia purista do sangue e da raça, a ilusão da origem comum (seja biológica ou religiosa) e, portanto, o ódio destruidor do estrangeiro continuam a alimentar as utopias coletivas e seus massacres em série: genocídio ruandês contra os tutsis, depuração étnica dos muçulmanos na ex-lugoslávia (em particular na Bósnia), limpeza étnica de cristãos, turcomanos xiitas e no autoproclamado "Estado islâmico" etc. O fim das utopias? Felizmente, parece que somos poupados de tudo isso em nossas "democracias ocidentais", após setenta anos de paz sob as asas da Europa, algumas décadas de relativa prosperidade econômica e tranquilidade política sob a frágil proteção de nossos sistemas representativos. Não acreditamos mais na salvação comum. Nem na salvação nem no comum. Há três razões para isso, todas as três interligadas: o fim do político, a desconfiança em relação ao Bem, o reino dos direitos individuais. As utopias políticas conduziram ao desastre. Não conseguem mais nos fazer sonhar com o futuro como faziam no passado, porque estamos absorvidos por nosso hoje e por nós mesmos. A política parece ter derrotado o político. A política são estratégias coletivas ou táticas individuais, é o império dos "eles" ou o reino dos "eus". O político é a afirmação da existência de um "nós" ("nós, o povo"), além das comunidades de famílias ou amigos, das comunidades regionais ou religiosas, além das identidades de gênero ou origem, e aquém da comunidade humana em geral. As peripécias usuais dos governos representativos sufocaram o sentimento de pertencimento coletivo e a aspiração a um destino comum, que ressurgem apenas quando uma emoção violenta abala o corpo social, quando existe uma ameaça extremista ou ocorre um atentado terrorista. Em situações normais, porém, os acasos da conquista ou do exercício do poder escondem o político, isto é, as condições de unidade da comunidade. Não acreditamos mais no Bem. Não sonhamos mais com uma Cidade bondosa, finalmente livre do Mal. Aspiramos simplesmente a uma sociedade — ou um mundo — menos má. Prova dessas aspirações são as manifestações que mobilizam a juventude dos países ocidentais ou sublevam os povos do planeta de vez em quando. Movimentos altermundialistas contra o capitalismo financeiro, Fórum Social Mundial (Porto Alegre), Occupy Wall Street, Indignados, Nuit Debout etc. Movimentos a favor da democracia nos países da Europa do Sul nos anos 1970, na América Latina e, em outros continentes, lutas de emancipação na praça da Paz Celestial (Pequim), na praça Tahrir (no Cairo), na praça Taksim (Istambul), de Sidi Bouzid (Tunísia), revolução dos guarda-chuvas (Hong Kong) etc. Apesar da diversidade de contextos e objetivos, em todas essas revoltas há uma constante que as distingue das utopias revolucionárias passadas: as pessoas se revoltam contra alguma coisa, elas não se mobilizam por alguma coisa. Sabemos o que elas rejeitam (injustiça, miséria, corrupção, humilhação, arbitrariedade, segregação e repressão), mas desconhecemos a que aspiram. Ou melhor, é como se tudo que desejassem fosse justamente um "menos" — menos injustiça, menos miséria, menos arbitrariedade, menos corrupção, menos segregação, menos repressão etc. —, ou o menos possível, mas nunca o impossível de um horizonte coletivo. Os que almejam em todo o mundo derrubar um poder tirânico ainda sonham com essa nossa "democracia" que não nos encanta mais, porque acreditamos que as liberdades fundamentais em que ela consiste são para sempre e ela se resume a votarmos esporadicamente em políticas que não nos satisfarão. Pois quando não há mais nada contra o que se revoltar, restam apenas motivos para reivindicar. Contudo, ninguém mais sonha com uma Cidade perfeita: nem os que protestam contra sua miséria e servidão nem os que lutam por condições de vida decentes e pela satisfação de seus interesses. Não há mais utopia política. Foi assim que se instalou entre nós o reino dos direitos individuais. Pois não desejamos mais um Estado ideal que nos una e nos faça um nós, um nós inédito, um nós que seja um nós mesmos: esperamos somente que esse Estado nos deixe em paz, cada um por si, e nos permita realizar as aspirações individuais a que acreditamos ter direito. O sonho de emancipação coletiva se estilhaçou em uma multiplicidade dispersa de desejos. Podemos indicar a data recente em que esse "nós" considerado poderoso demais começou a se encolher em "eus" triunfantes. Quando esses "eus" ainda usavam a máscara do antigo "nós" para se legitimar. No último terço do século XX, as reivindicações individualistas ainda tinham uma coloração revolucionária; as pessoas não sonhavam mais com a libertação de uma classe ou de um povo, mas ainda sonhavam com uma libertação política: a dos desejos individuais. O ideal proletário adquiriu um matiz libertário: foram os movimentos de "Maio de 68". O conceito de revolução recuava na história social e progredia nos costumes. Nesses movimentos dos países capitalistas ocidentais, as pessoas acreditavam, apoiavam, afirmavam em textos e discursos que tudo na vida de cada um era político por natureza, para além da própria política. O amor era político: elas acreditavam que as relações entre homens e mulheres, os sentimentos, a sexualidade eram determinados pela existência social — logo eram políticos. A arte também era política: a arte falsa era a arte reacionária, a música tonal, a pintura figurativa, o romance ou o cinema narrativos etc. A "verdadeira arte" era a das vanguardas, revolucionária na forma e messiânica no conteúdo. A moral, por sua vez, era política de um extremo a outro. Ou então era oca, ridícula. (Isso foi antes de tudo virar ética.) Este era o programa: libertação coletiva das aspirações individuais, "viver sem tempo morto e gozar sem obstáculos". Desde o início do século XXI, não existe mais utopia política. Nem sonhos de libertação social; ela se despedaçou contra o muro da realidade totalitária: de suas esperanças restam apenas algumas conquistas, cada vez mais frágeis, do Estado providência. Nem sonhos de realização libertária; eles se chocaram contra o fim das ilusões e o retorno do conservadorismo. Dos primeiros e dos segundos sobrou apenas o império dos direitos. A era do indivíduo não precisa mais se abrigar sob a ideologia da libertação: o vocabulário liberal dos direitos subjetivos é suficiente. De fato, os direitos individuais, na esteira e conforme o modelo muitas vezes infiel dos "direitos humanos", tornaram-se nosso único ideal, depois que perdemos a fé no Ideal. Pois a ideia de "direitos humanos" é a dupla negação de toda utopia política: porque se trata de "direitos" e porque se trata de "humanos". Cópia de: FRANCIS WOLFF. Três Utopias Contemporâneas. São Paulo: Unesp, 2018. (shrink)

A través de su historia, la práctica de la medicina ha estado imbuida de diversas concepciones sobre la naturaleza humana, así como sobre los elementos, estados o procesos (tanto internos como externos) que dan origen a la enfermedad y aquellos que propician la salud. Si se consideran seriamente, tales concepciones se pronuncian sobre cuestiones ontológicas y metafísicas. En la medida en que sean dignas de crédito, sus pronunciamientos ontológicos y metafísicos resultan relevantes para múltiples facetas de la práctica médica, como (...) el diagnóstico, el tratamiento, la investigación, la prevención y el control de enfermedades, pero también para el cuidado y la promoción de la salud. En este capítulo se exploran cuestiones metafísicas generales en torno a la concepción de la práctica médica más influyente en el mundo actual: la biomedicina. Sostengo que, a pesar de que el asombroso éxito de las ciencias biomédicas nos ofrece razones para creer en la verdad (aproximada) de las representaciones que toman como base, esa confianza no debería estar asociada selectivamente a pronunciamientos específicos sobre qué cosas existen y cómo se conectan; además, nuestro grado de convicción en los resultados de la investigación biomédica debería estar calibrado al tomar en cuenta vulnerabilidades ampliamente reconocidas de este ámbito de indagación. Comienzo caracterizando la biomedicina como la aplicación de los resultados de la investigación científica a la práctica médica. Examino razones generales para creer en la verdad de las representaciones con las que opera este modelo de la práctica médica, recapitulando de manera panorámica el debate en torno al realismo científico. Luego consideraro aspectos relevantes para este debate que conciernen específicamente a las ciencias biomédicas, así como algunas consecuencias para el ámbito de la biomedicina que se desprenden de adoptar varias posiciones en torno al realismo científico. Concluyo ofreciendo una defensa del realismo carte blanche como la posición más sensata que puede adoptarse en este ámbito. (shrink)

El Realismo Científico Estándar sostiene el enfoque metafísico de que el mundo es como es independiente de la mente. Sin embargo, el presente artículo demuestra cómo esta postura es incompatible con todas las teorías no-eliminativistas sobre la mente, lo cual hace que la postura sea inconsistente, incompatible con la ciencia, elimina la consciencia, la intencionalidad, la causación mental y la ética. Se propone una tesis realista alternativa que conserva la idea de que el mundo en general es de la (...) forma que es, independiente de lo que pensemos sobre él, compatible con la mente como parte real del mundo. Este cambio restaura la posibilidad de consistencia, la mente, la consciencia, la intencionalidad, la ciencia y la ética. -/- Standard Scientific Realism holds the metaphysical view that the world is the way it is independent of the mind. However, this paper demonstrates how this view is incompatible with all non-eliminativist theories of mind, leading it to be inconsistent, incompatible with science, and eliminating consciousness, intentionality, mental causation and ethics. An alternative realist thesis is proposed which preserves the idea that generally the world is the way it is independent of what we think of it, compatible with mind as a real part of the world. This reform restores the possibility of consistency, mind, consciousness, intentionality, science and ethics, while at the same time preserving the theoretical advantages over non-realist competitors. (shrink)

Call ‘radical moral theorizing’ the project of developing a moral theory that not only tries to conform to our existing moral judgments, but also manifests various theoretical virtues: consistency, simplicity, explanatory depth, and so on. Many moral philosophers assume that radical moral theorizing does not require any particular metaethical commitments. In this paper, I argue against this assumption. The most natural justification for radical moral theorizing presupposes moral realism, broadly construed; in contrast, there may be no justification for radical moral (...) theorizing if moral anti-realism is true. (shrink)

Este trabajo presenta y analiza dos posturas acerca de las representaciones y clasificaciones científicas que Ian Hacking en ¿La construcción social de qué? denomina realismo o estructurismo inherente y nominalismo. La primera sostiene que las divisiones del conocimiento científico expresan o reflejan divisiones estructurales de la realidad a la que se refieren, en tanto que la segunda considera que toda división o estructura atribuida por la ciencia a la realidad se encuentra sólo en las representaciones mismas. Se sostiene que (...) tal criterio clasificatorio resulta pertinente y fructífero para las discusiones actuales acerca de la naturaleza del conocimiento científico, que pone de relieve diversas cuestiones profundas e intensamente debatidas a lo largo de la historia de la filosofía, y que el empleo del término “nominalismo” –a pesar de su polisemia y de ser poco utilizado actualmente en la filosofía de la cienciaes acertado por cuanto la discusión es en gran medida semántica, ya que se basa en dos concepciones contrapuestas acerca de la naturaleza del lenguaje humano. (shrink)

Our investigation on Hilary Putnam’s internal realist perspective(internalism) traces parallels and identifies differences between Putnam’s ideasand their antipodes: metaphysical realist (externalism) and radical relativist. Ourresearch has focused upon the contemporary debate in which it is inserted, par-ticularly, upon the challenge that radical relativism to impose on contemporaryepistemology. Such challenge will not be surmounted through classical project tofind absolute certainties. The history of science to point out that theories are notnets that to catch the reality as it is in itself. But (...) this do not to imply that our viewof knowledge are only determined for contingent aspects. In this scenery are hard enterprise but it is worthy-while to take into account efforts of philosophersas Putnam to propose a via media. (shrink)

Según el realismo científico, el propósito de la ciencia es descubrir la verdad acerca de los aspectos observables e inobservables de la realidad objetiva e independiente de la mente, en la cual habitamos. Putnam y otros han objetado que tal posición realista metafísica presupone un punto de vista del Ojo de Dios, del cual no puede establecerse ningún sentido coherente. En este artículo defenderé dos posiciones: primera, que el realismo científico no requiere la adopción de un punto de (...) vista del Ojo de Dios; en lugar de esto, plantearé que el realismo científico es una hipótesis acerca de la relación entre la teoría científica y la realidad que puede ser propuesta desde nuestra propia perspectiva humana. Segunda, incluso si el realismo científico requiriera un punto de vista del Ojo de Dios, no necesariamente estaría en detrimento del realismo, pues es posible desarrollar una perspectiva externa inteligible acerca de las relaciones epistémicas humanas que se entretejen con nuestra realidad circundante. (shrink)

Este artículo pretende mostrar que, a través de la obra de Lovecraft, es posible ilustrar una forma de realismo estructural óntico (REO). Se postula que la literatura de Lovecraft permite ejemplificar una ontología orientada hacia las relaciones (entre entidades), y no a las entidades mismas. Además, puesto que en esta forma de REO las entidades se definirían por sus relaciones, se concluye que estas deberían ser abstractas, habilitadas para contar con todas las características que extrínsecamente les sean asignadas en (...) una actualización determinada de la estructura que las alberga. (shrink)

El Realismo Crítico Auténtico (RCA) sostenido por Uskali Mäki se distingue del Realismo Crítico de Lawson. En el marco del Realismo Mínimo se explicitará qué es el RCA y se presentará el Realismo Posible de los modelos económicos en su versión MISS. Se diferenciará el Realismo Mínimo del Realismo Científico Standard. Se desarrollarán las dificultades en torno al RCA.

Anti-exceptionalism about logic is the thesis that logic is not special. In this paper, I consider, and reject, a challenge to this thesis. According to this challenge, there are basic logical principles, and part of what makes such principles basic is that they are epistemically exceptional. Thus, according to this challenge, the existence of basic logical principles provides reason to reject anti-exceptionalism about logic. I argue that this challenge fails, and that the exceptionalist positions motivated by it are (...) thus unfounded. I make this case by disambiguating two senses of ‘basic’ and showing that, once this disambiguation is taken into account, the best reason we have for thinking that there are basic principles actually implies that those principles do not require a special epistemology. Consequently, the existence of basic logical principles provides reason to accept, rather than reject, anti-exceptionalism concerning the epistemology of logic. I conclude by explaining how an abductivist, anti-exceptionalist approach to the epistemology of logic can accommodate the notion of basic logical principles. (shrink)

En los orı́genes de la ciencia moderna, es posible rastrear los tres elementos del realismo cientı́fico: el realismo metafı́sico, la teorı́a de la verdad como correspondencia y la tesis verificacionista. Galileo Galilei fue el fundador de la nueva ciencia y se opuso, a lo largo de su obra, sistemáticamente a un claro instrumentalismo cientı́fico que imperaba en su época. Su concepción de la naturaleza y de sus leyes escritas en forma matemática arrojan ideas de naturaleza filosófica que merecen (...) aún ser examinadas y discutidas. (shrink)

El carácter fundamentalmente probabilista de la teoría cuántica cuestionó el realismo como filosofía básica de la ciencia, si bien ciertas interpretaciones instrumentalistas podrían no amenazar por sí solas la existencia de un mundo exterior e independiente de nuestra conciencia. La falta de un valor definido para tales magnitudes antes de la medición alentó la suposición de que tales valores “no existen” antes de la medida. Una reinterpretación de nuestras ideas sobre las magnitudes físicas, considerándolas formalmente representadas por conjuntos de (...) valores en lugar de valores numéricos concretos, ayudaría a disipar toda sombra de irrealidad física. (shrink)

En este trabajo, nos proponemos redefinir las posturas que toman parte en el debate entre realismo y antirrealismo científicos, dejando de concebirlas únicamente como doctrinas o teorías que describen cómo es el mundo. En cambio, acorde al camino iniciado por van Fraassen en The empirical stance, optamos por definirlas como stances: políticas, estrategias o perspectivas a partir de las cuales construimos creencias fácticas. Así, en primera instancia nos dedicamos a entender qué es una stance y cómo caracterizar esta noción. (...) En segundo lugar, exploramos metodologías y enfoques para tratar el realismo y el antirrealismo como stances, y, en esta clave, definirlos adecuadamente. Por último, examinamos el impacto de esta propuesta en la explicación de los acuerdos y desacuerdos en el debate, evaluando los grados de afinidad o distancia en las perspectivas en juego. (shrink)

This paper begins by applying a version of Timothy Williamson’s anti-luminosity argument to normative properties. This argument suggests that there must be at least some unknowable normative facts in normative Sorites sequences, or otherwise we get a contradiction given certain plausible assumptions concerning safety requirements on knowledge and our doxastic dispositions. This paper then focuses on the question of how the defenders of different forms of metaethical anti-realism (namely, error theorists, subjectivists, relativists, contextualists, expressivists, response dependence theorists, and (...) constructivists) could respond to the explanatory challenge created by the previous argument. It argues that, with two exceptions, the metaethical anti-realists need not challenge the argument itself, but rather they can find ways to explain how the unknowable normative facts can obtain. These explanations are based on the idea that our own attitudes on which the normative facts are grounded need not be transparent to us either. Reaching this conclusion also illuminates how metaethical anti-realists can make sense of instances of normative vagueness more generally. (shrink)

Intellectual history still quite commonly distinguishes between the episode we know as the Scientific Revolution, and its successor era, the Enlightenment, in terms of the calculatory and quantifying zeal of the former—the age of mechanics—and the rather scientifically lackadaisical mood of the latter, more concerned with freedom, public space and aesthetics. It is possible to challenge this distinction in a variety of ways, but the approach I examine here, in which the focus on an emerging scientific field or cluster of (...) disciplines—the ‘life sciences’, particularly natural history, medicine, and physiology —is, not Romantically anti-scientific, but resolutely anti-mathematical. Diderot bluntly states, in his Thoughts on the interpretation of nature, that “We are on the verge of a great revolution in the sciences. Given the taste people seem to have for morals, belles-lettres, the history of nature and experimental physics, I dare say that before a hundred years, there will not be more than three great geometricians remaining in Europe. The science will stop short where the Bernoullis, the Eulers, the Maupertuis, the Clairauts, the Fontaines and the D’Alemberts will have left it.... We will not go beyond.” Similarly, Buffon in the first discourse of his Histoire naturelle speaks of the “over-reliance on mathematical sciences,” given that mathematical truths are merely “definitional” and “demonstrative,” and thereby “abstract, intellectual and arbitrary.” Earlier in the Thoughts, Diderot judges “the thing of the mathematician” to have “as little existence in nature as that of the gambler.” Significantly, this attitude—taken by great scientists who also translated Newton or wrote careful papers on probability theory, as well as by others such as Mandeville—participates in the effort to conceptualize what we might call a new ontology for the emerging life sciences, very different from both the ‘iatromechanism’ and the ‘animism’ of earlier generations, which either failed to account for specifically living, goal-directed features of organisms, or accounted for them in supernaturalistic terms by appealing to an ‘anima’ as explanatory principle. Anti-mathematicism here is then a key component of a naturalistic, open-ended project to give a successful reductionist model of explanation in ‘natural history’, a model which is no more vitalist than it is materialist—but which is fairly far removed from early modern mechanism. (shrink)

La cuestión de la creación artística ha sido motivo de reflexiones desde hace siglos: si es un fin en sí misma o si es medio de lograr otros fines, políticos e ideológicos. El presente trabajo se encamina a estudiar cuáles son las ideas al respecto planteadas en el marxismo y cuál ha sido el origen teórico del realismo socialista, considerado como un añadido posterior, ajeno a las concepciones de Marx.

Anti‐exceptionalism about logic is the view that logic is not special; it is just like empirical sci‐ ence in many respects. In particular, it is thought that an anti‐exceptionalist must also hold that logical theories are completely a posteriori. However, it is not clear what it means to say that logical theories are a posteriori, for the a priori/a posteriori divide has been explored from different perspectives in contemporary philosophy. The central claim of this paper is to argue (...) that logical anti‐exceptionalism is quite compatible with the a priori, if the a priori/a posteriori divide is understood in the lines recently developed by Tuomas Tahko. The con‐ ception advanced by Tahko is characterized by an interplay between a priori and a posteriori knowledge, generating a bootstrapping relation in which one kind of knowledge constantly substantiates the other. We further present some of the advantages of the bootstrapping approach over the current epistemology associated with anti‐exceptionalism. (shrink)

In ordinary language, in the medical sciences, and in the overlap between them, we frequently make claims which imply that we might have had different gametic origins from the ones we actually have. Such statements seem intuitively true and coherent. But they counterfactually ascribe different DNA to their referents and therefore contradict material-origin essentialism, which Kripke and his followers argue is intuitively obvious. In this paper I argue, using examples from ordinary language and from philosophy of medicine and bioethics, that (...) statements which attribute alternative material origins to their referents are useful, common in political and medical reasoning, and in many cases best interpreted literally. So we must replace the doctrine of material-origin essentialism with one that can make sense of ordinary discourse and the language of the medical sciences. I propose an anti-essentialist account of such counterfactuals according to which individuals’ modal properties are relative to a given inquiry. (shrink)

In contemporary philosophy of science, the no-miracles argument and the pessimistic induction are regarded as the strongest arguments for and against scientific realism, respectively. In this paper, I construct a new argument for scientific realism which I call the anti-induction for scientific realism. It holds that, since past theories were false, present theories are true. I provide an example from the history of science to show that anti-inductions sometimes work in science. The anti-induction for scientific realism has (...) several advantages over the no-miracles argument as a positive argument for scientific realism. (shrink)

There is a tension in our theorizing about laws of nature: our practice of using and reasoning with laws of nature suggests that laws are universal generalizations, but if laws are universal generalizations then we face the problem of explanatory circularity. In this paper I elucidate this tension and show how it motivates a view of laws that I call Minimal Anti-Humeanism. This view says that the laws are the universal generalizations that are not grounded in their instances. I (...) argue that this view has a variety of advantages that could make it attractive to people with both Humean and anti-Humean inclinations. (shrink)

El presente trabajo intenta profundizar en la noción de mecanismo en el Realismo Crítico de Tony Lawson. Penetraremos en la naturaleza de los mecanismos en este autor. Señalaremos su importancia para conocer el reino social, transformarlo y reorientar la economía. Mostraremos algunas dificultades presentes en la propuesta de Lawson en torno a esta noción: acerca de la viabilidad de una teoría económica para los sistemas abiertos; sobre el valor explicativo de los transfácticos y las posibilidades de conocer los mecanismos.

That believing truly as a matter of luck does not generally constitute knowing has become epistemic commonplace. Accounts of knowledge incorporating this anti-luck idea frequently rely on one or another of a safety or sensitivity condition. Sensitivity-based accounts of knowledge have a well-known problem with necessary truths, to wit, that any believed necessary truth trivially counts as knowledge on such accounts. In this paper, we argue that safety-based accounts similarly trivialize knowledge of necessary truths and that two ways of (...) responding to this problem for safety, issuing from work by Williamson and Pritchard, are of dubious success. (shrink)

The aim of this paper is to show that the nascent field of ethics of collegiality may considerably benefit from a symbiosis with virtue and vice epistemology. We start by bringing the epistemic virtue and vice perspective to the table by showing that competence, deemed as an essential characteristic of a good colleague (Betzler & Löschke 2021), should be construed broadly to encompass epistemic competence. By endorsing the anti-individualistic stance in epistemology as well as context-specificity of epistemic traits, we (...) show how the individual vice of a colleague can have a positive epistemic outcome for the team while individual virtue can be damaging if all team members share it, thereby contributing to the negative epistemic outcome. We argue that the evaluation and analysis of collegial relationships should be done through one’s contribution to the team dynamics: without this collectivist perspective, the ethics of collegiality cannot aspire to become encompassing normative theory. (shrink)

This paper explores anti-natalism and attitudes towards environmental preservation. Anti-natalisms of a certain kind, what I call “compassion-based anti-natalisms”, adhere to the principle of minimising suffering, and this goes hand-in-hand with the common belief that protecting the environment from destruction is the right thing to do. However, I argue that environmental preservation is, in fact, antithetical to the anti-natalist’s aims. This is because environmental preservation is, as I argue, primarily for future generations and has, therefore, pro-natalist (...) attachments: environmental preservation promotes and enables future generations. As a result, environmental preservation conflicts with three of the anti-natalist’s fundamental values: the goal of extinction, an overall reduction in suffering, and adherence to a duty of non-procreation. Because of this, I discuss two possible attitudes the anti-natalist might take towards environmental preservation: Destruction and Apathy. Destruction involves the active degradation and destruction of the environment to bring about extinction as soon as possible. Apathy is to be “hands-off” towards preservation and degrade the environment more slowly. I state that Apathy is the most suitable attitude for the anti-natalist to take towards the environment because it ascertains a sensible balance within the anti-natalist’s values and does not introduce new, morally objectionable outcomes. Finally, I discuss some practical limitations to Apathy and how the anti-natalist might best act in the context of the real world. I conclude that anti-natalists might have to compromise on their values and, paradoxically, support environmental preservation. (shrink)

Anti-exceptionalism about logic is the doctrine that logic does not require its own epistemology, for its methods are continuous with those of science. Although most recently urged by Williamson, the idea goes back at least to Lakatos, who wanted to adapt Popper's falsicationism and extend it not only to mathematics but to logic as well. But one needs to be careful here to distinguish the empirical from the a posteriori. Lakatos coined the term 'quasi-empirical' `for the counterinstances to putative (...) mathematical and logical theses. Mathematics and logic may both be a posteriori, but it does not follow that they are empirical. Indeed, as Williamson has demonstrated, what counts as empirical knowledge, and the role of experience in acquiring knowledge, are both unclear. Moreover, knowledge, even of necessary truths, is fallible. Nonetheless, logical consequence holds in virtue of the meaning of the logical terms, just as consequence in general holds in virtue of the meanings of the concepts involved; and so logic is both analytic and necessary. In this respect, it is exceptional. But its methodologyand its epistemology are the same as those of mathematics and science in being fallibilist, and counterexamples to seemingly analytic truths are as likely as those in any scientic endeavour. What is needed is a new account of the evidential basis of knowledge, one which is, perhaps surprisingly, found in Aristotle. (shrink)

This paper aims to analyse the notion of familiarity in Dewey’s pragmatism in order to show its important role as a tool for human beings to interpret the reality, manage it, and act within it. Starting from an examination of Deweyan transactional realism, the discourse focuses on familiarity and its related terms (such as “familiar,”“to familiarize,”but also opposites such as “unknown” or “strange”) in Dewey’s thought, to finally come to highlight its fundamental hermeneutic role. This might be useful to account (...) for a subject of Deweyan thought not so deeply highlighted by scholarship and, at the same time, to show pragmatism’s closeness to hermeneutics regarding the relation between the human being and the real. -/- Questo articolo si prefigge di analizzare la nozione di familiarità nel pragmatismo di John Dewey, per mostrare come essa sia uno strumento importante a disposizione degli esseri umani per interpretare il reale, orientarsi ed agire in esso. Partendo da un esame del realismo transazionale deweyano, il discorso passa a delineare il ruolo della familiarità ed affini (termini come “familiare”, “familiarizzare” ma anche gli opposti “estraneo”, “ignoto” ecc.) nel filosofo americano fino ad evidenziarne il fondamentale ruolo ermeneutico. In tal modo, è fornito un resoconto su un aspetto del pensiero deweyano non adeguatamente messo in luce dalla ricerca e nello stesso tempo si individua un importante punto di contatto tra pragmatismo ed ermeneutica intorno alla questione del rapporto dell’essere umano con il reale. (shrink)

El artículo es un comentario crítico a“Realismo, esencialismo yextensionalismo”, del profesor IgnacioÁvila. En particular, se contestan lascríticas que el profesor Ávila hace a lametafísica esencialista, argumentando,principalmente, que esta metafísica escompatible con el fenómeno de larelatividad conceptual.This paper is a critical commentary to“Realism, Essentialism and Extensionalism”, by professor Ignacio Ávila. In particular, professor Ávila’s criticisms to an essentialist metaphysics are answered,arguing, mainly, that this metaphysicsis compatible with the phenom-enon of conceptual relativity.

I propose a systematic survey of the various attitudes proponents of enaction (or enactivism) entertained or are entertaining towards representationalism and towards the use of the concept “mental representation” in cognitive science. For the sake of clarity, a set of distinctions between different varieties of representationalism and anti-representationalism are presented. I also recapitulate and discuss some anti-representationalist trends and strategies one can find the enactive literature, before focusing on some possible limitations of eliminativist versions of enactive anti-representationalism. (...) These limitations are here taken as opportunities for reflecting on the fate of enactivism in its relations with representationalism and anti-representationalism. (shrink)

Metamorphosis as it is represented by some pre-historical artists seems problematic for our occidental point of view. In fact, it seems to be strongly against identity and law of non-contradiction. Becoming in general is also viewed as an error or exception by our classic point of view. This very claim can conduct to theories of non-classical logic. Deleuze and Guattari in their monumental work had tried to offer enormous contributions in order to comprehend the becoming phenomenon. Through a pre-historical representations (...) analysis, with also an intrusion in contemporary art's field, I want to confront with possible metamorphosis representations remain theoretically founded in the deleuzian proposal in dialogue with phenomenological inquiry. New principle of individuation and analysis of expression provide new looks to arisen problems with classical logic and metamorphosis representations, which will be acceptable and comprehensible as art shows. (shrink)

The early 21st century has witnessed a significant rise in extreme nationalism, racism, and xenophobia, deeply affecting the rights of minorities such as the Roma, who have historically faced systemic discrimination and racism. Given that many political leaders who downplay minority rights often engage in populist discourse, a debate has emerged about the relationship between populism and minority rights. While many scholars argue that populism inherently undermines liberal principles like the protection of minorities, the question remains whether populism is necessarily (...) anti-pluralist and anti-minority. What about the case of left-wing populism? Furthermore, why is the relationship between anti-populism and minorities often overlooked? In this article, we examine the relationship between populism, anti-populism, and minorities through the case of two different governmental discourses in crisis-ridden Greece. Specifically, we focus on the governmental political discourse and policies of the populist SYRIZA (2015-2019) and the anti-populist ND (2019-2023) on Roma, with the aim of showing that populism is not necessarily anti-pluralist, while anti-populism is not always pluralist, as both phenomena can follow inclusionary or exclusionary logics. (shrink)

Objective: Our study is a cross-sectional study that aims to evaluate the presence and levels of anti-phospholipase A2 receptor (PLA2R) antibodies in healthy volunteers and idiopathic membranous nephropathy (IMN) patients and to assess the relationship between these levels and clinical parameters. -/- Methods: Serum anti-PLA2R antibody levels, complete blood count, urea, creatinine (Kre), total protein,albumin, low-density lipoprotein (LDL)-cholesterol, triglycerides (TG), high-density lipoprotein (HDL)-cholesterol, total cholesterol, C-reactive protein (crp), sedimentation, proteinuria were measured from 71 IMN patients and 48 healthy (...) volunteers. -/- Results: Of the values compared between the two groups, the urea, creatinine, and modified diet renal disease (MDRD) were similar, total protein, albumin, LDL-cholesterol, TG, total cholesterol, HDL-cholesterol, and complete urinalysis protein values were statistically significantly high in the patient group, as expected in nephrotic syndrome (p<0.01). The anti-PLA2Rantibody levels measured using enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) in patient and control groups were found to be negative. The anti-PLA2R level was found to be 0.104 (0.093-0.129) ng/ml in the IMN group, while it was 0.141 (0.117-0.177) ng/ml in the control group (P=0,001). Although the P value was significant, the anti-PLA2R antibody level was found to be high in the control group and was outside the reference range of the kit. -/- Conclusion: There is a need to conduct more sensitive studies with a higher number of patients in order to distinguish between primary and secondary nature and to investigate the presence of anti-PLA2R in IMNpatients, which constitute the majority of nephrotic syndromes in adults. Antibody titer levels were observed to be low and it was revealed that the measurement range of the antibody kit used in the study should be more sensitive. (shrink)

Plausibly, mathematical claims are true, but the fundamental furniture of the world does not include mathematical objects. This can be made sense of by providing mathematical claims with paraphrases, which make clear how the truth of such claims does not require the fundamental existence of mathematical objects. This paper explores the consequences of this type of position for explanatory structure. There is an apparently straightforward relationship between this sort of structure, and the logical sort: i.e. logically complex claims are explained (...) by logically simpler ones. For example, disjunctions are explained by their (true) disjuncts, while generalizations are explained by their (true) instances. This would seem as plausible in the case of mathematics as elsewhere. Also, it would seem to be something that the anti-realist approaches at issue would want to preserve. It will be argued, however, that these approaches cannot do this: they lead not merely to violations of the familiar principles relating logical and explanatory structure, but even to reversals of these. That is, there are cases where generalizations explain their instances, or disjunctions their disjuncts. (shrink)

Anti-exceptionalism about logic takes logic to be, as the name suggests, unexceptional. Rather, in naturalist fashion, the anti-exceptionalist takes logic to be continuous with science, and considers logical theories to be adoptable and revisable accordingly. On the other hand, the Adoption Problem aims to show that there is something special about logic that sets it apart from scientific theories, such that it cannot be adopted in the way the anti-exceptionalist proposes. In this paper I assess the damage (...) the Adoption Problem causes for anti-exceptionalism, and show that it is also problematic for exceptionalist positions too. My diagnosis of why the Adoption Problem affects both positions is that the self-governance of basic logical rules of inference prevents them from being adoptable, regardless of whether logic is exceptional or not. (shrink)

Our era is characterized by a significant conflict between populism and anti-populism, both politically and culturally. Populist groups and leaders often portray themselves as the true voices of the common people, gaining electoral support or even taking power by framing society as a battle between the ordinary people and the elite, challenging the political and economic establishment. Conversely, parties within the liberal political spectrum counteract the rise of populism by articulating a strong anti-populist discourse, sometimes successfully dominating the (...) political arena. However, despite the increase in studies on populism, there are not many publications regarding anti-populism. This article seeks to examine the anti-populist discourse in Argentina and Greece, two countries with many similarities in political, economic, and cultural aspects. By analyzing the key ideas of anti-populist discourse, we aim to highlight the common anti-populist logic marked by typical paths of modernization, which not only opposes populism but also frequently disregards or opposes specific social groups, such as minorities. (shrink)

The article reviews different antitheodicies in response to Toby Betenson’s article “Anti-Theodicy”. Antitheodicies involve rejecting the position that God or meaning exist only, if evils have justifying morally sufficient reasons. The article builds on Betenson’s division into moral and conceptual antitheodicies and his characterization of antitheodicies as a metacritique of the problem of evil. Moral antitheodicies are problematic, as they do not address the key conceptual issues and might end up in question-begging or moralism. Dissolving the problem of evil (...) requires a conceptual antitheodicy that exposes its presuppositions as speculative metaphysics. Religious conceptual antitheodicies help to focus on different ways of sense-making that do not fall into theodicism. (shrink)