SOCIOLOGIA: TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS -/- SOCIOLOGY: SOCIAL AND POLITICAL TRANSFORMATIONS -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – IFPE-BJ, CAP-UFPE e UFRPE - [email protected] e [email protected] e WhatsApp:(82)98143-8399 -/- -/- 1. PREMISSA -/- Muitas foram as transformações sociais e políticas vividas em nossa sociedade. Algumas foram violentas e transformaram radicalmente as sociedades. Outras levaram à independência do jugo colonial ou neocolonial. Há também aquelas que brotaram de acordos entre classes dominantes ou que se constituíram movimentos liderados pela burguesia ascendente. -/- (...) Merecem destaque aquelas que eclodiram no século XX, consideradas populares por terem registrado significativa participação do povo nos países onde ocorreram. -/- 2. TRANSFORMAÇÕES LENTAS E GRADUAIS -/- As transformações em algumas sociedades foram lentas e graduais, permeadas por acordos, conciliações, reformas. Em alguns momentos houve até atos violentos, coordenados por quem estava no poder e sempre em acordo com as novas classes dominantes e os grupos mais poderosos dos momentos históricos precedentes. -/- São exemplos desse tipo de mudança social o que aconteceu na Inglaterra, no Japão e na Alemanha. -/- A Revolução Inglesa foi um movimento em que uma parcela dos senhores de terras e comerciantes se insurgiu contra o poder absoluto do rei e de seus associados (principalmente a nobreza e o clero, que nada produziam). Iniciada em 1642, tinha como objetivo limitar e condicionar esse poder a determinadas funções, impedindo o controle do comércio e da indústria e a criação de impostos pelo rei sem autorização do Parlamento. Após prolongado conflito civil, as forças políticas que lutavam contra o absolutismo derrubaram a monarquia, em 1649, e proclamaram a república. Esse movimento tornou possível a eliminação dos últimos laços que prendiam os ingleses a uma sociedade feudal. -/- A monarquia foi restaurada em 1660, mas o rei e os nobres perderam os poderes anteriores. O Parlamento havia adquirido força política e dividia o poder com a monarquia. Era o grande passo para que o mercantilismo se expandisse e, como consequência, o processo de industrialização se desenvolvesse a partir do século seguinte. O fundamental nesse processo foi a implantação de uma série de direitos que hoje são considerados universais. Mas foi um movimento em um único país e alterou substancialmente a situação apenas em uma sociedade. Só posteriormente teve repercussão maior. -/- A Inglaterra pode ser considerada o paradigma das transformações lentas e graduais mesmo tendo passado por algumas revoltas e irrupções políticas, uma vez que conseguiu manter a monarquia e também um sistema político e jurídico estável por muito tempo. -/- Pode-se dizer que a Revolução Inglesa é resultado de um acordo entre as várias classes dominantes existentes. Constituiu-se, assim, uma integração cultural em torno da ideia de nacionalidade. -/- Na Alemanha e no Japão também aconteceram mudanças políticas decorrentes de um pacto social entre as classes dominantes: os grandes proprietários de terras e a burguesia industrial e comercial emergente. Mesmo com as características próprias de cada país, o que houve foram alterações políticas e econômicas necessárias para o desenvolvimento de sociedades industriais modernas. Apesar de mudanças significativas nos processos e nas relações de produção, houve poucas alterações na estrutura do Estado e os detentores do poder político continuaram os mesmos. Assim, os proprietários da terra não perderam sua fonte de poder e continuaram conduzindo de forma compartilhada com a nova burguesia os destinos do Estado nacional. -/- No Japão, o período entre o início do século XVII até a segunda metade do século XIX (1600-1868) foi marcado por um governo autoritário assentado sobre a grande propriedade rural feudal. Esse período ficou conhecido como Era Xogunato Tokugawa, família que tinha apoio dos famosos guerreiros samurais. A chamada Revolução ou Restauração Meiji refere-se ao período de renovações políticas, religiosas e sociais profundas que ocorreram no Japão entre 1868 e 1900. É também chamado de “Renovação”, já que transformou o Império japonês num estado-nação moderno, o que levou o país a entrar na corrida imperialista do século XIX, principalmente na Ásia, tendo como fundamento o domínio econômico e o expansionismo militar. Essa reforma propriamente dita, apesar de ter assistido a revoltas e batalhas, não resultou na abolição das relações de produção no campo nem na derrubada da monarquia absoluta. Nesse contexto é que os antigos samurais e a pequena nobreza, composta de classes instruídas e já comandantes da burocracia estatal e de parte do exército, passam a ser uma força significativa no Estado japonês. Pode-se dizer, portanto, que houve uma “revolução conservadora” ou apenas uma conciliação de interesses e objetivos que visava manter os mesmos grupos e classes no comando das ações do Estado. Somente depois do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) é que se iniciou no Japão a reforma agrária, o que alterou profundamente a estrutura de propriedade da terra. -/- Na Alemanha, as mudanças passaram pelo processo de unificação de muitas unidades políticas, territoriais e culturais. A Alemanha de hoje é fruto de vários movimentos militares, políticos e culturais. Entre 1860 e 1871, foram incorporados novos territórios, demonstrando a força dos exércitos da Prússia – antigo Estado que fazia parte da então Alemanha pré-unificação –, concomitante à ideia de um inimigo externo e comum a todos que desejavam a unificação. Como consequência dessas necessidades, perpetrou-se guerra contra a Dinamarca, depois contra a Áustria e, finalmente, contra a França, em 1870, o que concorreu para o aumento do território. -/- Com a vitória na Guerra Franco-Prussiana, em 1870, a Prússia conseguiu unificar a Alemanha. O rei Guilherme I foi coroado kaiser (imperador) da Alemanha e considerado o líder máximo do país. Mas, mesmo quando o Império alemão se constituiu como tal, ainda existiam 22 estruturas políticas e territoriais diferenciadas, como principados, ducados, grão -ducados, grandes reinos (como os da Baviera e da Prússia) e até cidades livres (como Bremen e Hamburgo). -/- Apenas depois de 1870 foram possíveis a unificação nacional e a transformação da Alemanha em um país industrializado e desenvolvido, uma vez que, além das questões militares, houve outras ações urgentes para que a união se efetivasse. Otto von Bismarck – chefe de governo que estava à frente do processo de unificação alemã e uma das figuras mais proeminentes da política europeia do século XIX – desenvolveu um intenso projeto educacional que incluía um programa curricular unificado, no qual a língua alemã era obrigatória. Além disso, passaram a ser produzidas histórias da nação germânica atreladas a uma formação religiosa protestante única, cujo objetivo era unir a língua, a história e a religião e identificá-las com o povo alemão, rejeitando a diversidade e postulando a falsa ideia de uma unidade alemã indissolúvel e harmônica. -/- Assim, o pacto político orquestrado no interior dos Estados nacionais alemão e japonês aprofundou os laços políticos entre os grandes proprietários de terras e a burguesia, excluindo os operários e os camponeses do direito pleno à democracia e à cidadania, bem como ao acesso à terra. A burguesia não tinha poder para fazer a transformação, e os grandes proprietários não tinham como manter as coisas como estavam. Esse processo de modernização conservadora conduziu esses países à formação de uma sociedade industrial modernizada, mas cuja estrutura política se manteve conservadora. -/- 3. REVOLUÇÕES E MOVIMENTOS ANTICOLONIAIS -/- O rompimento com os laços coloniais também configura um conjunto de movimentos em prol de mudanças sociais. Mais do que isso: como resultado de profundas conscientizações políticas por parte de populações historicamente exploradas e segregadas, esses movimentos anticoloniais estabelecem de modo bastante peculiar um novo patamar para o conceito de revolução. -/- 3.1 Revoluções no continente americano pela independência -/- A Revolução Americana, ocorrida em 1776, caracterizou-se como uma luta contra o colonialismo inglês. O movimento teve grande repercussão, principalmente nos países da América Latina, pois provocou o rompimento dos laços coloniais. Teve influência significativa também por pregar a liberdade individual como um dos pilares da sociedade que se formara na América do Norte. -/- O Boston Tea Party foi um protesto de colonos ingleses considerado fundamental para a deflagração da Revolução Americana, o movimento de independência dos Estados Unidos. -/- Na América do Sul, Simón Bolívar foi sumamente decisivo para a conquista da independência da Venezuela, proclamada em 1811, mas só consumada com a tomada de Caracas e outras regiões de importância estratégica que permaneciam até 1821 sob domínio da coroa espanhola. -/- A maioria dos países da América Latina e do Caribe, seguindo o exemplo do que havia acontecido nos Estados Unidos e sob influência da Revolução Francesa, iniciou as lutas pela independência no início do século XIX, cujos desdobramentos se estenderam até 1820, aproximadamente. Foram necessárias muitas batalhas para que a Espanha aceitasse os termos de independência desses países. Após a emancipação, os países se organizaram politicamente na forma de repúblicas, abolindo a escravidão e o trabalho servil. -/- O Brasil, antiga colônia portuguesa, foi o único país que manteve a monarquia e a escravidão. Com o fim dos laços coloniais, os países que obtiveram a liberdade política assumiram uma nova forma de dependência econômica, agora em relação à Inglaterra, posto que o interesse do capitalismo britânico era conseguir manter o fornecimento de matérias-primas e ampliar o consumo de seus produtos manufaturados em território latino-americano. -/- 3.2 Independência das colônias no século XX -/- A segunda fase do processo de descolonização desenvolveu-se no contexto do neocolonialismo, após a Segunda Guerra Mundial e até a última parte do século XX. Os palcos principais foram a África e a Ásia. -/- O continente africano, no final do século XIX, tinha sido loteado pelos países europeus (com exceção de Portugal, que possuía colônias desde o século XVI), que buscavam matérias-primas para o desenvolvimento de suas indústrias e ampliação do mercado consumidor para os seus produtos manufaturados. Assim, a maior parte das estruturas políticas tribais foi sendo gradativamente destruída, bem como as formas de vida e de produção existentes. -/- Após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, muitos povos africanos se organizaram e passaram a lutar por sua independência, criando, assim, uma série de novos países. -/- A independência, no entanto, não significou autonomia, uma vez que os novos países surgidos após a descolonização enfrentaram problemas para promover o desenvolvimento econômico e social. As heranças deixadas pelos colonizadores, representadas tanto por uma economia sempre dependente do exterior, exportadora de matéria-prima e importadora de gêneros de primeira necessidade quanto pelo baixo nível educacional e técnico da população, impediram os projetos de desenvolvimento e provocaram a continuidade da dependência através do endividamento, mantendo esses países subordinados aos interesses das antigas metrópoles. -/- Na Ásia, alguns países obtiveram sua independência mediante lutas ou acordos com as potências colonizadoras. Aqueles que foram invadidos durante a Segunda Guerra Mundial pelo Japão aproveitaram, depois da derrota nipônica em 1945, para iniciar ou retomar os vários movimentos pela independência. Do mesmo modo, o Vietnã, o Laos e o Camboja se tornaram independentes da França, e a Indonésia, da Holanda. Em alguns casos, houve acordo, como a Malásia e Cingapura, que conseguiram a independência da Inglaterra nos anos de 1957 e 1965, respectivamente. -/- O caso da Índia – emblemático – reúne movimentos por independência e acordos com o país colonizador. A presença dos ingleses na Índia data do século XVII e foi se ampliando com o tempo. A dominação foi facilitada pela inexistência de um governo centralizado e também pela diversidade religiosa e de castas, o que não contribuía para uma visão de unidade nacional. -/- Em 1920, logo após o término da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), surgiram movimentos pela independência, os quais, ao final da Segunda Guerra, quando o declínio do poder econômico e militar da Inglaterra ficou evidente, foram muito bem -sucedidos em suas lutas. Assim, a dominação na Índia não pôde ser mantida e em 1947 os ingleses reconheceram a independência indiana, que, em função das rivalidades religiosas, deu origem à União Indiana, com maioria hinduísta, e à Liga Muçulmana, com maioria islâmica, que veio a constituir o Paquistão (Ocidental e Oriental). O Ceilão, de maioria budista, tornava-se também independente, passando a ilha a se denominar Sri-Lanka. Posteriormente, o Paquistão Oriental se tornou o atual Bangladesh. -/- 4. REVOLUÇÕES RADICAIS E POPULARES -/- Muitas foram as revoluções radicais e populares. Aqui será abordada apenas a Revolução Francesa. -/- 4.1 Revolução Francesa -/- A Revolução Francesa eclodiu em 1789 como um movimento contrário ao poder monárquico e aos resquícios do feudalismo na França. Foi exemplo para a luta em várias nações do mundo ocidental contra os regimes absolutistas e pela eliminação da monarquia, uma vez que essas formas e sistemas de governo significavam opressão à maioria da população. -/- Além disso, com a revolução foi alterada profundamente a estrutura da propriedade rural, eliminando entraves para o desenvolvimento de uma nova sociedade. Entretanto, o fato mais importante foi que os revolucionários lutaram em nome das pessoas (apesar de não incluir as mulheres), e não só dos franceses, o que transformou o movimento em paradigma das revoluções posteriores. -/- 5. REVOLUÇÕES POLÍTICAS NO SÉCULO XX -/- No século XX ocorreram várias experiências revolucionárias. Entretanto, foram poucas as que envolveram os mais explorados e, portanto, a maioria da sociedade. Duas delas serão aqui tratadas. -/- 5.1 Revolução Mexicana -/- A Revolução Mexicana começou em 1910 e foi uma resposta dos explorados no campo e nas cidades a uma situação insustentável de desigualdade e de exploração. Havia no México uma grande desigualdade social: 1% da população possuía 97% das terras, o que gerava uma situação de exploração e miséria muito grande. -/- Três grandes grupos, representando classes sociais diferentes, participaram do movimento: o dos camponeses, que eram a maioria (seus líderes mais conhecidos foram Pancho Villa no norte e Emiliano Zapata no sul); o dos trabalhadores urbanos organizados em torno da Casa del Obrero Mundial (COM), de orientação inicialmente anarquista; e o da burguesia urbana e rural, liderada por Francisco Madero. Os camponeses exigiam o fim da concentração e a redistribuição das terras. A burguesia dissidente exigia que fossem definidas regras claras sobre as eleições para que se implantasse uma democracia de tipo liberal. Os trabalhadores urbanos, por sua vez, que não tinham nenhum direito nem liberdade de expressão e reunião, exigiam direitos garantidos pela Constituição. -/- O movimento estendeu-se até 1917, quando foi promulgada uma nova Constituição para o México. Várias reivindicações dos camponeses foram atendidas, mas todas sob o controle do Estado. Grandes propriedades, principalmente as da Igreja, foram expropriadas e repartidas. Possibilitou-se a manutenção das terras comunais na forma de cooperativas, mas a reforma agrária (divisão dos latifúndios) propriamente dita não foi realizada e a restituição das terras usurpadas não se efetivou. Assim, os camponeses pouco tiveram a comemorar. -/- Aos trabalhadores urbanos garantiu-se uma série de novos direitos, como jornada máxima de oito horas e a regulamentação do trabalho das mulheres e de menores, do trabalho noturno, do repouso semanal, das férias e das horas extras. Além disso, foram regulamentados a liberdade de organização sindical e o direito à greve, entre outros direitos. -/- A burguesia industrial, os banqueiros, os grandes comerciantes e proprietários de terras, em nome da “revolução mexicana”, constituíram o Partido Revolucionário Institucional (PRI), que se manteve no poder de 1929 até 2000. -/- 5.2 Revolução Russa -/- Enquanto os mexicanos conquistavam sua Constituição, na Rússia a sociedade fervilhava. A maior parte dos russos, tanto no campo como na cidade, vivia em condições precárias e, desde 1905, lutava pela construção de uma nova ordem social. -/- A Revolução Russa de 1917 começou com a derrubada do czar, em fevereiro, e culminou com a tomada do poder pelos bolcheviques, liderados por Vladimir Ilitch Ulianov, o Lênin, e por Leon Trotsky, em outubro. O movimento teve como base os trabalhadores urbanos e os soldados. -/- Os revolucionários organizavam-se em conselhos populares que expressavam a proposta de uma sociedade que se orientasse pela vontade da maioria. Esses conselhos populares eram chamados de sovietes e constituíram o fato mais inovador da revolução. -/- Após a tomada do poder, com a constituição de uma nova estrutura estatal, os sovietes perderam pouco a pouco sua força. O termo, no entanto, ficou gravado no nome da unidade política e nacional formada em consequência da revolução: República Soviética. -/- A situação na Rússia, que era terrível por causa da Primeira Guerra Mundial, tornou-se ainda pior no período de afirmação da revolução. Mesmo assim, a propriedade privada foi extinta e procurou-se alterar a estrutura estatal e de serviços, como a educação, a saúde, o transporte ferroviário e o sistema bancário. A grande dificuldade foi mudar a estrutura da propriedade rural, que ainda era medieval, e a condição dos camponeses, precária em todos os sentidos. Assim, foi necessário primeiro privatizar a terra para depois torná-la coletiva. Isso foi possível com a concentração do poder pelo Partido Comunista e pelo Estado. -/- Em 1922 foi criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), formada por 12 repúblicas, todas sob o comando político e militar da República Soviética Russa. Depois da Segunda Guerra Mundial, mais três repúblicas foram incorporadas à URSS. -/- Em 1924, com a morte de Lênin, Josef Stálin assumiu o comando da URSS e aprofundou a concentração do poder no Partido Comunista e no Estado, eliminando a oposição. A partir de então, uma revolução que nascera com o propósito de transformar o sistema anterior e garantir a liberdade para todos gerou uma sociedade que teve parte dos problemas econômicos resolvidos, mas à custa da submissão a um Estado autoritário que oprimiu a maioria da população. -/- A União Soviética desmoronou na década de 1980, tendo seu fim assinalado pela queda do Muro de Berlim, em 1989. Deixou oficialmente de existir em dezembro de 1991. -/- Além da experiência russa, outras revoluções populares de orientação socialista ocorreram no século XX. Podemos citar alguns exemplos: na China, em 1949, a revolução liderada por Mao Tsé-Tung; em Cuba, em 1959, o movimento revolucionário encabeçado por Fidel Castro e Che Guevara; no Vietnã, de 1945 a 1954, o movimento liderado por Ho Chi Minh. -/- 5.3 Um breve balanço -/- Como se pode perceber, uma coisa é o início de uma revolução, com seus propósitos transformadores; outra é a situação pós-revolucionária ou a institucionalização da revolução, em que o momento inicial de tomada do poder e alteração das estruturas políticas, econômicas e sociais precisa ser deixado para trás. É necessário, então, criar novas instituições ou reformular as antigas para que a revolução possa se desenvolver. -/- Com o passar dos anos, a liderança muda, e as situações interna e externa se modificam; aparecem interesses novos e são necessárias novas ações, que podem gerar maior emancipação ou não. -/- Algumas revoluções, como a do México, são populares, mas depois do momento inicial as demandas da maioria do povo são deixadas de lado e, em nome delas, há uma reorganização das classes dominantes para continuar no poder. -/- Os exemplos analisados aqui são de sociedades que alteraram sua estrutura e seu modo de vida, mas avançaram pouco no processo de liberdade e emancipação. Pode-se afirmar, então, que não são parâmetros para futuras mudanças, embora devam ser vistos como repletos de lições da história, da vida e dos rumos sempre otimistas e de esperança num mundo melhor. -/- 6. E O QUE VEM PELA FRENTE? -/- A transformação radical de uma sociedade – revolução – está sempre ligada à superação de um sistema por outro, havendo um movimento popular ou uma classe social oprimida organizada para ir à frente e derrubar o antigo regime. -/- Na sociedade capitalista, segundo Marx, a classe social oprimida é o proletariado. Depois das muitas revoluções que ocorreram no mundo, há a possibilidade de a classe proletária, ou trabalhadora, organizar-se para derrubar o sistema capitalista? Há condições objetivas (crise do sistema, organização, poder, armas) e subjetivas (consciência social, aliança entre os diversos segmentos dos explorados) para que isso ocorra? Não se pode negar a existência de algumas dessas condições, principalmente nos países periféricos do sistema capitalista, mas, com as sociedades submetidas a forte esquema de massificação, torna-se cada dia mais difícil acontecer um movimento revolucionário nos moldes da Revolução Russa. -/- Hoje, em todos os meios de comunicação, ouvimos declarações de que estamos vivendo em uma “nova” sociedade, em uma “era pós-moderna”, em uma “sociedade pós-burguesa”, em uma “sociedade pós-industrial” etc. Com isso, afirma-se que está se estruturando uma nova organização social, completamente diferente da anterior. -/- Ora, na sociedade atual estão sendo levadas ao limite as potencialidades da modernidade estabelecida pela Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX, sem mudanças nas estruturas de poder e na economia; mas há indícios de que uma transformação esteja ocorrendo. Em que direção? As respostas a essa questão são divergentes. -/- É possível perceber que a ideia de uma revolução violenta, com a tomada do poder do Estado para desenvolver uma nova sociedade, está cada dia mais distante da realidade. Parece remota, também, a ideia de uma mudança significativa mediante ações lentas e graduais por parte das instituições políticas, pois estas estão muito amarradas às estruturas de poder existentes. Diante de uma possibilidade de mudança, a força da reação normalmente é muito grande e pode aniquilar qualquer tentativa de resistência. Além disso, devido à crise na democracia representativa, as pessoas já não acreditam que seus representantes possam tomar medidas que alterem profundamente a sociedade. -/- Então não há alternativa? Parece difícil, porque a capacidade de cooptação por parte dos poderes vigentes é muito grande. Mas a consciência da desigualdade e do sofrimento que isso acarreta não é apagada ou silenciada e se expressa em manifestações populares e revoltas pontuais em várias partes do mundo. -/- 6.1 Mobilizações e mudanças no século XXI -/- Para pensar um pouco mais sobre as possibilidades de mudança social, é urgente atentar para o que está acontecendo no mundo. Se é verdade que a simples ideia de mudanças lentas e constantes, em termos políticos, não avança para uma grande transformação da vida em sociedade, é também verdadeiro que os sintomas da inquietude que se alastram pelo mundo contemporâneo permitem observar a gestação de novas realidades no curso do processo histórico. -/- O filósofo italiano Antônio Negri (1933-) e o filósofo estadunidense Michael Hardt (1960-) destacaram ao menos três características que podem multiplicar os sintomas da inquietude social: -/- • o nascimento de um grupo composto de novos e jovens sujeitos políticos, conectados com o mundo e inconformados com os limites e a mediocridade de sua vida cotidiana nas periferias das metrópoles, que já não aceitam a condição de subordinação e, para abandoná-la, estão dispostos a sacudir o status quo; -/- • o cultivo de um projeto emancipador por esses jovens sujeitos políticos: eles querem organizar a produção e a distribuição de riquezas horizontalmente e em rede – sem os limites das hierarquias e da mercantilização atuais; -/- • a prática de uma nova democracia, ainda em construção, numa época em que a representação tradicional está se tornando cada vez mais obsoleta e desprestigiada. -/- Exemplos de inquietude social foram as Jornadas de Junho de 2013, quando as ruas do Brasil foram tomadas por insubmissas e plurais personagens. O mesmo aconteceu durante a ocupação, pelos estudantes, das escolas públicas paulistas, em 2015 e 2016, contrários às políticas do governo estadual. -/- Conforme o sociólogo espanhol Manuel Castells (1942-), em termos tecnológicos, econômicos e culturais já há um longo caminho percorrido e muitas transformações efetivadas. De acordo com ele, o período atual é um tempo de eclosão de uma nova era em termos políticos e institucionais. -/- É crucial que se estabeleça um alerta para as possíveis reações contrárias às mudanças sociais e políticas, posto que as forças conservadoras são robustas e poderosas e não desejam mudanças que possam ameaçar seus privilégios. É do confronto entre as correntes progressistas e conservadoras, no entanto, que poderá emergir uma nova era que seja constituída de saltos qualitativos na vida coletiva ou, então, que faça prevalecer o ritmo obscuro e perigoso do retrocesso histórico, rumo a um tempo que não garanta a existência de direitos, em que gritos não são ouvidos e em que as utopias não se alimentam. -/- REFERENCIAL TEÓRICO -/- ALMOND, M.; BATISTA, G. O livro de ouro das revoluções. 2ª ed. Nova Iorque: Harper Collins, 2018. -/- ARRUDA, J. J. de A. A Revolução Inglesa. Vol. 82. 1ª ed. São Paulo: brasiliense, 1984. Col. Tudo é História. -/- COTRIM, G. História global. Vol. Único. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016. -/- FUKASAWA, M.; ISI, M.; IRIMAJIRI, Y. Cultura japonesa 7: a era Meiji. Vol. 7. 1ª ed. São Paulo: Nikkey Shimbun, 2018. -/- SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. Vol. Único. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2016. -/- VÁRIOS AUTORES. O livro da Sociologia. Trad. Rafael Longo. 1ª ed. São Paulo: Globo, 2015. -/- -/- Todos os direitos reservados para Emanuel Isaque Cordeiro da Silva © 2019 -/- Estimule a criatividade, respeite o direito autoral. -/- EICdaS, Belo Jardim, Pernambuco, 2019. (shrink)

With the increasing degrees A.I.s and machines are applied across different social contexts, the need for implementing ethics in A.I.s is pressing. In this paper, we argue for a pluralist hybrid model for the implementation of moral A.I.s. We first survey current approaches to moral A.I.s and their inherent limitations. Then we propose the pluralist hybrid approach and show how these limitations of moral A.I.s can be partly alleviated by the pluralist hybrid approach. The core ethical decision-making capacity of an (...) A.I. based on the pluralist hybrid approach consists of two systems. The first is a deterministic algorithm system that incorporates different moral rules for making explicit moral decisions. The second is a machine learning system that calculates the value of the variables required by the application of moral principles. The pluralist hybrid system is better than the existing proposals as (i) it better addresses the moral disagreement problem of the top-down approach by including different moral principles, while (ii) it reduces the opacity of ethical decision-making compared with a bottom-up system by implementing explicit moral principles for moral decision making. (shrink)

This paper aims to bridge the relationship between metalinguistic if you like as a non-propositional discourse marker and its conditional counterparts. This paper claims that metalinguistic if you like is polysemous between a hedge that denotes the speaker’s reduced commitment to some aspect of the main clause, and an optional yet potential conditional reading that interlocutors can legitimately draw on in interaction which is brought about due to the ‘if p, q’ sentence form. That is, although the metalinguistic reading is (...) most likely obtained automatically by default, it also carries an available conditional reading that is akin to other metalinguistic conditional clauses such as if you see what I mean. Next, a semantic representation of metalinguistic if you like is developed that takes on board a characterization of conditionality that departs from lexico-grammatical conventions, such that conditionals of the form ‘if p, q’ no longer bear a one-to-one correspondence with “conditional” truth conditions. Employing a radical contextualist semantic framework in which the unit of truth-conditional analysis is not constrained to the sentence form, utterances employing metalinguistic if you like are given a semantic representation such that the if-clause does not contribute propositional content, yet they also maintain their status as conditionals as the sentence form gives rise to a potential conditional secondary meaning. (shrink)

Researchers have recognized that interpersonal trust consists of different dimensions. These dimensions suggest that trust can be rational, cognitive, or affective. Affect, which includes moods and emotions, is likely to have a direct impact on the affective dimension. On the other hand, there are also studies showing that affect indirectly influence cognitive judgments. Nonetheless, in this chapter we argue that the impact of affect on judgment will not be the same on all individuals. In effect, the impact varies, depending on (...) the individual's attention to affect, motivation to use or guard against affect, or regulation of affect. All this may suggest that an individual's abilities or tendencies to manage affect will have implication on his or her trust relationships with others. (shrink)

In post-Gricean pragmatics, communication is said to be successful when a hearer recovers a speaker’s intended message. On this assumption, proposals for ‘what is said’ – the semantic, propositional meaning of a speaker’s utterance – are typically centred around the content the speaker aimed to communicate. However, these proposals tend not to account for the fact that speakers can be deliberately vague, leaving no clear proposition to be recovered, or that a speaker can accept a hearer’s misconstrual even though the (...) speaker didn’t intend it. In such cases, identifying ‘what is said’ is more contentious, even though communication is arguably no less successful. Building on recent interactionist approaches to meaning, this chapter offers a proposal for ‘what is said’ that can account for cases of ‘imperfect’ communication in which the recovery of a speaker’s intention goes awry. This involves taking ‘what is said’ as the co-constructed meaning that the speaker and hearer jointly agree on, giving ‘grounded meanings’ – those mutually and manifestly accepted into the discourse by speaker and hearer – higher precedence in a theory of communication than simply the speaker’s intended meaning. In such cases, rather than speaker and hearer converging at the level of explicit utterance content, communication is expected to be successful as long as the hearer recovers a proposition which is compatible with the speaker’s higher-order discursive goal. The hearer’s uptake is then allowed to override the content of the speaker’s intended meaning in the process of negotiating ‘what is said’. (shrink)

This paper attempts to delineate the interaction between trust, emotion, and ethical decision making. The authors first propose that trust can either incite an individual toward ethical decisions or drag him or her away from ethical decisions, depending on different situations. The authors then postulate that the feeling of guilt is central in understanding how trust affects the ethical decision making process. Several propositions based on these assumptions are introduced and implications for practice discussed.

In this context, the study explored the relationship between organizational climate and employee innovative work behaviour among food manufacturing industries in Malaysia. The study is a descriptive correlational survey research design where data is sourced out from a total of randomly sampled 260 employees. Results revealed that a favourable organizational climate on innovation, proactivity, and risk-taking is prevailing among the companies. A very high level of innovative work behaviour is emanating among the employees on idea exploration, generation, championing, and implementation. (...) Test of differences showed that employee gender, position, unit, and years of service spelt significant differences in the perception of the employees on organizational climate and innovative work behaviour. A meaningful relationship surfaced between organizational climate and employee innovative work behaviour, suggesting that for food manufacturing industries to sustain innovative and competitive advantages, there is a need to promote a nurturing and encouraging entrepreneurial organizational climate. Finally, a congruency among the domains of organizational climate and employee innovative work behaviour emerged. It suggests that when higher positive organizational climate surfaces, the more likely the employee's manifest innovation work behaviour. This study addressed the gap by providing organizational climate and employee innovative work behaviour among food manufacturing industries in Malaysia. (shrink)

In this paper we provide a philosophical analysis of the Hard Problem of consciousness and the implications of conceivability scenarios for current neuroscientific research. In particular, we focus on one of the most prominent neuroscientific theories of consciousness, integrated information theory (IIT). After a brief introduction on IIT, we present Chalmers’ original formulation and propose our own layered view of the hard problem, showing how 2 separate issues can be distinguished. More specifically, we argue that it’s possible to disentangle a (...) core problem of consciousness from a layered hard problem, the latter being essentially connected to Chalmers’ conceivability argument. We then assess the relation between the Hard Problem and IIT, showing how the theory resists conceivability scenarios, and how it is equipped to face up to the hard problem in its broadest acceptation. (shrink)

Kripke’s main argument against descriptivism is rooted in a category error that confuses statements about the world with statements about models of the world. It is only because of the ambiguity introduced by the fact that a single sentence can frame two different propositions, one necessary and the other a posteriori, that one reaches the mistaken conclusion that there can be necessary a posteriori truths. This ambiguity from language was carried over into modal logic by Kripke. However, we must consider (...) the two different propositions (1) and (2) separately. Doing so reveals that a given proposition is either necessary and a priori or contingent and a posteriori. It cannot be both. (shrink)

By adopting social exchange theory and the affect-infusion-model, the hypothesis is made that emotional intelligence (EI) will have an impact on three perceptions of trustworthiness – ability, integrity and benevolence – at the beginning of a relationship. It was also hypothesized that additional information would gradually displace EI in forming the above perceptions. The results reveal that EI initially does not contribute to any of the perceptions of trustworthiness. As more information is revealed EI has an impact on the perception (...) of benevolence, but not on the perceptions of ability and integrity. This impact was observed to be negative when the nature of the information was negative. On the other hand, information alone was shown to have a significant impact on the perceptions of ability and integrity, but not on the perception of benevolence. Theoretical and practical implications of the findings are addressed. (shrink)

This article investigates the impact of different emotions on trust decisions taking into account the experience of betrayal. Thus, an experiment was created that included one betrayal group and one control group. Participants in the betrayal group experienced more intense feelings governed by negative emotions than participants in the control group did. Moreover, participants in the betrayal group significantly lowered their trust of another stranger. On the other hand, we found some evidence that neuroticism exaggerated the relationship between experienced betrayal (...) and subsequent trust. (shrink)

In this paper, we take a meta-theoretical stance and aim to compare and assess two conceptual frameworks that endeavor to explain phenomenal experience. In particular, we compare Feinberg & Mallatt’s Neurobiological Naturalism (NN) and Tononi’s and colleagues' Integrated Information Theory (IIT), given that the former pointed out some similarities between the two theories (Feinberg & Mallatt 2016c-d). To probe their similarity, we first give a general introduction to both frameworks. Next, we expound a ground plan for carrying out our analysis. (...) We move on to articulate a philosophical profile of NN and IIT, addressing their ontological commitments and epistemological foundations. Finally, we compare the two point-by-point, also discussing how they stand on the issue of artificial consciousness. (shrink)

In this paper, we describe four broad ‘meta-methods’ employed in scientific and philosophical research of qualia. These are the theory-centred metamethod, the property-centred meta-method, the argument-centred meta-method, and the event-centred meta-method. Broadly speaking, the theory-centred meta-method is interested in the role of qualia as some theoretical entities picked out by our folk psychological theories; the property-centred meta-method is interested in some metaphysical properties of qualia that we immediately observe through introspection ; the argument-centred meta-method is interested in the role of (...) qualia in some arguments for non-physicalism; the event-centred metamethod is interested in the role of qualia as some natural events whose nature is hidden and must be uncovered empirically. We will argue that the event-centred metamethod is the most promising route to a comprehensive scientific conception of qualia because of the flexibility of ontological and methodological assumptions it can provide. We also reveal the hidden influences of the different meta-methods and in doing so show why consideration of meta-methods has value for the study of consciousness. (shrink)

The Humility Thesis is a persistent thesis in contemporary metaphysics. It is known by a variety of names, including, but not limited to, Humility, Intrinsic Humility, Kantian Humility, Kantian Physicalism, Intrinsic Ignorance, Categorical Ignorance, Irremediable Ignorance, and Noumenalism. According to the thesis, we human beings, and any knowers that share our general ways of knowing, are irremediably ignorant of a certain class of properties that are intrinsic to material entities … Continue reading Humility Regarding Intrinsic Properties →.

When it comes to online fashion, this research focused on the interaction between three factors: preferences for online fashion goods, consumer buying choices for online fashion products, and brand image. A descriptive correlational approach was used. A total of 184 sampled active online purchasers of fashion items from a population of 350 online buyers in Thailand participated in the research. The study was carried out with the use of tools that had been adopted. Descriptive data showed that respondents had a (...) high preference for online marketing, a positive attitude towards online fashion goods, a high degree of consumer buying choices towards online fashion products, and a high preference for favorable brand image in the research. There were significant variations in respondents' preferences for online shopping as well as attitudes toward fashion items and consumer purchase decisions based on age, civil status, education, monthly income, and profession, according to the results of a test of difference. A further connection test revealed that respondents' liking for online marketing tends to improve their attitude toward online fashion items and consumer buying choices. In the end, the results of multiple regression analysis revealed that age, civil status and education level, online marketing approach, attitude towards online fashion goods, and brand image and attitude are all predictors of buying choices. The study's practical consequences for an internet business are addressed. The study's practical consequences for an internet business are addressed. (shrink)

Russellian monism – an influential doctrine proposed by Russell (1927/1992) – is roughly the view that the natural sciences can only ever tell us about the causal, dispositional, and structural properties of physical entities and not about their categorical properties, and, moreover, that our qualia are constituted by categorical properties. Recently, Stoljar (2001a, 2001b), Strawson (2008), Montero (2010, 2015), Alter and Nagasawa (2012), and Chalmers (2015) have attempted to develop this doctrine into a version of physicalism. Russellian monism faces the (...) so-called combination problem, according to which it is difficult to see how categorical properties could collectively constitute qualia. In this paper, I suggest that there is an insufficiently discussed aspect of the combination problem which I call the difference-maker problem. Taking the difference-maker problem into account, I argue that the combination problem – whether or not it can be solved – results in a dilemma for the project of developing Russellian physicalism. That is, Russellian monism is either physicalistically unacceptable or it is implausible; hence, Russellian monism and physicalism are incompatible. (shrink)

Russellian monism—an influential doctrine proposed by Russell (The analysis of matter, Routledge, London, 1927/1992)—is roughly the view that physics can only ever tell us about the causal, dispositional, and structural properties of physical entities and not their categorical (or intrinsic) properties, whereas our qualia are constituted by those categorical properties. In this paper, I will discuss the relation between Russellian monism and a seminal paradox facing epiphenomenalism, the paradox of phenomenal judgment: if epiphenomenalism is true—qualia are causally inefficacious—then any judgment (...) concerning qualia, including epiphenomenalism itself, cannot be caused by qualia. For many writers, including Hawthorne (Philos Perspect 15:361–378, 2001), Smart (J Conscious Stud 11(2):41–50, 2004), and Braddon-Mitchell and Jackson (The philosophy of mind and cognition, Blackwell, Malden, 2007), Russellian monism faces the same paradox as epiphenomenalism does. I will assess Chalmers’s (The conscious mind: in search of a fundamental theory. Oxford University Press, New York, 1996) and Seager’s (in: Beckermann A, McLaughlin BP (eds) The Oxford handbook of philosophy of mind. Oxford University Press, New York, 2009) defences of Russellian monism against the paradox, and will put forward a novel argument against those defences. (shrink)

Findings – As the results, by using 5 steps which are: test for the statistical significance, test for heteroscedasticity, test for multicollinearity test the assumption of normality and test for autocorrelation, a positive relationship is found between Vietnam gold price and USD/VND exchange rate. In detail, the inflation in Vietnam and the nominal interest rate in Vietnam have no statistically significant with the gold price. In statistical significance test, the coefficient for CPI and USD/VND exchange rate are statistical significant but (...) there exists the multicollinearity between CPI and USD/VND exchange rate. To ensure the result, CPI is chosen to remove when comparing R-squared between two regression equations. (shrink)

It is a received view of the post-Fregean predicate logic that a universal statement has no existential import and thus does not entail its particular (existential) counterpart. This paper takes issue with the view by discussing the trespasser case, which has widely been employed for supporting the view. The trespasser case in fact involves a shift of context. Properly understood, the case provides no support for the received view but rather suggests that we rethink the ‘quantity view’ of the existential (...) import of quantifiers. (shrink)

Ngay khi nước nhà mới giành được độc lập, Chủ tịch Hồ Chí Minh đã khẳng định với giới công thương kỹ nghệ Việt Nam: “Nền kinh tế quốc dân thịnh vượng nghĩa là các sự kinh doanh của các nhà công nghiệp, thương nghiệp thịnh vượng”.

Alexander Bird (2001; 2002; 2007) offers a powerful argument showing that, regardless of whether necessitarianism or contingentism about laws is true, salt necessarily dissolves in water. The argument is that the same laws of nature that are necessary for the constitution of salt necessitate the solubility of salt. This paper shows that Bird’s argument faces a serious objection if the possibility of emergentism – in particular, C. D. Broad’s account – is taken into account. The idea is (roughly) that some (...) emergent laws in some possible worlds may disrupt the solubility of salt without disrupting its constitution. (shrink)

Monism is our name for a range of views according to which the connection between dispositions and their categorical bases is intimate and necessary, or on which there are no categorical bases at all. In contrast, Dualist views hold that the connection between dispositions and their categorical bases is distant and contingent. This paper is a defence of Monism against an influential conceivability argument in favour of Dualism. The argument suggests that the apparent possibility of causal behaviour coming apart from (...) categorical bases is best explained by Dualism. We argue that Monism can explain the apparent possibility as well, if we take metaphysically alien laws — namely, laws whose metaphysical nature is alien to the actual world — into account. (shrink)

The disciplinary characterisation (DC) is the most popular approach to defining metaphysical naturalism and physicalism. It defines metaphysical naturalism with reference to scientific theories and defines physicalism with reference to physical theories, and suggests that every entity that exists is a posited entity of these theories. DC has been criticised for its inability to solve Hempel’s dilemma and a list of problems alike. In this paper, I propose and defend a novel version of DC that can be called a historical (...) paths approach. The idea is (roughly) that metaphysical naturalism can be defined with reference to the historical ideas that current scientific ideas descend from. I argue that it is not rendered implausible by the above problems, and hence that DC is more defensible and attractive than it may first appear. I then argue that the approach also provides a useful framework for the naturalisation of the philosophy of mind and phenomenology. (shrink)

ABSTRACT Lewtas [2017] recently articulated an argument claiming that emergent conscious causal powers are impossible. In developing his argument, Lewtas makes several assumptions about emergence, phenomenal consciousness, categorical properties, and causation. We argue that there are plausible alternatives to these assumptions. Thus, the proponent of emergent conscious causal powers can escape Lewtas’s challenge.

Various authors have recently expressed doubts about the public relevance of philosophy. These doubts target both academic philosophy in general and particular subfields of philosophy. This paper investigates whether these doubts are justified through two tests in which the lack of public relevance of a philosophical paper is operationalized as the degree to which that paper is isolated. Both tests suggest that academic philosophy in general is more isolated from the broader public than it should be, and confirm the hypothesis (...) that some subfields of philosophy are more isolated than others. We argue that this lack of public relevance is caused by the incentive structure of academic philosophy and discuss a range of individual-level and incentive-level solutions. (shrink)

十年前，作者肯沃德在他在《科學商業》上的文章中證實了一個現實，即“幾乎所有地方的研究支出都在增加”，原因有很多：工資、研發資本成本、材料成本等等。.

The costs of doing science have no longer been limited to investments or expenditures in relation to scientific experiments or conducts.

But, a cost or an investment, without sciences and scientific advancement, humankind has no future, or at least, no human future, while the animal future remains to be seen.

This paper draws on MacIntyre’s ethical thought to illuminate a hitherto underexplored religious context for business ethics, that of the Amish. It draws on an empirical study of Amish settlements in Holmes County, Ohio, and aims to deepen our understanding of Amish business ethics by bringing it into contact with an ethical theory that has had a signifcant impact within business ethics, that of Alasdair MacIntyre. It also aims to extend MacIntyrean thought by drawing on his neglected critique of modernity (...) in the context of business ethics. The Amish context allows us to appreciate the relationship between MacIntyre’s critique of modernity, his conception of practices and communities, and his distinctive approach to the virtues. It also helps us to better understand how the ethical life is possible within our emotivist culture. (shrink)

In this paper we describe a few interrelated issues for validating theories that posit levels of consciousness. First, validating levels of consciousness requires consensus about the ordering of conscious states, which cannot be easily achieved. This problem is particularly severe if we believe conscious states can be irreducibly smeared over time. Second, the relationship between conscious states is probably sometimes intransitive, which means levels of consciousness will not be amenable to a single continuous measure. Finally, even if a multidimensional approach (...) to levels of consciousness is adopted, we argue that there are further problems for its validation. (shrink)

The global water crisis is being exacerbated by climate change, even in the United States. Recycled water is a feasible alternative to alleviate the water shortage, but it is constrained by humans’ perceptions. The current study examines how residents’ water scarcity awareness and climate change belief influence their willingness to use recycled water directly and indirectly. Bayesian Mindsponge Framework (BMF) analytics was employed on a dataset of 1831 residents in Albuquerque, New Mexico, an arid inland region in the US. We (...) discovered that residents’ willingness to use direct recycled potable water is positively affected by their awareness of water scarcity, but the effect is conditional on their belief in the impacts of climate change on the water cycle. Meanwhile, the willingness to use indirect recycled potable water is influenced by water scarcity awareness, and the belief in climate change further enhances this effect. These findings implicate that fighting climate change denialism and informing the public of the water scarcity situation in the region can contribute to the effectiveness and sustainability of long-term water conservation and climate change alleviation efforts. (shrink)

Background. Small and medium enterprises play an important role in economies, including Vietnam’s. The need for information systems is now necessary in every enterprise. Most of published studies on information systems have been conducted in developed countries, with little in developing or less developed countries. From those few, there was no one focusing in Vietnam. Aims. This thesis examines the experiences of seven Vietnamese small and medium enterprises when they adopted information systems. The authors investigated the reasons for, the process (...) of, and the factors influencing information system adoption. Methods. The qualitative research method was used to answer research questions. Semi-structured interviews were used as the data collection tool to explore participants’ experiences. Content analysis of the interview transcripts was used to extract answers given during the semi-structured interviews and to identify new themes that emerged from the data. The participants’ experiences were compared to what has been reported in the existing literature. Results. The analysis resulted in important findings. It confirmed some reasons and factors found in the literature concerning information system adoption in Vietnamese small and medium enterprises. Despite some similarities, the authors found some differences, such as government role, concerning the information system adoption. (shrink)

Bài nghiên cứu về sự tồn tại của hệ thống tỷ giá kép (còn gọi là hệ thống tỷ giá trợ giúp các giao dịch ngoại hối song song) và khả năng nó đã đóng vai trò "bộ đệm" giảm chấn cho cú sốc tiền tệ đối với nền kinh tế Việt Nam trong thời kỳ khủng khoảng tài chính-tiền tệ Châu Á, 1997-1998.

The COVID-19 pandemic has caused unprecedented damage to the educational system worldwide. Besides the measurable economic impacts in the short-term and long-term, there is intangible destruction within educational institutions. In particular, teachers – the most critical intellectual resources of any schools – have to face various types of financial, physical, and mental struggles due to COVID-19. To capture the current context of more than one million Vietnamese teachers during COVID-19, we distributed an e- survey to more than 2,500 randomly selected (...) teachers from two major teacher communities on Facebook from 6th to 11th April 2020. From over 373 responses, we excluded the observations which violated our cross-check questions and retained 294 observations for further analysis. This dataset includes: (i) Demographics of participants; (ii) Teachers' perspectives regarding the operation of teaching activities during the pandemic; (iii) Teachers' received support from their schools, government bodies, other stakeholders such as teacher unions, and parents' associations; and (iv) teachers' evaluation of school readiness toward digital transformation. Further, the dataset was supplemented with an additional question on the teachers' primary source of professional development activities during the pandemic. (shrink)

Whether the hands-on experience of creating inventions can promote Students’ interest in pursuing a science, technology, engineering, and mathematics (STEM) career has not been extensively studied. In a quantitative study, we drew on the attitude-behavior-outcome framework to explore the correlates between hands-on making attitude, epistemic curiosities, and career interest. This study targeted students who joined the selection competition for participating in the International Exhibition of Young Inventors (IEYI) in Taiwan. The objective of the invention exhibition is to encourage young students (...) to make innovative projects by applying STEM knowledge and collaborative design. We collected 220 valid data from participants in the 2021 Taiwan IEYI selection competition and conducted a confirmatory factor analysis and structural equation modeling to test the hypotheses. Results indicated that: (1) hands-on making attitude was positively related to two types of epistemic curiosity; (2) interest-type epistemic curiosity (IEC) and deprivation-type epistemic curiosity (DEC) were positively associated with STEM career interest; additionally, DEC had a higher coefficient on STEM career interest than IEC; (3) both types of EC had a mediating role between hands-on making attitude and STEM career interest. It is expected that encouraging students to participate in invention exhibition competitions can raise both types of EC and increase their interest in pursuing STEM careers. (shrink)

The Covid-19 Pandemic had completely disrupted the worldwide educational system. Many schools chose the online delivery mode for students in case learning losses incurred during social distance decree. However, as to these students who are currently in the study abroad planning stages, reached an intention crossroads, whether standing for certain unchanging decisions in study abroad destinations or changing swiftly due to the unexpected policies in quarantine. This case opened to interpretation, which was based on our e-survey since 3 May to (...) 13 May 2020 with 397 responses covering a range of Vietnamese students. In this dataset, we focused on (i) Students’ Demographics; (ii) The previous intention of students to study abroad before and during the Covid-19 ravaged and (iii) Their intention afterwards. (shrink)

Homework effectiveness has long been a controversial issue for many educators, schools, and parents. Many researchers have tried to prove that homework is not just a nuisance we all have to face throughout the years but really can build character and good for students, like teachers and parents typically say. This bibliometrics review studied 429 documents related to homework in education from the Clarivate Web of Science from 1977 to 2020. This study aims to record the volume, growth pattern of (...) homework literature and identify critical authors, publications, and topics of this knowledge base. The review found that the homework literature has grown remarkably over the past 43 years, with the most cited authors are from the US, Germany, and Portugal. Using co-citation, co-occurrence and bibliographic coupling analysis from the VOSviewer program, this research also indicated significant results and suggestions for future research. The findings showed that homework literature increased gradually in volume, with the most publications originated in the USA, and critical authors were Cooper, Xu, and Trautwein. Additionally, five common research topics were illustrated, namely the effect of homework and its measurement, homework environment, homework tasks and feedback, family involvement in homework, and time and effort. (shrink)

In this paper, we propose the introduction of a neutrosophic chi-square-test for consistency, incorporating neutrosophic statistics. Our aim is to modify the existing chi-square -test for consistency in order to analyze imprecise data. We present a novel test statistic for the neutrosophic chi-square -test for consistency, which accounts for the uncertainties inherent in the data. To evaluate the performance of the proposed test, we compare it with the traditional chi-square -test for consistency based on classical statistics. By conducting a comparative (...) analysis, we assess the efficiency and effectiveness of our proposed neutrosophic chi-square-test for consistency. Furthermore, we illustrate the application of the proposed test through a numerical example, demonstrating how it can be utilized in practical scenarios. Through this implementation, we aim to provide empirical evidence of the improved performance of our proposed test when compared to the traditional chi-square-test for consistency based on classical statistics. We anticipate that the proposed neutrosophic chi-square-test for consistency will outperform its classical counterpart, offering enhanced accuracy and reliability when dealing with imprecise data. This advancement has the potential to contribute significantly to the field of statistical analysis, particularly in situations where data uncertainty and imprecision are prevalent. (shrink)

Công việc nghiên cứu khoa học hẳn nhiên có rất nhiều chi phí. Việc phân loại chi phí cũng có thể gọi là cả một ngành khoa học hẹp được. Nhưng có những chi phí không tên. Hơn thế nữa, trong chi phí không tên có cả những chi phí chẳng mấy ai buồn quan tâm.

Các ban biên tập họ biết rõ rằng quá trình nộp bài của tác giả gặp nhiều thử thách, bất trắc và việc bị từ chối sẽ khó khăn nhiều bề với tác giả.

Molte questioni aperte che interessano la nostra società e ci fanno preoccupare per il futuro ruotano intorno a un problema fondamentale: capire chi sia davvero esperto in un determinato ambito e, di conseguenza, decidere di chi possiamo fidarci. È inevitabile che ognuno di noi debba riporre la propria fiducia in altri individui quando si tratta di questioni quali il riscaldamento globale e la tutela dell’ambiente, le terapie mediche a cui sottoporsi, la sicurezza informatica e l’istruzione dei propri figli. Ma come (...) dovremmo scegliere le persone a cui affidarci? E cosa dobbiamo fare quando il parere dell’esperto si discosta dalla nostra opinione? Il libro si propone di rispondere a queste domande offrendo una chiave di lettura originale e innovativa dell’attuale dibattito sulle nozioni di esperto e di autorità nella filosofia della conoscenza e nella filosofia morale di matrice analitica. (shrink)

Trong bối cảnh của thời đại mới với sự phát triển vượt bậc của công nghệ thông tin, các cơ quan báo chí đang phải đối mặt với sự sụt giảm về doanh thu. Những vấn đề liên quan đến tài chính và nguồn thu của báo chí được đề cập trong bài viết này dưới khái niệm của kinh tế báo chí.

Cao điểm bayesvl chỉ có rau... -/- Người ta bẩu, ăn thịt/cá mới đủ protein để phục vụ suy nghĩ.

This work is a search for the basis of intersubjectivity in the African worldview conceptualized in Igwebuike philosophy. This piece found the basis of intersubjectivity of the African reality in Chi, which carries a variety of meanings among the Igbo - Afri can people. However, the nuance of Chi that is employed here is that which understands it as the divinity in every human person or the spark of the divine in created things. It understands Chi as the thumb print (...) or mark of Chukwu in each and every one of u s that places the other in a special place in relation to the self. This piece revealed that although Chi is a religious reality, it is conservative of the social institutions of the Igbo - African people. If I and the other have the thumb print of the same Chukwu, the spark of the Supreme Being, it then means that we relate in a special way that goes deeper than our individualities. This work, therefore, argued that our rootedness in Chukwu through Chi is what makes the other a part of me. To treat the other in a way that is undeserving of the divine mark in him or her not only affects the person(s), but the ontological structure to which I also belong and, thus, myself. The importance of Chi in this study is that the belief in Chi is as universal to the Igbo - speaking people as the belief in Chukwu, and it is a fundamental and outstanding characteristic of Igbo social structure and collective temperament. For the purpose of this study, the Igwebuike holistic approach of inquiry was adopted. Chi provides a cent ral and satisfying framework for the understanding of the interrelatedness and individuality of the Igbo - African reality. (shrink)

Trong bối cảnh của thời đại mới với sự phát triển vượt bậc của công nghệ thông tin, các cơ quan báo chí đang phải đối mặt với sự sụt giảm về doanh thu. Những vấn đề liên quan đến tài chính và nguồn thu của báo chí được đề cập trong bài viết này dưới khái niệm của kinh tế báo chí.

Philosophy battles with some recurring themes, one of which, maybe the most one, is the complicated relation between identity and otherness. It is a match that struggles to get to the gong: the net that binds the self and the other looks more like a tangle hard to unroll. So, we don’t have the claim to settle it down, but we would like to present some strategies useful to loosen it. We will follow a precise trajectory: we will consider the (...) philosophies of Heidegger and Nancy trying to understand what is about of identity and otherness in their philosophical frameworks. Of course, we don’t want to set sail on a historical trip: our interest is to catch the theoretical suggestions of these philosophies, knowing that they can advise us with prolific thoughts. We’ll basically have two tools: Heidegger’s Being and Time and Nancy’s Being Singular Plural. Even if those two theoretical poles are notoriously opposites, our idea is that a comparative analysis incentivizes important conclusions. Between all that otherness is an unmissable chance of expansion for the subjectivity and, because of this, their relation must be cultivated in the healthiest way. (shrink)