That about sums up what is wrong with Clark's view.

1. Do models formulated in programming languages use explicit rules where connectionist models do not? 2. Are rules as found in programming languages hard, precise, and exceptionless, where connectionist rules are not? 3. Do connectionist models use rules operating on distributed representations where models formulated in programming languages do not? 4. Do connectionist models fail to use structure sensitive rules of the sort found in "classical" computer architectures? In this chapter we argue that the answer to each of these questions (...) is negative. (shrink)

There is no uniquely standard concept of an effectively decidable set of real numbers or real n-tuples. Here we consider three notions: decidability up to measure zero [M.W. Parker, Undecidability in Rn: Riddled basins, the KAM tori, and the stability of the solar system, Phil. Sci. 70(2) (2003) 359–382], which we abbreviate d.m.z.; recursive approximability [or r.a.; K.-I. Ko, Complexity Theory of Real Functions, Birkhäuser, Boston, 1991]; and decidability ignoring boundaries [d.i.b.; W.C. Myrvold, The decision problem for entanglement, in: (...) R.S. Cohen et al. (Eds.), Potentiality, Entanglement, and Passion-at-a-Distance: Quantum Mechanical Studies fo Abner Shimony, Vol. 2, Kluwer Academic Publishers, Great Britain, 1997, pp. 177–190]. Unlike some others in the literature, these notions apply not only to certain nice sets, but to general sets in Rn and other appropriate spaces. We consider some motivations for these concepts and the logical relations between them. It has been argued that d.m.z. is especially appropriate for physical applications, and on Rn with the standard measure, it is strictly stronger than r.a. [M.W. Parker, Undecidability in Rn: Riddled basins, the KAM tori, and the stability of the solar system, Phil. Sci. 70(2) (2003) 359–382]. Here we show that this is the only implication that holds among our three decidabilities in that setting. Under arbitrary measures, even this implication fails. Yet for intervals of non-zero length, and more generally, convex sets of non-zero measure, the three concepts are equivalent. (shrink)

Co-authored letter to the APA to take a lead role in the recognition of teaching in the classroom, based on the participation in an interdisciplinary Conference on the Role of Advocacy in the Classroom back in 1995. At the time of this writing, the late Myles Brand was the President of Indiana University and a member of the IU Department of Philosophy.

Some have suggested that certain classical physical systems have undecidable long-term behavior, without specifying an appropriate notion of decidability over the reals. We introduce such a notion, decidability in (or d- ) for any measure , which is particularly appropriate for physics and in some ways more intuitive than Ko's (1991) recursive approximability (r.a.). For Lebesgue measure , d- implies r.a. Sets with positive -measure that are sufficiently "riddled" with holes are never d- but are often r.a. This explicates Sommerer (...) and Ott's (1996) claim of uncomputable behavior in a system with riddled basins of attraction. Furthermore, it clarifies speculations that the stability of the solar system (and similar systems) may be undecidable, for the invariant tori established by KAM theory form sets that are not d-. (shrink)

Frederick Douglass, in his first autobiography, Narrative of the Life of Frederick Douglass, describes how his sociopolitical identity was scripted by the white other and how his spatiotemporal existence was likewise constrained through constant surveillance and disciplinary dispositifs. Even so, Douglass was able to assert his humanity through creative acts of resistance. In this essay, I highlight the ways in which Douglass refused to accept the other-imposed narrative, demonstrating with his life the truth of his being—a human being (...) unwilling to be classified as thing or property. As I engage selected passages and key events from Douglass's narrative, I likewise explore the ways in which the resistance tactics. (shrink)

Through examining Douglass's and Fanon's concrete experiences of oppression, Cynthia R. Nielsen demonstrates the empirical validity of Foucault's theoretical analyses concerning power, resistance, and subject-formation. Going beyond merely confirming Foucault's insights, Douglass and Fanon expand, strengthen, and offer correctives to the emancipatory dimensions of Foucault's project. Unlike Foucault, Douglass and Fanon were not hesitant to make transhistorical judgments condemning slavery and colonization. Foucault's reticence here signals a weakness in his account of human being. This weakness sets him at cross-purposes not (...) only with Scotus, but also with Douglass and Fanon. Scotus's anthropology provides a basis for transhistorical moral critique; thus he is a valuable dialogue partner for those concerned about social justice and human flourishing. (shrink)

The essays collected in this volume are all concerned with the connection between fiction and truth. This question is of utmost importance to metaphysics, philosophy of language, philosophical logic and epistemology, raising in each of these areas and at their intersections a large number of issues related to creation, existence, reference, identity, modality, belief, assertion, imagination, pretense, etc. All these topics and many more are addressed in this collection, which brings together original essays written from various points of view by (...) philosophers of diverse trends. These essays constitute major contributions to the current debates that the connection between truth and fiction continually enlivens, and give a sense of the directions in which research on this question is heading. Contributors: Fred Adams, Frederick Kroon, Robert Howell, Brendan Murday, Terence Parsons, Graham Priest, Erich Rast, Manuel Rebuschi, Marion Renauld, R.M. Sainsbury, Grant Tavinor, Alberto Voltolini. (shrink)

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO E DIFERENCIAÇÃO SEXUAL -/- E. I. C. da Silva Departamento de Agropecuária – IFPE Campus Belo Jardim Departamento de Zootecnia – UFRPE sede -/- 1.1 INTRODUÇÃO O sexo foi definido como a soma das diferenças morfológicas, fisiológicas e psicológicas que distinguem o macho da fêmea permitindo a reprodução sexual e assegurando a continuidade das espécies. Os processos de diferenciação sexual são realizados durante o desenvolvimento embrionário, onde ocorre a proliferação, diferenciação e maturação das células germinativas e primordiais, precursoras (...) de ovócitos e espermatozoides em fêmeas e machos, respectivamente. Assim, os embriões machos e fêmeas iniciam o seu desenvolvimento de forma semelhante, de modo que em ambos os sexos se estabelecem em estruturas idênticas a partir das quais se formarão os órgãos reprodutores correspondentes a cada sexo. O conhecimento da origem e do desenvolvimento do aparelho genital é indispensável para entender sua função e as alterações que produzem infertilidade ou esterilidade. 1.2 DETERMINAÇÃO DO SEXO CROMOSSÔMICO Nos mamíferos, o sexo cromossômico é determinado no momento da fertilização, quando um óvulo, que contém um cromossomo X, é fecundado por um espermatozoide portador de um cromossomo X ou um cromossomo Y. No primeiro caso, o complemento cromossômico seria XX, o que originaria uma fêmea (sexo homogamético), e no segundo daria como resultado um macho com a fórmula cromossômica XY (sexo heterogâmico). 1.3 A GÔNADA INDIFERENCIADA A primeira manifestação das gônadas se aprecia no embrião em forma de um par de eminências longitudinais chamadas cristas ou dobras gonodais, situadas em ambos os lados da linha média entre os mesonefros (rins em desenvolvimento) e do mesentério dorsal. Nos embriões dos mamíferos, as células germinativas primordiais (CGP) manifestam-se em estágios precoces do desenvolvimento, podendo ser detectadas pela primeira vez na metade da gastrulação. As CGP são células grandes, de citoplasma claro e núcleo grande e redondo, localizadas na parede do saco vitelino, perto do alantoide. Essas células possuem grande capacidade de proliferação e vão migrar desde o endoderma do intestino e o epitélio do saco vitelino, através do mesentério, até as cristas gonodais. Isso ocorre por volta do 26° dia da gestação no bovino. Sua migração realiza-se graças aos movimentos de translocação passiva e deslocamento ameboide ativo. Desconhece-se o mecanismo pelo qual estas células são dirigidas para as cristas gonodais, porém foram estudadas algumas moléculas que se expressam durante sua migração e que poderiam desempenhar um papel importante na diferenciação deste tipo celular. A fosfatase alcalina é uma enzima que tem sido usada como marcador de CGP para determinar a sua origem e migração. Num estudo recente, foi inserido um marcador fluorescente que se exprime unicamente nas células germinativas primordiais de embriões transgênicos, e utilizando este marcador e a fosfatase alcalina determinou-se a origem e o padrão de migração destas células. O primeiro sinal de diferenciação das células germinativas primordiais é a expressão de fosfatase alcalina, e esta apareceu pela primeira vez na parte mais posterior da linha primitiva. No sétimo dia de desenvolvimento no embrião do camundongo, o endoderma visceral (AF+) é substituído pelo endoderma definitivo (AF-) originado na parte anterior da linha primitiva. O fator de transcrição Oct-4 é expresso nas CGP de ambos os sexos, pelo que acredita-se estar envolvido na mantença a totipotêncialidade das células. O receptor tirosina quinase, cujo ligante é o fator de Steel, é outra das moléculas que expressam as CGP. Tem sido demonstrado que este receptor possui um papel muito importante na sobrevivência deste tipo celular. Existem outros fatores que promovem a sobrevivência e/ou proliferação de CGP in vitro. Em experiências realizadas com o fator de transformação beta I (TGFβ-I), observou-se que este tem um efeito negativo sobre a proliferação das CGP. Outra atividade que tem sido postulada a este fator é o de um agente quimioatraente que possivelmente possa direcionar a migração destas células para a gônada. a) Um formado pelas células germinativas primordiais (precursoras dos gametas masculinos ou femininos), rodeadas de células somáticas das quais posteriormente se derivarão as células de Sertoli no macho e as células da granulosa na fêmea. b) O tecido que formará o estroma da gônada: tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e as células intersticiais com atividade esteroidogênica (células de Leydig no testículo e a teca interna do ovário). As células somáticas do primórdio gonodal originam-se do mesoderma. Inicialmente são de três tipos: mesenquimáticas, mesoteliais e endoteliais. As células mesenquimáticas e mesoteliais iniciam grande atividade proliferativa ao chegar as CGP. Observa-se então uma condensação de células de origem mesotelial e mesenquimatoso que forma um agregado compacto denominado "blastema gonodal". A partir deste primórdio embrionário, diferenciam-se dois tecidos gonodais: os cordões sexuais e o estroma. Os cordões sexuais são arranjos epiteliais que se encontram delimitados por uma folha basal, e dentro deles encontramos as CGP. Por sua vez, no estroma encontram-se células do tipo mesenquimático e vasos sanguíneos. Neste momento, as gônadas são indiferenciadas e bipotencialmente sexuais, sendo impossível diferenciar, morfologicamente, uma gônada masculina de uma feminina, mas no caso dos machos genéticos já existe uma diferenciação da gônada a nível molecular. Nesta fase já se encontram presentes as estruturas das quais se desenvolvem os dutos mesonéfricos ou de Wolff precursores do aparelho genital masculino e os dutos paramesonéfricos ou de Müller que darão origem ao aparelho reprodutor feminino. Há uma série de fatores envolvidos no desenvolvimento precoce da gônada, entre os quais o fator esteroidogênico I (SFI: Steroidogenic fator l), que é um membro da subfamília de receptores nucleares, receptores órfãos. Este fator de transcrição tem um local de ligação ao DNA composto por dois dedos-de-Zinc. O SFI foi identificado como um ativador de genes envolvidos na biossíntese de esteroides em diferentes células. O SFI está presente durante o desenvolvimento embrionário em regiões associadas com funções endócrinas como gônadas, adrenais, pituitárias e hipotálamos. Os animais homozigotos para o gene SFI defeituoso, necessitam de gônadas e adrenais e têm a função gonadotrófica alterada. Os ratos sem SFI carecem de gonadotrofos e têm um desenvolvimento anormal do núcleo ventro-medial do hipotálamo; em particular as gônadas deixam de se desenvolver entre os dias 11 a 15 e degeneram-se por apoptose. No entanto, a crista genital forma-se e é colonizada pelas células germinativas, o que indica que estas continuam a receber o sinal adequado para a sua migração. Portanto, o SFI não está envolvido no desenvolvimento precoce da gônada e do sistema urogenital, mas parece estar envolvido na manutenção do crescimento das células somáticas presentes na gônada indiferenciada. O gene associado ao tumor de Wilms (WTI: Wilm's tumor Associated) está envolvido no desenvolvimento da gônada e do rim. Durante o desenvolvimento embrionário, WTI se expressa em todo o mesoderma intermediário e posteriormente na gônada indiferenciada, bem como no rim em formação. WTI regula o sinal indutivo do mesênquima para o epitélio celômico dos mesonefros. Se este for o caso, então WTI é responsável pelo crescimento da crista genital ao dirigir a entrada do epitélio celômico. Dado que estas células darão origem às células de Sertoli, a carência de WTI pode causar o desenvolvimento de embriões XY como fêmeas simplesmente porque não se formam as células de Sertoli. Em geral, todos os genes importantes na diferenciação do mesoderma intermediário e do sistema urogenital intervêm no desenvolvimento da gônada precoce. 1.4 DIFERENCIAÇÃO GONODAL O desenvolvimento das gônadas e ductos genitais descritos até o momento, é o mesmo para ambos os sexos. Igualmente, os genes descritos, que estão envolvidos no desenvolvimento das gônadas, ductos genitais e migração das células germinativas, afetam igualmente os embriões com genótipo XX ou XY. A gônada primitiva consiste anatomicamente de uma medula (interna) e uma crosta (externa), e de acordo com o local onde ocorre a colonização das células germinativas, diferenciara em testículo ou um ovário, respectivamente. Nos mamíferos, a primeira manifestação estrutural de diferenciação sexual é detectada na gônada dos machos, onde as células germinativas estão localizadas na medula. A diferenciação do testículo inicia-se quando os cordões sexuais se separam do epitélio celômico como consequência dos arranjos produzidos por uma invasão do mesênquima e vasos sanguíneos que provoca a compactação dos cordões, agora denominados cordões testiculares. As células que rodeiam os cordões se achatam e formam as células mioides, que são responsáveis pela formação das membranas basais. As células do epitélio interno, ou seja, as células de Sertoli, têm duas funções principais: o suporte das CGP e a síntese da hormona antimulleriana, responsável pela regressão dos ductos de Müller e secretada durante o período de diferenciação sexual. As células do estroma que rodeiam os cordões testiculares diferenciam-se para formar vários tipos de células: células mioides, fibroblastos, endotélio e células de Leydig, que são as mais importantes pela sua atividade endócrina. Posteriormente, os cordões testiculares dão origem aos túbulos seminíferos, que contêm o epitélio que produzirá os espermatozoides ao chegar à puberdade. Na fêmea, durante os estágios iniciais de diferenciação gonodal, não se observam mudanças em relação à gônada indiferenciada, só pode-se observar um certo crescimento devido à proliferação de células somáticas e germinativas. As células germinativas iniciam um período de proliferação, que termina com o início da meiose. Iniciada a meiose, dá-se o processo de foliculogênese; neste momento os cordões epiteliais se fragmentam, de tal maneira que cada ovócito fica rodeado de células epiteliais cobertas por uma folha basal fina (figura 1). Para que a gônada primitiva se desenvolva em testículo é indispensável a presença do cromossoma Y, independentemente do número de cromossomas X que contenha o genoma de um indivíduo. O gene determinante do testículo encontra-se localizado no cromossoma Y, denominado sry em ratos e SRY em humanos. O gene sry se expressa durante o desenvolvimento embrionário na crista genital de embriões de camundongos. A expressão é detectável no dia 10,5, pouco depois do aparecimento das cristas genitais, atinge o seu máximo durante o dia 11,5 e mantém-se até pouco depois de ocorrerem os primeiros sinais morfológicos de diferenciação testicular no dia 12,5. Este padrão de expressão é compatível com a teoria de que sry atua induzindo a ativação dos genes (figura 2) que conduzem ao desenvolvimento testicular, sem que exista a necessidade da expressão contínua de sry para manter a diferenciação do testículo após o dia 12,5. Como mencionado anteriormente, a gônada primitiva é composta por vários tipos de células. No entanto, as células germinativas primordiais não são o local de expressão do sry, já que os embriões que necessitam de células germinativas mantêm a expressão de sry e desenvolvem o sexo gonodal normalmente. As células somáticas na gônada em desenvolvimento incluem também as células de suporte. Sabe-se que é nestas células que o sry é expresso para que se diferenciem em células de Sertoli, e a expressão transitória de sry indica que deve ativar a outros genes para a manutenção das células de Sertoli. Uma vez diferenciadas as células de Sertoli, elas se encarregarão da diferenciação do resto das células na gônada. -/- Figura 1: Representação da diferenciação dos órgãos genitais internos. Adaptado de BRONSON, 1989. Figura 2: Cascada de genes envolvidos na diferenciação sexual, adaptado de KOOPMAN, 1999. O fator sry é necessário para a diferenciação do testículo. Embora não se conheçam os genes que provavelmente regulam esse gene, estudos realizados em camundongos demonstram que este gene parece coordenar-se com certos genes autossômicos. Entre estes genes autossômicos, o sox9, que é produzido pelas células de Sertoli uma vez que são estimuladas por sry, de modo que sox9 é um dos genes relacionados estruturalmente com sry. O Sox9 funciona como um fator de transcrição, mas não se sabe se a proteína tem qualquer outra função estrutural; este gene exprime-se abundantemente nos condrócitos e está relacionado com defeitos do aparelho ósseo chamados displasia campomélica. Curiosamente, os pacientes XY com esta condição sofrem frequentemente de reversão do sexo. O Sox9 é um dos poucos genes, além do SRY, do qual as mutações demonstraram interferir com a determinação sexual masculina. No entanto, apenas 75% dos pacientes com anomalias esqueléticas de tipo displasia campomélica têm reversão sexual e não foram encontrados casos de reversão sexual devido a um defeito de Sox9 que não seja acompanhado de defeitos esqueléticos. Isso indica que o Sox9 é apenas um membro da rede de genes que são ativados para determinar a diferenciação sexual, enquanto a rota que rege a condrogênese é mais sensível a perturbações deste. O momento em que se detecta a expressão do gene Sox9 (11dpc em ratos) coincide com a máxima expressão de sry, o que poderia indicar a possibilidade de que sry regule positivamente a Sox9. De fato, na região do promotor de Sox9 há um local de união ao que potencialmente se pode unir o sry. A expressão de Sox9 durante a diferenciação sexual sugere um papel abaixo de sry na diferenciação das células de Sertoli. O cromossoma X também é importante na diferenciação gonodal. O gene DAX-I foi isolado do lócus DSS (Dosage sensitive sex reversal) do cromossoma X. DAX-I é parte da cascata de determinação sexual, mas não é necessário para a formação do testículo. DAX-I é um membro dos receptores nucleares conhecidos como receptores órfãos. Este gene demonstrou ser um poderoso repressor da transcrição de SFI e de vários genes. Os padrões de expressão de DAX-I são complementares daqueles de SFI, ambos expressos nas cristas genitais. Em resumo, dada a evidência exposta, desenvolveu-se a hipótese de que DAX-I é um antagonista de sry; esse antagonismo é dependente dos níveis relativos de DAX-I e sry e de um limiar que varia de espécie para espécie. A DAX-I foi classificada como o gene antitestículo. Na fêmea (cariótipo XX) é importante que ocorra a inativação de um dos cromossomas sexuais X para que se mantenha o equilíbrio genético ao igualar o conteúdo de DNA dos cromossomas. Esse cromossoma inativado constitui o chamado corpúsculo de Barr. No entanto, para que a meiose se realize, é necessário dos dois cromossomas X ativos nos ovócitos para assegurar a diferenciação ovárica e a fertilidade. 1.5 DIFERENCIAÇÃO DOS DUCTOS SEXUAIS O embrião possui, além das gônadas indiferenciadas, dois sistemas de ductos: os de potencialidade masculina denominam-se ductos de Wolff ou mesonéfricos, e os de potencialidade feminina se chamam ductos de Müller ou paramesonéfricos (figura 1). Se a diferenciação gonodal levou à formação de um testículo, a partir do ducto mesonéfrico ou de Wolff se desenvolverão os ductos eferentes, o epidídimo, os ductos deferentes e as vesículas seminais. As hormonas importantes no desenvolvimento do aparelho genital masculino são a testosterona, produzida pelas células de Leydig, e sua forma 5α reduzida, a 5α di-hidrotestosterona. Acredita-se que a testosterona é responsável pela virilização dos ductos de Wolff, e a di-hidrotestosterona dos órgãos genitais externos. No macho, os canais de Müller atrofiam-se devido à ação de uma hormona fetal de origem testicular denominada hormona inibidora das estruturas de Müller (HIM) ou hormona antimulleriana. Este processo começa assim que os cordões espermáticos se formam e se diferenciam as células de Sertoli. A existência de HIM foi proposta baseada em estudos realizados em bezerras freemartin, devido à existência de uma hormona responsável pela atresia dos ductos de Müller que na fêmea dá origem ao útero e aos ovidutos. Essa hormona provoca a involução do aparelho genital do bovino nas gestações gemelares nas quais os produtos de diferente sexo têm comunicação sanguínea por ter ocorrido a anastomose dos vasos de ambas as placentas (figura 3). A HIM é uma glicoproteína pertencente à subfamília de TGFβ, é expressa pelas células que darão origem às células de Sertoli e é um dos primeiros marcadores de diferenciação nestas células. A HIM é secretada na vida adulta pelas células de Sertoli no testículo e por células da granulosa no ovário. No rato a HIM é expressa-se no 12° dia em um teste padrão que segue muito de perto o aumento na expressão de sry. No macho, esta secreção de HIM continua durante a vida fetal e adulta, contudo os níveis de HIM declinam na puberdade devido a um aumento na secreção de testosterona. Vários fatores intervêm na regulação do gene de HIM, incluindo os acima descritos SFI e Sox9. O gene HIM contém segmentos de DNA que são conservados em várias espécies de vertebrados. Existe um nexo de ligação para SFI, que ativa a transcrição de HIM. A mutação no local de ligação de SFI resulta em reversão do sexo em indivíduos XY incluindo genitais femininos normais, presença de um útero formado enfatizando a importância de SFI na determinação sexual e na expressão de HIM. Embora SFI seja um bom candidato como regulador de HIM, é expresso em outras células, como as de Leydig e adrenais, que não expressam HIM. Em contrapartida, Sox9 é expresso unicamente nas células de Sertoli que são as produtoras de HIM. O gene HIM também tem um nexo de ligação para Sox9. Além disso, Sox9 pode atuar sinergicamente com SFI para promover a secreção de HIM. Ao contrário destes dois fatores de transcrição, DAX-I antagoniza a ação de Sox9 e provavelmente SFI sobre o promotor de HIM. Assim, para que as células de Sertoli secretem HIM, a transcrição de DAX-I deve diminuir. Figura 3: Representação da diferenciação dos órgãos genitais externos. Adaptado de BRONSON, 1989. Os ductos de Wolff tornam-se o sistema de ejaculação do macho. A porção mais próxima dos testículos dá origem ao epidídimo, a parte central ao ducto deferente e a porção mais distal às vesículas seminais. A próstata e a parte membranosa da uretra do macho desenvolvem-se a partir da porção pélvica do seio urogenital. A virilização e diferenciação dos ductos de Wolff dependem da produção de testosterona pelo testículo. Quanto aos órgãos genitais externos do macho, o tubérculo genital é ampliado e as dobras uretrais se fundem para formar a uretra peniana. A fusão das dobras uretrais aproxima os tubérculos genitais para formar o escroto (figura 4). Figura 4: Diferenciação do aparelho genital da fêmea e do macho. Adaptado de KOOPMAN, 1989. A diferenciação dos órgãos genitais da fêmea ocorre de forma passiva, já que a ausência de testículos e por isso da hormona inibidora dos ductos de Müller (HIM), assim como dos andrógenos virilizantes, favorece o desenvolvimento dos ductos de Müller, enquanto os de Wolff sofrem atrofia. A porção cefálica dos ductos de Müller dá origem aos ovidutos, que na sua terminação caudal se fundem com o útero. O contato dos ductos de Müller com o seio urogenital induz uma intensa proliferação celular que resulta na formação da área uterovaginal localizado entre o seio urogenital e os ductos de Müller. As células do prato uterovaginal proliferam e aumentam a distância entre as duas estruturas criando o espaço que formará a vagina quando o prato é canalizado e forma um lúmen. Em contraste com o que ocorre no macho, na fêmea a maior parte do seio urogenital se mantém exposta na superfície da abertura onde desembocam a vagina e a uretra. O tubérculo urogenital da fêmea tem um crescimento limitado e forma o clitóris. A sequência de passos da diferenciação sexual do aparelho genital é resumida na tabela 1. Tabela 1: Destino em desenvolvimento dos rudimentos sexuais dos fetos macho e fêmea dos mamíferos -/- Rudimento sexual Macho Fêmea Gônada Testículo Ovário Ductos de Müller (Paramesonéfricos) Vestígios Útero, parte da vagina, ovidutos Ductos de Wolff (Mesonéfricos) Ductos eferentes deferentes, epidídimo, vesículas seminais Vestígios Seio urogenital Uretra, próstata, glândulas bulbouretrais Parte da vagina, uretra, vestíbulo, glândulas vestibulares Tubérculo genital Pênis Clitóris Pregas vestibulares Escroto Lábios vulvares Fonte: HAFEZ, 2004. 1.6 DIFERENCIAÇÃO SEXUAL DO HIPOTÁLAMO Os processos de diferenciação sexual não se limitam apenas às células somáticas do organismo do feto, mas incluem também os centros nervosos superiores do cérebro. Assim, da mesma maneira que a gônada e os ductos sexuais se desenvolvem para o tipo feminino ou masculino, propôs-se que o cérebro pode ser "masculinizado" ou permanecer "Feminizado". A diferenciação do hipotálamo vai depender do ambiente esteroidal do neonato e ocorre na fase perinatal. Estes eventos serão de grande transcendência na vida reprodutiva do indivíduo. Tanto a fêmea como o macho nascem com a capacidade de secreção de gonadotropinas de acordo com um padrão cíclico; contudo, no macho, a exposição do hipotálamo à ação dos andrógenos testiculares durante os primeiros dias da vida extrauterina provoca a masculinização, com o qual o hipotálamo do macho é programado para que a secreção de gonadotropinas se realize a um ritmo relativamente constante por parte da hipófise (secreção tônica). Na fêmea, tanto a secreção tônica como a cíclica se conservam. No entanto, observou-se que a injeção de testosterona ou o transplante de testículo na rata fêmea durante os primeiros dias de vida, suprime a sua futura atividade estral (secreção cíclica). Por outro lado, se os ovários forem transplantados para o rato macho normal castrado na idade adulta, o animal não desenvolve qualquer atividade cíclica, mas se os machos transplantados forem castrados ao nascer, o ovário é capaz de efetuar mudanças cíclicas e ovulações. Isto foi demonstrado em roedores, mas não em animais domésticos ou na espécie humana. Portanto, o padrão de secreção de gonadotropinas, seja cíclico ou tônico, não depende da hipófise, mas do hipotálamo e sua correta diferenciação. 1.7 CONCLUSÕES A maioria dos conhecimentos no campo da biologia do desenvolvimento e, muito especificamente, dos processos de diferenciação sexual têm sido originados de estudos relacionados com desordens congênitas, que na sua maioria devem-se a defeitos de genes específicos. A análise detalhada destas desordens permitiu entender alguns mecanismos endócrinos, moleculares e genéticos envolvidos na diferenciação sexual. A identificação do gene sry como determinante do testículo foi uma contribuição crucial e abriu as portas à compreensão dos mecanismos moleculares e celulares relacionados com o desenvolvimento do testículo. Se este gene não estiver presente, é criado um programa genético alternativo para levar a cabo a diferenciação gonodal para o ovário. Finalmente, devemos ter presente que é necessária uma correlação entre mudanças morfológicas e expressão de genes durante o desenvolvimento para entender os mecanismos relacionados com a diferenciação. -/- Apoio -/- Realização -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSON, Robert et al. The onset of germ cell migration in the mouse embryo. Mechanisms of development, v. 91, n. 1-2, p. 61-68, 2000. AUSTIN, Colin Russell; SHORT, R. V. Reproduction in Mammals: Volume 1, Germ Cells and Fertilization. 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HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA: O DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA I -/- A SOCIOLOGIA NOS ESTADOS UNIDOS -/- -/- HISTORY OF SOCIOLOGY: THE DEVELOPMENT OF SOCIOLOGY I -/- SOCIOLOGY IN UNITED STATES -/- -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – IFPE-BJ, CAP-UFPE e UFRPE. E-mails: [email protected] e [email protected] WhatsApp: (82)9.8143-8399. -/- -/- PREMISSA -/- A Sociologia nos Estados Unidos desenvolveu-se no contexto de dois grandes eventos que marcaram profundamente a história do país. -/- O primeiro foi a Guerra de Secessão (também conhecida como (...) Guerra Civil Americana), que ocorreu entre 1861 e 1865 e gerou ressentimentos e atritos entre a população do sul e a do norte dos Estados Unidos. -/- Em contrapartida, houve a urbanização das terras do oeste e das áreas centrais do país, o que contribuiu para o crescimento da economia e a expansão industrial. No norte, graças ao esforço de guerra, houve um grande crescimento, principalmente na metalurgia, no transporte ferroviário, na indústria de armamentos e na indústria naval. O comércio também se expandiu de maneira exponencial em todo o território estadunidense. -/- O padrão de cultura dos Estados Unidos passou a ser o ideal nortista de “trabalho duro, educação e liberdade econômica a todos”. Houve ainda um grande desenvolvimento de escolas e instituições de ensino superior. -/- O segundo grande evento que marcou a história estadunidense foi a chegada em massa de estrangeiros. Entre 1860 e 1900, os Estados Unidos passaram de país agrícola, com população em torno de 4 milhões, para país industrial, com uma das maiores economias do mundo e com 75 milhões de habitantes. -/- O incremento populacional e a industrialização redundaram em um processo de urbanização sem precedentes que continuou até a década de 1930. Para se ter uma ideia, em 1860 viviam em Chicago 102 260 pessoas; em 1900, a população da cidade passou a 1 698 575 e, em 1930, a 3 375 329. Em virtude desses fatores, consolidaram-se nos Estados Unidos uma burguesia industrial, comercial e financeira significativa, uma classe trabalhadora majoritariamente formada por imigrantes e uma classe média em ascensão. -/- As principais cidades passaram a ser um espaço de conflito e alvo de preocupações. Temas como imigração, aculturação, conflitos étnicos, comportamentos desviantes e políticas públicas foram importantes na Sociologia desenvolvida inicialmente no país. -/- Entre os principais fundadores da Sociologia nos Estados Unidos estão William Graham Sumner (1840 -1910), Lester Frank Ward (1841-1913), Albion Woodbury Small (1854-1926), Franklin Henry Giddings (1855-1931), Thorstein Bunde Veblen (1857-1929), William Isaac Thomas (1863-1947), Robert Ezra Park (1864-1944), Charles Horton Cooley (1864-1929) e George Herbert Mead (1863-1931). -/- A herança cultural desses fundadores é muito diversa: foram influenciados principalmente pela tradição religiosa protestante disseminada em quase todo o território, pelo liberalismo econômico clássico conservador, do tipo laissez-faire, pelo evolucionismo do inglês Charles Darwin (1809-1882) e pelo darwinismo social de Herbert Spencer (1820-1903). Acrescente-se a esse cadinho de concepções de mundo e ciência o pragmatismo do filósofo e psicólogo William James (1842-1910) e do filósofo Charles Pierce (1839-1914). -/- Essa herança permite compreender as duas grandes características da Sociologia nos Estados Unidos: -/- • multiplicidade de temas, problemas e propostas e diversidade teórica e metodológica; -/- • desenvolvimento desse campo do conhecimento em universidades, nas quais as atividades eram financiadas pelo Estado e pelo setor privado (Fundação Rockefeller, comitês e associações normalmente religiosas). -/- Por causa dessa segunda característica, optei por analisar o desenvolvimento da Sociologia nos Estados Unidos em três importantes universidades estadunidenses: a de Chicago, Harvard e Columbia. -/- 1. A Universidade de Chicago -/- A Universidade de Chicago foi fundada em 1890 pelo magnata do petróleo John D. Rockefeller e recebeu os primeiros alunos em 1892. Nela foi criado o primeiro departamento de Sociologia dos Estados Unidos, sob a direção de Albion Woodbury Small. -/- No início de seus trabalhos sociológicos, a Universidade de Chicago deu primazia à pesquisa empírica, procurando conhecer, por meio da observação direta, a dinâmica das relações sociais. Desenvolveu uma forte tendência pragmática e microssociológica, que viria a ser conhecida como a Escola de Chicago. A maior preocupação dos integrantes dessa Escola foi com os problemas das grandes cidades dos Estados Unidos, como a marginalidade social, o alcoolismo, as drogas, a segregação racial e a delinquência, estabelecendo uma relação entre a pesquisa sociológica e a intervenção dos organismos públicos na sociedade. -/- Os sociólogos de Chicago também se dedicaram ao que chamaram de ecologia humana, em oposição à ecologia animal e vegetal. -/- Em 1895, Albion Woodbury Small fundou o American Journal of Sociology e, em 1907, participou ativamente da fundação da Sociedade Americana de Sociologia. Ele publicou, com Georges Vincent, em 1894, talvez o primeiro manual de Sociologia para estudantes, intitulado Introdução ao estudo da sociedade. Tendo estudado na Alemanha, Small foi o principal divulgador do pensamento de Georg Simmel nos Estados Unidos. -/- Entre os integrantes da Escola de Chicago mais conhecidos no Brasil, podemos citar William I. Thomas (1863-1947) e Florian Znaniecki (1882-1958), cuja principal obra foi O camponês polonês na Europa e na América, editada em 1918. -/- Destacam-se ainda Robert E. Park (1864-1944) e Ernest W. Burgess (1886-1966), que escreveram, entre outras obras, Introdução à ciência da Sociologia, em 1921. -/- Os dois, com Roderick Mackenzie, escreveram o clássico A cidade, em 1925. Outro membro de destaque foi Louis Wirth (1897-1952), autor de O gueto, escrito em 1928, e de um artigo que se tornou famoso, “Urbanismo como modo de vida”, publicado em 1938, no American Journal of Sociology. -/- A Escola de Chicago congregou, ainda, sociólogos e antropólogos com ligação com a Psicologia Social, que desenvolveram uma abordagem sociológica das relações sociais conhecida como interacionismo simbólico. A principal figura dessa vertente foi George Herbert Mead (1863-1932), que trabalhou em diversas áreas, sobretudo como psicólogo social e como professor de várias gerações de antropólogos e sociólogos. Seus escritos foram sistematizados por seus alunos e publicados com o nome Mind, self and society (A mente, o eu e a sociedade), em 1934. -/- Além da tradição intelectual dos Estados Unidos, os integrantes da Escola de Chicago receberam a influência de Jean-Gabriel de Tarde, Émile Durkheim e Georg Simmel. Seus continuadores foram Herbert Blumer (1900-1987) e Everett C. Hughes (1897-1983). -/- 1.1 Erving Goffman (1922-1982) -/- O representante da Sociologia desenvolvida na Universidade de Chicago mais influente no Brasil é Erving Goffman, que nasceu em Manville, Alberta, no Canadá, em 1922, e faleceu nos Estados Unidos em 1982. Obteve o grau de bacharel pela Universidade de Toronto, em 1945, e concluiu mestrado (1949) e doutorado (1953) na Universidade de Chicago, onde estudou Sociologia e Antropologia Social. Em 1958, tornou-se professor da Universidade da Califórnia e, em 1968, ingressou na Universidade da Pensilvânia, onde foi professor de Antropologia e Sociologia. -/- Entre 1981 e 1982, Goffman foi presidente da Sociedade Americana de Sociologia e realizou pesquisas na linha da Sociologia interpretativa e cultural, iniciada por Max Weber, desenvolvendo a ideia de que o mundo é um teatro e cada um, individualmente ou em grupo, interpreta papéis de acordo com as circunstâncias em que se encontra. Essas circunstâncias são marcadas por rituais e posições distintivas em relação a outros indivíduos ou grupos. Para ele, é possível distinguir indivíduos, grupos e classes com base, por exemplo, em aspectos como as formas de vestir ou de se apresentar publicamente. -/- O sociólogo considera a interação social como um processo fundamental de identificação e de diferenciação dos indivíduos e grupos, analisando-a no cotidiano, especialmente em lugares públicos. Goffman estudou com especial atenção o que chamou de “instituições totais”, lugares onde o indivíduo é isolado da sociedade, como prisões e manicômios. -/- De acordo com o sociólogo brasileiro Édison Gastaldo: -/- O trabalho de Goffman trouxe à luz aspectos da vida cotidiana que não se julgavam “sociologicamente relevantes”. Seus insights sobre as interações ordinárias, sobre o deslocamento dos pedestres, sobre a ocupação social dos espaços públicos, sobre a atuação dos vigaristas, mendigos, loucos, espiões, jogadores e de todos aqueles que passam cotidianamente debaixo de nossos narizes sem que prestemos atenção modificaram o pensar sociológico no mundo. Sua descrição etnográfica de um hospital para doentes mentais colaborou decisivamente para deflagrar a luta antimanicomial no mundo inteiro. Vinte e dois anos depois de sua morte, os temas e os conceitos desenvolvidos por Goffman ainda estão em pleno uso e vitalidade (GASTALDO, 2004, p. 9/10). -/- Suas três obras mais conhecidas são: A representação do eu na vida cotidiana (1959), Manicômios, prisões e conventos (1961) e Estigma: notas sobre a manipulação da identidade (1963). -/- 2. A Universidade Harvard -/- A história de Harvard começa em 1636, quando foi fundada, na cidade de Cambridge, no estado de Massachusetts, uma instituição de ensino denominada New College. Em 1639, essa instituição recebeu o nome de Harvard College, em homenagem a John Harvard, seu principal mecenas. -/- A Sociologia desenvolvida na Universidade Harvard é marcada por uma preocupação teórica e tem dois sociólogos como expoentes: Pitirim Alexandrovich Sorokin (1889-1968) e Talcott Edgar Frederick Parsons (1902-1979). Este último influenciou muito o desenvolvimento da Sociologia no mundo e no Brasil. -/- 2.1 Talcott Parsons (1902-1979) -/- Talcott Parsons nasceu no Colorado, nos Estados Unidos. Em 1924, graduou-se em Biologia e Filosofia na Faculdade Amherst. Em 1925, pós-graduou-se em Ciências Sociais na Escola de Economia de Londres, na Inglaterra, e, em seguida, doutorou-se na Universidade de Heidelberg, na Alemanha. -/- Nos Estados Unidos, lecionou Economia e Sociologia na Universidade Harvard durante 45 anos (1927-1973). Em 1944, tornou-se presidente do Departamento de Sociologia, transformando-o, dois anos depois, no Departamento de Relações Sociais, a fim de unir a Sociologia a outras ciências sociais. -/- Assim como Sorokin, Parsons voltou-se para a Sociologia europeia, tendo por base as ideias de Max Weber, Vilfredo Pareto (1848-1923) e Émile Durkheim, além das do economista inglês Alfred Marshall (1842-1924). Fundamentado nesses autores, desenvolveu uma grande obra teórica, que dominaria a Sociologia estadunidense desde então. -/- Parsons é o sociólogo estadunidense mais conhecido no mundo. Em geral, seus críticos entenderam-no como um pensador conservador, preocupado basicamente com o bom ordenamento da sociedade. Seu interesse era determinar a função que os indivíduos desempenhavam na estrutura social. Entendia o indivíduo como expressão dessa estrutura, a qual devia ser mantida e preservada. Caso isso não ocorresse, deviam entrar em ação os mecanismos de controle social (moral, ética, sistema jurídico e penal etc.), como instrumentos preventivos ou corretivos. -/- Seu trabalho exerceu influência em diversos países e ambientes acadêmicos (particularmente nas décadas de 1950 a 1970), até mesmo na então União Soviética, onde, em 1964, ministrou aulas sobre a Sociologia estadunidense a convite da Academia de Ciências da União Soviética (URSS). -/- Suas principais obras foram: A estrutura da ação social (1937), O sistema social (1951), Economia e sociedade (1956, com N. Smelser), Estrutura e processo nas sociedades modernas (1960), Sociedades: perspectivas evolucionárias e comparativas (1966), Teoria sociológica e sociedade moderna (1968), Política e estrutura social (1969), Sistemas sociais e a evolução da teoria da ação (1977) e Teoria da ação e a condição humana (1978). -/- 3. A Universidade Columbia -/- A King’s College foi fundada em 1754, em Nova York, nos Estados Unidos. Quando as colônias inglesas se declararam independentes da Grã-Bretanha, a instituição passou a se chamar Universidade Columbia. A partir da última década do século XIX, essa universidade se destacaria por uma importante produção no campo da Sociologia, tendo como pioneiro Franklin Giddings (1855-1931), fundador da cadeira de Sociologia. Fortemente marcado pelo evolucionismo e pelo pragmatismo, foi um dos primeiros a usar métodos quantitativos e experi-mentais no estudo dos fenômenos sociais. -/- Dois sociólogos de Columbia merecem destaque, por serem muito conhecidos no Brasil: Robert K. Merton e Charles Wright Mills. -/- 3.1 Robert King Merton (1910-2003) -/- Merton nasceu na Filadélfia e faleceu em Nova York. Graduou-se em Sociologia na Universidade Temple e pós-graduou-se na Universidade Harvard, onde trabalhou com Pitirim Sorokin e Talcott Parsons até a defesa de seu doutorado, em 1936. -/- Em 1941 Merton transferiu-se para a Universidade Columbia, onde permaneceu durante 38 anos, até aposentar-se. Nessa universidade procurou integrar teoria à prática sociológica. Estudou o comportamento desviante e os processos de adaptação social, tendo por base pesquisas qualitativas e quantitativas do exercício profissional em ambiente de solidariedade e de conflito. Com Paul Lazarsfeld (1901-1976), desenvolveu o Departamento de Pesquisa Social Aplicada. -/- O nome de Merton está vinculado à proposta de criação de teorias de alcance médio, segundo a qual os sociólogos seriam mais úteis à sociedade se deixassem de lado as grandes teorias (criticando Parsons) e criassem outras de médio alcance. Essas teorias estariam situadas entre as hipóteses de trabalho rotineiras na pesquisa e as amplas especulações. Mediariam, dessa forma, as abstrações, generalizações e fundamentos empíricos da pesquisa. -/- Merton tinha uma visão humanista da função social da ciência, demonstrando influência clara de Max Weber. Concebia a ciência como um conjunto de conhecimentos compartilhados por todos os membros da sociedade, que deveriam julgar a credibilidade das postulações científicas de acordo com suas expectativas e valores morais. Mas as decisões acerca do fazer científico não caberiam à sociedade, e sim ao próprio cientista, sempre adequando seus valores aos da sociedade. -/- 3.2 Charles Wright Mills (1916-1962) -/- Charles Wright Mills (1916-1962) nasceu em Waco, no Texas, Estados Unidos. Mestre em Artes, Filosofia e Sociologia pela Universidade do Texas, concluiu, em 1942, seu doutorado em Sociologia e Antropologia pela Universidade de Wisconsin. Foi professor de Sociologia nas universidades de Maryland e Columbia, onde passou a lecionar em 1947 e permaneceu até a morte, em 1962. -/- Charles Mills representa uma tendência quase marginal na Sociologia dos Estados Unidos, por apresentar uma visão crítica e militante da sociedade estadunidense e da própria Sociologia. -/- Influenciado por Karl Marx e Max Weber, Mills procurou conciliar o conceito de classe social com o de status, visando esclarecer processos e mecanismos dos conflitos e das mudanças sociais. Por meio de pesquisas, tentou elucidar a complexidade de estruturas de poder, particularmente das elites (em lugar de classes dominantes), e de seu papel na mudança social, fugindo da ideia de revolução como única via para a transformação social. -/- Charles Wright Mills é conhecido principalmente por seu livro A imaginação sociológica, publicado originalmente nos Estados Unidos em 1959. Nele, o autor propõe que os sociólogos, ao exercer a profissão, não deixem a imaginação e a criatividade de lado em favor de uma pretensa objetividade e neutralidade do trabalho científico. Para Mills, os grandes intelectuais da história nunca abriram mão da reflexão e da criatividade e mantiveram uma postura crítica diante da realidade. -/- Atribuindo aos sociólogos a responsabilidade de agentes ativos na sociedade, cabendo-lhes tomar parte nos debates públicos de sua época, Mills defendia a ideia de que a Sociologia deveria ser compreensível para o grande público. Para ele, a ciência social era inseparável da vida pessoal do cientista: a intuição, a imaginação e o comprometimento com o tempo em que se vivia eram fundamentais para compreender cientificamente a sociedade. Suas obras foram publicadas em vários idiomas. Além da citada anteriormente, as mais importantes são: A nova classe média (1951), A elite do poder (1956), Sobre o artesanato intelectual (1959) e Os marxistas (1962). -/- Mills escreveu também artigos em revistas e dois livros que tiveram grande exposição na mídia dos Estados Unidos, por seu caráter polêmico: As causas da Terceira Guerra Mundial (1958), no qual discute a corrida nuclear, e A Revolução em Cuba (1960), em que analisa a fase inicial da Revolução Cubana. -/- Outros sociólogos que defendem uma postura crítica na Sociologia estadunidense, continuadores ou não de Charles Wright Mills, são Irving Louis Horowitz (1929-2012), Martin Nicolaus (1928-) e Alvin Gouldner (1920-1980). -/- REFERENCIAL TEÓRICO -/- BOTTOMORE, T.; et al. Dicionário do pensamento social do século XX. Trad. Eduardo Francisco Alves. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1996. -/- COULON, A. A Escola de Chicago. Trad. Tomás R. Bueno. 1ª ed. Campinas: Papirus, 1995. -/- CUIN, C. H.; GRESLE, F. História da Sociologia. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Ensaio, 1994. -/- DOMINGUES, J. M. A sociologia de Talcott Parsons. 1ª ed. São Paulo: Annablume, 2008. -/- GASTALDO, É. (org.); et al. Erving Goffman, desbravador do cotidiano. 1ª ed. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2004. -/- NOVA, S. V. Introdução à Sociologia. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2004. -/- SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2016. -/- VALLADARES, L. do P. A Escola de Chicago: impacto de uma tradição no Brasil e na França. 1ª ed. Belo Horizonte: UFMG, 2005. -/- VÁRIOS, autores. O livro da sociologia. As grandes ideias de todos os tempos. Trad. Rafael Longo. 1ª ed. São Paulo: Globo, 2015. -/- SBS - Sociedade Brasileira de Sociologia PUCRS - PPG em Ciências Sociais Avenida Ipiranga, 6681 - Partenon CEP: 90619-900 - Porto Alegre, RS [email protected] Emanuel Isaque Cordeiro da Silva ©2019 -/- Estimule a criatividade. Respeite os direitos autorais. (shrink)

Contemporary scholarship is divided over whether Anselm maintains a version of Eudaemonism. The debate centers on the question of whether the will for justice only moderates the will for happiness or, instead, provides a distinct end for which to act. Because of two key passages, various scholars hold that Anselm maintained elements of medieval Eudaemonism. In this article, I argue that Anselm separates morality from happiness, and I provide a sketch of his alternative view. First, I argue against some recent (...) perspectives that Anselm maintained Eudaemonism. To do so, I provide a non-Eudaemonist reading of the two key passages and show how Eudaemonist readings are lacking in different respects. Second, I examine what this argument means for Anselm’s understanding of happiness and moral obligation. While there are some Eudaemonist themes in Anselm’s thinking, he flatly denies and revises aspects of the system. (shrink)

Epistemic burdens – the nature and extent of our ignorance (that and how) with respect to various courses of action – serve to determine our incentive structures. Courses of action that seem to bear impossibly heavy epistemic burdens are typically not counted as options in an actor’s menu, while courses of action that seem to bear comparatively heavy epistemic burdens are systematically discounted in an actor’s menu relative to options that appear less epistemically burdensome. That ignorance serves to determine what (...) counts as an option means that epistemic considerations are logically prior to moral, prudential, and economic considerations: in order to have moral, prudential, or economic obligations, one must have options, and epistemic burdens serve to determine our options. One cannot have obligations without doing some epistemic work. We defend this claim on introspective grounds. We also consider how epistemic burdens distort surrogate decision-making. The unique epistemology of surrogate cases makes the priority of the epistemic readily apparent. We then argue that anyone who accepts a principle similar to ought implies can is committed to the logical priority of the epistemic. We also consider and reject several possible counterarguments. -/- . (shrink)

Individual and collective agents, especially affluent ones, are not doing nearly enough to prevent and prepare for the worst consequences of the unfolding climate crisis. This is, I suggest, partly because our existing conceptual repertoires are inadequate to the task of motivating climate-stabilizing activities. I argue that the concept CLIMATE LEGACY meets five desiderata for concepts that, through usage, have significant potential to motivate climate action. Contrasting CLIMATE LEGACY with CARBON FOOTPRINT, CLIMATE JUSTICE, and CARBON NEUTRALITY, I clarify some advantages (...) of thinking in terms of the former. I conclude by discussing some climate legacy-enhancing practical proposals that merit consideration. (shrink)

The practice of medicine frequently involves the unconsented restriction of liberty. The reasons for unilateral liberty restrictions are typically that being confined, strapped down, or sedated are necessary to prevent the person from harming themselves or others. In this paper, we target the ethics of chemical restraints, which are medications that are used to intentionally restrict the mental states associated with the unwanted behaviors, and are typically not specifically indicated for the condition for which the patient is being treated. Specifically, (...) we aim to identify the conditions under which chemical restraints are ethically permissible. It is wrong to assume that what is morally true of physical restraints is also true of chemical restraints. Our aim is thus to identify the conditions under which chemical restraints are permissible while distinguishing these conditions from those of the application of physical restraints. (shrink)

This article investigates the claim that some truths are fundamentally or really true — and that other truths are not. Such a distinction can help us reconcile radically minimal metaphysical views with the verities of common sense. I develop an understanding of the distinction whereby Fundamentality is not itself a metaphysical distinction, but rather a device that must be presupposed to express metaphysical distinctions. Drawing on recent work by Rayo on anti-Quinean theories of ontological commitments, I formulate a rigourous theory (...) of the notion. In the final sections, I show how this package dovetails with ' interpretationist' theories of meaning to give sober content to thought that some things — perhaps sets, or gerrymandered mereological sums — can be 'postulated into existence'. (shrink)

Most current dental ethics curricula use a deontological approach to biomedical and dental ethics that emphasizes adherence to duties and principles as properties that determine whether an act is ethical. But the actual ethical orientation of students is typically unknown. The purpose of the current study was to determine the ethical orientation of dental students in resolving clinical ethical dilemmas. First-year students from one school were invited to participate in an electronic survey that included eight vignettes featuring ethical conflicts common (...) to the health care setting. The Multidimensional Ethics Scale was used to evaluate the students’ ethical judgments of these conflicts. Students rated each vignette along 13 ethically relevant items using a 7-point scale. Nine of the thirteen items were analyzed because they represent the dominant ethical theories, including deontology. One hundred sixteen dental students successfully completed the survey. Of the analyzed items, those associated with deontology had comparatively weak associations with whether students judged the action to be ethical and whether students judged themselves likely to perform the action. Whether an action was judged to be caring had the strongest association with whether the action was judged to be ethical and whether students judged themselves likely to perform the action. These results suggest that adherence to duties or principles has weaker association with students’ ethical judgments and behavior compared to caring, which was found to be more influential in their ethical judgments and behavior. Current dental school curricula with a primary focus on deontology may no. (shrink)

We aim to establish the following claim: other factors held constant, the relative weights of the epistemic burdens of competing treatment options serve to determine the options that patient surrogates pursue. Simply put, surrogates confront an incentive, ceteris paribus, to pursue treatment options with respect to which their knowledge is most adequate to the requirements of the case. Regardless of what the patient would choose, options that require more knowledge than the surrogate possesses (or is likely to learn) will either (...) be neglected altogether or deeply discounted in the surrogate’s incentive structure. We establish this claim by arguing that the relation between epistemic burdens and incentives in decision-making is a general feature of surrogate decision-making. After establishing the claim, we draw out some of the implications for surrogate decision-making in medicine and offer philosophical and psychological explanations of the phenomenon. (shrink)

As the science and technology of the brain and mind develop, so do the ways in which brains and minds may be surveilled and manipulated. Some cognitive libertarians worry that these developments undermine cognitive liberty, or “freedom of thought.” I argue that protecting an individual’s cognitive liberty undermines others’ ability to use their own cognitive liberty. Given that the threatening devices and processes are not relevantly different from ordinary and frequent intrusions upon one’s brain and mind, strong protections of cognitive (...) liberty may proscribe neurotechnological intrusions, but also ordinary intrusions. Thus, the cognitive libertarian position “hog-ties” others’ use of their own liberties. This problem for the cognitive libertarian is the same problem that ordinary libertarianism faces in protecting individual rights to property and person. But the libertarian strategies for resolving the problem don’t work for the cognitive libertarian. I conclude that the right to mental privacy is weaker than what cognitive libertarians want it to be. (shrink)

In biomedical ethics, there is widespread acceptance of moral realism, the view that moral claims express a proposition and that at least some of these propositions are true. Biomedical ethics is also in the business of attributing moral obligations, such as “S should do X.” The problem, as we argue, is that against the background of moral realism, most of these attributions are erroneous or inaccurate. The typical obligation attribution issued by a biomedical ethicist fails to truly capture the person's (...) actual obligations. We offer a novel argument for rife error in obligation attribution. The argument starts with the idea of an epistemic burden. Epistemic burdens are all of those epistemic obstacles one must surmount in order to achieve some aim. Epistemic burdens shape decision-making such that given two otherwise equal options, a person will choose the option that has the lesser of epistemic burdens. Epistemic burdens determine one's potential obligations and, conversely, their non-obligations. The problem for biomedical ethics is that ethicists have little to no access to others' epistemic burdens. Given this lack of access and the fact that epistemic burdens determine potential obligations, biomedical ethicists often can only attribute accurate obligations out of luck. This suggests that the practice of attributing obligations in biomedical ethics is rife with error. To resolve this widespread error, we argue that this practice should be abolished from the discourse of biomedical ethics. (shrink)

This selective overview of the history of American Philosophy in the Twentieth Century begins with certain enduring themes that were developed by the two main founders of classical American pragmatism, Charles Sanders Peirce (1839--1914) and William James. Against the background of the pervasive influence of Kantian and Hegelian idealism in America in the decades surrounding the turn of the century, pragmatism and related philosophical outlooks emphasizing naturalism and realism were dominant during the first three decades of the century. Beginning in (...) the 1930s and 1940s, however, the middle third of the century witnessed the rising influence in America of what would become known as “‘analytic philosophy’,” with its primary roots in Europe: in the Cambridge philosophical analysis of Moore, Russell, and Wittgenstein; logical empiricism and positivism on the continent; and linguistic analysis and ordinary- language philosophy at Oxford. This overview stresses the persistence of pragmatist themes throughout much of the century, while emphasizing the mid-century transformations that resulted from developments primarily in analytic philosophy. These combined influences resulted at the turn of the millennium in the flourishing, among other developments, of distinctively analytic styles of pragmatism and naturalism. (shrink)

We thank all the thoughtful authors for their insightful comments. In this response, we try to address some of themes that emerged from the commentaries. We leave aside some of those comments that...

Default positions, predetermined starting points that aid in complex decision-making, are common in clinical medicine. In this article, we identify and critically examine common default positions in clinical ethics practice. Whether default positions ought to be held is an important normative question, but here we are primarily interested in the descriptive, rather than normative, properties of default positions. We argue that default positions in clinical ethics function to protect and promote important values in medicine—respect for persons, utility, and justice. Further, (...) default positions in clinical ethics may also guard against harm. Where default positions exist, there are epistemic burdens to overturn them. The person wishing to reject the default position, rather than the person endorsing it, bears this burden. The person who bears the burden of meeting the epistemic requirements must provide evidence proportional to the degree of harm the default position protects against. Default positions that protect against significant harm impose significant epistemic requirements to overturn. This asymmetry not only makes medical decision-making more economical but also serves to promote and protect certain values. The identification and analysis of common and recognizable default positions can help to identify other default positions and the conditions under which their associated epistemic requirements are met. The article concludes with considerations of potential problems with the use of default positions in clinical ethics. (shrink)

Interventions aiming to slow, stop, or reverse the aging process are starting to enter clinical trials. Though this line of research is nascent, it has the potential to not only prevent prolonged human suffering, but also to extend human well-being. As this line of research develops, it is important to understand the ethical constraints of conducting such research. This paper discusses some of these constraints. In particular, it discusses the ethical difficulties of conducting this research in a way that would (...) produce reliable data regarding the effectiveness of an anti-aging intervention. Clinical trials of such interventions, I argue, will be faced with a dilemma between two confounding variables. Eliminating the variables requires introducing ethically problematic research practices. Thus, researchers must either perform research in ethically problematic ways, or forego the conduct of high-impact clinical research on anti-aging interventions. (shrink)

Various thinkers are concerned that the Orthodox view of Ancestral Sin does not avoid the age-old Augustinian concern of Pelagianism. After all, the doctrine of Ancestral Sin maintains that fallen human beings do not necessarily or inevitably commit actual sins. In contemporary literature, this claim could be articulated as a denial of the ‘inevitability thesis.’ A denial of the inevitability thesis, so contemporary thinkers maintain, seems to imply both that human beings can place themselves in right relation to God as (...) well as the Pelagian denial that all require Christ's work to attain this right relation to God. This article demonstrates that the Ancestral Sin, along with a denial of the inevitability thesis, is neither Pelagian nor Semi-Pelagian. I show that the doctrine of Ancestral Sin denies (Semi-) Pelagianism in various ways. I show that, for Ancestral Sin to entail (Semi-) Pelagianism, one must commit to several assumptions, each of which is plausibly deniable and none of which Orthodox thinkers affirm. (shrink)

Berger (forthcoming) states that moral intimacy is important in applying the best interests standard. But what he calls moral intimacy requires that someone has overcome epistemic burdens needed to represent the patient. We argue elsewhere that good surrogate decision-making is first and foremost a matter of overcoming epistemic burdens, or those obstacles that stand in the way of a surrogate decision-maker knowing what a patient wants and how to satisfy those preferences. Berger’s notion of moral intimacy depends on epistemic intimacy: (...) the fact that a surrogate's epistemic burdens with respect to the best interests of the incapacitated patient have been adequately surmounted, plus some other feature. Thus, where a particular patient-surrogate relationship fails to be morally intimate, what is lacking is either epistemic intimacy or this second feature. Furthermore, Berger uses the notion of moral intimacy as an explanans for the application of the best interests standard. We argue that the notions of epistemic intimacy and epistemic burdens not only help to explain the notion of moral intimacy, but also better explain the application of the best interests standard. Given the role of epistemic burdens and the epistemic intimacy that overcoming them enables, bioethicists and physicians should consider a surrogate’s epistemic standing relative to the patient’s best interests before pronouncing on the former’s ethical probity. (shrink)

Newton published his deduction of universal gravity in Principia (first ed., 1687). To establish the universality (the particle-to-particle nature) of gravity, Newton must establish the additivity of mass. I call ‘additivity’ the property a body's quantity of matter has just in case, if gravitational force is proportional to that quantity, the force can be taken to be the sum of forces proportional to each particle's quantity of matter. Newton's argument for additivity is obscure. I analyze and assess manuscript versions of (...) Newton's initial argument within his initial deduction, dating from early 1685. Newton's strategy depends on distinguishing two quantities of matter, which I call ‘active’ and ‘passive’, by how they are measured. These measurement procedures frame conditions on the additivity of each quantity so measured. While Newton has direct evidence for the additivity of passive quantity of matter, he does not for that of the active quantity. Instead, he tries to infer the latter from the former via conceptual analyses of the third law of motion grounded largely on analogies to magnetic attractions. The conditions needed to establish passive additivity frustrate Newton's attempted inference to active additivity. (shrink)

Some theorists argue that moral bioenhancement ought to be compulsory. I take this argument one step further, arguing that if moral bioenhancement ought to be compulsory, then its administration ought to be covert rather than overt. This is to say that it is morally preferable for compulsory moral bioenhancement to be administered without the recipients knowing that they are receiving the enhancement. My argument for this is that if moral bioenhancement ought to be compulsory, then its administration is a matter (...) of public health, and for this reason should be governed by public health ethics. I argue that the covert administration of a compulsory moral bioenhancement program better conforms to public health ethics than does an overt compulsory program. In particular, a covert compulsory program promotes values such as liberty, utility, equality, and autonomy better than an overt program does. Thus, a covert compulsory moral bioenhancement program is morally preferable to an overt moral bioenhancement program. (shrink)

This article examines two arguments that a worship-worthy agent cannot command worship. The first argument is based on the idea that any agent who commands worship is egotistical, and hence not worship-worthy. The second argument is based on Campbell Brown and Yujin Nagasawa's (2005) idea that people cannot comply with the command to worship because if people are offering genuine worship, they cannot be motivated by a command to do so. One might then argue that a worship-worthy agent would have (...) no reason to issue a command to worship. I argue that both these arguments fail. (shrink)

There is recent empirical evidence that personal identity is constituted by one’s moral traits. If true, this poses a problem for those who advocate for moral enhancement, or the manipulation of a person’s moral traits through pharmaceutical or other biological means. Specifically, if moral enhancement manipulates a person’s moral traits, and those moral traits constitute personal identity, then it is possible that moral enhancement could alter a person’s identity. I go a step further and argue that under the right conditions, (...) moral enhancement can constitute murder. I then argue that these conditions are not remote. (shrink)

We critically engage two traditional views of scientific data and outline a novel philosophical view that we call the pragmatic-representational view of data. On the PR view, data are representations that are the product of a process of inquiry, and they should be evaluated in terms of their adequacy or fitness for particular purposes. Some important implications of the PR view for data assessment, related to misrepresentation, context-sensitivity, and complementary use, are highlighted. The PR view provides insight into the common (...) but little-discussed practices of iteratively reusing and repurposing data, which result in many datasets’ having a phylogeny—an origin and complex evolutionary history—that is relevant to their evaluation and future use. We relate these insights to the open-data and data-rescue movements, and highlight several future avenues of research that build on the PR view of data. (shrink)

It is plausible that current generations owe something to future generations. One possibility is that we have a duty to not harm them. Another possibility is that we have a duty to protect them. In either case, however, to satisfy the duties to future generations from environmental or political degradation, we need to engage in widespread collective action. But, as we are, we have a limited ability to do so, in part because we lack the self-discipline necessary for successful collective (...) action. Given that having an obligation hinges on being able to satisfy it, the apparent duty to future generations is at odds with our apparent inability to satisfy it. Thus, we either need to rethink our duties to future generations or rethink the nature of our abilities. I argue in this chapter that we should rethink the nature of our abilities. Specifically, we should enhance our self-discipline, which is distinct from enhancements of motivation, judgment, or emotion. Even the most intelligent, motivated, and empathetic actor is likely to slip up, which encourages others to withdraw their cooperation. Without the necessary self-discipline to sustain our public cooperative behavior, collective action is likely to fail, leaving us with one alternative: to abandon our duties to future generations. (shrink)

Legal decisions and theories are frequently condemned as formalistic, yet little discussion has occurred regarding exactly what the term "'formalism" means. In this Article, Professor Schauer examines divergent uses of the term to elucidate its descriptive content. Conceptions offormalism, he argues, involve the notion that rules constrict the choice of the decisionmaker. Our aversion to formalism stems from denial that the language of rules either can or should constrict choice in this way. Yet Professor Schauer argues that this aversion to (...) formalism should be rethought: At times language both can and should restrict decisionmakers. Consequently, the term "'formalistic" should not be used as a blanket condemnation of a decisionmaking process; instead the debate regarding decision according to rules should be confronted on its own terms. (shrink)

A probability distribution is regular if no possible event is assigned probability zero. While some hold that probabilities should always be regular, three counter-arguments have been posed based on examples where, if regularity holds, then perfectly similar events must have different probabilities. Howson (2017) and Benci et al. (2016) have raised technical objections to these symmetry arguments, but we see here that their objections fail. Howson says that Williamson’s (2007) “isomorphic” events are not in fact isomorphic, but Howson is speaking (...) of set-theoretic representations of events in a probability model. While those sets are not isomorphic, Williamson’s physical events are, in the relevant sense. Benci et al. claim that all three arguments rest on a conflation of different models, but they do not. They are founded on the premise that similar events should have the same probability in the same model, or in one case, on the assumption that a single rotation-invariant distribution is possible. Having failed to refute the symmetry arguments on such technical grounds, one could deny their implicit premises, which is a heavy cost, or adopt varying degrees of instrumentalism or pluralism about regularity, but that would not serve the project of accurately modelling chances. (shrink)

It has recently been argued that a person’s moral judgments (about both their own and others’ actions) are constrained by the nature and extent of their relevant ignorance and, thus, that such judgments are determined in the first instance by the person’s epistemic circumstances. It has been argued, in other words, that the epistemic is logically prior to other normative (e.g., ethical, prudential, pecuniary) considerations in human decision-making, that these other normative considerations figure in decision-making only after (logically and temporally) (...) relevant ignorance has constrained the decision-maker’s menu of options. If this is right, then a person’s moral judgments in some set of circumstances should vary with their knowledge and ignorance of these circumstances. In this study, we test the hypothesis of the logical priority of the epistemic. We describe two experiments in which subjects’ knowledge and ignorance of relevant consequences were manipulated. In the second experiment, we also compared the effect of ignorance on moral judgments with that of personal force, a factor previously shown to influence moral judgments. We found broad empirical support for the armchair arguments that epistemic considerations are logically prior to normative considerations. (shrink)

Religious disagreements are widespread. Some philosophers have argued that religious disagreements call for religious skepticism, or a revision of one’s religious beliefs. In order to figure out the epistemic significance of religious disagreements, two questions need to be answered. First, what kind of disagreements are religious disagreements? Second, how should one respond to such disagreements? In this paper, I argue that many religious disagreements are cases of unconfirmed superiority disagreements, where parties have good reason to think they are not epistemic (...) peers, yet they lack good reason to determine who is superior. Such disagreements have been left relatively unexplored. I then argue that in cases of unconfirmed superiority disagreements, disputants can remain relatively steadfast in holding to their beliefs. Hence, we can remain relatively steadfast in our beliefs in such cases of religious disagreements. (shrink)

Alvin Plantinga has famously responded to the logical problem of evil by appealing to the intrinsic value of significant free will. A problem, however, arises because traditional theists believe that both God and the redeemed who go to heaven cannot do wrong acts. This entails that both God and the redeemed in heaven lack significant freedom. If significant freedom is indeed valuable, then God and the redeemed in heaven would lack something intrinsically valuable. However, if significant freedom is not intrinsically (...) valuable, then Plantinga’s reply to the logical problem of evil fails. In this paper, we assess three contemporary solutions to the dilemma above. The first is the love solution, which proposes that significant freedom is necessary for agents to love, and loving others is intrinsically good. The second is the soul-making solution, which argues that significant freedom is necessary for self-developing one’s moral character, and having a self-developed moral character is intrinsically good. The third is the derivative free will solution, which argues that significant freedom is necessary for derivative free will in heaven, and derivative free will is intrinsically good. We raise problems against all three solutions and instead defend a fourth solution – the ultimate responsibility solution. That is, significant freedom is instrumentally valuable as it gives agents ultimate responsibility with regards to morally significant acts. Finally, we defend the ultimate responsibility solution against two major objections. (shrink)

Advances in immunotherapy pave the way for vaccines that target not only infections, but also unhealthy behaviors such as smoking. A nicotine vaccine that eliminates the pleasure associated with smoking could potentially be used to prevent children from adopting this addictive and dangerous behavior. This paper offers an ethical analysis of such vaccines. We argue that it would be permissible for parents to give their child a nicotine vaccine if the following conditions are met: (1) the vaccine is expected to (...) result in a net benefit to each individual vaccinated, (2) the expected harms from the side effects of the vaccine are lower than the non-voluntary harms of smoking, and (3) there are no less manipulative methods available that are as effective at preventing smoking initiation. Finally, we show how the framework developed here could be used to analyze the ethics of other chemical interventions designed to modify children’s behavior. (shrink)

In this article, we argue that John Henry Newman was right to think that our passional nature can play a legitimate epistemic role. First, we unpack the standard objection to Newman’s understanding of the relationship between our passional nature and the evidential basis of faith. Second, we argue that the standard objection to Newman operates with a narrow definition of evidence. After challenging this notion, we then offer a broader and more humane understanding of evidence. Third, we survey recent scholarship (...) arguing that emotions, a key aspect of our passional nature, are cognitive. In this light, they plausibly have a proper epistemic role. Fourth, we defend Newman’s reliance on the passional nature in epistemic matters by showing how reasonable it is in light of this recent work on evidence and the nature of emotions. Newman’s insistence that the formation of a right state of heart and mind is crucial for epistemic success is far from untenable. (shrink)

In a recent issue of Bioethics, I argued that compulsory moral bioenhancement should be administered covertly. Alexander Zambrano has criticized this argument on two fronts. First, contrary to my claim, Zambrano claims that the prevention of ultimate harm by covert moral bioenhancement fails to meet conditions for permissible liberty‐restricting public health interventions. Second, contrary to my claim, Zambrano claims that covert moral bioenhancement undermines autonomy to a greater degree than does overt moral bioenhancement. In this paper, I rebut both of (...) these arguments, then finish by noting important avenues of research that Zambrano’s arguments motivate. (shrink)

Despite the lack of evidence for their effectiveness, the use of physical restraints for patients is widespread. The best ethical justification for restraining patients is that it prevents them from harming themselves. We argue that even if the empirical evidence supported their effectiveness in achieving this aim, their use would nevertheless be unethical, so long as well known exceptions to informed consent fail to apply. Specifically, we argue that ethically justifiable restraint use demands certain necessary and sufficient conditions. These conditions (...) are that the physician obtain informed consent for their application, that their application be medically appropriate, and that restraints be the least liberty-restricting way of achieving the intended benefit. It is a further question whether their application is ever medically appropriate, given the dearth of evidence for their effectiveness. (shrink)

Conducting research on animals is supposed to be valuable because it provides information on how human mechanisms work. But for the use of animal models to be ethically justified, it must be epistemically justified. The inference from an observation about an animal model to a conclusion about humans must be warranted for the use of animals to be moral. When researchers infer from animals to humans, it’s an extrapolation. Often non-human primates are used as animal models in laboratory behavioral research. (...) The target populations are humans and other non-human primates. I argue that the epistemology of extrapolation renders the use of non-human primates in laboratory behavioral research unreliable. If the model is relevantly similar to the target, then the experimental conditions introduce confounding variables. If the model is not relevantly similar to the target, then the observations of the model cannot be extrapolated to the target. Since using non-human primates in as animal models in laboratory behavioral research is not epistemically justified, using them as animal models in laboratory behavioral research is not ethically justified. (shrink)

This paper examines the moral arguments for and against employees' blowing the whistle on illegal or immoral actions of their employers. It asks whether such professional dissidents are justified in disclosing wrongdoing by others while concealing their own identity. Part I examines the concept of anonymity, distinguishing it from two similar concepts — secrecy and privacy. Part II analyzes the concept of whistleblowing using recent definitions by Bok, Bowie and De George. Various arguments against anonymous whistleblowing are identified and evaluated. (...) The author concludes with a defense of the practice in terms of social benefits — primarily the redressing of wrongdoing. (shrink)

Moral bioenhancement is the potential practice of manipulating individuals’ moral behaviors by biological means in order to help resolve pressing moral issues such as climate change and terrorism. This practice has obvious ethical implications, and these implications have been and continue to be discussed in the bioethics literature. What have not been discussed are the epistemological implications of moral bioenhancement. This article details some of these implications of engaging in moral bioenhancement. The argument begins by making the distinction between moral (...) bioenhancement that manipulates the contents of mental states and that which manipulates other, non-representational states. Either way, I argue, the enhanced moral psychology will fail to conform to epistemic norms, and the only way to resolve this failure and allow the moral bioenhancement to be effective in addressing the targeted moral issues is to make the moral bioenhancement covert. (shrink)

PURPOSE: The conventional wisdom in dental and medical education is that dental and medical students experience "ethical erosion" over the duration of dental and medical school. There is some evidence for this claim, but in the case of dental education this evidence consists entirely of survey research, which doesn't measure behavior. The purpose of this study was to measure the altruistic behavior of dental students, in order to fill the significant gap in knowledge of how students are disposed to behave, (...) rather than how they are disposed to think. -/- METHODS: To test the altruistic behavior of dental students, we conducted a field experiment using the Ultimatum Game, which is a game commonly used in economics to observe social behavior. Students from each of the four years of dental school played the game in standardized conditions with real money. -/- RESULTS: Students exhibited greater levels of altruism than the general population typically does. Students' altruism peaked in year four. Students' altruism was associated with the socioeconomic status of responder. -/- CONCLUSION: The results suggest that that dental students are more altruistic than the population average and that altruism increases during their education. Thus, if a decreasing ability to behave altruistically is observed during dental school, it is not likely due to a general disposition of students, but rather some factor specific to the educational environment in which the decrease is observed. (shrink)

In this paper I’ll examine whether we could be justified in attributing consciousness to artificial intelligent systems. First, I’ll give a brief history of the concept of artificial intelligence (AI) and get clear on the terms I’ll be using. Second, I’ll briefly review the kinds of AI programs on offer today, identifying which research program I think provides the best candidate for machine consciousness. Lastly, I’ll consider the three most plausible ways of knowing whether a machine is conscious: (1) an (...) AI demonstrates a sufficient level of organizational similarity to that of a human thinker, (2) an inference to the best explanation, and (3) what I call “punting to panpsychism”, i.e., the idea that if everything is conscious, then we get machine consciousness in AI for free. However, I argue that all three of these methods for attributing machine consciousness are inadequate since they each face serious philosophical problems which I will survey and specifically tailor to each method. (shrink)

In standard probability theory, probability zero is not the same as impossibility. But many have suggested that only impossible events should have probability zero. This can be arranged if we allow infinitesimal probabilities, but infinitesimals do not solve all of the problems. We will see that regular probabilities are not invariant over rigid transformations, even for simple, bounded, countable, constructive, and disjoint sets. Hence, regular chances cannot be determined by space-time invariant physical laws, and regular credences cannot satisfy seemingly reasonable (...) symmetry principles. Moreover, the examples here are immune to the objections against Williamson’s infinite coin flips. (shrink)

R&D collaborations between industry, government, civil society, and research ) have recently gained attention from R&D theorists and practitioners. In aiming to come to grips with their complexity, past models have generally taken a stakeholder-analytical approach based on stakeholder types. Yet stakeholder types are difficult to operationalise. We therefore argue that a processual model is more suited for studying the interaction in QHCs because it eschews matters of titles and identities. We develop such a model in which the QHC is (...) represented as a process of generating four types of value: research value, market value, political value, and societal value. We then apply this processual model in analysing real-life cases of friction in QHCs. Friction is seen, not as an interpersonal clash, but as a discrepancy between two or more value-creation processes that compete for limited resources. (shrink)

Can it ever be morally justifiable to tell others to do what we ourselves believe is morally wrong to do? The common sense answer is no. It seems that we should never tell others to do something if we think it is morally wrong to do that act. My first goal is to argue that in Analects 17.21, Confucius tells his disciple not to observe a ritual even though Confucius himself believes that it is morally wrong that one does not (...) observe the ritual. My second goal is to argue against the common sense answer and explain how Confucius can be justified in telling his disciple to do what Confucius thought was wrong. The first justification has to do with telling someone to do what is second best when the person cannot do what is morally best. The second justification has to do with the role of a moral advisor. (shrink)