Addressing the ‘virtue conflation’ problem requires the preservation of intuitive distinctions between virtue types, that is, between intellectual and moral virtues. According to one influential attempt to avoid this problem proposed by Julia Driver, moral virtues produce benefits to others—in particular, they promote the well-being of others—while the intellectual virtues, as such, produce epistemic good for the agent. We show that Driver's demarcation of intellectual virtue, by adverting to the self-/other distinction, leads to a reductio, and ultimately, that the prospects (...) for resolving the virtue conflation problem look dim within an epistemic consequentialist approach to the epistemic right and the epistemic good. (shrink)

Many healthcare practices expose people to risks of harmful outcomes. However, the major theories of moral philosophy struggle to assess whether, when and why it is ethically justifiable to expose individuals to risks, as opposed to actually harming them. Sven Ove Hansson has proposed an approach to the ethical assessment of risk imposition that encourages attention to factors including questions of justice in the distribution of advantage and risk, people’s acceptance or otherwise of risks, and the scope individuals have to (...) influence the practices that generate risk. This paper investigates the ethical justifiability of preventive healthcare practices that expose people to risks including overdiagnosis. We applied Hansson’s framework to three such practices: an ‘ideal’ breast screening service, a commercial personal genome testing service, and a guideline that lowers the diagnostic threshold for hypertension. The framework was challenging to apply, not least because healthcare has unclear boundaries and involves highly complex practices. Nonetheless, the framework encouraged attention to issues that would be widely recognised as morally pertinent. Our assessment supports the view that at least some preventive healthcare practices that impose risks including that of overdiagnosis are not ethically justifiable. Further work is however needed to develop and/or test refined assessment criteria and guidance for applying them. (shrink)

OBJETIVO A gestação nos mamíferos domésticos é um processo fisiológico que implica mudanças físicas, metabólicas e hormonais na fêmea, que culminam com o nascimento de um novo indivíduo. Desta forma, a compreensão de tais mudanças e como estas favorecem um ambiente ideal de desenvolvimento embrionário inicial, até a placentação e a fisiologia envolvidas durante esses processos é fundamental na tomada de decisões quanto à saúde reprodutiva da fêmea, na seleção de futuras matrizes e até mesmo para a saúde fetal e (...) sanidade do novo animal. Neste capítulo, o estudante compreenderá de forma clara, concisa, didática e objetiva, as adaptações maternas e fetais para o estabelecimento da gestação após a fecundação, o desenvolvimento desta e também identificará as diferenças existentes entre as espécies de interesse zootécnico. INTRODUÇÃO O estabelecimento da gestação nos mamíferos domésticos inclui três etapas fundamentais: o reconhecimento materno da gestação ou prenhez (RMP), a implantação e a placentação. Dentro da fisiologia da reprodução nos mamíferos, a implantação e a placenta- ção constituem processos essenciais na nutrição do embrião e do feto e, portanto, para seu desenvolvimento; devido a isso, são etapas críticas para a produção animal já que possuem um efeito direto sobre a eficiência reprodutiva. Nos bovinos leiteiros, por exemplo, estima-se uma taxa de fertilização perto de 95%, embora apenas 55% desses zigotos se desenvolvam e cheguem ao parto, o qual representa uma perda de gestações perto de 35%. Entre 70% e 80% das mortes embrionárias ocorrem durante as três semanas seguintes à ovulação, o que coincide com o período no qual se estabelecem os processos de implantação e placentação supracitados. O desenvolvimento embrionário precoce depende da sincronia de eventos entre o oviduto-útero e o embrião. Foi determinado que a presença do embrião pode modificar as secreções ovidutais e uterinas durante as fases iniciais de desenvolvimento. O ambiente endócrino materno (predominância de progesterona) também modula as características das secreções ovidutais e uterinas para assegurar a sobrevivência embrionária no caso da fertilização ter sido bem sucedida. Se este último ocorrer, então o embrião deverá indicar à mãe a sua existência para que sejam mantidas as condições adequadas ao seu desenvolvimento. Como supracitado, o embrião em seu curso pelo oviduto requer certas secreções para sobreviver e desenvolver-se, no entanto, graças à fertilização in vitro, têm-se dispensado a importância das secreções ovidutais, já que se observou que um embrião é capaz de se desenvolver em condições laboratoriais fora do aparelho reprodutor materno durante as suas fases iniciais, e consegue estabelecer uma gestação normal que chega a termo após a sua reintrodução no útero. Em estágios mais tardios de desenvolvimento o embrião necessita necessariamente do meio uterino para sobreviver e continuar o seu crescimento. No bovino, por exemplo, o embrião só é capaz de alongar-se estando dentro do útero, indicando a presença de fatores específicos necessários para que o embrião se desenvolva de maneira normal. Um meio endócrino no qual predomina a progesterona materna durante a gestação induz a secreção do histiotrofo (ou leite uterino) que permite a nutrição e a sobrevivência do embrião antes da implantação e da formação da placenta, através do qual obterá a maioria do fornecimento e intercâmbio necessários para continuar o seu desenvolvimento intra-uterino. SEGMENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO PRECOCE O desenvolvimento embrionário precoce, conhecido como período de pré- -implantação, é essencial; inclui processos de divisão e diferenciação celular que são realizadas no início com uma elevada sincronização para garantir o desenvolvimento correto do indivíduo dentro do útero. Esta fase envolve a passagem do zigoto (unicelular), a embrião (multicelular) e, por fim, em concepto (quando se distingue o embrião com suas membranas extraembrionárias). O desenvolvimento precoce é o estágio mais dinâmico e vulnerável na formação de um indivíduo. Investigações recentes demonstraram que alterações nesta etapa podem modificar características produtivas ou reprodutivas durante a vida adulta. É por isso que é necessário conhecer as etapas fisiologicamente normais envolvidas neste processo (figura 1). Em fases mais tardias de desenvolvimento, o embrião se converterá em um feto com todos os sistemas e tecidos diferenciados observados num animal adulto. Após a fertilização, o zigoto resultante é capaz de dar origem a um novo organismo completo, de modo que se considera como uma célula totipotencial. O desenvolvimento embrionário começa e se consegue graças a uma série de divisões mitóticas conhecidas como segmentação ou clivagem (cleavage, em inglês). A primeira divisão mitótica dá origem a duas células filhas idênticas (figura 1), e ocorre por volta das 20 às 30 horas depois da fertilização, com divisões subsequentes a cada 12 a 24 h, dependendo da espécie. As células resultantes destas divisões são conhecidas como blastômeros. A orientação da divisão inicial que dá origem aos dois primeiros blastô- meros, parece ser guiada pela posição dos corpos polares. As divisões iniciais das células embrionárias são sincrônicas, no entanto, conforme o desenvolvimento se torna assincrônicas. Assim, a divisão mitótica inicial dá origem a um embrião de duas células (dois blastômeros), a segunda a um embrião de quatro células, a terceira a um de oito células e a quarta a um com 16 células, onde passa a ser chamado de mórula. Estas divisões são realizadas sem o aumento do volume do citoplasma, para que seja restabelecida uma proporção celular mais adequada à das células somáticas, já que o ovócito é a célula mais grande do organismo (um ovócito mede entre 100 e 150 μm do ovócito, enquanto uma célula somática mede de 10 a 20 μm); e porque o embrião ainda está contido dentro da zona pelúcida (figura 1). Um dos pontos críticos durante o desenvolvimento embrionário precoce é a ativação do genoma embrionário. Durante as etapas iniciais após a fertilização, as proteínas e RNAs “herdados” do ovócito são responsáveis pelo metabolismo e desenvolvimento inicial do embrião. É apenas até o estágio de quatro (ratos) ou oito blastômeros (espécies domésticas e humanas) em que o embrião começa a sintetizar o seu próprio RNAm (mensageiro) e as proteínas específicas necessárias para controlar o seu crescimento e metabolismo. A qualidade do ovócito que é fertilizado, consequente- mente, tem um grande impacto sobre a sobrevivência inicial do embrião. Quando o embrião atinge uma média de 16 a 32 células é conhecido como mórula (tabela 1) (do latim morus: mora), e nesta fase o embrião começa a compactar-se, o que ocorre porque começam a estabelecer-se diferentes uniões celulares, de acordo com a relação espacial entre os blastômeros. As células centrais desenvolvem-se incluindo entre elas junções comunicantes, conhecidas também como junções GAP, enquanto as que se encontram na periferia estabelecem uniões estreitas, dando origem a duas subpopulações distintas de blastômeros: periféricos e centrais. Cabe mencionar que os blastômeros que compõem a mórula ainda são células capazes de dar origem a um novo indivíduo completo, ou seja, são totipotenciais. À medida que a mórula continua a dividir-se e a crescer, as células localizadas na periferia começam a liberar sódio para os espaços intercelulares, criando uma diferença na pressão osmótica seguida pela entrada de água ao embrião. O líquido se acumula e provoca a separação das células, distinguindo ainda mais as duas subpopulações de células mencionadas (periféricas e centrais) e forma-se uma cavidade cheia de líquido. Esta cavidade é conhecida como blastocele; com a sua formação o embrião entra em fase de blastocisto (figura 1, tabela 1). Da subpopulação celular da periferia se origina do trofoblasto (trofoectoderma) que formará a maioria das membranas extraembrionárias (placenta), e da subpopulação central é estabelecida a massa celular interna ou embrioblasto, que dará origem ao embrião propriamente dito, ou seja, ao feto. Ao continuar a multiplicação e crescimento do trofoblasto à medida que o blastocisto se desenvolve, as células da massa interna se diferenciam novamente em dois segmentos distintos: a endoderme primitiva ou hipoblasto e o epiblasto (figura 1), em que todos os tecidos do organismo (saco vitelino) são originados e as células germinativas primordiais. Uma vez formado, o epiblasto continua a dividir-se e a diferenciar-se para dar origem às três placas ou camadas germinativas conhecidas como endoderme, mesoderme e ectoderme. Este processo é conhecido como gastrulação, e durante este diferem-se no embrião as porções craniais, caudais, dorsais e ventrais, processo conhecido como polaridade do embrião, que orienta o desenvolvimento dos diversos tecidos e órgãos do indivíduo. À medida que o blastocisto continua crescendo e diferenciando-se, vai-se acumulando mais líquido no blastocele, com o que a pressão interna aumenta e a zona pelúcida começa a ficar mais fina. Este fato, juntamente com a ação de proteases produzidas pelo embrião, leva à ruptura da zona pelúcida e à saída do blastocisto (eclosão), pelo que, uma vez liberado, o embrião é conhecido como blastocisto eclodido. O trofoblasto embrionário entra, então, em contato direto com o endométrio, o que é considerado como o início da implantação. IMPLANTAÇÃO O trofoblasto embrionário, também conhecido como trofoectoderma, dá origem à maioria das membranas fetais ou placenta fetal. O processo no qual o trofoblasto se une ao endométrio materno é conhecido como implantação; para isso ocorre uma série de processos altamente sincronizados envolvendo secreções embrionárias e maternas, e interações físicas, durante um período limitado conhecido como janela de receptividade. A implantação é considerada um processo gradual que genericamente se divide em cinco fases, algumas das quais podem sobrepor-se parcialmente e diferir segundo a espécie: 1. Eclosão do blastocisto da zona pelúcida (figura 2); -/- 2. Pré-contato e orientação do blastocisto. É o contato inicial entre as células do trofoblasto e do epitélio endometrial, bem como a orientação da massa celular interna e do trofoectoderma, que assume especial importância em espécies cuja implantação é invasiva, como em roedores e primatas; 3. Aposição - refere-se ao posicionamento do blastocisto numa determinada área e de uma forma específica no útero. Começa a interdigitação das vilosidades coriônicas com o epitélio luminal do endométrio. 4. Adesão - requer sistemas de sinalização que envolvem glicoproteínas de adesão, como integrinas, selectinas e galectinas, com os seus ligantes, tanto no epitélio luminal como no epitélio trofoectoderma. 5. Invasão endometrial - este termo se relaciona ao tipo de placentação e é pertinente sobretudo para aquelas espécies onde existe uma fusão entre células do trofoblasto e do epitélio do endométrio durante a formação da placenta, ou que as células trofoblásticas penetrem as camadas endometriais e até modifiquem as células do endométrio que as rodeiam. Existem três tipos de implantação ou nidação. Na nidação central ou não invasiva, a vesícula embrionária ocupa uma posição central na luz do útero e, na sua relação com a mucosa uterina, unicamente através das vilosidades coriônicas (projeções das células trofoblásticas dentro das quais crescem capilares do feto), há adesão mas não invasão da mucosa. Este tipo ocorre nos ungulados domésticos, mas não em carnívoros. Na nidação excêntrica a vesícula embrionária está inserida num canal profundo da mucosa, parcialmente isolada da luz principal, e se apresenta na rata, cadela e gata. A nidação intersticial é própria dos primatas, rato e cobaia, e nesta produz-se a destruição do epitélio e do tecido conjuntivo do útero, de modo que a vesícula embrionária se afunda na própria lâmina mucosa e se desenvolve em um espaço intersticial. Até o momento da implantação, a nutrição do embrião é histotrófica, sendo as substâncias necessárias absorvidas através do trofoblasto, como foi mencionado anteriormente. A partir deste momento, o trofoblasto começa o desenvolvimento de uma série de membranas extraembrionárias que permitirão finalmente a troca de nutrientes e metabólitos entre o sangue materno e o do embrião, constituindo a placenta. Um fato necessário na implantação é a perda de receptores para progesterona no epitélio luminal do endométrio, e pré-sensibilização do mesmo pelos estrógenos. Apesar de parecer um efeito contraditório, este requisito permite o desaparecimento de uma camada de mucina e outros compostos proteicos, que revestem o endométrio e que atuam como uma película antiaderente que inicialmente não permite a aposição e adesão do embrião. O desaparecimento desta camada ocorre durante a janela de receptividade, seja em toda a superfície do endométrio (ruminantes, suínos e roedores) ou nas zonas específicas onde o blastocisto será implantado (humano e coelho). Por esta razão, a interação física entre o embrião e o endométrio desempenha um papel importante na implantação. Uma vez que a camada de glicoproteínas desaparecer, é possível a aposição do trofoectoderma embrionário e das células epiteliais do endométrio, iniciando assim a implantação propriamente dita através da intercomunicação entre os dois tecidos. A implantação pode ser considerada como a fixação do embrião ao útero a partir do ponto de vista físico e funcional. No entanto, como se trata de um processo progressivo e gradual, em que algumas das suas fases podem ser parcialmente sobrepostas, não existe consenso sobre o período em que se inicia e termina. Na borrega, por exemplo, estima-se que ocorra entre o dia 10 e o dia 22, enquanto na vaca entre os dias 11 e 40 pós-ovulação. Nas espécies polítocas, isto é, fêmeas que parem várias crias como as porcas, os blastocistos se distribuem ao longo dos cornos uterinos como resultado de movimentos musculares da parede uterina, aparentemente regulados por prostaglandinas e outros fatores secretados pelo útero. Por exemplo, nas porcas, os blastocistos se movem livremente entre os cornos, e a distribuição dos embriões ao implantar-se é mais uniforme do que poderia ser esperado se ocorresse meramente ao acaso. Tem observado que a deficiência na produção de ácido lisofosfatídico 3 (LPA3) e/ou seu receptor, ocasiona uma falha na distribuição dos embriões no útero. Por outro lado, não há evidência de que um blastocisto implantado exerça alguma influência inibitória sobre a implantação de outro blastocisto próximo a ele. Como supracitado, o processo de implantação inclui uma complexa interação entre o embrião e o útero, e cada um deles provê de estímulos essenciais para favorecer a progressão do outro, apresentando-se diferenças em tempos e particularidades dentro das diferentes espécies. -/- Porca O período de adesão situa-se entre os dias 12 e 24 após a fertilização. Ao redor do dia sete, o blastocisto é eclodido, porque o trofoblasto está em contato direto com o epitélio uterino e começa a proliferar com rapidez. O endoderme se forma e o blastocisto muda de uma pequena vesícula esférica para um tubo muito alongado que chega a medir cerca de um metro em poucos dias, ele que lhe proporciona uma superfície muito ampla para a absorção de nutrientes. Cadela Os embriões migram entre os dois cornos uterinos do dia 12 ao 17 após a fertilização, distribuindo-se de maneira uniforme. Estes embriões aderem ao endométrio entre os dias 16 e 18, e alcançam sua implantação final entre o dia 17 e 20 da gestação. Cabe ressaltar que nos caninos o período de pré-implantação é o mais longo das espécies domésticas, o que ocorre porque a cadela ovula ovócitos imaturos (ovócitos primários) que precisam amadurecer por dois a três dias, para formar ovócitos secundários, antes que a fertilização seja possível. Por isso, o zigoto canino chega à junção útero-tubárica entre o sétimo e o décimo dia após o pico pré-ovulatório de LH (a ovulação ocorre, em média, dois dias após o pico de LH), entrando no útero em estágio de mórula ou blastocisto em torno dos dias 10 a 12 depois do referido pico. Ovelha O desenvolvimento precoce do blastocisto é muito semelhante ao da porca. Observa-se certo grau de adesão desde o dia 10 da gestação, mas o alongamento do embrião é menos extenso do que em suínos e tem início entre o dia 11 e 12. Para a terceira semana o embrião ovino chega a medir até 30 cm de comprimento. O processo de implantação é concluído aproximadamente entre a quarta e quinta semana de gestação (figura 3). Vaca O processo de implantação é semelhante ao da borrega, mas tem início mais tarde. A zona pelúcida se perde por volta do dia 9 a 10 (blastocisto eclodido) e o embrião começa a alongar-se ao redor do dia 12 a 14, atingindo um comprimento de cerca de 60 mm para o dia 16, embora possa haver uma grande variação individual. A partir do dia 33, o córion é formado e existe uma adesão inicial que inclui dois ou quatro cotilédones, que se interdigitam rapidamente com o tecido materno de modo que o embrião começa a nutrir-se através deles. Égua O blastocisto atinge um diâmetro de cinco centímetros aos dois meses e pratica- mente não se alonga. Entre os dias seis e sete após a ovulação, o embrião começa a revestir-se de uma camada glicoproteica que se forma entre o trofoectoderma e a zona pelúcida e que contém e mantém o embrião esférico depois de ter eclodido. Esta cápsula é uma estrutura única nos equinos (cápsula embrionária), afina-se no dia 18 e se perde entre os dias 21 e 23 de gestação. Na décima semana as microvilosidades do córion se interdigitam com a mucosa da parede uterina e na semana 14 é completada a implantação. Espécies não domésticas Em algumas espécies como os marsupiais, os ursos, focas, doninhas e alguns tipos de cervídeos, pode interromper-se temporariamente o desenvolvimento do embrião in utero e adiar a sua implantação, como estratégia evolutiva para favorecer o nascimento das crias em condições ambientais favoráveis para a sua sobrevivência. Esta estratégia é conhecida como diapausa e pode ser uma condição obrigatória ou facultativa para cada gestação, dependendo da espécie. Os mecanismos que a desencadeiam e a concluem não estão totalmente explicados e são espécie-específica. RECONHECIMENTO MATERNO DA GESTAÇÃO (RMG/RMP) O estabelecimento da gestação em mamíferos domésticos requer a presença de um corpo lúteo CL funcional que produz progesterona em quantidades adequadas para manter o desenvolvimento embrionário inicial e permitir mudanças necessárias durante o período de peri-implantação. Para que o corpo lúteo seja mantido e a fêmea seja impedida de reiniciar um novo ciclo estral, o embrião deve sinalizar sua presença para a mãe. O sinal para o reconhecimento materno da gestação (RMG) provém então do embrião e podem ser de dois tipos: luteotrópico ou anti-luteolítico. No primeiro, a(s) substância(s) produzida(s) pelo embrião que atua(am) sobre o corpo lúteo para manter sua funcionalidade, por exemplo a gonadotrofina coriônica humana (hCG) e a prolactina em roedores. O segundo tipo de sinal previne ativamente a luteólise, e é o mecanismo presente nas espécies domésticas em que o embrião produz substâncias como o interferon-τ (IFN-τ) em ruminantes ou os estrógenos em suínos. Ruminantes Como supracitado, o IFN-τ é responsável pela sinalização para o reconhecimen- to materno da gestação neste grupo que engloba cabras, ovelhas e vacas (figura 4). É um fator produzido pelas células do trofoblasto do embrião, e pode ser detectado a partir dos dias 11 a 12 em ovinos e de 14 a 15 em bovinos. Uma vez secretado, o IFN-τ impede a lise do corpo lúteo (efeito anti-luteolítico) por meio do bloqueio indireto da síntese de prostaglandina F2 alfa (PGF2α). No trabalho acerca do ciclo estral foi explicado que a luteólise requer a presença de receptores de ocitocina (OTR) no endométrio, que ao unir-se ao seu ligante, a ocitocina (proveniente inicialmente do hipotálamo e posteriormente de origem lútea), estimulam a produção de PGF2α e estabelecem um feedback positivo, que culminará na destruição do CL. Para que os OTRs sejam sintetizados, é necessária uma estimulação prévia do endométrio com estradiol, que ocorre através da ligação com seus receptores (ER-1). O mecanismo pelo qual o IFN-τ impede a lise do corpo lúteo é bloqueando, direta ou indiretamente, a síntese de OTR e, consequentemente, a produção pulsátil de PGF2α. Suínos No caso dos suínos, considera-se que o sinal embrionário para o reconhecimento materno da gestação são os estrógenos, produzidos pelos embriões em torno do dia 11 a 12 pós-ovulação. O endométrio suíno produz PGF2α que, quando não há gestação, é secretado na circulação uterina (secreção endócrina), de onde é transportada em direção ao CL para causar luteólise. Se há embriões no útero produzindo suficiente quantidades de estradiol, isso redireciona a secreção de PGF2α para o lúmen uterino (secreção exócrina), evitando que seja liberado para a circulação e, portanto, é sequestrado impedindo que chegue ao corpo lúteo (figura 5). É importante enfatizar que a produção de PGF2α não é inibida, mas sua secreção é redirecionada. Este mecanismo é conhecido como teoria endócrino-exócrina. Vale ressaltar que para o sinal de reconhecimento materno da gestação na porca ser eficiente, é necessário a presença de pelo menos quatro embriões, dois em cada corno, uma vez que se não houver dois embriões, um em cada corno, ocorre luteólise e reinicia a atividade cíclica. Embora os estrógenos sejam identificados como o sinal de reconhecimento materno nesta espécie, o embrião suíno também produz outros fatores, como a PGE2 e o ácido lisofosfatídico, considerado necessário para o estabelecimento adequado da gestação. A PGE2 ocasiona uma redução na produção de PGF2α em favor da PGE2 no endométrio e favorece a contração do miométrio para permitir a migração de embriões. O ácido lisofosfatídico, juntamente com seu receptor, é um fator crítico que favorece a migração intra-uterina, e permite uma distribuição adequada dos embriões ao longo dos cornos. Outras substâncias produzidas pelo embrião suíno são o IFN-delta (IFN-δ) e IFN-gama (IFN-γ), que não possuem ação anti-luteolítica, mas poderiam intervir no processo de implantação. Equinos Na égua é essencial que o embrião, ainda rodeado pela sua cápsula embrionária, migre de 12 a 14 vezes por dia através do útero, entre os dias 12 e 14 após ovulação, a fim de distribuir o fator de reconhecimento materno (figura 6). Embora seja sabido que existe, este último ainda não foi identificado, mas foi estabelecido que é da natureza proteica e seu principal efeito é a inibição da produção endometrial de PGF₂α, mediante a redução na formação do receptores de ocitocina; desta forma, evita-se o início do sinal luteolítico. É interessante notar que nesta espécie a ocitocina não é de origem lútea e sim endometrial. Primatas Ao contrário das espécies domésticas mencionadas, o mecanismo de ação do sinal de reconhecimento materno em primatas é luteotrópico. No humano, o embrião produz gonadotrofina coriônica humana (hCG) após o início da implantação (dias 6 a 8). A hCG estende a vida funcional do CL por meio de sua ligação a receptores lúteos para LH, estimulando assim a liberação de progesterona. Este efeito permite a “sobrevivência” do CL pelo menos até o momento em que a produção de progesterona é transferida para a placenta para levar a gestação a termo. Carnívoros Na cadela não é necessário o reconhecimento da gestação, já que normalmente o corpo lúteo tem uma vida média maior que a duração da gestação. Como na égua, a migração dos embriões através do útero antes da implantação pode favorecer o reconhecimento materno. Adicionalmente, tem sido descrito que durante o período antes da implantação (< 10 dias depois da ovulação), há um aumento na expressão de genes relacionados com a imunomodulação local (IFN-γ, IL-4 e CD8+), que não estão presentes em cadelas durante o diestro. A produção de IFN-γ por parte do embrião canino, como em outras espécies, pode estar envolvida na implantação ou o reconheci- mento da gestação, mas até o momento não foi demonstrado de forma inequívoca. Na gata doméstica, o fator que favorece o reconhecimento materno da gestação ainda não foi descrito. Temos que lembrar que seja qual for o mecanismo envolvido, a produção do sinal embrionário de reconhecimento materno da gestação é importante, já que a contínua presença de progesterona na circulação materna, faz possível que ocorra o desenvolvimento precoce do embrião e eventualmente a implantação, com a formação do órgão temporal mais importante para o desenvolvimento fetal: a placenta. Resumindo, o sinal enviado pelo embrião deve ser dado antes do útero começar a secretar PGF2a, hormônio que causa a destruição do corpo lúteo produtor da progesterona necessária para a gestação. O embrião deve secretar algumas substâncias (denominadas EPF: Early Pregnant Factors/fatores de gestação precoce) que capte o endométrio materno e sirva para evitar a ação luteolítica da PGF2a. Na porca, em vez de ser evitada a secreção de PGF2a, o referido hormônio é “sequestrado na luz do útero” e, desta forma, passa a secretar-se em forma exócrina, sem ter efeito sobre o corpo lúteo. No bovino, o reconhecimento materno da gestação é o processo fisiológico no qual o embrião, por meio de sinais moleculares como a secreção de interferon-τ (IFN-τ), anuncia sua presença no trato reprodutivo materno a fim de evitar que seja desencadeado o mecanismo luteolítico exercido pela PGF2a sobre o corpo lúteo. PLACENTAÇÃO Nos mamíferos domésticos, o processo de implantação é gradual e prolongado, e ocorre paralelamente a processos como a gastrulação e a formação de membranas extra- embrionárias: saco vitelino, âmnio, alantóides e córion. A formação das membranas extraembrionárias nos mamíferos eutérios, ou seja, aqueles que formam uma placenta completa, é um processo indispensável que permite ao embrião aderir-se ou implantar-se ao endométrio materno. As quatro membranas extraembrionárias mencionadas são formadas a partir do trofoblasto, mesoderme e endoderme embrionários. O saco vitelino fornece nutrientes no desenvolvimento inicial do embrião e se converte em vestigial quando a gestação progride; tem origem no endoderma primitivo, estrutura que junta com o trofoblasto e o mesoderma, formam o córion e âmnions. O âmnion contém o líquido amniótico que está em contato direto com o embrião e é a membrana mais interna; ademais, protege o feto, proporciona lubrificação para o parto e serve como um depósito para urina e resíduos fetais. O córion, por outro lado, é a membrana mais externa do embrião e, portanto, é a que entra em contato direto com o endométrio uterino materno; se fixa ao útero, absorve nutrientes do útero, permite a troca gasosa materno/fetal e produz hormônios. O alantóide se origina de uma evaginação do intestino primitivo e é de onde surge o sistema vascular da placenta fetal; a fusão com o córion (placenta cotiledonária), carrega os vasos sanguíneos do cordão umbilical, que liga o feto com o alantóide e é um reservatório de nutrientes e resíduos. Conforme o embrião se desenvolve, o saco vitelino regride e o alantóide se enche de líquido, pelo que este último se funde com o córion para formar o corioalantóides, que se torna a membrana mais externa e, portanto, a porção fetal do placenta. A placenta é um órgão temporário que representa uma interface através da qual realiza a troca bidirecional de nutrientes, gases, hormônios e outras substâncias entre a mãe e o feto. A unidade funcional da placenta são as vilosidades corioalantóicas, as quais são projeções pequenas dos corioalantóides que se interdigitam com o endométrio uterino, cuja superfície de absorção permite essa troca. A placenta é um órgão endócrino capaz de produzir uma gama de hormônios que ajudam a controlar o ambiente uterino, favorecendo o desenvolvimento do feto, além disso possui um papel importante no momento do parto. Nas diferentes espécies a placenta tem características particulares, pelo qual existem várias classificações, de acordo com a sua posição uterina, a distribuição das vilosidades corioalantóicas e a sua histologia. Posição uterina Refere-se à posição do concepto em relação ao lúmen uterino (figura 7). Central: O concepto ao ser implantado permanece em contato com o lúmen do útero. A maioria das espécies domésticas de importância veterinária estão dentro desta classificação. Excêntrica: O concepto penetra parcialmente o endométrio materno, mas mantém um certo contato com o lúmen uterino. Os roedores (ratos e ratos) e a coelha possuem este tipo de placentação. Intersticial: O embrião invade o endométrio, perde contato com o lúmen uterino, e ao crescer o lúmen uterino se oblitera. Os humanos e a maioria dos primatas mostram este tipo de placenta. Distribuição das vilosidades As vilosidades que formam a interface materno-fetal podem estar distribuídas de maneira diferente ao longo da superfície dos corioalantóides, pelo qual a placenta pode ser classificada como (figura 8): Difusa: Neste tipo de placenta as vilosidades estão distribuídas ao comprimento de toda a superfície do córion (corioalantóides) de maneira uniforme. As placentas de suínos e equinos se enquadram nesta classificação, embora, nesta última espécie, as vilosidades formem estruturas mais ramificadas, que são chamadas microcotilédones (figura 10). Zonal: Esta placenta se apresenta nos carnívoros domésticos, tanto caninos como felinos. As vilosidades que determinam a zona de troca de nutrientes e resíduos, e de ligação com o endométrio são delimitadas de forma a formar uma cintura central em torno do feto (figura 9). Distingue-se também uma segunda região chamada paraplacenta, que se localiza em ambos lados deste “cinto”, e do qual a função não é inteiramente conhecida, embora sabe-se que desempenha um papel importante na troca de ferro da mãe para o feto. As extremidades laterais dos corioalantóides nestas placentas não possuem vilosidades por isso não se ligam ao endométrio. Uma terceira região é a zona transparente nas extremidades distais do córion que tem pouca vascularização. Esta zona pode estar envolvida na absorção de materiais diretamente do lúmen uterino (figura 11). Cotiledonária: É o tipo de placentação que se encontra presente nos ruminantes (ovinos, caprinos e bovinos). As vilosidades coriônicas nestas espécies são agrupadas em pequenas áreas do córion chamadas cotilédones, que se interdigitam e fundem-se parcialmente com locais delimitados no endométrio chamados carúnculas, formando, em conjunto, estruturas conhecidas como placentomas. Cabe destacar que as carúnculas carecem de glândulas endometriais, que só estão presentes nas porções inter-carun- culares do endométrio. Os placentomas, por sua vez, são altamente vascularizados e são remodelados com o progresso da gestação, ramificando-se para aumentar a superfície de troca e o fluxo sanguíneo para aumentar os requisitos do feto em crescimento. Nas zonas inter-carunculares, a placenta é ligada ao endométrio por meio de sistemas de adesão superficial que envolvem glicoproteínas. Acredita-se que a adesão do concepto com o endométrio (carúnculas) é estabelecida em torno de 30 dias em ovinos e 40 dias em bovinos. (figuras 13 a 17). Discoidal: Nestas placentas, as vilosidades agrupam-se numa área circular ou oval, formando uma estrutura discoidal. Este tipo de placenta é encontrada principal- mente em coelhas, roedores e primatas, incluindo os humanos. Histologicamente Esta classificação considera o número de camadas de tecido que compõem a placenta e que separam a circulação materna da circulação fetal (tabela 3). O número máximo é de seis camadas, três do lado fetal (córion, tecido intersticial e endotélio do vaso sanguíneo) e três do lado materno (epitélio endometrial, tecido intersticial e endotélio vascular) (figura 19 e tabela 3). O modo de distinguir e nomear os diferentes tipos de placenta nesta classificação é usando como prefixo a camada materna que está em contato com o córion fetal. As diferentes placentas baseados em sua histologia são as seguintes (figura 19): Epiteliocorial: É o menos íntimo entre os tipos de placentas (figura 20). Estas placentas conservam intactas as seis camadas de tecido, portanto que mantêm as circulações materna e fetal mais separadas, e consideradas como as mais impermeáveis. Este tipo de placenta está presente na porca e égua. Lembre-se de que as placentas da porca e da égua são diferentes e as vilosidades ocupam uma grande proporção da área de superfície do córion (figura 19 A). Também apresenta-se nos ruminantes, no entanto, as placentas dos ruminantes apresentam algumas características particulares que as colocam como um subgrupo e se chamam sinepiteliocorial ou sindesmocorial (figura 19 B). Na vaca, este tipo apresenta-se nos primeiros 2-3 meses de gestação. Além da característica de erosão parcial do epitélio endometrial, um tipo de célula único é encontrado na placenta de ruminantes. Essas células são chamadas células gigantes binucleadas. Como o nome indica, elas são caracterizadas como bastante grandes e com dois núcleos. Na placenta dos ruminantes, algumas células do epitélio coriônico conhecidas como células binucleadas, se fundem com algumas células do epitélio endometrial, criando inicialmente células gigantes trinucleadas e mais tarde placas ou sincícios multinucleados. Estes sincícios têm em consequência uma origem tanto fetal como materna, que criam lugares delimitados nos quais em vez de existir intacta uma camada de epitélio coriônico e outra de epitélio endometrial, encontra-se uma só camada que combina as duas origens. As células gigantes binucleadas migram e mudam seu número ao longo da gestação em forma dinâmica. Este tipo celular é importante porque secretam uma variedade de hormônios. Células gigantes binucleadas aparecem por volta do dia 14 na ovelha e entre os dias 18 e 20 na vaca. Endoteliocorial: 5 camadas. Neste tipo de placentação o córion fetal está em contato direto com o endotélio vascular do endométrio graças à erosão do epitélio e do tecido conectivo endometrial (tecido intersticial) durante a implantação (figura 19 C). De modo que o intercâmbio de substâncias e resíduos só requer atravessar quatro camadas de tecidos. Este tipo de placenta é presente principalmente em cães e felinos. Nota-se nas figuras 19 C e 21 que este tipo de placenta é mais íntimo do que a placenta epiteliocorial porque o epitélio endometrial não existe mais. Hemocorial: 3 camadas (figura 22). Aqui o epitélio coriônico está intacto e entra em contato direto com o sangue materno em regiões onde formam reservatórios de sangue semelhantes a poços (figura 19 D). O intercâmbio de substâncias e resíduos entre a mãe e o feto é mais direto uma vez que é necessário atravessar apenas três camadas para chegar até à circulação fetal. Algumas espécies de primatas, incluindo o ser humano e os roedores possuem este tipo de placentação. MEMBRANAS EXTRAEMBRIONÁRIAS EM AVES Ao mesmo tempo que se estabelece o corpo embrionário e os esboços de cada um dos órgãos começam a gerar-se, torna-se imperioso garantir a sobrevivência do embrião. Tenha-se em conta que nas aves todo o necessário para o desenvolvimento é encontrado no ovo pelo que deve-se reforçar a eficácia das estruturas criadas para garantir o objetivo a que se destina. O exterior é fornecido apenas com o O2; emite CO2 e vapor de água no exterior (perda de 15% da água durante a incubação inicial). Além disso, o neonato não é imaturo, como nos anfíbios, mas está em um estádio maduro juvenil. Como indicado, são quatro as problemáticas a que deve fazer frente o embrião: prover-se de um meio que garanta o desenvolvimento volumétrico, amortecendo os movimentos físicos excessivos que possam traumatizá-lo e evitar a dessecação; assegurar que os nutrientes (vitelo e albúmen) sejam incorporados de forma correta no interior do embrião; assegurar o intercâmbio de gases; e eliminar substâncias tóxicas derivadas do metabolismo proteico. Para atender estas necessidades são desenvolvidas uma série de membranas extrambrionárias que se vão expandindo progressivamente pelo interior do ovo. A dureza da casca e sua relativa impermeabilidade protege-o igualmente da intempérie terrestre. -/- Figura 23: Evolução das membranas extraembrionárias de galinha (3 e 10 dias de incubação). -/- Saco vitelino: o saco vitelino é a primeira membrana extraembrionária em formação. Aparece como consequência direta da gastrulação: as camadas germinativas que se formam ao nível do disco embrionário expandem-se progressivamente contornando o vitelo. Assim, as células provenientes da área opaca (equivalente ao trofoblasto dos mamíferos) migram sobre o vitelo, terminando quase por cobrir, o mesmo ocorre com o endoderma mais internamente, formando-se assim um saco bilaminar. Posteriormente, o mesoderma se interpõe entre ambos, progredindo igualmente no sentido distal, rodeando o endoderma e aderindo-se ao mesmo e ao equivalente de trofoblasto. Ao estabelecer-se o celoma, o saco é constituído pelo endoderma e folha esplâncnica do mesoderma lateral. Este mesoderma vai progredindo no sentido distal e se vasculariza profunda- mente; os vasos distais se anastomosam formando um anel vascular denominado seio terminal, que marca o limite do mesoderma em expansão. Assim, sobre o vitelo é distinguível um área distal não vascularizada (área vitelina) e uma área proximal vascularizada (área vasculosa) que vai ficando progressivamente maior. Ao sexto dia de incubação mais da metade da superfície do vitelo foi envolvido pelo mesoderma. Os nutrientes do vitelo são absorvidos e desdobrados a componentes mais simples por enzimas produzidas pelo endoderma, sendo incorporados aos vasos vitelinos que os veicularão até o coração, que os impulsionará a todo o embrião. Durante a fase embrionária (até ao sexto dia de incubação), o oxigênio do exterior chega até a área vasculosa por difusão, incorporando-se daqui ao embrião; além disso, durante a primeira semana, as alterações na composição e volume do vitelo fazem que se disponha flutuando sobre o albúmen, o que faz com que a área vasculosa fique em contato com a casca, favorecendo-se assim a respiração. O intestino primitivo se instaura a partir das porções mais proximais do saco vitelino à vez que o corpo é fechado (2º-3º dia). O saco vitelino vai regredindo à medida que se vão esgotando os nutrientes do vitelo que aloja. Pouco antes do nascimento é incorporado à cavidade corporal como divertículo vitelino que fica unido ao jejuno; o divertículo vitelino persiste até seis dias após o nascimento, constituindo uma fonte adicional de nutrientes. -/- Figura 24: Feto de galinho ao fim, perto de ser eclodido. -/- mnios: no segundo dia (-30 horas) de incubação se formam as dobras amnióticas na somatopleura extraembrionária, perto do disco embrionário. Progridem dorsalmente, terminando por convergir e fundir-se cerca de 72 horas de incubação, coincidindo com o fechamento corporal, assim sendo constituído o âmnios, que terminará perdendo todo o contato com o córion. A cavidade amniótica que limita está cheia de um líquido seroso que garante que o embrião seja desenvolvido em um meio aquoso; este líquido é secretado pelo âmnios, mas também composto por substâncias formadas pelos rins, cavidade oral e aparelho respiratório. Córion: após a formação do celoma e o estabelecimento e fusão das dobras amnióticas, a parte da somatopleura extraembrionária que fica mais periférica constitui o córion (também denominado serosa nas aves); permanece formada pela área opaca expandida e mesoderma somático. Progressivamente vai aderindo-se à membrana testácea interna deslocando o albúmen; sobre o dia 12 termina por cobrir toda a superfície interna da casca. Intervém na troca gasosa com o meio ambiente através dos poros da casca e na captação do cálcio desta. Alantóides: o alantóide inicia a sua formação no dia 3 de incubação. Cresce rapidamente, ocupando o espaço exocelômico, terminando por cobrir o âmnios e saco vitelino. Progressivamente, entre os dias 4 a 10, sua parte mais externa se funde com o córion, formando-se o alantocórion, membrana trilaminar que cobrirá a superfície interna da casca, aderindo-se à membrana testácea interna, cujo mesoderma (esplâncnico) se vasculariza intensamente. A partir do dia 7 substitui completamente a área vasculosa como órgão respiratório, sendo garantido o aumento gradual das necessidades de troca gasosa na fase fetal do desenvolvimento (desde o dia 8), de rápido crescimento. A capacidade de capilarização desta membrana é muito maior do que a do saco vitelino. Na cavidade alantóica acumula-se a urina produzida pelos rins, afastando os produtos tóxicos do embrião; a membrana também age sobre este fluido intervindo na manutenção do equilíbrio hídrico e mineral do embrião. -/- Figura 25: Formação do saco vitelino. Limite entre a área vascular e avascular. Seio terminal. -/- O albúmen perde água rapidamente e torna-se menos volumoso e mais viscoso, terminando por desaparecer progressivamente. A ligação do alantocórion à membrana testácea interna faz com que seja marginalizado para uma posição periférica, no polo agudo do ovo. Aqui, o alantocórion que o rodeia constitui o saco do albúmen. O albúmen é a principal fonte de água e proteínas. A água é incorporada ao vitelo, o que, ao tornar-se mais volumoso, provoca que, entre os dias 3 e 4, se rompa a membrana vitelina; apenas restos mortais devem permanecer entre o saco vitelino e o albúmen. Dentro do saco vitelino, a água se acumula principalmente sob o embrião -fluido subembrionário-; este fluido atinge o seu volume máximo (15 ml) no dia 6. As proteínas serão incorporadas principalmente a partir de no dia 12, seja através do saco vitelino, do saco do albúmen ou por ingestão de líquido amniótico, dada a comunicação seroamniótica que se estabelece. Na galinha, a eclosão ocorre aos 21 dias de incubação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -/- Anotações de aulas de Embriologia Básica, Prof. Dr. Edson João da Silva, UFRPE, 2021. BAZER, Fuller W. et al. Novel pathways for implantation and establishment and maintenance of pregnancy in mammals. MHR: Basic science of reproductive medicine, v. 16, n. 3, p. 135-152, 2009. CARTER, Anthony M. Evolution of placental function in mammals: the molecular basis of gas and nutrient transfer, hormone secretion, and immune responses. Physiological Reviews, 2012. CARTER, A. M.; ENDERS, A. C. Placentation in mammals: Definitive placenta, yolk sac, and paraplacenta. Theriogenology, v. 86, n. 1, p. 278-287, 2016. CONSTANTINESCU, G.M.; SCHATTEN, H. Comparative reproductive biology. Carlton: Blackwell Publishing, 2007. 402p. Avicultura: Formação do Ovo. Desenvolvimento Embrionário e Diferenciação Sexual nos Animais Domésticos. Disponível em:. Acesso em: Dezembro de 2021. Diferenciação e Determinação Sexual dos Animais. Fisiologia do Ciclo Estral dos Animais Domésticos. Emanuel Isaque Cordeiro da Silva, 2021. Manejo na Avicultura: Postura, Iluminação e Incubação dos Ovos. Transporte de Gametas, Fertilização e Segmentação. FERRER‐VAQUER, Anna; HADJANTONAKIS, Anna‐Katerina. Birth defects associated with perturbations in preimplantation, gastrulation, and axis extension: from conjoined twinning to caudal dysgenesis. Wiley Interdisciplinary Reviews: Developmental Biology, v. 2, n. 4, p. 427-442, 2013. GALINA, Carlos; VALENCIA, Javier. Reproducción de los animales domésticos. 2006. GEISERT, Rodney D.; SPENCER, Thomas E. Placentation in Mammals. Springer, 2021. GINTHER, O. J. Reproductive Biology of The mare: Basic and Applied Aspects. 2. ed. Cross Plains, Wisconsin: Equiservices, 1992. GUILLOMOT, Michel. Cellular interactions during implantation in domestic ruminants. Journal of Reproduction and Fertility-Supplements only, n. 49, p. 39-52, 1995. 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Defina e caracterize os meios de reconhecimento materno da gestação (RMG) nos animais domésticos. -/- 6. O que diferencia o RMG em ruminantes e suínos? -/- 7. Qual o papel do estradiol no RMG em porcas? O que ocorre quando a porca não fica gestante? -/- 8. Explique o RMG em cães e gatos. -/- 9. Defina placentação e sua importância para a reprodução dos animais domésticos. -/- 10. Quais são as classificações da placentação? Classifique a placentação das fêmeas domésticas. -/- 11. Caracterize e diferencie o processo de placentação em fêmeas domésticas. -/- 12. Observe a figura e responda o que se pede:. (shrink)

According to the canonical formulation of the modal account of luck [e.g. Pritchard (2005)], an event is lucky just when that event occurs in the actual world but not in a wide class of the nearest possible worlds where the relevant conditions for that event are the same as in the actual world. This paper argues, with reference to a novel variety of counterexample, that it is a mistake to focus, when assessing a given event for luckiness, on events distributed (...) over just the nearest possible worlds. More specifically, our objection to the canonical formulation of the modal account of luck reveals that whether an event is lucky depends crucially on events distributed over all possible worlds–viz., across the modal universe. It is shown that an amended modal account of luck which respects this point has the additional virtue of avoiding a notable kind of counterexample to modal accounts of luck proposed by Lackey (2008). (shrink)

The aim of the research is to identify the relationship between the performance criteria and the achievement of the objectives of supervision which is represented in the performance of the job at the Islamic University in Gaza Strip. To achieve the objectives of the research, the researchers used the descriptive analytical approach to collect information. The questionnaire consisted of (22) paragraphs distributed to three categories of employees of the Islamic University (senior management, faculty members, their assistants and members of the (...) administrative board). A random sample of 314 employees was selected, 276 responses were retrieved with a return rate of 88.1%. The SPSS program was used to enter, process, and analyze the data. The results of the study showed a positive relationship between the performance criteria and the achievement of the control objectives represented by the job performance in the Islamic University from the point of view of the members (senior management, faculty and their assistants and the administrative board). The researchers also recommended a number of recommendations, including the provision of an appropriate level of control system components today through the continuous updating and development of performance standards and the need to provide the necessary physical and financial resources to continue the development and achievement within the university. Expand the development of technology in the various activities of the university through the construction of a complete and integrated system to support the control systems in the university to suit its size. The researchers also recommended the follow-up, review of the performance standards and work to modify them in line with the mission of the university and the goals that the university seeks to reach. (shrink)

Recently, bioethicists and the UNCRPD have advocated for supported medical decision-making on behalf of patients with intellectual disabilities. But what does supported decision-making really entail? One compelling framework is Anita Silvers and Leslie Francis’ mental prosthesis account, which envisions supported decision-making as a process in which trustees act as mere appendages for the patient’s will; the trustee provides the cognitive tools the patient requires to realize her conception of her own good. We argue that supported decision-making would be better understood (...) as a collaborative process, giving patients with intellectual disabilities the opportunity to make decisions in a respectful relationship with trusted others. We offer an alternative account of supported decision-making where the primary constraint is to protect the patient from domination by the trustee. This is advantageous in its preservation of the prospects for genuine collaboration, for the mental prosthesis approach ultimately reinforces a problematic ideal of isolated patient self-determination. (shrink)

Intentional action is, in some sense, non-accidental, and one common way action theorists have attempted to explain this is with reference to control. The idea, in short, is that intentional action implicates control, and control precludes accidentality. But in virtue of what, exactly, would exercising control over an action suffice to make it non-accidental in whatever sense is required for the action to be intentional? One interesting and prima facie plausible idea that we wish to explore in this paper is (...) that control is non-accidental in virtue of requiring knowledge – either knowledge-that or knowledge-how (e.g., Beddor and Pavese 2021; cf., Setiya 2008; 2012 and Habgood-Coote 2018). We review in detail some key recent work defending such knowledge-centric theories of control, and we show that none of these accounts holds water. We conclude with some discussion about how control opposes the sort of luck intentional action excludes without doing so by requiring knowledge (that- or how). (shrink)

Inquiry aims at knowledge. Your inquiry into a question succeeds just in case you come to know the answer. However, combined with a common picture on which misleading evidence can lead knowledge to be lost, this view threatens to recommend a novel form of dogmatism. At least in some cases, individuals who know the answer to a question appear required to avoid evidence bearing on it. In this paper, we’ll aim to do two things. First, we’ll present an argument for (...) this novel form of dogmatism and show that it presents a substantive challenge. Second, we’ll consider a way those who take knowledge to be the aim of inquiry can mount a response. In the course of doing so, we’ll try to get clearer on the normative connections between inquiry, knowledge and evidence gathering. (shrink)

Formal models of appearance and reality have proved fruitful for investigating structural properties of perceptual knowledge. This paper applies the same approach to epistemic justification. Our central goal is to give a simple account of The Preface, in which justified belief fails to agglomerate. Following recent work by a number of authors, we understand knowledge in terms of normality. An agent knows p iff p is true throughout all relevant normal worlds. To model The Preface, we appeal to the normality (...) of error. Sometimes, it is more normal for reality and appearance to diverge than to match. We show that this simple idea has dramatic consequences for the theory of knowledge and justification. Among other things, we argue that a proper treatment of The Preface requires a departure from the internalist idea that epistemic justification supervenes on the appearances and the widespread idea that one knows most when free from error. (shrink)

There is growing concern that a global economic system fueled predominately by financial incentives may not maximize human flourishing and social welfare externalities. If so, this presents a challenge of how to get economic actors to adopt a more virtuous motivational mindset. Relying on historical, psychological, and philosophical research, we show how such a mindset can be instilled. First, we demonstrate that historically, financial self-interest has never in fact been the only guiding motive behind free markets, but that markets themselves (...) are representations of our individual and collective moral identities. Building on this understanding, we review the research on how economic incentives crowd out virtue-oriented concerns. We then introduce the concept of moral self-awareness (MSA), an evolving mindset informed by reflection on moral identity, namely what one’s actions say about oneself given the impacts on others or society that one’s action may effect. MSA comprises three fundamental aspects of virtue-oriented reasoning: pride, shame, and guilt. Finally, we offer a four-stage model anchored in systems theory, yielding ever more refined motivating strategies for maximizing human flourishing and social welfare externalities. (shrink)

Consonant with the ongoing “aesthetic turn” in legal scholarship, this article pursues a new conception of law as poetry. Gestures in this law-as-poetry direction appear in all three main schools in the philosophy of law’s history, as follows. First, natural law sees law as divinely-inspired prophetic poetry. Second, positive law sees the law as a creative human positing (from poetry’s poesis). And third, critical legal theory sees these posited laws as calcified prose prisons, vulnerable to poetic liberation. My first two (...) sections interpret two texts at the intersections among these three theories, namely Percy Bysshe Shelley’s “A Defense of Poetry” and Alexis de Tocqueville’s Democracy in America. Shelley identifies a poetic rebirth in the ruins of natural law, suggesting a philosophy of law as “natural poesis.” And Tocqueville names several figurative aristocracies capable of redeploying aristocratic law against democratic despotism, suggesting a philosophy of law as “aristo-poetic counterforce.” Finally, I propose a new theory of law as poetry bridging these two theories, “natural aristo-poetic counterforce.”. (shrink)

In August 2021, Froese et al. published survey data collected from 2,543 respondents on their subjective experiences living under imposed social distancing measures during COVID-19 (1). The questionnaire was issued to respondents in the UK, Japan, and Mexico. By combining the authors’ expertise in phenomenological philosophy, phenomenological psychopathology, and enactive cognitive science, the questions were carefully phrased to prompt reports that would be useful to phenomenological investigation and theorizing (2–4). These questions reflected the various author’s research interests (e.g., technology, grief, (...) time). Between April 7th and July 31st, 2021, a second questionnaire with the same question set was issued to respondents of the original who had agreed to do a follow-up. This was intended to capture subjective reports of life under social distancing measures a year after the initial survey. By this time–depending on their country of residence and health status–respondents had potentially lived with repeated and prolonged lockdowns and a variety of other restrictions on their social lives. When taken together, Survey I and Survey II provide a cross-cultural and longitudinal dataset that allows for analysis of longer-term impacts of imposed social distancing measures on people’s experiences. For researchers working in diverse disciplines, this dataset offers a rich resource that reflects people’s reactions to the imposition of different social restrictions in different countries and over different time periods. (shrink)

This paper discusses ethical issues surrounding Integrated Assessment Models (IAMs) of the economic effects of climate change, and how climate economists acting as policy advisors ought to represent the uncertain possibility of catastrophe. Some climate economists, especially Martin Weitzman, have argued for a precautionary approach where avoiding catastrophe should structure climate economists’ welfare analysis. This paper details ethical arguments that justify this approach, showing how Weitzman’s “fat tail” probabilities of climate catastrophe pose ethical problems for widely used IAMs. The main (...) claim is that economists who ignore or downplay catastrophic risks in their representations of uncertainty likely fall afoul of ethical constraints on scientists acting as policy advisors. Such scientists have duties to honestly articulate uncertainties and manage (some) inductive risks, or the risks of being wrong in different ways. (shrink)

According to reductive intellectualism, knowledge-how just is a kind of propositional knowledge (e.g., Stanley & Williamson 2001; Stanley 2011a, 2011b; Brogaard, 2008a, 2008b, 2009, 2011, 2009, 2011). This proposal has proved controversial because knowledge-how and propositional knowledge do not seem to share the same epistemic properties, particularly with regard to epistemic luck. Here we aim to move the argument forward by offering a positive account of knowledge-how. In particular, we propose a new kind of anti-intellectualism. Unlike neo-Rylean anti-intellectualist views, according (...) to which the possession of knowledge-how is just a matter of possessing certain abilities, we submit that knowledge-how is a particular kind of cognitive achievement attained just when cognitive ability is connected in the right way with successful performance. (shrink)

Trust is a topic of longstanding philosophical interest. It is indispensable to every kind of coordinated human activity, from sport to scientific research. Even more, trust is necessary for the successful dissemination of knowledge, and by extension, for nearly any form of practical deliberation and planning. Without trust, we could achieve few of our goals and would know very little. Despite trust’s fundamental importance in human life, there is substantial philosophical disagreement about what trust is, and further, how trusting is (...) normatively constrained and best theorized about in relation to other things we value. This entry is divided into three sections, which explore key (and sometimes interconnected) ethical and epistemological themes in the philosophy of trust: (1) The Nature of Trust; (2) The Normativity of Trust, and (3) The Value of Trust. (shrink)

: Two major philosophers of the twentieth century, the German existential phenomenologist Martin Heidegger and the seminal Japanese Kyoto School philosopher Nishida Kitarō are examined here in an attempt to discern to what extent their ideas may converge. Both are viewed as expressing, each through the lens of his own tradition, a world in transition with the rise of modernity in the West and its subsequent globalization. The popularity of Heidegger's thought among Japanese philosophers, despite its own admitted limitation to (...) the Western "history of being," is connected to Nishida's opening of a uniquely Japanese path in its confrontation with Western philosophy. The focus is primarily on their later works (the post-Kehre Heidegger and the works of Nishida that have been designated "Nishida philosophy"), in which each in his own way attempts to overcome the subject-object dichotomy inherited from the tradition of Western metaphysics by looking to a deeper structure from out of which both subjectivity and objectivity are derived and which embraces both. For Heidegger, the answer lies in being as the opening of unconcealment, from out of which beings emerge, and for Nishida, it is the place of nothingness within which beings are co-determined in their oppositions and relations. Concepts such as Nishida's "discontinuous continuity," "absolutely self-contradictory identity" (between one and many, whole and part, world and things), the mutual interdependence of individuals, and the self-determination of the world through the co-relative self-determination of individuals, and Heidegger's "simultaneity" (zugleich) and "within one another" (ineinander) (of unconcealment and concealment, presencing and absencing), and their "between" (Zwischen) and "jointure" (Fuge) are examined. Through a discussion of these ideas, the suggestion is made of a possible "transition" (Übergang) of both Western and Eastern thinking, in their mutual encounter, both in relation to each other and each in relation to its own past history, leading to both a self-discovery in the other and to a simultaneous self-reconstitution. (shrink)

Reductive intellectualists hold that knowledge-how is a kind of knowledge-that. For this thesis to hold water, it is obviously important that knowledge-how and knowledge-that have the same epistemic properties. In particular, knowledge-how ought to be compatible with epistemic luck to the same extent as knowledge-that. It is argued, contra reductive intellectualism, that knowledge-how is compatible with a species of epistemic luck which is not compatible with knowledge-that, and thus it is claimed that knowledge-how and knowledge-that come apart.

A widespread assumption in debates about trust and trustworthiness is that the evaluative norms of principal interest on the trustor’s side of a cooperative exchange regulate trusting attitudes and performances whereas those on the trustee’s side regulate dispositions to respond to trust. The aim here will be to highlight some unnoticed problems with this asymmetrical picture – and in particular, how it elides certain key evaluative norms on both the trustor’s and trustee’s side the satisfaction of which are critical to (...) successful cooperative exchanges – and to show that a symmetrical, ‘achievement-first’ approach to theorising about trust and trustworthiness (and their relation to each other) has important advantages by comparison. The view I develop is guided by a structural analogy with practical reasoning. Just as practical reasoning is working as it should only when there is realisation (knowledge and action) of states (belief and intention) with reverse directions of fits (mind-to-world and world-to-mind), likewise, cooperation between trustor and trustee is functioning as it should only when there is an analogous kind of realisation on both sides of the cooperative exchange – viz., when the trustor ‘matches’ her achievement in trusting (an achievement in fitting reliance to reciprocity) with the trustee’s achievement in responding to trust (an achievement in fitting reciprocity to reliance). An upshot of viewing cooperation between trustor and trustee as exhibiting achievement-theoretic structure is that we will be better positioned to subsume trustworthiness (and its cognates on the trustee’s side), like trust, under a wider suite of evaluative norms that regulate attempts, dispositions, and achievements symmetrically on both sides of a cooperative exchange, with ‘matching achievements’ as the gold standard. (shrink)

Empirical work on motivated reasoning suggests that our judgments are influenced to a surprising extent by our wants, desires and preferences (Kahan 2016; Lord, Ross, and Lepper 1979; Molden and Higgins 2012; Taber and Lodge 2006). How should we evaluate the epistemic status of beliefs formed through motivated reasoning? For example, are such beliefs epistemically justified? Are they candidates for knowledge? In liberal democracies, these questions are increasingly controversial as well as politically timely (Beebe et al. 2018; Lynch forthcoming, 2018; (...) Slothuus and de Vreese 2010). And yet, the epistemological significance of motivated reasoning has been almost entirely ignored by those working in mainstream epistemology. We aim to rectify this oversight. Using politically motivated reasoning as a case study, we show how motivated reasoning gives rise to three distinct kinds of skeptical challenges. We conclude by showing how the skeptical import of motivated reasoning has some important ramifications for how we should think about the demands of intellectual humility. (shrink)

There is a large literature exploring how accuracy constrains rational degrees of belief. This paper turns to the unexplored question of how accuracy constrains knowledge. We begin by introducing a simple hypothesis: increases in the accuracy of an agent’s evidence never lead to decreases in what the agent knows. We explore various precise formulations of this principle, consider arguments in its favour, and explain how it interacts with different conceptions of evidence and accuracy. As we show, the principle has some (...) noteworthy consequences for the wider theory of knowledge. First, it implies that an agent cannot be justified in believing a set of mutually inconsistent claims. Second, it implies the existence of a kind of epistemic blindspot: it is not possible to know that one’s evidence is misleading. (shrink)

Philosophy and Phenomenological Research, Volume 104, Issue 1, Page 19-49, January 2022.

While openmindedness is often cited as a paradigmatic example of an intellectual virtue, the connection between openmindedness and truth is tenuous. Several strategies for reconciling this tension are considered, and each is shown to fail; it is thus claimed that openmindedness, when intellectually virtuous, bears no interesting essential connection to truth. In the final section, the implication of this result is assessed in the wider context of debates about epistemic value.

According to the “Embodied Cognition” entry in the Stanford Encyclopedia of Philosophy, the three landmark texts in the 4E cognitive science tradition are Lakoff and Johnson’s Metaphors We Live By, Varela, Thompson, and Rosch’s The Embodied Mind, and Andy Clark’s Being There. In my first section, I offer a phenomenological interpretation of these three texts, identifying recuring affirmations of the figure of dance alongside explicit marginalization of the practice of dance, perhaps in part due to cognitive science’s overemphasis on cognition (...) to the exclusion of affect. In my second section, drawing on my previous interpretations of proto-affect theorists (including Spinoza, Deleuze, and Fanon), I channel this tension in 4E cognitive science into a dancing partnership with human science psychology, suggesting three “choreographic provocations” for therapeutic practice and psychological research, namely (1) treating clients/subjects as dancers, (2) reimagining research and therapy as improvised duets between practitioners and clients/subjects, and (3) pursuing an ideal of freer movement and an emergent flourishing singularity for clients/subjects. Finally, I reformulate these three choreographic provocations in terms of my new theoretical method of “dancing-with,” as well as the four psychological prerequisites for flourishing posited by my figuration philosophy of dance. (shrink)

In non‐literal uses of language, the content an utterance communicates differs from its literal truth conditions. Loose talk is one example of non‐literal language use (amongst many others). For example, what a loose utterance of (1) communicates differs from what it literally expresses: (1) Lena arrived at 9 o'clock. Loose talk is interesting (or so I will argue). It has certain distinctive features which raise important questions about the connection between literal and non‐literal language use. This paper aims to (i.) (...) introduce a range of novel data demonstrating certain overlooked features of loose talk, and (ii.) develop a new theory of the phenomenon which accounts for these data. In particular, this theory is motivated by the need to explain minimal pairs such as (2)-(3): (2) Lena arrived at 9 o'clock, but she did not arrive at 9 o'clock exactly. (3) ?? Lena did not arrive at 9 o'clock exactly, but she arrived at 9 o'clock. (2) and (3) agree in their truth conditions. Yet they differ in felicity. As such, they constitute a problem for any account which hopes to predict the acceptability of the loose use of a sentence from its truth conditions and the context of utterance alone. Instead, it will be argued, to explain loose talk phenomena we must posit an additional layer of meaning outstripping truth conditions. This layer of meaning is shown to exhibit a range of properties, all of which point to its being semantically encoded. Thus, if correct, the theory provides a new example of how semantic meaning must extend beyond literal, truth‐conditional content. (shrink)

Psychiatric patients sometimes ask where to draw the line between who they are – their selves – and their mental illness. This problem is referred to as the self-illness ambiguity in the literature; it has been argued that solving said ambiguity is a crucial part of psychiatric treatment. I distinguish a Realist Solution from a Constructivist one. The former requires finding a supposedly pre-existing border, in the psychiatric patient’s mental life, between that which belongs to the self and that which (...) belongs to the mental illness. I argue that no such border exists, and that attempts to find it might even render the felt ambiguity worse. Instead, any solution must be constructivist; the patient (and others) should deliberate and discuss what to identify with or not. I further argue that psychiatric patients need not see their mental illness as wholly distinct from themselves to avoid ‘identifying with their diagnoses' in a problematic way. Finally, we can excuse problematic behaviour by mentally ill people – in fact, we can do so in a more nuanced and constructive way – while rejecting the view that the mental illness is wholly distinct from the patient’s self. (shrink)

Higher education institutions are mining and analyzing student data to effect educational, political, and managerial outcomes. Done under the banner of “learning analytics,” this work can—and often does—surface sensitive data and information about, inter alia, a student’s demographics, academic performance, offline and online movements, physical fitness, mental wellbeing, and social network. With these data, institutions and third parties are able to describe student life, predict future behaviors, and intervene to address academic or other barriers to student success (however defined). Learning (...) analytics, consequently, raise serious issues concerning student privacy, autonomy, and the appropriate flow of student data. We argue that issues around privacy lead to valid questions about the degree to which students should trust their institution to use learning analytics data and other artifacts (algorithms, predictive scores) with their interests in mind. We argue that higher education institutions are paradigms of information fiduciaries. As such, colleges and universities have a special responsibility to their students. In this article, we use the information fiduciary concept to analyze cases when learning analytics violate an institution’s responsibility to its students. (shrink)

This paper seeks to extend my recent work on quantum perception (Rosen, 2021) to the phenomenon of quantum entanglement. In the first section, I summarize the earlier work, noting how the conventional approach to observing photons is rooted in an objectivist philosophy that serves as an obstacle to probing the underlying quantum reality. In the summary provided, I bring out the intimate relationship between observer and observed in the quantum world, and the need for a new, proprioceptive mode of observation (...) linked to phenomenological philosophy. The second part of the paper builds on the earlier effort by applying the proprioceptive observation of photons to the phenomenon of entanglement. The basic proposition is that proprioceptive observers of entangled photons may become entangled with each other. I propose an experiment that tests this hypothesis. In concluding, I explore the possibility that a quantum internet of proprioceptively engaged participants could create an ontologically entangled society. (shrink)

In De interpretatione 9, Aristotle argues against the fatalist view that if statements about future contingent singular events (e.g. ‘There will be a sea battle tomorrow,’ ‘There will not be a sea battle tomorrow’) are already true or false, then the events to which those statements refer will necessarily occur or necessarily not occur. Scholars have generally held that, to refute this argument, Aristotle allows that future contingent statements are exempt from either the principle of bivalence, or the law of (...) excluded middle. This paper offers a new interpretation of Aristotle’s refutation of fatalism. According to this interpretation, each member of a pair of contradictory future contingent statements, in virtue of expressing modal necessity, is simply false. (shrink)

Full aptness is the most important concept in performance-based virtue epistemology. The structure of full aptness, in epistemology and elsewhere, is bi-levelled. At the first level, we evaluate beliefs, like performances, on the basis of whether they are successful, competent, and apt – viz., successful because competent. But the fact that aptness itself can be fragile – as it is when an apt performance could easily have been inapt – points to a higher zone of quality beyond mere aptness. To (...) break in to this zone, one must not merely perform aptly but also in doing so safeguard in skilled ways against certain risks to inaptness. But how must this be done, exactly? This paper has two central aims. First, I challenge the credentials of mainstream thinking about full-aptness by raising some new and serious problems for the view. I then propose a novel account of full aptness – what I call de minimis normativism – which keeps all the advantages of the canonical view, avoids its problems entirely, and offers some additional payoffs. (shrink)

Conflict over who belongs in women-only spaces is now part of mainstream political debate. Some think women-only spaces should exclude on the basis of sex, and others think they should exclude on the basis of a person’s self-determined gender identity. Many who take the latter view appear to believe that the only reason for taking the former view could be antipathy towards men who identify as women. In this paper, we’ll revisit the second-wave feminist literature on separatism, in order to (...) uncover the reasons for women-only spaces as feminists originally conceived them. Once these reasons are understood, those participating in debates over women-only spaces will be in a better position to adjudicate on whether shifting from sex to gender identity puts any significant interests at stake. (shrink)

Suppositional theories of conditionals take apparent similarities between supposition and conditionals as a starting point, appealing to features of the former to provide an account of the latter. This paper develops a novel form of suppositional theory, one which characterizes the relationship at the level of semantics rather than at the level of speech acts. In the course of doing so, it considers a range of novel data which shed additional light on how conditionals and supposition interact.

This paper is about two topics: metaepistemological absolutism and the epistemic principles governing perceptual warrant. Our aim is to highlight—by taking the debate between dogmatists and conservativists about perceptual warrant as a case study—a surprising and hitherto unnoticed problem with metaepistemological absolutism, at least as it has been influentially defended by Paul Boghossian as the principal metaepistemological contrast point to relativism. What we find is that the metaepistemological commitments at play on both sides of this dogmatism/conservativism debate do not line (...) up with epistemic relativism nor do they line up with absolutism, at least as Boghossian articulates this position. What this case study reveals is the need in metaepistemological option space for the recognition of a weaker and less tendentious form of absolutism, what we call “environment relativism”. On this view, epistemic principles are knowable, objective, and they can serve as the basis of particular epistemic evaluations, but their validity is relative to the wider global environment in which they are applied. (shrink)

A new way to transpose the virtue epistemologist’s ‘knowledge = apt belief’ template to the collective level, as a thesis about group knowledge, is developed. In particular, it is shown how specifically judgmental belief can be realised at the collective level in a way that is structurally analogous, on a telic theory of epistemic normativity (e.g., Sosa 2020), to how it is realised at the individual level—viz., through a (collective) intentional attempt to get it right aptly (whether p) by alethically (...) affirming that p. An advantage of the proposal developed is that it is shown to be compatible with competing views—viz., joint acceptance accounts and social-distributive accounts—of how group members must interact in order to materially realise a group belief. I conclude by showing how the proposed judgment-focused collective (telic) virtue epistemology has important advantages over a rival version of collective virtue epistemology defended in recent work by Jesper Kallestrup (2016). (shrink)

Duncan Pritchard has, in the years following his (2005) defence of a safety-based account of knowledge in Epistemic Luck, abjured his (2005) view that knowledge can be analysed exclusively in terms of a modal safety condition. He has since (Pritchard in Synthese 158:277–297, 2007; J Philosophic Res 34:33–45, 2009a, 2010) opted for an account according to which two distinct conditions function with equal importance and weight within an analysis of knowledge: an anti-luck condition (safety) and an ability condition-the latter being (...) a condition aimed at preserving what Pritchard now takes to be a fundamental insight about knowledge: that it arises from cognitive ability (Greco 2010; Sosa 2007, 2009). Pritchard calls his new view anti-luck virtue epistemology (ALVE). A key premise in Pritchard’s argument for ALVE is what I call the independence thesis; the thesis that satisfying neither the anti-luck condition nor the ability condition entails that the other is satisfied. Pritchard’s argument for the independence thesis relies crucially upon the case he makes for thinking that cognitive achievements are compatible with knowledge-undermining environmental luck—that is, the sort of luck widely thought to undermine knowledge in standard barn facade cases. In the first part of this paper, I outline the key steps in Pritchard’s argument for anti-luck virtue epistemology and highlight how it is that the compatibility of cognitive achievement and knowledge- undermining environmental luck is indispensible to the argument’s success. The second part of this paper aims to show that this compatibility premise crucial to Pritchard’s argument is incorrect. (shrink)

In a 2014 article in The Guardian, an Indigenous shaman of the Yanomami people of the Amazon rainforest named Davi Kopenawa offers a devastating critique of white society. It is formed of excerpts from multiple interviews, which form the basis of his memoir The Falling Sky, compiled and translated by his French anthropologist collaborator Bruce Albert. Here I bring the dual lenses of philosophy and dance studies to explore how Kopenawa’s lifelong interaction with white people facilitated his reworking of Yanomami (...) shamanic discourse into a parrhesia against the “epidemic fumes” of climate change, on behalf of the Yanomami of the Amazon, white people, and all the beings of the earth. (shrink)

In this paper we present two distinctly epistemological puzzles that arise for one who aspires to defend some plausible version of the precautionary principle. The first puzzle involves an application of contextualism in epistemology; and the second puzzle concerns the task of defending a plausible version of the precautionary principle that would not be invalidated by de minimis.

The Swamping Argument – highlighted by Kvanvig (2003; 2010) – purports to show that the epistemic value of truth will always swamp the epistemic value of any non-factive epistemic properties (e.g. justification) so that these properties can never add any epistemic value to an already-true belief. Consequently (and counter-intuitively), knowledge is never more epistemically valuable than mere true belief. We show that the Swamping Argument fails. Parity of reasoning yields the disastrous conclusion that nonfactive epistemic properties – mostly saliently justification (...) – are never epistemically valuable properties of a belief. We close by diagnosing why philosophers have been mistakenly attracted to the argument. (shrink)

Internalist approaches to epistemic justification are, though controversial, considered a live option in contemporary epistemology. Accordingly, if ‘active’ externalist approaches in the philosophy of mind—e.g. the extended cognition and extended mind theses—are _in principle_ incompatible with internalist approaches to justification in epistemology, then this will be an epistemological strike against, at least the _prima facie_ appeal of, active externalism. It is shown here however that, contrary to pretheoretical intuitions, neither the extended cognition _nor_ the extended mind theses are in principle (...) incompatible with two prominent versions of epistemic internalism—viz., accessibilism and mentalism. In fact, one possible diagnosis is that pretheoretical intuitions regarding the incompatibility of active externalism with epistemic internalism are symptomatic of a tacit yet incorrect identification of epistemic internalism with epistemic individualism. Thus, active externalism is not in principle incompatible with epistemic internalism per se and does not significantly restrict one’s options in epistemology. (shrink)

Jennifer Lackey’s case “Creationist Teacher,” in which students acquire knowledge of evolutionary theory from a teacher who does not herself believe the theory, has been discussed widely as a counterexample to so-called transmission theories of testimonial knowledge and justification. The case purports to show that a speaker need not herself have knowledge or justification in order to enable listeners to acquire knowledge or justification from her assertion. The original case has been criticized on the ground that it does not really (...) refute the transmission theory, because there is still somebody in a chain of testifiers—the person from whom the creationist teacher acquired what she testifies—who knows the truth of the testified statements. In this paper, we provide a kind of pattern for generating counterexample cases, one that avoids objections discussed by Peter Graham and others in relation to such cases. (shrink)

Historically, the concept of androgyny has been as problematic as it has been appealing to Western progressives. The appeal clearly includes, inter alia, the opportunity to abandon or ameliorate certain identities. As for the problematic dimension, the central problem seems to be the reduction of otherness to the norms of straight white middle/upper-class Western cismen, particularly because of the consequent worsening of actual others’ marginalization and exclusion from social institutions. Despite these problems, I wish to suggest that androgyny—as evidenced by (...) the enthusiasm felt for it by many Westerners—bespeaks something larger and more important than the concept itself, and that modified conception of it might be helpful in pursuit of social justice. (shrink)

I investigate the implication of the truth-relativist’s alleged ‘ faultless disagreements’ for issues in the epistemology of disagreement. A conclusion I draw is that the type of disagreement the truth-relativist claims to preserve fails in principle to be epistemically significant in the way we should expect disagreements to be in social-epistemic practice. In particular, the fact of faultless disagreement fails to ever play the epistemically significant role of making doxastic revision rationally required for either party in a disagreement. That the (...) truth-relativists’ disagreements over centred content fail to play this epistemically significant role that disagreements characteristically play in social epistemology should leave us sceptical that disagreement is what the truth-relativist has actually preserved. (shrink)

In a series of recent works, Julian Savulescu and Ingmar Persson insist that, given the ease by which irreversible destruction is achievable by a morally wicked minority, (i) strictly cognitive bio-enhancement is currently too risky, while (ii) moral bio-enhancement is plausibly morally mandatory (and urgently so). This article aims to show that the proposal Savulescu and Persson advance relies on several problematic assumptions about the separability of cognitive and moral enhancement as distinct aims. Specifically, we propose that the underpinnings of (...) Savulescu's and Persson's normative argument unravel once it is suitably clear how aiming to cognitively enhance an individual will in part require that one aim to bring about certain moral goods we show to be essential to cognitive flourishing; conversely, aiming to bring about moral enhancement in an individual must involve aiming to improve certain cognitive capacities we show to be essential to moral flourishing. After developing these points in some detail, and their implication for Savulescu's & Persson's proposal, we conclude by outlining some positive suggestions. (shrink)

Duncan Pritchard (2008, 2009, 2010, forthcoming) has argued for an elegant solution to what have been called the value problems for knowledge at the forefront of recent literature on epistemic value. As Pritchard sees it, these problems dissolve once it is recognized that that it is understanding-why, not knowledge, that bears the distinctive epistemic value often (mistakenly) attributed to knowledge. A key element of Pritchard’s revisionist argument is the claim that understanding-why always involves what he calls strong cognitive achievement—viz., cognitive (...) achievement that consists always in either (i) the overcoming of a significant obstacle or (ii) the exercise of a significant level of cognitive ability. After outlining Pritchard’s argument, we show (contra Pritchard) that understanding-why does not essentially involve strong cognitive achievement. Interestingly, in the cases in which understanding-why is distinctively valuable, it is (we argue) only because there is sufficiently rich objectual understanding in the background. If that’s right, then a plausible revisionist solution to the value problems must be sensitive to different kinds of understanding and what makes them valuable, respectively. (shrink)

Intellectual autonomy has long been identified as an epistemic virtue, one that has been championed influentially by Kant, Hume and Emerson. Manifesting intellectual autonomy, at least, in a virtuous way, does not require that we form our beliefs in cognitive isolation. Rather, as Roberts and Wood note, intellectually virtuous autonomy involves reliance and outsourcing to an appropriate extent, while at the same time maintaining intellectual self-direction. In this essay, I want to investigate the ramifications for intellectual autonomy of a particular (...) kind of epistemic dependence: cognitive enhancement. Cognitive enhancements involve the use of technology and medicine to improve cognitive capacities in healthy individuals, through mechanisms ranging from smart drugs to brain-computer interfaces. With reference to case studies in bioethics, as well as the philosophy of mind and cognitive science, it is shown that epistemic dependence, in this extreme form, poses a prima facie threat to the retention of intellectual autonomy, specifically, by threatening to undermine our intellectual self-direction. My aim will be to show why certain kinds of cognitive enhancements are subject to this objection from self-direction, while others are not. Once this is established, we’ll see that even some extreme kinds of cognitive enhancement might be not merely compatible with, but constitutive of, virtuous intellectual autonomy. (shrink)

In a series of works Sosa (in: Knowledge in perspective, Cambridge University Press, Cambridge, 1991; A virtue epistemology: apt belief and reflective knowledge, Oxford University Press, Oxford, 2007; Reflective knowledge: apt belief and reflective knowledge, Oxford University Press, Oxford, 2009; ‘How Competence Matters in Epistemology’, Philos Perspect 24(1):465–475, 2010; Knowing full well, Princeton University Press, Princeton, 2011; Judgment and agency, Oxford University Press, Oxford, 2015; Epistemology, Princeton University Press, Princeton, 2017) has defended the view that there are two kinds or (...) ‘grades’ of knowledge, animal and reflective. One of the most persistent critics of Sosa’s attempts to bifurcate knowledge is Kornblith (in: Greco (ed) Ernest sosa and his critics, Wiley, Hoboken, 2004; ‘Sosa in Perspective’, Philos Stud 144(1):127–136, 2009; On reflection, Oxford University Press, Oxford, 2012). Our aim in this paper is to outline and evaluate Kornblith’s criticisms. We will argue that, while they raise a range of difficult (exegetical and substantive) questions about Sosa’s ‘bi-level’ epistemology, Sosa has the resources to adequately respond to all of them. Thus, this paper is a (qualified) defence of Sosa’s bi-level epistemology. (shrink)

A common epistemological assumption in contemporary bioethics held b y both proponents and critics of non-traditional forms of cognitive enhancement is that cognitive enhancement aims at the facilitation of the accumulation of human knowledge. This paper does three central things. First, drawing from recent work in epistemology, a rival account of cognitive enhancement, framed in terms of the notion of cognitive achievement rather than knowledge, is proposed. Second, we outline and respond to an axiological objection to our proposal that draws (...) from recent work by Leon Kass (2004), Michael Sandel (2009), and John Harris (2011) to the effect that ‘enhanced’ cognitive achievements are (by effectively removing obstacles to success) not worthy of pursuit, or are otherwise ‘trivial’. Third, we show how the cognitive achievement account of cognitive enhancement proposed here fits snugly with recent active externalist approaches (e.g., extended cognition) in the philosophy of mind and cognitive science. (shrink)

According to reductive intellectualists about knowledge-how :147–190, 2008; Philos Phenomenol Res 78:439–467, 2009) knowledge-how is a kind of knowledge-that. To the extent that this is right, then insofar as we might conceive of ways knowledge could be extended with reference to active externalist :7–19, 1998; Clark in Supersizing the mind: embodiment, action, and cognitive extension: embodiment, action, and cognitive extension. Oxford University Press, Oxford, 2008) approaches in the philosophy of mind, we should expect no interesting difference between the two. However, (...) insofar as anti-intellectualist approaches to knowledge-how are a viable option, there is an overlooked issue of how knowledge-how might be extended, via active externalism, in ways very differently from knowledge-that. This paper explores this overlooked space, and in doing so, illustrates how a novel form of extended knowledge-how emerges from a pairing of active externalism in the philosophy of mind with anti-intellectualism in the theory of knowledge. Crucial to our argument will be a new way of thinking about the extended mind thesis, as it pertains to the kinds of state one is in when one knows how to do something, and how this state connects with non-accidentally successful performance. (shrink)

Though currently marginalised in Western philosophy, tenth-century Arabic philosopher Abu Nasr Alfarabi is one of the most important thinkers of the medieval era. In fact, he was known as the ‘second teacher’ (after Aristotle) to philosophers such as Avicenna and Averroes. As this epithet suggests, Alfarabi and his successors engaged in a critical and creative dialogue with thinkers from other historical traditions, including that of the Ancient Greeks, although the creativity of his part is often marginalised as well. In this (...) article, I offer a new interpretation of Alfarabi’s sweeping volume, The Principles of the Opinions of the Virtuous Community. My focus is the materialism that overflows Alfarabi’s account of soul in general and the imaginative power in particular. The political conclusion of this account is that Virtuous Community does not directly present Alfarabi’s ideal ruler or community. Instead, it offers a materialist critique that prefigures critical theory and post-structuralism and thereby provides guidelines for how to more effectively engage monotheistic communities in the pursuit of social justice – including along the axes of race, gender and sexual orientation. (shrink)

If individual knowledge and justification can be vanquished by epistemic defeaters, then the same should go for group knowledge. Lackey (2014) has recently argued that one especially strong conception of group knowledge defended by Bird (2010) is incapable of preserving how it is that (group) knowledge is ever subject to ordinary mechanisms of epistemic defeat. Lackey takes it that her objections do not also apply to a more moderate articulation of group knowledge--one that is embraced widely in collective epistemology--and which (...) she does not challenge. This paper argues that given certain background premises that are embraced by orthodox thinking in collectivist epistemology, the more moderate account of group knowledge cannot make sense of either psychological or normative epistemic defeaters. I conclude by offering some suggestions for how the more moderate proposal might avoid this result. (shrink)

A popular view in mainstream social epistemology maintains that, in the face of a revealed peer disagreement over p, neither party should remain just as confident vis-a-vis p as she initially was. This ‘conciliatory’ insight has been defended with regard to individual epistemic peers. However, to the extent that (non-summativist) groups are candidates for group knowledge and beliefs, we should expect groups (no less than individuals) to be in the market for disagreements. The aim here will be to carve out (...) and explore an extension of the conciliatory insight from individual peer disagreement to group peer disagreement; in doing so, I'll raise and address three key problems that face any plausible defence of such a constraint. (shrink)